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LABORATÓRIO DE FÍSICA B CLIFSON ROLEMBERG ANDRADE

II LEI DE OHM

SÃO CRISTÓVÃO
2010
CLIFSON ROLEMBERG ANDRADE

LABORATÓRIO DE FÍSICA B: II LEI DE OHM

SÃO CRISTÓVÃO
2010
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 RESISTIVIDADE 4

3 SEGUNDA LEI DE OHM 4

4 COBRE 6
5 RESISTÊNCIA ELÉTRICA NO CORPO HUMANO 7

PRÁTICAS DE LABORATÓRIO 9

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 11
II LEI DE OHM
RESUMO TEÓRICO

1 INTRODUÇÃO

Ao comprar um aparelho eletrônico, você


já observou que todos têm um cabo de força
padrão, ou seja, do mesmo tamanho?

Por que se recomenda que não sejam


ligados diversos aparelhos eletrônicos em uma
única extensão de tomada?

Por que praticamente todos os fios


utilizados para interligarem componentes e
aparelhos eletrônicos são feitos de cobre?

Por que quando se toma um choque


elétrico, as reações são as mais diversas
possíveis, como: pequeno desconforto, dor
intensa e até provocar a morte?
Figura 1: Cabo de força.

Neste momento você poderá está se perguntando, qual é o elo entre estas indagações e o
assunto a ser discutido nesta apostila?

A resposta é a resistência elétrica.

Ao final da apostila anterior pudemos observar as principais diferenças entre os materiais


ôhmicos e não-ôhmicos, algumas de suas aplicações, constatando que a “Lei de Ohm” é válida, ou
seja, sob determnadas condições, a resistência elétrica em materiais ôhmicos mantém-se constante,
sem depender da queda de tensão ou da corrente elétrica.

Todavia, para que tal conceito seja válido devem-se levar em consideração também algumas
características do material, como a resistividade.

Não se preocupe neste momento com o significado destes novos conceitos, pois ao fim desta
apostila todos eles e mais alguns serão compreendidos, estando estes no conjunto de conhecimentos
pertencentes à Segunda Lei de Ohm.

Assim, tem-se como objetivo principal, observar o comportamento da resistência elétrica de


um fio condutor segundo alguns parâmetros pré-determinados, ou seja, a verificação da validade de
Segunda Lei de Ohm.

2 RESISTIVIDADE
A resistividade e um material é definida como: a razão entre o módulo do campo elétrico e o
módulo da densidade de corrente, ou seja, quanto maior for o valor de resistividade, maior será o
campo elétrico necessário para produzir uma dada densidade de corrente, ou será menor a densidade
de corrente gerada por um dado campo elétrico (YOUNG; ZEMANSKY, 2006).
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= E/J
As unidades de ñ são: .m (ohm vezes metro).

Os metais e as ligas metálicas possuem um pequeno valor de resistividade, por isso são bons
condutores. O contrário acontece com os isolantes que possuem um alto valor de resistividade.
Assim, para cada tipo de material haverá um valor específico de resistividade.

Devido a grande diferença dos valores de resistividade entre isolantes e condutores torna-se
fácil confinar a corrente elétrica em determinados caminhos e circuitos, como pode ser observado
na tabela 1.

A resistividade de qualquer material vai depender também da temperatura que este material
está submetido.

O aumento de temperatura num metal geralmente acarreta um aumento de resistividade, exixtem


alguns materiais que o aumento de temperatura provoca a diminuição de resistividade como a
grafita (material não-metálico).

A partir desta característica, muitos equipamentos são criados como exemplo temos o termistor
(componente que variam seu valores de resistência, de acordo com a variação de temperatura).

Tabela 1: Valores de Resistividade na temperatura ambiente (20°C)


C L A S S IF IC A Ç Ã O M A T E R IA L R E S IS T IV ID A D E ( .m )
M ETA L P rata 1,46 x 10-8
M ETA L C obre 1,72 x 10-8
M ETA L O uro 2,44 x 10-8
M ETA L A lum ínio 2,75 x 10-8
M ETA L T ungstênio 5,25 x 10-8
M ETA L Ferro 10 x 10-8
M ETA L M ercúrio 95 x 10-8
LIG A C onstantan 49 x 10-8
LIG A N icrom o 100 x 10-8
SE M IC O N D U T O R C arbono puro (grafita) 3,5 x 10-5
SE M IC O N D U T O R Silício puro 2300
ISO LA N T E M adeira 108 - 1011
ISO LA N T E V idro 1010 - 1014
ISO LA N T E E nxofre 1015
ISO LA N T E T eflon >1013
Fonte: Young e Zemansky, 2006.
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3 SEGUNDA LEI DE OHM

De acordo com Ohm a resistência elétrica de um fio condutor é diretamente proporcional ao


seu comprimento (L), e inversamente proporcional à área de sua seção transversal (A). Para tal lei
ser válida a resistividade deverá ter um valor constante como nos materiais ôhmicos (TIPLER;
MOSCA, 2006).

R= L/A
4 COBRE

O cobre é um elemento químico de símbolo Cu (do latim cuprum), número atômico 29 (29
prótons e 29 elétrons) e de massa atómica 63,6 uma. À temperatura ambiente, o cobre encontra-se
no estado sólido (Wikipédia, 2010). Ele é um metal de transição avermelhado, que apresenta alta
condutibilidade elétrica e térmica, só superada pela da prata.

Apesar de ser um dos metais menos abundantes da crosta terrestre (0,12%) é de fácil obtenção
apesar de laboriosa, devido a pobreza do metal nos minerais; se considera economicamente viável
extraí-lo de um mineral com quantidades superiores a 0,5% de cobre e muito rentável a partir de
2,5%.

A condutividade elétrica do cobre merece especial menção por ter sido adotada pela Comissão
Eletrotécnica Internacional (IEC) em 1913 como base da norma IACS.

A aplicação por excelência do cobre (Cu) é como material condutor (fios e cabos), destino de
aproximadamente 45% do consumo anual de cobre. Outros usos são:

a) Tubos de condensadores e encanamentos;

b) Eletroímãs;

c) Motores elétricos;

d) Interruptores e relés, tubos de vácuo e magnétrons de fornos microondas;

e) Se tende ao uso do cobre em circuitos integrados em substituição do alumínio, de menor


condutividade;

f) Cunhagem de moedas (com o níquel industrial), sendo empregado na agricultura, na purificação


da água e como conservante da madeira;

g) Quando associado a outros metais, os óxidos de cobre formam materiais supercondutores.

De acordo com a IEC os fios de cobre são fabricados em dimensões padronizadas (tabela 2).
O diâmetro da seção transversal circular de um fioé identificado por um número (o calibre). Quanto
maior o calibre menor será o diâmetro do fio.
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Tabela 2: Diâmetro e área das seções transversais dos fios de cobre comumente utilizados

CALIBRE DIÂMETRO (mm) ÁREA (mm2)


4 5,189 21,15
6 4,115 13,30
8 3,264 8,366

10 2,588 5,261
12 2,053 3,309
14 1,628 2,081
16 1,291 1,309
18 1,024 0,8235
20 0,8118 0,5176
22 0,6438 0,3255
Fonte: Young e Zemansky, 2006.

5 RESISTÊNCIA ELÉTRICA NO CORPO HUMANO


É muito difícil ou mesmo impossível fixar de forma absoluta
um valor da resistência elétrica para o corpo humano, pois ele
não é homogéneo.
Segundo estudos estatísticos elaborados pela Comissão
Internacional de Eletrotécnica (IEC), a resistência pode assumir
os valores descritos na tabela 3.

Tabela 3: Resistência do corpo humano segundo a CEI

TENSÃO DE CONTATO (V) RESISTÊNCIA DO CORPO ( )


25 2500
50 2000
250 1000
Superior a 250 650
Fonte: IEC, 2010.

A resistência elétrica do corpo é composta da seguinte forma:

a) Resistência no ponto de contato (peles finas e úmidas terão menor resistência);

b) Resistência dos tecidos internos percorridos;

c) Da zona de saída (normalmente sai pelos pés, dependendo do calçado e do solo).


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Sabe-se que os valores da resistência dependem das condições ambientais e do próprio
corpo, desta forma, a IEC formulou outra tabela com valores mais precisos, conforme pode ser visto
a seguir na tabela 4.

Tabela 4: Resistência do corpo humano em função do estado da pele

TENSÃO RESISTÊNCIA DO CORPO CONFORME AS CONDIÇÕES DE UMIDADE


DE ( )
CONTATO (V)
Pele seca Pele úmida Pele molhada Pele imersa
sem suor em água
25 5000 2500 1000 500

50 4000 2000 875 440

250 1500 1000 650 325


Superior a 250 1000 650 400 200

Fonte: IEC, 2010.


5.1 Percurso da Corrente Eléctrica no Corpo

PERCURSO 1

Quando o choque fica limitado a, por exemplo,


dois dedos de uma mesma mão, não há risco
de morte, mas a vítima pode sofrer queimaduras
ou perder os dedos.
Figura 2: Percurso 1.

PERCURSO 2

A corrente entra por uma das mãos e sai pela


outra, percorrendo o tórax. É um dos percursos
mais perigosos. Dependendo da intensidade de
corrente, pode ocasionar parada cardíaca.
Figura 3: Percurso 2.

PERCURSO 3

A corrente entra por uma das mãos e sai por um


dos pés. Percorre parte do tórax, centros nervo-
sos, diafragma. Dependendo da intensidade da
corrente produzirá asfixia e fibrilação ventricular
e, consequentemente, parada cardíaca. Figura 4: Percurso 3.

PERCURSO 4

A corrente vai de um pé a outro, através de co-


xas, pernas e abdômen. O perigo é menor que
nos dois casos anteriores, mas a vítima pode
sofrer perturbações dos órgãos abdominais e
músculos. . Figura 5: Percurso 4.
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PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Para facilitar os trabalhos tanto do professor quanto dos alunos, o procedimento que será
descrito a seguir é composto por passos que são agrupados por objetivo, ou seja, cada um dos
grupos deverá ser executado para a completa compreensão da aula intitulada: II Lei de Ohm.

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

Para a realização das práticas de laboratório, contidas na apostila intitulada Lei de Ohm, é
necessário utilizar os seguintes equipamentos e materiais:

a) 01 Cabo vermelho;

b) 01 Cabo preto;

c) 01 Multímetro;

d) 05 réguas com fio de metal .

RESISTÊNCIA VERSUS COMPRIMENTO

Passo 1
Conecte o cabo vermelho no
borne que contém a
indicação do multímetro .

Passo 2
Conecte o cabo azul no
borne que contém a
indicação“COM”do
multímetro .

Passo 3
Coloque a chave seletora do
multímetro na posição da
escala de medição 200 do
ohmímetro .

Passo 4
Meça as resistências
correspondentes aos
seguintes comprimentos: ATENÇÃO!
40, 80, 120, 160 e 200cm, Ao terminar as medições
dos fios contidos nas cinco recoloque as réguas
réguas e preencha com os
nos sacos plásticos.
valores encontrados a
tabela 5
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Tabela 5: Resistência vs. Comprimento do fio

Material Diâmetro Resistência ( )


(mm)
40 cm 80 cm 120 cm 160 cm 200 cm
Constantan 0,20

Constantan 0,40

Cobre 0,20

Cobre 0,50

Ferro 0,20

GRÁFICOS E PERGUNTAS

1) Com base na tabela 5 construa os gráficos (R vs L) ideiais e reais para os diversos fios analisados.

2) Caso haja variação entre os valores encontrados nos gráficos (ideal e real) para cada componente,
quais os possíveis motivos?

3) Com os dados obtidos encontre os valores de resistividade para cada fio analisado e compare
com os valores ideais (tabela 1).

4) Qual a conclusão obtida ao observar o comportamento da resistência elétrica do fio condutor


quando há variação do seu comprimento?

5) Ao comparar dois fios condutores de um mesmo material com tamanhos iguais e diâmetros
diferentes, qual apresentará maior resistência elétrica? Justifique.

6) Ao comparar dois fios condutores de materiais diferentes com tamanhos e diâmetros iguais
diferentes, qual apresentará maior resistência elétrica? Justifique.

7) Ao comparar dois fios condutores de materiais diferentes com tamanhos e diâmetros iguais
diferentes, qual apresentará maior resistência elétrica? Justifique.
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8) Entre os três materiais analisados qual apresenta as características mais adequadas para ser
utilizado como cabo elétrico? Justifique.

9) Ao medir as resistências parciais dos fios de cobre o multímetro talvez tenha apresentado valores
que diferem do desejado, qual o motivo?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IEC. IEC63. Disponível em: < http://www.iec.ch/ >. Acesso em: 11 mar. 2010.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física: eletricidade, magnetismo e ótica. 5 ed. LTC: Rio de Janeiro, v. 2,
2006.
YOUNG, Hugh; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 10 ed. Eddison-Wesley: São Paulo,
2006.
WIKIPÉDIA. Cobre. Disponível em : <http://pt.wikipedia.org/wiki/cobre>. Acesso em: 13 abr. 2010.

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