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Para essa decisão, é fundamental definirmos o que pretendemos de uma câmera digital.
Comecemos, portanto, estudando os usos que podemos fazer delas, e os recursos que
nos oferecem.
De fato, na realidade está cada vez mais difícil distinguir, uma vez impressa, uma
fotografia tirada por uma máquina 35 mm tradicional utilizando filme fotográfico de
uma imagem produzida por uma câmera digital – a única diferença substancial ainda é o
custo dos equipamentos digitais mais sofisticados de última geração. A verdade é que as
câmeras digitais estão incorporando controles sofisticados e até mesmo novidades
jamais sonhadas pelo fotógrafo tradicional, como o benefício de se ver no mesmo
instante se a foto ficou boa ou não, deletá-la se não estiver de acordo, refazê-la quantas
vezes forem necessárias até que seja aprovada...
É claro que existem câmeras digitais mais populares, por questão de marketing (preço
final baixo). Nesses modelos, a qualidade de imagem é limitada e a falta de controles
manuais são um problema (para fotógrafos experientes), mas tudo é questão de custo-
benefício, e do que o usuário pretende de sua máquina fotográfica. Se a idéia for apenas
produzir imagens para serem vistas na tela, ou mesmo em apresentações, ou ainda
enviar imagens rapidamente pela Internet para parentes e amigos (mesmo profissionais
precisam de imagens de baixa resolução para apresentação na WEB), então câmeras de
baixo custo, que geram imagens em baixa resolução, são mesmo as mais indicadas. Nas
câmeras digitais mais sofisticadas já existentes e em novos modelos que estão surgindo,
o panorama é bem diverso. Na verdade, atualmente a qualidade da imagem rivaliza ou
até excede, em alguns casos, as obtidas por câmeras SLR 35 mm tradicionais. Isso
porque câmeras digitais com lentes intercambiáveis e tantos controles quanto qualquer
modelo reflex tradicional já são realidade, caso das Fuji FinePix SL-1 e SL-2, Nikon
D100, Olympus E-20 e Cânon EOS D-60, entre outras.
O mais importante nesta discussão é que os preços estão caindo rapidamente agora que
o sensor de imagem (o item mais caro desta tecnologia, através do qual a imagem é
capturada e formada no equipamento) está atingindo um nível tecnológico satisfatório.
Assim, boas câmeras digitais, com recursos exigidos por amadores avançados e
profissionais, estão chegando ao mercado. É preciso entender que se um fotógrafo
amador pode tirar boas fotos com uma câmera digital (dado o grau de automação
existente), também pode conseguir excelentes fotos se dominar esta tecnologia e utilizar
recursos e capacidades que mesmo o mais capaz dos fotógrafos profissionais
acostumado apenas com imagens captadas em filmes tradicionais ainda precisam
conhecer e se adaptar. Este é um dos objetivos deste curso, ajudar tanto ao amador
quanto ao profissional ainda não familiarizados com as novas tecnologias e recursos
tornados possíveis com as câmeras fotográficas digitais. A compreensão de alguns
detalhes e recursos ao alcance da fotografia digital pode tornar possível, ao bom
fotógrafo, resultados espetaculares e melhoria da produtividade. E mais, com grande
vantagem econômica, já que na câmera fotográfica digital, se o custo inicial é alto, em
pouco tempo o benefício do custo zero em termos de filmes, revelação, envio de
material à laboratórios, etc, a tornam muito atraente.
Imagens Inusitadas
Recomendo inclusive, para quem quer fotografar em externas (viagens por exemplo),
além da câmera digital, o uso de um notebook, pois assim pode-se produzir centenas e
centenas de imagens num único dia, sem qualquer preocupação com limites. Já que o
custo da imagem é zero, ou melhor, apenas limitado ao custo inicial da máquina
fotográfica e do computador portátil, clicar à vontade não causa nenhum tipo de
preocupação.
Outra vantagem da fotografia digital é que ficou fácil mostrar fotos para outras pessoas.
Por exemplo, publicando-as em páginas da Internet. Também se pode mostrar as fotos
pela tela de uma televisão, bastando conectar a câmera digital à entrada de vídeo do
aparelho de TV. Graças a esse recurso, é possível selecionar as melhores fotos que estão
gravadas no computador, regravá-las no cartão de memória da câmera digital e depois
apreciá-las num aparelho de TV. Softwares podem fazer apresentação de fotos como se
fosse uma projeção de slides. E mais, como a maioria das câmeras digitais de melhor
qualidade também podem produzir vídeos, filmar também é muito simples, bem como
transferir as imagens para uma fita de videocassete.
Com a fotografia digital isso muda drasticamente, já que as imagens são facilmente
inseridas em arquivos de texto, e-mails ou mesmo páginas da Web, além de impressas
em impressoras caseiras (papel fotográfico e impressoras jato de tinta oferecem ótimos
resultados) ou mesmo em papel fotográfico tradicional em laboratórios que lidem com
arquivos digitais. Assim, fica muito fácil mostrá-las e compartilhá-las com outras
pessoas.
Por outro lado, é possível resgatar velhos álbuns de família esquecidos em gavetas,
amarelando e estragando com o tempo. Se as imagens que eles contém forem
escaneadas, podem ser recuperadas (e também as memórias que evocam), e depois
apresentadas do mesmo modo que as novas fotos digitais. Sem falar da vantagem de
que, enquanto fotos e negativos perdem cor e nitidez com o tempo, um arquivo
digitalizado é perene (não esquecendo que devem sempre
ser “becapeados” em CDs ou discos rígidos).
Nas câmeras digitais não se utilizam filmes, e sim um cartão de memória para
armazenamento das imagens. Esse cartão permite que se grave, copie e apague
(delete) arquivos de imagens (inclusive vídeo).
A luz do flash funciona quase como numa câmera comum, e dependendo do
modelo da câmera digital, pode vir embutido no corpo e/ou utilizando um flash
externo através de conexão por sapata ou pino (a diferença, tecnicamente, é que
na fotografia digital existe um pré-disparo para avaliar a luz branca, ou
whitepoint, o que obriga ao uso de flashes especiais)
As câmeras digitais, além de um visor idêntico às das máquinas fotográficas
tradicionais (não SLR), incorporam talvez a maior novidade que é um visor
através de tela de cristal líquido (LCD) localizado na parte posterior do corpo da
câmera. A principal vantagem é que o fotógrafo vê a imagem exatamente como
será fotografada. A maior desvantagem é que em ambientes de muita luz (sob o
sol, por exemplo), é praticamente impossível usar o visor LCD e, além disso, o
uso contínuo do visor acaba rapidamente com a bateria.
As objetivas são muito semelhantes, mas na fotografia digital muitas câmeras
incorporam o recurso de zoom digital, além do zoom ótico. Acontece que o
zoom digital é irreal, uma “aproximação”, ou, melhor ainda, uma “ampliação”
gerada por software. Isso resulta numa imagem imprecisa e de cores
inconsistentes. De qualquer modo, mais tarde, através de qualquer software
editor de imagens pode-se ampliar qualquer parte da imagem.
Os ajustes de foco, velocidade de obturador e abertura de diafragma, nos
modelos mais simples de câmeras digitais, são totalmente automáticos. Contudo,
nas câmeras digitais mais modernas, pode-se regular não apenas cada um desses
itens individualmente, mas também estabelecer “sensibilidade do filme”, ou seja,
definir se a captura da imagem se dará numa sensibilidade correspondente a 100,
200, 400 ASA ou até mais, dependendo da sofisticação do modelo.
Muitos dos mais modernos modelos de câmeras digitais também incorporam o
recurso de áudio e vídeo, ou seja, é possível filmar alguns segundos ou minutos
(depende da capacidade de armazenamento em cartão de memória do
equipamento). Também é possível anexar “anotações” de voz numa imagem.
As câmeras digitais, diferenciando ainda das tradicionais, vem equipadas com um cabo
(geralmente USB) para conexão da câmera à um computador, para transferência das
imagens, mais uma ou mais baterias recarregáveis de longa duração, um cabo de áudio e
vídeo que pode inclusive ser conectado a uma aparelho de TV ou videocassete, e o
cartão de memória (existem vários tipos que estudaremos adiante) onde as imagens são
armazenadas.
Conceitos e procedimentos
Discussões sobre procedimentos que se usa para câmeras específicas estão integradas
aos conceitos, aparecendo quando se aplicam. Esta visão integrada permite que o
fotógrafo entenda primeiro os conceitos de fotografia e depois veja como procurar no
manual de sua câmera os passos necessários para utilizá-los em qualquer situação.
Não existem regras ou “melhores” modos de fazer fotos. Grande fotógrafos aprenderam
o que sabem experimentando e tentando novos modos de fotografar. Câmeras digitais
tornam isso muito fácil porque não existem custos de filmes ou demoras para se ver os
resultados. Cada experiência é livre, e cada fotógrafo poderá registrar os resultados
imediatamente, ou passo a passo.
Câmeras digitais com recursos oferecem controles criativos sobre as imagens. Elas
permitem que se controle a luz e o movimento em fotografias, bem como o que deve
aparecer nítido e o que não deve. Embora a maioria das câmeras digitais simples sejam
totalmente automáticas, algumas permitem que se faça pequenos ajustes que afetarão a
imagem. As melhores câmeras oferecem uma ampla gama de controles, em alguns casos
mais do que se pode encontrar em uma câmera 35 mm SLR. De qualquer modo,
independentemente de quais controles a câmera oferece, os mesmo princípios básicos
estão presentes. Mesmo que a câmera seja totalmente automática, é possível controlá-la
indiretamente, ou tirar vantagem desses efeitos para controlar as imagens.
Automatismo
Balanço de luz (White balance). O colorido de uma fotografia será afetado pela cor da
iluminação que afeta a cena, assim a câmera automaticamente ajusta o balanço de cor
para fazer os objetos brancos na cena parecerem brancos na foto.
O momento certo
Nas câmeras digitais mais simples, amadoras, acontece uma demora entre o momento
de pressionar o disparador e a tomada da foto. Isso porque, no primeiro momento em
que se pressiona o botão, a câmera rapidamente realiza um certo número de tarefas.
Primeiro limpa o CCD, depois corrige o balanço de cor, mede a distância e estabelece a
abertura do diafragma, e finalmente dispara o flash (se necessário) e tira a foto. Todos
esses passos tomam tempo e a ação pode ter já ocorrido quando finalmente a foto é
feita. Assim, fotografia de ação com uma câmera digital amadora (esportes, por
exemplo), é praticamente impossível. Somente as chamadas câmeras avançadas, ou
semi-profissionais, mais as SLR Digitais Pro, têm capacidade de fazer fotos em
sequências rápidas inferiores a um segundo.
Depois ocorre um longo intervalo entre a foto tirada e a disponibilidade da câmera para
uma nova foto porque a imagem capturada primeiro precisa ser armazenada na memória
da câmera. Como a imagem precisa ser processada, uma certa quantidade de
procedimentos são requeridos, e isso pode tomar alguns segundos (que parecerão uma
eternidade para um fotógrafo que precisa fotografar uma ação rápida, já que não poderá
ser feita outra foto enquanto isso tudo não for processado).
Mesmo nas câmeras SLR digitais, com mais recursos, pode ocorrer uma limitação na
quantidade de fotos que se tira em sequência, em função do tempo que a câmera
necessita para gravar a imagem num cartão de memória (o que pode depender da
velocidade de gravação e leitura do próprio cartão). Por exemplo, uma câmera digital
pode fazer fotos numa velocidade de 3 tomadas por segundo, mas até um máximo de 8
imagens.
O obturador e a exposição
Apesar das câmeras digitais poderem selecionar qualquer fração de segundo para uma
exposição, há uma série de ajustes que tem sido tradicionalmente utilizados quando se
usa uma câmera manualmente (que não podem ser feitas em algumas câmeras digitais
simples). A velocidade tradicional de disparo (listada a seguir das velocidades mais
rápidas às mais lentas), incluem 1/1000, 1/500, 1/250, 1/125, 1/60, 1/30, 1/15, 1/8, 1/4,
1/2, e 1 segundo (em câmeras mais sofisticadas podem chegar a 1/35.000 num extremo
e no outro ficar o obturador aberto pelo tempo que o fotógrafo quiser).
Os controles de abertura e
profundidade de campo
Ajustes da abertura são determinados por números (F), e indicam o tamanho da abertura
dentro da lente (no diafragma). Cada número deixa entrar metade da luz da abertura
seguinte, e consequentemente duas vezes mais luz que a anterior. Da maior abertura
possível para a menor, os número f tradicionalmente tem sido f/1, f/1.4, f/1.8, f/2, f/2.4
f/2.8, f/4, f/5.6, f/8, f/11, f/16, f/22, f/32 e f/45. Nenhuma lente possui toda a gama de
ajustes; por exemplo, uma câmera digital padrão pode vir com uma lente de f/2 a f/16. A
chamada “luminosidade” da lente é definida pela maior abertura, ou seja, no exemplo
acima, f/2. Quanto mais luminosa a lente, melhor a qualidade e mais sofisticado o
sistema ótico (e mais caro o preço).
Atenção para o fato de que quanto maior o número, menor a abertura para a luz. Assim,
f/11 é menos luz que f/8, e assim por diante. Um detalhe é que a abertura maior pode
mudar numa lente zoom, de modo a acomodar o sistema ótico, por exemplo, numa lente
zoom de 35 a 200 mm, a abertura máxima (a luminosidade) pode ser f/2-f/4 (variando
de f/2 a f/4 conforme se move o zoom de distância focal de 35 mm para 200 mm).
Observação: distância focal é a distância entre a lente e o filme (ou sensor). Conforme
essa distância, a imagem parecerá mais próxima ou mais distante. Uma lente zoom
permite diferentes distâncias focais, mudando assim a proximidade dos objetos na foto.
Quando um obturador se abre, ao invés de expor um filme, na câmera digital ele coleta
luz no sensor de imagem – um dispositivo eletrônico de estado sólido. Como se viu
anteriormente, o sensor de imagem contém uma grade de pequenas fotocélulas.
Conforme a lente foca a cena no sensor, algumas fotocélulas gravam as luzes mais
fortes, outras as sombras, enquanto terceiras os níveis de luzes intermediárias.
Cada célula converte então a luz que cai sobre ela numa carga elétrica. Quanto mais
brilhante a luz, mais alta a carga. Quando o obturador fecha e a exposição está
completa, o sensor recorda o padrão gravado. Os vários níveis de carga são então
convertidos para números binários que podem ser usados para recriar a imagem.
Uma vez que o sensor tenha capturado a imagem, esta precisa ser convertida, ou seja,
digitalizada, e depois armazenada. A imagem armazenada no sensor não é lida de uma
vez, mas em partes separadas. Existem dois modos de se fazer isso – usando
escaneamento interlaçado (interlaced) ou progressivo.
Usando velocidade de
obturador e abertura de
diafragma ao mesmo tempo
O objeto sempre se move, ou pelo menos a câmera poderá ser mover num curto espaço
de tempo. Também a profundidade de campo será afetada. A conjugação desses fatores,
e o controle sobre eles, é que fazem a diferença entre fotos convencionais e fotos de
grande qualidade.
Para objetos em movimento rápido, será necessária uma velocidade maior para
congelar o movimento (embora a distância focal das lentes, a proximidade do
objeto e a direção do movimento também afetem a nitidez final da foto)
Para uma máxima profundidade de campo, com a cena nítida do mais próximo ao mais
longinquo, será necessária uma abertura de diafragma menor (embora a distância focal
da lente e a distância aos objetos do cenário também afetem).
Um dos fatores que fazem da fotografia algo tão fascinante é a chance que temos de
interpretar a cena do nosso ponto de vista. Controles de velocidades de obturador e de
abertura são dois dos modos mais importantes de fazer fotos únicas. Conforme o
fotógrafo vai se tornando mais familiar com os efeitos da foto, encontrará a
oportunidade de fazer escolhas instintivamente.
Usando o flash
A qualidade da imagem
Existem câmeras de baixo custo e recursos equivalentes, que se refletem não apenas na
simplicidade de uso (para fotógrafos inexperientes), mas também na simplicidade da
fotografia digital gerada. Assim como existem câmeras extremamente sofisticadas,
cheias de recursos manuais (regulagens de sensibilidade à luz, abertura prioritária de
diafragma, velocidade de obturador, etc), mais indicadas para profissionais e amadores
avançados. Contudo, o ponto fundamental, para simplificarmos, na tecnologia de uma
câmera digital, é a sua capacidade de resolução da imagem. Para entendermos isso,
vamos estudar como as máquinas fotográficas digitais capturam a imagem.
Fugindo do sistema das câmeras tradicionais que utilizam filmes (processos químicos
baseados em halogenetos de prata) para gravar e armazenar uma imagem, as câmeras
digitais usam um equipamento chamado sensor de imagem (image sensor). Trata-se de
chips de silício do tamanho de uma unha, também conhecidos como CCD (Charge-
Coupled Device), que contém diodos fotossensíveis, ou fotocélulas. No curto espaço de
tempo em que o obturador é aberto, cada fotocélula grava a intensidade ou brilho da luz
que a atinge por meio de uma carga elétrica; quanto mais luz, maior a carga. O brilho
gravado por cada fotocélula é então armazenado como uma série de números binários
que podem ser usados para reconstruir a cor e o brilho dos pontos da tela ou da tinta que
imprimirão a imagem a partir de uma impressora.
OS INVENTORES
Portanto, aqui está a diferença básica entre modelos de câmeras digitais (e seus preços):
a capacidade de resolução da imagem (e sua subseqüente qualidade e tamanho final).
Outras diferenças são pertinentes à quantidade de recursos disponíveis na câmera e seu
grau de automação ou possibilidade de ajustes manuais.
Voltando a falar sobre resolução, como vimos, os sensores de imagens contém uma teia
(ou grade) de fotocélulas, cada uma delas representando um pixel na imagem final -
assim a resolução de uma câmera digital é determinada pela quantidade de fotocélulas
que existem na superfície de seu sensor. Por exemplo, uma câmera com um sensor no
qual cabem 1600 (largura) x 1200 (altura) fotocélulas gera uma imagem de 1600 x 1200
pixels. Então, para efeito de terminologia e definição da capacidade de uma câmera,
dizemos simplesmente que ela tem uma resolução de 1600 x 1200 pixels, ou 1,92
megapixels.
Atualmente as câmeras mais simples geram arquivos de 640 x 480 pixels, enquanto
câmeras de capacidade média estão por volta de 1600 x 1200 pixels, e câmeras de ponta
produzem imagens de 2.560 x 1.920 pixels (perto de 5 megapixels). Importante notar
que isto se refere às câmeras amadoras, pois algumas profissionais já produzem mais de
seis milhões de pixels. Quanto maior a capacidade de resolução, geralmente maior
também o preço.
Outro detalhe importante é que quanto maior a imagem em pixel, maior o tamanho do
arquivo resultante. Por isso, normalmente as câmeras digitais possuem uma regulagem
para o tamanho do arquivo, dando a opção para o fotógrafo de escolher o modo de
resolução. Assim, se alguém vai capturar imagens para a WEB e possui uma câmera de
3.3 megapixels, pode regulá-la para gerar imagens de apenas 640 x 480 pixels, bem
mais fáceis de armazenar e lidar. Por exemplo, uma câmera de alta resolução, 2048 x
1560 pixels, gera uma imagem média em arquivo JPEG (depende das tonalidades e
intensidade de luz retratadas) de aproximadamente 1,2 MB (megabytes). Já na resolução
de 640 x 480 pixels, no mesmo formato JPEG, gerará um arquivo de apenas 220 Kb
(kilobytes), ou seja, menos de 1/5 do tamanho.
Apesar de quanto maior o número de fotocélulas num sensor melhores imagens serem
produzidas, acrescentar simplesmente fotocélulas à um sensor nem sempre é fácil e
pode resultar em problemas. Por exemplo, para se colocar mais fotocélulas num sensor
de imagem, o sensor precisaria ser maior ou as fotocélulas menores. Chips maiores com
mais fotocélulas aumentam as dificuldades de construção e os custos para o fabricante.
Fotocélulas menores, por outro lado, serão menos sensíveis e irão capturar menos luz
que as de um chip normal. Concluindo, colocar mais fotocélulas num sensor, além de
sua complexidade e alto custo, acaba resultando em arquivos maiores, de difícil
armazenamento. Por isso a constante corrida tecnológica entre os fabricantes na busca
de sensores de maior resolução, com qualidade e preço competitivo.
A tecnologia Foveon
Recentemente, em 2002, surgiu um novo tipo de sensor digital no mercado, o Foveon
X3, que por enquanto equipa apenas uma câmera digital, a Sigma SD9. Este sensor, do
tipo CMOS, é uma verdadeira revolução no mercado, pois apresenta os sensores de
imagem em camadas, e não mais num único nível com três fotocélulas diferentes para
capturar cada cor (como os CCDs comuns). A vantagem desse sistema, que aproveita a
capacidade do silício de absorver as ondas de luz, é que permite ao sensor funcionar
como um filme fotográfico (que também captura a luz em camadas, embora tenha como
sensor uma película química). Assim, cada pixel é formado por todas as cores, e não por
cálculos e interpolações entre as informações colhidas por três fotocélulas diferentes (o
que gera perdas). Teoricamente, com isso obtêm-se mais resolução, nitidez na imagem,
e melhor amplitude de cores, igualando ou até superando a qualidade da fotografia
convencional.
O Tamanho da Imagem
Vamos começar por uma pequena revisão do visto até aqui. Como já sabemos, a
qualidade da fotografia digital, tanto impressa como a apresentada na tela, depende
principalmente do número de pixels utilizados para criar a imagem (fator também
conhecido como resolução). Esse número, como vimos, é determinado pela quantidade
de fotocélulas existentes no sensor de imagem da câmera (algumas câmeras usam o
artifício de acrescentar pixels “artificiais”, inflando o tamanho da imagem, mas na
prática isso não funciona; apenas aumenta o tamanho da imagem à custa da qualidade).
As questões acima são pertinentes, pois é preciso cuidado com algumas propagandas de
câmeras digitais e também de scanners. Acontece que existem dois tipos de resolução, a
ótica e a interpolada. A resolução ótica é o número absoluto de pixels que o sensor da
imagem consegue capturar fisicamente durante a digitalização. Ou seja, corresponde
exatamente à realidade. Contudo, por meio de software incorporado na câmera
(qualquer programa editor de arquivos de imagem também pode fazer isso), é possível
“acrescentar” mais pixels fictícios, num processo chamado “interpolação”. Para isso o
software avalia os pixels ao redor de cada pixel que o cerca, para “imaginar” como
deveria ser um novo pixel vizinho em termos de cor e brilho. O que na prática nunca dá
certo - as imagens assim geradas apresentam geralmente inúmeras deficiências. O
importante é ter em mente que a resolução interpolada não adiciona nenhuma
informação à imagem – só acrescenta pixels que fazem o arquivo ficar maior. A
qualidade final da fotografia fica geralmente comprometida.
Contudo, como toda regra tem sua exceção, em nível de software hoje em dia já existe
um que realmente consegue a façanha. Ele não “imagina” nada. Realmente cria pixels
que funcionam. Só que não está embutido em nenhuma câmera digital, é vendido
somente para instalação em computadores - este incrível software, que recomendamos,
é o Genuine Fractals. Alguns fabricantes de câmeras digitais já estão distribuindo cópias
“lights” deste software especial junto com suas câmeras, como a Nikon.
Bits e Bytes
Já os bytes são grupos de 8 bits (agrupados para fim de processamento). Como cada
grupo de 8 bits também tem dois estados (ligado-desligado), e o total de informação
contido é 28 , ou seja, 256 combinações possíveis.
É interessante acrescentar ainda que kilobyte é uma medida que representa cem bytes,
enquanto um megabyte corresponde à mil bytes.
Resoluções de Monitor
A resolução de um monitor é definida por sua largura e altura em pixels. Por exemplo,
um monitor pode apresentar na tela 640 x 480 pixels, 800 x 600, 1024 x 768 pixels e
assim por diante. O primeiro número é o número de pixels ao longo da tela (largura), e o
segundo o número de linhas.
1 Isso gera confusão para muita gente, pois quando se salva um arquivo de imagem, a resolução é dada
em pixels por polegada, sendo um arquivo de alta resolução geralmente igual a 300 pixels por polegada,
ou seja, 300 dpi (que correspondem à capacidade máxima de impressão para impressoras de qualquer
tipo). Ora, numa impressora jato de tinta, cada pixel pode ser representado por vários pontos de
impressão, e portanto, mesmo que a resolução da impressora seja de 2880 dpi, na verdade essa
resolução diz respeito apenas a recursos para melhor representar cada pixel na resolução padrão de 300
dpi.
Reprodução das cores
Como se sabe, a luz não passa de uma forma de energia eletromagnética, relacionada
com o rádio, o radar, os raio-x, etc. Ela se propaga a partir de uma fonte de luz (de
lâmpadas ao nosso Sol) em movimentos retilíneos, descrevendo ciclos em forma de
ondas regulares que vibram perpendicularmente à direção de sua propagação. Embora
não seja de nosso interesse estudar física, é importante compreender algumas de suas
propriedades, principalmente em função das cores.
A luz, vista pelos olhos humanos, constitui uma faixa relativamente estreita de sua
energia magnética irradiada, que se distribui aproximadamente entre 400 e 700 nm2.
Esta faixa constitui o chamado espectro visível, e dentro dele cada comprimento de
onda produz um estímulo diferente na parte posterior de nossos olhos – assim são
percebidas as cores. A mistura de todos os comprimentos de onda do espectro visível é
o que chamamos de luz branca.
Antes dos 400 nm existe a chamada luz ultravioleta, invisível para a vista humana. A
partir dos 400 nm, a luz passa a ser perceptível, e é de um violeta profundo, tornando-se
azul na medida em que o comprimento da onda se aproxima de 450 nm. Esse azul vai
cedendo lugar à um verde azulado por volta dos 500 nm, e a partir dos 580 nm começa a
surgir o amarelo. Já nos 600 nm o amarelo vai passando para o laranja, e perto dos 650
nm, o vermelho vai escurecendo paulatinamente, até que a vista humana não consegue
mais enxergar a luz, que passa ao infra-vermelho.
É importante notarmos que tudo o que vemos (e pode ser fotografado), dependo dos
objetos que refletem os raios de luz, e que são tanto mais visíveis quanto mais próximos
estiverem de uma fonte luminosa. Isso tem conseqüências práticas importantes para a
fotografia em geral, principalmente em função da exposição correta (abertura do
diafragma e velocidade do obturador), e no caso da fotografia digital não é diferente, em
função da sensibilidade necessária para um sensor de imagem capturar as cores.
Existem diversas implicações no modo como as fotocélulas que compõem um sensor
percebem a luz, e como o chip do sensor processa essas informações, conforme veremos
adiante.
Um dos grandes problemas da fotografia em geral, desde os seus primórdios, sempre foi
o da captura correta das cores tais como as vemos na natureza, pois isso é praticamente
impossível de ser reproduzido por material fotográfico. A amplitude de cor existente na
natureza não pode simplesmente ser embalada por nenhum mecanismo humano, exceto
os nossos próprios olhos.
Nas primeiras emulsões fotográficas, em branco e preto, apenas os objetos azuis eram
percebidos pelo filme, ficando os de outras cores invisíveis. Mais tarde surgiu o filme
orthocromático, que chegava até o verde, ignorando os tons laranja e vermelho.
Finalmente, com o pancromático, as fotos passaram a cobrir quase todas tonalidades,
mas com limitações. Os filmes a cores também sempre sofreram do mesmo problema,
principalmente na hora de copiar a imagem em papel fotográfico. De qualquer modo,
até hoje nenhum tipo de filme conseguiu cobrir com perfeição as cores da natureza.
RGB
As cores na imagem fotográfica apresentada no monitor de um computador diferem em
muito das cores naturais. Na verdade, são mais uma simulação de cores de modo a
“enganar” a vista humana, e permitir que nós enxerguemos as cores na tela.
As cores num monitor são baseadas em três cores primárias – vermelho, verde e azul
(em inglês; red, green and blue, ou RGB). Este modo é chamado aditivo, porque quando
as três cores são combinadas em quantidades iguais, formam o branco. O sistema
aditivo é utilizado sempre que a luz é projetada para formar cores, como em monitores.
Assim, num monitor, cada pixel é composto por um grupo de três pontos, cada um de
uma cor (vermelha, verde e azul).
O grande problema com os monitores para a fotografia digital, é que existem centenas
de modelos de monitores, cada um com um modo próprio de apresentar cores na tela. É
importante estudarmos o que fazer a respeito, pois de repente, vemos uma foto linda em
nosso monitor, e quando é impressa (seja numa impressora caseira ou num laboratório
fotográfico), temos uma decepcionante foto descolorida ou com cores fortes demais...
2 Os filmes em transparência, ou slides, conseguem maior amplitude de cor que os de negativo impressos
em papel fotográfico
Como já salientei antes, fotógrafos experientes sabem que slides tem mais contraste e
riqueza de cores do que as fotos impressas. Isso acontece porque os slides são vistos por
luzes transmitidas, enquanto as fotos são vistas por luz refletida. O mesmo é verdadeiro
para uma tela de monitor e uma imagem impressa.
De qualquer modo, existem cores que nunca aparecem corretamente, do mesmo modo
como dificilmente um laboratório de fotografia tradicional envia cópias idênticas de um
mesmo negativo em datas diferentes... O jeito é o fotógrafo se conformar com as
pequenas diferenças - afinal, desde que fotografia existe, esse problema nunca foi
completamente solucionado.
Sistemas de gerenciamento de cor são projetados para manter as cores das imagens o
mais consistentes possíveis entre os processos de escaneamento ou digitalização da
imagem, apresentação na tela e impressão. Isto pode ser uma dor de cabeça para muita
gente, e sem dúvida é o maior entrave ao uso da imagem digital por parte dos leigos.
Nada pior que você olhar na tela uma linda foto colorida, e imprimi-la apenas para ver
no papel uma foto que parece ter sido feita
com um filtro cinza em frente à objetiva.
Ambiente de trabalho
O ideal ao se trabalhar num determinado monitor, seria utilizar sempre da mesma luz
ambiente. Se você costuma editar suas fotos digitais com a lâmpada comum do teto, de
100 watts, se abrir a janela ou trocar a lâmpada por uma de 60 watts, estará
comprometendo seu gerenciamento de cor. Pequenas mudanças de luz ambiente geram
grandes diferenças nas cores que você percebe em seu micro.
Uma vez que o modelo de cor tenha sido estabelecido (monitor e luz ambiente), uma
parte do trabalho está feita, mas e quando a foto muda de um ambiente de cor para
outro? Por exemplo, quando passa do monitor (modelo RGB) para a impressora
(modelo CMYK)? Um perfil de cor é usado justamente para relacionar diferentes
modelos de cores como esses. Então, para tudo funcionar corretamente, o software
usado no computador para visualizar e otimizar as fotos deve ser capaz de incorporar a
transferência de perfis de cores das imagens.
Por exemplo, quando uma luz vermelha na tela é enviada para a impressora como uma
série de números 255,0,0 (valores que identificam a cor para o monitor, sendo cada cor
representada numa escala de 0 a 255), a impressora usa o perfil de modo que a cor será
impressa corretamente. Esse valor deve ser convertido para CMYK (isso é feito por uma
tabela), e seguindo o exemplo acima do vermelho, para 0,100,100,0 (valores de cor para
impressoras variam de 0 a 100 para cada cor, mais preto).
Então, para tudo funcionar corretamente seu software deve ser capaz de incorporar a
transferência de perfis de cores das imagens.
Com o espaço de cor do monitor definido, o software editor de imagens, por sua vez,
deve reconhecer esse ambiente do monitor, e ao abrir um arquivo digital transferido de
uma máquina fotográfica, imediatamente o converter para o espaço de cor adequado do
computador, ou fazer as conversões necessárias para apresentar as cores corretamente.
Para imprimir, a mesma coisa. Será necessário configurar o software editor de imagens
para usar perfil de cor de sua impressora, assim, na hora de imprimir, o programa
converte novamente as informações de cores para que sejam impressas.
Portanto, também no caso da impressora, mais uma vez é fundamental o usuário dispor
de equipamentos que venham com os drivers para o funcionamento correto. Muita
gente, quando compra equipamentos, por desconhecimento não exige os arquivos que
configuram o espaço de cor, ou não dá atenção aos CDs e/ou disquetes com essas
informações. No momento de trabalhar com imagens ou imprimir, contudo, é
fundamental que tudo esteja corretamente instalado e configurado.
Por outro lado, um software editor de imagens é indispensável para quem quer trabalhar
seriamente com fotografia digital. Mais adiante daremos algumas dicas do Adobe
Photoshop, sem dúvida um dos melhores programas do gênero, para otimizar as
fotografias tiradas por câmeras digitais. Além desse software, podemos citar outros
interessantes, como o Paint Shop Pro, o PhotoBrush, o Corel Photo-Paint, e a própria
versão light do Photoshop, voltado para amadores, o Adobe Elements.
Cores Subtrativas
Na saída da impressora, cada pixel é formado por pequenos pontos de ciano, magenta,
amarelo e tinta preta. Quando esses pontos se sobrepõem, várias cores são formadas.
Dos Cinzas Nascem as Cores
Já os sensores de imagens das câmeras digitais, que trabalham com o modo de cores
RGB, o mesmo dos monitores, gravam apenas em escala de cinzas – uma série de 256
tons de cinza que vai do branco puro ao preto puro. Basicamente, só capturam o brilho.
Como então os sensores capturam cores quando tudo o que fazem é gravar cinzas? A
resposta está no uso de filtros azuis, verdes e vermelhos para separar as luzes refletidas
de um objeto colorido. Existem alguns modos de se fazer isso:
Três partes separadas do sensor de imagem podem ser usadas, cada uma com seu
próprio filtro. Deste modo cada parte do sensor captura a imagem numa única
cor.
Três exposições separadas podem ser feitas, mudando o filtro a cada vez. Deste
modo, as cores são “pintadas” no sensor.
Filtros podem ser colocados em fotocélulas individuais para que cada uma
capture uma das cores. Neste modo, 1/3 da foto é capturada em luz vermelha,
outro 1/3 em azul e o 1/3 restante em verde.
Canais de Cores
Cada uma das cores de uma imagem podem ser controladas independentemente e isto é
chamado canal de cor. Se um canal de 8 bits de cor é usado para cada cor num pixel –
vermelho, azul e verde – as três cores combinadas somam 24 bits de cor. Na seqüência
na página anterior, observamos três imagens de uma mesma foto, cada uma delas
apresentada num único canal de cor (utilizei o Photoshop para este exemplo). Observe
as diferenças, de como o computador trata cada um dos canais.
Armazenamento da imagem
Imagens em bitmap são formadas por pixels e são definidas por suas dimensões (em
pixels) bem como pelo número de cores incorporadas. Por exemplo, quando se amplia
uma pequena área de uma imagem de 640 x 480 pixels, os pequenos pixels misturam-se
a tons contínuos do mesmo modo que fotos ampliadas num jornal apresentam uma
mistura de pontos indefinidos. Cada um dos pequenos pixels pode ter uma escala de
cinza ou uma cor. Utilizando-se 24 bits de cor, cada pixel pode assumir qualquer uma
das 16 milhões de cores possíveis. Todas as fotografias e pinturas digitais são em
bitmaps, e qualquer tipo de imagem assim pode ser salva ou exportada. De fato, quando
se imprime qualquer formato de imagem numa impressora laser ou jato de tinta, a
imagem é primeiro convertida (rasterized) tanto pelo computador como pela impressora
em bitmap, de tal modo que seja impresso em forma de pontos.
Formatos de imagens
Como formatos próprios são limitados, os formatos para transferência são projetados
para possibilitar que as imagens possam ser abertas por praticamente qualquer
programa. Alguns se tornaram assim padrões – qualquer aplicativo pode abri-los e
salvar imagens com sua extensão.
Compressão
Existem dois modos de compressão – com ou sem perda – e a fotografia digital utiliza
os dois modos.
A chamada lossless compression (menos perda) comprime uma imagem de tal modo
que a qualidade é mantida. Embora pareça a ideal, não proporciona redução
significativa do arquivo, que geralmente fica reduzido a um terço do tamanho original.
O padrão mais utilizado é o LZW (Lempel-Ziv-Welch), que tanto em arquivos GIF
como TIFF produz compressão de 50 a 90%.
A maioria das câmeras digitais utiliza o sistema de compressão com perda, já que o
espaço para armazenagem de imagens é extremamente complicado e caro (falaremos
dos cartões adiante) e, em geral, a qualidade é mantida por meio do JPEG em qualidade
máxima de compressão. O formato descarta informações não importantes da imagem.
Por exemplo, se grandes áreas do céu são azuis, só o valor de um pixel precisa ser salvo
– quando a imagem é aberta, aquele valor é aplicado para todo o conjunto (por isso os
tamanhos de arquivos comprimidos variam muito, pois dependem de quanta informação
de cor existe na imagem).
Contudo, como a qualidade é afetada pelo grau de compressão, para o usuário mais
exigente e para profissionais, as câmeras mais avançadas permitem que se opte pela
imagem em TIFF (o que obriga a um cartão de memória de grande capacidade).
JPEG
A primeira é que o JPEG utiliza um esquema de compressão que sofre perdas, mas o
grau de compressão (e conseqüente perda de qualidade) pode ser ajustado. Em resumo,
muita compressão, muita perda, pouca compressão, pouca perda.
A segunda é que este formato suporta 24 bits de cores. Já o formato GIF, o outro tipo de
arquivo muito utilizado na Internet suporta apenas 8 bits.
Um detalhe importante é que se uma foto em JPEG for aberta e depois salva novamente,
cada vez que é salva torna a ser comprimida, o que gera mais perda. Portanto, a perda de
qualidade é acumulativa. Para evitar que uma imagem vá se deteriorando, deve-se abri-
la e tornar a salvá-la o menos possível. Uma recomendação quando se trabalha com
imagens em JPEG é salvar um original em TIFF (formato sem compressão como
veremos adiante), e sempre que for necessário trabalhar nesse formato, para somente no
momento de enviar a foto ou disponibilizá-la por outros meios (como a WEB) gravar a
imagem em JPEG.
O formato de imagem JPEG pouco tem mudado desde que surgiu. Contudo,
recentemente se trabalhou num novo projeto de formato JPEG pelo Digital Imaging
Group (DIG).O novo formato JPEG tem 20% a mais de compressão com menos perda
de qualidade, ou seja, ficou ainda melhor. Contudo, ainda não está sendo utilizado pelos
softwares mais importantes. Sua extensão pode ser J2K ou JP2.
TIFF
O formato TIFF (Tag Image File Format), foi originalmente desenvolvido para salvar
imagens capturadas por scanners e para uso em programas editores de imagens. Este
formato, sem compressão e sem perda de qualidade, é largamente aceito e praticamente
reconhecido por qualquer software e sistema operacional, impressoras, etc. Além disso,
é o formato preferido para aplicações em editoração eletrônica. O TIFF também é um
modo de cores de 24 bits.
CCD RAW
Quando um sensor de imagem captura informação que gera uma imagem, algumas
câmeras digitais permitem que se salve um arquivo não processado, ainda “cru” (por
isso é chamado RAW). Este formato contém tudo o que a câmera digitalizou. O motivo
para seu uso é livrar o processador da câmera digital da tarefa de realizar os cálculos
necessários para otimização da imagem digital, possibilitando que
isso seja feito no computador. Uma imagem em RAW terá, depois
de aberta no computador e otimizada, de ser salva num formato
qualquer para ser utilizada.
Aqui uma observação importante: de qualquer modo, utilize a câmera que for, o
fotógrafo mais exigente terá que aprender a conviver com softwares editores de imagens
de modo a corrigir pequenos problemas de processamento incorreto gerado no arquivo
da imagem pela câmera digital - os processadores desta sempre serão mais limitados do
que os dos computadores, e assim, a imagem sempre terá algum trabalho a ser feito. O
básico sobre o que fazer e como fazer veremos adiante.
GIFs (.GIF)
O formato GIF (Graphics Interchange Format) é amplamente usado na Internet, mas
principalmente para artes e desenhos, não para fotografias. Este formato armazena
apenas 256 cores numa tabela chamada “palette”. Contudo, em termos de fotografia,
podemos deixá-lo de lado a não ser que se pretenda exibir uma animação – no caso, o
GIF funciona bem para isso.
Mais como curiosidade, existem duas versões do GIF na Web; o original GIF 87a e uma
nova versão mais nova, a 89a. Ambas utilizam um processo chamado interlacing
(entrelaçado) – as imagens são armazenadas em quatro passadas ao invés de uma, como
na versão antiga. Assim, quando a imagem é exibida num browser, vai surgindo uma
linha por vez. Outra característica importante é que o fundo pode ser transparente, para
isso é preciso especificar que cor da tabela será assim considerada; quando o browser
abrir a imagem, substituirá a cor selecionada como transparente pelo que estiver sendo
apresentado na janela do browser sob a imagem.
Quanto à animação, uma imagem em GIF consegue simular um pequeno filme, o que
pode tornar interessante para uso com fotos. Só que a resolução tem que ser baixíssima,
e a qualidade muito ruim, já que apenas 256 cores serão apresentadas (ou até menos).
Caso contrário, será muito demorado de carregar a imagem e o visitante pode se
desinteressar.
Cartões de memória
Muito bem, agora que já se tem uma idéia de como uma máquina fotográfica digital
captura e salva a imagem, vamos tocar num ponto muito importante: o armazenamento
das fotos.
Gravar as fotografias (como arquivos de imagem) é uma das tarefas mais difíceis e
(ainda) limitantes para um equipamento digital. O problema é que fotografias em alta
resolução, com qualidade para ser impressa em tamanhos razoáveis, formam arquivos
muito grandes.
Este é, de fato, ainda um dos fatores não resolvidos da fotografia digital. Para se ter
melhor idéia, vamos relacionar formatos de arquivos, resoluções de fotos e tamanhos
estimados de arquivos:
Tamanho
Formato Resolução
(estimado)
TIFF 2048x1536 9,0 MB
JPEG 2048x1536 1,2 MB
JPEG 1600x1200 0,7 MB
JPEG 640x480 0,2 MB
Como se observa pela tabela acima, para se tirar 36 fotografias no formato TIFF em alta
resolução (o que corresponderia a quantidade de fotos de um filme tradicional) seriam
necessários nada mais nada menos que 324 MB de espaço num cartão de memória. Sim,
já existem cartões dessas dimensões, mas ainda custam muito caro. Para baratear custos,
os fabricantes costumam entregar, junto com a câmera, cartões digitais de 8 ou 16 MB
de capacidade. Muito pouco, como se percebe, quando se fala em altas resoluções.
Contudo, quando a idéia são fotos para a Internet, tipo 640 x 480 pixels (que
representam arquivos por volta de 10 kbs), pode-se tirar centenas de fotos num cartão de
memória de 8 MB.
Com câmeras tradicionais, o filme é utilizado tanto para gravar como armazenar a
imagem. Com câmeras digitais, equipamentos separados realizam essas duas funções. A
foto é capturada pelo sensor de imagem, e depois gravada num equipamento de
armazenamento.
Praticamente todos os novos modelos de câmeras digitais usam alguma forma de mídia
de armazenamento removível, normalmente cartões de memória flash. Também são
usados pequenos discos rígidos e até mesmo disquetes.
Qualquer que seja o tipo utilizado, a câmera permite que se
remova o equipamento quando este ficar com o espaço de
armazenamento completo e que se insira outro. O número de
imagens que se pode gravar até completar o espaço
disponível depende de uma série de fatores:
O número de imagens a ser armazenada é importante porque uma vez que se atinja esse
limite não há outra escolha senão parar de tirar fotos ou apagar algumas já feitas de
modo a criar espaço. O quanto de espaço o usuário precisa depende parcialmente do uso
que pretende da câmera.
Em comum:
Diferenças:
Discos magnéticos tem partes móveis, enquanto cartões de memória flash não
Discos magnéticos são geralmente mais baratos (por foto armazenada) e mais
rápidos
Cartões de memória são menores, mais leves e menos sujeitos a danos
Cartões de memória flash consomem pouca energia, ocupam pouco espaço e são muito
robustos. São também muito convenientes, fáceis de transportar e trocar conforme o
necessário.
PC Cards
CompactFlash
SmartMedia
xD Cards
MemorySticks
Multimedia Cards
Seja como for, eles eram usados na maioria dos computadores tipo notebook e logo em
algumas câmeras. Mais ou menos do tamanho de um cartão de crédito, PC Cards
vinham com uma grande variedade de modelos e espessuras, mas eram os do tipo I e II
os usados para memória flash.
Cartões SmartMedia
O modelo SmartMedia é o maior competidor para o CompactFlash e é usado por alguns
importantes fabricantes. Também é baseado na arquitetura ATA. A maior vantagem do
SmartMedia é a simplicidade; não passa de um chip tipo flash num cartão. Não contém
controladores nem circuitos de suporte, o que resulta numa miniaturização de acordo
com os interesses do fabricante. O problema com esta abordagem é que são necessárias
funções de controle, que precisam então ser construídas na câmera, assim
compatibilidade entre velhos modelos e novos modelos não fica garantida.
Cartões MultiMedia
Um cartão MultiMedia pesa menos que duas gramas e é do tamanho de um selo postal.
Idealizado inicialmente para telefones celulares e pagers, outros mercados como
fotografia digital e tocadores de música MP3 o adotaram principalmente pelo tamanho
reduzido. Capacidade varia muito, e pode chegar até 1 GB
Discos magnéticos
Disquetes
Um dos mais antigos e baratos meios de armazenagem de informação continua sendo o
velho disquete. Difícil encontrar um computador sem um drive para ele. A grande
vantagem é a simplicidade e o uso universal, sem a necessidade de instalação de
softwares, drivers ou qualquer outro recurso para se acessar a imagem. Contudo, a
grande desvantagem é o espaço extremamente limitado de armazenagem.
Discos rígidos
Um dos pontos fracos dos cartões de memória CompactFlash é a capacidade de
armazenamento relativamente pequena. Para câmeras digitais de alta resolução, isso é
um problema grave. Uma solução é o uso dos ultra-rápidos discos rígidos, iguais aos
dos computadores mas em tamanho miniatura. A solução é da IBM, que criou o
Microdrive, um disco rígido do tamanho de um cartão de memória flash, e que pode ter
até 1 GB de espaço para armazenamento.
Transferindo arquivos
Vamos agora ao que mais interessa na prática ao fotógrafo, ou seja, uma vez feita a
foto, como transferi-la para o computador, otimizá-la através de software e depois
armazená-la adequadamente.
Assim, bastará clicar sobre o ícone de E: para acessar o cartão da câmera diretamente do
computador. Depois basta selecionar e arrastar os arquivos de fotos (como se faz para
copiar ou mover arquivos entre pastas
do Windows, por exemplo) para
transferir as fotos para o disco rígido.
Gerenciando fotos
Logo que você começa a trabalhar com imagens digitais, vai se deparar com o problema
de como encontrar rapidamente aquela fotografia do aniversário de seu filho. Ou das
últimas férias. E assim por diante. Isso porque, se num álbum real a gente reconhece as
fotos enquanto vai folheando as páginas, no computador a coisa é um pouco diferente.
Quem está acostumado a organizar seus arquivos de texto ou outro tipo qualquer já tem
noção de alguns princípios de organização. Normalmente a gente adota pastas com
nomes adequados para cada assunto, e vai colocando os arquivos pertinentes dentro de
cada pasta.
Existem inúmeros softwares para gerenciar imagens num micro. Alguns interessam
apenas a amadores, que pretendem visualizar pequena quantidade de imagens na tela,
outros são projetados para profissionais, permitindo gerenciar extensos bancos de
imagens por palavras-chave, inclusive por meio de servidores na Internet.
E se você for levar mesmo fotografia digital a sério, outra recomendação fundamental é
adquirir um gravador de CD-ROM. Assim, é possível armazenar uma quantidade
ilimitada de imagens, mesmo em alta resolução, gravando-se em CDs.
Antes de prosseguirmos, se você quer ver em seu sistema a cor correta de uma foto,
deve configurar o sistema operacional, como o Windows, para apresentar o modo “True
Color” na tela do monitor (se sua placa de vídeo suportar isso). Vá ao painel de
controle, e entre em propriedades do monitor. Na caixa de diálogo, entre com a maior
capacidade de cores que tiver o driver da placa (true color, ou 24 bits, ou ainda 36 bits).
Em high color (12 ou 16 bits) a imagem ainda não está ideal.
Como bits e cores se relacionam? É simples aritmética. Para calcular quantas diferentes
cores podem ser capturadas ou apresentadas na tela, simplesmente use exponenciação.
Por exemplo, 8 bits de cores corresponderão a 28 = 256 cores.
Imagens em preto e branco requerem somente 2 bits para indicar que pixels serão
brancos e quais serão pretos. Escalas de cinza exigem 8 bits para apresentar 256
diferentes tons de cinza. Imagens coloridas são mostradas utilizando-se 4 bits (16
cores), 8 bits (256 cores), 16 bits (65 mil cores, este é o chamado High Color), e 24 bits
(16 milhões de cores). Algumas câmeras e monitores podem apresentar até 30 ou 36
bits. Esta informação extra serve para melhorar ainda mais as cores, mas é processada,
no final, em 24 bits de cor no máximo. A própria vista humana jamais enxergará esses
milhões de cores que o computador pode oferecer...
Editando as imagens
Para isso, utilizam-se programas específicos para correção de detalhes, que vão de
problemas simples (como olhos vermelhos, brilho, contraste) a mais sofisticados (como
correção de cores por canais individuais, etc).
Se o usuário é amador, ou seja, não tenha necessidade de enviar a foto para impressão
em revistas ou uso publicitário, softwares simples resolvem os pequenos problemas.
Contudo, se você é um fotógrafo mais exigente, ou profissional, então o jeito é adotar o
Adobe Photoshop.
Ajustando a imagem
Normalmente, as fotos tiradas por câmeras digitais gravam imagens com resolução de
72 dpi (seja em JPEG ou TIFF). Ocorre que essa é uma opção para uso no vídeo
(WEB), então o primeiro passo, quando se abre um arquivo recém-chegado da câmera, é
converter a imagem para 300 dpi.
Vejamos um exemplo prático. Quando abro uma foto vinda diretamente da minha
câmera digital no Photoshop, ela aparece configurada para 72 dpi. Ora, como essa
imagem tem 2048 x 1536 pixels, se eu imprimir diretamente isso surgirá uma imagem
de 72,25 x 54,19 cms em baixa resolução! Então, basta mudar para 300 dpi, que a
impressão surgirá correta, em alta resolução e no tamanho de 17,34 x 13 cms.
Como os pixels armazenados num arquivo de imagem não têm tamanho físico ou
formato, não é de estranhar que o número de fotocélulas não indique por sí mesmo a
definição da imagem ou mesmo seu tamanho. Isso porque as dimensões de cada pixel
capturado e a imagem da qual faz parte são determinados pelo equipamento de saída.
Este equipamento de saída (digamos um monitor ou um impressora), por sua vez, pode
expandir ou contrair os pixels disponíveis na imagem por uma pequena ou grande área
da tela ou do papel de impressão.
Se os pixels de uma imagem são comprimidos numa área menor, a nitidez perceptível
ao olho humano aumenta. Imagens em alta resolução apresentadas em monitores ou
impressas parecem mais nítidas porque os pixels disponíveis na imagem são agrupados
numa área menor – não porque existam mais pixels. Se os pixels são ampliados,
passando assim a mesma imagem a cobrir uma área maior, a percepção de nitidez da
imagem diminui. E se aumentarmos a imagem além de certo ponto, os pixels passam a
parecerem quadrados.
Assim, como no exemplo citado quando abrimos o arquivo da foto recém tirada, ela
aparece com 72 dpi, o que expande a imagem para aquele tamanho enorme de mais de
meio metro, e com certeza torna a foto completamente tomada por visíveis pixels
quadrados.No momento em que determino que a saída deve ser de 300 dpi (a maior
resolução possível), os pixels se agrupam corretamente para o olho humano, e a imagem
a ser gerada diminui para os pouco mais de 17 centímetros.
A imagem no monitor
Assim, a quantidade de pixels por polegadas (ppi) que aparece num monitor de
computador depende da resolução utilizada, já que serão necessários muito mais pixels
num monitor de 14 polegadas numa resolução de 1024x768 do que numa de 640x480.
Do mesmo modo que a resolução da tela afeta o tamanho da imagem, assim acontece
com o tamanho do monitor. Se você tiver um monitor de 14 polegadas e outro de 21
polegadas, e usar a mesma resolução nos dois, digamos, 800x600 pixels, as imagens
aparecerão de tamanhos bem diferentes, pois os pixels (como não tem dimensão), irão
se acomodar para preencher todo o espaço da tela. Assim, uma mesma imagem em
800x600 pixels, no monitor de 14’ aparecerá nítida, enquanto no de 21’ poderá se
apresentar sem nitidez nenhuma.
Normalmente o usuário não tem como mudar o número de pixels de uma imagem para
assim mudar o tamanho da imagem impressa. Esta tarefa é gerenciada pelo software que
se utiliza para imprimir a imagem. Portanto, a primeira coisa a ser checada é se a
imagem terá a resolução correta (de 300 dpi) no tamanho que você pretende imprimir.
Aqui, uma dica. Se você estiver imprimindo na sua impressora caseira, pode conseguir
um maior tamanho de imagem sem praticamente nenhuma perda de qualidade
observável se colocar uma resolução de até 267 dpi. Menos que isso já surgirão
problemas com a qualidade da imagem. Agora, se estiver mandando para um laboratório
para impressão em papel fotográfico tradicional, terá que usar os 300 dpi, pois as
máquinas são geralmente calibradas para essa definição.
Então, um exercício; qual o maior tamanho que se pode imprimir, sem perda, uma
imagem com 2048 x 1536 pixels e 300 dpi?
Uma vez ajustada a largura, qualquer programa ajusta automaticamente também a altura
(1536 pixels). Mas se quiserem fazer a conta, (1536/300=5,12) depois
(5,12x2,54=13,00). Resposta, 13 cms. A fotografia será impressa em alta resolução, sem
perdas, no tamanho de 17,33 x 13,00 centímetros.
Imprimindo em papel
fotográfico
Algumas impressoras jato de tinta já imprimem com grande qualidade, enquanto achar
papel tipo fotográfico e ou de melhor qualidade para essa finalidade está ficando a cada
dia mais fácil – as principais papelarias já oferecem uma ampla gama de escolha.
Quanto às impressoras, existem vários modelos projetados inclusive para lidar com
imagens digitais.
Imprimindo fotos
É preciso citar, contudo, um tipo de impressora, que pelo custo e dificuldade de ser
encontrada no mercado nacional, ainda não é conhecida pela maioria das pessoas, que é
a por sublimação (dye sub). Essa impressora, específica para imprimir apenas fotos,
consegue qualidade superior de impressão, comparável com a obtida por laboratórios.
Na maioria das impressoras (dye sub são exceção), cada ponto impresso tem a mesma
densidade de cor. Se uma impressora combinar somente essas cores sólidas, pode ficar
limitada às cores primárias. Para capturar os milhões de cores de uma fotografia, a
impressora tem que usar um recurso para enganar a vista humana, gerando um padrão
aceitável de pontos para visualização. Este processo é chamado de halftoning ou
dithering (meio tom).
Este processo é utilizado faz muito tempo em impressão industrial, e pode ser percebido
se você olhar uma fotografia de revista com uma lupa.
Até recentemente, para qualquer tipo de saída, a imagem precisava passar pelo
computador. Isso está mudando conforme se pode enviar imagens capturadas pela
câmera diretamente para a Internet ou impressora (embora eu não recomende isso, pois
como vimos, as fotos sempre precisam de correções).
As impressoras jato de tinta funcionam jogando minúsculas gotas de tinta sobre uma
superfície de papel. No mercado atual, esta tecnologia é de baixo custo e indicada para
impressão doméstica ou de baixo volume. Apesar do custo baixo, a qualidade de
impressão, principalmente dos últimos modelos, é excelente, principalmente com papéis
especiais para fotos.
Embora possa imprimir fotos em papel comum, as gotas serão em parte absorvidas na
folha, como num mata-borrão, perdendo qualidade de cor e tons, principalmente se o
papel for tipo absorvente. O ideal para imprimir fotos é utilizar um papel próprio para
isso.
Quando se imprimem fotografias coloridas, não existe nada parecido com o resultado
obtido por este tipo de impressora. Produzem imagens fotorealísticas com tons
contínuos como os que são produzidos pelo laboratório de fotos. As impressoras desse
tipo são recomendadas para profissionais de desktop publishing, agências e bureaus para
provas, lay-outs e apresentações.
Quando a imagem é escaneada, uma fonte de luz desliza sobre a foto (ou documento
impresso). Alguns modelos fazem o contrário, “puxam” o documento pela fonte. A
fonte de luz reflete a superfície da foto (ou documento), ou passa através do slide ou
negativo, sendo focado por um sistema ótico (lente e espelho).
Alguns scanners são projetados para escanear fotos e documentos – operam por
reflexão. Outros são desenhados para lidar com transparências (slides e negativos).
Ainda existem os que são basicamente para documentos mas possuem adaptadores para
transparências, contudo, a qualidade nesse caso geralmente costuma ser inferior.
Como estudamos anteriormente, cenas do mundo real são cheias de luzes brilhantes e
sombras fortes. Estes extremos são chamados de dynamic range, ou amplitude de cores.
Os filmes não tem de modo algum a amplitude de cores que se observa na natureza,
assim sempre é uma tarefa difícil capturar uma cena real num filme. E quando o filme (a
foto) é impressa, perde ainda mais qualidade. Por isso é melhor escanear originais
(negativos e slides) do que imagens já impressas.
O dynamic range de um scanner pode ser medido e determinado num número entre 0.0
(branco) e 4.0 (preto) que indica a capacidade de capturar todos os valores
intermediários. Scanners comuns (flatbed) normalmente registram valores entre 0.0 e
2.4. Os novos equipamentos de 30 ou 36 bits podem alcançar por volta de 3.0,
apresentando melhores detalhes nas áreas sombreadas.
Embora a densidade da imagem varie do puro branco ao puro preto, nenhum detalhe
pode ser visto nessas áreas. Conforme você progride do puro branco para áreas
levemente escuras, os detalhes aparecem. O mesmo ocorre do outro lado do espectro. O
ponto no qual o scanner captura o detalhe é chamado Dmax (densidade máxima). O
dynamic range é calculado subtraindo-se a densidade mínima (Dmin) da máxima. Por
exemplo, se um scanner tem um Dmin de 0.2 e um Dmax de 3.2, o dynamic range é de
3.0.
Profundidade de cor
A qualidade das cores numa imagem escaneada não depende apenas da profundidade
mas também de seu “registro”. Desde que as cores são capturadas por diferentes
sensores em intervalos de tempo diversos, podem não combinar perfeitamente na hora
da mesclagem. Isso aparece na forma de manchas ao redor de detalhes da imagem.
Os scanners para slides e negativos têm muito mais qualidade do que os de papel porque
possuem uma amplitude de cores (dynamic range) maior. Utilizando-se um adaptador
para rolos de filmes (filmstrip holder), pode-se escanear em seqüência seis ou mais fotos
com excelentes resultados.
Como slides e negativos são menores e precisam ser muito ampliados, estas unidades
precisam ter resoluções altas para serem úteis. Alguns dos melhores scanners de filmes
utilizam um software chamado Digital ICE que elimina poeira e sujeira da superfície do
fotograma escaneado.
Scanners de mesa
Os chamados scanners de mesa (flatbed scanners) são úteis tanto para imagens branco e
preto como coloridas. São excelentes para restauração de fotografias antigas. E uma das
vantagens do scanner de mesa é que são pau para toda obra, podendo copiar
documentos de todos os tipos e ainda utilizar o OCR (reconhecimento de texto).
E quando o preço e qualidade não são problemas, o ideal é usar scanner cilíndrico.
Nestes modelos, a transparência (slide ou negativo) ou ainda a foto já impressa são
fixados num cilindro de vidro. Conforme o cilindro gira, a imagem é lida uma linha por
vez num tubo fotosensível ao invés de um CCD. Estes equipamentos permitem a mais
alta qualidade de RGB e CMYK com grandes detalhes tanto nas partes claras como em
áreas sombreadas. O dynamic range é tão alto que você pode capturar detalhes ínfimos
em tonalidades, e a resolução chega a valores altíssimos, impossíveis de serem obtidos
em outros equipamentos. Contudo, somente bureaus e empresas podem ter scanners
cilíndricos, pois o custo chega a valores de milhares de dólares. Assim, quando se
necessitar de escaneamento de alta qualidade, o melhor é procurar uma empresa
especializada para o serviço.