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Profº. Dr.

Diorge de Souza Lima


diorgelima@unifesspa.edu.br
Capítulo 1 – Aspectos Relacionado a QEE e os
Componentes do SEP
1.3 Qualidade da Energia Elétrica

1.4 Principais Componentes do SEP

1.5 Representação do Sistema Elétrico

1.6 Estudos e Análises no SEP

3
Qualidade da Energia Elétrica
O termo qualidade de energia, refere-se a uma grande
variedade de fenômenos eletromagnéticos que caracterizam a
tensão e a corrente em um dado instante e em uma dada
localização no sistema de energia.

O SEP é projetado para fornecer tensões perfeitamente


equilibradas, senoidais, com amplitude e frequência constantes.

Estabelecido os procedimentos relativos à qualidade da


energia elétrica - QEE, abordando a qualidade do produto e a
qualidade do serviço.
Qualidade da Energia Elétrica
1 – Tensão em Regime permanente;
2 – Fator de Potência;
Qualidade 3 – Distorções Harmônicas;
do 4 – Desequilíbrio de Tensão;
5 – Flutuação de Tensão;
Produto 6 – Variação de Frequência;
7 – Variação de Tensão.
Energia
Elétrica 1 – DIC: Duração de Interrupção Individual;
2 – FIC: Frequência de Interrupção Individual;
3 – DMIC: Duração Máxima de Interrupção
Contínua;
Qualidade 4 - DICRI: Dur. de Interrupção Individual
do Serviço (Dia Crítico);
5 – DEC: Dur. Equivalente de Interrupção;
6 – FEC: Freq. Equivalente de Interrupção
Qualidade da Energia Elétrica
1 Tensão em Regime Permanente
São estabelecidos os limites
adequados, precários e críticos
para o sistema de distribuição em
regime permanente.

Crítica
Precária
Adequada

Adequada

Precária

Crítica
Qualidade da Energia Elétrica
2 Fator de Potência
• O FP deve ser calculado a partir
dos valores de potência ativa e
reativa (P e Q) ou (EA e ER).
• Para as Ucs com tensão inferior a 230kV, o FP deve estar
compreendido entre 0,92 e 1,00 (indutivo ou capacitivo).

• O excedente de reativo deve ser calculado com auxilio de


equações definidas em regulamento específico da ANEEL.
Qualidade da Energia Elétrica
3 Distorções Harmônicas
• São fenômenos associados a deformação nas formas de ondas das
tensões e correntes em relação à fundamental.
• Devido a cargas não-lineares.
Qualidade da Energia Elétrica
4 Desequilíbrio de Tensão
• É caracterizado por qualquer diferença verificada nas amplitudes
entre as tensões de fase de um determinado sistema trifásico (ou
na defasagem elétrica de 120º).
Qualidade da Energia Elétrica
5 Flutuação de Tensão
• É caracterizado pela variação aleatória (repetitiva ou esporádica)
do valor eficaz ou de pico da tensão instantânea.

• Variações de tensão sistemáticas e intermitentes dentro de uma


faixa entre 95% e 105% da tensão nominal.
Qualidade da Energia Elétrica
6 Variação na Frequência
• São pequenos desvios momentâneos do valor da frequência fundamental da
tensão (devido ao desequilíbrio entre a geração e a demanda solicitada pela
carga).
• O Sistema de Distribuição deve operar em regime permanente com frequências
(59,9Hz a 60,1Hz).
• Em caso de distúrbio na distribuição, a geração deve garantir que a frequência
retorne em 30 segundos (59,5Hz a 60,5Hz).
Frequências admissíveis Tempo de duração
Acima 66Hz e abaixo de 56,5Hz Nunca ultrapassar
Acima 62Hz 30 segundos
Acima 63,5Hz e abaixo de 58,5Hz 10 segundos
Abaixo de 57,5Hz 05 segundos
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Os VTCD são desvios significativos na amplitude do valor eficaz da
tensão durante um intervalor de tempo inferior a três minutos.
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Interrupção: (V < 0,1pu) Podem ser causados devido a faltas no
sistema, falhas de equipamento ou falha no sistema de controle.
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Afundamento momentânea: (Queda de Tensão – sag) tempo
inferior a 3 segundos (0,1pu ≤ V < 0,9pu) .
• Podem ser causados por chaveamento de cargas pesadas, partida
de grandes motores ou energização de transformadores.
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Elevação momentânea: (Elevação de Tensão – swell) tempo inferior a
3 segundos ( V > 1,1pu) .
• Podem ser causados devido à falta em uma única linha para o terra ou
desligamentos de grandes cargas, energização de grandes bancos de
capacitores.
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Os VTCD são desvios significativos na amplitude do valor eficaz da
tensão durante um intervalor de tempo inferior a três minutos.
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Afundamento temporário: (subtensão) tempo maior que 3
segundos e inferior a 3 minutos (0,1pu ≤ V < 0,9pu) .
• Devido a desconexão de bancos de capacitores e entradas de
cargas
Qualidade da Energia Elétrica
7 Variação de Tensão de Curta Duração
• Elevação temporário: (sobretensão) tempo maior que 3 segundos
e inferior a 3 minutos ( V > 1,1pu) .

• Devido a tap’s de transformadores ou banco de capacitores.


Principais Componentes em SEP
• Gerador
- É um componente utilizado para a
conversão de energia primária
(energia potencial, cinética, mecânica,
térmica, entre outras) em energia
elétrica.

- Na geração elétrica, a partir de energia mecânica podem ser empregados


geradores do tipo eletromagnéticos; partir de energia química, podem ser
utilizados pilhas e geradores de célula combustível.
Principais Componentes em SEP
• Transformador
- É uma máquina elétrica estática que funciona com
base nos princípios eletromagnéticos que estabelece
um campo magnético variável em um circuito com
uma corrente elétrica (corrente induzida).
- Devido a necessidade de variação no fluxo
magnético, os transformadores só funcionam em
CA.
- Transferem energia elétrica entre dois ou mais circuitos acoplados
magneticamente, com mudanças na tensão e na corrente, mantendo a mesma
potência.
Principais Componentes em SEP
• Linhas de Transmissão
- Tendo o principal desafio em realizar
o transporte de energia (entre os
centros geradores ao centros
consumidores) de forma viável e
econômica.

- Geralmente, são compostas por cabos condutores e cabos para-raios, apoiado


em estrutura metálica suspenso (aéreos) por isolantes de alta resistividade
elétrica (cerâmica, vidro e porcelana).
Principais Componentes em SEP
• Rede de distribuição
- Constituída por cabos condutores,
transformadores, isoladores, medidores,
dispositivo de controle e de proteção.
- É uma rede bem ramificada para atender
os diversos consumidores (residenciais,
industriais e comerciais).
- Distribuição primária: 2,3 kV a 44 kV (3 condutores);
- Distribuição secundária: 127V a 220 V (4 condutores).
Principais Componentes em SEP
• Cargas
- Descrito como um processo inverso: a
energia elétrica é convertida em outras
formas de energia.
- Representação das cargas:
Consumidores residenciais, industriais e
comerciais.
- Principais cargas utilizadas: motores (conversão para energia mecânica),
lâmpadas (energia luminosa) e dispositivo para conversão para energia
térmica.
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
Principais Componentes em SEP
O Problema da Representação
Diagrama Trifilar
O Problema da Representação

Considerando condições equilibradas de geração e carga, é


suficiente uma representação unifilar para o sistema.
O Problema da Representação
Representação Unifilar
O Problema da Representação
Diagrama Unifilar

Gerador LT
Trafo

Carga
O Problema da Representação
Exemplos de Diagramas Unifilares (Radial)
O Problema da Representação
Exemplos de Diagramas Unifilares (Malha em Anel)
O Problema da Representação
Exemplos de Diagramas Unifilares (Radial)
De Onde Vem a Energia Elétrica
De 0 à 𝟏𝟎−𝟑 segundos
Transitórios Eletromagnéticos: Nessa faixa de tempo, a energia suprida à carga
adicional vem do próprio circuito elétricos próximo à carga. Este efeito pode ser
perceptível ou não, dependendo do tamanho da carga: um motor elétrico com
potência relativamente elevada pode provocar uma queda de tensão observável em
outros equipamentos ligados nas proximidades. De qualquer forma, mesmo quando
a carga adicional é pequena, sempre haverá um efeito transitório local, por menos
que seja. Isto é, nessa faixa de tempo, pode-se dizer que a nova carga toma parte da
energia armazenada (por exemplo, em circuitos magnéticos) no circuito adjacente.

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟑 à 𝟏𝟎−𝟏 segundos
Transitório Eletromecânico: Após o impacto inicial, há uma resposta mecânica
do sistema. A energia adicional passa a ser provida pelos rotores dos geradores (e
turbinas) que funcionam como volantes armazenadores de energia cinética. A
consequência imediata da perda de energia cinética nas parte girantes é uma queda
correspondente na frequência da rede de energia elétrica. E é dessa maneira que as
usinas “ficam sabendo” que uma carga adicional foi conectada à rede. Essa queda
de frequência, em principio, é sentida por toda a rede interligada. A vantagem, e a
desvantagem, de sistemas interligados reside na globalização dos problemas locais.

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟏 à 1 segundo
Atuação do regulador de velocidade: Quando cai a frequência, aumenta a potência
gerada. Isto ilustra o fato de a abertura das válvulas das turbinas pode ser comandada
pela queda na frequência, que é a forma pela qual o gerador é informado da
necessidade de se gerar mais energia. No caso de turbinas hidráulicas, isto se reflete em
um maior fluxo de água através da turbina (considerando que a altura da queda
permanece inalterada, a pressão permanece a mesma e assim há um aumento na
potência gerada). No caso de turbinas a vapor, há uma maior admissão de vapor na
turbina. Assim, o problema de suprimento da potência é resolvido com o a criação de
um novo problema: queda da frequência.

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟏 à 1 segundo

Atuação do regulador de velocidade: Regulador Isócrono

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟏 à 1 segundo

Atuação do regulador de velocidade: Regulador Isócrono

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟏 à 1 segundo

Atuação do regulador de velocidade: Regulador com queda de


velocidade

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎−𝟏 à 1 segundo

Atuação do regulador de velocidade: Regulador com queda de


velocidade

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎𝟏 à 𝟏𝟎𝟐 segundos
Controle carga-frequência-intercâmbio: Além do erro de frequência, pelo
fato de o sistema ser interligado, os intercâmbios entre as várias áreas nas
quais a rede é dividida também podem ser afetados pelo acréscimo de carga
em uma das áreas. Normalmente, as correções nos erros introduzidos na
frequência e nos intercâmbios são feitos de maneira coordenada. Por exemplo,
um esquema muito utilizado consiste em uma das empresas (da área) se
responsabilizar pelo controle de frequência da rede como um todo (ajustando
alguns de seus geradores), enquanto as demais empresas tomam conta de seus
intercâmbios líquidos com as empresas adjacentes.

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De Onde Vem a Energia Elétrica
De 𝟏𝟎𝟏 à 𝟏𝟎𝟐 segundos
Controle carga-frequência-intercâmbio: Dessa forma, após um certo tempo,
a frequência voltará a seu nível desejado e os intercâmbios voltarão aos seus
valores contratados entre as empresas que formam a rede interligada. Nesse
esquema, cada membro do sistema interligado aloca parte de seus geradores
para exercer funções de controle de intercâmbio e frequência (também
chamado de controle 𝑃𝑓).

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De Onde Vem a Energia Elétrica
𝟏𝟎𝟒 segundos
Redespacho econômico/seguro: A atuação do controle 𝑃𝑓 nem sempre leva o
sistema a um ponto de operação ótimo do ponto de vista econômico ou em
relação à segurança da operação. Assim, uma última etapa ainda pode ocorrer
com uma resposta relativamente mais lenta que as anteriores: trata-se do
despacho econômico de carga (ou de potência) levando em conta as restrições
de segurança operativa (minimização dos riscos de blackouts). Aqui ocorre
uma diferença fundamental entre sistemas predominantemente hidráulicos de
sistemas predominantemente térmicos. Nos hidráulicos, o objetivo é otimizar-
se o uso de água armazenada nos reservatórios e indiretamente reduzir a
necessidade de complementação térmica (queima de combustível).
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De Onde Vem a Energia Elétrica
𝟏𝟎𝟒 segundos
Redespacho econômico/seguro: Esses problemas de otimização são
extremamente complexos apesar de existirem algumas ideias simples que
podem ilustrar a importância do gerenciamento da utilização da água, como,
por exemplo, a tendência em se utilizar primeiro a água dos reservatório a
montante, pois, neste caso, um metro cúbico de água desse reservatório vai
tirar vantagem de quedas maiores (maiores pressões) nos reservatórios a
jusante. Já nos sistemas térmicos, o despacho deve levar em conta os custo de
combustíveis e os rendimentos das unidades geradoras.

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De Onde Vem a Energia Elétrica
1 semana ou 1 mês

Planejamento da Operação do Sistema: Além da definição dos níveis mais


econômicos de geração de cada gerador do sistema, é necessário definir quais
geradores estarão em operação e quando estarão. Este problema é está ligado
diretamente à escala ótima de manutenção preventiva/periódica, e é também
limitado pela disponibilidade das máquinas, que pode ser afetada por paradas
para manutenção corretiva. Enquanto na fase anterior, despacho econômico,
trabalha-se com um modelo matemático com variáveis contínuas (ou pelo
menos contínuas em por partes), na determinação da escala ótima de geração,
temos, em geral um problema com variáveis inteiras (problema de otimização
combinatorial).
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De Onde Vem a Energia Elétrica

5 a 20 anos

Planejamento da expansão do sistema: Acréscimos sucessivos dos


níveis de carga acabam levando à necessidade de se adicionarem novas
unidades geradoras e novas linhas de transmissão. A longo prazo, essa é
a única maneira de se atender à demanda crescente.

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Principais Estudos em SEP
- Estudos de Fluxo de Carga
- Estudos de Defeitos (Curto-circuito)
- Estabilidade Dinâmica e Transitória
• Controle de tensão
- Controle de Geração
• Controle de freqüência

- Surtos e Sobretensões (descargas atmosféricas e manobras)


- Proteção dos Sistemas Elétricos
- Despacho de Carga
- Controle Tensão x Reativo
Diorge de Souza Lima
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