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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO


NÚCLEO DE APOIO OPERACIONAL NA PRR-3ªREGIÃO

VOTO nº 4.548/2017/NAOP/PFDC/PRR3ªREGIÃO PRR3ª-00013272/2017


Referência: IC nº 1.34.024.000203/2014-06
Requerente: Ministério Público Federal
Requerido: Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo
Procurador da República: Dr. Antonio Marcos Martins Manvailer – PRM/Ourinhos
Relatora: Dra. Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini

SAÚDE. SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SANTA CRUZ DO


RIO PARDO. DIREITO DA GESTANTE DE TER
ACOMPANHANTE DURANTE O PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS-
PARTO. CUMPRIMENTO DA LEI Nº 11.108/2005. SITUAÇÃO
REGULAR. ARQUIVAMENTO. VOTO PELA HOMOLOGAÇÃO.

1. Trata-se de Inquérito Civil instaurado de ofício na Procuradoria da República em


Ourinhos, a partir de desmembramento do IC nº 1.34.024.000152/2010-81, com a
finalidade de apurar o cumprimento, pela Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz
do Rio Pardo, da Lei nº 11.108/2005, que assegura à gestante o direito de ter
acompanhante por ela indicado no período de pré parto, parto e pós-parto imediato.
Conforme apurado nos autos do referido IC, o nosocômio pretendia aderir ao
programa Rede Cegonha do Governo Federal e assim obter recursos para a
realização de obras de reforma e ampliação da área da maternidade, a fim de dar
efetivo cumprimento à lei em questão (fls. 01/44).

2. Instado a prestar esclarecimentos, o Diretor da Santa Casa de Misericórdia de


Santa Cruz do Rio Pardo informou que, em cumprimento à Lei nº 11.108/2005,
assegura à gestante a presença de acompanhante por ela indicado durante o pré-
parto, parto e pós-parto imediato, além de desenvolver parcerias com as UBS e ESF,
com o intuito de concretizar sua política de humanização do parto. Acrescentou que
ainda não recebeu recursos do programa Rede Cegonha (fls. 47/50).

4. Em resposta ao ofício expedido pelo Procurador oficiante, o Departamento de


Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde informou que a Santa Casa
de Rio Pardo ainda não havia sido incluída na Rede Cegonha (fls. 58/62).
Posteriormente, informou que há propostas de convênio formalizadas pela
mencionada entidade, as quais, no entanto, constam como “não priorizadas”, razão
pela qual não passaram por análise técnica de mérito em tempo hábil. A priorização de
propostas envolve disponibilidade orçamentária e aquelas apresentadas em um
exercício e nele não aprovadas, devem ser novamente enviadas no exercício seguinte
(fls. 80/87, fls. 90 e fls. 94/99).

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5. Encerradas as diligências, o Procurador da República oficiante, Dr.


Antonio Marcos Martins Manvailer, promoveu o arquivamento dos autos nos
seguintes termos (fls. 108/109):

“Da análise do caso verifico que a Santa Casa de


Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo passou a permitir a
presença de acompanhante da parturiente durante todas as
fases do trabalho de parto, de modo que observa disposições
legais e não remanescem irregularidades nesse particular.
Insta salientar, inclusive, que, embora não tenha sido
realizada nenhuma alteração estrutural na unidade de saúde, esta
demonstrou ter promovido adequações dentro de suas instalações e
realizar trabalhos em parceria com a Secretaria de Saúde, UBS e
ESF, de modo a assegurar a humanização do parto.
No que diz respeito às obras de ampliação do hospital, extrai-
se do feito que os projetos não foram priorizados em tempo hábil,
razão pela qual não tiveram os respectivos méritos apreciados.
Consequentemente, não foram aprovados e a Santa Casa não
recebeu nenhum repasse para tal finalidade, inviabilizando as obras
e as aquisições.
Com isso pode-se concluir que, a despeito de dispender
esforços, a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo
não obteve êxito, ao menos neste momento, em receber recursos
financeiros destinados à reforma de suas instalações.
Cumpre aqui mencionar que, por questões óbvias, não se
mostra cabível exigir que mencionado hospital realize as necessárias
adequações em seu espaço físico com os recursos recebidos (que,
há de se convir, são insuficientes, sequer, para a manutenção das
atividades), que, por certo, apresentam destinação diversa.
Com isso, no presente caso, não há elementos que
justifiquem a manutenção das investigações, sequer a atuação
ministerial em sede de ação civil pública.
Desta forma, inexistindo razões a justificar o prosseguimento
do Inquérito Civil, e não remanescendo fato que demande a atuação
do Ministério Público Federal, cabível é o arquivamento do presente
feito.” (g.n.)

6. Correta a conclusão, cujos fundamentos adoto, voto pela homologação


do arquivamento.

São Paulo, 19 de junho de 2017

Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini


Procuradora Regional da República
Membro do NAOP/PFDC/PRR3ªR

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ATA DE JULGAMENTO

DECISÃO Nº 4.548/2017/NAOP/PFDC/PRR3ªREGIÃO
Referência: IC nº 1.34.024.000203/2014-06
Requerente: Ministério Público Federal
Requerido: Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo
Procurador da República: Dr. Antonio Marcos Martins Manvailer –
PRM/Ourinhos
Relatora: Dra. Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini

SAÚDE. SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SANTA CRUZ DO RIO


PARDO. DIREITO DA GESTANTE DE TER ACOMPANHANTE DURANTE O
PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS-PARTO. CUMPRIMENTO DA LEI Nº
11.108/2005. SITUAÇÃO REGULAR. ARQUIVAMENTO. VOTO PELA
HOMOLOGAÇÃO.

POR UNANIMIDADE, FOI HOMOLOGADO O ARQUIVAMENTO.

Participaram do julgamento a Dra. Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini


(relatora), Dr. Paulo Thadeu Gomes da Silva e Dra. Paula Bajer Fernandes
Martins da Costa.

São Paulo, 21 de junho de 2017

Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini


Procuradora Regional da República
Membro do NAOP/PFDC/PRR3R

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