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Warthog Special Operations

Nha Trang Base Camp


Curso Básico de Airsoft Scout Sniper nível 2
Plano de Ensino do SSR-DI-002 20/1

Nota de Instrução UD13_NI-01


Módulo 04 – Fundamentos do Tiro de Precisão
UD-13 Controle no acionamento do gatilho
Carga Horária 01 hora-aula Escopo Teórico

Objetivos
Esta Unidade Didática específica visa os seguintes objetivos:

• Apresentar o fundamento sobre o controle da tecla do gatilho;


• Apresentar algumas formas de posicionamento do dedo indicador na tecla do gatilho;
• Da mesma forma, mostrar o quão importante, também, esse controle influencia no tiro.

Pré-requisitos
Nenhum.

Desenvolvimento da Sessão de Instrução

4.7 Controle do gatilho


4-1. Este fundamento também influencia tremendamente os resultados dos tiros. Como mencionamos
anteriormente, o tiro realizado em condições de combate, ou confronto armado, será completamente diferente
do tiro realizado em um estande de tiro. As condições de estresse e pressões psicológicas sobre o operador, o
“dever” de não poder errar, a iminência de ser alvejado (pois diferentemente dos alvos estáticos no estande de
tiro, no confronto armado o “alvo” estará disparando contra o operador na intenção de neutralizá-lo, tirando-o
de ação durante a realização de um game), por vezes a falta de preparo físico, mental, psicológico e técnico,
farão com que o operador não seja bem sucedido no “campo de batalha”.
4-2. A partir do momento em que o operador “porta” seu marcador de Airsoft, ele deve estar em condições
de fazer uso dela com eficácia e segurança, quando em situações de confronto com operadores adversários.
4-3. Mesmo no estande de tiro, com relação ao controle do gatilho, vemos alguns problemas comuns como
o da “antecipação” do tiro (quando as miras não estão enquadradas com o alvo no momento do disparo,
resultando em tiros em qualquer direção) e também a famosa “gatilhada” (em que o operador “assusta” o tiro,
e não o contrário, quando é surpreendido pelo barulho do disparo), o que também ocasiona tiros imprecisos.
4-4. A arma foi projetada para ser utilizada de uma só forma, a tecla do gatilho deve ser “esmagada” pelo
conjunto “falange medial e distal” (falanginha e falangeta), no entanto, o movimento do gatilho seguirá seu
1
curso normal, ou seja, para trás no sentido longitudinal da arma. Qualquer movimento ou força em sentido
diverso desse ocasionará o desalinhamento do cano em relação ao enquadramento das miras com o alvo.
4-5. O conjunto “falange medial e distal” fará um movimento como o de uma alavanca, utilizando-se da
articulação entre a falange proximal e a medial.
4-6. A imagem abaixo demonstra o modo ideal de proceder ao acionamento da tecla do gatilho, um
movimento de alavanca no sentido longitudinal da arma, “esmagando” e não “batendo” ou “puxando” a tecla
do gatilho.

Figura 4-1. Forma ideal para acionamento da tecla do gatilho

4-7. Segundo Flores e Gomes 1, quando a tecla do gatilho é pressionada pelo atirador, é exercida uma força
sobre toda a armação da arma, o que acarreta na alteração no enquadramento da visada. Uma boa
empunhadura tem por objetivo que se mantenha uma base sólida o suficiente para suportar a pressão sobre o
gatilho e, consequentemente, o recuo da arma logo após o disparo.
4-8. Para termos uma ideia do porque dessa consideração, é interessante saber que cada arma possui um
peso de gatilho específico ao sair da fábrica, bem como comportamentos diferentes com relação ao tamanho do
“curso do gatilho”.
4-9. A razão primordial do fortalecimento da musculatura dos dedos (principalmente do que acionará a tecla
do gatilho) é que se tenha força o suficiente para que a arma não “trema” na mão do atirador no momento em
que se está pressionando a tecla do gatilho. Quanto mais fortalecidos os músculos a serem utilizados, maior
será o controle da arma e, consequentemente, maior precisão.
4-10. É preferível treinar e fortalecer a musculatura dos dedos, mãos e antebraço do que “amaciar” o peso do
gatilho em se tratando de operadores em simulações de confronto armado, pois a tentativa de “burlar” essa
condição física no intuito de melhorar os resultados de tiro, certamente poderá trazer consequências
desastrosas quando em uma situação de confronto, com o surgimento de “tiros acidentais”, em virtude da
existência de um gatilho muito “leve”.
4-11. O objetivo deste trabalho é compartilhar informações com o leitor que possam auxiliá-lo a melhorar sua
performance na realização de seus tiros. Assim, da mesma forma que nos outros fundamentos, vamos comentar
alguns detalhes com relação ao acionamento do gatilho, com a proposta de alguns exercícios que ajudarão
nessa tarefa, lembrando que os exercícios com as bolinhas de borracha e com a mola tensora são essenciais
para o fortalecimento dessa musculatura específica a ser empregada.
4-12. O primeiro aspecto a considerarmos é o posicionamento das falanges média e distal em relação ao
gatilho. Segundo conselhos de atiradores desportivos experientes, quando em ação simples é a ponta da

1 FLORES E GOMES (2009, pág. 73).


2
“falangeta” (falange distal) que deve tocar a tecla do gatilho, no caso de tiro em ação dupla, o gatilho deve estar
posicionado entre a falanginha e a falangeta, baseados no princípio da alavanca.

Figura - 57. Posicionamento dos dedos sobre a tecla do gatilho

4-13. Na figura acima, a seta indica o sentido da força que deve ser aplicada e o círculo aponta a articulação
que deve ser empregada no acionamento da tecla do gatilho.
4-14. A imagem “1” e “2” são muito referenciadas em alguns manuais de tiro, sendo que indicam a posição do
dedo número “1” como sendo utilizada em tiro de ação dupla e número “2” para tiro em ação simples, no
entanto, em conformidade com alguns instrutores e competidores de tiro, não existe uma “regra” que
determine rigidamente a o posicionamento do dedo na tecla do gatilho. Cada atirador deve se adequar da
forma que melhor se adapte. Por exemplo, contrapondo-se à posição número “2”, para o tiro de precisão, a
posição “3” é muito mais “sensível” do que a anterior, justamente porque o eixo de articulação fica próximo ao
ponto no gatilho onde será aplicada a força durante o acionamento do gatilho, a pressão será maior,
consequentemente o peso gatilho será “menor”, se o operador for utilizar esse posicionamento de dedo na
tecla do gatilho, deverá treinar muito com relação ao devido controle, pois o risco de “tiro acidental” será
maior.
4-15. Devemos considerar ainda que as armas geralmente possuem três estágios no curso do gatilho, tanto
em ação simples quanto em ação dupla, principalmente em se tratando de pistolas semi-automáticas.
Inicialmente existe uma “folga” guando começamos a pressionar a tecla do gatilho, quando então o dedo
encontra certa resistência à pressão. Quando a tecla do gatilho atinge essa posição, atingimos o “descanso do
gatilho”. É a partir desse momento que a tecla oferecerá a devida resistência a ser quebrada, para o seu
acionamento e consequente liberação do cão que atingirá o percutor, iniciando o processo de disparo. O último
estágio é quando o gatilho atinge o seu completo fim de curso. Agora no caso de armamentos para Airsoft, o
sistema é diferente, pois, em sua grande maioria, o gatilho serve para acionamento de um sistema
eletroeletrônico, acionando um motor e um conjunto de engrenagens. Já as armas clássicas de sniper são
ferrolhadas, e o sistema de gatilho é muito semelhante ao de uma arma real, mas o “peso” do gatilho é muito
menor, em comparação desta.
4-16. Além dos treinos com as bolinhas de borracha e com a mola tensora, é possível a realização de
treinamento com a própria arma, executando tiros em “seco”. Mas atente para um detalhe, não é somente ir
“apertando” o gatilho a esmo, como se isso fosse fortalecer a musculatura. O objetivo do treinamento não é
esse, é, contudo, realizar os movimentos musculares da mesma forma que o faria em um tiro real.

Referencial *
Manuais constantes na Biblioteca Virtual, materiais de referencial bibliográfico e
documentação administrativa.

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