Você está na página 1de 7

DIREITO EMPRESARIAL

SOCIEDADE EMPRESARIAL

Art. 966 – Dispõe o conceito de sociedade empresária

Atividades simples – Atividades NÃO empresárias.

*EXCEÇÃO – Art. 251 da Lei n.º 6.404/76 – Modalidade subsidiária integral – Formada
por uma única pessoa = EX: Petrobrás, no qual cria a PetroBio.

Obrigações pluripessoais.

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que


reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

Tanto na LIMITADA, quanto na S.A NÃO HÁ SÓCIO de serviço, apenas de bens ou créditos

Art. 1055, e Art. 7º da Lei n.º 6404/76

PERSONALIDADE JURÍDICA

Adquire-se a partir do registro da junta comercial -> Arquivamento dos atos constitutivos.
CONSEQUÊNCIA: Confere autonomia PATRIMONIAL, e separa o PATRIMÔNIO DA
SOCIEDADE DO PATRIMÔNIO DOS SÓCIOS, desse modo a RESPONSABILIDADE DA
SOCIEDADE é SEMPRE ilimitada, ou seja, o capital da sociedade responde
ILIMITADAMENTE às obrigações.

E a responsabilidade dos sócios? SUBSIDIÁRIA, ou seja, primeiro deve-se esgotar o


patrimônio da sociedade ( Art. 1024 CC), e depois verifica-se o modelo de sociedade adotado.
Por que temos sociedades dos sócios cuja responsabilidade sempre é ILIMITADA, como por
exemplo uma sociedade em comum, uma sociedade em nome coletivo, e depois temos
modelos de sociedades cujos sócios respondem de forma LIMITADA, como é o caso da
sociedade LTDA, e sociedade S.A

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser


executados por dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais.

Desse modo, se a partir da responsabilização social ainda perfizer a dívida, deve-se


verificar o modelo de sociedade adotado. Se a responsabilidade for ilimitada, aplica-se
o Art. 1.024 CC <- Sem a necessidade de pedido de desconsideração de
personalidade jurídica.

O PROBLEMA se dá quando a sociedade tem caráter LIMITADO, assim, o limite é


aquele no qual o sócio investiu na sociedade. Assim, neste caso é necessário a
despersonalização da personalidade jurídica.

TEORIA MAIOR: Art. 50 cc

Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

Ou seja, quando houver DESVIO DE FINALIDADE da atividade empresarial ou


CONFUSÃO PATRIMONIAL – má gestão, desvio do contrato social- pode ocorrer a
desconsideração da personalidade jurídica.

TEORIA MENOR: Art. 28, § 5º

§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica


sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.

O fato de não pedir a desconsideração pode ocasionar dano ao credor.

No Art. 133-137 do Código de Processo Civil dispõe do procedimento para o


procedimento de descaracterização de personalidade jurídica, se preenchidos os
requisitos da Teoria Maior e da Teoria Menor, podendo ser a qualquer tempo do
processo, sendo suspendido o andamento deste, ou, podendo ser requerido na inicial.

Dessa forma, o modo de responsabilização no momento do registro da sociedade é o


que aduz quanto à responsabilidade do sócio, ou, os atos na sociedade ensejando a
própria desconstituição da personalidade jurídica.
DOIS GRANDES GRUPOS SOCIETÁRIOS:

- SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS: Não tem personalidade jurídica, ou seja


SEM AUTONOMIA PATRIMONIAL, desse modo, se confunde o patrimônio dos sócios
e da sociedade.

Duas espécies:

1.Sociedade em comum:

Enquanto não forem inscritos os atos constitutivos da sociedade, ela será regida pelas
normas da sociedade em comum, exceto se for uma SA em organização. Também
chamada de sociedade irregular, ou de fato.

Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio


especial, do qual os sócios são titulares em comum.

Esse patrimônio especial é “compartilhado” pelos sócios, mesmo a sociedade não


tendo registro, e não havendo autonomia patrimonial.

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e


ilimitadamente pelas obrigações sociais¹, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que
contratou pela sociedade.²

Assim, o Art. 990 CC é divido em DUAS PARTES:


1- Dispõe acerca da constituição de dívida pela sociedade, dessa forma como dispõe
no Art. 988, a respeito do patrimônio especial, os CREDORES das Sociedades em
Comum atingirão primeiramente este. E, após esgotado este e permanecendo a
inadimplência, o Art. 990 dispõe da responsabilização SOLIDÁRIA e ILIMITADA dos
sócios pelas obrigações sociais. Neste caso, não cabe o pedido de desconsideração
da personalidade jurídica, já que NÃO HÁ PERSONALIDADE JURÍDICA.

2- Já na segunda parte do Art. 990, aqui se dá quanto a dívida contraída pela


sociedade especificamente por um dos sócios. Dessa forma, exclui-se o benefício da
ordem, ou seja, a ordem de eliminar o patrimônio especial primeiramente não é
aplicada, e sim, a depredação direta do patrimônio do sócio que contraiu a dívida.
NÃO CABENDO AQUI a possibilidade descrita no Art. 1.024 que diz sobre a ORDEM
exclusão da responsabilização dos sócios.

PROVA DE EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE


Quanto às provas de sua existência, conforme dispõe o Art. 987 CC, os sócios na
relação entre si ou com terceiros devem provar APENAS POR ESCRITO a existência
da sociedade. Enquanto que o terceiro interessado, pode provar de qualquer modo.

Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros,


somente por escrito podem provar a existência da sociedade,
mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.

PACTO DE LIMITAÇÃO DE PODERES

Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão


praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso
limitativo de podere

s, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou


deva conhecer.

2. Sociedade em conta de participação

É aquela cuja atividade é exercida exclusivamente pelo sócio ostensivo –


Compreende dois grupos de sócios: Ostensivos, cuja responsabilidade é ILIMITADA,
visto que são eles que exercem a atividade empresária: São eles que contratam, são
eles que recebem funcionários, fornecedores, são eles que contraem dívidas, etc. E os
sócios Ocultos (ou Participantes) cuja responsabilidade é LIMITADA, ele aporta
dinheiro na sociedade e ao final recebe lucros, como se fosse uma sociedade de
investimento. Desse modo ela não é passível de inscrição na Junta Comercial.

Nesse sentido, havendo DOIS tipos de sócios, há uma sociedade híbrida, ou seja: Se
há a constituição de uma dívida, após a depredação do patrimônio da sociedade, o
patrimônio dos sócios ostensivos é atingida, visto que este tem responsabilidade
ilimitada.

Art. 993. Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos
negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do
sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier.

Conforme Art. 993 parágrafo único a responsabilização dos sócios ocultos/participação


só se dá nos casos onde este agir de modo como se fosse ostensivo, ou seja,
exercendo as características de atividade empresária. Desse modo, também cabe a
este a responsabilização ilimitada.

Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação


independe de qualquer formalidade e pode provar-se por
todos os meios de direito.

Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a


eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere
personalidade jurídica à sociedade.

Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio


ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos
negócios sociais..

Assim, no Art. 992 fica descrito que esta pode registrar-se em qualquer outro tipo de
registro para provar-se de sua existência, porém mesmo sob registro esta NÃO
PERSONALIDADE JURÍDICA. E no Art. 994 CC dispõe acerca da constituição do

  Sociedade em Comum Sociedade em Conta de Participação


REGISTRO OPCIONAL VEDADA NA JUNTA COMERCIAL
PATRIMÔNIO ESPECIAL ESPECIAL
SÓCIOS SEM ESPECIFICAÇÃO HÍBRIDO: OSTENSIVOS E OCULTOS (PARTICIPAÇÃO)
RESPONSABILIDAD ILIMITADA APÓS PATRIMÔNIO ESPECIAL, COM EXCEÇÃO DA OSTENSIVOS ILIMITADA, COM EXCEÇÃO DO OCULTO COM ATOS
E QUEBRA BENEFÍCIO DE ORDEM DE GERÊNCIA
patrimônio especial a partir da contribuição do sócio oculto e a do sócio ostensivo.

- SOCIEDADES PERSONIFICADAS:

São aquelas que possuem personalidade jurídica a partir do registro do ato constitutivo
na Junta Comercial, e titularidade obrigacional, processual e patrimonial. Que
possuem autonomia, e são distintos o patrimônio da sociedade e o patrimônio dos
sócios.

Cinco modelos de sociedades personificadas

1. Sociedade em nome coletivo


Os sócios são somente pessoas FÍSICAS. Sendo a responsabilidade dos sócios
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, atingindo diretamente o patrimônio
dos sócios. Além disso apenas os SÓCIOS podem administrar/gerenciar a sociedade,
não podendo deixar à cargo de outra empresa
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em
nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente,
pelas obrigações sociais.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste


Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.

Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,


sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.

2. Sociedade em comandita simples

Art. 1045 – Dois grupos de sócios, cujo modelo é de sociedade híbrido, abrangendo
duas formas de sociedade:

 COMANDITADOS: Pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente


pelas obrigações sociais.
 COMANDITÁRIOS: Pessoas físicas, obrigados somente pelo valor de sua
quota, ou seja, limitados.

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte


sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas,
responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de
sua quota.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados


e os comanditários.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das


deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações,
não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem
ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às
responsabilidades de sócio comanditado.

Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído


procurador da sociedade, para negócio determinado e com
poderes especiais.

Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito,


quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência
de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores
preexistentes.
O contrato obrigatoriamente deve mencionar quem são os comanditários e os
comanditados, para que se saiba qual o limite de sua responsabilidade.

3. Sociedade em comandita por ações

Esta é regulada pela Lei n.º 6.404/76, (Lei das SAs) e tem o capital dividido por ações,
conforme Art. 280.

Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para


administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ou
gerente, responde, subsidiária mas ilimitada e
solidariamente, pelas obrigações da sociedade.

Isso quer dizer que apenas o sócio ou acionistas pode administrar a sociedade, sendo
a responsabilidade subsidiária, por força do Art. 1.024, mas ilimitada e solidária.

4. Sociedade LTDA

Responsabilidade LIMITADA ao valor das quotas/ações que foram subscritas, porém


respondem SOLIDARIAMENTE pela integralização do capital social. Assim
conseguindo atingir o patrimônio dos sócios apenas a partir de uma desconsideração
de personalidade jurídica.

Ex: Maria e João constituem uma Sociedade LTDA, cuja quota de Maria é R$
100.000,00, e de João também R$ 100.000,00. Para que consigam comprar um
maquinário, fazem um empréstimo cujo valor, a partir do contrato social, é de R$
200.000,00. Ocorre que não conseguem pagar o banco, desse modo, os mesmos
depredam o patrimônio da Sociedade, e, verificam R$ 150.000,00, já que João não
integralizou totalmente suas quotas. Desse modo, como respondem solidariamente, o
Banco pode requerer tanto de Maria, como de João, os R$ 50.000,00 restantes,
MESMO QUE, o valor de Maria já foi adimplido a partir de sua quota.

5. Sociedade Anônima SA

Responsabilidade LIMITADA ao valor das quotas/ações que foram subscritas, e tal


qual a anterior consegue atingir o patrimônio dos sócios apenas pela desconsideração
de personalidade jurídica. É regulada pela Lei n.º 6.406/76, respondendo os acionistas
LIMITADAMENTE ao preço de emissão das ações adquiridas.

Você também pode gostar