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APOCALIPSE 21

ANO 2036: UMA AMEAÇA OU UMA ESPERANÇA?

"Sob o título "Ameaça que vem do Céu" a Revista VEJA do 21 de dezembro de


2005, publicou uma reportagem acerca do perigo do asteróide Apophis se chocar com
nosso planeta em 2036! O IDHI convida você e amigos para ler GRATUITAMENTE a
versão virtual do livro Apocalipse 21,um livro visionário,lançado pela Quartet Editora
no ano 2000, no qual Khristian Paterhan escreveu uma advertência profética sobre o
perigo de um novo asteróide chegar a colidir com nosso planeta e o que os líderes,
cientistas e governos do mundo deveriam fazer URGENTEMENTE!!
Ainda temos esperança? Podemos evitar um "erro de cálculo" que no passado
provocou uma terrível catástrofe no planeta? Paterhan afirma que SIM e propõe o
"Eneagrama da Unidade Global".
"Um outro perigo que ameaça a humanidade no plano dos "Futuros alternativos" e
que me foi permitido ver na Dimensão das Memórias Cósmicas, foi a possibilidade de
um grande corpo sideral colidir com nosso planeta, destruindo nossa civilização.
"Khristian Paterhan,no livro Apocalipse 21, pg.120.

Parte I
"Gurdjieff,
um dos Budas deste século,
costumava dar uma certa meditação
para seus discípulos,
muito significativa.[...]:
-'Se vocês puderem
lembrar
durante um sonho
que 'ele é um sonho',
então vocês estarão
no verdadeiro limiar
da transformação."
Osho em The Book of the books, Vol. V.

O Contato

1 - Tanaim
"Sucederá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei o meu Espírito sobre
todos...
Vossos filhos hão de profetizar, vossos jovens terão visões e vossos velhos hão de ter
sonhos...
E farei aparecerem prodígios em cima no céu, e sinais embaixo, na terra...”
O Apóstolo Pedro, citando a profecia de Joel, Atos dos Apóstolos, 2,17-19.
“Vi, então, um céu novo e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra se
foram”...
Ouvi uma voz forte que, do Trono, dizia: 'Eis a Tenda de Deus com os homens.
Ele habitará com eles, eles serão seu povo... Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos,
pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais.
Sim! As coisas antigas se foram...
Eis que eu faço novas todas às coisas... Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras'...
Disse-me ainda: 'Elas se realizaram!
Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim... “‘“.
São João no Apocalipse, 21, 1-8.
Nova Friburgo, 11 de novembro de 1996. Somente graças a Tanaim soube que o
que eu via era um dos futuros possíveis da nossa humanidade. O mundo estava
totalmente renovado e todos os seus habitantes eram felizes. E quando fascinado olhava
aquela visão maravilhosa, ele apareceu ao meu lado, e, num suave tom de voz, me disse:
— A Paz seja com você, Khristian!
Sonhava? Talvez sonhasse. Era tão difícil perceber isso às vezes. Nós humanos
sonhamos sempre, até quando parecemos acordados. Mas Tanaim sabia das minhas
dúvidas. Aliás, ele sempre sabia o que eu pensava, e isso ficou muito claro desde o
início.
— Não. Você não está sonhando. Apenas decidimos usar sua atividade onírica
como um meio de transporte até este momento alternativo futuro — disse-me enquanto
observava com atenção um objeto estranho na sua mão direita, como se verificasse algo
em relação ao meu estado geral:
— Mmm! Sua reação é normal. Relaxe e ouça. Meu nome é Tanaim. Temos
pouco tempo neste nosso primeiro encontro. Não estranhe estar aqui. O futuro existe
agora, nesta dimensão na qual você penetrou, principalmente em virtude de seu
progresso espiritual, além de outras razões que conhecerá em breve. Nosso Alto
Conselho Consciente ordenou que estabelecêssemos contatos imediatos com milhares
de humanos preparados de seu tempo presente, para tentar deter certas possibilidades de
desvio evolutivo que poderiam provocar nossa inexistência como espécie neste futuro
alternativo. Você é um deles... Esperava o momento certo para contatá-lo. Bem-vindo
ao Ciclo I da Nova Idade de Ouro!
Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Fechei os olhos, botei a
mão esquerda na cabeça e, seguindo certa instrução esotérica, comecei a repetir
mentalmente: "Isto é um sonho, isto é um sonho." Se tudo era um sonho, acordaria de
imediato ou poderia continuar sonhando, ciente de que era só um sonho. Pelo menos,
era isso o que sempre acontecia quando realizava essa prática. Só que desta vez, ao abrir
novamente meus olhos, tudo continuava igual! Tanaim não impediu minhas tentativas
de acordar do que eu achava ser apenas um sonho lúcido.
— Por que a dúvida, Khristian? Ora. Logo você que diz gostar tanto dos novos
paradigmas da ciência e sabe que o tempo é relativo? — Falava com firmeza, como se
eu não estivesse respondendo às suas expectativas em relação a mim.
— Mas, como é possível? — perguntei confuso.
— Simples. Você está aqui graças ao nosso domínio dos momentos alternativos
existentes nas diversas faixas dimensionais do tempo!

2 - Abreviar os Tempos do Fim?


“Em razão de que tu desconheces meu filho, as particularidades excepcionais que
apresenta o Tempo, precisas saber, primeiramente, que a verdadeira Ciência Objetiva
outorga a seguinte definição deste fenômeno cósmico”:
'O Tempo, como tal, não existe; ele não é mais que um conjunto de resultados
provenientes de todos os fenômenos cósmicos presentes num lugar dado' [...] nenhum
ser pode compreendê-lo pela razão [...] não tem significado objetivo [...] identificando-
se sempre com tudo e mantendo-se soberanamente independente – somente ele, no
Universo inteiro, pode ser nomeado e glorificado com o nome de 'Único Fenômeno
Idealmente Subjetivo'." George I. Gurdjieff, em Relatos de Belzebú a su nieto.
"[...] nossa visão sobre a natureza do tempo se modificou através dos anos. Até o
começo deste século acreditava-se num tempo absoluto [...] Entretanto, a descoberta de
que a velocidade da luz parecia à mesma a todos os observadores, independentemente
do deslocamento de cada um, levou à teoria da relatividade, e com ela foi necessário
abandonar a idéia de tempo único e absoluto. Em vez disso, cada observador teria sua
própria medida de tempo [...] Assim, o tempo se tornou um conceito mais pessoal,
relativo ao observador que o estivesse medindo."
Stephen W. Hawking, em Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos
negros.
Aproximou-se até ficar frente a mim. Tocou gentilmente meu ombro direito com
sua mão esquerda e olhando nos meus olhos amorosa e profundamente, disse:
— Você não percebe que está sendo testemunha do futuro que já foi anunciado em
todos os Livros Sagrados da Humanidade? Lembra-se, por acaso, do Capítulo 21 do
Apocalipse? Sim, Khristian, tudo foi anunciado. Aliás, algumas profecias desse livro
estão se cumprindo no seu tempo presente. Tudo acontece de acordo com o que foi
profetizado pelos videntes do futuro!
A lembrança veio acompanhada de uma suave corrente ascendendo pela minha
espinha. Sim, Apocalipse 21: "Vi então um céu novo e uma nova terra..." Era
simplesmente incrível! Estava sendo testemunha do Reino de Deus na Terra anunciado
no Apocalipse! Mas como tinha acontecido esse milagre após tantos séculos de
desequilíbrios e injustiças? Eu estava ali e aquilo estava acontecendo. Era real ou não?
Percebia minha ansiedade.
— Se você me diz — tentei ordenar meus pensamentos — que para garantir este
futuro é necessário evitar um negativo desvio evolutivo que poderá acontecer no meu
tempo, como e de que maneira podemos evitá-lo?
— Existem duas maneiras, Khristian. Uma é dolorosa e traumática e não falarei
sobre ela porque outros já o fizeram muitas vezes. A outra depende apenas da
colaboração de todos os seus contemporâneos mais conscientes.
— Então, me diga, como é que podemos evitar a primeira alternativa? — fiquei
perplexo por estar reagindo assim ante essa incrível questão.
— Abreviando os tempos alternativos. Simplesmente, precisamos abreviar esse
seu tempo... — repetiu calmamente Tanaim.
— O quê? Abreviando os tempos... Mas, como? — achava absurdo o que ele
propunha. Ele apenas esboçou um sorriso de consideração.
— Ouça. O tempo é um fenômeno muito especial, porque é altamente subjetivo.
Sendo assim, nossos cientistas-místicos descobriram que seu, digamos, comprimento
subjetivo pode ser acelerado, diminuído, alongado ou abreviado... depende de certas
condições... — ele tentava explicar-me com simplicidade algo extremamente complexo
em relação ao tempo. Parecia apresentar aquelas explicações que a gente ouve sobre a
Teoria da Relatividade e seus incríveis desdobramentos físicos e espaços-temporais.
— Segundo a Sagrada Tradição Hermética, na qual você foi iniciado, o
momentum espaço-temporal que seu mundo vive é chamado de últimos tempos, tempos
do fim ou Kali Yuga. Lembra-se há quantos anos equivalem esses chamados últimos
tempos, Khristian?
Fiquei surpreso. Aquele ser sabia tudo sobre mim.
— Bom, respondi segundo antigos textos sagrados da Índia, os últimos tempos, ou
a Kali Yuga, teriam uma duração de 432.000 anos, dos quais vivemos apenas 5.100,
aproximadamente, até o momento que considero meu tempo presente... Logo, segundo
esses dados — calculei mentalmente —, ainda faltariam... 426.900 anos para essa Idade
de Conflito e Caos acabar...! Foi como um choque. Era a primeira vez que esses dados
me afetavam de um modo profundo e novo. Não pude ocultar minha tristeza porque
percebia quão terrível era esta possibilidade para as gerações futuras da Terra. Eu e
meus contemporâneos estávamos, literalmente, destruindo o futuro possível, com
nossos atos errados e inconscientes contra a vida e a existência.
— Não fique triste, Khristian, e reflita. Você não acha, então, que é urgente
abreviar ao máximo essa Idade?
— Teoricamente, abreviar os últimos tempos pode ser possível, sendo o tempo
algo relativo, Tanaim. Porém como é que isso poderia ser realizado na prática? — fiquei
olhando ansioso para aquele homem do futuro, esperando sua resposta. Minha tristeza
era enorme.

3 - Eu e os Novos Eleitos

"Os seres humanos, no final de Kali Yuga, se acharão em estado lamentável. Em


seu desespero, começarão a refletir. Então, repentinamente, aparecerá a nova Satya
Yuga (a nova Idade de Ouro). Os sobreviventes das Quatro Castas serão a semente de
uma nova humanidade..." Do livro sagrado indiano Linga Purana.
"E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas, por amor dos
eleitos, AQUELES DIAS SERÃO ABREVIADOS...".
N. S. Jesus Cristo falando sobre os "últimos tempos", segundo o Livro de São
Mateus 24, 22.
"A responsabilidade da mudança, por conseguinte, está em nós. Devemos começar
com nós mesmos, ensinando-nos a não fechar as nossas mentes prematuramente à
novidade, ao surpreendente, ao aparentemente radical."
Alvin Toffler, A Terceira Onda.
Tanaim aguardou alguns segundos em silêncio e finalmente respondeu:
— Jesus Cristo, um dos mais amados Mestres Enviados do Alto ao nosso mundo,
profetizou que abreviar os últimos tempos seria possível unicamente graças ao amor dos
eleitos. Muitos deles já fizeram sua parte — continuou —, agora é necessário que os
novos eleitos se unam e atuem juntos com esse propósito superior. Eles já estão prontos,
Khristian. Você é um deles! — Reparei que os olhos de Tanaim tinham um brilho
especial.
— Eu, um eleito?... Mas o que é que você está dizendo!? — exclamei surpreso.
Não podia acreditar no que estava ouvindo. Como eu, cheio de limitações, podia ser um
dos novos eleitos? Não compreendia. Claro que me importava com os problemas do
meu tempo e queria fazer alguma coisa em benefício do nosso mundo, como tantos
outros, mas... Ser um desses tais eleitos era algo demais para mim! Um mar de
pensamentos se atropelava na minha mente naqueles instantes. Foi então quando,
repentinamente, as palavras de Jesus Cristo vieram nítidas à minha memória, como
numa espécie de estalo:
"E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria. Mas, por
amor dos eleitos, aqueles dias serão abreviados."
Tanaim sorriu satisfeito pela minha lembrança.
4 - Minha Missão Revelada

"A marca de sua ignorância é a profundidade da sua crença na injustiça e na


tragédia. O que a lagarta chama de fim do mundo, o Mestre chama de borboleta."
Richard Bach, em Ilusões: As Aventuras de um Messias Indeciso.
Aproximávamo-nos de umas grandiosas construções circulares abertas e
abobadadas e de amplos jardins, num dos quais se realizava um belo evento musical.
Enquanto observávamos um grupo de alegres jovens dançando, Tanaim me disse:
— Os seres humanos da sua época vivem um momento muito especial, meu filho.
Digamos que vossa civilização chegou a uma bifurcação crucial do seu caminho
evolutivo. É tempo de escolha, Khristian. Vossa civilização está pronta tanto para
ascender a níveis consciências superiores como para sofrer de novo uma violenta queda,
um terrível retrocesso. Veja, no seu tempo, o conhecimento científico e espiritual é
suficientemente avançado para provocar mudanças positivas que beneficiariam todos os
povos da Terra e acabariam com todas as misérias. Porém, para que isso seja possível,
se faz necessário eliminar a maior ignorância que ainda existe entre seus
contemporâneos: a falsa percepção de que tudo está desvinculado e dividido. É
necessário e urgente que todos voltem a aplicar a Lei da Unidade de Todas as Coisas,
segundo foi ensinada pelo sábio Mestre Thot.
— Existiu realmente esse lendário sábio extraterrestre? — perguntei, lembrando
as preciosas lendas a seu respeito e os seus famosos Sete Princípios Herméticos. Tanaim
se deteve por alguns instantes. Olhava divertido em direção às crianças brincando perto
de nós. Após pegar uma delas no colo e beijá-la com muito carinho, respondeu:
— Sim, ele existiu — disse, deixando a criança suavemente no chão. — Sua
missão, Khristian, é a de lembrar aos seus irmãos qual foi a origem do famoso Código
criado por ele, e por que, quando e como foi que ele chegou a ser conhecido na Terra. O
resgate dessa lembrança é fundamental para que todos compreendam a necessidade
urgente de união e justiça global como única maneira de abreviar os tempos do fim.
Seus relatos servirão, ainda, àqueles que, pelo amor que possuem pelo próximo e pela
vida, poderão vir a colaborar para que a Lei da Unidade de Todas as Coisas, oculta no
símbolo que vocês chamam Eneagrama, seja novamente aplicada no mundo. Repito —
continuou ele —: isto é urgente já que é a forma não traumática de consolidar este
futuro alternativo que você está testemunhando agora. Quando seus contemporâneos
compreenderem o valor desta Lei, da qual o Amor é um dos principais alicerces, a
corrente dos eventos possíveis será consolidada positiva e imediatamente. Então,
Khristian, Kali Yuga acabará da mesma forma que acaba uma longa dívida quando paga
à vista. Assim é que um novo ciclo evolutivo será iniciado pela humanidade, superando-
se definitivamente a alternativa de recorrência temporal negativa, que tantas vezes
provocou os desvios e quedas da nossa espécie em tempos remotos. É com este
propósito sagrado que você e outros milhares de seres humanos do seu tempo estão
sendo escolhidos!
Quando Tanaim acabou de falar, compreendi que aquele brilho, que momentos
antes tinha observado nos seus olhos, era uma expressão de toda sua esperança. Uma
esperança que agora eu também tinha e que deveria compartilhar com todos neste final
de século.

5 - O Retorno

"Devemos aceitar que o tempo não é completamente isolado e independente do


espaço, mas sim que eles se combinam para formar um elemento chamado espaço-
tempo. [...] Um evento é alguma coisa que acontece num determinado ponto no espaço,
e num tempo também determinado. [...] É sempre útil pensar nas quatro coordenadas de
um evento como especificadoras de sua posição num espaço quadridimensional
chamado espaço-tempo. É impossível imaginar um espaço quadridimensional. Eu
pessoalmente acho bastante difícil visualizar um espaço tridimensional! [...]"
Stephen W. Hawking, em Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos
negros.
Ficamos em silêncio por algum tempo. Eu, refletindo nas suas palavras, e ele,
talvez meditando. De repente percebi que tudo estava ficando enevoado à minha volta.
Tanaim parecia saber o que se passava comigo e suavemente me disse:
— Está na hora de você voltar à sua dimensão espaço-temporal — olhava
atentamente o objeto que brilhava na sua mão. — Descanse. Não tente compreender
tudo agora. Apenas fique aberto e entregue à mensagem que terá que transmitir aos que
estão prontos para serem colaboradores do Bem que está por vir. Do mesmo modo —
continuou —, fique alerta às diferentes mensagens e sinais vindos através dos demais
eleitos da sua época... Um novo tempo precisa ser estabelecido, para que o velho tempo
seja abreviado. Nós, aqui, já iniciamos a sagrada tarefa de mudar a freqüência do tempo,
porém, sem vocês, nossos esforços serão incompletos.
Tocou minha cabeça carinhosamente e olhando novamente aquele estranho objeto
luminoso que vibrava na sua mão me disse:
— Volte em paz à sua época, Khristian, e saiba que seu preparo psicoastral já foi
iniciado. Reflita e não duvide. Encontraremos-nos de novo, em breve. Adeus, meu
filho...!
À minha volta tudo sumia.
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Etéreo, desci através de uma espiral luminosa a uma velocidade incrível e senti
uma espécie de corrente elétrica ao entrar de novo na minha dimensão temporal.
Flutuando, olhei maravilhado, durante alguns segundos, para o meu corpo que
continuava deitado. Em segundos, estava de novo ocupando esse meu veículo físico,
atordoado e surpreso. Meu coração batia fortemente. Fiquei imóvel alguns instantes,
tremendo e tentando compreender o que tinha acontecido. Acendi a luz de minha mesa-
de-cabeceira e olhei o relógio despertador. Eram 5 horas da madrugada. Estava tão
maravilhado pela lembrança dessa estranha experiência que não consegui dormir
novamente. Levantei-me e saí para o jardim munido de um travesseiro e de dois grossos
cobertores. Estendi um deles numa poltrona, cobrindo-me com o outro, e fiquei ali
olhando para o céu, cheio de pensamentos e perguntas. Ainda confuso, refletia nas
coisas ditas por Tanaim — o risco do desvio evolutivo, o futuro possível em perigo pelo
nosso presente, a necessidade de união global para abreviar os tempos do fim, o papel
dos eleitos, o Código de Thot; enfim, todas essas questões apareciam constantemente
nos meus pensamentos provocando-me uma estranha ansiedade: Seria possível unir
todos os seres humanos para abreviar estes terríveis tempos do fim?
Era preciosa aquela madrugada em Nova Friburgo. O cheiro e a frescura
maravilhosa do mato e do jardim me animaram. As horas passaram suavemente e a luz
do novo dia começou a expandir-se à minha volta.
Esperei o nascer do sol meditando. Como em tantas outras ocasiões ofereci a Ele
as antigas saudações que aprendera na minha Escola Iniciática, rogando ao Cristo Solar
pela compreensão profunda do que tinha vivido naquela noite ímpar. Decidi que não
falaria com ninguém sobre esta minha primeira e incrível experiência até estar
totalmente pronto. Pensei que se tudo o que tinha visto e ouvido naquela dimensão do
futuro era real, deveria esperar pelo próximo contato prometido e pelas novas
instruções. Por outro lado, sabia que se tudo aquilo tivesse sido somente uma onírica e
bela ilusão, esse novo contato nunca aconteceria. Talvez tivesse apenas que averiguar os
ocultos e simbólicos significados daquele sonho inesquecível.
Nesses momentos de dúvidas e incertezas, nem sequer suspeitava que, pelo
contrário, tudo o que tinha vivenciado naquela noite era o começo de uma série de
extraordinárias revelações.

Parte II
"... iniciou-se uma discussão. O tema era a Travessia Noturna do Profeta Maomé.
Diz-se que naquela ocasião o Profeta foi removido de seu leito para as esferas celestiais
[...] viveu muitas... experiências, sendo trazido de volta ao seu quarto
quando sua cama ainda estava morna. Uma moringa cheia d'água que fora
derrubada e derramada por ocasião do vôo celestial ainda não esvaziara
quando o Profeta retornou [...] Alguns sustentavam ser isso possível [...] O Sultão
afirmava ser algo impossível..." Fragmento de um conto sufi extraído do livro
Histórias dos Dervixes compiladas por Idries Shah

A Viagem

6 - Reflexões e Perguntas
"Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado ao Terceiro
Céu — se em seu corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus sabe! — E sei que esse
homem [...] foi arrebatado até o paraíso e ouviu palavras inefáveis, que não é lícito ao
homem repetir [...]”.
São Paulo Apóstolo, na Segunda Carta aos Coríntios.
21 de dezembro de 1996. Tinham-se passado 40 dias desde o primeiro contato
com Tanaim. Estava em casa, finalizando um rotineiro relatório de marketing no meu
laptop quando, subitamente, senti a estranha sensação de que ele estava ali, observando-
me. Instantaneamente comecei a relembrar tudo o que ele me dissera dando início a uma
profunda reflexão sobre minha condição de eleito.
Um inesperado telefonema me fez voltar à realidade. Haveria uma reunião com o
diretor de marketing e outros executivos da área, numa das empresas para a qual
prestava consultoria como especialista em marketing de relacionamento. Uma nova
campanha publicitária seria iniciada. Minha participação era importante para colaborar
na análise dos detalhes da campanha e na tomada de decisões junto aos representantes e
à equipe de criação da agência publicitária. Porém a estranha sensação de Tanaim estar
ali comigo continuava e não conseguia pensar em outro assunto. Tinha certeza de que o
anunciado novo encontro estava por acontecer a qualquer momento.
**************************************
Àquela noite, após preparar alguns textos relativos à reunião do dia seguinte,
desliguei meu laptop e saí ao jardim para meditar. É tão bom ficar apenas sentindo o
Ser! Faltavam poucos dias para o mundo cristão celebrar um novo Natal e, naqueles
instantes, de comunhão e centramento, a lembrança do nascimento de Jesus Cristo e da
sua sagrada missão me fez refletir com mais intensidade nas palavras do meu guia do
futuro:
É urgente abreviar os tempos de Kali Yuga. Sim, é urgente. Todos sabemos disso,
pensei. Talvez seja por isso que em cada Natal desejemos, do fundo de nossos corações,
que todas as formas de miséria e injustiça acabem de uma vez para sempre. No fundo,
queremos um mundo melhor e queremos ser felizes, simplesmente, porque algo em
nosso íntimo sabe que isso é possível. Pensei que se o amor dos eleitos fosse a causa
dos Tempos do Fim serem abreviados, então, o fato de nos esforçarmos por amar a
Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos nos daria o
poder necessário para transformar nosso mundo doente num paraíso. Compreendia,
apesar das minhas dúvidas, que o que nos tornaria dignos de sermos eleitos para essa
empreitada, era apenas uma questão de atitude e escolha interna. Uma escolha feita por
amor ao Superior e a nós mesmos, porque somente amando a nós mesmos
conseguiríamos superar todos os nossos vícios, mentiras e medos. E não são, por acaso,
essas nossas trevas internas as que justamente nos impedem de amar aos nossos
próximos? Não é essa a causa de todos os nossos males? Visualizei, então, o estado em
que se encontra nosso mundo. Quantos paradoxos! Todos os dias nos jornais, revistas e
noticiários da TV a gente lê, ouve e assiste impotente aos fatos terríveis que fazem parte
do dia-a-dia desta Idade da Kali Yuga. É como se vivêssemos numa constante
contradição, na qual tendo todas as possibilidades espirituais, científicas e tecnológicas
de sermos mais felizes como espécie, vivemos o constante risco de perder todo o
caminho percorrido na nossa longa evolução humana. Vivemos cada vez com mais
medo. Aliás, pensei, medo parece ser a palavra síntese desta época. Medo do futuro e
medo do presente. Será esse nosso medo uma intuição coletiva do possível desvio do
qual Tanaim me tinha advertido?
Tanaim tinha razão: unirmos-nos como espécie para abreviar os tempos do fim era
realmente urgente. Mas como convencer a todos dessa urgência? Como explicar essa
"irracional" possibilidade anunciada por Jesus Cristo? Finalmente, como eu ajudaria a
evitar o risco de um novo desvio e retrocesso evolutivo, apenas lembrando aos meus
semelhantes o passado esquecido da humanidade e a história e o poder do Eneagrama e
do Código de Thot? E se minha experiência tivesse sido apenas uma ilusão? Estas e
outras reflexões e perguntas me ocuparam durante mais de duas horas e acabei
esquecendo até a hora do jantar. Eram quase 22h30min quando me dirigi ao meu quarto.
Sentia-me mental e emocionalmente muito longe de tudo.

7 - Um Belo Sonho
"— Agora [ele] está sonhando. Com quem sonha? Sabes? — Ninguém sabe.
— Sonha contigo. E se deixasse de sonhar, o que seria de ti? — Não sei.
__ Desaparecerias. És uma figura de um sonho. “Se esse rei despertasse, tu te
apagarias como uma vela.”
Lewis Carroll, em Aventuras de Alice através do espelho.
Já deitado não conseguia dormir. O pensamento voltava uma e outra vez às
mesmas questões. Dei-me conta de que estava ansioso pelo prometido novo encontro
com Tanaim. Fechei os olhos, deliberadamente relaxei e decidi que isso somente
aconteceria se fosse real sua existência. Apenas esperaria. Enquanto relaxava e quase
sem perceber como, veio à minha memória um belo sonho de infância. Devia ter uns
cinco anos e estava na enorme casa de meu avô. Sonhava com um ser luminoso, de
aspecto sábio e bondoso que descia do espaço.
— Te levarei a conhecer as esferas do céu... — disse-me, amoroso.
Então, tomava minha mão e, de repente, voando, eu via todas as estrelas como
esferas luminosas passando perto de mim no espaço infinito. Sentia tanta alegria!
Aquele ser sorria feliz ao ver que eu estava tão contente entre as esferas do céu! Era
estranho, mas Tanaim me lembrava tanto aquele ser!
Sorri ao lembrar a figura amável do meu amigo guia e acho que foi assim que
dormi, invocando seu nome.
**************************************
Acordei repentinamente sentindo uma estranha sensação corporal como de
formigamento, estranha, porém agradável, como uma espécie de estática na minha pele
toda. Olhei mecanicamente o meu relógio despertador: eram 3 horas e 12 minutos da
madrugada (você compreenderá mais adiante por que faço constar este dado com tanta
exatidão). Sentia que algo estava por acontecer, pois a estranha sensação corporal
continuava. Era como se estivesse saindo do meu corpo. "Será este estado o limiar para
entrar naquela outra dimensão?", pensei, enquanto surpreso e fascinado, começava a
flutuar no espaço guiado por uma invisível e amorosa força.

8 - O Portal Dimensional
— Que está dizendo? Eles modificaram a geometria do espaço?
— Foi. Estamos dizendo que o espaço não é conectado, topologicamente, de
maneira simples.
É como... Sei que Abonnema não gosta dessa analogia... É como uma superfície
bidimensional plana. O plano Um está ligado, através de tubulações complicadas, à
outra superfície bidimensional, o plano Dois. O único meio de passar do plano Um para
o plano Dois, em tempo razoável, é através dos tubos... Carl Sagan, em Contato.
Uma suave luz se expandia pelo infinito quando ouvi a voz inconfundível de
Tanaim:
— Até que chegou mais rápido desta vez, Khristian! — me olhava como se
estivesse avaliando minha chegada no seu nível espaço-temporal. — Esperava por você!
— Hoje senti que o veria novamente e não sei nem como estou aqui agora! —
respondi admirado com a naturalidade desse nosso segundo encontro. — É... Incrível...
— ele sorriu satisfeito.
— Sentiu porque eu me comuniquei com você. Mas falaremos disso numa outra
oportunidade. Tenho uma surpresa para você! A gente vai viajar hoje.
— Viajar? Aonde iremos Tanaim? — perguntei intrigado.
— Conhecerá uma outra dimensão espaço-temporal na qual um planeta e seus
habitantes estão prestes a viver uma extraordinária modificação existencial... Está
pronto, meu amigo?
— Bom... Gostaria de fazer algumas perguntas antes de... — não consegui
concluir. Tanaim fitou-me de um modo particular:
— Perguntas deverão esperar. Temos que aproveitar este momento... Está vendo
essa luz azul e brilhante na nossa frente?
Eu tinha reparado nela ao chegar ao encontro de Tanaim. Aquela luz se movia
diante de nós como uma espiral vibrante e não queimava apesar de ser tão forte
— É nosso portal dimensional. Vamos! — me estendeu sua mão e de repente
estávamos no meio daquele vórtice de luz, viajando na espiral vibrante do Cosmos, em
meio às esferas dos céus... Tal como naquele meu precioso sonho de infância.

9 - O Planeta Octor
"Deves conhecer, também... esse planeta extraordinário, porquanto os seres que o
povoam são considerados, em todas as partes do nosso Grande Universo, como o ideal
perfeito dos seres tricerebrais com inumeráveis formas de revestimento exterior... Esse
planeta... pertence ao sistema do Protocosmos [...] Está povoado de seres [...] seu
aspecto exterior se assemelha muito ao nosso...”.
G.I. Gurdjieff, em Relatos de Belzebú a su nieto.
"No Brahamajyoti (o céu espiritual) existem inumeráveis planetas espirituais. O
número destes planetas é muito, muito maior que o de todos os planetas deste mundo
material. Neste segmento material há bilhões e bilhões de universos com trilhões de
planetas e sóis, estrelas e luas. Mas toda esta criação material é apenas um fragmento da
criação total. A maior parte da criação está no céu espiritual. Aquele que deseja fundir-
se na existência do Brahman Supremo é transferido imediatamente ao Brahamajyoti do
Senhor Supremo e deste modo alcança o céu espiritual...”.
Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada,
Na introdução ao Baghavad Gita como ele é.
"Pela primeira vez na história da exploração espacial, pesquisadores dos EUA
descobriram a existência de um sistema planetário semelhante ao Sistema Solar... A
descoberta... [pode] indicar também que, no Universo, o número de sistemas planetários
múltiplos pode ser muito maior do que o estimado. A estrela desse novo sistema é a
Úpsilon de Andrômeda... a cerca de 44 anos-luz da Terra... os dois planetas mais
distantes estão em uma região habitável..."
Folha de São Paulo (16/04/99)
Estávamos em um dos planetas superiores localizados numa das dimensões mais
próximas ao nosso Sistema Solar e reparei surpreso, que, ali nossos corpos astrais
tinham uma densidade semelhante àquela de nossos corpos físicos na Terra. Tanaim me
explicou a razão.
— Este é o planeta Octor, querido Khristian, um planeta de evolução superior. O
que na Terra seria para nós algo sutil e quase invisível, aqui se torna concreto e tangível.
Sua luz, sutileza e harmonia são um anúncio do que será a Terra nesse futuro alternativo
do qual você foi testemunha no nosso primeiro encontro...
Amanhecia naquele mundo e, durante alguns minutos, ficamos olhando a peculiar
paisagem octoriana e sua rara beleza. O sol nascente descobria as cores daquela exótica
vegetação e o ar puro trazia até nós seus suaves aromas. Impressões e sensações
desconhecidas penetravam minha alma e me sentia como quando somos crianças e
ficamos fascinados ante cada nova revelação da existência.
— Por que estou aqui, Tanaim? — perguntei como quem pensa alto.
— Você está aqui, em primeiro lugar, para ser testemunha da extraordinária
transformação evolutiva que este planeta e seus habitantes viverão em breve —
respondeu meu guia e, após ficar calado alguns instantes, acrescentou: — Em segundo
lugar, porque as revelações acerca da origem do Eneagrama e do Código de Thot, assim
como as relacionadas com a nossa evolução, lhe serão feitas por alguém deste mundo
que deseja conhecê-lo por uma razão exata.
Eu não entendia aquilo. Por que alguém daquele mundo ia querer me conhecer?
— Tenha calma, Khristian, compreenderá tudo no seu devido tempo.
Fez-me um sinal e acrescentou com suavidade:
— Agora, siga-me.
Minha curiosidade aumentava junto com a confusão dos meus pensamentos.

10 - A Mente é Mais Veloz que a Luz


"Sejam perfeitos assim como o meu Pai nos céus é perfeito."
N. S. Jesus Cristo
Avançamos até uma colina da qual era possível ter uma ampla visão da paisagem
octoriana. Tanaim fechou os olhos e levantando o braço esquerdo fez um estranho
movimento com a mão. Ficou imóvel durante alguns minutos na mesma posição.
Imaginei que estivesse se contatando telepaticamente com alguns habitantes daquele
mundo. Não estava equivocado. Após alguns instantes, duas espécies de naves,
extremamente luminosas e de formas ovóides, apareceram como saídas do nada.
Tanaim me explicaria mais tarde que essa minha impressão delas terem aparecido como
do nada, era conseqüência de uma extraordinária descoberta feita pelos ecocientistas
octorianos: a mente era muito mais veloz que a luz e produzia como esta, uma energia
extraordinária e quase inesgotável que eles conseguiram canalizar para diversas
aplicações. Assim, a velocidade inimaginável atingida por aquelas naves era apenas um
dos resultados tecnológicos dessa extraordinária descoberta. Nelas pode-se viajar de um
ponto a outro desse planeta em apenas alguns segundos e também a diferentes níveis
dimensionais e espaços-tempos diversos em apenas alguns dias ou minutos. Cinco
octorianos desceram, convidando-nos a subir numa das naves e reparei surpreso, que
Tanaim era conhecido e profundamente respeitado por eles. Os corpos daqueles seres,
ainda que semelhantes aos nossos, tinham diferenças notáveis. Belos e com uma
estatura média de 2 metros, possuíam a simetria das esculturas com as quais os gregos
tentaram simbolizar a perfeição de seus deuses. Chamou especialmente minha atenção a
peculiar formação craniana em que se destacava um maior desenvolvimento da zona
frontal desconhecido entre nós. Suas presenças irradiavam luz e harmonia e seus olhares
pareciam penetrar nossas almas além das aparências. Após termos sido devidamente
acomodados, a nave iniciou sua viagem e, em apenas alguns segundos, chegamos ao
nosso destino.
11 - Satlam
"Os Portões do Céu estão abertos para ti; As portas do Lugar Fresco estão abertas
para ti. Tu encontrarás Ra parado ali, esperando por ti. Ele tomará tua mão. Ele te levará
para o Duplo Santuário do Céu; Ele te colocará no trono de Osíris... Tu ficarás em pé,
amparado, equipado como um deus... Entre os Eternos, na Estrela Imorredoura."
Fragmento do "Texto das Pirâmides", extraído de A escada para o céu, de
Zecharia Sitchin.
Nunca esquecerei o impacto que me causou aquela gigantesca cidade flutuando a
mais ou menos 1.200 metros da superfície do planeta. Nela, milhares de octorianos
realizavam suas rotineiras e pacíficas atividades, num clima harmonioso e feliz.
Sem dúvida, Satlam era uma das mais maravilhosas megalópoles-levitantes de
Octor. Ao vê-la pairando silenciosa acima de uma das preciosas florestas-parques
daquele mundo superior, compreendi que os octorianos tinham alcançado não somente
grandes avanços científicos e tecnológicos, mas, principalmente, tinham conquistado a
virtude de conviver em completo equilíbrio com todas as formas de vida.
Após descer numa das pistas aéreas disponíveis, fomos conduzidos até um amplo
salão octogonal localizado num dos 9 Níveis Sinérgicos do Décimo-Setor-Estrutural
satlanense. Três seres de nobre aparência receberam Tanaim com alegria, e este me
apresentou como um "novo viajante na Luz Uma". Devo esclarecer que eu podia
entender e falar claramente o precioso idioma mântrico dos octorianos em virtude de um
microscópico aparelho — aderido ao meu canal auditivo após a chegada a Satlam —,
que o decodificava e traduzia instantaneamente na área da linguagem do meu cérebro.
Afastando-se alguns metros de mim, os três seres e meu guia iniciaram uma longa
conversa. Percebi que Tanaim falava de mim, pois, a cada certo tempo, ele e os
octorianos olhavam na minha direção com muita atenção. Ao concluir nossa "recepção",
os três seres, desmaterializando-se, abandonaram o local deixando-nos sozinhos. Eu
estava como que hipnotizado. Meu cérebro, em choque, tentava "aceitar" uma realidade
que não estava registrada na sua limitada "programação" terrestre. Sentindo-me
tremendamente pequeno perante aquela manifestação superior de existência, percebia a
enorme distância evolutiva que nos separava de toda aquela incrível civilização. Sua
grandiosidade provocava-me, por instantes, um misto de medo e admiração quase
primitivos. Como descrever o que acontecia dentro de mim diante daquelas maravilhas
que nem sequer o melhor dos nossos escritores de ficção científica imaginaria existir?
Tudo tinha acontecido tão rapidamente. Conhecer o meu guia, conhecer esse
modo de viajar no astral, através de portais dimensionais a uma velocidade maior que a
da luz, sem usar nenhuma nave espacial e estar naquele mundo superior era
maravilhoso, indefinível e inefável.
Tanaim esperou que passasse esse choque inicial com sua habitual serenidade.
Talvez como um efeito colateral desse meu estado alterado de consciência, percebi, de
repente, que havia algo de familiar nele, algo que não tinha reparado antes e que me
fazia sentir um misto de amor e segurança. O que era esta nova impressão? Sua
presença era tão valiosa e necessária naqueles instantes, que num impulso repentino o
abracei com carinho e gratidão. Já não havia mais dúvida em mim... Tudo era real nesse
novo estado além dos meus longínquos e irreais sonhos! Então, ele me disse:
— Como o esperava, tardou mais que outros eleitos a sentir o impacto desta
experiência, querido Khristian, e isso, somente graças à sua força interior — retribuía
meu abraço com fraternal carinho. — Fique calmo... Tudo está bem agora. — Afastou-
me suavemente e acrescentou: — Alguns sentem esse choque após o primeiro contato e
até demoram muito a voltar ao total equilíbrio psicoastral. Você, pelo contrário, se
recuperou rapidamente. Calma — repetiu —, calma, você logo há de saber o "por que"
de tudo o que está vivenciando aqui... Pronto para mais experiências? — deslizava suas
mãos com suaves movimentos circulares através de todos os meus chakras,
revitalizando aos poucos meus vórtices de energia astral. Assenti agradecido e nos
dirigimos até uma espécie de enorme varanda giratória, de onde se podia contemplar,
em todo o seu esplendor, a beleza daquele mundo, assim como algumas das vizinhas
cidades levitantes. Tanaim me explicou que essas cidades eram construídas tendo em
conta o equilíbrio psicofísico de seus habitantes, mediante a combinação sábia de
materiais e de uma diversidade de vibrações positivas geradas pelas formas, cores e
volumes dos seus diversos ambientes e amplos espaços urbanos. Tudo ali obedecia a
exatas medidas áureas, conscientemente aplicadas pelos ecos arquitetos e eco
engenheiros daquele planeta.
Fora isso, Octor não estava dividido em países e seus habitantes — que falavam
um único idioma — viviam em fraterna unidade, governados por um grupo de sábios
responsáveis pelo bem comum do planeta e de todas suas formas de vida, sem distinção.
Mas não vou detalhar todos os avanços que observei naquele mundo. Seria impossível e
inútil até pela minha incapacidade conceitual e técnica para tal. Em resumo, só posso
dizer que eles tinham conseguido tudo aquilo que para nós é apenas uma utopia, talvez
porque além dos seus avançados conhecimentos e tecnologias, estavam unidos. Tanaim
me prometeu, em função do meu interesse, que numa outra oportunidade me levaria
para conhecer outros dos avanços daquele mundo, antes que acontecesse o que ele
chamava de "o translado total ao nível Quinto" de toda aquela avançada civilização,
solicitando-me que não fosse tão curioso no momento.
12 - Novas Revelações
"Talvez estejamos aqui apenas para dizer casa, ponte, poço, jarro, oliveira, janela
– no máximo, pilar, torre... mas dizê-las, lembra-te, dizê-las de uma maneira que as
próprias coisas nunca sonharam que pudesse existir tão intensamente."
Rainer Maria Rilke, em E legias de Duíno, Nona Elegia.
— Agora devo explicar-lhe um pouco mais a sua missão como eleito — respirou
fundo e após um breve silêncio disse: — Sei que ainda não ficou muito claro —
continuou e me fez um sinal para que sentássemos.
— No final, gostaria de compreender melhor como é que, apenas escrevendo
sobre estas coisas, eu virei a colaborar para que os tempos do fim sejam abreviados na
prática — perguntei sem poder disfarçar meu ceticismo.
Tanaim percebia isto e esboçando um dos seus belos sorrisos me respondeu:
— É simples, Khristian. Veja. Cada um dos eleitos é capaz de visualizar diferentes
faces da realidade superior segundo seu nível consciencial e conceitual.
Conseqüentemente, cada uma dessas diferentes faces é uma peça a mais do complexo
quebra-cabeça evolutivo da nossa espécie. Seus relatos, por exemplo, provocarão certas
lembranças, intuições e sentimentos elevados naqueles que estão preparados para
completar este quebra-cabeça. Digamos que você lhes ajudará a lembrar o futuro,
lembrando o passado! Atos são produtos de sentimentos, Khristian, e quando você
acordar neles tais sentimentos, muitos começarão a agir de uns modos novos, amorosos
e especiais que ajudarão a promover essa união que virá a abreviar os tempos do fim.
Tanaim olhou à sua volta e senti que o que estava por acontecer naquele planeta o
deixava especialmente alerta e sensibilizado.
— Outros eleitos — continuou — conhecem e descobrirão novas peças. Alguns já
estão canalizando essas novas descobertas. Todos esses dados e informações -
fragmentos estão relacionados com o propósito de abreviar os tempos do fim. Assim, o
objetivo de evitar o desvio para um momento alternativo inadequado e destrutivo para
nossa espécie terá maiores possibilidades de ser atingido. — Observei que seus olhos
brilharam cheios de esperança ao expressar estas palavras.
— Graças às suas e às revelações que outros eleitos farão na sua época, milhões de
pessoas, ao redor de todo o mundo, serão motivadas a transformar-se em seres cada vez
mais conscientes da Unidade de Todas as Coisas. Assim, a compreensão profunda das
razões pelas qual nossa espécie fracassou no passado, será relembrada. Então, Khristian,
milhões de indivíduos compreenderão que os fracassos do passado foram produtos de
um mesmo e grande erro: o sentimento de separatividade, ou seja, a incapacidade de ver
as ligações existentes entre todos os seres e todas as coisas. Somente então novas
possibilidades evolutivas serão, de certa maneira, pressentidas e intuídas por muitos na
Terra, surgindo assim novas formas de lidar com os desafios emergentes da sua época.
Visões cada vez mais esclarecidas da realidade tal qual ela é permitirão descobertas e
soluções inovadoras para os atuais problemas e crises enfrentadas por sua civilização.
Aos poucos, todas as novas descobertas, dados e informações se unificarão,
complementando-se. Unidos pelo ideal da Unidade de Todas as Coisas, vocês poderão,
finalmente, planejar e organizar as ações que evitarão e neutralizarão todos os desvios
evolutivos possíveis. Porém não será uma tarefa fácil. Todos deverão estar preparados
para enfrentar grandes obstáculos e forças contrárias a essa sagrada missão. Lembre que
tudo o que estou lhe dizendo é apenas uma possibilidade no conjunto dos futuros
alternativos. Afinal, nem todos, neste vasto Universo, estão interessados em que nossa
espécie progrida. Temos que vencer grandes opositores, muitos deles velhos inimigos
ignorados pela humanidade e ansiosos de vingar-se daqueles que, no passado, os
derrotou — concluiu e, intuindo que eu queria saber mais a respeito desse novo e
inusitado tema, me disse enigmático: — Chega destas revelações por enquanto, meu
querido. Esse alguém, que habita neste mundo e que deseja conhecê-lo, lhe mostrará
este e outros assuntos!
Enquanto nos dirigíamos a um outro nível daquela bela cidade levitante, pensava
por que Tanaim tinha me dito que aquele misterioso alguém iria me mostrar esses e
outros assuntos. Não teria sido mais correto dizer "lhe informará sobre estas questões?"
Detive o divagar da minha mente quando contemplei fascinado o instante em que,
através de um portal dimensional de cor amarela, que surgiu de improviso a alguns
metros frente a nós, um grupo de alegres octorianos voltava de uma agradável viagem
espacial.
13 - Os "Mediators"
"— Eu, por exemplo, que existo há tantos anos no Universo, jamais pensei que,
talvez, tivesse existido um tempo no qual tudo o que vejo, tudo o que possuo não
existisse [...]. E agora, amado avô, [...] tomei consciência disto na minha presença
inteira, e sinto a necessidade de compreender a razão pela qual estes confortos, [...] me
foram dados [...] e a quais obrigações me compromete isso [...]"
Belzebu, olhando-o com carinho, respondeu-lhe:
— "Te aconselho, meu querido Jassin, que não te faças tais questionamentos. Tem
paciência. Quando for o momento certo [...] refletirás ativamente e compreenderás o que
deverás fazer em troca. Ainda não estás obrigado, na tua idade, a pagar pela tua
existência."
G.I. Gurdjieff, em Relatos de Belzebú a su nieto
As palavras de Tanaim possuíam uma vibração tão poderosa que tive certeza de
que jamais as esqueceria. Apesar de não conseguir compreender tudo o que me
revelavam especialmente o relativo à suposta conspiração invisível contra nossa
espécie, intuía que seria inútil querer saber mais sobre isso naquele momento. Decidi
esperar pelo encontro com esse anunciado alguém e levantar apenas questões
relacionadas com a minha missão.
— Significa que fui eleito para agir como uma espécie de canal através do qual
partes dos dados necessários para abreviar os tempos do fim e evitar o possível desvio
serão transmitidos?
— Sim, Khristian. Aliás, cada ser humano que, como você, ame seus semelhantes,
tem hoje a mesma possibilidade de se transformar num canal ativo do Bem que está por
vir — reparei que ele enfatizara as palavras "possibilidade" e "canal ativo".
— A estes seres humanos — continuou —, nós chamamos Mediators. Assim, todo
eleito é um Mediator, ainda que alguns o sejam inconscientemente ou apenas
potencialmente por enquanto. Eles são como pontes entre os planos superiores e
inferiores, entre os níveis de maior e menor consciência. Seu número está aumentando,
atualmente, no seu "espaço-temporal alternativo..." Sim, Khristian, você é um Mediator
— respondeu Tanaim fitando-me com uma expressão de absoluta certeza.
— Foi sempre assim? Sempre existiram os Mediators? — perguntei, ansioso por
ouvir mais a respeito.
— Sim, sempre foi assim — respondeu olhando para o infinito como se lembrasse
de muitos casos especiais. — Inspiramos e trabalhamos com alguns deles desde nossa
dimensão no futuro, há séculos — suspirou e em seguida acrescentou: — Existem
Mediators de diferentes graus e níveis. Os mais importantes, ou seja, os dos Níveis
Quinto ao Sétimo são chamados por vocês de "profetas" "iluminados", "visionários" e
"gênios". Esses foram e são alguns dos nomes dados em todas as épocas àqueles seres
humanos aos quais, em virtude dos Nove tipos de canalização e inteligência superior
que desenvolvem, lhes é permitido ultrapassar diversos portais dimensionais e
experimentar novos momentos alternativos. Alguns foram reconhecidos entre vocês
como grandes pensadores e inovadores capazes de mudar paradigmas que até antes das
suas existências pareciam absolutos. Muitos foram aceitos nas suas épocas e suas
descobertas têm sido benéficas para todos. Outros sofreram porque foram
incompreendidos por seus contemporâneos, sendo tratados como se fossem malucos ou
sonhadores, iludidos por fantasias. Alguns foram até perseguidos, torturados e mortos,
sem chegar a ver os resultados positivos de suas descobertas e trabalhos. Ainda assim,
todos eles conseguiram semear na memória coletiva da espécie os "dados" necessários
para favorecer o contínuo progresso espiritual e material da espécie humana. Às vezes,
alguns deles conseguiam "processar" esses "dados" de maneiras insuspeitadas graças ao
alto desenvolvimento de suas capacidades emocionais, mentais e intelectuais. Porém
nem sempre suas descobertas foram bem utilizadas. O conhecimento é um poder neutro.
Com ele acontece o mesmo que com o que vocês chamam dinheiro. Seu bom ou mau
uso depende de quem o possui. Enfim, Khristian, desde este "futuro-alternativo", que é
nosso "presente", nós estamos influindo sempre, consciente e deliberadamente, para que
todo o conhecimento necessário para a evolução da nossa espécie não se perca, para que
vocês o possuam sempre ou voltem a possuí-lo, resgatando-o do esquecimento quando a
ignorância e a separatividade tomam conta dos seus semelhantes.
Tínhamos chegado até um grande salão luminoso e amplo, no qual algumas
famílias e casais octorianos conversavam animados sobre a futura transformação
daquele planeta. Respirava-se uma atmosfera de plena harmonia. Após sentarmos
numas agradáveis poltronas de material desconhecido, as quais se adaptavam
automaticamente às nossas medidas e movimentos, e olhando pelas amplas janelas
daquele local os belos arredores de Satlam, perguntei:
— Essa influência tem algo a ver com o plano de abreviar os tempos do fim?
— Sim — respondeu meu guia. — Essa nossa maneira de influir faz parte,
também, do plano para abreviar os tempos do fim que Jesus Cristo e outros Enviados já
conheciam, e que, como todos Eles ensinaram, se fundamenta na Lei da Unidade de
Todas as Coisas, cujo único alicerce é o Eterno Amor Universal.
— Enquanto Tanaim me explicava estas coisas, começava a compreender os
ensinamentos iniciáticos e esotéricos relativos à milenar "transmissão" da chamada
"Ciência Objetiva" a partir do lendário e misterioso "Governo Invisível do Mundo",
também conhecido como o "Centro Consciente da Humanidade", que a conserva e que
influi beneficamente na evolução da nossa espécie. O quebra-cabeça se completava aos
poucos na minha mente.
— E quanto aos grandes inventos e tecnologias do meu tempo presente e à
velocidade com que novas descobertas são realizadas, o que é que você poderia me
ensinar? — perguntei, curioso.

14 - A Memória Coletiva
"Quanto mais se aproxime do seu Protótipo no 'Céu', tanto melhor para o mortal
cuja personalidade foi eleita — por sua própria Divindade pessoal (o Sétimo Princípio)
— para sua mansão terrestre. Porque, a cada esforço de vontade no sentido da
purificação e da união com esse 'Deus Próprio', um dos Raios inferiores se interrompe, e
a entidade espiritual do homem é atraída cada vez mais para o alto, para o Raio que
sucede ao primeiro, até que de Raio em Raio, o Homem Interno é absorvido no Raio
Uno, o mais elevado do Sol-Pai."
H.P. Blavatsky, em A doutrina secreta
— Logo saberá que alguns desses inventos e descobertas já existiram no
"passado" e que outros foram "inspirados" pelo "futuro", Khristian. Através de certos
Mediators, direta ou indiretamente, a informação chega a se transformar, em algum
momento, num fato concreto, sempre o mais adequado. No seu "tempo-espaço
alternativo", a velocidade de recepção da "informação" contida na "memória da espécie"
passada e futura multiplicou-se. Por esta razão, se redescobre e se reinventa o que foi
conhecido em épocas proto-históricas nos lendários continentes desaparecidos e se
"inventa" o que se recebe desde nosso futuro. Sua época vive um momento de especial
intensidade evolutiva e só a ignorância da "Lei de Unidade de Todas as Coisas" impede,
ainda, a superação do que podem ser as causas do "desvio" desse futuro que neste
"momento alternativo", paradoxalmente, já existe.
Fiquei pensando nessa "memória coletiva" e em todos os que tinham trabalhado
em diversos aspectos para que chegassem até nós os "dados" e "informações" que
promoviam nosso avanço científico e espiritual. Compreendi que tudo quanto sabemos
e temos à nossa disposição provém do amor, trabalho e esforço de alguns poucos que
deixaram para nós uma herança preciosa de conhecimentos, frutos da razão e da
intuição... seres do passado, do presente e do futuro trabalhando para o progresso de
todos os seres humanos sem distinção de nenhuma espécie.
— Sim, querido filho, assim foi e assim será sempre.
Novamente meu guia falava como se meus pensamentos fossem palavras audíveis
para ele. Começava a me acostumar a essa sua "clariaudiência telepática". Senti que ele
queria me dizer outras coisas e esperei em silêncio. Fez-me um gesto para segui-lo e nos
levantamos das nossas confortáveis "poltronas" octorianas. Começamos a caminhar pelo
agradável terraço panorâmico daquele formidável salão e após uns instantes Tanaim
continuou:
— Esse fenômeno, cuja manifestação chamamos "memória coletiva da espécie",
implica muitas conseqüências lógicas. A principal é que, em virtude da sua existência,
cada ser humano possuidor de determinada capacidade consciencial se torna
automaticamente responsável pela sua qualidade e continuidade. Por sua vez, a
existência dessa "memória coletiva" também é devida à "Lei de Unidade de Todas as
Coisas". Ou seja, é graças ao Amor que a memória de todas as coisas existe, e,
justamente por esta causa, o conhecimento atingido por seres conscientes jamais morre
porque está protegido pelo Amor. De alguma maneira, o conhecimento está sempre
presente nas camadas superiores da nossa Consciência Coletiva. Em algumas épocas, o
retrocesso evolutivo resultante das condições erradas de vida dos seres humanos
provoca seu esquecimento; em outras, mais apropriadas ao exercício das faculdades
emocionais e cerebrais superiores, o conhecimento volta através da energia-mente,
utilizando como canais aqueles Mediators mais preparados que o revelarão ou aplicarão
novamente. Assim, se redescobre o conhecimento acumulado durante séculos e se
somam a ele aqueles novos dados e descobertas que nunca poderiam existir se não fosse
o acúmulo sinérgico de todas as experiências gravadas na nossa milenar memória
coletiva. Na verdade, querido Khristian, não existem inventos ou descobertas que
possam merecer esse nome, porque o conhecimento é fruto de uma longa cadeia de
experiências e aprendizados refletidos e gravados, de acordo com a Lei do Carma, na
atividade sigilosa do ADN humano. Sim, O ADN é o canal biofísico da nossa memória
coletiva, Khristian. Naqueles que atingem certos níveis de amor e consciência, essa
memória se torna ativa graças à autolembrança e à auto-observação, no momento certo,
com propósitos definidos e sempre benéficos para todos. A partir desse "resgate
memorial" e graças às leis da herança, nós, humanos, conseguimos continuar nossos
avanços como espécie inteligente, do mesmo modo que a combinação planejada e
constante dos materiais adequados e criados para sua construção permitem materializar
os projetos de um arquiteto. Quando esse conhecimento desaparece, como conseqüência
das guerras mais destrutivas ou das megacatástrofes cíclicas, naturais ou provocadas
pelos nossos inimigos "invisíveis", ou pelo mau uso das descobertas e inventos, ou
ainda, pela destruição ignorante do equilíbrio natural ou pela combinação terrível de
todos estes fatores, nossa espécie vive longos períodos de barbárie, ignorância e
obscurantismo, até que condições gerais mais apropriadas permitem, novamente, o
resgate de tais conquistas preciosas. Essa tem sido nossa história, Khristian, conhecida e
desconhecida, com seus altos e baixos evolutivos. Apesar de tudo e, paradoxalmente,
nunca temos deixado de progredir, porque, graças à unidade e ao amor dos Mediators,
sempre podemos voltar a resgatar nossas conquistas e continuar subindo pela difícil e
cíclica espiral evolutiva a partir do ponto em que, acidental e/ou inconscientemente, nos
detemos.
O rosto de Tanaim tinha uma expressão de paz enquanto dizia estas coisas. Logo,
voltou a repetir:
— Nesse seu "momento-alternativo-presente", vocês devem corrigir urgentemente
seus atuais modos de agir e pensar em relação à natureza; devem unir-se e reavaliar,
criticamente, suas "metas" e "objetivos" para benefício do Todo e de todos e não apenas
de algumas minorias. Vocês devem compreender que o sofrimento de muitos retardará a
realização de todos.
Tanaim se deteve e tive a certeza de que percebia melhor o que era esperado de
mim e de todos os eleitos... Era algo assim como a "Teoria do Centésimo Macaco", pois
se conseguia compreender e processar tudo o quanto me estava sendo revelado, muitos
outros seres humanos o conseguiriam. Era uma grande oportunidade para pagar parte da
minha dívida com a existência.
Uma suave brisa me fez respirar profundamente. Senti os deliciosos aromas que
exalavam dos diversos tipos de flores cultivadas naqueles exóticos jardins públicos de
Satlam.
Tanaim me fez um gesto para que o seguisse até alguns metros de uma nave
octoriana que, segundos antes, tinha chegado aparentemente destinada a nos servir de
transporte. Não estava equivocado. Éramos esperados por dois octorianos que nos
fizeram um sinal para abordá-la. Embora soubesse que naquele mundo o meu corpo
astral não sofreria, numa potencial queda, como o meu corpo físico, não posso negar
que, por mecanicidade, tive um certo temor, ao passar do deck para o interior daquela
preciosa nave, especialmente após observar, apreensivo, os mais de mil metros de altura
que nos separavam da superfície daquele planeta.
Quando a nave iniciou seu vôo, senti que ia ao encontro mais importante da minha
vida. Conheceria, por fim, aquele misterioso octoriano do qual Tanaim falara de um
modo tão especial e saberia por que ele queria me conhecer.
Anoitecia em Octor.

15 - Anthor
"Ver o Mundo num grão de areia. E o Céu numa flor silvestre.
Ter o infinito na palma da mão. E a Eternidade numa hora." William Blake, no poema
"Augúrios da Inocência"
O sereno céu estrelado daquele setor do Cosmos podia ser contemplado em todo
seu esplendor, através das amplas janelas curvas da abobadada sala de estar octoriana.
Enquanto esperávamos nosso anfitrião, Tanaim me indicou certo "mecanismo
luminoso" nelas existente, que, mediante manipulação, permitia a obtenção de visões
telescópicas das constelações e estrelas que eu desejava ver em detalhes. Distraído com
essas visões celestes não percebi quando o octoriano apareceu na sala.
— Tanaim, meu querido amigo! — exclamou abraçando o meu guia. — Vejo que
não perde tempo na preparação do nosso eleito!
A sua aparência bela, serena e majestosa, chamou imediatamente minha atenção.
— De jeito nenhum, sábio Anthor! Quando seu convite chegou, decidi trazê-lo de
imediato, ainda que isso significasse para ele uma experiência, digamos, inesperada e
surpreendente, da qual ainda se recupera.
Anthor se aproximou e me abraçou em silêncio. A vibração de familiar alegria que
minha presença lhe causara atiçou ainda mais a minha curiosidade de saber por que ele
queria me conhecer. Após nos convidar para que sentássemos perto dele e bebêssemos
da deliciosa bebida que nos ofereceu e que, diga-se de passagem, me provocou um
estado misto de alerta e relax muito especial, ambos os seres comentaram detalhes
"técnicos" da próxima transformação daquele planeta. O respeito e o carinho com que se
tratavam chamavam poderosamente minha atenção. Como e quando se teriam
conhecido? Quais seriam as outras surpresas das quais estava sendo poupado no
momento? Não tive tempo de perguntar, porque após alguns minutos Anthor nos levou
até um salão circular, em cujo centro se destacava uma brilhante esfera que me chamou
atenção. Percebi que existia com propósitos definidos, já que, quando o octoriano dela
se aproximou, sua superfície se iluminou, seguramente ativada pela sua presença. Não
estava equivocado.
— Já era tempo de que ele participasse das lembranças de quem conhece em
detalhes a história do Eneagrama, do Código de Thot e do nosso mundo — comentou
Tanaim, olhando em volta com um gesto de aprovação, enquanto sentava onde Anthor
lhe indicava.
— Com sua ajuda será mais fácil — respondeu gentilmente o octoriano. — Por
acaso já revelou a ele a razão do meu interesse em conhecê-lo pessoalmente? —
perguntou, observando-me detidamente. Tanaim negou com um movimento de cabeça:
— Demasiadas surpresas num só dia talvez não sejam convenientes, meu querido
amigo! — Ambos sorriram após esse provocante comentário do meu guia.
Anthor mexeu num objeto, quase do tamanho de um botão, que tinha sobre sua
mão esquerda, o qual flutuando no ar se encaixou perfeitamente numa imperceptível
abertura daquela esfera central, que começou a vibrar silenciosamente. Esse pequeno
objeto, soube mais tarde, feito de diversas densidades de mente-luz, era um
"Canalizador", espécie de nexo entre ele e a esfera que não era outra coisa senão um
avançado "computador" acionado mentalmente pelo seu evoluído usuário. Quando a
luminosa esfera iniciou aquele sutil processo vibratório, ambos se olharam em silêncio.
Tanaim fez um gesto de afirmação. Tudo estava pronto. Algo parecia penetrar minha
mente. Lembro que não opus resistência.
16 - O Cérebro não é a Mente
"Tudo depende da memória. Não se começa por aprender, mas pelo relembrar. A
distância entre a existência infinita e as diversidades da vida nos fazem esquecer. Por
esta razão, Deus ordenou: Lembra!"
Hakki, Mestre Sufi, em El Camino del Sufi, de Idries Shah
A luz lilás provinda da aura de Anthor provocava em mim um estado de alerta
consciencial elevadíssimo. Estava sendo preparado para testemunhar e aprender algo
muito importante e intuía que a partir dessa experiência ficariam claros diversos e
complexos ensinamentos iniciáticos recebidos no passado. De repente, comecei a
relembrar o que tinha aprendido com meu Mestre acerca do processo de aprendizado
consciente:
— A compreensão é o resultado da união do intelectual e do emocional. Esta é a
união "alquímica" que provoca as transformações reais e totais. Até não compreender,
você não sabe. Apenas acumulou mais dados no seu cérebro. O processo de aprendizado
consciente é a chave dessa memória que não depende apenas do cerebral.
Existem, portanto, dois modos de aprender. Um deles é temporal, irreflexivo e
adquirido mecânica e inconscientemente. É o modo como se educa a maioria. Os dados
assim obtidos não têm maiores conseqüências nas suas vidas. São "mortos". Porém o
aprendizado consciente é atemporal em seus efeitos e conseqüências. Nele participa o
verdadeiro Eu. Sendo assim, aprenda sempre conscientemente, Khristian. Reflita e
processe os dados obtidos através de seu intelecto até que os sinta no seu coração. Faça
isto sempre e deliberadamente, porque sua mente não é o cérebro, assim como o
programador não é o computador.
Assim você se lembrará sempre e em cada existência e, algum dia, unir-se-á à
Grande Memória Cósmica e terá todas as lembranças que o Ser possui. Os cérebros são
bilhões e de todos os tipos, mas a Energia-Mente é Uma. Lembre-se disto: a Mente é
Uma, Khristian, os "terminais" somos muitos!
**************************************
O fluxo de meus pensamentos começou a ser interrompido lentamente.
— Ouça, Khristian. Até hoje só tinha captado sua presença graças a Tanaim e a
um outro motivo que lhe revelarei oportunamente. — Apesar de minha curiosidade por
saber de imediato esse outro motivo, Anthor fez um gesto e continuou dizendo: —
Nessas ocasiões sondei seu mundo interno e soube, então, de seus esforços por atingir
níveis superiores de consciência. Sim, sei mais de você do que você pode imaginar...
Está observando minhas mudanças exteriores?
Assenti maravilhado em poder apreciá-las tão naturalmente. Anthor se tornava
cada vez mais luminoso.
— Pois é, algum dia seus esforços evolutivos também terão estes maravilhosos
resultados. Apenas persevere, querido Khristian, e jamais esqueça seu sublime objetivo
porque, desta maneira, você e os demais eleitos realizarão o resgate da Lei da Unidade
de Todas as Coisas e, então, transmutarão a Terra. Sim, algum dia, graças à aplicação
consciente dessa Lei, seu mundo, igual ao nosso agora, poderá atingir este Nível
Superior de existência do qual você é testemunha.
17 - Na Dimensão das Memórias Cósmicas
"O homem é um olhar, o restante é somente carne. Mas o verdadeiro olhar é
aquele que vê o Amigo. Funde teu corpo inteiro no teu olhar, olha em direção da visão,
olha em direção da visão, olha em direção da visão."
Rumi, Mestre Sufi, citado em Mawlana Djalal-ud-dín,
Rumi, le soufisme et la danse, de M. Random
A irradiação vinda do octoriano pulsava ritmicamente. Ondas dessa energia
entravam através do meu plexo solar, provocando no meu peito uma agradável sensação
de calor e amor. Anthor continuou dizendo:
— Saiba, Khristian, que o "Código de Thot" e o Eneagrama, cujos fragmentos
você e outros Iniciados conhecem, fazem parte dessa Sagrada Lei cuja origem
conhecerá agora. Ser-lhe-á revelado como é que ela foi ensinada em todos os planetas
habitados, quando chegou à Terra e por que foi esquecida. Então, compreenderá por que
são tão urgentes seu resgate e reatualização. Está pronto?
— Estou — respondi seguro.
— Vamos, então, penetrar na Dimensão das Memórias Cósmicas – a voz de
Tanaim era suave e rítmica. — Relaxe, Khristian, relaxe profundamente. Fique apenas
entregue e aberto para o que vai testemunhar.
O octoriano fechou uma vez mais os olhos e levantou sua mão esquerda fazendo
um rápido e singular movimento com seus dedos. De repente, a esfera à nossa frente
começou a expandir-se. Parecia feita de "cristal líquido" e nos envolvia como se fosse
água. Em apenas alguns segundos estávamos "dentro" dela!
Uma voz disse:
— Bem-vindo à Dimensão das Memórias Cósmicas.
Obediente às ordens telepáticas do octoriano, que manipulava sua energia com
uma destreza extraordinária, algo naquela esfera provocou uma espécie de abertura
astral na minha testa, e subitamente vi uma explosão de luz e imagens surgir desde o seu
centro. Observei, atônito, que a esfera parecia não ter limites e perdi a noção de espaço
e tempo, sentindo-me apenas como um ponto naquela imensidão infinita.
Logo senti uma agradável vibração, semelhante à produzida quando o sagrado
mantra OM é cantado pelos corais místicos, porém sem interrupções, sem fim. Percebi
um feixe de luz dourada vindo das profundezas da Dimensão das Memórias Cósmicas e,
então, eles disseram:
— Que nossas lembranças sejam vossas lembranças, Khristian, agora somos
um...!

Parte III
"Num domingo, fui arrebatado em espírito, e ouvi, por trás de mim,
voz forte como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro..." Palavras de
São João em Apocalipse 1,10-11.
Thot

18 -Uma Extraordinária Descoberta

"Vê! Aqui está Thot, Senhor dos Mistérios! Prepara as libações ante o Mestre de
Milhões de Anos, E abre-lhe o caminho ao longo do firmamento. Que Thot regozije
meu coração!" Do Hino CXXX do Livro dos Mortos egípcio.
"Os Lipika [...] são os [...] cronistas que imprimem sobre tábuas invisíveis (para
nós) da Luz Astral, o grande museu de quadros da eternidade, um registro fiel de cada
uma das ações e até de cada um dos pensamentos do homem, e de tudo o que foi, é e
será no Universo fenomenal. [...] esse repositório divino e invisível é o Livro da Vida.
[...] Os Lipika são os que projetam [...] o plano ideal do Universo [...] pelo qual os
Construtores reconstroem o Cosmos depois de cada Pralaya. [...] Os Anais Eternos não
são um sonho platônico...". H.P. Blavatsky, em A doutrina secreta "Zero (ár. Sifr, via
ital. zero) Algarismo em forma de 0, sem valor absoluto [...]". Dicionário Michaelis
2000.
Isto é parte do que vi na Dimensão das Memórias Cósmicas, e que fui autorizado a
revelar a todos os meus irmãos da Terra:
Há milhões de séculos terrestres, Thot, um dos mais evoluídos Seres Cósmicos,
fez uma extraordinária descoberta quando era apenas uma criança. Certa noite,
observando o céu, intuiu, subitamente, que tudo estava unido no Universo, pois
compreendeu o "Valor Objetivo do Número Zero". A partir desse instante dedicou toda
a sua existência a comprovar matematicamente sua genial hipótese. Os anos se
passaram e, sendo já adolescente, finalmente anunciou, num dos grandes encontros
intergalácticos de sábios-cientistas vindos de vários pontos do Universo, para alegria de
todos, sua Teoria "0" sobre a Unidade de Todas as Coisas. Graças a ela demonstrou:
Primeiro: Que todo ser vivo, em qualquer nível de existência vibratória, faz parte e
obedece a um único, delicado e complexo processo cósmico-sinérgico. Este processo é
provocado pelo Onisciente e Onipresente Zero desde seu Centrum Primordial, mediante
as Três Manifestações do seu Poder Eterno. Assim, juntamente com a realização das
diversas bio-transformações destinadas a liberar as energias necessárias para sua
Manutenção Geral e Harmônica, o Onipotente Zero supera o Tempo e suas
conseqüências, razão pela qual é considerado o Eterno Ser Um.
Segundo: Que essa Unidade deve ser preservada, porquanto nos "Níveis
Vibratórios Inferiores", ou seja, aqueles mais afastados do Centrum Primordial, existem
exatas possibilidades de "desvios" com respeito a ela. Estes podem interferir
negativamente nos processos necessários à manutenção e equilíbrio do Zero-Todo e,
conseqüentemente, do Universo que Ele tem como se fosse seu Sagrado Corpo.
Terceiro: Que estes "desvios" são provocados pelos freqüentes acidentes e
choques, sofridos pelas diversas formas vibratórias de vida quanto mais afastadas do
Centrum.
Quarto: Que o número de Leis que afeta cada Nível Vibratório de existência
cresce quanto mais longe do Centrum ele estiver, o que implica uma maior
probabilidade de "desvios".
Calculou, ainda, com exatidão magistral estes "desvios possíveis", enunciando
uma fórmula matemática chamada "Fórmula Geral dos Resultados Paradoxais da Eterna
Unidade Manifestada".
Ainda que Grandes Seres Cósmicos tivessem vivenciado essa "Unidade Total de
Todas as Coisas" por meios místicos, tais como a Meditação, em diversos planetas, Thot
era o primeiro a fornecer provas empíricas e objetivas desse extraordinário fato e a
advertir, matematicamente, sobre os perigos recorrentes dos possíveis "desvios".
Mediante suas incontestáveis fórmulas físico-matemáticas, as razões objetivas da
existência dessa Unidade Geral foram conhecidas no Universo pela primeira vez. Para
facilitar seu estudo, Thot dividiu o Zero-Todo em "Nove Dimensões Alternativas e
Sinérgicas de Atuação da Única — Consciência — Cósmica". Esta divisão do Todo
seria conhecida, séculos mais tarde, na Terra, durante a Terceira Raça, como
"Eneagrama dos Processos Unificantes" cuja expressão simbólica é a seguinte:
Foi devido a estas extraordinárias descobertas que Thot foi integrado de imediato
ao Conselho dos Dhyân-Chohâns, Iluminados Sábios Cósmicos que colaboram a
"æones" na manutenção da Harmonia do Todo e Tudo. Estes, que esperavam há
milênios essas maravilhosas descobertas para aperfeiçoar suas Altíssimas Obras, o
receberam com alegria.
Motivado pelo amor à vida, Thot pediu licença ao Sublime Conselho para treinar
todas as consciências preparadas, a fim de que esse extraordinário "nexo", que une
Todas as Coisas, fosse protegido e mantido segundo a Vontade Sublime do Zero em
Todo o Cosmos.
Queria, especialmente, apoiar os seres de Nível Vibratório 3 — o nível que nós
chamamos "humano" — que pudessem vir a transformar-se em canais conscientes e
"promotores" da Eterna Unidade de Todas as Coisas. Assim, pensava, se realizariam os
objetivos do Divino Zero em todos os cantos do Universo, especialmente naqueles
"Níveis Vibratórios Inferiores" onde os "desvios" energéticos eram, matematicamente,
mais prováveis.
Investido do Trino Poder do Amor, Thot iniciou sua transcendental missão em
companhia de outros sábios colaboradores.
Para tanto, visitou diferentes mundos, teoricamente capazes de compreender a
Unidade Cósmica, informando-lhes os resultados objetivos de sua valiosa descoberta
científica. Trilhões de seres conscientes o apoiaram iniciando a aplicação imediata da
Lei de Unidade de Todas as Coisas nos milhares de planetas superiores localizados nas
milhões de diversas galáxias do Universo incomensurável.
Porém Thot não tardou a encontrar grandes obstáculos, tendo que enfrentar os
interesses egoístas de certos seres poderosos, governantes de mundos superiores
localizados em setores cósmicos mais próximos dos Níveis Vibratórios Inferiores, que
não aceitavam suas sábias propostas. Com efeito, durante séculos eles tinham vivido
explorando diversos mundos afastados do Centrum, muitos dos quais habitados por
seres Tipo 3 primitivos e, portanto, fáceis de dominar. Aceitar as propostas de Thot era
abrir mão de todas essas fontes de riqueza, já que, uma vez que os habitantes dos
mundos inferiores evoluíssem, graças às suas benéficas descobertas, nunca mais seria
possível explorá-los nem submetê-los. Thot e seus aliados já esperavam esta oposição e
sabiam que esses eram apenas alguns dos efeitos negativos dos "Três Desvios Primários
no Eneagrama dos Processos Unificantes" previamente calculados.
Por esta razão, tentaram de todos os modos persuadir os governantes daqueles
mundos das vantagens de aplicar a "Lei da Unidade de Todas as Coisas",
demonstrando-lhes matematicamente os benefícios que poderiam obter em longo prazo.
Porém esses esforços foram inúteis e apenas provocaram algo inesperado e nefasto: o
conhecimento desta nova Lei foi para eles o equivalente à descoberta de uma nova e
poderosa arma.

19 - Causas de uma Guerra Interestelar


"Houve uma guerra no céu: Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O
Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no
céu para eles. Foi então precipitado o grande Dragão [...] e com ele foram precipitados
os seus anjos. [...] Mas, ó terra e mar, cuidado! — porque o Demônio desceu para vós,
cheio de ira, sabendo que pouco tempo lhe resta." São João, Apocalipse 12:7-12
Sim, antes de aceitar pôr em prática corretamente a "Lei de Unidade de Todas as
Coisas", os astutos líderes daqueles mundos perceberam que ela também podia ser
aplicada às avessas.
Começaram, então, a mentalizar um ambicioso plano: dominariam o que
chamavam de "bioformas inferiores" totalmente, assim como as energias que estas
produziam, ainda que com isso ameaçassem o Equilíbrio do Todo e sua Unidade. Para
tanto, procurariam controlar novos mundos nos quais os efeitos negativos dos "desvios"
fossem notáveis. Conquistando-os garantiriam milhões de "guerreiros-escravos"
cerebralmente submetidos e programados com suas "psicotecnologias". Então, criariam
um império intergaláctico, e, quando este fosse consolidado, iniciariam maciços ataques
aos mundos superiores, dos quais faziam parte até esse momento, usando seus
guerreiros-escravos, sem ter que arriscar suas próprias existências. Iludidos,
imaginavam conquistar até o próprio Centrum! De nada adiantaram os apelos de Thot
para que desistissem dos seus nefastos projetos.
Foi, então, que vi quando os mais poderosos dentre estes rebeldes — os Ildamans
do planeta Baoth, motivados por estas "razões", unificaram os rebeldes dos outros
mundos e declararam a mais terrível "Guerra Interestelar" conhecida no Universo,
contra os planetas que apoiavam Thot e suas sábias idéias de unidade e harmonia.
Ah! Quando lembro esses nefastos eventos, provocados pela sede de poder dos
rebeldes tremo de espanto e temor! Aquela guerra, longa e inimaginável para mentes
humanas, durou vários séculos. Porém, apesar de seus inumeráveis poderes bélicos, os
rebeldes foram finalmente derrotados pelos exércitos galácticos dos mundos favoráveis
à "Lei da Unidade de Todas as Coisas". O "castigo" para esses milhares de rebeldes foi
a expulsão dos menos perigosos para os "Níveis Inferiores". Objetivava-se que dessa
maneira compreendessem em "carne própria" o que significava viver nesses Níveis mais
afastados do Centrum e voltassem a evoluir, após os necessários ciclos de
renascimentos, até os Níveis Superiores sendo conscientes da Lei de Unidade de Todas
as Coisas. Outros, devido à sua alta periculosidade, foram submetidos ao processo de
"re-integração matenergial", o que significava voltar a fazer parte das energias cósmicas
primárias, com as quais o Divino-Zero-Todo gera, ciclicamente, suas constantes
"criações". Eram, por assim dizer, "reciclados". Afinal, no Universo "nada se destrói,
tudo se transforma". Porém o perigo não tinha sido totalmente superado. Um grupo de
líderes Ildamans, alguns dos quais muito perigosos e poderosos, conseguiu fugir desta
"reciclagem", ocultando-se em dimensões de difícil acesso localizadas anos-luz dos
sistemas superiores e, infelizmente, muito perto do nosso Sistema Solar. Séculos mais
tarde, estes fugitivos unificariam todos os demais rebeldes exilados nesse setor do
Cosmos e juntos seriam, num determinado momento, os protagonistas de uma das mais
terríveis experiências proto-históricas que nossa espécie sofreu.
Mas, antes de relatar esses fatos, devo concluir estes fragmentos das Memórias
mais antigas, dizendo que, após o fim da Guerra Intergaláctica, e superados
temporariamente os nefastos resultados daquela Guerra, testemunhei quando todos os
mundos que tinham aceitado viver de acordo com a "Lei da Unidade de Todas as
Coisas" criaram organizações interestelares para promovê-la e se uniram numa poderosa
Confederação Intergaláctica atuante até nossos dias.

20 - Origem do Código de Thot.


Seus Atuais Fragmentos na Terra.
O Eneagrama Hermético.
"Os Princípios da Verdade são Sete: aquele que compreender isso perfeitamente
possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo serão abertas, uma a
uma."
O Kaibalion, citado por Khristian Paterhan em Iniciação e Autoconhecimento.
Foram os membros desta Confederação Intergaláctica que, sensibilizados pelos
sábios propósitos de Thot, solicitaram-lhe em certa oportunidade que pensasse numa
maneira mais "didática" de fixar a "Lei da Unidade de Todas as Coisas" e seus
complexos "9 Modos" de manifestar-se entre as criaturas de Terceiro Nível Vibratório...
como nós. Assim surgiria o famoso "Código de Thot", composto de 7 Princípios.
Poderiam ser aplicados e compreendidos em qualquer mundo habitado, promovendo o
harmônico e gradual desenvolvimento eneagramático dos seus habitantes mais
conscientes, até que estes atingiram o Nível 4, ou Primeiro Nível de Razão Objetiva.
Soube que os Seres de Nível 4 são aqueles capazes de realizar a vontade do Todo Mente
nos 9 Níveis do Cosmos e que, além deste Nível evolutivo, existem outros 3
impossíveis de descrever por criaturas de Nível 3 como nós. Milênios mais tarde este
mesmo Código seria trazido ao nosso planeta pelo próprio Thot, a quem milhares de
anos depois os gregos chamariam de Hermes. Seus fragmentos são conhecidos até hoje
como os "7 Princípios Herméticos" e fazem parte do milenar Kaibalion egípcio e da
antiga e Mística "Tábua de Esmeralda".
Fui testemunha de muitos eventos cósmicos. Vi surgir novas galáxias e observei o
nascimento e a morte de mundos e estrelas. Admirei a indescritível beleza e harmonia
do Todo em seus 9 Modos de Manifestação. Mas não é o meu propósito e nem seria
capaz de descrever tantas maravilhas. Meus guias queriam que apenas contasse os fatos
mais relevantes da desconhecida proto-história do nosso mundo. Então, devo começar
agora.

Parte IV

"Disse a Terra: 'Senhor da Face Resplandecente; Minha casa está vazia... Envia os
teus Filhos para povoarem esta Roda... Proibiste aos teus Servidores, os pequenos
Anéis, que recolhiam a tua Luz e o teu Calor... Envia-nos agora à tua Serva...' Disse o
Senhor da Face Resplandecente: 'Eu te enviarei um Fogo quando o teu trabalho
estiver começado... Tua gente estará sob o comando dos Pais.... Teus homens serão
mortais... Cessa a tua queixa... Teus homens não estão preparados." Do Livro de Dyan,
citado por H. P. Blavatsky em A doutrina Secreta "Em seguida foram ensaiados
seres construídos, seres formados pelos Construtores, os Engendradores..."Popol Vuh
O Quê? Somos Fruto de um Erro de Cálculo?
21 - De Por que o Código de Thot Chegou a Ser Conhecido no Nosso Planeta.
Gurdjieff Tinha Razão:
Um Cálculo Errado Deu Origem à Lua, Causa da Vida na Terra. As Primeiras
Raças.
História do Malsucedido Implante do Órgão "Kundabuffer".
"Porém, como conseqüência dos cálculos errados de certo Individuum Sagrado,
experto em matéria de leis de criação e conservação do mundo [...] o planeta Terra e o
cometa Kondur entraram em colisão; bateram tão violentamente que, devido ao golpe
[...], desprenderam-se da Terra dois grandes fragmentos [...] o fragmento grande foi
designado, não faz muito tempo, com o nome de"Lua". No que diz respeito ao
fragmento pequeno, foi esquecido aos poucos [...] os seres dos tempos atuais não
somente não lhe dão nenhum nome, sequer suspeitam da sua existência [...] Se por uma
casualidade um deles o percebe através desses brinquedos excelentes, embora muito
infantis, que chamam "telescópios", não lhe prestam muita atenção, achando que é
simplesmente um grande 'aerólito' [...]."
G.I. Gurdjieff em Relatos de Belzebú a su nieto
"O mundo acabou em fogo, enxofre, estrondo e escuridão [...] há 65 milhões de
anos [...] Uma pesquisa científica [...] confirma a teoria de que [...] um cometa ou
asteróide gigante, com cerca de 10 quilômetros de diâmetro, caiu na Península de
Yucatán, no Golfo do México. Mais adiante, um dos cientistas que colaborou nessa
pesquisa declara: 'A Terra é um lugar mais perigoso do que se imagina [...] Nós estamos
na beira do abismo, protegidos da imensidão do universo apenas por uma fina
membrana azul, a atmosfera.'" Revista Veja de 26/02/97
"Asteróide acompanha a Terra em torno do Sol. Objeto pode ser uma segunda 'lua'
para o planeta." Jornal do Brasil de 12/06/97
"Descoberto um pedaço da Lua em órbita da Terra. Cientistas dizem que o achado
é um alerta sobre a aproximação de astros até agora desconhecidos." O Globo de
28/03/99
Para compreender por que o Código foi trazido pelo próprio Thot até nosso
planeta, revelarei aqui fragmentos de alguns antiqüíssimos e desconhecidos
acontecimentos terrestres dos quais fui testemunha.
Thot e seus colaboradores sabiam que, antes da descoberta da "Lei da Unidade de
Todas as Coisas", os Sábios Cósmicos tinham tentado, inutilmente, diminuir as
catastróficas conseqüências dos estranhos fenômenos periódicos que costumavam
alterar negativamente a ordem nos diversos níveis afastados do Centrum, entre eles, o
nosso. Por esta razão, quando intervinham nesses processos desequilibrantes, cometiam,
às vezes, graves "erros de cálculo". Ainda que estes "erros" fossem passíveis de serem
corrigidos, nem sempre o resultado era imediato. Em alguns casos, era necessário
esperar alguns aeones.
Isso aconteceu com o nosso planeta e comprovei então, pessoalmente, que tudo
aquilo que Gurdjieff revelara nos Relatos de Belzebú a su nieto e Blavatsky, em A
doutrina secreta sobre a história esquecida da humanidade, tinha realmente acontecido.
Em benefício dos que desconhecem essas revelações, vou resumir brevemente algumas
delas aqui, acrescentadas com os dados que obtive nas minhas visões:
Quando nosso Sistema Solar estava acabando de se formar, alguns Sábios
Cósmicos aproveitaram a ocasião para estudar mais de perto o evento. O objetivo era a
obtenção de dados que lhes permitiriam conhecer o funcionamento cósmico daqueles
níveis mais afastados do Centrum. Paralelamente, aproveitaram para estudar o
surgimento dos diversos planetas, sendo que um deles lhes chamou especialmente a
atenção, em virtude do extraordinário potencial que demonstrava para a formação de
vida, na medida em que sua massa se esfriava e sua atmosfera se consolidava. Esse
planeta era a Terra. Concluíram, também, que este Sistema, com os diversos planetas
que nele começaram a se formar, possuía tremendas possibilidades de sofrer diversas
desarmonias e catástrofes cíclicas, confirmando o que já sabiam a respeito dos perigosos
"Níveis Vibratórios Inferiores". Certa feita observaram que um cometa estava em rota
de colisão com nosso mundo ainda em formação. Ao tentar desviá-lo, cometeram,
acidentalmente, um desses costumeiros "erros de cálculo" já mencionados, provocando
justamente o que pretendiam evitar. O impacto foi tão violento que causou o
desprendimento de dois grandes fragmentos do nosso planeta, um dos quais se
transformaria na nossa atual Lua.
Enfim, após analisarem os resultados dessa colisão fenomenal, chegaram à
conclusão de que não haveria risco imediato de que esse terrível acidente provocasse
desgraças maiores nem no Sistema, nem no nosso planeta. A razão era simples: os
fragmentos estavam orbitando em volta do nosso mundo graças à influência das leis
cósmicas correspondentes. Porém, preocupados com a possibilidade de que, no futuro,
esses fragmentos "escapassem" da órbita do nosso mundo, ocasionando outros
gravíssimos transtornos nesse e em outros Sistemas vizinhos, decidiram que o único
modo de fazer com que a Terra mantivesse esses "fragmentos" sujeitos à sua órbita era
provocando e acelerando novas condições adequadas para a vida. Sabiam que, desse
modo, a interação das diversas formas de vida orgânica geraria certas energias cósmicas
que tinham a propriedade de produzir vibrações com as quais esses fragmentos seriam
mantidos na sua acidental órbita "para sempre".
Com autorização Conselho de Sábios e a participação de um grupo de cientistas
cósmicos famosos naquela época, foi iniciado o processo de geração de vida orgânica
no nosso planeta. Os resultados foram excelentes e, graças a essa intervenção, os
fragmentos deixaram de constituir uma ameaça para o Cosmos. Assim, o primeiro "erro
de cálculo" foi corrigido.
Os séculos se passaram e a vida "semeada" no nosso mundo foi atravessando os
estágios previstos de desenvolvimento evolutivo, tornando-se, aos poucos, cada vez
mais complexa, como era de se esperar.
Os "criadores" não tardaram a descobrir com alegria que — como em todos os
outros mundos nos quais as condições para o desenvolvimento de formas de vida cada
vez mais complexas e inteligentes existem —, o nosso mundo logo seria o berço de
bioformas de Nível 3 básico. Logicamente, seriam inicialmente diferentes das existentes
nos mundos superiores, devido às condições planetárias e sistêmicas imperantes, mas
teriam, em longo prazo, as mesmas probabilidades evolutivas que toda criatura de Nível
3 pode vir a manifestar em qualquer ponto "habitado" do incomensurável Universo.
Afinal, eram bioformas criadas "à imagem e semelhança" dos seus "criadores" e,
portanto, eles viam estes processos cheios de esperança. Foi assim que aqueles seres que
formaram parte das lendárias "Primeiras Raças assexuadas", conhecidas graças a
Blavatsky como "os-Nascidos-por-si-mesmos e sem-mente" e "os Nascidos-do-Suor e
com um germe de inteligência" se desenvolveram naturalmente.
Milhares de anos mais tarde, quando os nossos criadores voltaram para observar o
resultado de suas experiências, verificaram que as mencionadas criaturas de Nível 3
tinham atingido o nível evolutivo chamado "Terceira Raça", e que, após um longo ciclo
natural de "androginia" e "hermafroditismo", tinham iniciado o processo conhecido
como a "separação dos sexos", que permitiria, a partir dali, o tipo de procriação sexual
que conhecemos hoje. Ao mesmo tempo, os criadores verificaram que os parâmetros
básicos de inteligência e razão necessários para obter maiores níveis de consciência já
estavam prontos. Porém as opiniões a respeito ficaram divididas e alguns achavam que
isso não deveria acontecer até que fossem tomadas certas medidas de segurança, já que
supunham que, atingindo novos níveis de consciência, nossos antepassados poderiam
dar-se conta da precária situação de sua existência e perceber que somente tinham vindo
povoar o planeta "acidentalmente" e, apenas, para fazer parte de um processo de
equilíbrio naquele "perigoso" Sistema Solar. Fora isso, se descobrissem a grande
distância que separava seu mundo do Centrum, poderiam pensar que suas vidas não
tinham nenhum valor e até querer deixar de existir e reproduzir-se ante essa terrível
constatação.
Após sérias deliberações, decidiram que, para que nossos antepassados não
tivessem consciência durante algum tempo dos perigos a que estavam submetidos
naquele afastado setor do Universo, deveriam realizar uma arriscada, porém necessária,
intervenção biopsicogenética de caráter massivo.
Assim, implantaram no "Sistema cérebro-espinhal" dos nossos antepassados uma
espécie de "órgão" que provocaria uma temporária "visão errada da realidade",
caracterizada por percepções, sensações e sentimentos de caráter prazeroso, que lhes
faria pensar que nosso mundo era um verdadeiro "paraíso" e eles, criaturas
"afortunadas" e "importantes" por viver nele.
A idéia, fruto de suas "boas intenções", era mantê-los cerebralmente
"adormecidos" para as verdadeiras razões da sua existência, até que o equilíbrio do
planeta e seus "satélites" estivesse totalmente consolidado e garantido. Acreditavam ser
esta a única maneira pela qual eles garantiriam, junto às outras formas de vida, a
produção e emanação das energias equilibrantes tão necessárias naquele "instável"
período evolutivo pós-catástrofe.
Este "dispositivo biopsicogenético" — ao qual Gurdjieff chamou Kundabuffer —
emitia certos "sinais químicos" que, além de provocar entre eles a percepção errada de
um "eu pessoal" e separado do Todo, liberava as "substâncias" produtoras das sensações
de prazer e gozo. Desta maneira, a ilusão de possuir egos separados do Todo permitia
que eles esquecessem de pensar nas desvantagens de viver num planeta tão afastado do
Divino Centrum. Além disso, as sensações de "prazer" e "gozo" acentuavam, entre
outras coisas, o nascente e forte desejo de união sexual, o que garantiria a reprodução.
Ou seja, reproduzir-se seria, daí por diante, percebido como parte de um ato prazeroso.
Desta forma, desejariam realizá-lo "com todas as suas forças", sem ter noção de que
apenas estariam assegurando o ecoequilíbrio planetário ao multiplicar-se sem restrições.
Nesse momento a ordem dos "criadores" era: "cresçam e multipliquem-se". (Já não
deveríamos começar a ser mais "racionais" a respeito?) A intervenção parecia um
sucesso, porém o esquecimento de um "detalhe" foi a causa de um novo "erro de
cálculo" e o início de outros graves problemas para nossa espécie.
Este segundo "erro de cálculo" foi provocado pelo fato de não se considerar certos
aspectos instintivos da espécie. Com efeito, nossos antepassados, como qualquer outra
espécie animal, possuíam os naturais instintos de sobrevivência e preservação. Estes não
foram afetados pelo órgão Kundabuffer, razão pela qual, nos seus "inconscientes-
animais", mantinha-se a sensação "irracional" de que algo não estava bem nesse mundo,
de que existia um "perigo" oculto, algo "contrário à ordem", algo desconhecido e
ameaçador que foi provocando uma crescente e poderosa sensação de medo, um medo
surdo e inexplicável.

22 - Os "Criadores" Extirpam o Órgão "Kundabuffer" e Percebem que


"Algo" Está Funcionando Mal entre Nossos Antepassados
"Naquele terceiro descenso, os membros sagrados da Alta Comissão, após haver
estabelecido, com suas pesquisas minuciosas, que as medidas tomadas já não eram
necessárias [...] suprimiram, entre outras coisas, nos seres tri-cerebrais (humanos) de lá,
[da Terra...] dito órgão Kundabuffer, com todas as suas surpreendentes propriedades."
G.I. Gurdjieff em Relatos de Belzebú a su nieto.
Quando, finalmente, os criadores acharam que era o tempo de extirpar o
Kundabuffer, aquele medo inconsciente e a nefasta ilusão de possuir um "eu pessoal"
tinham-se cristalizado na memória biogenética dos nossos antepassados. Somente então
eles começaram a perceber "algo" anormal entre os "humanos", algo que modificava
negativamente suas condutas até provocar neles manifestações impróprias em criaturas
de Nível 3. Esse "algo" sombrio e assustador era o resultado da externalização cada vez
mais destrutiva do medo instintivo há tanto tempo abafado.
Como todo mundo sabe, o medo gera, às vezes, reações de agressividade incríveis,
até o ponto em que aquele que o sofre parece valente, ousado e corajoso perante os
demais.
Neste caso, eles começaram a reagir agressivamente em todos os sentidos e os
resultados foram terríveis.

23 - O Medo Provoca Três Estranhas Reações: a Destruição Mútua, a


Deturpação do "Prazer" e...
"E os que careciam de Centelha tomaram para si enormes animais fêmeas...
geraram monstros... uma raça muda para silenciar a sua vergonha. [...] Vendo isso, os
Lhas que não haviam construído homens choraram, dizendo: 'Os Amanasas (Sem-
Mente) macularam nossas futuras casas. Isto é Carma."
Do Livro de Dzyan, em A doutrina secreta, de Blavatsky
Os sábios criadores alienígenas, após uma série de estudos e pesquisas,
perceberam que, em função desse fator desconhecido, nossos antepassados tinham
adquirido 3 tipos de comportamento indesejáveis:
Primeiro: A destruição mútua. A cada certo tempo iniciavam terríveis guerras sem
nenhuma causa nem razão objetiva. Nestas guerras, até pelos mais fúteis motivos,
matavam-se uns aos outros aos milhares. O medo se manifestava na violência desses
processos periódicos de destruição mútua, assim como nos sangrentos rituais e
sacrifícios humanos e animais, que começaram a proliferar em todos os lugares. Era
como se uma parte de suas psiques primitivas tivesse encontrado um modo doentio de
escapar e exorcizar as "forças malignas e ocultas" que faziam deste mundo algo tão
perigoso, cuja real situação seus "criadores" tentaram ocultar: morrer e matar era a
saída. Morrer sacrificado era uma honra, morrer na guerra era uma oportunidade para
chegar aos "paraísos verdadeiros". Matar uns aos outros estava, assim,
inconscientemente justificado: era uma maneira de liberá-los do medo. Só que isso
jamais seria consciente. A partir de então, as guerras humanas seriam, são e continuarão
sendo, apesar de todas as nossas explicações, teorias e racionalizações, uma maneira
indireta e disfarçada de acabar com o sofrimento de viver neste perigoso mundo
afastado do Centrum e um meio para canalizar o desejo inconsciente de suicídio
coletivo. (Será esta a explicação para os suicídios coletivos promovidos por seitas tipo
Porta do Paraíso, e outras?) Logicamente, o instinto de perigo que tinha sido abafado
em virtude do órgão Kundabuffer, se manifestava dessa maneira degenerada, terrível e
cruel. O animal selvagem quando acuado pelo perigo e sem poder fugir, não ataca com
cega e suicida fúria?
Segundo: A deturpação do prazer que provocou os seguintes desvios:
Do mesmo modo que em determinadas épocas se destruíam com terrível paixão,
em outras se reproduziam de maneira tão explosiva e irracional, que viviam todas as
conseqüências negativas que hoje, sabemos, estão atreladas a uma superpopulação
descontrolada.
Por outro lado, a extrema lascívia que o desejo de prazer sexual tinha despertado,
fez com que nossos antepassados começassem a transar com certo tipo de fêmeas
animais de uma espécie já extinta, o que acabou dando origem aos primatas, criaturas
subumanas que os cientistas acreditam erroneamente ser a origem da humanidade. Os
criadores observaram ainda que esse deturpado desejo de prazer se manifestava até
psicologicamente através do desejo incontrolável que nossos antepassados passaram a
mostrar por possuir o alheio e dele gozar, luxuriosamente. Gozar sem limites foi a
maneira de enfrentar a dor interna provocada pela intuída brevidade e precariedade das
suas existências. Toda conduta era justificada para atingir esse gozo, até matar. Matar
também gerava prazer.
Assim, ora se reproduziam lascivamente, sem controle nem medida, ora se
destruíam em massa, uns aos outros, em guerras absurdas, banais e insanas, de violência
e crueldade desenfreadas e assustadoras, desconhecidas em outros setores do Universo.

24 - Eneagrama da Deturpação dos 9 Níveis de Percepção. As 3 Virtudes


Ativas. Origem dos 9 Traços Inadequados.
"Após a queda, os rostos dos humanos ficaram feios e lhes foi tirada a Sabedoria...
somente conservaram inteligência para as coisas materiais e corporais."
Do livro sagrado Zohar
A terceira e última conseqüência indireta do segundo erro de cálculo gerou-se
mais ou menos do seguinte modo: A retirada do órgão Kundabuffer não conseguiu
acabar com a ilusão de um eu pessoal e separado do Todo. Esta ilusão ficou tão
cristalizada na psique humana que, com o correr do tempo, começou a entorpecer a
percepção da Unidade de Todas as Coisas, provocando o fato dos seres humanos se
considerarem até mais importantes que o Todo ao qual pertenciam. Devido a este fato,
nossos antepassados começaram aos poucos a manifestar 9 alterações psíquicas
impróprias para a canalização justa dos chamados "9 Níveis de Percepção da Realidade
Tal qual Ela É" e, como naquela época, nossos criadores ignoravam a existência destes
Níveis — já que, somente mais tarde, é que seriam conhecidos graças às descobertas de
Thot —, nada puderam fazer para impedi-las.
Devo acrescentar, ainda, que esses 9 Níveis de Percepção da Realidade Tal qual
Ela É se expressam sempre segundo a exata Lei de Três que governa todo o Universo e
promove em todo ser vivo: O AMOR (ou Ativo Amor Realizador), A FÉ (ou Ativa Fé e
Certeza no Sentido Real da Vida Uma), e A ESPERANÇA (ou Ativa Esperança da
Verdadeira Expressão do Ser Um). Apesar de qualquer ser de Nível Três ter a
possibilidade de canalizar estas Três Ativas Virtudes Cósmicas naturalmente, através
dos seus Três Centros (Físico, Emocional e Intelectual), elas começaram a se manifestar
em nossos antepassados, com efeito exatamente contrário. Isto provocou o surgimento
de 9 Erros de Percepção e 9 Traços Psicológicos Impróprios, ou seja, 3 alterações
impróprias e negativas para a expressão correta de cada uma das Três Virtudes
Originais. A partir de então, os Três Centros, em desarmonia, se desenvolveriam
precária e unilateralmente, sendo uma árdua tarefa reintegrá-los e harmonizá-los.

25 - Os 9 Erros de Percepção e os 9 Traços Impróprios. Origem dos


Chamados "7 Pecados Capitais".
"Sabemos, de fato, que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado.
Porque não sinto gosto pelo que faço, pois não faço o que quero, mas faço o que
aborreço. E se faço o que não quero, reconheço que a Lei é boa. Mas então, não sou eu
que o faço, mas o pecado que mora em mim [...] Não faço o bem que quero, mas o mal
que não quero. Ora se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado
que em mim habita [...] Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que
acarreta a morte? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, Nosso Senhor"
Apóstolo São Paulo, em Romanos 7, 14-16
O Medo provocou a deturpação da Fé, que degenerou aos poucos se
transformando em:
a) Percepção Ilusória, Incerteza, e Medo mental;
b) Insatisfação constante e ilusória, Percepção de falsos fatores de satisfação,
Percepção Ilusória de liberdade e;
c) Falso saber, pseudo-entendimento e psicosseparatividade egocêntrica.
Esta degeneração provocou a transformação gradual do Amor em:
a) Pseudo-Ação, Pseudofazer e Pseudo-esforço;
b) Ação exagerada, agressiva e luxuriosa e;
c) Ação fixa, limitada e obsessiva.
Finalmente, como resultado desses desvios, a Esperança foi negativamente
alterada para 3 formas de mentira:
a) Confusão ilusória de: ser com ter, ser com parecer (e/ ou aparecer), e ser com
falso ego ou personalidade;
b) Auto-engano, Expressão enganosa, Sugestibilidade e;
c) Falsa Realização, Sofrimento ilusório e Falso sentir.
Com o correr dos séculos, vi que estas Nove deturpações das Três Virtudes Ativas
seriam reduzidas pelos sábios cristãos aos famosos "7 Pecados Capitais", tal como
conhecidos na atualidade. Assim, as deturpações do Ativo-Amor-Realizador são
chamadas Luxúria e Ira. As deturpações da Ativa-Fé-Certeza-no-Sentido-Real-da-Vida-
Uma são conhecidas como Gula e Avareza. As deturpações da Ativa-Esperança-na-
Verdadeira-Expressão-do-Ser-Um são chamadas de Orgulho e Inveja. Todas estas
deturpações, enquanto vibrações negativas, impedem que o Amor se manifeste, e o
Amor, como o expressaria séculos mais tarde o Apóstolo Paulo, é a maior das Três
Virtudes Sagradas. Sim, é o Amor a verdadeira causa de todas as retas ações. Por isso, a
Preguiça ou Indolência, entendida como a Incapacidade de Realizar e Atuar Por e Com
Amor, completou a lista dos famosos "Sete Pecados Capitais".
Era lógico se esperar que, tendo ficado obstaculizada a manifestação do Amor em
nossos antepassados, todas as demais influências trinas associadas à Fé e à Esperança
sofressem os sutis "desvios" que finalmente se cristalizariam nos chamados Nove
Traços Impróprios do Eneagrama, dos quais os 3 Nucleares são o Medo, a Pseudo-Ação
e a Mentira.
Por esta razão, quando estes tristes resultados indiretos ficaram definitivamente
comprovados, vi que todos os Grandes Instrutores Iluminados, que ciclicamente viriam
à nossa Terra para colaborar com a nossa evolução, tentariam nos fazer compreender e
sentir, primeiro, a importância e o Poder do Amor.
Sei que, quando o Amor voltar a ser canalizado por cada um de nós,
conscientemente, nosso planeta poderá vir a ser um paraíso e a Vontade do Todo será
feita na Terra assim como se faz nos Níveis Dimensionais Superiores.

26 -Necessidade de Reatualizar a Ciência do Ser Sintetizada no Eneagrama


"[...] é necessário compreender que o Eneagrama é um símbolo universal.
Qualquer ciência tem seu lugar no Eneagrama e pode ser interpretada graças a ele. E,
sob este aspecto, é possível dizer que um homem só conhece realmente, isto é, só
compreende aquilo que é capaz de situar no Eneagrama. O que não é capaz de situar no
Eneagrama, não compreende [...]"
G.I. Gurdjieff, citado por P. D. Ouspensky em Fragmentos de um ensinamento
desconhecido.
Contemplei, entristecido, como foi que, com o decorrer do tempo e devido às
impróprias maneiras de viver da nossa espécie, estes "Nove Traços" se fixaram
totalmente na nossa memória psicogenética, dificultando a compreensão e a vivência
dos ensinamentos dos nossos Instrutores Celestes. São estes Nove Traços Negativos que
provocam nossos sofrimentos psíquicos e morais, pessoais e coletivos. Sei que eles
deveriam ser objetos de profundos estudos, especialmente por parte daqueles que
pretendem dominar os conhecimentos relativos à psique humana e que ainda ignoram a
milenar Ciência do Ser, da qual o Eneagrama é a síntese total, exata e objetiva (ver a
obra: Eneagrama - Um Caminho para seu Desenvolvimento Individual e Profissional).
Foi justamente em razão de todos estes fatos e de suas nefastas conseqüências para
nossa espécie que Thot e seus colaboradores foram convidados para trazerem
pessoalmente o Código até nosso planeta.

Parte V
"Instruamo-los melhor para evitar que algo de pior aconteça. E assim fizeram...
Então os homens todos foram dotados de Manas (Mente).
Viram o pecado daqueles que não tinham mente. A Quarta Raça desenvolveu a
linguagem. O Um se converteu em Dois"... Do Livro de Dzyan, citado por H. P.
Blavatsky em A doutrina secreta A Quarta Raça

27 - Razões para uma "Nova Oportunidade" Evolutiva. Thot Decide Conferir


Pessoalmente as Estranhas Características Desenvolvidas nos Nossos
Antepassados.
"A Ciência Magistral do Universo... Chegou ao Planeta Terra nos tempos da
Lemúria, segundo afirma a Tradição, trazida por Mestres extraterrestres, os quais
pretenderam, com este ato transcendental, conceder ao sapiens a possibilidade de uma
evolução superior, a qual, até esse momento, lhe esteve negada..."
John Baines, em El hombre estelar
"Sendo parte dessa hoste de Mestres extraterrestres, que vieram das estrelas para
ajudar a Humanidade, Ele (Thot) é hoje uma lenda maravilhosa..."
Khristian Paterhan, em Iniciação e autoconhecimento
Sim, graças ao trabalho dos colaboradores de Thot em todos os cantos do
Universo, aqueles Sábios que vieram pela primeira vez até nosso Sistema Solar e
tinham cometido os ditos "erros de cálculo" perceberam, cheios de alegria, que o
Código de Thot serviria para dar aos humanos uma oportunidade ímpar de atingir o
Nível Quatro de existência, superando os efeitos biopsíquicos provocados pelo segundo
erro. Conscientes dos sofrimentos que nossos antepassados tinham suportado naquela
longa e acidentada "oitava" evolutiva pediram a Thot que viajasse pessoalmente até o
Sistema Solar de Ors (o nosso) e instruísse os seres "racionais" ali existentes nas Leis do
seu Código, atendendo as especiais características que os faziam tão diferentes dos seres
do mesmo nível em outros mundos habitados. Para Thot e seus colaboradores, estas
razões foram mais que suficientes, já que, além de poder estudar in loco os efeitos dos
"desvios" possíveis nesse afastado nível do Universo, teriam a oportunidade de verificar
as estranhas características que, em função das acidentais experiências passadas, se
tinham desenvolvido nessas desgraçadas criaturas, nossos antepassados.
Por estas razões, o Código foi trazido até nosso mundo pelo próprio Thot.
Naqueles tempos, a chamada "Terceira Raça", conhecida hoje como Lemuriana,
vivia seu último ciclo evolutivo.

28 - Algo sobre os Primeiros Lemurianos


"Eles construíram cidades colossais... talhavam suas próprias imagens... ergueram
grandes imagens de nove yatis de altura: o tamanho de seus corpos." Do Livro de
Dzyan, citado por H. P. Blavatsky em A doutrina secreta
Antes de continuar com o relato da visita dos Mestres Estelares, devo registrar
aqui que me foi permitido observar que os "humanos" das primeiras sub-raças
lemurianas eram tão diferentes de nós, em tantos sentidos e tão inconcebíveis para
nossas mentes, que fiquei profundamente chocado com essas visões. Tinham enormes
estatura e força física, o que lhes permitia, entre outras coisas, construir prédios e
monumentos gigantescos e enfrentar e submeter às monstruosas criaturas existentes na
época. Ciclopes de quatro braços, e seres que possuíam um tipo de "visão astral", graças
a uma espécie de "terceiro olho" localizado na testa eram comuns naquela época. Não
revelarei mais nada sobre o "mundo lemuriano", até porque a sábia Blavatsky nos
deixou vasta obra que informa muitas outras coisas relacionadas com esta e outras raças
proto-históricas. Apesar de que, após um longo processo evolutivo, muitas dessas
incríveis características psicofísicas começaram a desaparecer, quando os Mestres
Estelares chegaram à Terra, ainda era possível encontrar alguns daqueles raros e
gigantescos lemurianos.

29 - Fundação do Primeiro Colégio dos Iniciados na Ciência de Thot.


O Plano para a Evolução Consciente da Humanidade é Formalizado.
"Pai nosso que estais no Céu (os Níveis Superiores), santificado seja o Vosso
Nome; Venha a nós o Vosso Reino, Seja feita a Vossa vontade assim na Terra, como no
Céu."
Jesus Cristo
"Desde os antigos tempos a ciência hermética não se tem perdido nem
desvirtuado, ela ainda é conservada na sua pureza [...] Os alienígenas... não estão por
chegar; estão aqui desde a remota época de Lemúria, anônimos e completamente
confundidos com a multidão. Estes homens têm sido sempre a luz da humanidade [...]
auxiliando os homens terrestres, os quais encontram-se apenas num estado larvário na
sua evolução."
John Baines, em El hombre estelar
Vi que após um lento processo e uma série de contatos com aqueles nossos
antepassados, o Sábio Thot e seus colaboradores entregaram alguns dos seus
conhecimentos e o Código a um grupo de lemurianos sábios da época aos quais iniciou
nos segredos da sua maravilhosa Ciência. Posso lembrar, com alegria, que foram muitos
os benefícios que essa celestial visita trouxe para nosso planeta e para o progresso da
nossa espécie. Os lemurianos, agradecidos, renderam grandes homenagens aos seus
Instrutores Celestes e, em poucos anos, observei como começaram a vivenciar os
resultados positivos que os novos conhecimentos provocavam quando conscientemente
aplicados.
Alguns meses antes de partir, os Sábios visitantes alienígenas fundaram o
poderoso Colégio dos Iniciados na Ciência de Thot, que era composto pelos seus
discípulos, cientistas e sábios terrestres da época, vindos de todos os cantos daquele
proto-histórico mundo. Sabedores de que o planeta viveria novas mudanças
catastróficas, prepararam os Iniciados em todas as "especialidades científicas e técnicas"
necessárias para suportá-las. Fora isso, deixaram ordens precisas para que trabalhassem
constantemente em benefício de seus semelhantes e lhes foi solicitado jurar que
protegeriam o Código e todos os ensinamentos recebidos, para que nunca se perdessem,
transmitindo-os através de uma disciplinada corrente iniciática capaz de sobreviver até o
fim da última Ronda evolutiva terrestre. Desta maneira, se garantiria que os benefícios
destes ensinamentos chegassem às gerações futuras até que toda humanidade estivesse
pronta para ascender a novos planos de existência em níveis dimensionais superiores,
superando, gradualmente, os erros eneagramáticos.
Por outro lado, prometeram nunca mais abandonar nossa espécie. Declararam,
também, solenemente que continuariam colaborando para sua evolução, deixando
formalizado um Plano Mestre, o qual prevê a visita cíclica de Sábios Instrutores
conhecedores da Ciência de Thot, assim como se faz naqueles diversos planetas nos
quais habitam seres de Nível 3 como nós. Senti muita alegria após testemunhar aqueles
eventos, porque constatei que, a partir desse momento, a evolução da nossa espécie se
reiniciaria com uma força extraordinária. Dali em diante, nosso desenvolvimento
dependeria apenas dos esforços conscientes que todos conseguíssemos realizar no
sentido de viver a "Lei da Unidade de Todas as Coisas", aplicando o Código com o
objetivo de atingir os níveis de consciência superiores do Eneagrama Cósmico.
Os Sábios pensavam que com o correr do tempo e graças a este inteligente plano,
conseguiriam nos elevar até um grau capaz de provocar neste setor tão conflituoso do
Cosmos, as condições que um dia transformariam este planeta e todo o Sistema num
centro de harmonia análogo ao daqueles existentes nos planetas superiores pertencentes
aos Sistemas Solares mais próximos do Centrum Omniabarcante.
Para nossos antepassados lemurianos, essa "ponte" criada entre a Terra e o Céu
teve resultados maravilhosos.
Durante muitos séculos, a lenta e chocante transição evolutiva da Terceira para a
Quarta Raça continuou se desenvolvendo com os "altos" e "baixos" esperados pelos
Mestres Estelares. Naquela época em que seres insuspeitos coexistiam com novos tipos
humanos, a nascente corrente iniciática manteve parte daquela bizarra e estranha
civilização numa relativa harmonia para felicidade de todos os nossos ancestrais.

30 - A Anunciada Destruição de Lemúria. Os Sábios Escolhem 36 Grupos de


Jovens Iniciados para Salvar os Conhecimentos e o Código de Thot. Apenas 12
Grupos Sobrevivem à Catástrofe. O Surgimento da Quarta Raça: Os Atlantes.
"Fogos internos haviam destruído a terra de seus Pais. A Água ameaçava a
[Quarta] Raça. As primeiras Grandes Águas vieram. Submergiram as Sete Grandes
Ilhas. Salvos todos os Justos; destruídos os Ímpios. Com estes pereceu a maior parte dos
enormes animais produzidos pelo suor da Terra. Poucos ficaram. Alguns amarelos,
alguns morenos, alguns vermelhos ficaram. Os que tinham a cor da lua haviam
desaparecido para sempre."
Do Livro de Dzyan, citado por H. P. Blavatsky, em A doutrina secreta
As catástrofes naturais anunciadas pelos clarividentes já estavam por acontecer.
Era necessário salvar o Código de Thot e, para tanto, os Sábios Reitores do Colégio
Iniciático idealizaram um arriscado plano com esse propósito. Primeiro, fizeram cópias
exatas de todos os ensinamentos recebidos das mãos de Thot, usando materiais
alquimicamente preparados para evitar sua destruição ainda que se perdessem por
milhões de anos. Também foram feitas cópias de todos os registros e conhecimentos
obtidos até então pela nossa espécie Em segundo lugar, 36 grupos, cada um deles
composto por 144 pessoas, homens e mulheres, escolhidas eneagramaticamente dentre
os mais jovens desses Iniciados, foram treinadas psíquica e fisicamente para suportar as
terríveis condições planetárias pós-catástrofe. Quando faltavam apenas algumas
semanas para o início dessa série de fenômenos naturais destrutivos que durariam
centenas de anos, os 36 grupos se refugiaram com aqueles tesouros em locais
especialmente construídos para resistir a essas adversas condições. Estes locais estavam
espalhados por diversos setores do gigantesco continente lemuriano. Neles, segundo os
cálculos feitos, existiam altas possibilidades de sobrevivência às novas catástrofes
naturais. Que dolorosas lembranças!
Apesar de todas essas providências, vi com tristeza que apenas 12 grupos
sobreviveram. Após uma série de catástrofes menores, nosso planeta modificava uma
vez mais toda a sua superfície. A civilização lemuriana desapareceu —
aproximadamente 700.000 anos antes do que hoje chamamos de Idade Terciária
(Eoceno) —, destruída por fogos subterrâneos e dilúvios, e o grande continente se
dividiu em grandes e pequenos fragmentos. Milhões morreram...
Lembro os sobreviventes... Quanta dor e sofrimento devemos suportar para
evoluir! Milhares de anos se passaram, até que uma nova "humanidade" começou um
novo ciclo de vida e progresso, cujo ponto evolutivo culminante aconteceria sob "novos
céus e novas terras".
Oh! A Roda do Samsâra e seus eternos giros! Sim, eu fui testemunha do
surgimento lento e doloroso de um novo continente que emergiu dos abismos para se
tornar o lar da nova e poderosa Raça Atlante, a Quarta, a que aos poucos seria a mais
parecida conosco...

31 - Atlântida: Uma Civilização Conectada com o Cosmos. Educando


Indivíduos e Não Personalidades. Um Governo Mundial à Procura da Justiça
Global.
"E os deuses em carros transportados em nuvens vieram ver o belo espetáculo...
Deslumbrantes carros celestes em grande número atravessavam o céu sem nuvens..."
Mahâbhârata I, 4.
"Brilhantes imortais vestidos de luz solar atravessavam o céu líquido e seus carros
deslumbrantes correndo em nuvens pousavam nas altas torres. Oferendas... contentavam
os Brilhantes no Alto."
Mahâbhârata III, 2.
"Os textos sânscritos falam dos 'vimanas' como de carros voadores de
autopropulsão, esclarecendo que não se trata de tradições míticas, as que distinguem
escrupulosamente como 'Daiva', mas como informações reais, assinaladas como
'Manusa'... O Samaranga Sutradhava' proporciona detalhes a respeito da construção
destes 'vimanas'[...] graças aos quais 'os seres humanos podem voar pelo ar e os seres do
céu descer sob a terra'." Arturo Aldunate Philips, sábio cientista chileno, em La quinta
dimensión
"O livro das montanhas e dos mares, uma das famosas histórias míticas chinesas,
diz que um andrógino que tinha apenas um braço e três olhos viajou no vento num
veículo voador até países distantes."
Y. J. Matsumura, citado por W. Raymond Drake em Gods and spacemen in the
ancient East
Foram tempos confusos aqueles. Estranhos e inexplicáveis acontecimentos, que
não tive permissão para revelar, marcaram profundamente as psiques daqueles nossos
antepassados.
Apesar de tudo e após superar os caóticos tempos pós-catástrofe e os graves
traumas sofridos, os lemurianos sobreviventes e aquela nova humanidade continuaram
sua lenta ascensão evolutiva. Centenas de séculos desfilaram perante meus olhos, até
que observei maravilhado o surgimento da hoje lendária Civilização Atlante. Esta se
ergueu como a mais extraordinária civilização terráquea conhecida até então, e atraiu
inclusive a atenção dos habitantes dos mundos superiores, graças aos seus notáveis
progressos científico-tecnológicos, produtos das sábias aplicações do Código e de todos
os conhecimentos que tinham sido preservados pelos 12 grupos de Iniciados
sobreviventes. Unificados, eles voltaram a fundar o Colégio dos Iniciados de Thot em
três pontos do planeta, agora dividido em continentes após a catástrofe lemuriana. Com
a ajuda dos Sábios Cósmicos — com os quais mantinham contato permanente graças a
uma poderosa tecnologia de comunicação intergaláctica —, continuaram a trabalhar
pelo progresso de nossa espécie e fundaram as bases de um extraordinário Governo
Mundial.
Grandes avanços científicos e tecnológicos foram sendo alcançados com o correr
dos anos, alguns deles superiores aos que nos orgulham hoje como espécie. Observei,
fascinado, suas famosas Três Cidades Levitantes, pairando a centenas de metros acima
da superfície daquele continente, e habitadas por uma elite de cidadãos altamente
qualificados em diversas ciências. Ainda que não fossem tão avançadas quanto as do
planeta Octor, elas mereciam ser consideradas como verdadeiras jóias da engenharia
atlante. Vi, também, os sofisticados vimanas, cidades voadoras, silenciosas e
magníficas, assim como outros incríveis e extraordinários inventos. Guardarei para
sempre em minha memória as visões maravilhosas daqueles tempos. O "Eneagrama dos
Processos Unificantes" era aplicado na educação e em todas as ciências conhecidas na
época. As "multiversidades" atlantes não apenas se preocupavam com a "formação de
especialistas e profissionais", mas também com o desenvolvimento psicofísico
harmonioso da juventude, incentivando a criatividade e não a mecanicidade, a
compreensão dos conhecimentos e suas ligações e não o entendimento mecânico e sem
frutos das palavras mortas, a individualidade em vez da personalidade, a fraternidade
universal e não a separatividade. Todos aprendiam a Lei da Unidade de Todas as
Coisas. Os instrutores e mestres trabalhavam despertando os Nove Potenciais do
Eneagrama Positivo desde a infância, facilitando assim a obtenção dos níveis de
consciência superiores através de diversas técnicas objetivas de meditação e
autoconhecimento. Naquela época, o Colégio dos Iniciados de Thot trabalhava
fortemente para diminuir ainda mais as seqüelas acidentais provocadas pelos antigos
"erros de cálculo" superiores. O contato permanente com os sábios alienígenas
colaboradores de Thot foi de grande ajuda nessa importante tarefa.
Outro aspecto de que fui testemunha, e que devo revelar aqui, diz respeito ao
contato normal que nossos antepassados tinham com seres de outros mundos e
dimensões espaço-temporais. Neste sentido os atlantes foram, realmente, a mais
"cosmopolita" das raças humanas no sentido radical e cósmico da palavra.
Isto tem uma explicação. A partir de uma determinada época — do mesmo modo
que tinha acontecido durante o último ciclo da Terceira Raça —, nosso mundo voltou a
ser visitado por seres vindos de diferentes sistemas solares e dimensões. Muitos desses
visitantes alienígenas se estabeleceram na Terra, formando prósperas colônias, e
colaborando cultural e cientificamente com o desenvolvimento do nosso mundo.
Terrestres e alienígenas de revestimentos corporais semelhantes aos nossos se uniram
formando famílias e gerando filhos "mutantes" de características genéticas
extraordinárias e especiais.
Graças a esses contatos e à plena vigência do Código, a Atlântida prosperava
gradualmente e com ela quase todos os habitantes da Terra...
Sim, "quase todos" porque, como ainda acontece neste século, o progresso não
favorecia a maioria. Com efeito, uma das conseqüências mais graves provocadas pelas
catástrofes passadas era o total isolamento de centenas de povos e tribos lemuro-atlantes
em locais geográficos inacessíveis. Muitos deles tinham sobrevivido às catástrofes
lemurianas em lamentáveis condições físicas e psicológicas. Por outro lado, o
isolamento geográfico e as traumáticas experiências passadas eram a causa de doenças e
terríveis conflitos entre esses povos mais atrasados. Por todas estas razões, a integração
destes seres à civilização era extremamente difícil e conflitante.
A fome, a pobreza e a ignorância, da mesma maneira que em nossos dias,
excluíam esses milhões de seres do progresso atingido nos setores mais próximos da
influência benéfica dos governantes atlantes.
Apesar dos grandes esforços do Governo Mundial por integrá-los à civilização e
por melhorar a qualidade psicológica geral da espécie, as Nove Manifestações
Negativas da psique humana obstaculizavam de diversas formas os planos mundiais que
ele incentivava. Ao mesmo tempo, um poderoso governo paralelo, desejoso de poder e
rebelde à "Lei da Unidade", tinha conseguido polarizar a sociedade atlante, culpando o
Governo central pelos principais problemas planetários. Sim, o mundo estava dividido
em dois grandes blocos.
Com o propósito de diminuir a influência negativa desses graves problemas e
cientes de que nosso planeta poderia sofrer novos "desvios" evolutivos a qualquer
momento, o Governo Atlante fazia grandes e contínuos esforços para consolidar, em
todo o mundo, a Justiça e a "Lei da Unidade de Todas as Coisas". Um deles foi a
criação das Escolas de Líderes, nas quais jovens de ambos os sexos, escolhidos por suas
especiais características psicofísicas, eram treinados para dirigir os habitantes do
planeta. Naqueles tempos a atividade política era tida como a Ciência de Governar para
o Bem Comum, e não apenas como uma fonte de poder egoísta ou de prestígio pessoal
para satisfazer os complexos de inferioridade de egos conflituosos e problemáticos.
Logicamente, um tipo de política que está longe de ser praticada e compreendida nesta
nossa época de tiranias violentas e de falsas e corruptas democracias. Voltando ao
assunto, segundo os cálculos do Governo Mundial, se o preparo aprimorado dessas
jovens lideranças continuasse no ritmo e na velocidade que os sábios tinham
determinado, bastariam alguns anos para conseguir que toda a espécie gozasse dos
benefícios atingidos pela civilização, inclusive os povos mais atrasados. Mas... uma vez
mais o futuro da nossa sofrida espécie seria submetido à prova.

Parte VI
"Ildabaoth estava longe de ser um espírito puro; nele imperavam
a ambição e o orgulho. Resolvera romper todas as relações
com sua mãe Achamoth e criar um mundo inteiramente seu..." Em "Gnostic and their
remains" (1887) Invasores

32 - Invasão Destrutora: Os Ildamans de Baoth Voltam ao Ataque.


Os Vampiros Cósmicos: Somos o Último "Elo" da Cadeia Alimentar? Os Falsos
Paraísos e as Cidades Subterrâneas.
"[...] Os Ciclopes... transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e
artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Hefesto... possuíam
uma oficina subterrânea."
Junito de Souza Brandão, em Mitologia grega
"Hefesto (Vulcano)... tinha muita força... e toda sua obra era de uma habilidade
sem rival. Numa ocasião fez uma série de mulheres mecânicas de ouro que lhe
colaboravam na sua frágua [que], inclusive podiam falar e realizar tarefas das mais
difíceis que ele lhes encomendava. Possuía uma serie de trípodes com rodas... [que]
podiam ir por si mesmos a uma reunião dos deuses e voltar do mesmo modo."
Robert Graves, em Los mitos griegos
A abertura do nosso mundo às culturas extraterrenas, ao mesmo tempo em que
favoreceu o progresso atlante foi, paradoxalmente, a causa de uma lenta, sorrateira e
bem planejada invasão destrutora por parte de seres contrários à nossa evolução. Esses
alienígenas eram comandados pelos perigosos Ildamans, seus outrora derrotados chefes-
rebeldes do planeta Baoth.
Cheios de um rancor milenar, estes acalentavam, há séculos, uma cruel vingança
que servisse de "lição" para a Confederação Intergaláctica, e o nosso planeta
apresentava as condições ideais tanto para concretizá-la como para reiniciar os planos
de expansão e conquista dos "mundos inferiores" detidos após a humilhante derrota
sofrida durante "A Guerra Interestelar". Entre as condições que eles consideravam
ideais devo destacar as seguintes: Por um lado, o fato de este nosso "sombrio mundo"
estar longe demais do Centrum facilitaria o necessário sigilo no reinício dos seus ilegais
investimentos, pesquisas e atividades de manipulação das bioformas Tipo 3 inferiores.
Essas atividades são fundamentais para esses alienígenas porque tanto eles quanto seus
aliados são uma espécie altamente evoluída e inteligente de vampiros cósmicos que
descobriram que se alimentando de certos tipos de psicoenergia, apenas produzidas (e
desperdiçadas) por criaturas Tipo 3, conseguiam "imortalizar-se", ou seja, existir
durante longos períodos de tempo inimagináveis e subjetivamente "eternos" para nós.
Por outro lado, eles descobriram que nossa espécie, em particular, era e continua sendo
uma das maiores, melhores e inconscientes produtoras dessas psicoenergias, em razão
dos 9 erros eneagramáticos que nos impedem de processá-las em nosso favor. Portanto,
conseguir o controle do nosso mundo era muito importante não apenas para "pôr em
marcha" seus planos para a conquista total do Universo, o que, deste modo, poderiam
reiniciar em breve, mas também porque eles nos consideram, simplesmente, uma
excelente fonte de alimentação. Quando consultei meus guias em relação a estas
atitudes de total desprezo pela existência humana, eles me revelaram que nós tínhamos
que compreender que não somos o último elo da maravilhosa cadeia alimentar
promovida pelo processo que Gurdjieff chamaria de Trogoautoegocrático. Portanto,
para os Ildamans e seus aliados, a Terra é como um grande galinheiro ou um grande
curral, do qual se podem obter "psicomatérias-primas" de "alto teor psicoenergético",
além de "bons lucros" quando "explorada e administrada eficientemente" por eles,
claro! Há ainda um outro aspecto: do mesmo modo que nós não sentimos culpa nem
remorso pelo que fazemos com nossos quadrúpedes, bípedes e "frutos do mar" e nem
consideramos esses atos "bons" ou "maus", eles também não sentem nenhum desses
"piedosos" sentimentos de consideração em relação à gente. Suas condutas estão longe
de poderem ser julgadas a partir das nossas "considerações inferiores e subjetivas". Em
suma, quem ainda estiver pensando que nós somos o último elo na cadeia alimentar,
está vivendo nas nuvens e apenas demonstra o grau de ignorância que uma espécie pode
atingir, quando acha que é o "centro do Universo". Lamentavelmente, a nossa espécie,
ainda perante a visão estonteante do vasto Universo, não consegue acabar com seu
fantasioso e tolo antropocentrismo, o que pode ser muito perigoso!
Bem, voltando ao assunto, observei que nossos invasores, impossibilitados de agir
nos setores atlantes em que o Código de Thot era respeitado, dificultando assim seus
obscuros projetos, utilizaram diversos "subterfúgios legais" para se estabelecerem no
planeta. Assim, por exemplo, para evitar a fiscalização do Governo Mundial,
estabeleceram suas avançadas colônias e cidades longe das megalópoles e dos grandes
centros culturais e urbanos, justamente perto dos setores mais atrasados e de maior nível
de ignorância do planeta, argumentando perante as autoridades terrestres que desejavam
apoiar os planos governamentais de progresso global. Para o Governo Atlante, a
iniciativa era positiva, já que supunha que esses alienígenas, como outros, colaborariam
com mais recursos para o desenvolvimento daqueles setores mais conflitantes. Ninguém
suspeitava que, por trás desses "nobres propósitos" e empreendimentos, se escondia
uma terrível sentença de morte. Com efeito, vi que foi embaixo daquelas "benéficas"
cidades, que os invasores construíram aceleradamente enormes e bem aparelhadas bases
militares e de "pesquisa", impossíveis de serem detectadas pelos sistemas de segurança
terrenos. Quando ficaram prontas, iniciaram de imediato suas "experiências científicas"
contrárias ao Código e à Lei da Unidade de Todas as Coisas.
Paralelamente, começaram a pôr em prática um inteligente plano através do qual
pretendiam conseguir o controle total do planeta. Para isso, era necessário conhecer "a
fundo" o funcionamento cerebral do animal humano e controlá-lo. Testemunhei, com
dor, que os "ratos de laboratório" utilizados para esse fim foram recrutados dentre
aqueles humanóides sobreviventes das últimas catástrofes, que, por viver em condições
miseráveis, eram facilmente enganados e submetidos. Assim, mediante processos
hipnóticos e drogas psicotrópicas especiais conseguiram, em pouco tempo, conhecer a
fundo todos os nossos processos químico-cerebrais. A partir disso e da utilização das
células e da "informação genética" retirada dos seus "escravos", criaram "andróides
serventes" e "clones submissos" em grande quantidade. Estes eram aperfeiçoados até
um nível em que era impossível distingui-los dos verdadeiros humanos. Somente os
mais experientes engenheiros genéticos atlantes possuíam, naquela época, o
conhecimento necessário para distinguir os verdadeiros dos "falsos humanos", porém
ninguém suspeitava do horror que se desenvolvia ali, dia após dia. Com suas bases
subterrâneas concluídas — graças ao trabalho escravo dos humanos ignorantes e
cerebralmente controlados que os consideravam "deuses", impressionados com suas
tecnologias, a que chamavam de "poderes divinos", e, com o exército de andróides e
clones submissos completo, testemunhei aterrorizado que os Ildamans e seus aliados
estavam prontos para "intervir" no nosso mundo.
Na superfície, continuavam iludindo seus ignorantes serventes criando os
chamados "paraísos", belos locais que na verdade eram prisões, protegidas por
avançados sistemas de segurança. Estes falsos "paraísos" serviam também como uma
"amostra concreta" das suas "boas intenções", no caso de "fiscalização" das autoridades
atlantes.
**********************************************
Enquanto isso, terráqueos e extraterrestres praticantes da Lei da Unidade de Todas
as Coisas consolidavam as crescentes cultura e civilização atlantes, baseadas no
intercâmbio justo de conhecimentos e tecnologias que obedeciam ao Código de Thot.
Observei ainda como muitos desses avanços científicos e tecnológicos
beneficiavam, não somente nossa espécie, mas também os seus aliados. Neste sentido,
chamou particularmente a minha atenção o fato de que os sábios cientistas atlantes
testavam e analisavam esses avanços minuciosamente, até que demonstrassem não
provocar danos ambientais, nem interferir no delicado equilíbrio cosmo-ecológico da
Terra "em curto, médio ou longo prazo".
Porém minha dor era tremenda, pois sabia que a terrível semente da destruição de
toda essa equilibrada e estável civilização construída, após tantos milênios de esforços
pelos nossos antepassados, estava em pleno desenvolvimento.

33 - A Conspiração
"Toda a terra tinha uma só língua, e servia-se das mesmas palavras [...] Depois
disseram: 'Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus.
Tornemos assim célebre o nosso nome, para que não sejamos dispersos sobre toda a
face da terra.' Mas os deuses desceram para ver a cidade e a torre que construíam os
filhos dos homens [e disseram]: 'Eis que são um só povo, e falam uma só língua;
começaram esta obra, e agora nada os impedirá de executar suas empresas'."
Gênese 11, 1-6
"[Os 'deuses'] em seus carros sobre nuvens... olhavam do alto com mudo espanto
os lideres humanos..."
Mahâbhârata
Ansiosos por concretizar seus planos num curto prazo, os vingativos líderes
Ildamans e seus aliados iniciaram uma analise da situação geral para definir as
estratégias necessárias para submeter o mundo. Após sobrevoar o planeta em seus
rápidos Vimanas, sob o argumento mentiroso de desejar conhecer melhor este
"hospitaleiro mundo", perceberam que o desenvolvimento global da civilização humana
era tão acelerado que, se continuasse nesse ritmo, seus planos poderiam fracassar.
Então, decidiram que teriam que deter esses progressos a qualquer custo. De outra
maneira correriam o risco de ter que abandonar o planeta, o que atrasaria ainda mais o
reinício da sonhada revolução cósmica que lhes permitiria separar-se definitivamente do
Todo-Mente, e dominar as centenas de mundos evolutivamente semelhantes à Terra.
Perceberam, então, que a razão principal desse rápido progresso era o fato do
Código de Thot estar sendo aplicado num ambiente que possuía certa condição ideal: os
humanos falavam apenas uma única língua, um único idioma, condição observada
somente nos mundos superiores e que favorecia sua divulgação e compreensão. Se eles
conseguissem destruir esse fator de poder e unidade global, não somente poderiam deter
o rápido progresso humano, como teriam mais chances de apoderar-se do planeta com
maior rapidez e facilidade. Após longas deliberações, os "tecno-bio-tiranos" decidiram
iniciar um "programa científico" sistemático e silencioso para destruir esse valioso fator
de unidade.
Por outro lado, como sabiam que nem todos os humanos concordavam com o
Governo Mundial, convenceram os líderes rebeldes, usando "clones" programados de
figuras altamente respeitadas entre eles, previamente assassinadas, que o mundo estava
sendo enganado há séculos pelos Sábios Criadores Cósmicos e seus discípulos
humanos.
Revelando-lhes deturpadamente as razões ocultas das suas existências, mentiram
sobre o Kundabuffer, argumentando que esse órgão não tinha sido retirado e que ainda
existia nos cérebros humanos para submetê-los aos Criadores, que seriam na verdade
tiranos cósmicos e não seus benfeitores. Graças ao alto grau de hipno-
sugestionabilidade atingido pela nossa espécie, eles conseguiram persuadir os rebeldes
de que o Governo Mundial trabalhava para consolidar essa submissão e que, por trás das
suas ações benéficas em prol da unidade global, se ocultava um terrível plano que
acabaria com todas as liberdades humanas. Sempre à procura do poder e de
justificativas para se opor aos governantes atlantes, os rebeldes acabaram se sentindo
cada vez mais motivados para atacá-los. Os astutos Ildamans sabiam que isto facilitaria
ainda mais seus nefastos planos, já que o caos causado naquela sociedade pela perda do
idioma comum seria um bom pretexto para que os rebeldes iniciassem, paralelamente,
uma aparentemente "justa guerra civil", culpando os sábios e governantes por essa
situação. Sem que pudessem se compreender uns aos outros, o controle do que
chamavam "primitivas bioformas inferiores" seria uma brincadeira.

Parte VII
"Numa passagem deste surpreendente relato, escrito há milhares de anos [...] se lê:
'Um projétil flamejante, porém sem fumaça, foi enviado. Uma escuridão profunda
envolveu repentinamente as tropas. Todos os pontos do horizonte foram invadidos pelas
trevas.
Um vento ruim soprou [...] Os elementos pareciam transtornados [...] O mundo
calcinado pelo calor da arma mortífera estava com febre [...] os elefantes queimados por
essa energia [...] A água fervente matava aqueles que entravam nela [...] Os inimigos
caíam como árvores, devorados por um terrível incêndio [...] Os cavalos e os carros de
guerra pulverizados pela energia desta arma pareciam troncos retorcidos pelo fogo [...]
Começaram a soprar ventos frios [...] o horizonte se iluminou [...] vimos um espetáculo
extraordinário: consumidos pela terrível força desta arma, os cadáveres apareciam
irreconhecíveis. Nunca tínhamos visto nada semelhante, nunca tínhamos ouvido falar de
uma arma semelhante.' A visão de Hiroshima destruída pela bomba poderia ser descrita
com as mesmas palavras!... " Arturo Aldunate Phillips, em La quinta dimensión

A Grande Guerra
34 - Origem da Lenda da Torre de Babel. Pandora: Andróides-Armadilhas.
O Fim do Idioma Único e suas Trágicas Conseqüências. A Guerra Global.
"... Vamos: desçamos e confundamos a sua linguagem, de sorte que eles não se
compreendam mais um ao outro. E assim [os seres humanos] foram dispersos daquele
lugar sobre a face da terra, e cessaram a construção da cidade. Por isso deram-lhe o
nome de Babel, porque ali os deuses 12 confundiram a linguagem de todos os habitantes
da terra..."
Gênese 11, 7-9
"Prometeu foi imediatamente ver a Atena solicitando-lhe que lhe deixasse entrar
no Olimpo. [...] acendeu uma tocha no carro ígneo do Sol [...] saiu às escondidas e
entregou o fogo à humanidade [...] Zeus jurou vingar-se. Ordenou a Hefesto que fizesse
uma mulher de argila [...] enviou essa mulher, Pandora, a mais bela jamais criada, como
presente a Epimeteo [...] a quem seu irmão (Prometeu) advertiu que não devia aceitar
[...] Mas enraivecido Zeus fez acorrentar a Prometeu [...] Epimeteo, alarmado pela sorte
do seu irmão, aceitou Pandora a quem Zeus tinha feito [...] malvada [...] bela, a primeira
de uma longa casta de mulheres como ela. Após algum tempo, [Pandora] abriu uma
caixa [...] na qual estavam presos todos os males que podiam infestar a humanidade [...]
Todos eles saíram da caixa na forma de uma nuvem [...] e atacaram a raça dos mortais.
Porém a Esperança Falsa [que também tinha estado presa naquela caixa] lhes dissuadiu,
com suas mentiras, de cometerem um suicídio geral."
Do mito grego de Atlante e Prometeu
Utilizando seus profundos conhecimentos da química cerebral humana, os
Ildamans criaram um vírus neuronal poderosíssimo, que provocaria um desastre
massivo e cujo resultado principal seria o que mais tarde as lendas chamariam a
"confusão de línguas", ou "Síndrome da Torre de Babel", além de outros efeitos
colaterais miticamente conhecidos como "as maldições da misteriosa caixa de Pandora".
Com efeito, numa operação terrorista relâmpago e bem-sucedida, centenas de
"andróides-pandora" foram espalhadas em todas as megalópoles e vimanas atlantes
portando "caixas" codificadas que continham o terrível vírus "Hipmorph", que uma vez
liberado agia rapidamente, penetrando pelas vias respiratórias até atingir o Sistema
Cérebro-Espinhal dos atlantes.
O tragicômico deste terrível fato foi que, como estas "andróides-pandora"
pareciam "mulheres perfeitas", sexualmente muito atraentes e possuidoras de
"cativantes e sensuais personalidades", não despertavam a menor suspeita nos
"felizardos" de que se aproximavam. Alguns deles, movidos pela curiosidade de saber
qual era o conteúdo das misteriosas "caixas", até colaboraram abrindo-as, provocando a
entrada em ação do vírus mais rapidamente. Os Ildamans já sabiam que isso aconteceria
em função das desordens psicofísicas derivadas dos efeitos negativos do órgão
Kundabuffer, entre eles, a procura exacerbada de "prazer sexual".
Alertados pelo SSG — Sistema da Segurança Global —, os governantes atlantes
ordenaram de imediato a aplicação de um antídoto contra os efeitos do vírus
"Hipmorph".
Porém era tarde demais. Testemunhei, cheio de espanto e dor, como, em apenas
15 dias, milhões de seres humanos totalmente "fora da realidade" caminhavam pelas
ruas, sem sentido, e sem que ninguém conseguisse compreender o que falavam. O
idioma único fora destruído. Os danos e perdas provocados foram catastróficos para a
economia e a ordem mundiais. Milhares de obras foram detidas, pois ninguém
conseguia se comunicar com seus semelhantes. O mundo parou. Então, os Ildamans e
seus aliados rebeldes exigiram a rendição total do mundo. O Governo Mundial,
surpreendido pela traição dos que anos antes pareciam benfeitores da espécie, não
aceitou se render. A Guerra Global entre terrestres e "alienígenas" estava declarada.
A Confederação Intergaláctica enviou estrategistas e armas avançadas para
colaborar na destruição dos inimigos.
Apesar desse valioso apoio, os Ildamans sabiam que tinham dado o "golpe mortal"
e, no caos por eles criado, se fortaleciam, controlando, com a ajuda dos tolos rebeldes,
novos territórios a cada dia. O fim da Atlântida estava próximo.

35 - Armas Atômicas e Vírus Assassinos


"... extremamente resplendente como um carro celestial, [...] na batalha entre os
deuses e os asuras nos velhos tempos, ele executava um movimento circular, para
frente, para trás, e diversas outras espécies de movimento... depois disparou a arma
chamada Tashtva... capaz de matar grandes formações de inimigos de uma só vez."
Do livro sagrado hindu Samsaptakabadha Parva
"Antigamente os valentes asuras tinham no céu três cidades. Cada uma dessas
cidades era excelente e grande [...] Quando, entretanto, as três cidades se encontraram
no firmamento, o Senhor Mahâ-deva atravessou-as com aquele seu terrível dardo que
consistia em três nós. Os danavas eram incapazes de olhar para aquele dardo inspirado
pelo fogo Yuga e composto de Vishnu e Soma."
Do livro sagrado Drona Parva
Os lldamans atacaram com armas atômicas e químicas terríveis, com poderes
destrutivos espantosos. Também criaram vírus letais que agiriam como "bombas de
tempo", debilitando ainda mais a nossa espécie. O planejado era que ainda que nossa
espécie sobrevivesse, esses vírus ficariam prontos para serem reativados em qualquer
época futura, bastando para isso o mais leve erro de contato humano, garantindo assim o
seu controle em caso de possíveis rebeliões. Vi que esta é a causa das inúmeras vítimas
que, ao longo da nossa história, foram mortas por doenças massivas de origem
desconhecida, que até hoje nos assolam. Foi-me revelado que outros desses mortais
vírus estão por "despertar", como resultado de sua ativação acidental devido à
manipulação genética e desmatamento das grandes florestas.
Observei angustiado como o ecoequilíbrio planetário começou a ficar
comprometido com a longa Guerra.
Os sábios advertiram que a continuidade do uso das terríveis armas "nucleares"
levaria, em poucos meses, a uma aterrorizante catástrofe planetária que mudaria, uma
vez mais, toda a face da Terra.
Resignada e pensando, erroneamente, que os Ildamans não se atreveriam a destruir
totalmente o planeta, a União Atlante decidiu realizar uma operação de emergência para
salvar nossa espécie e o Código de Thot, que deveria que ser preservado a qualquer
custo, juntamente com o acervo científico e cultural até então conseguido. Centenas de
jovens atlantes Iniciados foram deliberadamente escolhidos para essa missão. Divididos
em 144 grupos e acompanhados de sábios conhecedores do Código, eles foram enviados
para setores de segurança máxima localizados em vários pontos do planeta. Esperava-se
que conseguissem sobreviver, garantindo assim a continuação do progresso humano
após a Guerra.

36 - A Confederação Intergaláctica Chega Tarde. Uma Ecocatástrofe


Provocada. Os Dias de Caos e Fuga.
A Primeira Atlântida Destruída.
"O valente Ashwatthaman... invocou a arma Agneya a que os próprios deuses não
podiam resistir. Apontando contra todos os seus inimigos... despediu-a para todos os
lados, cheio de raiva. Densas nuvens de setas partiram então dela no céu. Dotadas de
chamas ardentes... caíram [como] meteoros em fogo do firmamento... Uma espessa
escuridão envolveu subitamente a hoste... o próprio Sol não dava mais calor... parecia
girar no seu eixo..." Drona Parva
A Confederação Intergaláctica decidiu intervir com todas as suas forças. Um
ataque relâmpago seria iniciado em favor do nosso planeta em poucos dias.
E uma terrível e inesperada notícia abalou de vez os nossos antepassados e os seus
aliados alienígenas: o inimigo tinha ativado um "acelerador matenergial atômico", que
adiantaria a temida catástrofe que os sábios-cientistas atlantes calcularam que
aconteceria caso a guerra continuasse.
Faltavam apenas 5 dias para que o desastre acontecesse.
A única coisa que restava era escapar, fugir, refugiar-se. O pânico foi geral. O
caos total. Sofri tanto com estas visões!
Milhares de extraterrestres receberam ordens de voltar a seus mundos
acompanhados de familiares e amigos terrestres. Algumas dessas famílias não
obedeceram à ordem. Por amor a este mundo, ficaram e se ocultaram em locais seguros.
A Confederação concluiu que não poderia atacar sem comprometer ainda mais o nosso
mundo. Todos os laços entre a Terra e os mundos superiores foram cortados como
medida de segurança. Apenas se realizariam os resgates e translados urgentes dos que
estavam em condições de voltar a seus mundos de origem. Foi uma dramática escolha.
Os portadores de vírus não poderiam viajar. Seres queridos e parentes foram separados.
Foram dias de angústia e dor inimagináveis.
Avisados da iminente destruição final, outros milhões de atlantes foram
direcionados a setores do planeta onde, segundo cálculos, poderiam sobreviver. Ao
mesmo tempo, os 144 grupos de escolhidos já se encontravam momentaneamente a
salvo nos locais designados.
Milhares de famílias doentes, atingidas psicológica e fisicamente e incapazes de
comunicar-se entre si verbalmente, refugiavam-se em grutas e cavernas das montanhas
para sobreviver.
Centenas de dementes vagavam com olhares perdidos pelas avenidas vazias das
outras prósperas megalópoles e cidades atlantes. Desesperados, enlouquecidos e
alienados, aqueles seres abandonados à própria sorte, sem compreender-se uns aos
outros, se matavam entre si com desenfreada violência, enquanto centenas se
suicidavam num último, desesperado e desvairado intento de fugir da horrível situação.
Tudo aconteceu da noite para o dia. O mecanismo de destruição foi ativado pelos
invasores, que não calcularam os danos planetários possíveis ou, talvez, não se
importaram. Nosso planeta, já desequilibrado ecologicamente, não resistiu e o desastre
foi total.
Chorei perante o dantesco espetáculo daquele apocalipse atlante. Anthor e Tanaim
compreendiam minha dor consolando-me naqueles momentos em que testemunhava as
nefastas imagens do passado na Dimensão das Memórias Cósmicas.
A segunda megacatástrofe planetária destruiu totalmente aquela civilização.
Lembro que o resultado foi tão espantoso que atingiu os próprios invasores. A fúria da
natureza que eles tinham ativado, cegos pelos sentimentos de uma vingança suicida, foi
paradoxalmente a causa de sua parcial destruição e derrota.
Sim, foram poucos os Ildamans que conseguiram fugir a tempo do desastre e do
castigo aplicado pela Confederação Intergaláctica. Com efeito, muitos foram capturados
pelos representantes do Alto Conselho Protetor da Unidade de Todas as Coisas e
submetidos a uma imediata desintegração. Os que conseguiram escapar se ocultaram em
"dimensões-espaço-temporais alternativas" de difícil e arriscado acesso esperando o
momento certo para voltar a atacar.
Quanto ao nosso planeta, ele sofreu fortes mudanças climáticas e geográficas.
Onde antes fervilhava vida, vi, angustiado, surgirem grandes desertos. Parte do mar
atlante "desapareceu" e não ouvi mais o som das suas ondas batendo perto das praias
localizadas nas regiões costeiras onde existiam até bem pouco algumas das mais belas
cidades daquela civilização.
Vi tribos de seres humanos traumatizados vagando pelas terras áridas, outrora
férteis, cansados e temerosos, brigando entre si, ora pela água, ora por um lugar seguro
nas obscuras cavernas. Vi que do enorme continente Atlante apenas sobrou o que mais
tarde seria considerada apenas uma lendária e Grande Ilha, a Segunda Atlântida, sobre a
qual escreveriam alguns sábios antigos, entre eles Platão. Ali, entre os restos daquela
grande civilização, os sobreviventes tentariam, sem sucesso, recomeçar tudo de novo. A
outra, a grande e poderosa primeira Atlântida, já não existia mais.
Era o início de novos ciclos e a continuação de nossa proto-história humana, tão
absurda, tão fragmentada, tão paradoxal e tão desconhecida...como sempre. Era o início
da Quinta Raça, a atual... Samsâra, novamente, Samsâra.

ParteVIII
[...] "Então, um dos sacerdotes, que era muito ancião, lhe diz: 'Oh Solón, Solón,
vós os gregos sois todos apenas crianças [...].'
Solón respondeu: 'O que é que você quer dizer com isso?'
'Vós sois todos jovens de espírito, respondeu o sacerdote, porque não possuem em
vossa alma nenhuma opinião fundada nas velhas tradições encanecidas pelo tempo [...]
Tem havido e ainda haverá no futuro muitas destruições dos homens originadas pelos
diversos elementos, [...] tudo se encontra aqui consignado... nos nossos templos, desde
tempo imemorial [...].
Pelo contrário, em vosso país [...] nos demais povos, apenas se têm estabelecido as
letras e demais instituições [...] sobrevém em certos intervalos chuvas torrenciais [...]
que não deixam com vida mais que aqueles que desconhecem as letras [...] De maneira
que volveis a começar [...] sem saber nada dos acontecimentos remotos [...] Os dados
genealógicos que acabas de expor me parecem historinhas de crianças, porque além de
não mencionares mais do que um só dilúvio, o último, apesar de haver sido precedido
por outros, ignorais também que uma raça mais perfeita de homens existiu em vosso
país, raça da qual descendes vós e todos os cidadãos de vosso Estado, graças a um
pequeno gérmen que escapou do desastre.
Isto o ignorais porque os sobreviventes, durante muitas gerações, morreram, sem
deixar nada recolhido por escrito...'."
Do diálogo "Timeo" de Platão.

Retrocesso e Recomeço
37 - A Quinta Raça Inicia seu Difícil Processo Evolutivo. A Segunda
Atlântida.
Os Mistérios. Um Novo Dilúvio Destrói a Lendária Ilha dos Feiticeiros. À Procura
de Novas Terras. Os Divinos Instrutores Voltam.
Os Ildamans Sobreviventes Repartem o Planeta.
"Na época [...] se encontrava ali um ser muito importante do continente Atlântida,
pertencente, na sua qualidade de 'astrosovor' a certa 'sociedade científica' como jamais
se tinha visto igual e como provavelmente jamais será vista na Terra.
[...] Justamente antes da segunda catástrofe, os verdadeiros sábios da Atlântida,
fundadores dessa realmente grande sociedade 'Ajldán', se deram conta de que algo
muito grave estava por acontecer em breve no seu planeta; começaram a observar
atentamente todos os fenômenos da natureza circundante; porém, apesar dos seus
esforços, não puderam compreender o que iria se produzir. [...] quando o continente
Atlântida se abismou nas profundezas do planeta, esse sábio Ajldanés, sem saber mais
para onde regressar, ficou com os caçadores nesse país que viria a ser chamado
'Maralpleissís'."
Dos Relatos de Belzebú a su nieto, de G. I. Gurdjieff
Contar o que testemunhei após a destruição da Primeira Atlântida é muito triste e
desolador. Dos 144 grupos escolhidos para preservar a Ciência de Thot e os
conhecimentos adquiridos pela ciência atlante, somente alguns poucos sobreviveram.
Isolados pelas grandes distâncias ocasionadas pelas novas características geográficas do
planeta, sem ter qualquer meio de comunicação disponível e havendo perdido todas as
suas principais tecnologias e meios de transporte aéreos e terrestres, tentaram
reconstruir parcialmente aqueles antigos centros atlantes que tinham sido preservados
da destruição em diversos pontos do planeta. Em todos eles ainda era possível achar
alguns dos grandes prédios piramidais característicos da arquitetura da Quarta Raça.
Alguns dos grupos escolhidos conseguiram, com a ajuda dos sobreviventes mais
capacitados e graças ao Código e a seus conhecimentos científicos, organizar, na
chamada Grande Ilha, os fragmentos culturais da outrora poderosa civilização. Mas foi
inútil porque já não possuíam mais os meios necessários para resgatar a destruída
tecnologia.
Paralelamente, em diversos lugares, os sobreviventes menos afortunados lutavam
apenas para continuar vivos em cavernas e grupos nômades procuravam, com a ajuda de
líderes mais conscientes, terras adequadas para continuar suas existências. Foi um
retrocesso terrível, semelhante àquele que vi numa das dimensões temporais altenativas
futura. no caso de que grande parte da humanidade mais avançada tecnologicamente
acabasse numa possível catástrofe nuclear, de que serviriam, dentre outras tecnologias,
os computadores num mundo sem energia elétrica e com milhares de sobreviventes
ignorantes e traumatizados? Em diversas partes do globo, os Iniciados tentaram resgatar
o necessário para fazer com que a humanidade começasse uma nova sociedade solidária
e unida, capaz de enfrentar esses novos e difíceis tempos.
Lamentavelmente, a velha unidade atlante já não seria mais possível. Nosso
mundo, outrora unido e poderoso, estava fragmentado para sempre.
Aqueles foram os tempos das lendárias lutas entre os Iniciados e os poderosos
"magos negros" atlantes que eram apenas cientistas inescrupulosos e ávidos de riqueza e
poder, treinados e utilizados pelos vampirescos Ildamans, que, enfraquecidos e
impossibilitados de sair de seus "esconderijos" dimensionais, os usavam como médiuns
para enfrentar as forças do bem representadas pelos Iniciados sobreviventes.
Vi espantado que, ao mesmo tempo em que essa luta entre as forças do "bem" e do
"mal" continuava, milhões de nossos antepassados, ainda traumatizados com as seqüelas
da grande destruição, foram aos poucos esquecendo todas as coisas, se tornando
miseráveis e ignorantes, supersticiosos e incapazes de discernir entre o verdadeiro e o
falso. Paradoxalmente, esta "degradação" da nossa espécie acabou provocando o
enfraquecimento da unidade dos nossos inimigos invisíveis. Ciumentos e vingativos, os
Ildamans começaram a brigar entre si para ter o controle absoluto daquelas criaturas
cada vez mais fáceis de controlar. Agora cada um deles desejava ficar como dono
absoluto desse mundo por eles mesmos destruído e se autodeclaravam perante os
ignorantes humanos como o "único deus" ao qual era necessário servir e adorar. Com
este vil propósito, subjugavam, mediante o medo e o terror, e em diversos setores do
planeta, aqueles infelizes seres humanos que, enganados pelas demonstrações de poder
desses seus falsos "protetores", acreditavam ser parte de utópicos "povos escolhidos".
Para tanto, projetavam imagens hipnóticas nesses sugestionáveis seres humanos, através
das quais apareciam como se fossem seus "deuses-protetores" e "guias". Iludidos com
falsas promessas de felicidade e abundância em terras férteis e maravilhosas que jamais
possuiriam, os usavam, não apenas como fonte de alimento, mas também como "canais"
das suas disputas pelo poder sem que eles suspeitassem de nada. A partir desse
momento, aqueles ignorantes e desesperados seres humanos se matariam uns aos outros
sem misericórdia, convencidos de estarem lutando "guerras santas" e derramando o
sangue de seus próximos, em nome do "único e verdadeiro deus".
Não percebiam e jamais conseguiram perceber que apenas estavam dando suas
vidas em benefício dos escusos anseios de seus tiranos alienígenas que, dessa maneira,
conseguiam alimentar-se das energias psicofísicas desprendidas de toda essa dor e
sofrimento coletivo. Apesar dos esforços para evitar esses conflitos, os Iniciados não
conseguiriam deter as selvagens guerras que essas falsas promessas provocaram e
provocariam no futuro.
Séculos mais tarde, observei que este confronto entre as forças protetoras da
humanidade e os Ildamans sobreviventes somente seria detido temporária e
tragicamente pela natureza, com ocasião da terrível catástrofe que provocaria o
afundamento no abismo daquela Grande Ilha e de outros restos do antigo continente
atlante. Assim, acabaram também as tentativas de reconstruir a velha cultura da Quarta
Raça. A causa desse e de outros afundamentos foram os diversos e lendários "dilúvios",
sendo mais famoso e recente aquele que aconteceu há mais de 850.000 anos atrás e que
daria origem à lenda de Noé e sua Arca.
Quando a Segunda Atlântida deixou de existir, a última prova concreta da
existência da primeira também se perdia para sempre. Glaciações terríveis e
prolongadas atingiram a Terra e durante séculos os sobreviventes da nossa espécie
lutariam para garantir suas precárias existências.
Com o decorrer dos séculos a atual configuração geográfica do planeta ficou
totalmente consolidada. Os novos continentes e mares que tinham surgido nesses longos
períodos pós-catástrofes atraíam os povos nômades, cada vez mais numerosos, que
continuavam a se espalhar através do novo globo terráqueo, à procura de terras
apropriadas para a existência.
Entretanto, nossa espécie uma vez mais seria protegida "do Alto". Como nosso
mundo tinha ficado totalmente destruído, os Sábios Cósmicos iniciaram um processo de
colaboração com aqueles Iniciados que ainda guardavam o Código. Os Mestres
Superiores voltaram a visitar nosso mundo e o Plano de Evolução foi restabelecido
apesar de todos os obstáculos. Aos poucos, as chamadas Escolas Iniciáticas, nas quais
eram preparados os reis-sacerdotes da época, foram organizadas sob rígidas condições
de segredo, para evitar que a Ciência de Thot viesse a ser utilizada pelos inimigos
ocultos da espécie ou por seus "povos escravos". No interior destas organizações, que
mais tarde seriam conhecidas como Escolas de Mistérios, a Ciência de Thot continuou a
ser preservada, assim como todos os conhecimentos psicofilosóficos, matemáticos,
científicos e artísticos para o benefício presente e futuro da humanidade. Também os
Enviados criaram o "Projeto Prometeus", através do qual Instrutores de variadas
ciências e tecnologias vieram para colaborar com a nascente Quinta Raça,
aperfeiçoando a agricultura e ensinando artes e técnicas primárias para garantir a
existência e as necessidades básicas da nova humanidade. Trouxeram trigo, fruto de
profundas pesquisas genéticas; uva, cuja composição química é altamente recomendada
para seres de Terceiro Nível, e alguns tipos de vermes e insetos, entre eles a abelha,
capazes de colaborar com a transformação e o processamento das substâncias-alimento
necessárias ao ser humano.
Os povos primitivos, agradecidos por essas dádivas, fizeram daqueles frutos,
assim como do pão, do vinho e do mel, alimentos sagrados, e por essa razão, estariam
sempre presentes nos futuros rituais religiosos e iniciáticos de uma forma ou de outra
até nossos dias.
Mas esse nobre processo de reeducação da humanidade também foi causa de
grandes sofrimentos para alguns dos Enviados do Alto. Com efeito, testemunhei,
horrorizado, quando alguns desses novos "Prometeus" foram interceptados pelos
"deuses vampiros" que os submetiam, como no passado, a terríveis processos de torturas
parapsicológicas em animação suspensa impossíveis de descrever ou os sacrificavam
através dos seus escravos humanos. Não queriam que os nossos antepassados voltassem
a ter conhecimento, porque sabiam, por experiência, que a ignorância é a melhor arma
para submeter os povos às piores condições de servidão.
Alguns dos "Enviados" começaram a combater estes vampiros, e vários foram
destruídos. Porém outros se fortaleciam cada vez mais, tornando-se quase indestrutíveis,
graças aos processos de transformação de energia psíquica que tinham desenvolvido
após milênios de evolução egoísta. Usando seus "magos negros" e seus conhecimentos
de engenharia genética, criaram monstros poderosos que, clonados, dizimavam a
população e espalhavam o terror entre os traumatizados humanos. Irados com a
impossibilidade de voltar a obter o nível de poder e destruição que possuíam antes da
catástrofe, "castigavam" cruelmente aos povos que controlavam, enquanto continuavam
tentando o controle do maior número de seres possíveis para assim garantir pelo menos
uma segura existência num planeta que no fundo odiavam, e que se tinha convertido em
uma prisão obrigatória e final. Porém, devido às suas contínuas lutas internas, seu
número começou aos poucos a se reduzir, para a alegria da nossa espécie e dos nossos
sábios Protetores cósmicos. Com efeito, o poder destes seres só não foi maior nem
capaz de controlar todo o nosso planeta, graças aos Enviados e alienígenas que ficaram
na terra e aos An ou "filhos das estrelas", os míticos heróis humanos mutantes,
descendentes de extraterrestres, que, graças a seus poderes especiais tanto físicos como
parapsicológicos, defendiam nossa espécie e destruíam os monstros criados pelos
Ildamans-Vampiros. Foi então que meus guias me revelaram qual tinha sido o
verdadeiro motivo para que um dos nossos mais adorados Enviados do Alto, Jesus
Cristo, nascesse neste mundo: Ele era parte daquele Plano Superior para a libertação da
humanidade. Ele foi o sagrado instrumento, por meio do qual se tentou destruir um dos
mais poderosos Ildamans ainda existentes. Apesar de não ter conseguido sucesso total
na sua missão, o Divino Enviado pelo menos conseguiu diminuir e muito o poder desse
sanguinário vampiro, ganhando assim o título de "Salvador do Mundo". Soube também
que esse vingativo e astuto ser, quase destruído pelo magnetismo amoroso do sangue de
Jesus Cristo, sabe que tem muito pouco tempo de vida. Cheio de raiva, ainda continuará
provocando o derramamento de sangue inocente, agindo nos invisíveis níveis
parapsicológicos para provocar novas e absurdas guerras no mundo, especialmente
naquelas regiões em que ainda exerce mais influência. Ele sabe que esta é a única
maneira possível de acabar com o extraordinário magnetismo amoroso do Precioso
Sangue Celeste derramado deliberadamente por esse Divino Enviado. Sim, é o poder do
Amor presente nesse Seu Precioso Sangue o que atua até hoje como uma Força
Protetora contra as vibrações de ódio, vingança e morte que seu mortal inimigo tentou e
ainda tenta impor neste mundo. Não posso revelar, por enquanto, mais nada sobre isso,
e aqueles que desejem saber deverão pesquisar e observar sob novos ângulos as
primitivas "histórias" de alguns povos infelizes da terra, que ainda em nossos dias não
conseguem viver em paz por estas esquecidas e obscuras razões. Declaro que
dificilmente o conseguirão até não reconhecer e aceitar a Lei do Amor, trazida pelo
Mestre dos Mestres. Quando este reconhecimento coletivo acontecer, a "morte por
inanição" desta espantosa criatura que jamais amou e jamais amará a nenhum ser
humano será inevitável.
Agora devo voltar a relatar outros fatos relacionados com aqueles esquecidos
períodos da humanidade que pude observar na Dimensão das Memórias Cósmicas.

38 - O Período dos Reis Divinos. Monumentos, Escritas, Símbolos,


Ideogramas, Rituais e Danças: os Iniciados Tentam Perpetuar o Conhecimento da
Ciência de Thot. Os Conhecimentos Destruídos. Só Ficam Fragmentos.
"O Bem-aventurado Senhor disse: 'Eu instruí esta Ciência imperecível... ao Deus
do Sol, Vivasvãn a instruiu a Manu, o Pai da Humanidade, e Manu, por sua vez, a
instruiu a Isvãku.
Esta Ciência Suprema foi assim recebida através da corrente de sucessão
discipular, e os reis santos compreenderam-na desta maneira. Mas com o passar do
tempo a sucessão se rompeu e por isso a Ciência como ela é parece perdida.
Esta antiqüíssima Ciência da relação com o Supremo é falada hoje por Mim a
você, porque você é meu devoto bem como Meu amigo; portanto você pode
compreender o mistério transcendental desta Ciência.'"
Palavras do Senhor Krishna a seu discípulo Arjuna no Bhagavad Gitã Canto 4:1,
2, 3.
Com o correr dos tempos, novos "Enviados" chegaram a nosso planeta. Os
Iniciados que conheciam as nobres características daqueles seres superiores, alguns dos
quais ficaram na Terra desejosos de colaborar com nossa espécie, faziam contato com
eles, iniciando parcerias benéficas para nosso mundo. Muitos dos que se estabeleceram
na Terra aceitaram governar os humanos. Organizaram novas culturas e iniciaram
aqueles maravilhosos tempos nos quais muitos povos eram governados com justiça,
amor e eqüidade.
Eles seriam lembrados nas lendas da Quinta Raça como os Reis Divinos ou
Celestiais.
Alguns outros alienígenas visitantes se fixaram em diversos setores do planeta
guiados pelos Sábios Cósmicos, criando colônias ao redor dos novos centros Iniciáticos
e colaborando com as novas culturas. Quando partiam, deixavam suas obras sob o
controle de seus discípulos terrestres, que, agradecidos pelos seus favores, juravam
esperar o retorno de seus "protetores", conservando suas bases terrestres e transmitindo
às gerações futuras as lembranças daqueles "contatos" que hoje alguns pseudo-sábios
chamam de "mitos e lendas de agricultores e pastores ignorantes", sem saber que os
ignorantes são eles.
Sim, diversas culturas tiveram seu início graças aos colonizadores de longínquos
planetas. Seus diferentes idiomas foram aprendidos pelos povos e tribos aos quais
influenciavam, o que viria a aumentar, ainda mais, a proliferação de novas línguas e
dialetos, que aos poucos seriam assimilados e aceitos. Com o passar do tempo, os novos
idiomas e escritas se consolidaram na Terra, o que garantiu a continuidade e a
transmissão dos conhecimentos.
Junto com isso, os Iniciados na Ciência de Thot, que conheciam, graças ao
Eneagrama, as Nove Chaves para decifrar, traduzir e interpretar todos os diversos
modos de expressões científico-matemáticas, verbal e psicoverbal, terrestres e
alienígenas criaram com o tempo sistemas universais de interpretação através de
monumentos, ideogramas, símbolos, lendas codificadas, danças e rituais que, segundo o
grau de conhecimento daqueles que as "vivenciavam", "liam", ou "decodificavam",
podiam transmitir desde conhecimentos matemáticos até histórias destinadas a preservar
a memória coletiva da nossa espécie. Apesar desses incríveis esforços, muitos desses
valiosos conhecimentos seriam destruídos e pilhados ao longo dos séculos. Com efeito,
fanáticos religiosos, e outros tipos de ignorantes, apoiados por ladrões e outros
cúmplices motivados pelo desejo de poder e outras absurdas razões, se dedicaram a
queimar grandes bibliotecas e valiosos documentos ancestrais, assim como a quebrar os
monumentos onde tais conhecimentos eram gravados e a assassinar aqueles que
possuíam as chaves de interpretação. Estes fatos promoviam a gradual deturpação dos
profundos significados dessa antiga sabedoria. Aos poucos, a Grande Ciência de Thot
foi sendo fragmentada e os que tinham as chaves para unir as partes desse complexo
quebra-cabeça se tornaram cada vez mais raros. Apesar de tudo, muitos Iniciados em
diversas partes do mundo conseguiriam proteger até nossos dias grandes fragmentos
daquele que Gurdjieff chamou o "Grande Conhecimento" e, também, as Chaves Mestras
da maravilhosa Ciência de Thot e sua síntese máxima: o Eneagrama.

Parte IX
"Na cidade onde Nasrudin, o Mestre, vivia, comentavam-se muitas estórias e
lendas sobre ele. Uma das mais antigas relatava que os antepassados de Nasrudin
tinham chegado há mais de 100.000 anos, vindos de uma grande e longínqua estrela
chamada Kanopp. Um dos seus jovens discípulos, após ouvir esta estória ficou
estarrecido e confuso e apresentando-se perante ele lhe perguntou: — Diga-me, Mestre:
é verdade que seus antepassados vieram de uma estrela tão longínqua? Porque, se for
assim, não lhe vejo muito preocupado com o que possa estar acontecendo lá com seus
parentes. — Veja só — respondeu Nasrudin —, se nada nessa lenda é verdadeiro, não
vejo por que deveria preocupar-me, e se, pelo contrário, ela é verdadeira, então são eles
que devem estar preocupados por ter-me deixado aqui! Do livro Cuentos Enseñanza del
Maestro Sufi Nasrudin reunidos por H. D. Halka na "Colección Cuentos Sufis" da
Editora Dervish International

Real ou Irreal?
43 - Voltando da Dimensão das Memórias Cósmicas. Reordenamento e
Harmonização.
Revelações Metafísicas. Toda Verdade É Semiverdade.
Como Evitar Ser Devorado pelo Impiedoso Cronos.
Novas Surpresas!
"Ele não ficou nem um pouco impressionado.
— Você deve entender de uma vez por todas que essas são coisas normais na vida
de um feiticeiro. Você não está ficando louco; está simplesmente ouvindo a voz do
emissário do sonhar [...]
— O que é o emissário do sonho?
— Energia alienígena consciente. Energia alienígena que procura ajudar os
sonhadores [...]"
Diálogo entre Don Juan e Carlos Castañeda, em A arte de Sonhar
Quando Anthor "desligou" o Canalizador, a esfera multidimensional na qual
flutuávamos pareceu "sumir" novamente no ar transformada em milhares de pontos
luminosos. Enquanto os milhares de pontos de luz voltavam a tomar sua forma original,
percebi, maravilhado, que nossos corpos não tinham mudado de posição naquela
espaçosa "sala" octoriana. Desconcertado com o longo sofrimento da nossa espécie e
perplexo com todas aquelas visões e revelações, lembro que chorei muito e que fazia
muitas perguntas aos meus guias. Eles não responderam, aguardando com sabedoria
meu centramento normal. Aos poucos consegui me acalmar. Fiquei em silêncio durante
muito tempo. Não era mais o mesmo, ou melhor, nunca mais poderia ser como antes.
Anthor e Tanaim reordenaram minhas energias e alinharam todos os meus centros
e chakras até que, aos poucos, voltei à "normalidade".
Então percebi que Octor estava acelerando seu processo de transformação e
comecei a sentir como se todas as coisas ao meu redor ficassem mais luminosas e
vibrantes.
Contemplei Anthor e admirei as harmoniosas "alterações" que estavam
acontecendo em sua estrutura psicobioenergética.
O octoriano interrompeu nosso longo silêncio:
— Vejo que já está recuperado, Khristian.
— Sim — respondi —, foi uma experiência muito forte... já estou bem.
— Sei o que quer dizer, querido Khristian. Relaxe, apenas relaxe... —Tanaim me
olhava com ternura. Anthor voltou a falar:
— Penso, meu querido Tanaim, que você deve dizer agora as razões pelas quais
escolheu Khristian para esta experiência interdimensional. Dessa maneira, as minhas
talvez possam ser mais facilmente compreendidas. Não acha?
Essa declaração me provocou uma intensa curiosidade. Embora tivesse
consciência que tudo quanto me tinha sido revelado ali poderia ter dispensado nossa
"viagem interdimensional", intuía que a razão pela qual meu guia do futuro tinha me
levado até Octor e me apresentado ao extraterrestre obedecia também a outros motivos.
Tanaim se aproximou até onde eu estava e, após dar um ligeiro "toque"
harmonizador no meu plexo solar, disse:
— Quero que saiba que você nunca poderia ter se oposto a estas experiências.
Você não as escolheu, apenas estava em condições de vivenciá-las. Em nosso primeiro
encontro, me perguntou, ansioso, por que você tinha sido eleito. Naquele momento
alternativo, eu lhe respondi que as razões eram, por uma parte, derivadas de seu
progresso espiritual e acrescentei que outras lhe seriam reveladas em breve, se lembra?
— fitou-me de um modo especial.
Lembrava. Como poderia esquecer aquela noite na qual não sabia se era tudo real
ou se apenas sonhava... Tanaim, como sempre, ouvindo meus pensamentos,
acrescentou:
— Sim, eu lembro de suas dúvidas: "realidade" ou "sonho"... Era até engraçado
vê-lo fechar seus olhos e botar a todo instante sua mão esquerda acima da cabeça e
dizer: "Isto é um sonho, isto é um sonho" — sorriu divertido.
— O que importa agora é você saber que tudo isto que está vivenciando é real e ao
mesmo tempo não é... !
Fiquei surpreso e perguntei:
— O que significa que esta experiência seja real e ao mesmo tempo irreal? —
parecia-me tão absurdo ouvir aquilo. Tanaim continuava a sorrir:
— Ora, você sabe, "toda verdade é uma semiverdade", certo? O que ouviu
significa apenas o que ouviu... tanto o que você chama "real" ou "verdadeiro" quanto o
que chama "sonho" ou "irrealidade" não são mais que "semiverdades". As diversas
"realidades" ou "verdades" e as diversas "irrealidades" são nada mais que "modos"
imperfeitos e temporais de perceber, ou não, o Ser manifestado.
Então tudo quanto viu nestes seus "sonhos conscientes" é "real" num determinado
"espaço-tempo alternativo" e, ao mesmo tempo, tudo o que viu e o que está vivendo
nestes instantes são apenas "modos" de manifestação do Único Ser neste "momento e
espaço alternativo". Nada além de diversos "graus" de manifestação do Ser...
Fiquei admirado pela lógica desses conceitos.
— Anthor, eu e você — continuou meu guia — somos um. Ou seja, nós
expressamos o Ser Um, do mesmo modo como no seu mundo todas essas primitivas
luminárias, que vocês chamam "lâmpadas", acesas à noite nas suas cidades e nas suas
casas, são apenas canais de manifestação de uma única energia a que vocês chamam de
"eletricidade". Assim é o Ser, o Divino Zero... Uma grande e inesgotável fonte de
energia que se manifesta através de cada um de nós. Então nossas existências e
personalidades são como essas lâmpadas, Khristian, somos apenas "lâmpadas" do Ser.
Por esta razão, ainda que estejamos em tempos-espaços diferentes, somos parte do Ser
Um que se manifesta em todos os planos, em todos os mundos, em todos os céus, em
todos os cantos e partículas de todos os macro e microcosmos que existem apenas por
Sua Causa... O Ser é a "Causa-sem-causa" de tudo o que vive e existe... Por isso, meu
filho, tudo é real e irreal ao mesmo tempo! Tudo é Zero. Tudo é Nada.
Tanaim sorria ao contemplar o estado de confusão "metafísica" em que me
encontrava. Eu intuía a verdade de tudo o que ele falava. Aliás, algo em mim já sabia.
Acho que começava a compreender, num outro "nível de consciência", o conceito
indiano de Maya, aprendido nas minhas aulas de Filosofia Vedanta Advaita. Maya
significa "ilusão" e tudo o que existe é Maya, não porque não seja "real" e sim porque
tudo se transforma, daí sua "irrealidade" e "impermanência". Esse era o sentido
profundo do conceito de Maya. Tanaim interrompeu minhas reflexões:
— Estou falando estas coisas apenas para que você possa compreender duas
questões importantes, Khristian. A primeira, para que perceba que tudo pode ser
modificado, que nada é permanente, que Maya é transformação constante e que,
portanto, a "realidade" perigosa de "desvio evolutivo" que o seu mundo vive nesse
"tempo-espaço alternativo" ao qual chama "presente", pode ser modificada, ou seja,
pode "virar uma irrealidade", compreende? Um velho mito grego revela que Cronos, o
Tempo devorador de seus filhos, foi vencido no passado... Você e todos os eleitos
deverão vencê-lo novamente, abreviando com amor os chamados "tempos do fim",
transformando as crises em oportunidades de apoio à evolução.
Tanaim se deteve uns instantes como pensando no modo de falar da segunda razão
de todo aquele discurso metafísico.
— Se vocês conseguem unir-se e abreviar os tempos do fim, poderão "modificar"
a "realidade" e tornarão "irreal" o potencial desvio evolutivo da espécie. Compreenda,
Khristian, quando um ser se torna consciente de si mesmo, ele pode alterar o presente e
provocar as alterações correspondentes no passado e no futuro.
Lembrei um verso do Baghavad Gita: "Ó, Arjuna, assim como o fogo ardente
converte a lenha em cinzas, assim também o fogo do conhecimento reduz a cinzas todas
as reações das atividades materiais."
— Sim, meu querido, quando os eleitos começarem a atuar nesse seu presente
temporal, o passado e o futuro da humanidade serão transformados ao mesmo tempo,
num piscar de olhos, repentinamente. Compreende por que tudo é real e irreal agora?
— Sim, Tanaim, compreendo agora como intervir no tempo. Devemos agir
conscientemente sempre, criando no presente as características do que serão o passado e
o futuro.
— A segunda razão pela qual lhe falo estas coisas — continuou — é para que o
que vai ouvir agora, aquilo que até este instante eu e Anthor tínhamos reservado para
lhe dizer no momento mais adequado, possa ser compreendido em toda a sua extensão e
complexidade... Lembre-se, então, tudo é "real" e "irreal" ao mesmo tempo. Está claro?
— Acho que sim — respondi um tanto confuso com minha certeza.
— Bem — continuou com sua habitual serenidade — nem todos os eleitos o são
pelas mesmas razões e nem vou falar dessas outras razões agora. Apenas revelaremos a
você por que é que você foi um dos eleitos para nós. Tudo bem. Começarei revelando as
minhas. Terá reparado que, às vezes, você nem sequer precisa me falar porque eu já sei
o que você está pensando — Tanaim parecia procurar as palavras certas para dizer algo
muito especial. — Isso acontece entre nós porque fui autorizado a saber tudo sobre você
— se deteve de novo e corrigiu: — ou melhor, quase tudo, portanto não precisa temer
pela sua "privacidade", tá? — acrescentou sorridente e continuou: — dizia, então, que
fui autorizado a saber tudo sobre você pela simples razão de que eu — seu olhar se
tornou profundamente amoroso — serei seu pai nesse "futuro alternativo" do qual você
foi testemunha no nosso primeiro encontro.
Entendi subitamente o porquê de meus sentimentos para com ele e sem hesitação
o abracei forte e cheio de amor. No fundo eu já sabia, não sei como, mas sabia. Pensei
que talvez esses sentimentos tivessem surgido quando vi aquelas crianças brincando ao
nosso redor no primeiro encontro interdimensional...
— Sim, Khristian — ele confirmava minha "secreta" intuição —, foi nessa
ocasião... Lembra da criança que peguei no meu colo naquela ocasião? Pois é... era
você!
Enquanto isso, Anthor nos contemplava feliz. Parecia ter esperado por esse
instante. Então compreendi que devia existir uma forte razão para ter solicitado a
Tanaim que iniciasse essas "revelações" tão "familiares". Mas qual seria essa razão? Por
que ele me teria escolhido para conhecer-me pessoalmente? Por que Tanaim o conhecia
e o tratava com tanta familiaridade? Eu teria mais uma surpresa.
44 - Minha Origem Estelar
"Sou filho da terra e do céu estrelado; mas sou da raça celeste, saiba-o bem!"
Antiga inscrição pitagórico-órfica em lápide funerária de Roma (séc. I ou II)
Ao mesmo tempo em que eu percebia as cada vez mais rápidas e maravilhosas
mudanças externas decorrentes da acelerada passagem de Octor ao Quinto Nível
Consciencial, Anthor começou a relatar uma bela história. Só posso registrar apenas
algumas coisas, pois é impossível tentar repetir o que agora guardo como uma das mais
belas lembranças no fundo de meu coração. Era a história dos meus ancestrais e suas
origens, a saga dos meus antepassados celestiais e terrestres...
— Há milhares de anos, quando meus irmãos visitaram seu planeta, quando a
primeira Atlântida atingiu seu maior esplendor, na época em que seu mundo podia ser
visitado pelos seres dos diversos mundos superiores... um dos meus antepassados —
continuou —, Javel-than-ref, amou Zul-an-Asle, a belíssima filha de um dos sábios
terrestres daqueles tempos. Esse sábio era Toran, aquele que "hoje" é seu guia e será seu
pai no futuro, nosso amado Tanaim. Da união de Javel-than-ref e Zul-an-Asle nasceram
An-kor e Talian... Você, querido Khristian, era An-kor. Antes de falar sobre sua remota
encarnação, das suas obras e dos seus descendentes, devo revelar-lhe o seguinte: Javel-
than-ref, nosso antepassado comum — hoje um Alto Individuum Consciente —, foi um
dos mais jovens colaboradores de Thot e após a chegada...
Anthor continuou durante muito tempo revelando-me a história de meus ancestrais
e de outras épocas e reencarnações. Por seu poder, minhas memórias foram totalmente
despertadas e soube a razão de estar ali, com ele, naquele longínquo mundo. Ao
concluir seu maravilhoso relato, ele me disse solenemente:
— Agora sabe quem você é, conhece sua origem e seu destino: você é um An, um
homem-estelar, um dos meus parentes... era por tudo isso que queria conhecê-lo! —
Pousou carinhosamente sua mão na minha cabeça e senti como se eu despertasse para
uma realidade superior e mais plena. Estava tão maravilhado com tudo o que tinha
ouvido que não reparei no que estava acontecendo nesses instantes à minha volta.
Quando me dispunha a expressar a Anthor meu amor e gratidão por tudo o que tinha me
revelado, percebi que algo maravilhoso estava acontecendo com o seu belo corpo de
luz. A Transformação de Octor atingia seu nível crítico naqueles instantes. Tanaim,
sempre alerta, disse:
— Agora, você deverá ser protegido para que possa resistir à forte vibração da
Transformação, meu filho.
De imediato, Anthor ordenou ao Canalizador que criasse uma espécie de "aura
oval" da qual eu e Tanaim pudéssemos contemplar o salto evolutivo daquele planeta
superior sem sermos prejudicados nos nossos corpos sutis.
O que vi em seguida foi extraordinário.
45 - A Transformação do Planeta Octor
"Toda a matéria dessa enorme estrutura que tinha 500 mil anos-luz de diâmetro,
jorrava de um minúsculo ponto de luz no espaço, quase imperceptível, e que se
localizava exatamente entre jatos.
— Vocês estão fazendo Cygnus A?
Vagamente ela se lembrava de uma noite de verão em Michigan, quando ainda era
menina. Tivera medo de cair no céu.
— Bem, não estamos sozinhos. Trata-se de um... projeto cooperativo de muitas
galáxias. É principalmente isso que fazemos... engenharia. Apenas... alguns de nós
estamos envolvidos com civilizações emergentes."
Carl Sagan, em Contato
Os Mestres das Sete Leis Sagradas, assim como os demais membros do Alto
Conselho Consciente e os Governantes dos 9 Níveis de Manifestação observavam, no
"Setor dos Canalizadores", os últimos preparativos que provocariam a nova fase de
aproximação ao "Quinto Nível Consciencial".
Vi todos eles felizes. As "étero-informações" vindas dos Canalizadores eram
processadas constantemente para facilitar a fluidez vibracional da "Transformação".
Tinham completado o último estágio como seres tri-cerebrais de Nível Quarto
Completo. A evolução nos níveis conscienciais mais densos estava totalmente superada.
Alguns dos melhores "Exploradores" forneciam os "meta-etero-dados", com os
quais os detalhes necessários para o sucesso do "Translado" ao Nível Quinto,
integravam-se aos cérebros de todos os seres desse longínquo mundo. Estava tudo
pronto.
A preciosa notícia foi conhecida telepaticamente em todos os Setores
Dimensionais do planeta: o "Consciente Coletivo" de Octor unia uma vez mais todos
eles...
Vi que o Centro Reitor do Sistema Solar do qual Octor era o nono planeta,
permitia que todo esse delicado processo de "ascensão matenergial e consciencial" fosse
realizado em total harmonia com os Princípios do Código de Thot e da "Lei da Unidade
de Todas as Coisas".
Os Sábios dos 8 planetas vizinhos trabalhavam nos ajustes "matenergiais"
necessários para que o equilíbrio daquele sistema Solar não fosse alterado
negativamente por aquela extraordinária "mudança". Contemplei os habitantes de todos
esses mundos, meditando e enviando "vibrações positivas" aos octorianos, que
retribuíam com ondas mântricas de pleno amor.
Percebi de modo direto e com total certeza, que, graças à Lei da Unidade de Todas
as Coisas, o "avanço" octoriano para uma nova oitava de consciência colaboraria com a
evolução geral de todas as formas de existência em todo o Cosmos, inclusive com as
possibilidades evolutivas de nosso longínquo planeta Terra.
Quando somos crianças brincamos, às vezes, lançando pedrinhas com força num
lago de águas tranqüilas para ver como as ondas produzidas aumentam seu raio de ação
até chegar à outra margem, ainda que imperceptivelmente... Octor era, nesse instante,
como uma pedra preciosa que vibrava no grande lago da existência cósmica... Senti que
sua transcendental vibração chegaria até nós trazida pelas infinitas mãos da luz eterna,
para "despertar" nossas próprias "transformações" até conseguir que aquele futuro
alternativo, do qual fui testemunha, estivesse totalmente consolidado.
Orei para que essa preciosa influência não fosse desviada da nossa Terra por
alguma força contrária...
46 - O Retorno
"De onde vem esta diferença entre o passado e o futuro? Por que nos lembramos
do passado e não do futuro?"
Stephen W. Hawking, em Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos
negros.
A voz de Tanaim me trouxe repentinamente de volta desses meus pensamentos:
— Tempo de regressar ao seu tempo, Khristian — olhava para Anthor e suas cada
vez mais rápidas transformações. O octoriano se tornava cada vez mais luminoso. Tudo
à minha volta parecia translúcido, etéreo. Reparei no meu estado geral. Sentia-me
cansado. Não sabia direito, era uma sensação estranha. Tinha estado no passado e no
futuro e aquele meu estado era, talvez, uma reação lógica de toda essa alucinante
experiência astral. Pressenti que Tanaim tinha razão: era o momento adequado para
voltar ao meu "nível dimensional".
— Devemos partir agora, Mestre Anthor, porque Khristian não resistirá às ondas
vibracionais do Quinto Nível Consciencial — ambos se olhavam com profundo amor.
— Eu sei, Tanaim, eu sei... — se aproximou de nós com seu belo corpo de luz e
nos abraçou demoradamente.
— Estarei sempre com vocês — sua voz tinha a bela harmonia dos mantras
sagrados.
Senti que nos uníamos além do tempo e do espaço naquele sagrado instante... algo
inexplicável... Logo se afastou de nós sem deixar de nos olhar. Pareceu sumir, amoroso
e sutil, no infinito.
Depois, só lembro apenas de uma silenciosa explosão de luz...

47 - Vaga-lumes Dançando com Luz Própria


"Acredito em ti, minha alma... Vaga comigo na relva, desata o nó da tua
garganta;... Só gosto da bonança, do zumbir da tua voz aveludada. Lembro-me de como,
de uma feita, nós nos deitamos, numa transparente manhã de verão.
Rápida se ergueram e espalharam à minha volta a paz e o conhecimento que sobrelevam
todos os argumentos da terra. E sei que a mão de Deus me foi prometida,
E sei que o Espírito de Deus é irmão do meu, E que todos os homens já nascidos são
também meus irmãos e as mulheres minhas irmãs e amantes, E que a sobrequilha da
criação é o amor." Walt Whitman
Meu corpo físico estava ali, no tempo presente, no quarto, na cama, deitado.
Durante alguns instantes, tive a estranha sensação de ficar como que dentro de um
incômodo invólucro estreito. O segundo "contato" tinha sido concluído. Abri lentamente
e com certa estranha dificuldade meus olhos. Senti como se estivesse olhando através de
um par de janelas. O tique-taque rítmico do velho relógio despertador parecia se impor
no silencioso ambiente. Lembro que verifiquei a hora e qual não foi minha surpresa ao
perceber que eram apenas 3: 15 da madrugada. Era simplesmente incrível que tudo isso
tivesse acontecido em apenas 3 minutos do tempo terrestre.
Levantei-me aos poucos. Era uma sensação muito estranha ter que me mover
novamente usando este pesado corpo. Abri a janela e respirei fundo o ar puro da
montanha.
Fiquei pensando em tudo o que me tinha sido revelado na "Dimensão das
Memórias Cósmicas" e na minha tremenda responsabilidade de ter que compartilhar
com outros essa minha experiência. Agora compreendia muitas questões sobre nossa
humanidade. Mitos e lendas, antigos ensinamentos e tradições sagradas pareciam partes
de um grande quebra-cabeça que finalmente começava a mostrar-se completo e claro na
minha mente. Sentia como era terrível estarmos de novo tão perto de um desvio
evolutivo e como era fácil perdermos tudo quanto tínhamos reconquistado após
milênios de esquecimento. Porém também percebia quão perto estamos de viver uma
Nova Idade de Ouro.
Lembrei a primeira Lei de Thot: "Tudo é Mente, a Raiz do Universo é Mental" e
compreendi que tão-somente precisamos escolher essa opção para que seja real. Só
precisamos refletir e tornar-nos os eleitos capazes de abreviar, com unidade e amor, os
tempos do fim.
As estrelas brilhavam no céu e me lembrei de Octor. Há milhões de anos-luz de
distância, esse planeta vivia sua grande transformação. Senti a noite ao meu redor. Os
suaves barulhos e o cheiro gostoso da floresta se tornavam mais presentes do que nunca
naqueles instantes de lúcidas percepções. A luminosidade noturna parecia pratear as
folhas das árvores adormecidas. A brisa fresca beijava o orvalho silencioso e os vaga-
lumes, essas mágicas criaturas de luz própria, dançavam livres no meio do mato. Eles
me lembravam os habitantes daquele longínquo mundo que finalmente tinham
conquistado sua própria luz e que agora ascendiam a uma outra Oitava na Eterna
"Harmonia das Esferas".
Conseguiríamos, como eles, externar a luz divina do Ser que habita em nós, luz
que talvez encerra o mistério apocalíptico que anuncia que Deus habitará algum dia
conosco e sua Vontade será feita na nossa Terra?
Fechei a janela e me deitei novamente. Estava relaxado e sentia uma grande paz.
Queria sonhar nosso mundo renovado, tão belo como era a Terra futura na qual Tanaim,
meu pai e guia, habitava, e tão harmonioso como aquele distante e inesquecível planeta
superior no qual existia um ser com o qual estava ligado por laços eternos.
Acho que foi pensando assim que lenta e suavemente adormeci, ignorando o fato
de estar começando a dormir como sempre nos acontece nesses imprecisos e esquecidos
instantes de todas as noites, pelos quais penetramos na vasta e misteriosa dimensão do
sono e dos sonhos...

48 - O Terceiro Contato. Ubiqüidade e Adeus.


"Querida Posteridade, se você não se tornou mais justa, mais pacífica e... mais
racional do que nós somos (ou fomos) — ora, então vá para o diabo!" Mensagem de
Albert Einstein "a uma cápsula de tempo", citada por H. Dukas e B. Hoffman em Albert
Einstein: The Human Side.
Rio de Janeiro, 18 de março de 1997, caminhava pela avenida Rio Branco, no Rio
de Janeiro, em direção à empresa na qual era esperado para uma apresentação de
negócios, quando aconteceu o terceiro contato. Foi tudo muito rápido. Lembro que
percebi minha perna direita se movendo lentamente no ar no momento justo de iniciar
um novo passo. O barulho intenso da cidade começou a ficar muito longe, até sumir, e
todas as pessoas à minha volta desapareceram. Um clarão repentino e então Tanaim
estava em minha frente! Ele ria divertido ante minha surpresa.
— O que é isto?! Como é possível? — senti que minha pergunta era totalmente
"mecânica".
— Fique tranqüilo, relaxe. Tudo continua acontecendo nesse seu momentum
espaço-temporal. Está comigo aqui e ao mesmo tempo está ali naquela cidade do seu
mundo. Ubiqüidade, Khristian, simplesmente ubiqüidade... Por acaso já não ouviu falar
em ubiqüidade, ou no poder de estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo?
— Sim, mas eu gostaria de saber...
Como sempre, nem tive tempo de perguntar como podia fazer aquilo e, no final,
adiantaria alguma coisa?
— Queria apenas que lembrasse mais uma vez nosso futuro alternativo — diz,
amoroso. Então levantou sua mão direita. Parecia que, de repente, tudo ficava mais
luminoso e mais belo. Ele sorria. Meu olhar se perdeu no infinito e tive, de novo, numa
fração de segundos, a maravilhosa visão do nosso mundo futuro. Um novo céu e uma
nova terra...
Olhei uma vez mais o rosto de Tanaim para poder fixá-lo em minha memória e
perguntei:
— Pai, será que conseguiremos desta vez?
— Sim, conseguiremos de um modo ou de outro. Por acaso você esqueceu que eu
já existo nesse novo mundo?... Devo ir embora... Nós nos veremos em breve...
Comunique o que você viu a todos e continue a trabalhar por sua evolução individual,
essa é uma das mais poderosas maneiras com as quais um ser humano pode colaborar
para abreviar os tempos do fim. Ame esta sua Terra e colabore com todos os eleitos para
que juntos provoquem o fim do possível "desvio". Não abandone seu mundo, não
desista dele, tenha amor pela natureza, sinta amor por todos, tenha fé e esperança.
Permaneça nele e colabore para que ele seja mais humano e mais justo.
Agora já sabe como abreviar os tempos do fim: Viva conforme o Eneagrama da
Unidade e faça sua parte, confiando unicamente no atemporal poder do Amor.
Senti mais uma vez sua agradável vibração no profundo do meu coração.
Despedia-se amoroso.
— Até já, meu filho.
Sorri enquanto estendia meus braços num vão intento de abraçá-lo mais uma vez.
A figura de Tanaim desaparecia, translúcida, naquela dimensão do futuro-alternativo na
qual ele já existia.
— Até já, Tanaim, até já, pai! — respondi mentalmente. Tinha certeza de que a
partir desse dia nos voltaríamos a reunir muitas vezes nesse plano dimensional no qual
se penetra através dos "sonhos-conscientes..."
Lembro que o barulho do tráfego na avenida Rio Branco chegou de repente aos
meus ouvidos. Senti minha perna direita se movendo no ar para dar um novo passo.
Tinham sido apenas "alguns segundos" no futuro! As pessoas apressadas passando, indo
e vindo, o céu azul, as árvores, a luz daquele lindo e ensolarado dia. Tudo continuava
acontecendo como sempre no meu "espaço-tempo presente".
Senti o calor de algumas suaves lágrimas no meu rosto. Saudades. Respirei fundo.
Olhei meu relógio. A reunião de negócios para a qual tinha sido convidado se iniciaria
dentro de exatos 11 minutos. Tudo bem. Estava perto.
Um grupo de crianças espertas e brincalhonas passava perto de mim, de mãos
dadas, rindo à toa, atrás de duas jovens professoras, que tentavam inutilmente mantê-las
em ordem. Talvez estivessem indo visitar alguma exposição no Museu Nacional de
Belas-Artes ali perto, ou conhecer a Biblioteca Nacional. Olhando-as, despreocupadas e
felizes, minha esperança de um mundo melhor se confirmava...
Atravessei a avenida... Sentia-me cheio de energia. Reparei o quanto gostava de
toda essa agitada rotina do Rio de Janeiro. Para certificar-me de que não estava
sonhando, botei minha mão esquerda na cabeça e repeti "tudo isto é um sonho", então,
sorri feliz e grato por estar existindo nesse instante, neste presente, ao mesmo tempo em
que você.
Afinal — pensei —, tudo isto é real e irreal ao mesmo tempo...

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