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Parte I
"Gurdjieff,
um dos Budas deste século,
costumava dar uma certa meditação
para seus discípulos,
muito significativa.[...]:
-'Se vocês puderem
lembrar
durante um sonho
que 'ele é um sonho',
então vocês estarão
no verdadeiro limiar
da transformação."
Osho em The Book of the books, Vol. V.
O Contato
1 - Tanaim
"Sucederá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei o meu Espírito sobre
todos...
Vossos filhos hão de profetizar, vossos jovens terão visões e vossos velhos hão de ter
sonhos...
E farei aparecerem prodígios em cima no céu, e sinais embaixo, na terra...”
O Apóstolo Pedro, citando a profecia de Joel, Atos dos Apóstolos, 2,17-19.
“Vi, então, um céu novo e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra se
foram”...
Ouvi uma voz forte que, do Trono, dizia: 'Eis a Tenda de Deus com os homens.
Ele habitará com eles, eles serão seu povo... Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos,
pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais.
Sim! As coisas antigas se foram...
Eis que eu faço novas todas às coisas... Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras'...
Disse-me ainda: 'Elas se realizaram!
Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim... “‘“.
São João no Apocalipse, 21, 1-8.
Nova Friburgo, 11 de novembro de 1996. Somente graças a Tanaim soube que o
que eu via era um dos futuros possíveis da nossa humanidade. O mundo estava
totalmente renovado e todos os seus habitantes eram felizes. E quando fascinado olhava
aquela visão maravilhosa, ele apareceu ao meu lado, e, num suave tom de voz, me disse:
— A Paz seja com você, Khristian!
Sonhava? Talvez sonhasse. Era tão difícil perceber isso às vezes. Nós humanos
sonhamos sempre, até quando parecemos acordados. Mas Tanaim sabia das minhas
dúvidas. Aliás, ele sempre sabia o que eu pensava, e isso ficou muito claro desde o
início.
— Não. Você não está sonhando. Apenas decidimos usar sua atividade onírica
como um meio de transporte até este momento alternativo futuro — disse-me enquanto
observava com atenção um objeto estranho na sua mão direita, como se verificasse algo
em relação ao meu estado geral:
— Mmm! Sua reação é normal. Relaxe e ouça. Meu nome é Tanaim. Temos
pouco tempo neste nosso primeiro encontro. Não estranhe estar aqui. O futuro existe
agora, nesta dimensão na qual você penetrou, principalmente em virtude de seu
progresso espiritual, além de outras razões que conhecerá em breve. Nosso Alto
Conselho Consciente ordenou que estabelecêssemos contatos imediatos com milhares
de humanos preparados de seu tempo presente, para tentar deter certas possibilidades de
desvio evolutivo que poderiam provocar nossa inexistência como espécie neste futuro
alternativo. Você é um deles... Esperava o momento certo para contatá-lo. Bem-vindo
ao Ciclo I da Nova Idade de Ouro!
Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Fechei os olhos, botei a
mão esquerda na cabeça e, seguindo certa instrução esotérica, comecei a repetir
mentalmente: "Isto é um sonho, isto é um sonho." Se tudo era um sonho, acordaria de
imediato ou poderia continuar sonhando, ciente de que era só um sonho. Pelo menos,
era isso o que sempre acontecia quando realizava essa prática. Só que desta vez, ao abrir
novamente meus olhos, tudo continuava igual! Tanaim não impediu minhas tentativas
de acordar do que eu achava ser apenas um sonho lúcido.
— Por que a dúvida, Khristian? Ora. Logo você que diz gostar tanto dos novos
paradigmas da ciência e sabe que o tempo é relativo? — Falava com firmeza, como se
eu não estivesse respondendo às suas expectativas em relação a mim.
— Mas, como é possível? — perguntei confuso.
— Simples. Você está aqui graças ao nosso domínio dos momentos alternativos
existentes nas diversas faixas dimensionais do tempo!
3 - Eu e os Novos Eleitos
5 - O Retorno
Parte II
"... iniciou-se uma discussão. O tema era a Travessia Noturna do Profeta Maomé.
Diz-se que naquela ocasião o Profeta foi removido de seu leito para as esferas celestiais
[...] viveu muitas... experiências, sendo trazido de volta ao seu quarto
quando sua cama ainda estava morna. Uma moringa cheia d'água que fora
derrubada e derramada por ocasião do vôo celestial ainda não esvaziara
quando o Profeta retornou [...] Alguns sustentavam ser isso possível [...] O Sultão
afirmava ser algo impossível..." Fragmento de um conto sufi extraído do livro
Histórias dos Dervixes compiladas por Idries Shah
A Viagem
6 - Reflexões e Perguntas
"Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado ao Terceiro
Céu — se em seu corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus sabe! — E sei que esse
homem [...] foi arrebatado até o paraíso e ouviu palavras inefáveis, que não é lícito ao
homem repetir [...]”.
São Paulo Apóstolo, na Segunda Carta aos Coríntios.
21 de dezembro de 1996. Tinham-se passado 40 dias desde o primeiro contato
com Tanaim. Estava em casa, finalizando um rotineiro relatório de marketing no meu
laptop quando, subitamente, senti a estranha sensação de que ele estava ali, observando-
me. Instantaneamente comecei a relembrar tudo o que ele me dissera dando início a uma
profunda reflexão sobre minha condição de eleito.
Um inesperado telefonema me fez voltar à realidade. Haveria uma reunião com o
diretor de marketing e outros executivos da área, numa das empresas para a qual
prestava consultoria como especialista em marketing de relacionamento. Uma nova
campanha publicitária seria iniciada. Minha participação era importante para colaborar
na análise dos detalhes da campanha e na tomada de decisões junto aos representantes e
à equipe de criação da agência publicitária. Porém a estranha sensação de Tanaim estar
ali comigo continuava e não conseguia pensar em outro assunto. Tinha certeza de que o
anunciado novo encontro estava por acontecer a qualquer momento.
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Àquela noite, após preparar alguns textos relativos à reunião do dia seguinte,
desliguei meu laptop e saí ao jardim para meditar. É tão bom ficar apenas sentindo o
Ser! Faltavam poucos dias para o mundo cristão celebrar um novo Natal e, naqueles
instantes, de comunhão e centramento, a lembrança do nascimento de Jesus Cristo e da
sua sagrada missão me fez refletir com mais intensidade nas palavras do meu guia do
futuro:
É urgente abreviar os tempos de Kali Yuga. Sim, é urgente. Todos sabemos disso,
pensei. Talvez seja por isso que em cada Natal desejemos, do fundo de nossos corações,
que todas as formas de miséria e injustiça acabem de uma vez para sempre. No fundo,
queremos um mundo melhor e queremos ser felizes, simplesmente, porque algo em
nosso íntimo sabe que isso é possível. Pensei que se o amor dos eleitos fosse a causa
dos Tempos do Fim serem abreviados, então, o fato de nos esforçarmos por amar a
Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos nos daria o
poder necessário para transformar nosso mundo doente num paraíso. Compreendia,
apesar das minhas dúvidas, que o que nos tornaria dignos de sermos eleitos para essa
empreitada, era apenas uma questão de atitude e escolha interna. Uma escolha feita por
amor ao Superior e a nós mesmos, porque somente amando a nós mesmos
conseguiríamos superar todos os nossos vícios, mentiras e medos. E não são, por acaso,
essas nossas trevas internas as que justamente nos impedem de amar aos nossos
próximos? Não é essa a causa de todos os nossos males? Visualizei, então, o estado em
que se encontra nosso mundo. Quantos paradoxos! Todos os dias nos jornais, revistas e
noticiários da TV a gente lê, ouve e assiste impotente aos fatos terríveis que fazem parte
do dia-a-dia desta Idade da Kali Yuga. É como se vivêssemos numa constante
contradição, na qual tendo todas as possibilidades espirituais, científicas e tecnológicas
de sermos mais felizes como espécie, vivemos o constante risco de perder todo o
caminho percorrido na nossa longa evolução humana. Vivemos cada vez com mais
medo. Aliás, pensei, medo parece ser a palavra síntese desta época. Medo do futuro e
medo do presente. Será esse nosso medo uma intuição coletiva do possível desvio do
qual Tanaim me tinha advertido?
Tanaim tinha razão: unirmos-nos como espécie para abreviar os tempos do fim era
realmente urgente. Mas como convencer a todos dessa urgência? Como explicar essa
"irracional" possibilidade anunciada por Jesus Cristo? Finalmente, como eu ajudaria a
evitar o risco de um novo desvio e retrocesso evolutivo, apenas lembrando aos meus
semelhantes o passado esquecido da humanidade e a história e o poder do Eneagrama e
do Código de Thot? E se minha experiência tivesse sido apenas uma ilusão? Estas e
outras reflexões e perguntas me ocuparam durante mais de duas horas e acabei
esquecendo até a hora do jantar. Eram quase 22h30min quando me dirigi ao meu quarto.
Sentia-me mental e emocionalmente muito longe de tudo.
7 - Um Belo Sonho
"— Agora [ele] está sonhando. Com quem sonha? Sabes? — Ninguém sabe.
— Sonha contigo. E se deixasse de sonhar, o que seria de ti? — Não sei.
__ Desaparecerias. És uma figura de um sonho. “Se esse rei despertasse, tu te
apagarias como uma vela.”
Lewis Carroll, em Aventuras de Alice através do espelho.
Já deitado não conseguia dormir. O pensamento voltava uma e outra vez às
mesmas questões. Dei-me conta de que estava ansioso pelo prometido novo encontro
com Tanaim. Fechei os olhos, deliberadamente relaxei e decidi que isso somente
aconteceria se fosse real sua existência. Apenas esperaria. Enquanto relaxava e quase
sem perceber como, veio à minha memória um belo sonho de infância. Devia ter uns
cinco anos e estava na enorme casa de meu avô. Sonhava com um ser luminoso, de
aspecto sábio e bondoso que descia do espaço.
— Te levarei a conhecer as esferas do céu... — disse-me, amoroso.
Então, tomava minha mão e, de repente, voando, eu via todas as estrelas como
esferas luminosas passando perto de mim no espaço infinito. Sentia tanta alegria!
Aquele ser sorria feliz ao ver que eu estava tão contente entre as esferas do céu! Era
estranho, mas Tanaim me lembrava tanto aquele ser!
Sorri ao lembrar a figura amável do meu amigo guia e acho que foi assim que
dormi, invocando seu nome.
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Acordei repentinamente sentindo uma estranha sensação corporal como de
formigamento, estranha, porém agradável, como uma espécie de estática na minha pele
toda. Olhei mecanicamente o meu relógio despertador: eram 3 horas e 12 minutos da
madrugada (você compreenderá mais adiante por que faço constar este dado com tanta
exatidão). Sentia que algo estava por acontecer, pois a estranha sensação corporal
continuava. Era como se estivesse saindo do meu corpo. "Será este estado o limiar para
entrar naquela outra dimensão?", pensei, enquanto surpreso e fascinado, começava a
flutuar no espaço guiado por uma invisível e amorosa força.
8 - O Portal Dimensional
— Que está dizendo? Eles modificaram a geometria do espaço?
— Foi. Estamos dizendo que o espaço não é conectado, topologicamente, de
maneira simples.
É como... Sei que Abonnema não gosta dessa analogia... É como uma superfície
bidimensional plana. O plano Um está ligado, através de tubulações complicadas, à
outra superfície bidimensional, o plano Dois. O único meio de passar do plano Um para
o plano Dois, em tempo razoável, é através dos tubos... Carl Sagan, em Contato.
Uma suave luz se expandia pelo infinito quando ouvi a voz inconfundível de
Tanaim:
— Até que chegou mais rápido desta vez, Khristian! — me olhava como se
estivesse avaliando minha chegada no seu nível espaço-temporal. — Esperava por você!
— Hoje senti que o veria novamente e não sei nem como estou aqui agora! —
respondi admirado com a naturalidade desse nosso segundo encontro. — É... Incrível...
— ele sorriu satisfeito.
— Sentiu porque eu me comuniquei com você. Mas falaremos disso numa outra
oportunidade. Tenho uma surpresa para você! A gente vai viajar hoje.
— Viajar? Aonde iremos Tanaim? — perguntei intrigado.
— Conhecerá uma outra dimensão espaço-temporal na qual um planeta e seus
habitantes estão prestes a viver uma extraordinária modificação existencial... Está
pronto, meu amigo?
— Bom... Gostaria de fazer algumas perguntas antes de... — não consegui
concluir. Tanaim fitou-me de um modo particular:
— Perguntas deverão esperar. Temos que aproveitar este momento... Está vendo
essa luz azul e brilhante na nossa frente?
Eu tinha reparado nela ao chegar ao encontro de Tanaim. Aquela luz se movia
diante de nós como uma espiral vibrante e não queimava apesar de ser tão forte
— É nosso portal dimensional. Vamos! — me estendeu sua mão e de repente
estávamos no meio daquele vórtice de luz, viajando na espiral vibrante do Cosmos, em
meio às esferas dos céus... Tal como naquele meu precioso sonho de infância.
9 - O Planeta Octor
"Deves conhecer, também... esse planeta extraordinário, porquanto os seres que o
povoam são considerados, em todas as partes do nosso Grande Universo, como o ideal
perfeito dos seres tricerebrais com inumeráveis formas de revestimento exterior... Esse
planeta... pertence ao sistema do Protocosmos [...] Está povoado de seres [...] seu
aspecto exterior se assemelha muito ao nosso...”.
G.I. Gurdjieff, em Relatos de Belzebú a su nieto.
"No Brahamajyoti (o céu espiritual) existem inumeráveis planetas espirituais. O
número destes planetas é muito, muito maior que o de todos os planetas deste mundo
material. Neste segmento material há bilhões e bilhões de universos com trilhões de
planetas e sóis, estrelas e luas. Mas toda esta criação material é apenas um fragmento da
criação total. A maior parte da criação está no céu espiritual. Aquele que deseja fundir-
se na existência do Brahman Supremo é transferido imediatamente ao Brahamajyoti do
Senhor Supremo e deste modo alcança o céu espiritual...”.
Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada,
Na introdução ao Baghavad Gita como ele é.
"Pela primeira vez na história da exploração espacial, pesquisadores dos EUA
descobriram a existência de um sistema planetário semelhante ao Sistema Solar... A
descoberta... [pode] indicar também que, no Universo, o número de sistemas planetários
múltiplos pode ser muito maior do que o estimado. A estrela desse novo sistema é a
Úpsilon de Andrômeda... a cerca de 44 anos-luz da Terra... os dois planetas mais
distantes estão em uma região habitável..."
Folha de São Paulo (16/04/99)
Estávamos em um dos planetas superiores localizados numa das dimensões mais
próximas ao nosso Sistema Solar e reparei surpreso, que, ali nossos corpos astrais
tinham uma densidade semelhante àquela de nossos corpos físicos na Terra. Tanaim me
explicou a razão.
— Este é o planeta Octor, querido Khristian, um planeta de evolução superior. O
que na Terra seria para nós algo sutil e quase invisível, aqui se torna concreto e tangível.
Sua luz, sutileza e harmonia são um anúncio do que será a Terra nesse futuro alternativo
do qual você foi testemunha no nosso primeiro encontro...
Amanhecia naquele mundo e, durante alguns minutos, ficamos olhando a peculiar
paisagem octoriana e sua rara beleza. O sol nascente descobria as cores daquela exótica
vegetação e o ar puro trazia até nós seus suaves aromas. Impressões e sensações
desconhecidas penetravam minha alma e me sentia como quando somos crianças e
ficamos fascinados ante cada nova revelação da existência.
— Por que estou aqui, Tanaim? — perguntei como quem pensa alto.
— Você está aqui, em primeiro lugar, para ser testemunha da extraordinária
transformação evolutiva que este planeta e seus habitantes viverão em breve —
respondeu meu guia e, após ficar calado alguns instantes, acrescentou: — Em segundo
lugar, porque as revelações acerca da origem do Eneagrama e do Código de Thot, assim
como as relacionadas com a nossa evolução, lhe serão feitas por alguém deste mundo
que deseja conhecê-lo por uma razão exata.
Eu não entendia aquilo. Por que alguém daquele mundo ia querer me conhecer?
— Tenha calma, Khristian, compreenderá tudo no seu devido tempo.
Fez-me um sinal e acrescentou com suavidade:
— Agora, siga-me.
Minha curiosidade aumentava junto com a confusão dos meus pensamentos.
14 - A Memória Coletiva
"Quanto mais se aproxime do seu Protótipo no 'Céu', tanto melhor para o mortal
cuja personalidade foi eleita — por sua própria Divindade pessoal (o Sétimo Princípio)
— para sua mansão terrestre. Porque, a cada esforço de vontade no sentido da
purificação e da união com esse 'Deus Próprio', um dos Raios inferiores se interrompe, e
a entidade espiritual do homem é atraída cada vez mais para o alto, para o Raio que
sucede ao primeiro, até que de Raio em Raio, o Homem Interno é absorvido no Raio
Uno, o mais elevado do Sol-Pai."
H.P. Blavatsky, em A doutrina secreta
— Logo saberá que alguns desses inventos e descobertas já existiram no
"passado" e que outros foram "inspirados" pelo "futuro", Khristian. Através de certos
Mediators, direta ou indiretamente, a informação chega a se transformar, em algum
momento, num fato concreto, sempre o mais adequado. No seu "tempo-espaço
alternativo", a velocidade de recepção da "informação" contida na "memória da espécie"
passada e futura multiplicou-se. Por esta razão, se redescobre e se reinventa o que foi
conhecido em épocas proto-históricas nos lendários continentes desaparecidos e se
"inventa" o que se recebe desde nosso futuro. Sua época vive um momento de especial
intensidade evolutiva e só a ignorância da "Lei de Unidade de Todas as Coisas" impede,
ainda, a superação do que podem ser as causas do "desvio" desse futuro que neste
"momento alternativo", paradoxalmente, já existe.
Fiquei pensando nessa "memória coletiva" e em todos os que tinham trabalhado
em diversos aspectos para que chegassem até nós os "dados" e "informações" que
promoviam nosso avanço científico e espiritual. Compreendi que tudo quanto sabemos
e temos à nossa disposição provém do amor, trabalho e esforço de alguns poucos que
deixaram para nós uma herança preciosa de conhecimentos, frutos da razão e da
intuição... seres do passado, do presente e do futuro trabalhando para o progresso de
todos os seres humanos sem distinção de nenhuma espécie.
— Sim, querido filho, assim foi e assim será sempre.
Novamente meu guia falava como se meus pensamentos fossem palavras audíveis
para ele. Começava a me acostumar a essa sua "clariaudiência telepática". Senti que ele
queria me dizer outras coisas e esperei em silêncio. Fez-me um gesto para segui-lo e nos
levantamos das nossas confortáveis "poltronas" octorianas. Começamos a caminhar pelo
agradável terraço panorâmico daquele formidável salão e após uns instantes Tanaim
continuou:
— Esse fenômeno, cuja manifestação chamamos "memória coletiva da espécie",
implica muitas conseqüências lógicas. A principal é que, em virtude da sua existência,
cada ser humano possuidor de determinada capacidade consciencial se torna
automaticamente responsável pela sua qualidade e continuidade. Por sua vez, a
existência dessa "memória coletiva" também é devida à "Lei de Unidade de Todas as
Coisas". Ou seja, é graças ao Amor que a memória de todas as coisas existe, e,
justamente por esta causa, o conhecimento atingido por seres conscientes jamais morre
porque está protegido pelo Amor. De alguma maneira, o conhecimento está sempre
presente nas camadas superiores da nossa Consciência Coletiva. Em algumas épocas, o
retrocesso evolutivo resultante das condições erradas de vida dos seres humanos
provoca seu esquecimento; em outras, mais apropriadas ao exercício das faculdades
emocionais e cerebrais superiores, o conhecimento volta através da energia-mente,
utilizando como canais aqueles Mediators mais preparados que o revelarão ou aplicarão
novamente. Assim, se redescobre o conhecimento acumulado durante séculos e se
somam a ele aqueles novos dados e descobertas que nunca poderiam existir se não fosse
o acúmulo sinérgico de todas as experiências gravadas na nossa milenar memória
coletiva. Na verdade, querido Khristian, não existem inventos ou descobertas que
possam merecer esse nome, porque o conhecimento é fruto de uma longa cadeia de
experiências e aprendizados refletidos e gravados, de acordo com a Lei do Carma, na
atividade sigilosa do ADN humano. Sim, O ADN é o canal biofísico da nossa memória
coletiva, Khristian. Naqueles que atingem certos níveis de amor e consciência, essa
memória se torna ativa graças à autolembrança e à auto-observação, no momento certo,
com propósitos definidos e sempre benéficos para todos. A partir desse "resgate
memorial" e graças às leis da herança, nós, humanos, conseguimos continuar nossos
avanços como espécie inteligente, do mesmo modo que a combinação planejada e
constante dos materiais adequados e criados para sua construção permitem materializar
os projetos de um arquiteto. Quando esse conhecimento desaparece, como conseqüência
das guerras mais destrutivas ou das megacatástrofes cíclicas, naturais ou provocadas
pelos nossos inimigos "invisíveis", ou pelo mau uso das descobertas e inventos, ou
ainda, pela destruição ignorante do equilíbrio natural ou pela combinação terrível de
todos estes fatores, nossa espécie vive longos períodos de barbárie, ignorância e
obscurantismo, até que condições gerais mais apropriadas permitem, novamente, o
resgate de tais conquistas preciosas. Essa tem sido nossa história, Khristian, conhecida e
desconhecida, com seus altos e baixos evolutivos. Apesar de tudo e, paradoxalmente,
nunca temos deixado de progredir, porque, graças à unidade e ao amor dos Mediators,
sempre podemos voltar a resgatar nossas conquistas e continuar subindo pela difícil e
cíclica espiral evolutiva a partir do ponto em que, acidental e/ou inconscientemente, nos
detemos.
O rosto de Tanaim tinha uma expressão de paz enquanto dizia estas coisas. Logo,
voltou a repetir:
— Nesse seu "momento-alternativo-presente", vocês devem corrigir urgentemente
seus atuais modos de agir e pensar em relação à natureza; devem unir-se e reavaliar,
criticamente, suas "metas" e "objetivos" para benefício do Todo e de todos e não apenas
de algumas minorias. Vocês devem compreender que o sofrimento de muitos retardará a
realização de todos.
Tanaim se deteve e tive a certeza de que percebia melhor o que era esperado de
mim e de todos os eleitos... Era algo assim como a "Teoria do Centésimo Macaco", pois
se conseguia compreender e processar tudo o quanto me estava sendo revelado, muitos
outros seres humanos o conseguiriam. Era uma grande oportunidade para pagar parte da
minha dívida com a existência.
Uma suave brisa me fez respirar profundamente. Senti os deliciosos aromas que
exalavam dos diversos tipos de flores cultivadas naqueles exóticos jardins públicos de
Satlam.
Tanaim me fez um gesto para que o seguisse até alguns metros de uma nave
octoriana que, segundos antes, tinha chegado aparentemente destinada a nos servir de
transporte. Não estava equivocado. Éramos esperados por dois octorianos que nos
fizeram um sinal para abordá-la. Embora soubesse que naquele mundo o meu corpo
astral não sofreria, numa potencial queda, como o meu corpo físico, não posso negar
que, por mecanicidade, tive um certo temor, ao passar do deck para o interior daquela
preciosa nave, especialmente após observar, apreensivo, os mais de mil metros de altura
que nos separavam da superfície daquele planeta.
Quando a nave iniciou seu vôo, senti que ia ao encontro mais importante da minha
vida. Conheceria, por fim, aquele misterioso octoriano do qual Tanaim falara de um
modo tão especial e saberia por que ele queria me conhecer.
Anoitecia em Octor.
15 - Anthor
"Ver o Mundo num grão de areia. E o Céu numa flor silvestre.
Ter o infinito na palma da mão. E a Eternidade numa hora." William Blake, no poema
"Augúrios da Inocência"
O sereno céu estrelado daquele setor do Cosmos podia ser contemplado em todo
seu esplendor, através das amplas janelas curvas da abobadada sala de estar octoriana.
Enquanto esperávamos nosso anfitrião, Tanaim me indicou certo "mecanismo
luminoso" nelas existente, que, mediante manipulação, permitia a obtenção de visões
telescópicas das constelações e estrelas que eu desejava ver em detalhes. Distraído com
essas visões celestes não percebi quando o octoriano apareceu na sala.
— Tanaim, meu querido amigo! — exclamou abraçando o meu guia. — Vejo que
não perde tempo na preparação do nosso eleito!
A sua aparência bela, serena e majestosa, chamou imediatamente minha atenção.
— De jeito nenhum, sábio Anthor! Quando seu convite chegou, decidi trazê-lo de
imediato, ainda que isso significasse para ele uma experiência, digamos, inesperada e
surpreendente, da qual ainda se recupera.
Anthor se aproximou e me abraçou em silêncio. A vibração de familiar alegria que
minha presença lhe causara atiçou ainda mais a minha curiosidade de saber por que ele
queria me conhecer. Após nos convidar para que sentássemos perto dele e bebêssemos
da deliciosa bebida que nos ofereceu e que, diga-se de passagem, me provocou um
estado misto de alerta e relax muito especial, ambos os seres comentaram detalhes
"técnicos" da próxima transformação daquele planeta. O respeito e o carinho com que se
tratavam chamavam poderosamente minha atenção. Como e quando se teriam
conhecido? Quais seriam as outras surpresas das quais estava sendo poupado no
momento? Não tive tempo de perguntar, porque após alguns minutos Anthor nos levou
até um salão circular, em cujo centro se destacava uma brilhante esfera que me chamou
atenção. Percebi que existia com propósitos definidos, já que, quando o octoriano dela
se aproximou, sua superfície se iluminou, seguramente ativada pela sua presença. Não
estava equivocado.
— Já era tempo de que ele participasse das lembranças de quem conhece em
detalhes a história do Eneagrama, do Código de Thot e do nosso mundo — comentou
Tanaim, olhando em volta com um gesto de aprovação, enquanto sentava onde Anthor
lhe indicava.
— Com sua ajuda será mais fácil — respondeu gentilmente o octoriano. — Por
acaso já revelou a ele a razão do meu interesse em conhecê-lo pessoalmente? —
perguntou, observando-me detidamente. Tanaim negou com um movimento de cabeça:
— Demasiadas surpresas num só dia talvez não sejam convenientes, meu querido
amigo! — Ambos sorriram após esse provocante comentário do meu guia.
Anthor mexeu num objeto, quase do tamanho de um botão, que tinha sobre sua
mão esquerda, o qual flutuando no ar se encaixou perfeitamente numa imperceptível
abertura daquela esfera central, que começou a vibrar silenciosamente. Esse pequeno
objeto, soube mais tarde, feito de diversas densidades de mente-luz, era um
"Canalizador", espécie de nexo entre ele e a esfera que não era outra coisa senão um
avançado "computador" acionado mentalmente pelo seu evoluído usuário. Quando a
luminosa esfera iniciou aquele sutil processo vibratório, ambos se olharam em silêncio.
Tanaim fez um gesto de afirmação. Tudo estava pronto. Algo parecia penetrar minha
mente. Lembro que não opus resistência.
16 - O Cérebro não é a Mente
"Tudo depende da memória. Não se começa por aprender, mas pelo relembrar. A
distância entre a existência infinita e as diversidades da vida nos fazem esquecer. Por
esta razão, Deus ordenou: Lembra!"
Hakki, Mestre Sufi, em El Camino del Sufi, de Idries Shah
A luz lilás provinda da aura de Anthor provocava em mim um estado de alerta
consciencial elevadíssimo. Estava sendo preparado para testemunhar e aprender algo
muito importante e intuía que a partir dessa experiência ficariam claros diversos e
complexos ensinamentos iniciáticos recebidos no passado. De repente, comecei a
relembrar o que tinha aprendido com meu Mestre acerca do processo de aprendizado
consciente:
— A compreensão é o resultado da união do intelectual e do emocional. Esta é a
união "alquímica" que provoca as transformações reais e totais. Até não compreender,
você não sabe. Apenas acumulou mais dados no seu cérebro. O processo de aprendizado
consciente é a chave dessa memória que não depende apenas do cerebral.
Existem, portanto, dois modos de aprender. Um deles é temporal, irreflexivo e
adquirido mecânica e inconscientemente. É o modo como se educa a maioria. Os dados
assim obtidos não têm maiores conseqüências nas suas vidas. São "mortos". Porém o
aprendizado consciente é atemporal em seus efeitos e conseqüências. Nele participa o
verdadeiro Eu. Sendo assim, aprenda sempre conscientemente, Khristian. Reflita e
processe os dados obtidos através de seu intelecto até que os sinta no seu coração. Faça
isto sempre e deliberadamente, porque sua mente não é o cérebro, assim como o
programador não é o computador.
Assim você se lembrará sempre e em cada existência e, algum dia, unir-se-á à
Grande Memória Cósmica e terá todas as lembranças que o Ser possui. Os cérebros são
bilhões e de todos os tipos, mas a Energia-Mente é Uma. Lembre-se disto: a Mente é
Uma, Khristian, os "terminais" somos muitos!
**************************************
O fluxo de meus pensamentos começou a ser interrompido lentamente.
— Ouça, Khristian. Até hoje só tinha captado sua presença graças a Tanaim e a
um outro motivo que lhe revelarei oportunamente. — Apesar de minha curiosidade por
saber de imediato esse outro motivo, Anthor fez um gesto e continuou dizendo: —
Nessas ocasiões sondei seu mundo interno e soube, então, de seus esforços por atingir
níveis superiores de consciência. Sim, sei mais de você do que você pode imaginar...
Está observando minhas mudanças exteriores?
Assenti maravilhado em poder apreciá-las tão naturalmente. Anthor se tornava
cada vez mais luminoso.
— Pois é, algum dia seus esforços evolutivos também terão estes maravilhosos
resultados. Apenas persevere, querido Khristian, e jamais esqueça seu sublime objetivo
porque, desta maneira, você e os demais eleitos realizarão o resgate da Lei da Unidade
de Todas as Coisas e, então, transmutarão a Terra. Sim, algum dia, graças à aplicação
consciente dessa Lei, seu mundo, igual ao nosso agora, poderá atingir este Nível
Superior de existência do qual você é testemunha.
17 - Na Dimensão das Memórias Cósmicas
"O homem é um olhar, o restante é somente carne. Mas o verdadeiro olhar é
aquele que vê o Amigo. Funde teu corpo inteiro no teu olhar, olha em direção da visão,
olha em direção da visão, olha em direção da visão."
Rumi, Mestre Sufi, citado em Mawlana Djalal-ud-dín,
Rumi, le soufisme et la danse, de M. Random
A irradiação vinda do octoriano pulsava ritmicamente. Ondas dessa energia
entravam através do meu plexo solar, provocando no meu peito uma agradável sensação
de calor e amor. Anthor continuou dizendo:
— Saiba, Khristian, que o "Código de Thot" e o Eneagrama, cujos fragmentos
você e outros Iniciados conhecem, fazem parte dessa Sagrada Lei cuja origem
conhecerá agora. Ser-lhe-á revelado como é que ela foi ensinada em todos os planetas
habitados, quando chegou à Terra e por que foi esquecida. Então, compreenderá por que
são tão urgentes seu resgate e reatualização. Está pronto?
— Estou — respondi seguro.
— Vamos, então, penetrar na Dimensão das Memórias Cósmicas – a voz de
Tanaim era suave e rítmica. — Relaxe, Khristian, relaxe profundamente. Fique apenas
entregue e aberto para o que vai testemunhar.
O octoriano fechou uma vez mais os olhos e levantou sua mão esquerda fazendo
um rápido e singular movimento com seus dedos. De repente, a esfera à nossa frente
começou a expandir-se. Parecia feita de "cristal líquido" e nos envolvia como se fosse
água. Em apenas alguns segundos estávamos "dentro" dela!
Uma voz disse:
— Bem-vindo à Dimensão das Memórias Cósmicas.
Obediente às ordens telepáticas do octoriano, que manipulava sua energia com
uma destreza extraordinária, algo naquela esfera provocou uma espécie de abertura
astral na minha testa, e subitamente vi uma explosão de luz e imagens surgir desde o seu
centro. Observei, atônito, que a esfera parecia não ter limites e perdi a noção de espaço
e tempo, sentindo-me apenas como um ponto naquela imensidão infinita.
Logo senti uma agradável vibração, semelhante à produzida quando o sagrado
mantra OM é cantado pelos corais místicos, porém sem interrupções, sem fim. Percebi
um feixe de luz dourada vindo das profundezas da Dimensão das Memórias Cósmicas e,
então, eles disseram:
— Que nossas lembranças sejam vossas lembranças, Khristian, agora somos
um...!
Parte III
"Num domingo, fui arrebatado em espírito, e ouvi, por trás de mim,
voz forte como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro..." Palavras de
São João em Apocalipse 1,10-11.
Thot
"Vê! Aqui está Thot, Senhor dos Mistérios! Prepara as libações ante o Mestre de
Milhões de Anos, E abre-lhe o caminho ao longo do firmamento. Que Thot regozije
meu coração!" Do Hino CXXX do Livro dos Mortos egípcio.
"Os Lipika [...] são os [...] cronistas que imprimem sobre tábuas invisíveis (para
nós) da Luz Astral, o grande museu de quadros da eternidade, um registro fiel de cada
uma das ações e até de cada um dos pensamentos do homem, e de tudo o que foi, é e
será no Universo fenomenal. [...] esse repositório divino e invisível é o Livro da Vida.
[...] Os Lipika são os que projetam [...] o plano ideal do Universo [...] pelo qual os
Construtores reconstroem o Cosmos depois de cada Pralaya. [...] Os Anais Eternos não
são um sonho platônico...". H.P. Blavatsky, em A doutrina secreta "Zero (ár. Sifr, via
ital. zero) Algarismo em forma de 0, sem valor absoluto [...]". Dicionário Michaelis
2000.
Isto é parte do que vi na Dimensão das Memórias Cósmicas, e que fui autorizado a
revelar a todos os meus irmãos da Terra:
Há milhões de séculos terrestres, Thot, um dos mais evoluídos Seres Cósmicos,
fez uma extraordinária descoberta quando era apenas uma criança. Certa noite,
observando o céu, intuiu, subitamente, que tudo estava unido no Universo, pois
compreendeu o "Valor Objetivo do Número Zero". A partir desse instante dedicou toda
a sua existência a comprovar matematicamente sua genial hipótese. Os anos se
passaram e, sendo já adolescente, finalmente anunciou, num dos grandes encontros
intergalácticos de sábios-cientistas vindos de vários pontos do Universo, para alegria de
todos, sua Teoria "0" sobre a Unidade de Todas as Coisas. Graças a ela demonstrou:
Primeiro: Que todo ser vivo, em qualquer nível de existência vibratória, faz parte e
obedece a um único, delicado e complexo processo cósmico-sinérgico. Este processo é
provocado pelo Onisciente e Onipresente Zero desde seu Centrum Primordial, mediante
as Três Manifestações do seu Poder Eterno. Assim, juntamente com a realização das
diversas bio-transformações destinadas a liberar as energias necessárias para sua
Manutenção Geral e Harmônica, o Onipotente Zero supera o Tempo e suas
conseqüências, razão pela qual é considerado o Eterno Ser Um.
Segundo: Que essa Unidade deve ser preservada, porquanto nos "Níveis
Vibratórios Inferiores", ou seja, aqueles mais afastados do Centrum Primordial, existem
exatas possibilidades de "desvios" com respeito a ela. Estes podem interferir
negativamente nos processos necessários à manutenção e equilíbrio do Zero-Todo e,
conseqüentemente, do Universo que Ele tem como se fosse seu Sagrado Corpo.
Terceiro: Que estes "desvios" são provocados pelos freqüentes acidentes e
choques, sofridos pelas diversas formas vibratórias de vida quanto mais afastadas do
Centrum.
Quarto: Que o número de Leis que afeta cada Nível Vibratório de existência
cresce quanto mais longe do Centrum ele estiver, o que implica uma maior
probabilidade de "desvios".
Calculou, ainda, com exatidão magistral estes "desvios possíveis", enunciando
uma fórmula matemática chamada "Fórmula Geral dos Resultados Paradoxais da Eterna
Unidade Manifestada".
Ainda que Grandes Seres Cósmicos tivessem vivenciado essa "Unidade Total de
Todas as Coisas" por meios místicos, tais como a Meditação, em diversos planetas, Thot
era o primeiro a fornecer provas empíricas e objetivas desse extraordinário fato e a
advertir, matematicamente, sobre os perigos recorrentes dos possíveis "desvios".
Mediante suas incontestáveis fórmulas físico-matemáticas, as razões objetivas da
existência dessa Unidade Geral foram conhecidas no Universo pela primeira vez. Para
facilitar seu estudo, Thot dividiu o Zero-Todo em "Nove Dimensões Alternativas e
Sinérgicas de Atuação da Única — Consciência — Cósmica". Esta divisão do Todo
seria conhecida, séculos mais tarde, na Terra, durante a Terceira Raça, como
"Eneagrama dos Processos Unificantes" cuja expressão simbólica é a seguinte:
Foi devido a estas extraordinárias descobertas que Thot foi integrado de imediato
ao Conselho dos Dhyân-Chohâns, Iluminados Sábios Cósmicos que colaboram a
"æones" na manutenção da Harmonia do Todo e Tudo. Estes, que esperavam há
milênios essas maravilhosas descobertas para aperfeiçoar suas Altíssimas Obras, o
receberam com alegria.
Motivado pelo amor à vida, Thot pediu licença ao Sublime Conselho para treinar
todas as consciências preparadas, a fim de que esse extraordinário "nexo", que une
Todas as Coisas, fosse protegido e mantido segundo a Vontade Sublime do Zero em
Todo o Cosmos.
Queria, especialmente, apoiar os seres de Nível Vibratório 3 — o nível que nós
chamamos "humano" — que pudessem vir a transformar-se em canais conscientes e
"promotores" da Eterna Unidade de Todas as Coisas. Assim, pensava, se realizariam os
objetivos do Divino Zero em todos os cantos do Universo, especialmente naqueles
"Níveis Vibratórios Inferiores" onde os "desvios" energéticos eram, matematicamente,
mais prováveis.
Investido do Trino Poder do Amor, Thot iniciou sua transcendental missão em
companhia de outros sábios colaboradores.
Para tanto, visitou diferentes mundos, teoricamente capazes de compreender a
Unidade Cósmica, informando-lhes os resultados objetivos de sua valiosa descoberta
científica. Trilhões de seres conscientes o apoiaram iniciando a aplicação imediata da
Lei de Unidade de Todas as Coisas nos milhares de planetas superiores localizados nas
milhões de diversas galáxias do Universo incomensurável.
Porém Thot não tardou a encontrar grandes obstáculos, tendo que enfrentar os
interesses egoístas de certos seres poderosos, governantes de mundos superiores
localizados em setores cósmicos mais próximos dos Níveis Vibratórios Inferiores, que
não aceitavam suas sábias propostas. Com efeito, durante séculos eles tinham vivido
explorando diversos mundos afastados do Centrum, muitos dos quais habitados por
seres Tipo 3 primitivos e, portanto, fáceis de dominar. Aceitar as propostas de Thot era
abrir mão de todas essas fontes de riqueza, já que, uma vez que os habitantes dos
mundos inferiores evoluíssem, graças às suas benéficas descobertas, nunca mais seria
possível explorá-los nem submetê-los. Thot e seus aliados já esperavam esta oposição e
sabiam que esses eram apenas alguns dos efeitos negativos dos "Três Desvios Primários
no Eneagrama dos Processos Unificantes" previamente calculados.
Por esta razão, tentaram de todos os modos persuadir os governantes daqueles
mundos das vantagens de aplicar a "Lei da Unidade de Todas as Coisas",
demonstrando-lhes matematicamente os benefícios que poderiam obter em longo prazo.
Porém esses esforços foram inúteis e apenas provocaram algo inesperado e nefasto: o
conhecimento desta nova Lei foi para eles o equivalente à descoberta de uma nova e
poderosa arma.
Parte IV
"Disse a Terra: 'Senhor da Face Resplandecente; Minha casa está vazia... Envia os
teus Filhos para povoarem esta Roda... Proibiste aos teus Servidores, os pequenos
Anéis, que recolhiam a tua Luz e o teu Calor... Envia-nos agora à tua Serva...' Disse o
Senhor da Face Resplandecente: 'Eu te enviarei um Fogo quando o teu trabalho
estiver começado... Tua gente estará sob o comando dos Pais.... Teus homens serão
mortais... Cessa a tua queixa... Teus homens não estão preparados." Do Livro de Dyan,
citado por H. P. Blavatsky em A doutrina Secreta "Em seguida foram ensaiados
seres construídos, seres formados pelos Construtores, os Engendradores..."Popol Vuh
O Quê? Somos Fruto de um Erro de Cálculo?
21 - De Por que o Código de Thot Chegou a Ser Conhecido no Nosso Planeta.
Gurdjieff Tinha Razão:
Um Cálculo Errado Deu Origem à Lua, Causa da Vida na Terra. As Primeiras
Raças.
História do Malsucedido Implante do Órgão "Kundabuffer".
"Porém, como conseqüência dos cálculos errados de certo Individuum Sagrado,
experto em matéria de leis de criação e conservação do mundo [...] o planeta Terra e o
cometa Kondur entraram em colisão; bateram tão violentamente que, devido ao golpe
[...], desprenderam-se da Terra dois grandes fragmentos [...] o fragmento grande foi
designado, não faz muito tempo, com o nome de"Lua". No que diz respeito ao
fragmento pequeno, foi esquecido aos poucos [...] os seres dos tempos atuais não
somente não lhe dão nenhum nome, sequer suspeitam da sua existência [...] Se por uma
casualidade um deles o percebe através desses brinquedos excelentes, embora muito
infantis, que chamam "telescópios", não lhe prestam muita atenção, achando que é
simplesmente um grande 'aerólito' [...]."
G.I. Gurdjieff em Relatos de Belzebú a su nieto
"O mundo acabou em fogo, enxofre, estrondo e escuridão [...] há 65 milhões de
anos [...] Uma pesquisa científica [...] confirma a teoria de que [...] um cometa ou
asteróide gigante, com cerca de 10 quilômetros de diâmetro, caiu na Península de
Yucatán, no Golfo do México. Mais adiante, um dos cientistas que colaborou nessa
pesquisa declara: 'A Terra é um lugar mais perigoso do que se imagina [...] Nós estamos
na beira do abismo, protegidos da imensidão do universo apenas por uma fina
membrana azul, a atmosfera.'" Revista Veja de 26/02/97
"Asteróide acompanha a Terra em torno do Sol. Objeto pode ser uma segunda 'lua'
para o planeta." Jornal do Brasil de 12/06/97
"Descoberto um pedaço da Lua em órbita da Terra. Cientistas dizem que o achado
é um alerta sobre a aproximação de astros até agora desconhecidos." O Globo de
28/03/99
Para compreender por que o Código foi trazido pelo próprio Thot até nosso
planeta, revelarei aqui fragmentos de alguns antiqüíssimos e desconhecidos
acontecimentos terrestres dos quais fui testemunha.
Thot e seus colaboradores sabiam que, antes da descoberta da "Lei da Unidade de
Todas as Coisas", os Sábios Cósmicos tinham tentado, inutilmente, diminuir as
catastróficas conseqüências dos estranhos fenômenos periódicos que costumavam
alterar negativamente a ordem nos diversos níveis afastados do Centrum, entre eles, o
nosso. Por esta razão, quando intervinham nesses processos desequilibrantes, cometiam,
às vezes, graves "erros de cálculo". Ainda que estes "erros" fossem passíveis de serem
corrigidos, nem sempre o resultado era imediato. Em alguns casos, era necessário
esperar alguns aeones.
Isso aconteceu com o nosso planeta e comprovei então, pessoalmente, que tudo
aquilo que Gurdjieff revelara nos Relatos de Belzebú a su nieto e Blavatsky, em A
doutrina secreta sobre a história esquecida da humanidade, tinha realmente acontecido.
Em benefício dos que desconhecem essas revelações, vou resumir brevemente algumas
delas aqui, acrescentadas com os dados que obtive nas minhas visões:
Quando nosso Sistema Solar estava acabando de se formar, alguns Sábios
Cósmicos aproveitaram a ocasião para estudar mais de perto o evento. O objetivo era a
obtenção de dados que lhes permitiriam conhecer o funcionamento cósmico daqueles
níveis mais afastados do Centrum. Paralelamente, aproveitaram para estudar o
surgimento dos diversos planetas, sendo que um deles lhes chamou especialmente a
atenção, em virtude do extraordinário potencial que demonstrava para a formação de
vida, na medida em que sua massa se esfriava e sua atmosfera se consolidava. Esse
planeta era a Terra. Concluíram, também, que este Sistema, com os diversos planetas
que nele começaram a se formar, possuía tremendas possibilidades de sofrer diversas
desarmonias e catástrofes cíclicas, confirmando o que já sabiam a respeito dos perigosos
"Níveis Vibratórios Inferiores". Certa feita observaram que um cometa estava em rota
de colisão com nosso mundo ainda em formação. Ao tentar desviá-lo, cometeram,
acidentalmente, um desses costumeiros "erros de cálculo" já mencionados, provocando
justamente o que pretendiam evitar. O impacto foi tão violento que causou o
desprendimento de dois grandes fragmentos do nosso planeta, um dos quais se
transformaria na nossa atual Lua.
Enfim, após analisarem os resultados dessa colisão fenomenal, chegaram à
conclusão de que não haveria risco imediato de que esse terrível acidente provocasse
desgraças maiores nem no Sistema, nem no nosso planeta. A razão era simples: os
fragmentos estavam orbitando em volta do nosso mundo graças à influência das leis
cósmicas correspondentes. Porém, preocupados com a possibilidade de que, no futuro,
esses fragmentos "escapassem" da órbita do nosso mundo, ocasionando outros
gravíssimos transtornos nesse e em outros Sistemas vizinhos, decidiram que o único
modo de fazer com que a Terra mantivesse esses "fragmentos" sujeitos à sua órbita era
provocando e acelerando novas condições adequadas para a vida. Sabiam que, desse
modo, a interação das diversas formas de vida orgânica geraria certas energias cósmicas
que tinham a propriedade de produzir vibrações com as quais esses fragmentos seriam
mantidos na sua acidental órbita "para sempre".
Com autorização Conselho de Sábios e a participação de um grupo de cientistas
cósmicos famosos naquela época, foi iniciado o processo de geração de vida orgânica
no nosso planeta. Os resultados foram excelentes e, graças a essa intervenção, os
fragmentos deixaram de constituir uma ameaça para o Cosmos. Assim, o primeiro "erro
de cálculo" foi corrigido.
Os séculos se passaram e a vida "semeada" no nosso mundo foi atravessando os
estágios previstos de desenvolvimento evolutivo, tornando-se, aos poucos, cada vez
mais complexa, como era de se esperar.
Os "criadores" não tardaram a descobrir com alegria que — como em todos os
outros mundos nos quais as condições para o desenvolvimento de formas de vida cada
vez mais complexas e inteligentes existem —, o nosso mundo logo seria o berço de
bioformas de Nível 3 básico. Logicamente, seriam inicialmente diferentes das existentes
nos mundos superiores, devido às condições planetárias e sistêmicas imperantes, mas
teriam, em longo prazo, as mesmas probabilidades evolutivas que toda criatura de Nível
3 pode vir a manifestar em qualquer ponto "habitado" do incomensurável Universo.
Afinal, eram bioformas criadas "à imagem e semelhança" dos seus "criadores" e,
portanto, eles viam estes processos cheios de esperança. Foi assim que aqueles seres que
formaram parte das lendárias "Primeiras Raças assexuadas", conhecidas graças a
Blavatsky como "os-Nascidos-por-si-mesmos e sem-mente" e "os Nascidos-do-Suor e
com um germe de inteligência" se desenvolveram naturalmente.
Milhares de anos mais tarde, quando os nossos criadores voltaram para observar o
resultado de suas experiências, verificaram que as mencionadas criaturas de Nível 3
tinham atingido o nível evolutivo chamado "Terceira Raça", e que, após um longo ciclo
natural de "androginia" e "hermafroditismo", tinham iniciado o processo conhecido
como a "separação dos sexos", que permitiria, a partir dali, o tipo de procriação sexual
que conhecemos hoje. Ao mesmo tempo, os criadores verificaram que os parâmetros
básicos de inteligência e razão necessários para obter maiores níveis de consciência já
estavam prontos. Porém as opiniões a respeito ficaram divididas e alguns achavam que
isso não deveria acontecer até que fossem tomadas certas medidas de segurança, já que
supunham que, atingindo novos níveis de consciência, nossos antepassados poderiam
dar-se conta da precária situação de sua existência e perceber que somente tinham vindo
povoar o planeta "acidentalmente" e, apenas, para fazer parte de um processo de
equilíbrio naquele "perigoso" Sistema Solar. Fora isso, se descobrissem a grande
distância que separava seu mundo do Centrum, poderiam pensar que suas vidas não
tinham nenhum valor e até querer deixar de existir e reproduzir-se ante essa terrível
constatação.
Após sérias deliberações, decidiram que, para que nossos antepassados não
tivessem consciência durante algum tempo dos perigos a que estavam submetidos
naquele afastado setor do Universo, deveriam realizar uma arriscada, porém necessária,
intervenção biopsicogenética de caráter massivo.
Assim, implantaram no "Sistema cérebro-espinhal" dos nossos antepassados uma
espécie de "órgão" que provocaria uma temporária "visão errada da realidade",
caracterizada por percepções, sensações e sentimentos de caráter prazeroso, que lhes
faria pensar que nosso mundo era um verdadeiro "paraíso" e eles, criaturas
"afortunadas" e "importantes" por viver nele.
A idéia, fruto de suas "boas intenções", era mantê-los cerebralmente
"adormecidos" para as verdadeiras razões da sua existência, até que o equilíbrio do
planeta e seus "satélites" estivesse totalmente consolidado e garantido. Acreditavam ser
esta a única maneira pela qual eles garantiriam, junto às outras formas de vida, a
produção e emanação das energias equilibrantes tão necessárias naquele "instável"
período evolutivo pós-catástrofe.
Este "dispositivo biopsicogenético" — ao qual Gurdjieff chamou Kundabuffer —
emitia certos "sinais químicos" que, além de provocar entre eles a percepção errada de
um "eu pessoal" e separado do Todo, liberava as "substâncias" produtoras das sensações
de prazer e gozo. Desta maneira, a ilusão de possuir egos separados do Todo permitia
que eles esquecessem de pensar nas desvantagens de viver num planeta tão afastado do
Divino Centrum. Além disso, as sensações de "prazer" e "gozo" acentuavam, entre
outras coisas, o nascente e forte desejo de união sexual, o que garantiria a reprodução.
Ou seja, reproduzir-se seria, daí por diante, percebido como parte de um ato prazeroso.
Desta forma, desejariam realizá-lo "com todas as suas forças", sem ter noção de que
apenas estariam assegurando o ecoequilíbrio planetário ao multiplicar-se sem restrições.
Nesse momento a ordem dos "criadores" era: "cresçam e multipliquem-se". (Já não
deveríamos começar a ser mais "racionais" a respeito?) A intervenção parecia um
sucesso, porém o esquecimento de um "detalhe" foi a causa de um novo "erro de
cálculo" e o início de outros graves problemas para nossa espécie.
Este segundo "erro de cálculo" foi provocado pelo fato de não se considerar certos
aspectos instintivos da espécie. Com efeito, nossos antepassados, como qualquer outra
espécie animal, possuíam os naturais instintos de sobrevivência e preservação. Estes não
foram afetados pelo órgão Kundabuffer, razão pela qual, nos seus "inconscientes-
animais", mantinha-se a sensação "irracional" de que algo não estava bem nesse mundo,
de que existia um "perigo" oculto, algo "contrário à ordem", algo desconhecido e
ameaçador que foi provocando uma crescente e poderosa sensação de medo, um medo
surdo e inexplicável.
Parte V
"Instruamo-los melhor para evitar que algo de pior aconteça. E assim fizeram...
Então os homens todos foram dotados de Manas (Mente).
Viram o pecado daqueles que não tinham mente. A Quarta Raça desenvolveu a
linguagem. O Um se converteu em Dois"... Do Livro de Dzyan, citado por H. P.
Blavatsky em A doutrina secreta A Quarta Raça
Parte VI
"Ildabaoth estava longe de ser um espírito puro; nele imperavam
a ambição e o orgulho. Resolvera romper todas as relações
com sua mãe Achamoth e criar um mundo inteiramente seu..." Em "Gnostic and their
remains" (1887) Invasores
33 - A Conspiração
"Toda a terra tinha uma só língua, e servia-se das mesmas palavras [...] Depois
disseram: 'Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus.
Tornemos assim célebre o nosso nome, para que não sejamos dispersos sobre toda a
face da terra.' Mas os deuses desceram para ver a cidade e a torre que construíam os
filhos dos homens [e disseram]: 'Eis que são um só povo, e falam uma só língua;
começaram esta obra, e agora nada os impedirá de executar suas empresas'."
Gênese 11, 1-6
"[Os 'deuses'] em seus carros sobre nuvens... olhavam do alto com mudo espanto
os lideres humanos..."
Mahâbhârata
Ansiosos por concretizar seus planos num curto prazo, os vingativos líderes
Ildamans e seus aliados iniciaram uma analise da situação geral para definir as
estratégias necessárias para submeter o mundo. Após sobrevoar o planeta em seus
rápidos Vimanas, sob o argumento mentiroso de desejar conhecer melhor este
"hospitaleiro mundo", perceberam que o desenvolvimento global da civilização humana
era tão acelerado que, se continuasse nesse ritmo, seus planos poderiam fracassar.
Então, decidiram que teriam que deter esses progressos a qualquer custo. De outra
maneira correriam o risco de ter que abandonar o planeta, o que atrasaria ainda mais o
reinício da sonhada revolução cósmica que lhes permitiria separar-se definitivamente do
Todo-Mente, e dominar as centenas de mundos evolutivamente semelhantes à Terra.
Perceberam, então, que a razão principal desse rápido progresso era o fato do
Código de Thot estar sendo aplicado num ambiente que possuía certa condição ideal: os
humanos falavam apenas uma única língua, um único idioma, condição observada
somente nos mundos superiores e que favorecia sua divulgação e compreensão. Se eles
conseguissem destruir esse fator de poder e unidade global, não somente poderiam deter
o rápido progresso humano, como teriam mais chances de apoderar-se do planeta com
maior rapidez e facilidade. Após longas deliberações, os "tecno-bio-tiranos" decidiram
iniciar um "programa científico" sistemático e silencioso para destruir esse valioso fator
de unidade.
Por outro lado, como sabiam que nem todos os humanos concordavam com o
Governo Mundial, convenceram os líderes rebeldes, usando "clones" programados de
figuras altamente respeitadas entre eles, previamente assassinadas, que o mundo estava
sendo enganado há séculos pelos Sábios Criadores Cósmicos e seus discípulos
humanos.
Revelando-lhes deturpadamente as razões ocultas das suas existências, mentiram
sobre o Kundabuffer, argumentando que esse órgão não tinha sido retirado e que ainda
existia nos cérebros humanos para submetê-los aos Criadores, que seriam na verdade
tiranos cósmicos e não seus benfeitores. Graças ao alto grau de hipno-
sugestionabilidade atingido pela nossa espécie, eles conseguiram persuadir os rebeldes
de que o Governo Mundial trabalhava para consolidar essa submissão e que, por trás das
suas ações benéficas em prol da unidade global, se ocultava um terrível plano que
acabaria com todas as liberdades humanas. Sempre à procura do poder e de
justificativas para se opor aos governantes atlantes, os rebeldes acabaram se sentindo
cada vez mais motivados para atacá-los. Os astutos Ildamans sabiam que isto facilitaria
ainda mais seus nefastos planos, já que o caos causado naquela sociedade pela perda do
idioma comum seria um bom pretexto para que os rebeldes iniciassem, paralelamente,
uma aparentemente "justa guerra civil", culpando os sábios e governantes por essa
situação. Sem que pudessem se compreender uns aos outros, o controle do que
chamavam "primitivas bioformas inferiores" seria uma brincadeira.
Parte VII
"Numa passagem deste surpreendente relato, escrito há milhares de anos [...] se lê:
'Um projétil flamejante, porém sem fumaça, foi enviado. Uma escuridão profunda
envolveu repentinamente as tropas. Todos os pontos do horizonte foram invadidos pelas
trevas.
Um vento ruim soprou [...] Os elementos pareciam transtornados [...] O mundo
calcinado pelo calor da arma mortífera estava com febre [...] os elefantes queimados por
essa energia [...] A água fervente matava aqueles que entravam nela [...] Os inimigos
caíam como árvores, devorados por um terrível incêndio [...] Os cavalos e os carros de
guerra pulverizados pela energia desta arma pareciam troncos retorcidos pelo fogo [...]
Começaram a soprar ventos frios [...] o horizonte se iluminou [...] vimos um espetáculo
extraordinário: consumidos pela terrível força desta arma, os cadáveres apareciam
irreconhecíveis. Nunca tínhamos visto nada semelhante, nunca tínhamos ouvido falar de
uma arma semelhante.' A visão de Hiroshima destruída pela bomba poderia ser descrita
com as mesmas palavras!... " Arturo Aldunate Phillips, em La quinta dimensión
A Grande Guerra
34 - Origem da Lenda da Torre de Babel. Pandora: Andróides-Armadilhas.
O Fim do Idioma Único e suas Trágicas Conseqüências. A Guerra Global.
"... Vamos: desçamos e confundamos a sua linguagem, de sorte que eles não se
compreendam mais um ao outro. E assim [os seres humanos] foram dispersos daquele
lugar sobre a face da terra, e cessaram a construção da cidade. Por isso deram-lhe o
nome de Babel, porque ali os deuses 12 confundiram a linguagem de todos os habitantes
da terra..."
Gênese 11, 7-9
"Prometeu foi imediatamente ver a Atena solicitando-lhe que lhe deixasse entrar
no Olimpo. [...] acendeu uma tocha no carro ígneo do Sol [...] saiu às escondidas e
entregou o fogo à humanidade [...] Zeus jurou vingar-se. Ordenou a Hefesto que fizesse
uma mulher de argila [...] enviou essa mulher, Pandora, a mais bela jamais criada, como
presente a Epimeteo [...] a quem seu irmão (Prometeu) advertiu que não devia aceitar
[...] Mas enraivecido Zeus fez acorrentar a Prometeu [...] Epimeteo, alarmado pela sorte
do seu irmão, aceitou Pandora a quem Zeus tinha feito [...] malvada [...] bela, a primeira
de uma longa casta de mulheres como ela. Após algum tempo, [Pandora] abriu uma
caixa [...] na qual estavam presos todos os males que podiam infestar a humanidade [...]
Todos eles saíram da caixa na forma de uma nuvem [...] e atacaram a raça dos mortais.
Porém a Esperança Falsa [que também tinha estado presa naquela caixa] lhes dissuadiu,
com suas mentiras, de cometerem um suicídio geral."
Do mito grego de Atlante e Prometeu
Utilizando seus profundos conhecimentos da química cerebral humana, os
Ildamans criaram um vírus neuronal poderosíssimo, que provocaria um desastre
massivo e cujo resultado principal seria o que mais tarde as lendas chamariam a
"confusão de línguas", ou "Síndrome da Torre de Babel", além de outros efeitos
colaterais miticamente conhecidos como "as maldições da misteriosa caixa de Pandora".
Com efeito, numa operação terrorista relâmpago e bem-sucedida, centenas de
"andróides-pandora" foram espalhadas em todas as megalópoles e vimanas atlantes
portando "caixas" codificadas que continham o terrível vírus "Hipmorph", que uma vez
liberado agia rapidamente, penetrando pelas vias respiratórias até atingir o Sistema
Cérebro-Espinhal dos atlantes.
O tragicômico deste terrível fato foi que, como estas "andróides-pandora"
pareciam "mulheres perfeitas", sexualmente muito atraentes e possuidoras de
"cativantes e sensuais personalidades", não despertavam a menor suspeita nos
"felizardos" de que se aproximavam. Alguns deles, movidos pela curiosidade de saber
qual era o conteúdo das misteriosas "caixas", até colaboraram abrindo-as, provocando a
entrada em ação do vírus mais rapidamente. Os Ildamans já sabiam que isso aconteceria
em função das desordens psicofísicas derivadas dos efeitos negativos do órgão
Kundabuffer, entre eles, a procura exacerbada de "prazer sexual".
Alertados pelo SSG — Sistema da Segurança Global —, os governantes atlantes
ordenaram de imediato a aplicação de um antídoto contra os efeitos do vírus
"Hipmorph".
Porém era tarde demais. Testemunhei, cheio de espanto e dor, como, em apenas
15 dias, milhões de seres humanos totalmente "fora da realidade" caminhavam pelas
ruas, sem sentido, e sem que ninguém conseguisse compreender o que falavam. O
idioma único fora destruído. Os danos e perdas provocados foram catastróficos para a
economia e a ordem mundiais. Milhares de obras foram detidas, pois ninguém
conseguia se comunicar com seus semelhantes. O mundo parou. Então, os Ildamans e
seus aliados rebeldes exigiram a rendição total do mundo. O Governo Mundial,
surpreendido pela traição dos que anos antes pareciam benfeitores da espécie, não
aceitou se render. A Guerra Global entre terrestres e "alienígenas" estava declarada.
A Confederação Intergaláctica enviou estrategistas e armas avançadas para
colaborar na destruição dos inimigos.
Apesar desse valioso apoio, os Ildamans sabiam que tinham dado o "golpe mortal"
e, no caos por eles criado, se fortaleciam, controlando, com a ajuda dos tolos rebeldes,
novos territórios a cada dia. O fim da Atlântida estava próximo.
ParteVIII
[...] "Então, um dos sacerdotes, que era muito ancião, lhe diz: 'Oh Solón, Solón,
vós os gregos sois todos apenas crianças [...].'
Solón respondeu: 'O que é que você quer dizer com isso?'
'Vós sois todos jovens de espírito, respondeu o sacerdote, porque não possuem em
vossa alma nenhuma opinião fundada nas velhas tradições encanecidas pelo tempo [...]
Tem havido e ainda haverá no futuro muitas destruições dos homens originadas pelos
diversos elementos, [...] tudo se encontra aqui consignado... nos nossos templos, desde
tempo imemorial [...].
Pelo contrário, em vosso país [...] nos demais povos, apenas se têm estabelecido as
letras e demais instituições [...] sobrevém em certos intervalos chuvas torrenciais [...]
que não deixam com vida mais que aqueles que desconhecem as letras [...] De maneira
que volveis a começar [...] sem saber nada dos acontecimentos remotos [...] Os dados
genealógicos que acabas de expor me parecem historinhas de crianças, porque além de
não mencionares mais do que um só dilúvio, o último, apesar de haver sido precedido
por outros, ignorais também que uma raça mais perfeita de homens existiu em vosso
país, raça da qual descendes vós e todos os cidadãos de vosso Estado, graças a um
pequeno gérmen que escapou do desastre.
Isto o ignorais porque os sobreviventes, durante muitas gerações, morreram, sem
deixar nada recolhido por escrito...'."
Do diálogo "Timeo" de Platão.
Retrocesso e Recomeço
37 - A Quinta Raça Inicia seu Difícil Processo Evolutivo. A Segunda
Atlântida.
Os Mistérios. Um Novo Dilúvio Destrói a Lendária Ilha dos Feiticeiros. À Procura
de Novas Terras. Os Divinos Instrutores Voltam.
Os Ildamans Sobreviventes Repartem o Planeta.
"Na época [...] se encontrava ali um ser muito importante do continente Atlântida,
pertencente, na sua qualidade de 'astrosovor' a certa 'sociedade científica' como jamais
se tinha visto igual e como provavelmente jamais será vista na Terra.
[...] Justamente antes da segunda catástrofe, os verdadeiros sábios da Atlântida,
fundadores dessa realmente grande sociedade 'Ajldán', se deram conta de que algo
muito grave estava por acontecer em breve no seu planeta; começaram a observar
atentamente todos os fenômenos da natureza circundante; porém, apesar dos seus
esforços, não puderam compreender o que iria se produzir. [...] quando o continente
Atlântida se abismou nas profundezas do planeta, esse sábio Ajldanés, sem saber mais
para onde regressar, ficou com os caçadores nesse país que viria a ser chamado
'Maralpleissís'."
Dos Relatos de Belzebú a su nieto, de G. I. Gurdjieff
Contar o que testemunhei após a destruição da Primeira Atlântida é muito triste e
desolador. Dos 144 grupos escolhidos para preservar a Ciência de Thot e os
conhecimentos adquiridos pela ciência atlante, somente alguns poucos sobreviveram.
Isolados pelas grandes distâncias ocasionadas pelas novas características geográficas do
planeta, sem ter qualquer meio de comunicação disponível e havendo perdido todas as
suas principais tecnologias e meios de transporte aéreos e terrestres, tentaram
reconstruir parcialmente aqueles antigos centros atlantes que tinham sido preservados
da destruição em diversos pontos do planeta. Em todos eles ainda era possível achar
alguns dos grandes prédios piramidais característicos da arquitetura da Quarta Raça.
Alguns dos grupos escolhidos conseguiram, com a ajuda dos sobreviventes mais
capacitados e graças ao Código e a seus conhecimentos científicos, organizar, na
chamada Grande Ilha, os fragmentos culturais da outrora poderosa civilização. Mas foi
inútil porque já não possuíam mais os meios necessários para resgatar a destruída
tecnologia.
Paralelamente, em diversos lugares, os sobreviventes menos afortunados lutavam
apenas para continuar vivos em cavernas e grupos nômades procuravam, com a ajuda de
líderes mais conscientes, terras adequadas para continuar suas existências. Foi um
retrocesso terrível, semelhante àquele que vi numa das dimensões temporais altenativas
futura. no caso de que grande parte da humanidade mais avançada tecnologicamente
acabasse numa possível catástrofe nuclear, de que serviriam, dentre outras tecnologias,
os computadores num mundo sem energia elétrica e com milhares de sobreviventes
ignorantes e traumatizados? Em diversas partes do globo, os Iniciados tentaram resgatar
o necessário para fazer com que a humanidade começasse uma nova sociedade solidária
e unida, capaz de enfrentar esses novos e difíceis tempos.
Lamentavelmente, a velha unidade atlante já não seria mais possível. Nosso
mundo, outrora unido e poderoso, estava fragmentado para sempre.
Aqueles foram os tempos das lendárias lutas entre os Iniciados e os poderosos
"magos negros" atlantes que eram apenas cientistas inescrupulosos e ávidos de riqueza e
poder, treinados e utilizados pelos vampirescos Ildamans, que, enfraquecidos e
impossibilitados de sair de seus "esconderijos" dimensionais, os usavam como médiuns
para enfrentar as forças do bem representadas pelos Iniciados sobreviventes.
Vi espantado que, ao mesmo tempo em que essa luta entre as forças do "bem" e do
"mal" continuava, milhões de nossos antepassados, ainda traumatizados com as seqüelas
da grande destruição, foram aos poucos esquecendo todas as coisas, se tornando
miseráveis e ignorantes, supersticiosos e incapazes de discernir entre o verdadeiro e o
falso. Paradoxalmente, esta "degradação" da nossa espécie acabou provocando o
enfraquecimento da unidade dos nossos inimigos invisíveis. Ciumentos e vingativos, os
Ildamans começaram a brigar entre si para ter o controle absoluto daquelas criaturas
cada vez mais fáceis de controlar. Agora cada um deles desejava ficar como dono
absoluto desse mundo por eles mesmos destruído e se autodeclaravam perante os
ignorantes humanos como o "único deus" ao qual era necessário servir e adorar. Com
este vil propósito, subjugavam, mediante o medo e o terror, e em diversos setores do
planeta, aqueles infelizes seres humanos que, enganados pelas demonstrações de poder
desses seus falsos "protetores", acreditavam ser parte de utópicos "povos escolhidos".
Para tanto, projetavam imagens hipnóticas nesses sugestionáveis seres humanos, através
das quais apareciam como se fossem seus "deuses-protetores" e "guias". Iludidos com
falsas promessas de felicidade e abundância em terras férteis e maravilhosas que jamais
possuiriam, os usavam, não apenas como fonte de alimento, mas também como "canais"
das suas disputas pelo poder sem que eles suspeitassem de nada. A partir desse
momento, aqueles ignorantes e desesperados seres humanos se matariam uns aos outros
sem misericórdia, convencidos de estarem lutando "guerras santas" e derramando o
sangue de seus próximos, em nome do "único e verdadeiro deus".
Não percebiam e jamais conseguiram perceber que apenas estavam dando suas
vidas em benefício dos escusos anseios de seus tiranos alienígenas que, dessa maneira,
conseguiam alimentar-se das energias psicofísicas desprendidas de toda essa dor e
sofrimento coletivo. Apesar dos esforços para evitar esses conflitos, os Iniciados não
conseguiriam deter as selvagens guerras que essas falsas promessas provocaram e
provocariam no futuro.
Séculos mais tarde, observei que este confronto entre as forças protetoras da
humanidade e os Ildamans sobreviventes somente seria detido temporária e
tragicamente pela natureza, com ocasião da terrível catástrofe que provocaria o
afundamento no abismo daquela Grande Ilha e de outros restos do antigo continente
atlante. Assim, acabaram também as tentativas de reconstruir a velha cultura da Quarta
Raça. A causa desse e de outros afundamentos foram os diversos e lendários "dilúvios",
sendo mais famoso e recente aquele que aconteceu há mais de 850.000 anos atrás e que
daria origem à lenda de Noé e sua Arca.
Quando a Segunda Atlântida deixou de existir, a última prova concreta da
existência da primeira também se perdia para sempre. Glaciações terríveis e
prolongadas atingiram a Terra e durante séculos os sobreviventes da nossa espécie
lutariam para garantir suas precárias existências.
Com o decorrer dos séculos a atual configuração geográfica do planeta ficou
totalmente consolidada. Os novos continentes e mares que tinham surgido nesses longos
períodos pós-catástrofes atraíam os povos nômades, cada vez mais numerosos, que
continuavam a se espalhar através do novo globo terráqueo, à procura de terras
apropriadas para a existência.
Entretanto, nossa espécie uma vez mais seria protegida "do Alto". Como nosso
mundo tinha ficado totalmente destruído, os Sábios Cósmicos iniciaram um processo de
colaboração com aqueles Iniciados que ainda guardavam o Código. Os Mestres
Superiores voltaram a visitar nosso mundo e o Plano de Evolução foi restabelecido
apesar de todos os obstáculos. Aos poucos, as chamadas Escolas Iniciáticas, nas quais
eram preparados os reis-sacerdotes da época, foram organizadas sob rígidas condições
de segredo, para evitar que a Ciência de Thot viesse a ser utilizada pelos inimigos
ocultos da espécie ou por seus "povos escravos". No interior destas organizações, que
mais tarde seriam conhecidas como Escolas de Mistérios, a Ciência de Thot continuou a
ser preservada, assim como todos os conhecimentos psicofilosóficos, matemáticos,
científicos e artísticos para o benefício presente e futuro da humanidade. Também os
Enviados criaram o "Projeto Prometeus", através do qual Instrutores de variadas
ciências e tecnologias vieram para colaborar com a nascente Quinta Raça,
aperfeiçoando a agricultura e ensinando artes e técnicas primárias para garantir a
existência e as necessidades básicas da nova humanidade. Trouxeram trigo, fruto de
profundas pesquisas genéticas; uva, cuja composição química é altamente recomendada
para seres de Terceiro Nível, e alguns tipos de vermes e insetos, entre eles a abelha,
capazes de colaborar com a transformação e o processamento das substâncias-alimento
necessárias ao ser humano.
Os povos primitivos, agradecidos por essas dádivas, fizeram daqueles frutos,
assim como do pão, do vinho e do mel, alimentos sagrados, e por essa razão, estariam
sempre presentes nos futuros rituais religiosos e iniciáticos de uma forma ou de outra
até nossos dias.
Mas esse nobre processo de reeducação da humanidade também foi causa de
grandes sofrimentos para alguns dos Enviados do Alto. Com efeito, testemunhei,
horrorizado, quando alguns desses novos "Prometeus" foram interceptados pelos
"deuses vampiros" que os submetiam, como no passado, a terríveis processos de torturas
parapsicológicas em animação suspensa impossíveis de descrever ou os sacrificavam
através dos seus escravos humanos. Não queriam que os nossos antepassados voltassem
a ter conhecimento, porque sabiam, por experiência, que a ignorância é a melhor arma
para submeter os povos às piores condições de servidão.
Alguns dos "Enviados" começaram a combater estes vampiros, e vários foram
destruídos. Porém outros se fortaleciam cada vez mais, tornando-se quase indestrutíveis,
graças aos processos de transformação de energia psíquica que tinham desenvolvido
após milênios de evolução egoísta. Usando seus "magos negros" e seus conhecimentos
de engenharia genética, criaram monstros poderosos que, clonados, dizimavam a
população e espalhavam o terror entre os traumatizados humanos. Irados com a
impossibilidade de voltar a obter o nível de poder e destruição que possuíam antes da
catástrofe, "castigavam" cruelmente aos povos que controlavam, enquanto continuavam
tentando o controle do maior número de seres possíveis para assim garantir pelo menos
uma segura existência num planeta que no fundo odiavam, e que se tinha convertido em
uma prisão obrigatória e final. Porém, devido às suas contínuas lutas internas, seu
número começou aos poucos a se reduzir, para a alegria da nossa espécie e dos nossos
sábios Protetores cósmicos. Com efeito, o poder destes seres só não foi maior nem
capaz de controlar todo o nosso planeta, graças aos Enviados e alienígenas que ficaram
na terra e aos An ou "filhos das estrelas", os míticos heróis humanos mutantes,
descendentes de extraterrestres, que, graças a seus poderes especiais tanto físicos como
parapsicológicos, defendiam nossa espécie e destruíam os monstros criados pelos
Ildamans-Vampiros. Foi então que meus guias me revelaram qual tinha sido o
verdadeiro motivo para que um dos nossos mais adorados Enviados do Alto, Jesus
Cristo, nascesse neste mundo: Ele era parte daquele Plano Superior para a libertação da
humanidade. Ele foi o sagrado instrumento, por meio do qual se tentou destruir um dos
mais poderosos Ildamans ainda existentes. Apesar de não ter conseguido sucesso total
na sua missão, o Divino Enviado pelo menos conseguiu diminuir e muito o poder desse
sanguinário vampiro, ganhando assim o título de "Salvador do Mundo". Soube também
que esse vingativo e astuto ser, quase destruído pelo magnetismo amoroso do sangue de
Jesus Cristo, sabe que tem muito pouco tempo de vida. Cheio de raiva, ainda continuará
provocando o derramamento de sangue inocente, agindo nos invisíveis níveis
parapsicológicos para provocar novas e absurdas guerras no mundo, especialmente
naquelas regiões em que ainda exerce mais influência. Ele sabe que esta é a única
maneira possível de acabar com o extraordinário magnetismo amoroso do Precioso
Sangue Celeste derramado deliberadamente por esse Divino Enviado. Sim, é o poder do
Amor presente nesse Seu Precioso Sangue o que atua até hoje como uma Força
Protetora contra as vibrações de ódio, vingança e morte que seu mortal inimigo tentou e
ainda tenta impor neste mundo. Não posso revelar, por enquanto, mais nada sobre isso,
e aqueles que desejem saber deverão pesquisar e observar sob novos ângulos as
primitivas "histórias" de alguns povos infelizes da terra, que ainda em nossos dias não
conseguem viver em paz por estas esquecidas e obscuras razões. Declaro que
dificilmente o conseguirão até não reconhecer e aceitar a Lei do Amor, trazida pelo
Mestre dos Mestres. Quando este reconhecimento coletivo acontecer, a "morte por
inanição" desta espantosa criatura que jamais amou e jamais amará a nenhum ser
humano será inevitável.
Agora devo voltar a relatar outros fatos relacionados com aqueles esquecidos
períodos da humanidade que pude observar na Dimensão das Memórias Cósmicas.
Parte IX
"Na cidade onde Nasrudin, o Mestre, vivia, comentavam-se muitas estórias e
lendas sobre ele. Uma das mais antigas relatava que os antepassados de Nasrudin
tinham chegado há mais de 100.000 anos, vindos de uma grande e longínqua estrela
chamada Kanopp. Um dos seus jovens discípulos, após ouvir esta estória ficou
estarrecido e confuso e apresentando-se perante ele lhe perguntou: — Diga-me, Mestre:
é verdade que seus antepassados vieram de uma estrela tão longínqua? Porque, se for
assim, não lhe vejo muito preocupado com o que possa estar acontecendo lá com seus
parentes. — Veja só — respondeu Nasrudin —, se nada nessa lenda é verdadeiro, não
vejo por que deveria preocupar-me, e se, pelo contrário, ela é verdadeira, então são eles
que devem estar preocupados por ter-me deixado aqui! Do livro Cuentos Enseñanza del
Maestro Sufi Nasrudin reunidos por H. D. Halka na "Colección Cuentos Sufis" da
Editora Dervish International
Real ou Irreal?
43 - Voltando da Dimensão das Memórias Cósmicas. Reordenamento e
Harmonização.
Revelações Metafísicas. Toda Verdade É Semiverdade.
Como Evitar Ser Devorado pelo Impiedoso Cronos.
Novas Surpresas!
"Ele não ficou nem um pouco impressionado.
— Você deve entender de uma vez por todas que essas são coisas normais na vida
de um feiticeiro. Você não está ficando louco; está simplesmente ouvindo a voz do
emissário do sonhar [...]
— O que é o emissário do sonho?
— Energia alienígena consciente. Energia alienígena que procura ajudar os
sonhadores [...]"
Diálogo entre Don Juan e Carlos Castañeda, em A arte de Sonhar
Quando Anthor "desligou" o Canalizador, a esfera multidimensional na qual
flutuávamos pareceu "sumir" novamente no ar transformada em milhares de pontos
luminosos. Enquanto os milhares de pontos de luz voltavam a tomar sua forma original,
percebi, maravilhado, que nossos corpos não tinham mudado de posição naquela
espaçosa "sala" octoriana. Desconcertado com o longo sofrimento da nossa espécie e
perplexo com todas aquelas visões e revelações, lembro que chorei muito e que fazia
muitas perguntas aos meus guias. Eles não responderam, aguardando com sabedoria
meu centramento normal. Aos poucos consegui me acalmar. Fiquei em silêncio durante
muito tempo. Não era mais o mesmo, ou melhor, nunca mais poderia ser como antes.
Anthor e Tanaim reordenaram minhas energias e alinharam todos os meus centros
e chakras até que, aos poucos, voltei à "normalidade".
Então percebi que Octor estava acelerando seu processo de transformação e
comecei a sentir como se todas as coisas ao meu redor ficassem mais luminosas e
vibrantes.
Contemplei Anthor e admirei as harmoniosas "alterações" que estavam
acontecendo em sua estrutura psicobioenergética.
O octoriano interrompeu nosso longo silêncio:
— Vejo que já está recuperado, Khristian.
— Sim — respondi —, foi uma experiência muito forte... já estou bem.
— Sei o que quer dizer, querido Khristian. Relaxe, apenas relaxe... —Tanaim me
olhava com ternura. Anthor voltou a falar:
— Penso, meu querido Tanaim, que você deve dizer agora as razões pelas quais
escolheu Khristian para esta experiência interdimensional. Dessa maneira, as minhas
talvez possam ser mais facilmente compreendidas. Não acha?
Essa declaração me provocou uma intensa curiosidade. Embora tivesse
consciência que tudo quanto me tinha sido revelado ali poderia ter dispensado nossa
"viagem interdimensional", intuía que a razão pela qual meu guia do futuro tinha me
levado até Octor e me apresentado ao extraterrestre obedecia também a outros motivos.
Tanaim se aproximou até onde eu estava e, após dar um ligeiro "toque"
harmonizador no meu plexo solar, disse:
— Quero que saiba que você nunca poderia ter se oposto a estas experiências.
Você não as escolheu, apenas estava em condições de vivenciá-las. Em nosso primeiro
encontro, me perguntou, ansioso, por que você tinha sido eleito. Naquele momento
alternativo, eu lhe respondi que as razões eram, por uma parte, derivadas de seu
progresso espiritual e acrescentei que outras lhe seriam reveladas em breve, se lembra?
— fitou-me de um modo especial.
Lembrava. Como poderia esquecer aquela noite na qual não sabia se era tudo real
ou se apenas sonhava... Tanaim, como sempre, ouvindo meus pensamentos,
acrescentou:
— Sim, eu lembro de suas dúvidas: "realidade" ou "sonho"... Era até engraçado
vê-lo fechar seus olhos e botar a todo instante sua mão esquerda acima da cabeça e
dizer: "Isto é um sonho, isto é um sonho" — sorriu divertido.
— O que importa agora é você saber que tudo isto que está vivenciando é real e ao
mesmo tempo não é... !
Fiquei surpreso e perguntei:
— O que significa que esta experiência seja real e ao mesmo tempo irreal? —
parecia-me tão absurdo ouvir aquilo. Tanaim continuava a sorrir:
— Ora, você sabe, "toda verdade é uma semiverdade", certo? O que ouviu
significa apenas o que ouviu... tanto o que você chama "real" ou "verdadeiro" quanto o
que chama "sonho" ou "irrealidade" não são mais que "semiverdades". As diversas
"realidades" ou "verdades" e as diversas "irrealidades" são nada mais que "modos"
imperfeitos e temporais de perceber, ou não, o Ser manifestado.
Então tudo quanto viu nestes seus "sonhos conscientes" é "real" num determinado
"espaço-tempo alternativo" e, ao mesmo tempo, tudo o que viu e o que está vivendo
nestes instantes são apenas "modos" de manifestação do Único Ser neste "momento e
espaço alternativo". Nada além de diversos "graus" de manifestação do Ser...
Fiquei admirado pela lógica desses conceitos.
— Anthor, eu e você — continuou meu guia — somos um. Ou seja, nós
expressamos o Ser Um, do mesmo modo como no seu mundo todas essas primitivas
luminárias, que vocês chamam "lâmpadas", acesas à noite nas suas cidades e nas suas
casas, são apenas canais de manifestação de uma única energia a que vocês chamam de
"eletricidade". Assim é o Ser, o Divino Zero... Uma grande e inesgotável fonte de
energia que se manifesta através de cada um de nós. Então nossas existências e
personalidades são como essas lâmpadas, Khristian, somos apenas "lâmpadas" do Ser.
Por esta razão, ainda que estejamos em tempos-espaços diferentes, somos parte do Ser
Um que se manifesta em todos os planos, em todos os mundos, em todos os céus, em
todos os cantos e partículas de todos os macro e microcosmos que existem apenas por
Sua Causa... O Ser é a "Causa-sem-causa" de tudo o que vive e existe... Por isso, meu
filho, tudo é real e irreal ao mesmo tempo! Tudo é Zero. Tudo é Nada.
Tanaim sorria ao contemplar o estado de confusão "metafísica" em que me
encontrava. Eu intuía a verdade de tudo o que ele falava. Aliás, algo em mim já sabia.
Acho que começava a compreender, num outro "nível de consciência", o conceito
indiano de Maya, aprendido nas minhas aulas de Filosofia Vedanta Advaita. Maya
significa "ilusão" e tudo o que existe é Maya, não porque não seja "real" e sim porque
tudo se transforma, daí sua "irrealidade" e "impermanência". Esse era o sentido
profundo do conceito de Maya. Tanaim interrompeu minhas reflexões:
— Estou falando estas coisas apenas para que você possa compreender duas
questões importantes, Khristian. A primeira, para que perceba que tudo pode ser
modificado, que nada é permanente, que Maya é transformação constante e que,
portanto, a "realidade" perigosa de "desvio evolutivo" que o seu mundo vive nesse
"tempo-espaço alternativo" ao qual chama "presente", pode ser modificada, ou seja,
pode "virar uma irrealidade", compreende? Um velho mito grego revela que Cronos, o
Tempo devorador de seus filhos, foi vencido no passado... Você e todos os eleitos
deverão vencê-lo novamente, abreviando com amor os chamados "tempos do fim",
transformando as crises em oportunidades de apoio à evolução.
Tanaim se deteve uns instantes como pensando no modo de falar da segunda razão
de todo aquele discurso metafísico.
— Se vocês conseguem unir-se e abreviar os tempos do fim, poderão "modificar"
a "realidade" e tornarão "irreal" o potencial desvio evolutivo da espécie. Compreenda,
Khristian, quando um ser se torna consciente de si mesmo, ele pode alterar o presente e
provocar as alterações correspondentes no passado e no futuro.
Lembrei um verso do Baghavad Gita: "Ó, Arjuna, assim como o fogo ardente
converte a lenha em cinzas, assim também o fogo do conhecimento reduz a cinzas todas
as reações das atividades materiais."
— Sim, meu querido, quando os eleitos começarem a atuar nesse seu presente
temporal, o passado e o futuro da humanidade serão transformados ao mesmo tempo,
num piscar de olhos, repentinamente. Compreende por que tudo é real e irreal agora?
— Sim, Tanaim, compreendo agora como intervir no tempo. Devemos agir
conscientemente sempre, criando no presente as características do que serão o passado e
o futuro.
— A segunda razão pela qual lhe falo estas coisas — continuou — é para que o
que vai ouvir agora, aquilo que até este instante eu e Anthor tínhamos reservado para
lhe dizer no momento mais adequado, possa ser compreendido em toda a sua extensão e
complexidade... Lembre-se, então, tudo é "real" e "irreal" ao mesmo tempo. Está claro?
— Acho que sim — respondi um tanto confuso com minha certeza.
— Bem — continuou com sua habitual serenidade — nem todos os eleitos o são
pelas mesmas razões e nem vou falar dessas outras razões agora. Apenas revelaremos a
você por que é que você foi um dos eleitos para nós. Tudo bem. Começarei revelando as
minhas. Terá reparado que, às vezes, você nem sequer precisa me falar porque eu já sei
o que você está pensando — Tanaim parecia procurar as palavras certas para dizer algo
muito especial. — Isso acontece entre nós porque fui autorizado a saber tudo sobre você
— se deteve de novo e corrigiu: — ou melhor, quase tudo, portanto não precisa temer
pela sua "privacidade", tá? — acrescentou sorridente e continuou: — dizia, então, que
fui autorizado a saber tudo sobre você pela simples razão de que eu — seu olhar se
tornou profundamente amoroso — serei seu pai nesse "futuro alternativo" do qual você
foi testemunha no nosso primeiro encontro.
Entendi subitamente o porquê de meus sentimentos para com ele e sem hesitação
o abracei forte e cheio de amor. No fundo eu já sabia, não sei como, mas sabia. Pensei
que talvez esses sentimentos tivessem surgido quando vi aquelas crianças brincando ao
nosso redor no primeiro encontro interdimensional...
— Sim, Khristian — ele confirmava minha "secreta" intuição —, foi nessa
ocasião... Lembra da criança que peguei no meu colo naquela ocasião? Pois é... era
você!
Enquanto isso, Anthor nos contemplava feliz. Parecia ter esperado por esse
instante. Então compreendi que devia existir uma forte razão para ter solicitado a
Tanaim que iniciasse essas "revelações" tão "familiares". Mas qual seria essa razão? Por
que ele me teria escolhido para conhecer-me pessoalmente? Por que Tanaim o conhecia
e o tratava com tanta familiaridade? Eu teria mais uma surpresa.
44 - Minha Origem Estelar
"Sou filho da terra e do céu estrelado; mas sou da raça celeste, saiba-o bem!"
Antiga inscrição pitagórico-órfica em lápide funerária de Roma (séc. I ou II)
Ao mesmo tempo em que eu percebia as cada vez mais rápidas e maravilhosas
mudanças externas decorrentes da acelerada passagem de Octor ao Quinto Nível
Consciencial, Anthor começou a relatar uma bela história. Só posso registrar apenas
algumas coisas, pois é impossível tentar repetir o que agora guardo como uma das mais
belas lembranças no fundo de meu coração. Era a história dos meus ancestrais e suas
origens, a saga dos meus antepassados celestiais e terrestres...
— Há milhares de anos, quando meus irmãos visitaram seu planeta, quando a
primeira Atlântida atingiu seu maior esplendor, na época em que seu mundo podia ser
visitado pelos seres dos diversos mundos superiores... um dos meus antepassados —
continuou —, Javel-than-ref, amou Zul-an-Asle, a belíssima filha de um dos sábios
terrestres daqueles tempos. Esse sábio era Toran, aquele que "hoje" é seu guia e será seu
pai no futuro, nosso amado Tanaim. Da união de Javel-than-ref e Zul-an-Asle nasceram
An-kor e Talian... Você, querido Khristian, era An-kor. Antes de falar sobre sua remota
encarnação, das suas obras e dos seus descendentes, devo revelar-lhe o seguinte: Javel-
than-ref, nosso antepassado comum — hoje um Alto Individuum Consciente —, foi um
dos mais jovens colaboradores de Thot e após a chegada...
Anthor continuou durante muito tempo revelando-me a história de meus ancestrais
e de outras épocas e reencarnações. Por seu poder, minhas memórias foram totalmente
despertadas e soube a razão de estar ali, com ele, naquele longínquo mundo. Ao
concluir seu maravilhoso relato, ele me disse solenemente:
— Agora sabe quem você é, conhece sua origem e seu destino: você é um An, um
homem-estelar, um dos meus parentes... era por tudo isso que queria conhecê-lo! —
Pousou carinhosamente sua mão na minha cabeça e senti como se eu despertasse para
uma realidade superior e mais plena. Estava tão maravilhado com tudo o que tinha
ouvido que não reparei no que estava acontecendo nesses instantes à minha volta.
Quando me dispunha a expressar a Anthor meu amor e gratidão por tudo o que tinha me
revelado, percebi que algo maravilhoso estava acontecendo com o seu belo corpo de
luz. A Transformação de Octor atingia seu nível crítico naqueles instantes. Tanaim,
sempre alerta, disse:
— Agora, você deverá ser protegido para que possa resistir à forte vibração da
Transformação, meu filho.
De imediato, Anthor ordenou ao Canalizador que criasse uma espécie de "aura
oval" da qual eu e Tanaim pudéssemos contemplar o salto evolutivo daquele planeta
superior sem sermos prejudicados nos nossos corpos sutis.
O que vi em seguida foi extraordinário.
45 - A Transformação do Planeta Octor
"Toda a matéria dessa enorme estrutura que tinha 500 mil anos-luz de diâmetro,
jorrava de um minúsculo ponto de luz no espaço, quase imperceptível, e que se
localizava exatamente entre jatos.
— Vocês estão fazendo Cygnus A?
Vagamente ela se lembrava de uma noite de verão em Michigan, quando ainda era
menina. Tivera medo de cair no céu.
— Bem, não estamos sozinhos. Trata-se de um... projeto cooperativo de muitas
galáxias. É principalmente isso que fazemos... engenharia. Apenas... alguns de nós
estamos envolvidos com civilizações emergentes."
Carl Sagan, em Contato
Os Mestres das Sete Leis Sagradas, assim como os demais membros do Alto
Conselho Consciente e os Governantes dos 9 Níveis de Manifestação observavam, no
"Setor dos Canalizadores", os últimos preparativos que provocariam a nova fase de
aproximação ao "Quinto Nível Consciencial".
Vi todos eles felizes. As "étero-informações" vindas dos Canalizadores eram
processadas constantemente para facilitar a fluidez vibracional da "Transformação".
Tinham completado o último estágio como seres tri-cerebrais de Nível Quarto
Completo. A evolução nos níveis conscienciais mais densos estava totalmente superada.
Alguns dos melhores "Exploradores" forneciam os "meta-etero-dados", com os
quais os detalhes necessários para o sucesso do "Translado" ao Nível Quinto,
integravam-se aos cérebros de todos os seres desse longínquo mundo. Estava tudo
pronto.
A preciosa notícia foi conhecida telepaticamente em todos os Setores
Dimensionais do planeta: o "Consciente Coletivo" de Octor unia uma vez mais todos
eles...
Vi que o Centro Reitor do Sistema Solar do qual Octor era o nono planeta,
permitia que todo esse delicado processo de "ascensão matenergial e consciencial" fosse
realizado em total harmonia com os Princípios do Código de Thot e da "Lei da Unidade
de Todas as Coisas".
Os Sábios dos 8 planetas vizinhos trabalhavam nos ajustes "matenergiais"
necessários para que o equilíbrio daquele sistema Solar não fosse alterado
negativamente por aquela extraordinária "mudança". Contemplei os habitantes de todos
esses mundos, meditando e enviando "vibrações positivas" aos octorianos, que
retribuíam com ondas mântricas de pleno amor.
Percebi de modo direto e com total certeza, que, graças à Lei da Unidade de Todas
as Coisas, o "avanço" octoriano para uma nova oitava de consciência colaboraria com a
evolução geral de todas as formas de existência em todo o Cosmos, inclusive com as
possibilidades evolutivas de nosso longínquo planeta Terra.
Quando somos crianças brincamos, às vezes, lançando pedrinhas com força num
lago de águas tranqüilas para ver como as ondas produzidas aumentam seu raio de ação
até chegar à outra margem, ainda que imperceptivelmente... Octor era, nesse instante,
como uma pedra preciosa que vibrava no grande lago da existência cósmica... Senti que
sua transcendental vibração chegaria até nós trazida pelas infinitas mãos da luz eterna,
para "despertar" nossas próprias "transformações" até conseguir que aquele futuro
alternativo, do qual fui testemunha, estivesse totalmente consolidado.
Orei para que essa preciosa influência não fosse desviada da nossa Terra por
alguma força contrária...
46 - O Retorno
"De onde vem esta diferença entre o passado e o futuro? Por que nos lembramos
do passado e não do futuro?"
Stephen W. Hawking, em Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos
negros.
A voz de Tanaim me trouxe repentinamente de volta desses meus pensamentos:
— Tempo de regressar ao seu tempo, Khristian — olhava para Anthor e suas cada
vez mais rápidas transformações. O octoriano se tornava cada vez mais luminoso. Tudo
à minha volta parecia translúcido, etéreo. Reparei no meu estado geral. Sentia-me
cansado. Não sabia direito, era uma sensação estranha. Tinha estado no passado e no
futuro e aquele meu estado era, talvez, uma reação lógica de toda essa alucinante
experiência astral. Pressenti que Tanaim tinha razão: era o momento adequado para
voltar ao meu "nível dimensional".
— Devemos partir agora, Mestre Anthor, porque Khristian não resistirá às ondas
vibracionais do Quinto Nível Consciencial — ambos se olhavam com profundo amor.
— Eu sei, Tanaim, eu sei... — se aproximou de nós com seu belo corpo de luz e
nos abraçou demoradamente.
— Estarei sempre com vocês — sua voz tinha a bela harmonia dos mantras
sagrados.
Senti que nos uníamos além do tempo e do espaço naquele sagrado instante... algo
inexplicável... Logo se afastou de nós sem deixar de nos olhar. Pareceu sumir, amoroso
e sutil, no infinito.
Depois, só lembro apenas de uma silenciosa explosão de luz...