É com essa frase que René Descartes define à existência do Homem.
“Penso, logo existo”, frase contida no livro “Discurso do Método” escrito em 1637, é a expressão da dúvida que muitos têm até hoje de “quem somos ?”, e “qual é o sentido da existência?”. Para a Ciência, somos apenas uma engrenagem na perpetuação da espécie, para os filósofos somos o centro de tudo, e para as religiões, seres nas trevas que precisam vir à luz. Qual delas está certa?
A vida sem motivação é apenas uma “sobrevida” , pois se não temos
nenhum objetivo, nenhuma missão de vida, apenas “existimos” e não “vivemos”. Quanto maiores forem nossos objetivos, maiores serão nossas vitórias, pois podemos usar o agora com porcarias ou buscando coisas importantes. Os tipos de missões de nossas vidas determinam quem somos. Podemos apenas existir para ter uma casinha e um carrinho, ou lutar para que todos tenham um local digno onde morar. Podemos lutar para ter mais bens que o nosso vizinho, ou buscar sermos prósperos de verdade. E isso não depende de dinheiro, estudo ou condições. Depende “dos meios que procuramos”, pois posso fazer um curso técnico ou faculdade, mas este geralmente paga mais do que aquele; posso ficar lendo gibis da turma da Mônica ou ler a enciclopédia Britânica. Duas horas de leitura de um ou de outro vão continuar sendo “duas horas”, a diferença está na utilidade, que depende do tipo de pessoa que se é. E até onde as pessoas pretendem chegar também diz que tipo de pessoa cada um é. A hora de parar por “estar bom” ou continuar lutando, ou ainda parar para equilibrar às demandas da vida afirmam quem somos. Podemos pensar só nessa vida, ou no porvir, podemos também nem na vida de agora pensar, vivendo sem rumo, esperando tudo pela sorte, ou modificar o mundo através da busca e do agir da simplicidade que sustenta todas as coisas, que torna as coisas mais excelsas e admiráveis em realidade acredito. Pode ser alguém que busque a melhor mulher possível fisicamente, para alguns momentos, ou se buscar a companheira de verdade, para o resto da vida... Pode se ser “alguém” para só se exibir para os colegas, ou para ajudar às crianças órfãs ou abandonadas, aos pobres dos idosos que são jogados em asilos para a solidão até morrerem de tristeza... Ou posso lutar ser rico porque “pode ser bom”, e deixar coisas boas “com certeza”, como família, lazer ou equilíbrio na vida, de lado. Ainda posso me satisfazer com a pobreza e dificuldades, por preguiça, falta de seriedade com a administração dos objetivos, ou com a falta de fé, ou conseguir o máximo que puder na vida, equilibrando todas as demandas, cada uma na quantidade da sua importância. Podemos procurar ser alguém, para o nome sempre constar na História, ou falarmos ou pensarmos como retardados, querendo acabar com os Islâmicos porque seriam todos homens-bomba, acabar com os Judeus porque crucificaram o Jesus que curou, salvou, e morreu por nós, por causa de inveja porque são pessoas mais inteligentes e prósperas do mundo, ou acabar com os Americanos, que dominariam ocultamente todos os países do mundo, por ser lunático, pois os americanos enriqueceram trabalhando, não exaurindo e roubando os produtos naturais de suas colônias. Quando estavam todos na estupidez das guerras, os americanos estavam enriquecendo plantando e fabricando bens de consumo. Eles são provas de que mesmo em meio às crises pode-se prosperar. Por isso não devemos esperar tudo pelo governo, nem por Deus. Jesus ensinou isso, pois poderia pedir para o Senhor Deus enriquecer, curar e alimentar o mundo inteiro, e com certeza seria respondido, mas antes recolhia dinheiro e dava esmolas aos pobres. Por todo o exposto, acredito que o melhor sentido para existência é o que a religião cristã renovada apresenta, o da luta ética por si mesmo e pelos outros, e para a salvação destes também para o porvir. Acredito que as pessoas normais geralmente não têm vontade de morrer. Mas porque não se admitir muito morrer nessa fase da existência, e se admitir “a segunda morte”, ou o inferno no porvir? Porque não fazer algo de bom muitas vezes nem para a própria família em vez de deixar um legado para todas as gerações? Porque ser medíocre se pelo menos pode-se tentar ser “alguém”? “Nihil est quod Dei efficere non possit...”