Você está na página 1de 139

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO NORDESTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS E


NUCLEARES

DANILO DE ALBUQUERQUE MELO CAMPELO

ESTIMATIVA DA DOSE EM PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS A EXAMES DE


TÓRAX E ABDÔMEN EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO BRASIL

Recife
2019
DANILO DE ALBUQUERQUE MELO CAMPELO

ESTIMATIVA DA DOSE EM PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS A EXAMES DE


TÓRAX E ABDÔMEN EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO BRASIL

Dissertação submetida ao Programa de Pós-


Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares
para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Aplicações de


Radioisótopos na Indústria e Medicina

Orientadora: Profa. Dra. Helen Jamil Khoury


Coorientadora: Dra. Regina Bitelli Medeiros

Recife
2019
Catalogação na fonte
Bibliotecário Carlos Moura, CRB-4 / 1502

C193e Campelo, Danilo de Albuquerque Melo.


Estimativa da dose em pacientes adultos submetidos a exames
de tórax e abdômen em tomografia computadorizada no Brasil. /
Danilo de Albuquerque Melo Campelo. - Recife, 2019.
138 f. : il.

Orientadora: Profa. Dra. Helen Jamil Khoury.


Coorientadora: Dra. Regina Bitelli Medeiros.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco.


CTG. Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e
Nucleares, 2019.
Inclui referências e apêndices.

1. Engenharia nuclear. 2. Tomografia computadorizada. 3.


Parâmetros de aquisição. 4. Dose absorvida. I. Khoury, Helen
Jamil, orientadora. II. Medeiros, Regina Bitelli, coorientadora. III.
Título.

621.48 CDD (22. ed.) UFPE (BDEN 2019-35)


DANILO DE ALBUQUERQUE MELO CAMPELO

ESTIMATIVA DA DOSE EM PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS A EXAMES DE


TÓRAX E ABDÔMEN EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Tecnologias Energéticas e
Nucleares da Universidade Federal de
Pernambuco, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Ciências.

Aprovada em: 26/09/2019.

BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profa. Dra. Helen Jamil Khoury (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco – DEN/UFPE

_________________________________________________
Profº. Dr. Vinícius Saito Monteiro de Barros (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco – DEN/UFPE

_________________________________________________
Profº. Dr. Marcos Ely Almeida Andrade (Examinador Externo)
Centro Universitário Tiradentes – UNIT-PE

_________________________________________________
Profa. Dra. Simone Kodlulovich Renha (Examinador Externo)
Instituto de Radioproteção e Dosimetria – CNEN-RJ
AGRADECIMENTOS

À professora Dra. Helen Khoury, pela orientação e conselhos que estão contribuindo não
só para a minha formação acadêmica, como também para meu desempenho profissional e
crescimento pessoal.
À Professora Dra. Regina Bitelli, pela coorientação e material disponibilizado para estudo,
apresentando sempre contribuições positivas aos debates no decorrer da pesquisa.
A toda equipe de professores do grupo de dosimetria e instrumentação nuclear do
DEN/UFPE, pelas disciplinas oferecidas e que tanto contribuíram com a fundamentação teórica
para a realização desta pesquisa.
Aos funcionários e colegas do grupo de dosimetria e instrumentação nuclear do
DEN/UFPE, pelo incentivo e suporte durante todas as etapas da pós-graduação.
À empresa GE Healthcare do Brasil por viabilizar este estudo e pelo interesse em
implementar projetos a partir dos resultados obtidos nesta dissertação.
RESUMO

A Tomografia Computadorizada (TC) é uma importante ferramenta de diagnóstico médico


que possibilita a aquisição de imagens radiográficas de alta precisão e resolução. Entretanto, apesar
dos avanços tecnológicos contínuos, os exames de TC podem resultar em altas doses absorvidas
pelos pacientes, como vem sendo observado em diversos estudos realizados em diferentes países.
No caso do Brasil, há poucos estudos que possibilitam obter um panorama referente ao parque de
equipamentos de TC no País e como estes equipamentos vêm sendo utilizados, bem como as doses
de radiação recebidas pelos pacientes em decorrência de exames de TC.
O objetivo deste trabalho consiste em um levantamento dos parâmetros de aquisição, índice
volumétrico de kerma ar (Cvol) e produto do kerma ar pelo comprimento de varredura (PKL),
resultantes de exames de abdômen e tórax realizados em adultos . A parceria com a empresa GE
possibilitou a aquisição dos dados através do acesso remoto aos equipamentos desta marca, que
representam cerca de 30% dos tomógrafos instalados no país, segundo dados do departamento de
vendas da empresa. Neste trabalho foram analisados equipamentos instalados em 17 estados e no
Distrito Federal, totalizando 31 equipamentos de oito modelos distintos, com 4, 16 e 64 canais.
Estes equipamentos estão distribuídos em 31 instituições onde, para cada instituição, foram
coletados dados de 20 exames de pacientes adultos, realizados sem a utilização de contraste, sendo
10 exames de tórax e 10 de abdômen. Os resultados mostraram que em 10 instituições o valor
médio de Cvol para exames de abdômen estava acima dos valores encontrados na literatura e do
valor de referência do Reino Unido. No caso de exames de tórax, esta condição foi observada em
8 instituições. Para exames de abdômen, os valores médios de C vol variaram entre 6,60 mGy a
34,64 mGy, enquanto que para exames de tórax encontrou-se uma variação de 4,51 mGy a 38,40
mGy. A análise dos resultados também mostrou que, para o exame de tórax ou de abdômen, utiliza-
se diferentes parâmetros de irradiação em equipamentos de mesmo modelo, resultando, para
alguns casos, em valores de Cvol três vezes mais elevados entre estas instituições. É interessante
observar que estas características não estão restritas a uma dada região do País, mas distribuídas
por todo o território nacional. Os resultados também mostraram que, em 13,5% dos exames de
abdômen e em 25% dos exames de tórax, foram encontradas repetições de aquisições e realização
de topogramas com dimensões do campo de radiação maiores do que a região de interesse para o
estudo, resultando em doses absorvidas consideravelmente superiores aos valores esperados para
estes tipos de exames. Os dados deste trabalho permitiram obter um mapeamento dos exames de
tomografia de tórax e de abdômen, realizados em cerca de 74% dos estados brasileiros, gerando
informações que podem ser utilizadas para o planejamento de programas de otimização de doses
no País e capacitação dos profissionais da radiologia.

Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Parâmetros de aquisição. Dose absorvida.


ABSTRACT

Computed tomography (CT) is an important medical diagnostic tool for acquisition of high
precision and high-resolution radiographic images. However, despite continuous technological
advances, CT scans may result in high doses absorbed by patients, as has been observed in several
studies conducted in different countries. In the case of Brazil, there are few studies that provide an
overview of the CT installed base in the country and how this equipment has been used, as well as
the radiation doses received by patients as a result of CT scans.
The main purpose of this work is to investigate the acquisition parameters, volumetric air kerma
index (Cvol) and air kerma-length product (PKL), resulting from abdomen and chest examinations
performed in adults. The partnership with GE enabled data acquisition through remote access to
CT scanners of this brand, which represent about 30% of equipment installed in the country,
according to data from the company's sales department. In this study we analyzed scanners
installed in 17 states and the Federal District, totaling 31 equipment of eight different models, with
4, 16 and 64 channels. These devices are distributed in 31 institutions where, for each institution,
data were collected from 20 adult exams, performed without the use of contrast, 10 chest and 10
abdomens. The results showed that in 10 institutions the mean value of Cvol for abdomen exams
were above the values found in the literature and the UK Reference Levels. In the case of chest
exams this condition was observed in 8 institutions. For abdomen examinations, mean values of
Cvol ranged from 6.60 mGy to 34.64 mGy, while for chest examinations a range of 4.51 mGy to
38.40 mGy was found. The analysis of the results also showed that for the chest or abdomen
examination, different irradiation parameters are used in equipment of the same model, resulting,
in some cases, in three times higher Cvol between these institutions. It is interesting to note that
these characteristics are not restricted to a given region of the country but distributed throughout
the national territory. The results also showed that repetitions of acquisitions and topograms with
radiation field dimensions larger than the region of interest were found in 13.5% of abdomen and
25% of chest examinations, resulting in considerably higher absorbed doses than expected for
these types of exams. The results of this work allowed us to obtain a mapping of the chest and
abdomen tomography exams, performed in about 74% of the Brazilian states, generating
information that can be used for the planning of dose optimization programs in the country and
training of radiology professionals.

Keywords: Computed tomography. Acquisition parameters. Absorbed dose.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Esquema de um equipamento de tomografia com alguns de seus componentes. ......... 18


Figura 2 - Equipamento de tomografia computadorizada fabricado pela Toshiba, modelo Aquilion
One. ....................................................................................................................................... 19
Figura 3 - Imagem de um gantry de TC aberto, com indicações das localizações do tubo de raios-
X, detectores, colimador e gerador de alta tensão. ............................................................... 20
Figura 4 - Colimadores pré-paciente e pré-detector em equipamentos de tomografia. ................ 23
Figura 5 - Esquema demonstrativo do princípio de funcionamento dos detectores cintiladores. . 24
Figura 6 - Matrizes de detectores para tomógrafos de 64 canais. ................................................. 25
Figura 7 - Comparativo entre matrizes de detectores de tomógrafos de corte único e multicortes.
............................................................................................................................................... 26
Figura 8 - Etapas do processamento de dados em exames de tomografia computadorizada. ...... 27
Figura 9 - Representação do FOV para o equipamento modelo Discovery CT750, produzido pela
GE Healthcare (a); Ilustração dos conceitos de pixel e voxel (b). ........................................ 28
Figura 10 - Números TC para diversos materiais. ........................................................................ 29
Figura 11 – Representação esquemática do processo de aquisição das vistas e reconstrução por
retroprojeção filtrada. ............................................................................................................ 30
Figura 12 – Representação da matriz de projeções (a) e do sinograma (b) .................................. 30
Figura 13 – Sucessivas retroprojeções filtradas, dando origem a imagem tomográfica. .............. 31
Figura 14 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de primeira geração. 33
Figura 15 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de segunda geração. 34
Figura 16 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de terceira geração. . 35
Figura 17 – Representação da geometria de aquisição em um tomógrafo de quarta geração. ..... 36
Figura 18 – Geometria de uma aquisição axial (a) e helicoidal (b). ............................................. 37
Figura 19 – Slip ring utilizado em equipamentos de tomografia e seus principais componentes. 38
Figura 20 – Representação gráfica para diferentes valores de pitch............................................. 39
Figura 21 - Artefatos circulares em fantoma (a) e artefato de listras ocasionado pela presença de
metal (b). ............................................................................................................................... 42
Figura 22 - Simuladores para avaliação da qualidade de imagem: Catphan Phantom - The Phantom
Lab (a); CT Performance Phantom - CIRC; ACR CT Phantom - Gammex (c). .................. 43
Figura 23 - Relação entre o fator de passo (pitch) e o índice volumétrico de kerma ar (C vol)...... 47
Figura 24 - Esquema demonstrativo da diferença de distribuição de dose na direção longitudinal,
D(z), com relação ao número de cortes tomográficos. ......................................................... 49
Figura 25 - Distribuição do número de equipamentos avaliados por estado participante. ........... 54
Figura 26 - Exemplo de relatório de dose emitido pelo sistema ao término do exame. ............... 55
Figura 27 - Formulário com os dados dos exames de TC coletados através do acesso remoto aos
equipamentos da GE. ............................................................................................................ 56
Figura 28 - Imagem do painel do CALDose_XCT com a indicação da seleção do tipo de phantom
para representação do paciente. ............................................................................................ 57
Figura 29 - Imagem do painel do CALDose_XCT com a indicação dos tipos de equipamentos de
TC possíveis de serem selecionados para a realização dos cálculos. ................................... 58
Figura 30 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen. ........................................................................ 64
Figura 31 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen em equipamentos de 16 canais. ...................... 66
Figura 32 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen em equipamentos de 64 canais. ...................... 67
Figura 33 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de abdômen em equipamentos de 64 canais. ............................... 70
Figura 34 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de abdômen em equipamentos de 16 canais. ............................... 71
Figura 35 - Exemplos de relatórios de doses constando repetições de aquisições. Figura (a):
Instituição i2; Figura (b): Instituição i23. ............................................................................. 73
Figura 36 - Topograma adquirido pela instituição i5 para realização de exame de abdômen sem
contraste. ............................................................................................................................... 74
Figura 37 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax. .............................................................................. 78
Figura 38 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax em equipamentos de 16 canais. ............................ 79
Figura 39 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax em equipamentos de 64 canais. ............................ 80
Figura 40 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de tórax em equipamentos de 16 canais. ...................................... 83
Figura 41 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de tórax em equipamentos de 64 canais. ...................................... 84
Figura 42 - Exemplo de relatório de dose de exame realizado pela instituição i7, constando
repetições de aquisições. ....................................................................................................... 86
Figura 43 - Topograma adquirido pela instituição i2 (a) e pela instituição i4 (b) para realização de
exame de tórax sem contraste. .............................................................................................. 86
Figura 44 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen. ............................................................................ 88
Figura 45 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24. ................... 89
Figura 46 - Exemplos de relatórios de doses constando repetições de aquisições. Figura (a):
Instituição i2; Figura (b): Instituição i22. ............................................................................. 89
Figura 47 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24. ................... 90
Figura 48 - Índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) em exames de abdômen, para todas as
instituições participantes do estudo. ..................................................................................... 91
Figura 49 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen realizados em equipamentos de 16 canais. ........ 93
Figura 50 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen realizados em equipamentos de 64 canais......... 94
Figura 51 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24. ................... 94
Figura 52 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de abdômen realizados
em equipamentos de 16 canais. ............................................................................................. 95
Figura 53 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de abdômen realizados
em equipamentos de 64 canais.............................................................................................. 97
Figura 54 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax. ................................................................................... 99
Figura 55 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i2. ......................... 100
Figura 56 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i29. ....................... 100
Figura 57 - Índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) em exames de tórax, para todas as
instituições participantes do estudo. ................................................................................... 102
Figura 58 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 16 canais. ............ 104
Figura 59 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 64 canais. ............ 105
Figura 60 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de tórax realizados em
equipamentos de 16 canais.................................................................................................. 106
Figura 61 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de tórax realizados em
equipamentos de 64 canais.................................................................................................. 108
Figura 62 - Dose absorvida nos rins (R), fígado (F), pâncreas (Pa) e baço (B), em exames de
abdômen realizados nas instituições i2, i6, i13, i23, i26..................................................... 111
Figura 63 - Distribuição da dose absorvida no pâncreas em exames de abdômen, para as
instituições i2, i6, i13, i23, i26. ........................................................................................... 112
Figura 64 - Dose absorvida nas mamas (M), pulmões (P), tireoide (T) e parede do coração (PC),
em exames de tórax realizados nas instituições i2, i6, i13, i23, i26. .................................. 114
Figura 65 - Distribuição da dose absorvida nas mamas em exames de tórax, para as instituições i2,
i6, i13, i23, i26. ................................................................................................................... 115
Figura 66 - Perfil do kerma ar para um corte com colimação N.T. ............................................ 124
Figura 67 - Câmara de ionização tipo lápis posicionada para medição do Ca,100 (a); Câmara de
ionização tipo lápis (b). ....................................................................................................... 125
Figura 68 - Arranjo para medição do Kerma ar no fantoma de PMMA (CPMMA,100). Câmara de
ionização do tipo lápis posicionada no centro do fantoma de abdômen. ............................ 126
Figura 69 - Representação do fantoma dosimétrico padrão e das posições para medição com a
câmara de ionização tipo lápis. ........................................................................................... 126
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de Cvol e PKL para exames de rotina em tomógrafo de 4 canais. .................... 45
Tabela 2 - Valores de Cvol e PKL para exames de rotina em tomógrafo de 16 canais. .................. 45
Tabela 3 - Parâmetros recomendados para exames de tórax. ....................................................... 52
Tabela 4 - Parâmetros recomendados para exames de abdômen. ................................................. 52
Tabela 5 - Características dos equipamentos e instituições participantes deste estudo. ............... 59
Tabela 6 - Características dos modelos de equipamentos analisados neste estudo. ..................... 60
Tabela 7 - Distribuição dos exames por gênero e idade média dos pacientes. ............................. 61
Tabela 8 - Número de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em
função da tensão de operação do tubo de raios-X................................................................. 62
Tabela 9 - Instituições que utilizaram tensão de 140 kV em algumas aquisições. ....................... 63
Tabela 10 - Valores médios dos parâmetros de aquisição de exames de abdômen, levantados pelo
estudo da IAEA para diferentes países. ................................................................................ 63
Tabela 11 - Valores mínimo, máximo e médio de corrente utilizados em equipamentos de 16 e 64
canais em exames de abdômen. ............................................................................................ 65
Tabela 12 - Número de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em
função da espessura de corte. ................................................................................................ 68
Tabela 13 - Numero de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em
função do pitch...................................................................................................................... 69
Tabela 14 - Valores médios de tensão (kV), espessura de corte e pitch para exames de abdômen
em diferentes países (IAEA, 2009), acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo
para equipamentos de 16 e 64 canais. ................................................................................... 72
Tabela 15 - Número de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
da tensão de operação do tubo de raios-X. ........................................................................... 75
Tabela 16 - Instituições que utilizaram tensão de 140 kV em algumas aquisições. ..................... 76
Tabela 17 - Valores médios dos parâmetros de aquisição de exames de tórax, levantados pelo
estudo da IAEA para diferentes países. ................................................................................ 76
Tabela 18 - Valores mínimo, máximo e médio de corrente utilizados em equipamentos de 16 e 64
canais em exames de tórax.................................................................................................... 77
Tabela 19 - Numero de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
da espessura de corte............................................................................................................. 81
Tabela 20 - Numero de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
do pitch.................................................................................................................................. 82
Tabela 21 - Valores médios de tensão (kV), espessura de corte e pitch para exames de tórax em
diferentes países (IAEA, 2009), acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para
equipamentos de 16 e 64 canais. ........................................................................................... 85
Tabela 22 - Valores do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) médio para exames de abdômen em
alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica. ......... 90
Tabela 23 - Instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao
índice volumétrico de kerma ar em exames de abdômen. .................................................... 92
Tabela 24 - Valores das médias do índice volumétrico de kerma ar (C vol) e do DLP para exames
de abdômen em alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia
Atômica, acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para equipamentos de 16 e
64 canais................................................................................................................................ 98
Tabela 25 - Valores médios do índice volumétrico de kerma ar para exames de tórax em alguns
países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica. ................... 101
Tabela 26 - Instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao
índice volumétrico de kerma ar em exames de tórax. ......................................................... 103
Tabela 27 - Valores médios do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) e do DLP para exames de
tórax em alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica,
acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para equipamentos de 16 e 64 canais.
............................................................................................................................................. 109
Tabela 28 - Lista dos órgãos para os quais a ferramenta CALDose_XCT calculou a dose absorvida
(mGy) em exames de abdômen, bem como os valores mínimos, máximo e médios da dose
absorvida para as instituições i2, i6, i13, i23 e i26. ............................................................ 110
Tabela 29 - Lista dos órgãos para os quais a ferramenta CALDose calculou a dose absorvida (mGy)
em exames de tórax, bem como os valores mínimos, máximo e médios da dose absorvida para
as instituições i2, i6, i13, i23 e i26. ..................................................................................... 113
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................15

2 REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................18

2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .. 18


2.1.1 O gantry e o sistema de produção de raios-X ................................................................ 19
2.1.2 Detector e sistema de aquisição de dados ...................................................................... 23
2.1.3 Sistema computacional e processamento da imagem ................................................... 26
2.2 EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA . 32
2.2.1 Primeira geração .............................................................................................................. 33
2.2.2 Segunda geração............................................................................................................... 34
2.2.3 Terceira geração............................................................................................................... 35
2.2.4 Quarta geração ................................................................................................................. 35
2.2.5 Tomografia helicoidal ...................................................................................................... 36
2.3 QUALIDADE DE IMAGEM EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ................ 39
2.4 TESTES DE DESEMPENHO E QUALIDADE ............................................................... 42
2.5 DOSIMETRIA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ....................................... 44
2.6 OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE AQUISIÇÃO ................................................... 46
2.7 OTIMIZAÇÃO DA DOSE EM EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
....................................................................................................................................................... 49

3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................54

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E INSTITUIÇÕES .............................. 54


3.2 PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DADOS COLETADOS ..................................... 55
3.3 DETERMINAÇÃO DAS DOSES EM ÓRGÃOS ............................................................ 56

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................59

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES .................................................................. 59


4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES........................................................................ 61
4.3 PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO ................................................................................ 61
4.3.1 Exames de Abdômen........................................................................................................ 61
4.3.1.1 Tensão (kV) ...................................................................................................................... 62
4.3.1.2 Corrente (mA) ................................................................................................................... 63
4.3.1.3 Espessura de corte ............................................................................................................. 68
4.3.1.4 Pitch .................................................................................................................................. 69
4.3.1.5 Repetição de aquisições .................................................................................................... 73
4.3.2 Exames de Tórax ............................................................................................................. 74
4.3.2.1 Tensão (kV) ...................................................................................................................... 75
4.3.2.2 Corrente (mA) ................................................................................................................... 77
4.3.2.3 Espessura de corte ............................................................................................................. 81
4.3.2.4 Pitch .................................................................................................................................. 82
4.3.2.5 Repetição de aquisições .................................................................................................... 85
4.4 ESTUDO DOSIMÉTRICO .............................................................................................. 87
4.4.1 Índice volumétrico de kerma ar (Cvol) em exames de abdômen ................................. 87
4.4.2 Produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP) em exames de abdômen .. 95
4.4.3 Índice volumétrico de kerma ar (Cvol) em exames de tórax ........................................ 98
4.4.4 Produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP) em exames de tórax ....... 106
4.4.5 Dose absorvida nos órgãos em exames de abdômen .................................................. 109
4.4.6 Dose absorvida nos órgãos em exames de tórax ......................................................... 112

5 CONCLUSÃO .............................................................................................116

6 PERSPECTIVAS ........................................................................................117

REFERÊNCIAS ..........................................................................................118

APÊNDICE A - GRANDEZAS DOSIMÉTRICAS EM TOMOGRAFIA............123

APÊNDICE B – PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DOSES PARA EXAMES


DE ABDÔMEN ...........................................................................................129

APÊNDICE C – PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DOSES PARA EXAMES


DE TÓRAX ................................................................................................134
15

1 INTRODUÇÃO

A tomografia computadorizada (TC) é uma das tecnologias de diagnóstico por imagem que
mais tem se desenvolvido nos últimos anos, sendo considerada a maior inovação da radiologia
desde a descoberta do raio-X por Roentgen, em 1895. A partir de sua inserção no mercado em
1972, a tomografia apresenta-se como uma ferramenta essencial para o diagnóstico médico, uma
vez que permite obter imagens sem sobreposição de estruturas anatômicas e com alta resolução
espacial. A técnica consiste em um feixe colimado de raio-X, direcionado ao paciente, onde
atenuações, decorrentes das diferentes densidades de massa e números atômicos efetivos das
estruturas internas do corpo, formam diversas projeções que são processadas e resultam na imagem
final.
Os constantes avanços tecnológicos dos equipamentos de tomografia permitiram uma
maior diversificação de estudos possíveis a partir dos exames de TC que, em conjunto com a maior
acessibilidade a estes tipos de exames, contribuíram para o aumento da participação dos
equipamentos de TC na dose recebida pelos pacientes. Segundo o relatório do Comitê Científico
das Nações Unidas para Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR, 2000), os exames de
tomografia representam 34% da dose anual coletiva dentre todos os exames de diagnóstico por
imagem que fazem uso de raio-X.
Pesquisas realizadas em grandes centros médicos apontam que estudos com equipamentos
de tomografia computadorizada são responsáveis por uma fração crescente dos exames de imagem,
chegando a representar, em alguns grandes centros, 25% de todos os exames, com uma
contribuição de 60 a 70% na dose do paciente proveniente da radiologia diagnóstica (IAEA, 2009).
Como consequência, os exames tomográficos são responsáveis pela fração majoritária da taxa de
exposição em pacientes (IAEA, 2009), o que requer esforços para garantir que os indiscutíveis
benefícios desta técnica não sejam atingidos através de protocolos de aquisição inadequados,
expondo os pacientes a altas doses.
Alguns fatores são apontados como responsáveis pelo aumento nas doses em TC, como o
crescente número de equipamentos e diversificação da base instalada, composta por muitos
sistemas antigos e desatualizados. Valores de referência, indicando níveis de dose que, de forma
geral, não precisam ser excedidos para obter imagens de qualidade, são difíceis de serem
transferidos entre as gerações de equipamentos. Assim, o crescimento no uso de equipamentos de
16

TC tem sido mais veloz que a implementação de estratégias para o gerenciamento e otimização da
dose.
Diversos avanços foram atingidos em termos regulatórios e aplicações em ambientes
clínicos, por meio de padronizações na indústria, procedimentos de segurança e instruções de
melhores práticas, conscientizando tanto as empresas fabricantes como a comunidade médica das
suas responsabilidades para a otimização de dose. De acordo com a Agência Internacional de
Energia Atômica, do inglês International Atomic Energy Agency (IAEA), a aplicação dos padrões
básicos de segurança em radiologia diagnóstica tem como objetivo obter as informações para o
diagnóstico requerido, com o mínimo de exposição possível do paciente, dentro das limitações dos
recursos predominantes (IAEA, 2014).
A Comissão Internacional de Proteção Radiológica, do inglês International Commission
on Radiological Protection (ICRP), define o conceito de níveis de referência e recomenda
protocolos específicos, com fatores de exposição menores para exames pediátricos (ICRP, 2007).
Além disso, é de extrema importância a capacitação dos profissionais de radiologia, para que
possam conhecer o equipamento e garantir as melhores técnicas de aquisição, obtendo imagens
com qualidade suficiente para o diagnóstico médico, com a menor dose possível para o paciente,
levando sempre em consideração as características físicas do paciente e da região em análise, bem
como as necessidades clínicas. Desta forma, faz-se necessário o monitoramento da dose
empregada nos exames e o acompanhamento de perto por parte da equipe médica, combatendo
também as requisições indiscriminadas e a repetição de exames.
Observa-se, portanto, a importância da redução na dose absorvida por pacientes, sem
perder a confiabilidade nas imagens produzidas para o diagnóstico médico, por meio da
justificativa e otimização dos procedimentos utilizados durante os exames. Desta forma, imagens
contendo todas as informações necessárias ao diagnóstico devem ser obtidas, expondo os pacientes
a doses dentro das recomendações internacionais, a partir de protocolos adequados à patologia em
estudo.
Os principais programas de otimização de protocolos que têm evoluído na redução de dose
são aqueles com modificações baseadas nas características do paciente e nos parâmetros do estudo:
corrente do tubo; tensão; pitch e comprimento de varredura. Do ponto de vista dos fabricantes, as
principais medidas para redução de dose estão na geometria do detector, algoritmos iterativos de
17

reconstrução, filtros de moldagem de feixe, colimação do feixe pré-paciente e controles


automáticos de exposição.
O objetivo deste estudo consiste na avaliação dos principais parâmetros de aquisição
utilizados em exames de tomografia computadorizada, de tórax e abdômen sem contraste,
realizados em adultos, em instituições de radiodiagnóstico distribuídas no território brasileiro. Os
dados dos parâmetros de irradiação utilizados em cada exame (kV, mA, pitch etc.) foram coletados
remotamente, bem como os relatórios de dose dos exames, onde pode-se observar os valores do
índice volumétrico de kerma ar (Cvol) e do produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP).
Através deste estudo será possível ter uma análise dos procedimentos de TC realizados no país e
uma estimativa dos valores de dose absorvida nos órgãos, possibilitando obter dados para definição
de doses de referência e programas de otimização dos protocolos.
18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

O equipamento de tomografia computadorizada (TC) consiste, basicamente, em um


sistema contendo um tubo de raios-X e detectores de radiação posicionados de forma
diametralmente oposta, que rotacionam em torno do paciente formando cortes tomográficos
(slices), como demostrado na Figura 1.

Figura 1- Esquema de um equipamento de tomografia com alguns de seus componentes.

Fonte: SPRAWLS (2018), modificado.

O paciente é posicionado em uma mesa que se desloca entre o tubo de raios-X e os


detectores, permitindo a varredura de toda a região de interesse por um fino feixe colimado, sendo
possível, ainda, a combinação dos movimentos de rotação e deslocamento da mesa para aquisição
de imagens em forma de hélice (helicoidal). Assim, finas secções transversais do corpo humano,
com diferentes espessuras, são formadas de acordo com a região em estudo e finalidade do exame,
reduzindo a sobreposição de estruturas anatômicas.
19

Todas as informações captadas pelo sistema de aquisição de imagens são transmitidas ao


sistema computacional (console), onde as imagens são reconstruídas, armazenadas, processadas e
direcionadas para estações de pós processamento e laudo, ou sistemas de armazenamento de dados
(FRIEDLAND; THURBER, 1996). A Figura 2 mostra um equipamento de tomografia
computadorizada e seus principais componentes. A unidade de distribuição de energia (Power
Distribution Unit – PDU) é responsável pela alimentação de todas as partes que compõem o
equipamento.

Figura 2 - Equipamento de tomografia computadorizada fabricado pela Toshiba, modelo Aquilion


One.

Fonte: TOSHIBA (2018), modificado.

2.1.1 O gantry e o sistema de produção de raios-X

O gantry consiste na estrutura do equipamento de tomografia onde localiza-se o gerador


de alta tensão, tubo de raios-X, colimadores, detectores e sistema de aquisição de dados (Data
Acquisition System – DAS), além de placas de controle, sistema de resfriamento e motores para
rotação e inclinação do gantry. A abertura do gantry circunda a mesa, onde o paciente é
posicionado durante a varredura.
O gerador de alta tensão fornece a tensão necessária ao tubo para produção do feixe de
raios-X. Os tubos de raios-X nos equipamentos de tomografia funcionam de maneira semelhante
20

aos equipamentos de radiografia convencional, cujo princípio de funcionamento baseia-se na


aceleração, no vácuo, de uma nuvem de elétrons produzida no filamento (catodo). Os elétrons
chocam-se com o anodo, convertendo a maior parte de sua energia cinética, cerca de 99%, em
energia térmica, sendo apenas 1% da energia convertida na produção de raios-X por
bremsstrahlung ou raio-X característico (BUSHONG, 2013). A Figura 3 apresenta uma imagem
de um gantry de TC, com a indicação de alguns de seus principais componentes. O gantry possui
um sistema de refrigeração próprio, que atua na refrigeração do tubo de raios-X e detectores, além
do conjunto de motores responsáveis pela movimentação do equipamento.

Figura 3 - Imagem de um gantry de TC aberto, com indicações das localizações do tubo de raios-X,
detectores, colimador e gerador de alta tensão.

Fonte: CTSCANNERINFO (2015), modificado.

Uma vez que apenas uma pequena fração da energia elétrica é efetivamente convertida em
raios-X (tipicamente, menos de 1%), a quantidade de calor suportado pelo tubo de raios-X define
a sua capacidade. A produção excessiva de calor no interior do tubo pode elevar a temperatura
além de valores críticos, danificando o tubo de raios-X de diferentes formas, como o derretimento
do anodo, rompimento dos filamentos ou ruptura do invólucro.
21

Os principais fatores que interferem diretamente na produção de calor são a tensão efetiva
(kVe), a corrente elétrica e o tempo, ou seja:

𝐻𝑒𝑎𝑡 (𝐽) = k𝑉𝑒 𝑥 𝑚𝐴𝑠 (1)


ou
𝐻𝑒𝑎𝑡 (𝐽) = 𝑤 𝑥 k𝑉𝑝 𝑥 𝑚𝐴𝑠, (2)

onde kVp representa a tensão de pico e w o fator da forma de onda da tensão aplicada ao tubo,
cujos principais valores são: potencial constante = 1,0; trifásico (12 pulsos) = 0,99; trifásico (6
pulsos) = 0,96; fase única (single fase) = 0,71 (SPRAWLS, 1993).
Apesar do Joule ser a unidade básica de calor, não é comumente utilizada para expressar
calor em tubos de raios-X. Uma unidade especial, denominada unidade de calor, do inglês Heat
Unit (HU), foi introduzida no momento onde os equipamentos que utilizavam fase única (single
phase) eram os mais comuns, de forma a simplificar o cálculo do calor produzido. A unidade HU
relaciona-se com Joule da seguinte forma:

𝐻𝑒𝑎𝑡 (𝐻𝑈) = 1,4 𝑥 ℎ𝑒𝑎𝑡 (Joule). (3)

Uma vez que o fator da forma de onda (w) para equipamentos single phase corresponde a 0.71 e o
fator de conversão de HU para Joule igual a 1.4, o produto é igual a 1 e a relação abaixo é obtida,
o que justifica a criação da unidade HU para o cálculo do calor de maneira mais direta (SPRAWLS,
1993):

𝐻𝑒𝑎𝑡 (𝐻𝑈) = k𝑉𝑝 𝑥 𝑚𝐴𝑠. (4)

Os tubos de raios-X apresentam duas configurações distintas quando se trata de rotor, uma
com rolamento de esferas ou Ball Bearing (BB) e o tubo com rolamento de metal líquido ou Liquid
Bearing(LB). A principal diferença estre estes dois modelos está no fato do rotor do tubo LB
permanecer em rotação uma vez que é iniciada, minimizando as paradas do rotor, bem como os
processos de aceleração e desaceleração, o que reduz o desgaste e permite estender a vida útil do
22

tubo. Além disso, os tubos LB apresentam maior capacidade de dissipação de calor quando
comparados aos tradicionais tubos com rolamento de esferas (GE HEALTHCARE, 2019).
A quantidade de elétrons produzidos no catodo, processo denominado emissão termiônica,
é proporcional à corrente aplicada no filamento, sendo a energia máxima do feixe de raios-X
proporcional à diferença de potencial aplicada aos terminais do tubo. Desta forma, a dose de
radiação no exame depende, dentre outros fatores, da corrente e tensão aplicadas no tubo de raios-
X, além do tempo de exposição. Valores elevados de mAs (corrente x tempo) reduzem o ruído nas
imagens, melhorando a resolução de baixo contraste, porém resultam no aumento da dose
absorvida pelo paciente.
Na saída do tubo de raios-X são posicionados colimadores, compostos por várias secções,
apresentados na Figura 4, que atuam na obtenção de um feixe homogêneo em forma de leque, além
de limitar a espessura de corte. Estes colimadores têm como função restringir a área irradiada e
reduzir a radiação espalhada, contribuindo assim para o aumento do contraste da imagem.
Outro dispositivo de grande destaque localizado antes do paciente (pré-paciente) consiste
no filtro com forma geométrica mais espessa nas extremidades que na região central, conhecido
como filtro bow tie, que atenua seletivamente os fótons emitidos em função do ângulo, ajudando
a melhorar a qualidade da imagem, uma vez que as leituras dos detectores são substancialmente
equalizadas (KALENDER, 2011). Por fim, o colimador pré-detector, demonstrado na Figura 4,
reduz a radiação espalhada que pode incidir sobre os detectores, contribuindo para a melhoria do
contraste da imagem.
23

Figura 4 - Colimadores pré-paciente e pré-detector em equipamentos de tomografia.

Fonte: BUSHONG (2013), modificado.

Todos os comandos básicos de controle do gantry encontram-se em painéis localizados em


sua parte frontal e traseira. A partir destes comandos é possível definir a altura e posição
longitudinal da mesa, além de permitir a angulação do gantry e ativação dos lasers localizadores,
que representam os eixos (axial, sagital e coronal) para centralização do feixe na região do paciente
sob estudo.

2.1.2 Detector e sistema de aquisição de dados

Os detectores utilizados nos equipamentos de tomografia computadorizada têm a função


de converter a radiação em sinais elétricos, de maneira eficiente, estável e com curto tempo de
resposta. Dois tipos de detectores destacam-se por suas aplicações em equipamentos de
tomografia: detectores gasosos e cintiladores.
Nos detectores gasosos do tipo câmara de ionização, a radiação interage com o gás, sendo
a ionização gerada proporcional ao pulso de corrente resultante, que por sua vez é proporcional à
quantidade de átomos ionizados. Assim, quanto maior o número de fótons que interagem com o
gás no interior da câmara, maior o número de íons gerados, o que aumenta o valor da corrente
elétrica circulante. A eficiência de detecção das câmaras de ionização, dada pela razão entre os
24

fótons capturados e os fótons incidentes, é da ordem de 45%. Apesar da baixa eficiência, os


detectores do tipo câmaras de ionização possuem menor custo de fabricação e apresentam boa
estabilidade (IAEA, 2014).
No caso dos detectores de estado sólido, utiliza-se um material cintilador acoplado a um
sensor semicondutor. A luz emitida a partir da interação do raio-X com o cristal cintilador é
coletada pelo fotodiodo semicondutor e convertida em sinais elétricos, como esquematizado na
Figura 5, com uma eficiência de aproximadamente 90% (IAEA, 2014), justificando a
predominância deste tipo de detector nos equipamentos mais modernos.

Figura 5 - Esquema demonstrativo do princípio de funcionamento dos detectores cintiladores.

Fonte: VETERIAN KEY (2018), modificado.

Todos os dados brutos (raw data) provenientes da interação da radiação com os detectores,
após suas conversões em sinais digitais, são transferidos pelo sistema de aquisição de dados (DAS),
por meio de fibras óticas e antenas, para os computadores de reconstrução localizados no console
do equipamento. Os computadores de reconstrução são responsáveis por aplicar os algoritmos
necessários à formação das imagens, além de permitir ao usuário a manipulação das imagens,
alterações na escala de cinza, reconstruções adicionais utilizando diferentes espessuras,
reconstruções em três dimensões (3D) e diversas outras ferramentas.
25

A partir da década de 2000, os tomógrafos multicortes tiveram suas matrizes de detectores


redesenhadas, com o intuito de obter cortes cada vez mais finos. Em 2002, os tomógrafos já
possuíam 16 canais e, em 2005, os tomógrafos de 64 canais haviam sido introduzidos no mercado
pela maioria dos fabricantes, que utilizaram como estratégia o alongamento das matrizes ao longo
do eixo Z, ou seja, ao longo da mesa. A Figura 6 demonstra alguns exemplos de matrizes de
detectores para equipamentos de 64 canais, com comprimentos de 40mm (64 x 0,625mm) para
equipamentos Philips e GE Healthcare, 32mm (64 x 0,5mm) para modelos Toshiba e 24mm em
equipamentos Siemens, que é capaz de realizar duas medidas por detector (GOLDMAN, 2008).

Figura 6 - Matrizes de detectores para tomógrafos de 64 canais.

Fonte: GOLDMAN (2008), modificado.

O número de canais de um equipamento corresponde ao número de imagens que o sistema


permite adquirir a cada rotação completa (360°) em torno do paciente, do conjunto tubo de raios-
X e detector. O tomógrafo multicorte representa um dos maiores avanços na tomografia
computadorizada e baseia-se na tecnologia de multidetectores, diminuindo consideravelmente o
tempo de varredura (KALENDER, 2011). A Figura 7 apresenta um comparativo entre matrizes
de detectores de corte único e multicortes, sendo a quantidade de elementos detectores dependentes
do fabricante e modelo de equipamento, podendo ser compostas por detectores físicos e sistema
computacional para interpolação e simulação de elementos adicionais.
26

Figura 7 - Comparativo entre matrizes de detectores de tomógrafos de corte único e multicortes.

Fonte: GOLDMAN (2008), modificado.


Os tomógrafos multicortes introduziram novos conceitos relacionados à tecnologia de
detectores, geometria de aquisição e algoritmos de reconstrução de imagens. Por conta das várias
fileiras de detectores, o feixe de raios-X apresenta-se em formato de cone, e não mais na forma de
leque como nos modelos iniciais, incidindo de forma oblíqua nos detectores.
Outra característica introduzida pelos equipamentos multicortes está no tempo de rotação
do gantry, chegando a menos de 0,5s em alguns modelos, o que permitiu o surgimento de novos
protocolos de estudos, como os exames em sincronização cardíaca (gating) (GE HEALTHCARE,
2018). Com tempo de rotação de 0,5 s e pitch maior que 1, tornou-se possível estudos de órgãos
avaliando diferentes fases por meio de contraste, como por exemplo estudo hepático com contraste
em fase arterial inicial, tardia e fase venosa.

2.1.3 Sistema computacional e processamento da imagem

O processamento de dados é realizado pelo sistema computacional e pode ser dividido


em três etapas, conforme apresentado na Figura 8.
27

Figura 8 - Etapas do processamento de dados em exames de tomografia computadorizada.

Fonte: Autor (2018).

Na primeira etapa, os dados brutos obtidos pelo sistema de detecção, provenientes das
atenuações da radiação nas diferentes estruturas do corpo, são submetidos a um pré-
processamento, onde são realizadas correções e reformatação dos dados. A conversão das leituras
de atenuação em uma imagem é um processo resultante de procedimentos matemáticos chamados
de técnicas de reconstrução ou algoritmos de reconstrução, dando origem à imagem digital
caracterizada pelos números TC ou números de Hounsfield. O passo final é o armazenamento da
imagem digital na memória do equipamento, servidores ou diferentes tipos de mídias.
As imagens são constituídas por pequenas células ou elementos, denominados pixels, onde
são armazenadas as informações numéricas provenientes da interação da radiação com a matéria,
também conhecidas como número TC (CT number). O pixel consiste na representação
bidimensional de uma unidade volumétrica de tecido, denominada voxel (volume element),
determinada pela multiplicação do tamanho do pixel pela espessura de corte (Figura 9-b). O
tamanho do pixel cresce proporcionalmente ao diâmetro da imagem reconstruída, ou campo de
visão (FOV - field of view), demonstrado na Figura 9-a, mas tende a diminuir quando o tamanho
da matriz de detectores aumenta, melhorando a resolução da imagem (BUSHONG, 2013).
28

Figura 9 - Representação do FOV para o equipamento modelo Discovery CT750, produzido pela
GE Healthcare (a); Ilustração dos conceitos de pixel e voxel (b).

Fonte: a- GE HEALTHCARE (2018); b- FREDERIKSEN (1994).

Os números TC variam em uma escala que pode ir de -1.000 a valores que ultrapassam
+3.000, correspondentes as densidades do ar e do osso, respectivamente, sendo o valor zero
atribuído a densidade da água. O valor do número TC é dado da seguinte forma (BUSHONG,
2013):

µ𝑡 − µ 𝑤
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝐶 = 𝑘 , (5)
µ𝑤

onde:
- µ𝑡 corresponde ao coeficiente de atenuação linear do tecido no voxel sob análise;
- µ𝑤 corresponde ao coeficiente de atenuação do raio-X na água;
- 𝑘 é a constante que determina o fator de escala para o intervalo do número TC.

Os números TC em uma imagem são representados em tons de cinza ou níveis de brilho.


Baixos números TC fornecem tons mais escuros, o que significa menor atenuação do feixe de
raios-X pelo tecido. A Figura 10 apresenta os números TC para diversos materiais, com
detalhamento para materiais com densidade próxima à água.
29

Figura 10 - Números TC para diversos materiais.

Fonte: SPRAWLS (2018), modificado.

As imagens tomográficas são provenientes de projeções adquiridas por cada detector em


diferentes ângulos durante a rotação do gantry, como fotografias retiradas de um determinado
objeto, retratando sua aparência por diferentes posições, a partir de seu perfil de atenuação. O
conjunto de dados adquiridos a partir da atenuação da radiação ao atravessar a região em estudo é
disposto em forma de matriz, cujo tamanho é limitado pelo número de pixels, o que influencia
diretamente na resolução espacial da imagem.
Os equipamentos de tomografia computadorizada costumam utilizar matrizes contendo
512 linhas e 512 colunas para a formação das imagens, mas equipamentos mais modernos já
utilizam matrizes maiores, com 1024 linhas e 1024 colunas, melhorando a resolução espacial.
Além disso, o número de equações utilizadas para reconstrução de cada imagem aumenta em
função do número de detectores do equipamento e do número de projeções, o que requer maior
esforço computacional para reconstrução.
As projeções provenientes da interação dos raios-X com a matéria são armazenadas e
reconstruídas para formação das imagens, por meio de um processo denominado Retroprojeção
Filtrada (Filtered Back Projection). Na Figura 11 observamos três etapas do processo de aquisição
das projeções para posterior retroprojeção filtrada: aquisição de projeções para um fantoma
contendo três objetos com diferentes valores de atenuação (a); valores de atenuação são adquiridos
30

para cada vista. A soma dos valores de atenuação para diversos ângulos dá origem a imagem (b);
os valores de atenuação para quatro vistas são somados (c).

Figura 11 – Representação esquemática do processo de aquisição das vistas e reconstrução por


retroprojeção filtrada.

JNMT (2007).

O acúmulo do perfil de tonalidade, a partir das medidas lineares de diferentes ângulos


durante a rotação do gantry, dá origem ao sinograma, ou perfil de projeção sinusóide, demonstrado
na Figura 12, que representa o alinhamento de todas as projeções ao longo de uma matriz.

Figura 12 – Representação da matriz de projeções (a) e do sinograma (b)

Fonte: ETSUS (2018).


31

As informações distribuídas na matriz do sinograma são rearranjadas de forma a


representar a região anatômica sob estudo, a partir dos coeficientes de atenuação dos tecidos
irradiados, como demonstrado na Figura 13. Este processo é realizado a partir de uma operação
matemática denominada convolução, que consiste basicamente em uma operação entre matrizes
numéricas, contendo as informações quantitativas das imagens.

Figura 13 – Sucessivas retroprojeções filtradas, dando origem a imagem tomográfica.

Fonte: IAEA (2014).

A convolução utilizada na reconstrução das imagens tomográficas é do tipo filtrada, onde


cada projeção passa por um algoritmo de reconstrução ou kernel, que consiste na soma de uma
combinação ponderada de medidas, ou seja, uma manipulação matemática dos dados de atenuação
de todas as projeções. Diferentes tipos de kernels podem ser aplicados, influenciando de formas
distintas nas características da imagem (LEE et al., 2006).
Algoritmos 3D, baseados em gráficos computacionais e percepções gráficas, usam
reconstruções volumétricas e de superfície para originar imagens tridimensionais, permitindo a
interação e manipulação das imagens por parte do usuário, destacando regiões de maior interesse.
A avaliação de parâmetros geométricos é possível através de medições de distância, área, ângulo
e volume de determinadas estruturas anatômicas, além de medidas de densidade, utilizando o
número TC para determinada região de interesse (region of interest - ROI).
32

O janelamento (windowing) é uma importante ferramenta de manipulação da escala de


cinza, utilizando o número TC da imagem, que permite melhor visualização de determinadas
estruturas de interesse. A modificação do contraste da imagem ocorre através dos mecanismos de
controle da largura e do nível da janela, que correspondem, respectivamente, ao número máximo
de tons de cinza que podem ser visualizados e o ponto central do número TC posicionado no
interior da janela (SEERAM, 2001).
Alguns algoritmos de pós processamento, como a reconstrução multiplanar (multiplanar
reconstruction – MPR), podem ser aplicados às imagens axiais, resultando em imagens em planos
distintos (coronal e sagital), o que permite uma melhor visualização, identificação de estruturas
específicas e determinação de suas características.

2.2 EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A tomografia convencional, que consiste na radiografia de uma camada do corpo orientada


paralelamente a um filme radiográfico, foi inventada em 1921 por Bocage. Em seguida, em 1931,
surge a primeira tomografia axial transversa desenvolvida pelo tecnólogo britânico Watson
(FRIEDLAND; THURBER, 1996), utilizando um processo de reconstrução matemática para
visualização das estruturas nas secções transversas do corpo.
Diversos métodos matemáticos de reconstrução foram apresentados por diferentes
cientistas desde 1906 (FRIEDLAND e THURBER, 1996). Em 1917 o austríaco Radon deu início
às reconstruções de imagens por projeção (SEERAM, 2001), com aplicações práticas na medicina,
em 1960, por meio dos trabalhos de Oldendorf, Kuhl e Eduards (SEERAM, 2001). Allan MacLeod
Cormack, físico sul-africano, aplicou as técnicas de reconstrução à Medicina Nuclear em 1963
(SEERAM, 2001) e, em 1967, o engenheiro britânico Godfrey Newbold Hounsfield utilizou estas
técnicas para desenvolver o primeiro equipamento de tomografia computadorizada axial transversa
para estudo de crânios.
Diversos avanços tecnológicos significativos ocorreram desde a publicação do trabalho de
Housfield, destacando-se o trabalho do Dr. Robert Ledley, professor da Universidade Georgetown,
que em 1974 desenvolveu o primeiro tomógrafo de corpo inteiro (SEERAM, 2001). Dando
continuidade aos constantes avanços dos equipamentos de tomografia computadorizada, quatro
gerações ganham destaques, diferenciadas pela geometria de detecção e forma de deslocamento
33

do sistema de aquisição durante a coleta de dados para formação das imagens. A evolução destas
gerações busca, prioritariamente, a redução do tempo de varredura e reconstrução de imagens de
boa qualidade.

2.2.1 Primeira geração

A primeira geração dos sistemas de tomografia computadorizada utilizava feixe de raios-


X colimado e pontual, denominado “feixe em lápis” (pencil beam) paralelo, em conjunto com um
ou dois detectores cintiladores. Além disso, estes sistemas tinham como características os
movimentos de rotação e translação do conjunto tubo de raios-X e detector, levando
aproximadamente cinco minutos para completar uma única imagem.
A aquisição dos dados neste tipo de tomógrafo dava-se pelo movimento de translação para
cada 1° de rotação, realizando este processo repetidamente durante 180° de varredura, como
demonstrado na Figura 14. Este sistema foi considerado apenas um projeto piloto, mostrando a
viabilidade do conjunto fonte-detector, além do conjunto mecânico do gantry, do computador de
aquisição e processamento das informações para geração da imagem (BUSHONG, 2013).

Figura 14 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de primeira geração.

Fonte: SEERAM (2001), modificado.


34

2.2.2 Segunda geração

Desenvolvida por volta de 1974, a segunda geração da tomografia computadorizada


também possuía os movimentos de translação e rotação do tubo e surgiu com o objetivo de
diminuir o tempo de varredura, ao passar para um sistema com múltiplos detectores e múltiplos
feixes pontuais de raios-X, formando um pequeno leque, apresentado na Figura 15. Além disso,
pelo fato de utilizar raios-X divergentes no lugar do feixe paralelo, este sistema requereu mudanças
significativas no processo de reconstrução das imagens.

Figura 15 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de segunda geração.

Fonte: HISIEH (2009), modificado.

Nos sistemas de segunda geração o feixe em forma de leque representava um aumento na


intensidade da radiação em direção as bordas do feixe, devido à forma do corpo humano, fazendo-
se necessário o uso do filtro bow tie para compensação.
O principal avanço nos sistemas de segunda geração está no aumento da velocidade de
aquisição de dados. O sistema com múltiplos detectores, utilizando de 5 a 30 detectores, associado
ao incremento de 5° ou mais durante o movimento de rotação, permitiu que durante uma única
translação fossem capturadas informações equivalentes a vários movimentos nos sistemas de
primeira geração, diminuindo para 30 segundos o tempo necessário à formação de uma imagem
(BUSHONG, 2013). Os equipamentos de primeira e segunda geração tiveram seus usos proibidos
no Brasil por meio da Portaria MS-453/1998 (BRASIL, 1998).
35

2.2.3 Terceira geração

A terceira geração dos equipamentos de tomografia computadorizada começou a ser


produzida na década de 1970, como solução para a principal limitação dos equipamentos de
segunda geração, que consistia no longo tempo para realização dos exames. Com o fim do
movimento de translação e um aumento considerável no número de detectores (entre 600 e 750,
em arranjo curvilíneo), o conjunto fonte-detector destes sistemas realiza apenas o movimento de
rotação em torno do paciente, em 360°, permitindo obter uma imagem em menos de 1 segundo,
reduzindo a ocorrência de artefatos de movimento.
Utilizando um conjunto de detectores curvilíneo, como demonstrado na Figura 16, e um
feixe em leque consideravelmente mais largo (entre 30 e 60 graus) quando comparado aos
equipamentos de segunda geração, todo o paciente pode ser observado pelo sistema durante todo
o exame. Além disso, a distância constante entre o detector e a fonte significou um avanço
importante na reconstrução das imagens, uma melhor colimação do feixe e a diminuição da
radiação espalhada (BUSHONG, 2013).

Figura 16 – Representação da geométrica de aquisição em um tomógrafo de terceira geração.

Fonte: BUSHONG (2013) modificado.

2.2.4 Quarta geração

A quarta geração de equipamentos de tomografia surgiu em 1981, possuindo a fonte de


raio-X com movimento de rotação em 360° e um conjunto estacionário de detectores, composto
por cerca de quatro mil elementos, que circundavam todo o paciente (BUSHONG, 2013). O feixe
36

de raios-X, em forma de leque, era similar ao utilizado nos equipamentos de terceira geração e,
por possuir detectores fixos, permitia calibrações individuais mais precisas dos elementos, o que
diminuiu consideravelmente a ocorrência de artefatos. A Figura 17 apresenta a geometria de
aquisição desta geração de tomógrafos.

Figura 17 – Representação da geometria de aquisição em um tomógrafo de quarta geração.

Fonte: BUSHONG (2013).

Utilizando um algoritmo de reconstrução oposto ao utilizado nos equipamentos de terceira


geração, por considerar a origem do ápice do feixe em cada detector (ao invés de considerar no
tubo de raios-X, como nos demais equipamentos), estes equipamentos eram capazes de gerar
imagens em apenas algumas frações de segundo (SEERAM, 2001).
Por conta da quantidade maior de elementos detectores e por não representar ganhos
significativos no tempo de varredura e na qualidade das imagens, estes equipamentos não tiveram
muitas unidades vendidas e foram considerados economicamente inviáveis.

2.2.5 Tomografia helicoidal

As tomografias helicoidais surgiram da necessidade de varreduras mais rápidas, melhorias


significativas na qualidade da imagem e da possibilidade de reconstruções tridimensional e
multiplanar. Os tomógrafos helicoidais multicorte reduziram ainda mais o tempo de varredura,
aumentando consideravelmente a resolução espacial (SEERAM, 2001).
37

Utilizando os mesmos princípios dos tomógrafos de terceira geração (tubo e detector com
movimentos simultâneos e feixe em forma de leque), o tubo de raios-X rotaciona continuamente,
ao mesmo tempo que o paciente é deslocado através do gantry. Com o tubo de raios-X energizado
constantemente, as informações são coletadas de forma contínua, permitindo que as imagens sejam
reconstruídas em qualquer posição ao longo do eixo longitudinal.
Devido ao movimento longitudinal da mesa simultâneo à rotação do tubo de raios-X, a
varredura realizada é volumétrica e em forma de hélice, como representada na Figura 18, que
posteriormente é processada e dá origem aos cortes individuais. As possíveis lacunas produzidas
no modo helicoidal são compensadas por técnicas de interpolação introduzidas no processo de
reconstrução, garantindo a qualidade da imagem para diagnóstico, reduzindo a presença de
artefatos.

Figura 18 – Geometria de uma aquisição axial (a) e helicoidal (b).

Fonte: IAEA (2014).

As principais vantagens deste tipo de equipamento estão na redução de artefatos de


movimento, permitindo a realização de imagens de órgãos em constante movimento, diminuição
considerável no tempo de varredura e a possibilidade de reconstrução das imagens em diferentes
ângulos, melhorando a visualização das estruturas anatômicas.
Outro avanço considerável desta geração de tomógrafos está na utilização da tecnologia de
anéis deslizantes, do inglês slip ring, esquematizada na Figura 19, que consiste em trilhos
eletromecânicos para transmissão de sinal e tensão elétrica entre a parte estacionária e rotacional
do gantry. Escovas condutoras, normalmente uma liga de grafite e prata, eliminam os cabos de
38

alta tensão, permitindo a rotação contínua do tubo, detectores, gerador e sistema de aquisição de
dados (BUSHONG, 2013).

Figura 19 – Slip ring utilizado em equipamentos de tomografia e seus principais componentes.

Fonte: GAT (2018), modificado.

Durante o desenvolvimento inicial dos equipamentos de tomografia com modo helicoidal


utilizava-se o algoritmo de interpolação linear de 360°, que ocasionalmente gerava borrões nas
imagens, quando formatadas em vista sagital ou coronal. Posteriormente, o método de
reconstrução foi substituído pelo algoritmo de 180°, o qual permite a formação de imagens com
melhor resolução no eixo Z, além de considerável melhora na qualidade da reformatação nos eixos
sagital e coronal. No algoritmo de 180°, uma segunda espiral, oposta à espiral medida, é calculada,
permitindo uma interpolação de pontos mais próximos e, por tanto, fornecendo imagens mais
precisas e de melhor qualidade para o diagnóstico médico.
O pitch ou fator de passo, representado na Figura 20, consiste na razão entre o movimento
da mesa durante uma rotação completa do gantry e a largura do feixe de raios-X, ou colimação
total. Um pitch menor que a unidade significa a sobreposição do feixe de raios-X na região
irradiada e, consequentemente, maior dose de radiação para o paciente. Por outro lado, o pitch
maior que a unidade significa o aumento do volume de tecido irradiado para um mesmo tempo, ou
seja, permite a irradiação de um volume maior em um simples intervalo de respiração do paciente,
essencial em exames de angiografia e exames em pacientes pouco colaborativos (BUSHONG,
2013).
39

Figura 20 – Representação gráfica para diferentes valores de pitch.

Fonte: ABDULLA; CLARKE (2018), modificado.

Outro importante conceito introduzido com o surgimento dos equipamentos helicoidais


multicortes consiste no mAs efetivo, ou mAs por corte, definido como o produto da corrente
elétrica pelo tempo médio de exposição, por unidade de comprimento ao longo do eixo
longitudinal. O mAs efetivo é calculado a partir do produto da corrente pelo tempo, dividido pelo
pitch utilizado. Trata-se de um fator de extrema importância, visto que o aumento do pitch eleva
o ruído na imagem, o que muitas vezes é compensado pelo aumento da corrente, refletindo na dose
absorvida pelo paciente (MAHESH et al., 2001).

2.3 QUALIDADE DE IMAGEM EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A qualidade da imagem é de difícil definição, uma vez que depende dos protocolos
utilizados, bem como das características requeridas pelo radiologista. Basicamente, a qualidade da
imagem pode ser associada a duas etapas de aquisição:
• Aquisição de dados e formação de imagem, dependendo das características técnicas e físicas
dos equipamentos, além de capacidade técnica do operador;
• Processamento e exibição de imagens, dependendo da maneira com que o radiologista detecta
e interpreta as estruturas na imagem.
A qualidade da imagem tomográfica deve ser expressa através de parâmetros físicos, como
uniformidade, linearidade, resolução espacial e ruído (EUROPEAN COMMISSION, 2000).
Simuladores (fantomas) devem ser utilizados para a realização de testes, incluídos em programas
40

de Controle de Qualidade (CQ), que visam garantir a aquisição de imagens de qualidade,


melhorando as chances de um diagnóstico correto e contribuindo para a saúde do paciente.
Os principais parâmetros que descrevem fisicamente a imagem de TC são a resolução
espacial de alto contraste (nitidez de detalhe), a resolução de baixo contraste (sensibilidade de
contraste) e os artefatos de imagem. Além disso, dois fatores chaves interferem na qualidade da
imagem médica e na segurança: o tempo de aquisição de dados e as condições operacionais que
definem a irradiação por imagem.

a) Sensibilidade de contraste ou resolução de baixo contraste

A resolução de baixo contraste determina o tamanho do objeto que pode ser visivelmente
reproduzido, ainda que haja apenas uma pequena diferença na densidade entre áreas vizinhas. No
caso de TC, o alto grau de contraste decorre do fato das imagens ocorrerem em planos, sem a
sobreposição de outras estruturas fora deste plano. Além disso, o feixe de raios-X relativamente
estreito contribui para a redução da radiação espalhada. O principal fator de degradação da
sensibilidade de contraste na imagem de TC é o ruído de natureza estatística.

b) Ruído

O ruído consiste no aspecto granulado observado na imagem de TC. É resultado da


natureza quântica dos fótons de raio-X, que gera uma flutuação estatística local nos números TC
dos pixels da imagem, em uma região homogênea do corpo. O grau de ruído em uma imagem
tomográfica pode ser definido como o desvio padrão do número TC para uma região de interesse
(ROI), em um meio homogêneo.
A fonte predominante de ruído é a flutuação do número de fótons de raio-X detectados,
dependendo, portanto, da eficiência dos detectores e do fluxo de fótons que atinge o detector, sendo
este último determinado pela tensão aplicada ao tubo, corrente no tubo, filtro físico, espessura de
corte, espessura e composição da região do corpo em estudo e pelo algoritmo de reconstrução,
principalmente do núcleo de convolução (AAPM, 1993).
Por outro lado, para estudos de regiões com alto contraste entre as estruturas anatômicas,
valores mais elevados de ruído são aceitáveis, o que demonstra que os parâmetros utilizados para
41

a realização do exame devem ser selecionados de acordo com a indicação clínica do procedimento
(ICRP, 2000).

c) Resolução Espacial

Resolução espacial é a capacidade do sistema de apresentar detalhes pequenos de alto


contraste (acima de 10%), podendo ser descrita como a menor distância entre dois objetos
pequenos, que podem ser visibilizados na imagem. Em equipamentos de tomografia
computadorizada encontra-se na faixa de 0,7 mm a 2,0 mm.
Muitos fatores contribuem para a perda de nitidez e redução da visibilidade de detalhe em
exames de TC, alguns controláveis pelo operador e outros característicos do projeto do tomógrafo.
O fator que influi na resolução espacial é o tamanho do voxel, que depende do campo de visão,
tamanho da matriz e espessura de corte. Os filtros de reconstrução também contribuem para a
resolução espacial (SPRAWLS, 1993).

d) Artefatos

Artefato de imagem é definido como qualquer estrutura ou padrão na imagem que não
existe correspondência no objeto em estudo, podendo estar presente em qualquer sistema. A Figura
21 apresenta alguns exemplos de artefatos.
Em virtude do processo de formação da imagem, os artefatos em TC são bem distintos de
outras modalidades, sendo identificados pela sua aparência. A familiaridade com artefatos permite
ao profissional experiente desconsiderar subjetivamente a sua presença. Como fontes de artefatos
têm-se (SPRAWLS, 1993):

• movimento do paciente (listras);


• objetos de alta atenuação (listras);
• Intervalo grande entre projeções ou aliasing (listras);
• desbalanceamento dos detectores (anéis); e
• centralização.
42

Figura 21 - Artefatos circulares em fantoma (a) e artefato de listras ocasionado pela presença de
metal (b).

Fonte: BARRET & KEAT (2004).

Comparada à radiografia convencional, as imagens por TC apresentam melhor


sensibilidade de contraste (resolução de baixo contraste), menor perda de nitidez de detalhe, além
de menos ruído e artefatos. O tempo de aquisição de dados, embora reduzido significativamente
ao longo dos últimos trinta anos, alcançando menos de 0,5s por revolução do tubo, continua maior
quando comparado ao tempo de exposição nas radiografias, o que resulta em doses de radiação
por exame ainda sensivelmente maiores que as obtidas em radiografias convencionais
(BUSHONG, 2013).

2.4 TESTES DE DESEMPENHO E QUALIDADE

Testes de Aceitação são realizados após a instalação dos equipamentos, de forma a garantir
que equipamentos recém instalados estejam em conformidade com as normas técnicas vigentes;
Os Testes de Constância ou de Qualidade são realizados periodicamente, com o intuito de garantir
que os parâmetros de desempenho dos equipamentos estejam continuamente em conformidade
com as normas e regulamentos técnicos, permitindo a antecipação de variações no sistema.
Os programas de Controle de Qualidade (CQ) utilizam simuladores, conhecidos como
fantomas (phantoms), e compõem um conjunto de testes que verificam a manutenção dos
requisitos de desempenho dos equipamentos. Desta forma, tenta-se garantir a obtenção de imagens
43

de qualidade, contendo todas as informações necessárias ao diagnóstico médico, contribuindo para


a saúde do paciente (SEERAM, 2001).
Os fantomas utilizados para avaliação do controle de qualidade em equipamentos de
tomografia costumam ser cilíndricos e possuem vários módulos internos, onde estão presentes as
estruturas que permitirão a avaliação dos parâmetros de imagem. Os objetos simuladores
representam regiões de alto e baixo contraste, componentes geométricos e regiões homogêneas,
que permitem determinar, de forma quantitativa e qualitativa, os fatores de qualidade da imagem.
Diferentes modelos de simuladores, adequados a modalidade de tomografia, estão
apresentados na Figura 22. Apesar das características físicas distintas, os fantomas atuam de
maneira semelhante na avaliação da qualidade da imagem e dos parâmetros geométricos do
equipamento. O correto posicionamento do simulador no interior do gantry é essencial para a
avaliação, além de permitir a verificação do alinhamento do sistema de lasers utilizado para
localização do paciente.

Figura 22 - Simuladores para avaliação da qualidade de imagem: Catphan Phantom - The


Phantom Lab (a); CT Performance Phantom - CIRC; ACR CT Phantom - Gammex (c).

Fonte: ETSUS (2018).

Cortes tomográficos realizados nos setores do fantoma permitem avaliar estruturas de


diferentes densidades, comparando os valores médios dos números TC com as referências
fornecidas para cada material. Da mesma forma, a partir da análise de estruturas posicionadas no
interior do fantoma, é possível avaliar a espessura nominal de corte e a resolução de baixo contraste
do equipamento.
A uniformidade do sistema é observada a partir do posicionamento de regiões de interesse
(ROI – Region of Interest) no centro e em diferentes posições periféricas da imagem, permitindo
44

mensurar a diferença entre os números TC das regiões selecionadas. De maneira semelhante, o


ruído pode ser verificado a partir do desvio padrão do número TC em uma determinada região de
um meio homogêneo. Por fim, a resolução de alto contraste pode ser analisada a partir de estruturas
que representam frequências espaciais, normalmente descritas em pares de linha por centímetro
(pl/cm), sendo estabelecido o número mínimo de estruturas a serem visualizadas para o fantoma
em questão (ZARB et al., 2011).
Os parâmetros utilizados para realização dos testes de Controle de Qualidade variam de
acordo com o tipo de equipamento e do teste a ser efetuado, embora devam permanecer constantes
para as diversas execuções de um mesmo teste. Os testes de CQ devem sempre ser relacionados
com uma grandeza dosimétrica, bem como com as variáveis referentes à qualidade da imagem,
como o contraste, resolução espacial e ruído.

2.5 DOSIMETRIA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Durante os exames de tomografia computadorizada, a fonte de raios-X permanece em


movimento em torno do paciente, resultando em uma distribuição de dose absorvida mais uniforme
quando comparada com a radiologia convencional, onde a irradiação é unidirecional (HUDA,
1985).
Os exames de tomografia do tórax possuem uma dose efetiva da ordem de 8 mSv, o que é
cerca de 400 vezes maior que a dose atingida em exames radiográficos convencionais da mesma
região. Da mesma forma, comparando exames de abdômen em TC, verifica-se uma dose efetiva
de 10 a 20 mSv, enquanto que na radiografia convencional um exame da mesma região apresenta
dose da ordem de 1mSv (ICRP, 2000).
Devido ao fino feixe de radiação em TC, além da fonte de raios-X estar em movimento
durante a aquisição, não é possível utilizar os instrumentos para medição da radiação do mesmo
modo que na radiografia convencional. As grandezas dosimétricas para equipamentos de
tomografia computadorizada diferem da radiografia convencional devido a fatores como as
diferenças na distribuição de dose no interior do paciente, à porção significativa da energia da
radiação depositada fora da espessura nominal do feixe e à variação da dose de acordo com a
posição do paciente ao longo do eixo Z.
45

As grandezas dosimétricas para TC são medidas no ar, através do índice de kerma no ar


em tomografia computadorizada (Ca,100), e utilizando fantomas de polimetilmetacrilato (PMMA),
onde são realizadas as medidas do índice de kerma ar no PMMA (C PMMA,100), índice ponderado de
kerma ar (Cw), índice volumétrico de kerma ar (Cvol) e produto kerma ar pelo comprimento de
varredura (PKL). As definições destas grandezas dosimétricas encontram-se no APÊNDICE A.
As duas grandezas dosimétricas, comumente representadas por índices de dose,
apresentadas no console do equipamento de TC ao término do exame são o Cvol e o PKL. Os valores
da dose variam não só com os parâmetros de aquisição selecionados, como também com as
características técnicas de cada equipamento. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados valores de
referência do Cvol e PKL, para equipamentos com 4 e 16 canais, em exames de rotina de tórax e
abdômen. A colimação do feixe é representada como produto do número de canais pela largura do
módulo detector.

Tabela 1 - Valores de Cvol e PKL para exames de rotina em tomógrafo de 4 canais.


Colimação do mAs por Comprimento de PKL
Exame Pitch Cvol (mGy)
Feixe (mm) Rotação Varredura (cm) (mGy.cm)

Tórax 4x5 0,75 100 40 12,0 480

Abdômen 4x5 0,75 150 20 19,1 382

Fonte: (AAPM, 2008), modificado.

Tabela 2 - Valores de Cvol e PKL para exames de rotina em tomógrafo de 16 canais.

Colimação do mAs por Comprimento de PKL


Exame Pitch Cvol (mGy)
Feixe (mm) Rotação Varredura (cm) (mGy.cm)

Tórax 16 x 1,25 0,938 150 35 13,3 466

Abdômen 16 x 1,25 0,938 212 28 18,8 526

Fonte: (AAPM, 2008), modificado.

A dose absorvida média nos órgãos durante exames de TC é de grande importância, visto
que algumas regiões requerem maior atenção quando expostas à radiação. Desta forma, mesmo
não estando sob estudo, regiões como mamas, tireoide, ovários, útero, gônadas e cristalinos
46

precisam ser levadas em consideração quando o paciente é posicionado e os cortes tomográficos


programados no equipamento.
Em exames de tórax, a dose absorvida média nas mamas pode ser da ordem de 30-50 mGy,
mesmo não sendo parte do estudo, o que requer atenção principalmente quando se tratar de jovens
do gênero feminino. Ainda para exames de tórax, a tireoide pode receber doses da ordem de 3mGy,
enquanto nos exames de abdômen, a região do útero e do ovário podem receber doses da ordem
de 8 mGy (ICRP, 2000).

2.6 OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE AQUISIÇÃO

A seleção adequada dos parâmetros de aquisição é fundamental para obtenção de imagens


com qualidade para o diagnóstico médico e com baixas doses de radiação. Variações nos
parâmetros do protocolo interferem diretamente na dose recebida pelo paciente, sendo
fundamental a sua adequação de acordo com a região em estudo e as características do paciente.
A avaliação de doses em exames helicoidais deve levar em consideração o deslocamento
do paciente no eixo longitudinal do equipamento de tomografia. O pitch tem influência direta no
volume irradiado e, consequentemente, na quantidade de energia depositada por unidade de massa.
A seleção do pitch menor que 1,0 tem como objetivo a aquisição de imagens menos
ruidosas em cortes finos, porém resultará na sobreposição do feixe de raios-X e no aumento da
dose absorvida pelo paciente. Da mesma forma, o pitch maior que a unidade acarreta na redução
da quantidade de tecido irradiado e, consequentemente, da dose absorvida pelo paciente.
O índice volumétrico de kerma ar (Cvol), definido no APÊNDICE A, relaciona-se de forma
inversamente proporcional com o pitch, o que pode ser observado na Figura 23, onde consideramos
um valor de Cvol hipotético de 20 mGy para um pitch de 1,0. Assim, podemos avaliar a influência
direta deste parâmetro de exposição na dose absorvida pelo paciente.
47

Figura 23 - Relação entre o fator de passo (pitch) e o índice volumétrico de kerma ar (Cvol).

Fonte: PRIMAK (2006), modificado.

A tensão aplicada ao tubo de raios-X (kVp) deve ser selecionada de acordo com a região
em estudo e com o nível de contraste requerido para análise das estruturas anatômicas. Ao reduzir
a tensão no tubo, reduz-se o poder de penetração dos fótons de raio-X emitidos, o que implica
diretamente no aumento do ruído nas imagens (ICRP, 2013).
Algumas regiões de maior contraste, de acordo com o estudo requerido, podem ser
analisadas utilizando imagens mais ruidosas, sem a perda de informações necessárias ao
diagnóstico médico. Desta forma, a redução da tensão pode resultar na redução da dose aplicada
ao paciente, uma vez que o produto corrente pelo tempo (mAs) permaneça constante.
Estudos apontam que uma redução na tensão aplicada ao tubo de raios-X de 120 kVp para
100 kVp pode representar uma redução de até 33% na dose aplicada ao paciente, considerando os
demais fatores constantes. Da mesma forma, reduzindo a tensão de 120 kVp para 80 kVp pode
representar uma redução de até 65% na dose recebida durante o exame (PAUL, 2011).
A quantidade de elétrons produzidos no processo de emissão termiônica é proporcional à
corrente aplicada ao filamento do tubo de raios-X. Assim, a quantidade de fótons disponíveis para
interagir com a região em estudo implica diretamente na dose absorvida pelo paciente durante o
exame de TC.
48

Para garantia da qualidade da imagem faz-se necessário que uma quantidade suficiente de
fótons atinja o detector após interagir com o paciente. Espessuras maiores tendem a atenuar mais
fótons que regiões de menor espessura, o que implica na necessidade de adequação do produto
corrente pelo tempo de exposição (mAs) de acordo com as características do paciente.
O mAs representa, portanto, um parâmetro de grande importância quando se aborda a dose
de radiação em paciente. O aumento deste parâmetro de exposição proporciona imagens menos
ruidosas, com melhor resolução de baixo contraste, mas implica no aumento da dose absorvida
durante o exame.
Equipamentos mais modernos contam com a opção de modulação da corrente, onde a partir
do topograma (scout), são associadas as regiões anatômicas de maior e menor atenuação com a
posição da mesa (eixo Z). Com isso, considerando os níveis de atenuação de cada uma das regiões
identificadas, o equipamento aumenta ou diminui a carga do tubo durante a aquisição do exame.
Esta ferramenta pode apresentar reduções na dose da ordem de 10 a 50% (ICRP, 2000).
O mAs efetivo, definido como a razão entre o mAs e o pitch, é incorporado em alguns
equipamentos pelos fabricantes. Desta forma, considerando um mAs efetivo constante, é
necessário avaliar se o aumento no pitch não será compensado pelo aumento na corrente aplicada
(mA), o que não alteraria a dose aplicada no exame.
A escolha adequada da espessura de corte é de grande importância na otimização de dose
em exames de TC, visto que cada corte adicional acarreta no aumento da radiação espalhada nos
cortes adjacentes, como demonstrado na Figura 24, aumentando a dose absorvida. Sendo assim, a
espessura de corte deve ser selecionada de acordo com a patologia sob investigação, podendo fazer
uso das ferramentas de pós processamento de imagens, que permitem a reconstrução das imagens
em diferentes espessuras, utilizando os mesmos dados adquiridos previamente.
49

Figura 24 - Esquema demonstrativo da diferença de distribuição de dose na direção longitudinal,


D(z), com relação ao número de cortes tomográficos.

Fonte: AAPM (2008), modificada.

A seleção do volume irradiado também precisa ser condizente com a região sob estudo,
utilizando o topograma (scout) para delimitação da região de interesse. Com isto, garante-se que
nenhum volume de tecido adicional, que não seja necessário à análise das estruturas e composição
do diagnóstico clínico, será irradiado de forma indevida.

2.7 OTIMIZAÇÃO DA DOSE EM EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Diversos estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de otimizar os parâmetros de


exposição em exames de tomografia computadorizada, reduzindo a dose de radiação a que os
pacientes são expostos, de forma a garantir qualidade de imagem para o diagnóstico médico e
aumentar a vida útil dos tubos de raios-X. Grande parte dos trabalhos encontrados na literatura
baseiam-se em simulações com fantomas, sendo poucos estudos realizados com pacientes em
procedimentos reais, efetuados em grandes centros radiológicos.
50

A International Commission on Radiological Protection (ICRP, 2000), em sua publicação


de número 87, aponta que o aumento na dose de radiação em exames de tomografia está
diretamente relacionado a fatores como o maior volume irradiado, superposição de imagens,
repetição de exames, mesmos fatores de exposição utilizados em exames adultos e pediátricos,
bem como os mesmos fatores utilizados em regiões de alto e de baixo contraste, como as regiões
da pelve e do abdômen, respectivamente. Além disso, o estudo aponta que aumentos na dose de
radiação da ordem de 10 a 30% podem ocorrer em exames realizados em equipamentos multicortes
helicoidais, devido a escolha dos parâmetros de irradiação. Por fim, o estudo aponta como
principais fatores de otimização a redução do mAs, limitação do volume irradiado, escolha
adequada da espessura de corte, utilização de pitch maior que a unidade, utilização de parâmetros
específicos para crianças (reduzindo a dose por um fator de 5 ou mais) e justificação de exames de
tórax em jovens do gênero feminino devido as altas doses absorvidas nas glândulas mamárias.
O Journal of the American College of Radiology (JACR, 2014) indica que a otimização
dos protocolos de acordo com a indicação clínica reduz significativamente a dose em exames de
tórax. O estudo aponta que a dose de radiação é diretamente proporcional ao comprimento de
varredura, que deve ser mantido o menor possível, de acordo com a região sob estudo. Além disso,
os exames em modo helicoidal, rotineiramente executados, podem resultar em doses mais altas
quando comparados com o modo axial ou sequencial, ao serem utilizados em circunstâncias onde
dados volumétricos não são requeridos. O estudo também afirma que a tensão deve ser limitada a
100kVp, quando apropriado, para redução de dose e melhoria do contraste da imagem, usando
sempre a modulação de corrente, além de algoritmos de reconstrução iterativa para produção de
imagens menos ruidosas com uma menor exposição.
Os exames de abdômen, segundo o JACR (2014), requerem maiores doses de radiação para
obtenção de imagens com qualidade para o diagnóstico, por apresentarem, de maneira geral, maior
atenuação e menor contraste intrínseco quando comparados com exames de tórax (com alto
contraste intrínseco entre suas estruturas aeradas e tecidos moles). O uso de parâmetros otimizados
pode reduzir a dose em exames de abdômen, sendo a maioria das varreduras, com exceção de
pacientes muito largos ou obesos mórbidos, realizadas com 120kVp ou menos. A maioria das
varreduras podem ser realizadas utilizando técnicas de modulação de corrente para adaptar os
parâmetros de acordo com o tamanho e geometria do paciente. Os exames devem ser realizados
com a configuração mais ampla do detector, sem sobreposição do pitch, para maximizar a
51

eficiência de dose. Processos de reconstrução iterativa também são indicados para redução de
ruído, quando comparado com o método tradicional de retroprojeção filtrada, permitindo a
realização de exames com doses mais baixas. Doses mais altas podem ser requeridas, com o
aumento do mA e/ou kVp, nos estudos de pacientes com pequenas lesões ou de baixo contraste,
como no fígado ou pâncreas.
O estudo conduzido por Zarb et al. (2010) teve como objetivo o desenvolvimento de
protocolos otimizados, a partir da modificação dos parâmetros de mA, kV e pitch, mantendo a
qualidade das imagens e reduzindo a dose. Os dados foram coletados em 57% dos equipamentos
de tomografia localizados em Malta, para exames de cabeça, tórax e abdômen, utilizando um
fantoma Catphan 600 para análise da qualidade da imagem. O trabalho concluiu que reduções de
até 49% para o Cvol e 51% para o PKL podem ser obtidas a partir da modificação destes parâmetros,
sendo a qualidade das imagens avaliadas por dois especialistas, antes e depois da otimização, a
partir da resolução de contraste, resolução espacial e ruído nas imagens.
A IAEA (2009) publicou os resultados da análise de 707 exames de rotina de tórax, cabeça
e abdômen, realizados em pacientes localizados em 6 países: Canadá, Grécia, Índia, Polônia,
Tailândia e Reino Unido. A pesquisa estabeleceu níveis de ruído para os quais a qualidade de
imagem era considerada satisfatória para o diagnóstico médico, com o objetivo de estabelecer uma
correlação entre o peso do paciente e o ruído desejável. A partir da otimização dos parâmetros de
exposição de acordo com o peso de cada paciente, o trabalho obteve como resultado uma redução
de 25 a 62% na dose em exames de abdômen e de 12 a 79% em exames de tórax, sem apontar
redução significativa em exames de cabeça, devido a pequena correlação entre o diâmetro do
crâneo e o ruído.
Papadakis (2016) enfatiza a expansão das aplicações clínicas dos exames de tomografia,
seguida do aumento dos riscos estocásticos da radiação e consequente segurança dos pacientes.
Do ponto de vista dos fabricantes de equipamentos, o grande desafio é permitir a obtenção de
cortes tomográficos com qualidade suficiente para o diagnóstico, reduzindo a dose de radiação,
tendo como principais ferramentas os sistemas automáticos de controle de exposição e os
processos de reconstrução iterativa. Por outro lado, o autor enfatiza a necessidade de conhecer a
influência, na dose aplicada e na qualidade da imagem, de cada parâmetro de exposição, como o
mA, kVp, largura do feixe e pitch. O autor conclui que a otimização da dose em exames
52

tomográficos passa pelos fabricantes, radiologistas, físicos médicos e técnicos em radiologia,


necessitando um esforço conjunto de todos os profissionais da área.
Alguns níveis de referência são apontados para os índices de dose em exames
tomográficos, destacando-se o guia de orientações europeias (European Guidelines on Quality
Criteria for Computed Tomography), publicado em 2004. O guia representa uma referência de
boas práticas, fornecendo uma base para interpretação radiológica das imagens. Além disso,
critérios para dose de radiação em pacientes e valores de referências permitem uma análise
quantitativa para identificação de técnicas inadequadas (BONGARTZ, 2004). As Tabelas 3 e 4
apresentam referências de parâmetros de aquisição para exames de tórax e abdômen,
respectivamente, segundo as orientações europeias.

Tabela 3 - Parâmetros recomendados para exames de tórax.


Parâmetro TC Multicortes

Tensão do tubo Média (110 – 130 kV)

4 cortes: 1 – 2,5 mm
Colimação
16 cortes: 1 – 2,5 mm

Pitch > 0,9

Fonte: Bongartz et al. (2004), modificado.

Tabela 4 - Parâmetros recomendados para exames de abdômen.

Parâmetro TC Multicortes

Tensão do tubo Média (110 – 130 kV)

4 cortes: 1 - 2,5 mm
Colimação
16 cortes: < 1 mm

Pitch 0,9 – 1,3

Fonte: Bongartz et al. (2004), modificado.


53

Outra importante referência de níveis de dose são os níveis nacionais no Reino Unido
(Doses from Computed Tomography Examinations in the UK), revisados em 2011, que não mais
consta equipamentos de corte único. Os níveis do Reino Unido são caracterizados pelos valores
médios dos índices de dose padrão, Cvol e PKL, determinados para amostras de pacientes. O
relatório inclui resumos das distribuições de dose absorvida e, com base na análise estatística da
distribuição de doses típicas, apresenta doses nacionais para exames em adultos e pediátricos
(PUBLIC HEALTH ENGLAND, 2014).
54

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E INSTITUIÇÕES

Neste estudo foram analisados equipamentos instalados em 17 estados, mais o Distrito


Federal, das cinco regiões brasileiras. Os estados participantes do estudo são: Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Pará, Tocantins, Rondônia, Amazonas, Goiás, Minas Gerais,
São Paulo, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O estudo
foi desenvolvido considerando equipamentos fabricados pela empresa General Electric – GE
Healthcare, uma vez que se dispõe de acesso remoto aos seus sistemas, permitindo a coleta dos
dados através de uma conexão particular virtual ou VPN (Virtual Private Network). Na Figura 25
está indicado o número de equipamentos analisados por estado.

Figura 25 - Distribuição do número de equipamentos avaliados por estado participante.


55

Foram coletados dados de 27 equipamentos de tomografia computadorizada instalados em


instituições privadas e 4 em instituições públicas do país, totalizando 31 sistemas, todos helicoidais
e com cortes múltiplos. Os equipamentos analisados estão distribuídos em 27 cidades do Brasil,
sendo 16 sistemas instalados em capitais e 15 em cidades do interior. Foram coletados dados de 8
modelos distintos de equipamentos de TC, com 4, 16 e 64 canais.
Os dados coletados são referentes a exames de rotina de tórax e abdômen realizados em
adultos, ambos sem contraste, por se tratar de exames rotineiros na maioria dos departamentos de
radiologia. Além disso, estes tipos de exames apresentam maiores possibilidades de redução de
dose a partir da otimização dos parâmetros, como indicado no estudo realizado em 2009 pela
Agência Internacional de Energia Atômica (International Atomic Energy Agency – IAEA),
publicado no TECDOC-1621, que é o objetivo de trabalhos futuros.

3.2 PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DADOS COLETADOS

Os dados dos parâmetros de irradiação foram coletados a partir do acesso remoto aos
equipamentos, permitindo, também, a captura dos relatórios de doses emitidos pelos sistemas ao
fim de cada exame, como mostrado na Figura 26. Através do acesso ao relatório foi possível obter
as informações referentes ao comprimento de varredura (mm), tipo de aquisição, índice
volumétrico de kerma ar (Cvol) e o produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP).

Figura 26 - Exemplo de relatório de dose emitido pelo sistema ao término do exame.

Os dados coletados consistem na tensão (kV) e corrente (mA) do tubo de raios-X, tempo
de exposição, modo de aquisição (axial ou helicoidal), espessura de corte, field of view (FOV),
incremento de mesa, pitch, altura da mesa, tempo de rotação, além dos dados do relatório de dose:
56

CDTIVOL, DLP e comprimento de varredura. Os mesmos dados foram coletados para exames de
rotina de tórax e abdômen, realizados em pacientes adultos, sem a utilização de contraste,
permitindo o preenchimento do formulário apresentado na Figura 27.

Figura 27 - Formulário com os dados dos exames de TC coletados através do acesso remoto aos
equipamentos da GE.
Espessura Comprimento Incremento Tempo de
Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

Em cada instituição foram coletados os dados de 20 exames de pacientes adultos, sendo 10


de tórax e 10 de abdômen. Ao todo foram analisados 620 exames de tomografia, sendo 310 de
abdômen e 310 de tórax. Os dados são referentes a exames realizados entre maio/2018 e
maio/2019.

3.3 DETERMINAÇÃO DAS DOSES EM ÓRGÃOS

As doses absorvidas nos órgãos dos pacientes foram estimadas utilizando o programa
computacional CALDose_XCT, de acesso livre e disponível no site www.caldose.org. Este
programa computacional é uma ferramenta que permite estimar as doses absorvidas em órgãos e
tecidos, dose efetiva e riscos de câncer em radiodiagnóstico, a partir da seleção de phantoms de
adultos de diferentes dimensões, conforme mostra a Figura 28 (CALDOSE, 2015). Por não se ter
acesso às características físicas dos pacientes durante a coleta dos dados dos exames, foram
selecionados phantoms considerados tamanhos padrões para homens e mulheres: peso de 65 kg e
altura de 163,8 cm para mulheres; peso de 79 kg e altura de 176,4 cm para homens.
57

Figura 28 - Imagem do painel do CALDose_XCT com a indicação da seleção do tipo de phantom


para representação do paciente.

A partir da seleção do tipo de equipamento (Figura 29) e dos parâmetros de irradiação (kV,
pitch, mAs etc.), o programa calcula a dose absorvida nos principais órgãos, fornecendo os dados
em forma de tabela. Quanto aos modelos de equipamentos disponíveis no programa, apenas os
sistemas LightSpeed QXi, LightSpeed PRO e LightSpeed VCT, que fizeram parte deste estudo,
constam no programa CALDose_XCT. Desta forma, cinco instituições participaram desta etapa
de cálculo da dose, identificadas por: i2, i6, i13, i23 e i26.
58

Figura 29 - Imagem do painel do CALDose_XCT com a indicação dos tipos de equipamentos de TC


possíveis de serem selecionados para a realização dos cálculos.
59

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

A Tabela 5 apresenta as características dos equipamentos analisados neste estudo, como


modelo, número de canais, ano de instalação, o estado onde estão operando e se corresponde a
uma instituição pública ou privada.

Tabela 5 - Características dos equipamentos e instituições participantes deste estudo.

Estado Tipo Instituições Modelo do Número de Ano de


Equipamento Canais Instalação
PI Prv i1 Brivo 385 16 2017
PE Prv i2 LightSpeed QXi 4 2012
PE Prv i3 Brivo 385 16 2017
PE Prv i4 Optima 660 64 2016
BA Prv i5 Revolution ACT 16 2018
RN Prv i6 LightSpeed PRO 16 2006
PB Prv i7 Revolution EVO 64 2018
PA Prv i8 Optima 660 64 2014
PA Prv i9 Optima 660 64 2017
TO Pub i10 Revolution ACT 16 2018
RO Prv i11 Optima 520 16 2017
AM Pub i12 Brivo 385 16 2017
GO Prv i13 LightSpeed PRO 16 2011
GO Prv i14 Brivo 385 16 2016
DF Prv i15 Optima 660 64 2015
DF Prv i16 Optima 660 64 2016
DF Prv i17 Revolution EVO 64 2018
MG Prv i18 Optima 660 64 2013
MG Prv i19 Brivo 385 16 2015
SP Prv i20 Optima 660 64 2016
SP Prv i21 Optima520 16 2017
ES Pub i22 Optima 520 16 2018
ES Prv i23 LightSpeed VCT 64 2007
RJ Prv i24 LightSpeed VCT 64 2017
RJ Prv i25 Brivo 385 16 2015
RJ Prv i26 LightSpeed PRO 16 2006
PR Prv i27 Optima 520 16 2018
PR Prv i28 Brivo 385 16 2018
RS Pub i29 Optima 520 16 2016
RS Prv i30 Optima 660 64 2014
SC Prv i31 Revolution EVO 64 2018
* Prv: instituição privada; Pub: instituição pública.
60

Os dados da Tabela 5 indicam que estão presentes neste estudo 17 equipamentos de 16


canais, 13 equipamentos de 64 canais e apenas 1 sistema de 4 canais. Quanto ao ano de instalação,
ou seja, tempo em operação de cada sistema, observamos que o equipamento mais antigo
considerado neste estudo está localizado no Rio de Janeiro, operando desde 2006, sendo os
sistemas mais novos instalados no ano de 2018.
Com relação aos modelos, os equipamentos de tomografia computadorizada estão
distribuídos em 8 modelos distintos, cujas características principais estão descritas na Tabela 6:
capacidade de dissipação de calor do tubo de raios-X (MHU), combinação máxima dos parâmetros
de tensão (kV) e corrente (mA) suportada pelo sistema, tempo mínimo de rotação do gantry, field
of view (FOV) e espessura mínima de aquisição.

Tabela 6 - Características dos modelos de equipamentos analisados neste estudo.

Modelo do Número de Tubo Parâmetro Tempo de FOV Espessura de


Equipamento Cortes (MHU) Máximo Rotação (s) (cm) Corte (mm)

120kV / 440mA
LightSpeed Qxi 4 6,3 0,80 49,69 1,250
140kV / 380mA

120kV / 200mA
Revolution ACT 16 2,0 0,98 43,00 1,250
140kV / 160mA

LightSpeed 120kV / 800mA


16 8,0 0,50 49,69 0,625
PRO 140kV / 715mA

120kV / 200mA
Brivo 385 16 2,0 1,00 43,00 0,625
140kV / 160mA

120kV / 350mA
Optima 520 16 3,5 0,80 50,00 0,625
140kV / 300mA
0,40 ou 0,35
120kV / 800mA
LightSpeed VCT 64 8,0 com 50,00 0,625
140kV / 715mA
opcional

0,40 ou 0,35
7,0 (LB*)
Optima 660 64 140 kV / 560mA com 50,00 0,625
6,3 (BB*)
opcional

0.50 ou 0,40
Revolution EVO 64 7,0 (LB*) 140 kV / 560mA e 0,35 com 50,00 0,625
opcional
* LB: Liquid Bearings; BB: Ball Bearings.
61

É importante ressaltar que o maior número de canais não implica necessariamente em


equipamentos mais modernos, uma vez que equipamentos de 8 a 128 canais continuam em
produção, para atender a grande diversidade de clientes e suas demandas. Sendo assim, a escolha
por um determinado modelo de equipamento está diretamente relacionada ao fluxo de exames na
instituição e tipo de exames realizados, o que irá determinar as características do equipamento
necessárias à operação. Dos equipamentos participantes do estudo, apenas os modelos LightSpeed
QXi, LightSpeed PRO e LightSpeed VCT não são mais produzidos pela GE.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES

Os exames coletados são referentes a pacientes adultos, com idade superior a 16 anos, dos
gêneros masculino e feminino. A Tabela 7 apresenta a distribuição dos dados com relação ao
percentual de exames realizados em pacientes de cada gênero, bem como a média das idades dos
pacientes.

Tabela 7 - Distribuição dos exames por gênero e idade média dos pacientes.
Exame Tórax Abdômen
Número de Exames 310 310
Masculino 42% 44%
Feminino 58% 56%
Idade média 59 52

4.3 PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO

4.3.1 Exames de Abdômen

As aquisições das imagens dos exames de rotina do abdômen foram realizadas no modo
helicoidal, em todas as instituições analisadas. Os valores dos parâmetros de irradiação utilizados
pelas instituições durante estes exames estão apresentados no APÊNDICE B.
62

4.3.1.1 Tensão (kV)

A Tabela 8 mostra resumidamente o percentual de uso da tensão aplicada ao tubo de raios-


X nas instituições analisadas. Os dados mostram que aproximadamente 91% dos exames são
realizados utilizando uma tensão de 120kV, como recomendado pela American Association of
Physicists in Medicine (AAPM, 2014) e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR, 2015). A
Comissão Europeia, em seu guia de critérios de qualidade para equipamentos multislice,
recomenda o uso de uma tensão entre 110 e 130kV, levando em consideração as características do
paciente e do exame em questão. Vale ressaltar que o documento da Comunidade Europeia aborda
apenas os equipamentos de 4 e 16 canais, sem uma distinção entre exames de abdômen e pélvis
(Bongartz et al., 2004).

Tabela 8 - Número de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em


função da tensão de operação do tubo de raios-X.

Tensão N° de N° de Frequência
Parâmetro
(KV) Exames Instituições de Uso (%)

100 3 1 0,97
Tensão 120 283 30 91,29
140 24 6 7,74

Os resultados mostram que a tensão de 140kV, que não consta nas recomendações
internacionais citadas anteriormente, foi utilizada em 6 instituições, mostradas na Tabela 9. Entre
estas instituições destaca-se a instituição i26, que realiza todos os seus exames utilizando uma
tensão acima do recomendado, apesar de possuir o mesmo modelo de equipamento da instituição
i13, que utiliza uma tensão de 120 kV em todas as suas aquisições.
63

Tabela 9 - Instituições que utilizaram tensão de 140 kV em algumas aquisições.


Tensão Frequência
Instituição Estado Modelo
(kV) de Uso (%)
i3 PE Brivo 385 50
i20 SP Optima 660 10
i25 RJ Brivo 385 30
140
i26 RJ LightSpeed PRO 100
i30 RS Optima 660 20
i31 SC Revolution EVO 20

Estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Atômica indica que, em uma
amostra de 293 exames de abdômen de rotina sem contraste, realizados em adultos, em diferentes
países (Canadá, Grécia, Índia, Polônia, Tailândia e Reino Unido), o valor médio da tensão aplicada
corresponde a 120kV (IAEA, 2009). A Tabela 10 apresenta os valores médios dos parâmetros de
aquisição utilizados nestes países (IAEA, 2009).

Tabela 10 - Valores médios dos parâmetros de aquisição de exames de abdômen, levantados pelo
estudo da IAEA para diferentes países.
Espessura de
País Amostra kVp mAs Pitch
Corte (mm)
Canadá 43 120 267 5,0 1,60
Grécia 54 120 180 7,0 1,00
Índia 51 120 133 2,5 1,25
Polônia 54 120 250 9,0 1,50
Tailândia 66 120 120 8,0 1,50
Reino Unido 25 120 122 5,0 1,00
Fonte: (IAEA, 2009) – modificado.

4.3.1.2 Corrente (mA)

Os valores de corrente (mA) para todos os exames e instituições que fazem parte deste
estudo estão apresentados na Figura 30, como diagramas de Box & Whiskers. Neste tipo de
diagrama cada retângulo contém 50% da distribuição dos valores, sendo limitado por linhas
64

horizontais que representam o primeiro e terceiro quartil da distribuição e contendo uma linha
interna que representa a mediana. Os limites estendidos acima e abaixo dos retângulos representam
a distribuição de 25% dos maiores e menores valores encontrados a partir da média, que por sua
vez é representada pelo pequeno quadrado no interior do retângulo.

Figura 30 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen.

Os valores mínimo, máximo e médio para a corrente aplicada durante a realização de


exames de abdômen estão apresentados na Tabela 11, para equipamentos de 16 e 64 canais. As
principais organizações internacionais, bem como o Colégio Brasileiro de Radiologia, ressaltam a
importância do controle automático de exposição, conhecido como Auto mA ou mA automático,
que modula a corrente de acordo com as características anatômicas do paciente. Sendo assim, os
valores indicados pelos equipamentos durante este estudo correspondem a um valor médio por
65

exame. A instituição i2 possui o único equipamento de 4 canais a participar deste estudo, utilizando
uma corrente que varia de 105 a 279 mA, com um valor médio de 217 mA.

Tabela 11 - Valores mínimo, máximo e médio de corrente utilizados em equipamentos de 16 e 64


canais em exames de abdômen.

Equipamentos Corrente (mA)


(n° de canais)
Mínimo Máximo Média
16 40 660 146
64 79 678 198

A American Association of Physicists in Medicine define para alguns modelos de


equipamentos de diferentes marcas, o valor médio de corrente sugerido para exames de abdômen.
Dois modelos de equipamentos participantes deste estudo, LightSpeed PRO 16 e LightSpeed VCT,
são mencionados pela Associação, indicando valores de 350 e 260mA, respectivamente (AAPM,
2014).
A Figura 31 apresenta uma comparação entre os valores de corrente (mA) utilizados pelos
diferentes modelos de equipamentos com 16 canais. Observa-se que os equipamentos do modelo
LightSpeed PRO foram os únicos a apresentar aquisições com corrente acima de 350mA,
destacando-se a instituição i6, com uma corrente média de 361 mA e 60% dos exames realizados
com corrente acima da recomendação da AAPM, chegando ao valor de 497 mA em duas
aquisições. A instituição i26 utilizou uma corrente de 660 mA em uma de suas aquisições, porém
realizou 80% dos seus exames com uma corrente de 199 mA, além de uma aquisição com 337mA.
Desta forma, a instituição i26 mantém uma média de 259 mA, abaixo das recomendações
internacionais. A instituição i13 ultrapassou o valor recomendado pela AAPM em apenas uma de
suas aquisições, utilizando 351mA.
66

Figura 31 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen em equipamentos de 16 canais.

A Figura 32 apresenta os valores de corrente (mA) utilizados pelos diferentes modelos de


equipamentos com 64 canais. Observa-se que a instituição i24, com o equipamento modelo
LightSpeed VCT, utiliza o maior valor médio de corrente, aproximadamente 381 mA, chegando a
utilizar valores da ordem de 633 e 678 mA.
67

Figura 32 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de abdômen em equipamentos de 64 canais.

Os resultados mostram que cerca de 77% dos equipamentos de 64 canais participantes deste
estudo utilizaram um valor de corrente acima da recomendação da AAPM (260mA para o modelo
LightSpeed VCT) em algum de seus exames, correspondendo a 22% dos exames analisados para
equipamentos de 64 canais. Apenas três instituições (i17, i18 e i20) mantiveram os valores de
corrente dentro das recomendações. É importante ressaltar que não há uma uniformização nos
valores da corrente para o mesmo tipo de equipamento de TC. Por exemplo, a instituição i18
apresentou o menor valor médio de corrente, aproximadamente 85mA, apesar de operar com o
mesmo modelo da instituição i30, que por sua vez apresentou o segundo maior valor médio de
corrente dentre todos os equipamentos de 64 canais, correspondente a 254 mA.
68

4.3.1.3 Espessura de corte

Quanto à espessura de corte (slice thickness), a maior parte dos exames que integram este
estudo foram realizados com uma espessura de 5mm, correspondendo a 74,84% do total de dados
analisados, como apresentado na Tabela 12. Esta espessura de corte está de acordo com as
recomendações da American Association of Physicists in Medicine, que sugere uma espessura de
5mm para equipamentos da marca GE de diferentes modelos, de 8 a 128 canais, incluindo o
LightSpeed VCT e LightSpeed Pro 16, presentes deste estudo. A AAPM também enfatiza o forte
impacto que a espessura de corte exerce sobre o Cvol e dose absorvida pelo paciente (AAPM, 2015).

Tabela 12 - Número de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em


função da espessura de corte.
N° de N° de Frequência de
Parâmetro (mm)
Exames Instituições Uso (%)
1,25 23 3 7,42
2,50 5 1 1,61
Espessura de 3,75 20 2 6,45
Corte 5,00 232 25 74,84
7,50 10 1 3,23
10,00 20 2 6,45

O Colégio Brasileiro de Radiologia, por sua vez, recomenda uma espessura de corte de
3mm para exames de rotina de abdômen realizados em equipamentos a partir de 16 canais (CBR,
2015). Já a recomendação europeia salienta a necessidade de levar sempre em consideração o
tamanho do paciente, sugerindo uma espessura de corte que varia de 1 a 2,5 mm para equipamentos
de 4 e 16 canais, podendo chegar a valores inferiores a 1mm para equipamentos de 16 canais ao
adquirir imagens em pacientes considerados de tamanho pequeno (BONGARTZ et al., 2004).
Destaca-se que nenhum dos equipamentos de 4 ou 16 canais participantes deste estudo optam por
adquirir exames com a espessura de corte sugerida pela comissão europeia.
Por fim, verifica-se que variações na espessura de corte foram observadas apenas na
instituição i8, onde 60% dos exames foram realizados com a espessura de 5mm e 40% com
69

1,25mm, e na instituição i24, onde 90% dos exames foram realizados com uma espessura de 1,25
e apenas 10% com 5mm. Ressalta-se que as recomendações aqui discutidas sugerem cortes de 3
ou 5 mm, estando, grande parte dos exames realizados por estas instituições, fora dos padrões
recomendados.

4.3.1.4 Pitch

A maior parte das instituições observadas no estudo utilizam pitch maior que a unidade,
como pode-se observar na Tabela 13, totalizando 89,68% dos dados obtidos. As instituições i18,
i24 e i31 realizaram todos os exames coletados com pitch de 0,984, além da instituição i25, que
realizou 20% dos exames com pitch de 0,938 e 80% com pitch de 1,375. Observamos variação do
pitch também na instituição i30, que adquiriu 50% dos exames com pitch de 1,531 e 50% com
pitch igual a 1,375.

Tabela 13 - Numero de exames de abdômen analisados nas diversas instituições brasileiras em


função do pitch.
N° de N° de Frequência de
Pitch
Exames Instituições Uso (%)

0,938 2 1 0,65
0,984 30 3 9,68
1,375 193 20 62,26
1,500 10 1 3,23
1,531 15 2 4,84
1,750 60 6 19,35

A Figura 33 apresenta os valores de pitch utilizados pelas instituições que operam com
equipamentos de 64 canais. É interessante ressaltar que a instituição i31 possui o mesmo modelo
de equipamento (Revolution Evo) da instituição i7, que utiliza um pitch de 1,531, e da instituição
i17, que utiliza pitch de 1,375. De maneira semelhante, observa-se que a instituição i18 possui o
mesmo modelo de equipamento (Optima 660) presente em outras sete instituições (i4, i8, i9, i15,
70

i16, i20 e i30), as quais utilizam pitch de 1,375. A instituição i30 é a única que variou o valor do
parâmetro, utilizando pitch de 1,531 em 50% dos exames analisados neste estudo.

Figura 33 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de abdômen em equipamentos de 64 canais.

Com relação às duas instituições (i23 e i24) que operam com o modelo LightSpeed VCT,
ambas possuem o opcional ASIR, podendo operar com pitch de 0,984, segundo a AAPM, mas
apenas a instituição i24 opta por este valor de parâmetro. O ASIR consiste em uma ferramenta que
permite a redução do ruído nas imagens por meio de reconstruções iterativas (GE HEALTHCARE,
2019). A instituição i23 realizou todas as suas aquisições com pitch de 1,375, assim como a maioria
dos equipamentos de 64 canais analisados.
71

De forma semelhante, a Figura 34 apresenta os valores do pitch utilizados pelas instituições


que operam com equipamentos de 16 canais. Destaca-se o fato de encontrar-se os maiores valores
de pitch sendo utilizados nos equipamentos de 16 canais, localizados nas instituições i21, i27 e
i29, que utilizam o modelo Optima 520, nas instituições i12 e i19, com o modelo Brivo 385, e na
instituição i13, que utiliza o modelo LightSpeed Pro, este último não mais fabricado pela GE.

Figura 34 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de abdômen em equipamentos de 16 canais.

A instituição i25 foi a única a variar o parâmetro do pitch em algumas de suas aquisições,
utilizando 0,928 em 20% dos exames analisados e 1,375 nos 80% restantes. Esta foi a única
instituição a operar com um pitch menor que a unidade, apesar do mesmo modelo de equipamento
estar instalado em outras seis instituições (i1, i3, i12, i14, i19 e i28).
72

Com relação às recomendações internacionais, a Comissão Europeia indica valores de


pitch a partir de 0,9 para equipamentos de 4 e 16 cortes (BONGARTZ et al., 2004). A American
Association of Physicists in Medicine indica valores de pitch de 1,375 para exames de abdômen
de rotina realizados em adultos, com exceção do modelo LightSpeed VCT que dispõe da
ferramenta ASIR, podendo utilizar pitch de 0,984 (AAPM, 2015).
Estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Atômica para análise de exames
de abdômen de rotina, sem contraste, em diversos países mostrou que o valor médio do pitch
utilizado no Reino Unido e na Grécia era de 1,0, enquanto que na Índia era igual a 1,25, 1,5 na
Polônia e Tailândia e, por fim, igual a 1,6 no Canadá (IAEA, 2009). Observa-se, portanto, a
tendência de seleção do pitch maior ou igual à unidade, de forma a evitar a sobreposição de
exposição à radiação em uma mesma região anatômica, aumentando assim a irradiação ao
paciente.
A Tabela 14 apresenta os valores médios encontrados pela Agência Internacional de
Energia Atômica (IAEA, 2009) para a tensão, espessura de corte e pitch utilizados em exames de
abdômen em alguns países, em conjunto com os resultados encontrados neste estudo para
equipamentos de 16 e 64 canais.

Tabela 14 - Valores médios de tensão (kV), espessura de corte e pitch para exames de abdômen em
diferentes países (IAEA, 2009), acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para
equipamentos de 16 e 64 canais.

Espessura de Corte
País Amostra kVp Pitch
(mm)

Canadá 43 120 5,0 1,60


Grécia 54 120 7,0 1,00

Índia 51 120 2,5 1,25

Polônia 54 120 9,0 1,50

Tailândia 66 120 8,0 1,50

Reino Unido 25 120 5,0 1,00

Este Estudo (16) 170 122 5,6 1,50

Este Estudo (64) 130 120 4,2 1,30


Fonte: (IAEA, 2009) - modificado
73

4.3.1.5 Repetição de aquisições

A repetição de aquisições é um fator preocupante e pôde ser observado neste estudo. Por
diferentes motivos algumas séries foram readquiridas, entre eles: alteração de algum parâmetro de
aquisição (espessura de corte, tensão (kV) ou corrente (mA)) que não foi selecionado de maneira
adequada às características do paciente e do estudo; ou alteração do comprimento de varredura,
por erro de marcação e consequente não aquisição de todas as imagens necessárias ao laudo
médico. A Figura 35 apresenta dois relatórios de dose, de duas instituições distintas, cujo exame
foi repetido para alteração de parâmetros ou alteração do comprimento de varredura.

Figura 35 - Exemplos de relatórios de doses constando repetições de aquisições. Figura (a):


Instituição i2; Figura (b): Instituição i23.

Outro ponto observado durante a análise dos dados consiste na aquisição de alguns
topogramas (scout) além da região anatômica necessária ao estudo, como exemplificado na Figura
36, ou na necessidade de repetir o topograma por não englobar toda a região que será analisada,
ambos os casos contribuindo para um aumento na dose absorvida. Do total de 310 exames de
abdômen observados neste estudo, encontramos alguma inconsistência em 42 aquisições, seja no
74

topograma ou nos cortes tomográficos, o que representa, aproximadamente, 13,5% dos exames
coletados.

Figura 36 - Topograma adquirido pela instituição i5 para realização de exame de abdômen sem
contraste.

4.3.2 Exames de Tórax

Os parâmetros de irradiação coletados para os exames de rotina de tórax em pacientes


adultos, sem a utilização de contraste, estão apresentados no APÊNDICE C. Os resultados
mostram que todas as aquisições foram realizadas em modo helicoidal.
75

4.3.2.1 Tensão (kV)

A Tabela 15 apresenta a frequência do uso do valor da tensão nas diferentes instituições.


Os dados indicam que cerca de 89% dos exames são realizados utilizando uma tensão de 120kV,
como recomendado pela American Association of Physicists in Medicine (AAPM, 2014) e pelo
Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR, 2015). A Comissão Europeia, abordando apenas
equipamentos de 4 e 16 canais em seu guia de critérios de qualidade para equipamentos multislace,
recomenda o uso de uma tensão entre 110 e 130kV, levando em consideração as características do
paciente e do estudo em questão (BONGARTZ et al. 2004).

Tabela 15 - Número de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
da tensão de operação do tubo de raios-X.

N° de N° de Frequência de
Parâmetro (kV)
Exames Instituições Uso (%)

100 18 3 5,81

Tensão 120 276 31 89,03

140 16 7 5,16

A Tabela 16 apresenta a distribuição dos exames realizados utilizando uma tensão de


140kV, acima das recomendações internacionais e do Colégio Brasileiro de Radiologia, citadas
anteriormente. Destaca-se, portanto, a instituição i3, que realizou metade dos exames utilizando
uma tensão superior às recomendações, assim como outras três instituições (i4, 126 e i30) que
realizaram de 20 a 30% dos exames com uma tensão acima das recomendações.
76

Tabela 16 - Instituições que utilizaram tensão de 140 kV em algumas aquisições.

Tensão Frequência
Instituição Estado Modelo
(kV) de Uso (%)

i3 PE Brivo 385 50

i4 PE Optima 660 30

i7 PB Revolution EVO 10

140 i19 MG Brivo 385 10

i25 RJ Brivo 385 10

i26 RJ LightSpeed PRO 30

i30 RS Optima 660 20

A Agência Internacional de Energia Atômica indica, em estudo realizado com uma amostra
de 240 exames de tórax de rotina realizados em adultos e sem contraste, que nos países do Canadá,
Grécia, Índia, Polônia, Tailândia e Reino Unido, o valor médio de tensão utilizado corresponde a
120kV, com exceção da Índia, que apresentou valor médio de 140kV. A Tabela 17 apresenta os
valores médios dos parâmetros de aquisição utilizados nestes países para aquisição de exames de
tórax de rotina sem contraste (IAEA, 2009).

Tabela 17 - Valores médios dos parâmetros de aquisição de exames de tórax, levantados pelo estudo
da IAEA para diferentes países.
Espessura de
País Amostra kVp mAs Pitch
Corte (mm)
Canadá 43 120 268 2,0 1,0
Grécia 50 120 180 7,0 1,0
Índia 50 140 90 2,5 1,5
Polônia 38 120 225 9,5 1,5
Tailândia 32 120 90 8,0 1,5
Reino Unido 27 120 93 5,0 1,0
(IAEA, 2009) – modificado.
77

4.3.2.2 Corrente (mA)

A Tabela 18 apresenta os valores mínimo, máximo e médio para a corrente aplicada durante
a realização de exames de tórax em equipamentos de 16 e 64 canais. De maneira semelhante aos
exames de abdômen, as principais organizações internacionais, como o Colégio Brasileiro de
Radiologia, ressaltam a importância do controle automático de exposição. Desta forma, os valores
indicados pelos equipamentos durante os exames de tórax também correspondem a um valor médio
por exame.

Tabela 18 - Valores mínimo, máximo e médio de corrente utilizados em equipamentos de 16 e 64


canais em exames de tórax.

Equipamentos Corrente (mA)

(n° de canais)
Mínimo Máximo Média

16 33 596 177

64 53 798 235

Os valores de corrente (mA) para todos os exames de tórax que participam desta pesquisa
estão representados na Figura 37, na forma de diagrama Box & Whiskers. Podemos, assim,
observar que a instituição i2, que opera com o único equipamento de 4 canais presente neste estudo,
utiliza um valor de corrente constante de 350 mA. Este modelo de equipamento não possui a
funcionalidade do mA automático (Auto mA) para modulação de corrente, entretanto fica
caracterizado que o operador não levou em consideração as características anatômicas dos
pacientes, ao selecionar o mesmo parâmetro para todas as aquisições.
78

Figura 37 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax.

Os valores de corrente recomendados pela American Association of Physicists in Medicine


para os modelos LightSpeed PRO 16 e LightSpeed VCT são, respectivamente, 350 mA e 260 mA
(AAPM, 2014). Os valores de corrente para todos os equipamentos de 16 canais estão apresentados
na Figura 38, onde observa-se que os equipamentos do modelo LightSpeed PRO presentes nas
instituições i6 e i13 são os únicos a utilizar valores de corrente acima de 350mA, destacando-se
novamente, a exemplo do ocorrido nos exames de abdômen, a instituição i6 com um valor médio
de corrente de 418 mA, chegando a utilizar 596 mA em dois dos exames analisados. Apenas dois
exames realizados por esta instituição não ultrapassaram as recomendações da AAPM.
79

Figura 38 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax em equipamentos de 16 canais.

Ainda com relação aos equipamentos de 16 canais, destaca-se a instituição i13 que possui
um valor médio de corrente de 369 mA, utilizando um valor de 399 mA em 80% dos exames
analisados. Por fim, apesar de apresentar uma corrente média de 327 mA, a instituição i29, que
utiliza um equipamento modelo Optima 520, destaca-se por utilizar uma corrente de 348mA em
70% dos exames analisados, ultrapassando 300 mA em 90% dos exames obtidos.
Ao comparar os valores de corrente utilizados pelos equipamentos de 64 canais,
apresentados na Figura 39, observa-se que o modelo LightSpeed VCT presente na instituição i24
utiliza um valor médio de corrente de 528 mA, chegando a valores da ordem de 782 e 798 mA.
Apesar das recomendações da AAPM citarem apenas o modelo LightSpeed VCT, dentre os
80

participantes do estudo, é possível ter uma ideia do comportamento destes sistemas por tratar-se
todos de equipamentos de 64 canais.

Figura 39 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações da corrente
(mA) selecionada para exames de tórax em equipamentos de 64 canais.

Aproximadamente 77% dos equipamentos de 64 canais utilizaram um valor de corrente


acima da recomendação da AAPM em alguma de suas aquisições, correspondendo a 38,5% dos
exames analisados. Apenas três instituições (i8, i9 e i17) mantiveram os valores de corrente dentro
das recomendações citadas anteriormente. É importante ressaltar que a instituição i17 apresentou
o segundo menor valor médio de corrente, aproximadamente 130 mA, apesar de operar com o
mesmo modelo de equipamento da instituição i7, que apresentou o segundo maior valor médio de
81

corrente, com 334 mA. A instituição i8 apresenta a menor média dentre todos os equipamentos de
64 canais, correspondente a 85,5 mA.

4.3.2.3 Espessura de corte

Ao analisar a espessura de corte (slice thickness), observa-se que a maior fração dos exames
foram adquiridos com uma espessura de 5mm, correspondendo a 77,42% do total de exames
analisados, como demonstra a Tabela 19. A American Association of Physicists in Medicine sugere
uma espessura de 5 mm para equipamentos da marca GE de diferentes modelos, de 8 a 128 canais,
incluindo LightSpeed VCT e LightSpeed Pro 16, estando grande parte dos dados analisados de
acordo com a AAPM (AAPM, 2014).

Tabela 19 - Numero de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
da espessura de corte.

N° de Frequência de
Parâmetro (mm)
Exames Uso (%)

0.625 9 2,90
1.250 31 10,00
Espessura de 3.750 10 3,23
Corte 5.000 240 77,42
7.500 10 3,23
10.000 10 3,23

A recomendação europeia para tomógrafos de 4 e 16 canais é de 1 a 2,5 mm de espessura


de corte, a depender do tipo de exame e região sob estudo (BONGARTZ et al., 2004). Neste estudo
verifica-se que apenas 10% dos exames foram adquiridos com espessura dentro do intervalo
recomendado, sendo a instituição i13 a única a operar com um equipamento de 16 canais, modelo
LightSpeed Pro, e adquirir todos os exames com espessura de 1,25mm, dentro do intervalo
recomendado.
O Colégio Brasileiro de Radiologia sugere, para exames de tórax de rotina, uma espessura
de corte de 1 mm para equipamentos a partir de 16 canais, podendo utilizar espessuras menores
82

durante exames específicos, como no estudo de doenças pulmonares difusas, análises oncológicas
e triagem de nódulos pulmonares (CBR, 2015). Valores abaixo de 1 mm foram encontrados apenas
nas instituições i18 e i17, que utilizaram uma espessura de 0,625 mm em 80% e 10% dos exames,
respectivamente.
Variações na espessura de corte foram observadas apenas nas seguintes instituições:
instituição i23, que realizou 10% dos exames analisados com espessura de 1,25 mm e 90% com
espessura de 5 mm; instituição i18 que adquiriu 80% dos exames com espessura de 0,625 mm,
10% com 1,25 mm e 10% com 5 mm; instituição i17 com 90% dos exames com 5 mm e 10% com
0,625mm; e instituição i24, com 90% dos exames com 1,25 mm de espessura e 10% com 5 mm.

4.3.2.4 Pitch

Aproximadamente 96% das aquisições analisadas neste estudo utilizaram o valor do pitch
maior que a unidade, como pode ser observado na Tabela 20. O pitch de 1,375 é o mais utilizado
dentre as instituições analisadas, totalizando 78% de todas as aquisições.

Tabela 20 - Numero de exames de tórax analisados nas diversas instituições brasileiras em função
do pitch.

N° de Frequência de
Pitch
Exames Uso (%)

0,984 13 4,19
1,350 10 3,23
1,375 242 78,06
1,500 10 3,23
1,531 10 3,23
1,750 25 8,06

A Comissão Europeia recomenda valores acima de 0,9 para o pitch em exames de tórax,
considerando equipamentos de 4 e 16 canais (BONGARTZ et al., 2004). Já a American
Association of Physicists in Medicine indica valores de pitch de 1,375 para equipamentos da marca
GE com 16 canais, dentre eles o modelo LightSpeed Pro, e um pitch de 0,984 para equipamentos
de 64 canais como o LightSpeed VCT (AAPM, 2014) com ou sem a ferramenta ASIR. A Agência
83

Internacional de Energia Atômica, por sua vez, em levantamento realizado em diferentes países,
indica um valor médio de pitch correspondente a 1,0 em países como Canada, Grécia e Reino
Unido, e um pitch médio de 1,5 nos países da Índia, Polônia e Tailândia (IAEA, 2009).
A Figura 40 apresenta os valores do pitch utilizados pelas instituições que operam com
sistemas de 16 canais. Observa-se que apenas a instituição i29 variou o valor do pitch em suas
aquisições, utilizando 1,375 em 50 % dos exames e 1,75 nos demais. A instituição i12 também se
destaca por ser a única a utilizar um valor de pitch diferente das demais instituições que operam
com o modelo Brivo 385.

Figura 40 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de tórax em equipamentos de 16 canais.
84

Com relação as instituições que operam com sistema de 64 canais, podemos observar na
Figura 41 que a instituição i7, dentre as instituições que operam com o modelo Revolution EVO,
é a única a variar seu parâmetro de pitch, ao realizar uma de suas aquisições com um pitch de 0,984
e as demais exames com pitch de 1,375. A mesma variação de pitch é observada nas instituições
i23 e i24, que operam com o mesmo modelo de equipamento (LightSpeed VCT). Com relação as
instituições que operam utilizando equipamentos do modelo Optima 660, observamos variações
no valor do pitch apenas nas instituições i18 e i30, que utilizam valores de 0,984 e 1,531,
respectivamente, diferindo das demais instituições que operam com este modelo de tomógrafo,
que utilizam pitch de 1,375.

Figura 41 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do pitch
selecionado para exames de tórax em equipamentos de 64 canais.
85

O único equipamento de 4 canais participante deste estudo, localizado na instituição i2,


apresentou todas as suas aquisições com um valor para o pitch de 1,5. Desta forma, podemos
concluir que, no tocante ao parâmetro de pitch, nenhuma instituição apresentou valores
discrepantes com as principais recomendações internacionais, para os exames de tórax analisados
por este estudo.
Os valores médios encontrados pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA,
2009) para a tensão, espessura de corte e pitch utilizados em exames de tórax em diferentes países
estão apresentados na Tabela 21, acrescidos dos resultados encontrados neste estudo para
equipamentos de 16 e 64 canais.

Tabela 21 - Valores médios de tensão (kV), espessura de corte e pitch para exames de tórax em
diferentes países (IAEA, 2009), acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para
equipamentos de 16 e 64 canais.

Espessura de
País Amostra kVp Pitch
Corte (mm)

Canadá 43 120 2,0 1,0


Grécia 50 120 7,0 1,0
Índia 50 140 2,5 1,5
Polônia 38 120 9,5 1,5
Tailândia 32 120 8,0 1,5
Reino Unido 27 120 5,0 1,0
Este Estudo (16) 170 121 5,1 1,4
Este Estudo (64) 130 118 4,1 1,3
(IAEA, 2009) – modificado.

4.3.2.5 Repetição de aquisições

Repetições de aquisições, para alteração de parâmetros ou comprimento de varredura,


também foram identificadas em alguns exames de tórax, como exemplificado na Figura 42. Além
disso, alguns exames de tórax foram adquiridos a partir de topogramas (scout) excessivamente
longos, englobando uma região além da proposta pelo estudo, como exemplificado na Figura 43.
Aproximadamente 25% de todos os exames de tórax analisados neste estudo apresentaram alguma
86

inconsistência, o que corresponde a 77 exames, seja no topograma ou nos cortes tomográficos,


devido a exposição de uma região além da necessária para o estudo ou repetições de aquisições
por conta da seleção incorreta dos valores de alguns parâmetros.

Figura 42 - Exemplo de relatório de dose de exame realizado pela instituição i7, constando
repetições de aquisições.

Figura 43 - Topograma adquirido pela instituição i2 (a) e pela instituição i4 (b) para realização de
exame de tórax sem contraste.
87

4.4 ESTUDO DOSIMÉTRICO

Os índices volumétricos de kerma ar (Cvol) e os produtos da dose pelo comprimento de


varredura (DLP), para os exames de tórax e abdômen de rotina realizados em pacientes adultos,
foram obtidos a partir dos relatórios de dose emitidos pelo equipamento de tomografia
computadorizada, ao término de cada aquisição.
A American Association of Physicists in Medicine (AAPM), em sua publicação de número
204, apresenta o método para estimativa de dose a partir das características físicas do paciente,
conhecido como Size-Specific Dose Estimates (SSDE). Este método tem como objetivo principal
determinar um fator de correção para o valor do Cvol apresentado pelo equipamento em seu
relatório de dose, uma vez que este último é calculado levando em consideração um fantoma
padrão de 16 cm para cabeça e 32 cm para o corpo (AAPM, 2011).
Entretanto, o objetivo principal deste estudo consiste no levantamento dos parâmetros de
aquisição utilizados nos exames, em conjunto com os valores de Cvol estimados pelos
equipamentos, permitindo a comparação com as recomendações internacionais, que levam em
consideração os valores calculados a partir dos fantomas padrões de 16 cm e 32 cm. Desta forma,
não se fez necessário realizar correções a partir do método SSDE, permitindo que a análise
utilizasse os relatórios de dose dos equipamentos.

4.4.1 Índice volumétrico de kerma ar (Cvol) em exames de abdômen

Os valores de Cvol para exames de rotina de abdômen, realizados em adultos, estão


apresentados no APÊNDICE B. A Figura 44 apresenta a distribuição do índice volumétrico de
kerma ar para todas as instituições participantes do estudo, na forma de diagrama Box & Whiskers.
Nesta distribuição pode-se observar alguns pontos fora do intervalo do diagrama, representando
exames cujo Cvol ultrapassou os valores comumente utilizados pela instituição.
88

Figura 44 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen.

Os principais fatores observados durante o estudo, responsáveis por um Cvol fora dos
valores normalmente esperados para este tipo de exame, consistem na seleção de parâmetros não
condizentes com as recomendações internacionais e na repetição de aquisições, para alteração de
parâmetros ou comprimento de varredura. A Figura 45 mostra o relatório de dose de um exame
adquirido pela instituição i24 com parâmetros não otimizados, utilizando um valor de corrente da
ordem de 500 mA e pitch menor que a unidade, resultando em um Cvol de 34,16 mGy.
89

Figura 45 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24.

Para exemplificar casos de repetição de aquisições, a Figura 46 apresenta o relatório de


dose para um exame realizado pela instituição i2, único equipamento de 4 canais a participar do
estudo, onde observa-se uma repetição das aquisições utilizando o mesmo intervalo de varredura,
o que resultou em um Cvol quatro vezes maior que o esperado, atingindo 55,96mGy. O mesmo
acontece com o exame realizado pela instituição i22, que atingiu 34,37mGy.

Figura 46 - Exemplos de relatórios de doses constando repetições de aquisições. Figura (a):


Instituição i2; Figura (b): Instituição i22.
90

Outro ponto a destacar-se consiste na aquisição de uma região anatómica menor que a
requisitada para análise das estruturas e laudo médico, sendo necessária a complementação do
exame em questão, levando a uma exposição maior que esperada para o estudo. A Figura 47
exemplifica este tipo de prática, apresentando o relatório de dose fornecido ao término de um
exame realizado pela instituição i24.

Figura 47 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24.

Estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Atômica aponta os valores médios
do índice volumétrico de kerma ar para alguns países, como demonstrado na Tabela 22. Observa-
se que a Grécia apresenta o maior valor médio, com um Cvol de 19,50 mGy, seguida pela Polônia,
Canadá e Índia. A Tailândia e o Reino Unido apresentam os menores valores para o índice
volumétrico de kerma ar, equivalente a 9,50 mGy (IAEA, 2009).

Tabela 22 - Valores do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) médio para exames de abdômen em
alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica.
DLP
País Amostra Cvol (mGy)
(mGy.cm)

Canadá 43 14,40 696

Grécia 54 19,50 740

Índia 51 12,60 459

Polônia 54 15,80 550

Tailândia 66 9,50 402

Reino Unido 25 9,50 446


(IAEA, 2009) – modificado.
91

A Comissão Europeia indica, para equipamentos de 4 e 16 canais, valores de C vol abaixo


de 15mGy para exames de abdômen de propósito geral, mantendo-se abaixo de 25mGy em casos
específicos de estudos do fígado, baço, pâncreas e glândulas suprarrenais (BONGARTZ et al.,
2004). Em contrapartida, o Reino Unido indica, em seu Diagnostic Reference Levels (DRLs) para
equipamentos multislice, índices de Cvol de 14mGy para exames de abdômen realizados em adultos
(IPEM, 2004).
Na Figura 48 observa-se o índice médio de kerma ar (Cvol) para todas as instituições
participantes do estudo. Estabelecendo uma linha de referência em 14mGy, de acordo com as DLRs
do Reino Unido para equipamentos multislices, observa-se que dez instituições que ultrapassam
este valor: i2, i6, i13, i14, i20, i23, i24, i26, i29 e i31.

Figura 48 - Índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) em exames de abdômen, para todas as
instituições participantes do estudo.

40

35

30

25
Cvol (mGy)

20

15

10

0
i1 i3 i5 i7 i9 i11 i13 i15 i17 i19 i21 i23 i25 i27 i29 i31
Instituições

Na Tabela 23 pode-se observar as dez instituições que ultrapassam as recomendações


(DRLs) do Reino Unido quanto ao índice volumétrico de kerma ar, bem como os modelos dos
equipamentos e seus anos de instalação.
92

Tabela 23 - Instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao


índice volumétrico de kerma ar em exames de abdômen.

Cvol médio Modelo do Número Ano de


Estado Tipo Instituição
(mGy) Equipamento de Canais Instalação

PE Prv i2 17.52 LightSpeed QXi 4 2012

RN Prv i6 20.25 LightSpeed PRO 16 2006

GO Prv i13 20.24 LightSpeed PRO 16 2011

GO Prv i14 14.88 Brivo 385 16 2016

SP Prv i20 16.36 Optima 660 64 2016

ES Prv i23 14.83 LightSpeed VCT 64 2007

RJ Prv i24 34.64 LightSpeed VCT 64 2017

RJ Prv i26 16.24 LightSpeed PRO 16 2006

RS Pub i29 24.64 Optima 520 16 2016

SC Prv i31 16.39 Revolution EVO 64 2018

* Prv: instituição privada; Pub: instituição pública.

Analisando apenas as instituições que operam com equipamentos de 16 canais, observa-se


na Figura 49 que os equipamentos do modelo LightSpeed PRO apresentaram os maiores valores
médios de Cvol, com exceção da instituição i29 que opera com o modelo Optima 520 e apresentou
o maior valor médio dentre todos os sistemas analisados, equivalente a 26,64 mGy. Destaca-se que
a instituição i29 opera com o mesmo modelo de equipamento da instituição i21, que possui o
terceiro menor valor médio de Cvol, de 7,60 mGy.
93

Figura 49 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen realizados em equipamentos de 16 canais.

A instituição i14 destaca-se por operar com o modelo Brivo 385, o mesmo encontrado em
outras 6 instituições, porém com um valor médio de C vol de 14,89 mGy, quase o dobro do valor
encontrado como valor médio para a instituição i19, de 7,46 mGy, que também opera com este
modelo de equipamento e apresenta o segundo menor valor médio. A instituição i10 apresenta o
menor valor médio para o índice volumétrico de kerma no ar, de 7,34 mGy, operando com o
modelo Revolution ACT.
Com relação às instituições que operam com equipamentos de 64 canais, apresentadas na
Figura 50, destaca-se a instituição i24, que opera com o modelo LightSpeed VCT, cujo valor médio
do Cvol foi de 34,64 mGy, bastante acima das recomendações internacionais. O equipamento
apresentou repetições de exames em 50% dos dados coletados, chegando a atingir 67,13 mGy em
94

um dos exames, como pode ser visto no relatório de dose mostrado na Figura 51 utilizando uma
corrente (mA) de 708 mA em uma das aquisições.

Figura 50 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de abdômen realizados em equipamentos de 64 canais.

Figura 51 - Relatório de dose de exame de abdômen realizado pela instituição i24.


95

A instituição i31 também se destaca por apresentar o segundo maior valor médio de C vol,
de 16,39 mGy, apesar de operar com o equipamento modelo Revolution EVO, o mais moderno
dentre os modelos participantes do estudo. Em contrapartida, a instituição i17, que também opera
com este mesmo modelo de equipamento, apresentou o menor valor médio de C vol, de 6,60 mGy,
dentre todos os equipamentos participantes do estudo, independentemente do número de canais.

4.4.2 Produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP) em exames de abdômen

A Figura 52 apresenta a distribuição do produto da dose pelo comprimento de varredura,


para exames de abdômen realizados em equipamentos de 16 canais. Além disto, o gráfico também
apresenta os valores médios encontrados em países participantes do estudo realizado pela Agência
Internacional de Energia Atômica (IAEA, 2009), que aponta a Tailândia com o menor valor médio
para o DLP, correspondente a 402 mGy.cm, e a Grécia com o maior valor médio, de 740 mGy.cm.

Figura 52 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de abdômen realizados
em equipamentos de 16 canais.
96

Dentre as instituições que utilizam equipamentos de 16 canais, destacam-se as instituições


com o modelo LightSpeed PRO, que apresentaram valores de aproximadamente 1010 mGy.cm
para a instituição i6, 913mGy.cm para a instituição i13 e 766 mGy.cm para a instituição i26. Além
disto, outra instituição que se destacou, por apresentar um DLP médio acima do valor máximo
encontrado pela IAEA, foi a instituição i29, que apresentou valor médio de cerca de 917 mGy.cm
com o modelo Optima 520, o mesmo modelo encontrado na instituição i21 que apresentou DLP
médio de 357 mGy.cm, o segundo menor valor encontrado para os equipamentos de 16 canais. A
instituição i12, que possui o modelo Optima 660, apresentou o menor valor médio do DLP,
correspondente a 355 mGy.cm.
Analisando as instituições que utilizam equipamentos com 64 canais, demonstradas na
Figura 53, observa-se que a instituição i24 apresentou um DLP médio de 1825 mGy.cm, chegando
a cerca de 3822 mGy.cm em uma de suas aquisições. Destaca-se, também, a instituição i20 que
apresentou o segundo maior DLP médio, de 892 mGy.cm, enquanto que a instituição i18, que
possui o mesmo modelo de equipamento, apresentou DLP médio de 426 mGy.cm. O mesmo
observa-se ao comparar as instituições i31, com um DLP médio de 890 mGy.cm, e a instituição
i17, com o menor DLP médio, de 342 mGy.cm, ambas utilizando o modelo Revolution EVO. A
instituição i2, única com equipamento de 4 canais, apresentou um DLP médio de aproximadamente
889 mGy.cm, chegando a atingir 2928 mGy.cm em uma de suas aquisições.
97

Figura 53 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de abdômen realizados
em equipamentos de 64 canais.

Por fim, a Tabela 24 apresenta os valores médios do Cvol e do DLP para exames de
abdômen realizados em adultos, sem contraste, nos países participantes do estudo da Agência
Internacional de Energia Atômica, em conjunto com os valores médios encontrados no Brasil, para
equipamentos de 16 e 64 canais. Observa-se que os equipamentos de 64 canais apresentaram os
maiores valores médios de Cvol e DLP, aproximando-se dos países com maiores valores médios
como Grécia, Polônia e Canadá.
98

Tabela 24 - Valores das médias do índice volumétrico de kerma ar (C vol) e do DLP para exames de
abdômen em alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica,
acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para equipamentos de 16 e 64 canais.

País Amostra Cvol (mGy) DLP (mGy.cm)

Canadá 43 14,4 696


Grécia 54 19,5 740
Índia 51 12,6 459
Polônia 54 15,8 550
Tailândia 66 9,5 402
Reino Unido 25 9,5 446
Este Estudo (16) 170 12,6 573

Este Estudo (64) 130 14,5 728


Fonte: (IAEA, 2009) – modificado.

4.4.3 Índice volumétrico de kerma ar (Cvol) em exames de tórax

A Figura 54 apresenta a distribuição do índice volumétrico de kerma ar para todos os


exames de tórax participantes do estudo, na forma de diagrama Box & Whiskers. Pode-se observar
pontos fora do intervalo do diagrama, indicando exames cujo C vol ultrapassou os valores
comumente utilizados pela instituição. Os valores de C vol para exames de rotina de tórax,
realizados em adultos, sem a utilização de contraste estão apresentados no APÊNDICE C.
99

Figura 54 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax.

A instituição i2, único equipamento de 4 canais a participar do estudo, destaca-se por


utilizar os mesmos parâmetros de tensão e corrente em todas as aquisições. Esta instituição também
apresentou repetições de aquisições em dois exames, atingindo valores de Cvol de 44,19 mGy e
66,30 mGy. A Figura 55 mostra o relatório de dose para um dos exames com repetições de
aquisições, onde foi mantido o comprimento de varredura.
100

Figura 55 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i2.

A instituição i29 apresentou o maior valor médio de Cvol, equivalente a 38,40 mGy,
chegando a atingir 63,08 mGy em um dos exames analisados. É importante ressaltar que foram
encontradas repetições de aquisições em 90% dos dados coletados nesta instituição, como
exemplificado pelo relatório de dose mostrado na Figura 56.

Figura 56 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i29.

A Agência Internacional de Energia Atômica aponta, em estudo realizado em 2009, os


valores médios do índice volumétrico de kerma ar para exames de tórax em alguns países,
demonstrados na Tabela 25. A Grécia apresenta o maior valor médio, com um Cvol de 19,50 mGy,
seguida pela Polônia, Índia e Canadá. A Tailândia e o Reino Unido apresentam os menores valores
para o índice volumétrico de kerma ar, equivalentes a 7,2 mGy e 6,4 mGy, respectivamente (IAEA,
2009).
101

Tabela 25 - Valores médios do índice volumétrico de kerma ar para exames de tórax em alguns
países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica.

DLP
País Amostra Cvol (mGy)
(mGy.cm)

Canadá 43 8,8 294


Grécia 50 19,5 540
Índia 50 12,3 355
Polônia 38 14,2 447
Tailândia 32 7,2 247
Reino Unido 27 6,4 203
Fonte: (IAEA, 2009) – modificado.

A Comissão Europeia indica, para equipamentos de 4 e 16 canais, valores de C vol abaixo


de 10mGy para exames de tórax (BONGARTZ et al., 2004). Em contrapartida, o Reino Unido
indica, em seu Diagnostic Reference Levels (DRLs) para equipamentos multislice, índices de Cvol
de 13mGy para exames de tórax realizados em adultos para estudo de pulmões e 14 mGy para
estudo do fígado (IPEM, 2004).
O índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) para exames de tórax está representado na
Figura 57, para todas as instituições participantes do estudo. Ao considerar uma linha de referência
em 14mGy, o maior valor do C vol indicado, de acordo com as DLRs do Reino Unido para
equipamentos multislices, observa-se que oito instituições ultrapassam este valor: i2, i4, i6, i7, i13,
i16, i29 e i30.
102

Figura 57 - Índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) em exames de tórax, para todas as
instituições participantes do estudo.

45

40

35

30
Cvol (mGy)

25

20

15

10

0
i1 i3 i5 i7 i9 i11 i13 i15 i17 i19 i21 i23 i25 i27 i29 i31
Instituições

As oito instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao


índice volumétrico de kerma ar estão indicadas na Tabela 26. Destaca-se o fato de quatro destas
instituições terem seus equipamentos instalados nos últimos 3 anos, o que indica que os técnicos
radiologistas foram recentemente treinados quanto ao modo de operação dos sistemas e construção
de protocolos de aquisição.
103

Tabela 26 - Instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao


índice volumétrico de kerma ar em exames de tórax.

Número
Cvol médio Modelo do Ano de
Estado Tipo Instituição de
(mGy) Equipamento Instalação
Canais

PE Prv i2 30,04 LightSpeed QXi 4 2012

PE Prv i4 14,92 Optima 660 64 2016

RN Prv i6 18,80 LightSpeed PRO 16 2006

PB Prv i7 14,12 Revolution EVO 64 2018

GO Prv i13 17,55 LightSpeed PRO 16 2011

DF Prv i16 19,60 Optima 660 64 2016

RS Pub i29 38,40 Optima 520 16 2016

RS Prv i30 15,03 Optima 660 64 2014


* Prv: instituição privada; Pub: instituição pública.

A Figura 58 apresenta a distribuição do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) para as


instituições que operam com equipamentos de 16 canais. A instituição i29 destaca-se por
apresentar o maior valor médio para o Cvol, equivalente a 38,40 mGy, dentre todos os equipamentos
participantes do estudo. As instituições i11 e i22, que operam com o mesmo modelo de
equipamento, apresentaram valores médios de Cvol da ordem de 8,7 mGy, o que demonstra a
discrepância dos valores empregados pela instituição i29, consequência direta das constantes
repetições de aquisições mencionadas anteriormente, observadas em 90% dos exames analisados.
104

Figura 58 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 16 canais.

As instituições i6 e i13, que utilizam o modelo LightSpeed PRO, apresentaram valor médio
de Cvol de 18,8 mGy e 17,55 mGy, respectivamente, acima das recomendações internacionais e do
valor médio encontrado para a instituição i26, que opera com o mesmo modelo de equipamento e
apresentou Cvol médio de 9,57 mGy. Dentre os modelos de 16 canais, a instituição i5 apresentou o
menor valor médio de Cvol, de 6,08 mGy, o terceiro menor valor dentre todos os equipamentos
analisados neste estudo, operando com o modelo Revolution ACT.
Dentre os equipamentos de 64 canais, de acordo com a distribuição do C vol médio
apresentada na Figura 59, destacam-se as instituições i8 e i17, que apresentaram os menores
valores médios de Cvol, 4,51 mGy e 4,83 mGy respectivamente. Estas instituições destacam-se,
105

também, pela consistência nos valores empregados em seus exames, não apresentando grandes
variações entre aquisições.

Figura 59 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de
kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 64 canais.

As instituições i4 e i30, que operam com o mesmo modelo de equipamento presente na


instituição i8, apresentaram valores médios de C vol expressivamente maiores, da ordem de 15 mGy.
O mesmo foi observado para as instituições i7 e i31, quando comparadas à instituição i17,
apresentando valores médios de Cvol de 14,12 mGy e 13,2 mGy, respectivamente.
Um importante fator para a discrepância entre valores médios de Cvol, ao comparar
instituições que utilizam o mesmo modelo de equipamento, consiste principalmente na repetição
de aquisições. A instituição i31, por exemplo, apresentou repetição de aquisições em 80% dos
106

dados analisados, o que não foi encontrado nos exames realizados pela instituição i17. Da mesma
forma, verificou-se repetições de aquisições em 50% dos exames da instituição i30 analisados
neste estudo, sem nenhuma ocorrência nos exames da instituição i8.

4.4.4 Produto da dose pelo comprimento de varredura (DLP) em exames de tórax

A Figura 60 apresenta a distribuição dos valores médios de DLP para equipamentos de 16


canais, em exames de tórax, acrescido do maior e menor DLP médio encontrado no estudo da
IAEA, correspondendo a 540 mGy.cm na Grécia e 203 mGy.cm no Reino Unido, para efeito de
comparação.

Figura 60 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de tórax realizados em
equipamentos de 16 canais.
107

Observa-se que a instituição i29 apresentou o maior valor médio para o DLP, com cerca
de 904 mGy.cm, apesar de utilizar o mesmo modelo de equipamento encontrado na instituição i27,
que por sua vez apresentou um DLP médio de 267 mGy.cm. As instituições i6 e i13 também se
destacam por apresentarem médias acima do valor encontrado na Grécia, correspondentes a
aproximadamente 670 mGy.cm e 585 mGy.cm, respectivamente. A instituição i2, única com
equipamento de 4 canais, apresentou um DLP médio de 1024 mGy.cm, chegando a 1777 mGy.cm
em uma de suas aquisições.
Analisando a distribuição do DLP médio para os equipamentos de 64 canais, apresentada
na Figura 61, observa-se que a instituição i4 apresentou o maior DLP médio, de 585 mGy.cm,
apesar de utilizar o mesmo equipamento da instituição i8, com média de 190 mGy.cm, o menor
valor entre todas as instituições participantes do estudo. Da mesma forma, as instituições i7 e i17,
que possuem o modelo Revolution EVO, apresentaram médias de 523 mGy.cm e 197 mGy.cm,
respectivamente, mostrando a existência de grandes variações entre os DLPs médios encontrados
em instituições com a mesma tecnologia, o que é reforçado ao comparar as instituições i23 e i24,
com o modelo LightSpeed VCT.
108

Figura 61 - Produto da dose pelo comprimento de varredura para exames de tórax realizados em
equipamentos de 64 canais.

Por fim, a Tabela 27 apresenta os valores médios do índice volumétrico de kerma ar (C vol)
e do DLP encontrados no estudo da IAEA para diferentes países, em conjunto com os valores
médios encontrados neste estudo para equipamentos de 16 e 64 canais (IAEA, 2009). Assim, de
forma semelhante a encontrada nos exames de abdômen, temos que os equipamentos de 64 canais
apresentaram os maiores valores médios de C vol e DLP para os exames de tórax realizados em
adultos, sem a utilização de contraste.
109

Tabela 27 - Valores médios do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) e do DLP para exames de
tórax em alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica,
acrescidos dos valores médios encontrados neste estudo para equipamentos de 16 e 64 canais.

DLP
País Amostra Cvol (mGy)
(mGy.cm)

Canadá 43 8,8 294


Grécia 50 19,5 540
Índia 50 12,3 355
Polônia 38 14,2 447
Tailândia 32 7,2 247
Reino Unido 27 6,4 203
Este Estudo (16) 170 11,1 367
Este Estudo (64) 130 11,3 392
(IAEA, 2009) - modificado

4.4.5 Dose absorvida nos órgãos em exames de abdômen

A Tabela 28 apresenta os valores máximo, mínimo e médio para a dose absorvida em


diversas regiões, calculada a partir do programa CALDose_XCT, para exames de abdômen. Dentre
os órgãos ou tecidos listados, destacam-se os rins, fígado, pâncreas e baço com os maiores valores
de dose absorvida.
110

Tabela 28 - Lista dos órgãos para os quais a ferramenta CALDose_XCT calculou a dose absorvida
(mGy) em exames de abdômen, bem como os valores mínimos, máximo e médios da dose absorvida
para as instituições i2, i6, i13, i23 e i26.
i2 i6 i13 i23 i26
LightSpeed Qxi* LightSpeed PRO* LightSpeed PRO LightSpeed VCT* LightSpeed PRO
Orgão/Tecido Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio
Adrenais 8.74 34.41 15.27 7.97 15.40 11.87 11.30 25.28 16.06 4.19 13.74 9.38 6.14 27.44 12.96
Parede da Bexiga 0.19 0.85 0.36 0.28 0.33 0.30 0.29 0.64 0.39 1.61 3.43 2.66 0.18 0.59 0.36
Parede do Cólon 4.65 17.80 7.99 3.16 8.02 5.78 6.69 14.96 9.67 1.43 3.32 2.68 2.44 14.29 6.41
Mamas 1.01 3.75 2.54 0.79 3.96 2.60 1.26 5.19 3.79 1.83 10.45 5.64 0.61 7.05 2.90
Rins 9.41 39.63 17.09 8.97 17.27 13.35 14.18 31.73 19.68 4.69 15.71 10.63 6.91 30.76 14.54
Fígado 8.96 42.43 17.47 9.72 16.09 13.23 13.82 34.62 20.03 0.93 17.00 7.39 7.49 28.66 14.01
Pulmões 1.63 8.72 3.43 2.00 3.25 2.64 3.22 7.21 4.11 0.66 3.92 2.14 1.54 5.30 2.66
Músculo 1.38 7.55 2.94 1.62 2.62 2.14 2.59 6.41 3.52 0.85 2.72 1.87 1.24 4.36 2.18
Esófago 1.63 8.64 3.41 1.97 3.20 2.49 2.79 6.64 3.71 3.22 10.06 6.05 1.52 4.88 2.49
Pâncreas 10.82 46.78 19.96 10.74 19.77 15.50 14.70 35.61 21.48 0.94 14.89 6.60 8.27 35.22 16.81
Parede do Intestino Delgado 3.18 13.05 5.69 2.20 5.65 4.03 4.59 10.27 6.35 2.01 9.89 5.46 1.70 10.07 4.51
Pele** 7.78 38.30 15.54 8.74 14.21 11.92 15.65 35.02 20.64 4.48 17.74 11.19 6.74 24.87 12.27
Baço 8.06 38.23 15.73 8.80 14.30 12.04 14.11 32.23 19.07 5.34 16.41 11.54 6.78 25.46 12.51
Parede do Estômago 9.98 46.39 19.23 10.51 17.78 14.45 14.61 36.38 21.37 0.42 18.09 7.30 8.10 31.68 15.41
Timo 0.75 3.59 1.47 0.83 1.44 1.21 1.46 3.28 1.89 0.09 1.56 0.68 0.64 2.56 1.24
Parede do Coração 2.06 10.02 4.08 2.48 4.03 3.37 3.61 8.08 4.73 1.20 4.84 3.03 1.91 7.03 3.47
Linfonodos 2.38 12.65 4.99 2.57 4.18 3.47 3.77 10.00 5.54 0.95 3.42 2.24 1.98 7.45 3.66
Parede da Vesícula Biliar 10.49 47.97 20.02 10.40 20.18 15.61 16.20 39.18 23.46 5.46 16.84 11.82 8.01 35.96 16.97
Esqueleto 3.59 13.37 6.08 2.88 6.38 4.81 4.80 10.75 7.10 1.64 4.57 3.36 2.22 11.36 5.22
*LightSpees Qxi - 4 canais; LightSpeed PRO - 16 canais; LightSpeed VCT - 64 canais.
**Área coberta pelo feixe de Raio-X.

A Figura 62 apresenta a dose absorvida média nos rins, fígado, pâncreas e baço, para as
cinco instituições selecionadas (i2, i6, i13, i23 e i26). Observa-se que, apesar das instituições i6,
i13 e i26 operarem com o mesmo modelo de equipamento, LightSpeed PRO, há uma variação
considerável na dose absorvida por estes órgãos.
111

Figura 62 - Dose absorvida nos rins (R), fígado (F), pâncreas (Pa) e baço (B), em exames de
abdômen realizados nas instituições i2, i6, i13, i23, i26.

Por meio do diagrama Box & Whiskers apresentado na Figura 63 para um dos órgãos
citados, no caso o pâncreas, é possível evidenciar a distribuição da dose absorvida e variação entre
instituições que utilizam mesmo modelo de equipamento. A instituição i6 apresenta valor médio
de 21,48 mGy, chegando a atingir 35,61 mGy, enquanto que a instituição i26 apresenta média de
10,36 mGy. Destaca-se, também, a instituição i2, que utiliza o modelo LightSpeed QXi com 4
canais e apresenta uma média de 19,96 mGy, chegando a 46,78 mGy em uma de suas aquisições,
bem como a instituição i23, com modelo LightSpeed VCT de 64 canais, cuja média é de 16,81
mGy, chegando a 35,22 mGy em um dos exames.
112

Figura 63 - Distribuição da dose absorvida no pâncreas em exames de abdômen, para as


instituições i2, i6, i13, i23, i26.

4.4.6 Dose absorvida nos órgãos em exames de tórax

Calculados a partir do programa CALDose, para exames de tórax, a Tabela 29 apresenta


os valores mínimo, máximo e médio para a dose absorvida em diferentes regiões. Dentre os órgãos
ou tecidos listados pelo programa, aqueles que apresentaram maiores valores de dose absorvida
foram as mamas, pulmões, tireoide e parede do coração.
113

Tabela 29 - Lista dos órgãos para os quais a ferramenta CALDose calculou a dose absorvida (mGy)
em exames de tórax, bem como os valores mínimos, máximo e médios da dose absorvida para as
instituições i2, i6, i13, i23 e i26.
i2 i6 i13 i23 i26
LightSpeed Qxi* LightSpeed PRO* LightSpeed PRO LightSpeed VCT* LightSpeed PRO
Orgão/Tecido Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio
Adrenais 22.72 63.81 34.67 6.85 23.80 15.20 4.22 17.01 9.14 1.77 11.04 6.51 1.77 17.01 9.47
Cérebro 0.32 1.43 0.62 0.11 0.38 0.24 0.18 0.39 0.30 0.07 0.29 0.16 0.07 0.39 0.24
Mucosa Oral 3.99 14.89 6.69 1.34 4.66 2.98 1.92 4.16 3.25 0.88 3.27 1.87 0.88 4.16 2.64
Parede do Cólon 0.57 2.84 1.20 0.16 0.55 0.35 0.24 0.59 0.43 0.13 0.53 0.25 0.13 0.59 0.35
Mamas 35.70 105.20 50.31 10.60 36.82 23.52 12.50 27.08 22.45 5.08 20.85 13.63 5.08 27.08 18.13
Rins 12.08 38.26 17.93 2.69 9.35 5.97 2.74 6.68 5.18 1.25 5.26 3.26 1.25 6.68 4.36
Figado 17.18 60.35 27.54 3.69 12.81 8.18 4.87 10.55 8.46 2.23 8.52 5.42 2.23 10.55 6.86
Pulmões 46.16 151.90 70.48 14.95 51.96 33.19 18.14 39.29 32.27 7.94 32.46 19.26 7.94 39.29 26.17
Músculo 12.00 34.87 16.74 3.72 12.91 8.25 3.97 9.23 7.25 1.65 6.71 4.27 1.65 9.23 6.07
Esófago 40.95 136.20 63.02 13.00 45.19 28.86 16.28 35.25 28.69 7.41 30.46 18.07 7.41 35.25 23.30
Pâncreas 3.72 13.28 6.04 0.91 3.16 2.02 1.13 2.44 2.03 0.58 2.14 1.23 0.58 2.44 1.64
Parede do Intestino Delgado 0.45 1.91 0.83 0.12 0.41 0.26 0.15 0.37 0.28 0.09 0.34 0.18 0.09 0.37 0.23
Pele** 44.37 137.30 64.77 14.45 50.22 32.07 16.46 35.89 29.93 6.83 28.04 16.67 6.83 35.89 24.24
Baço 16.34 67.69 29.72 2.92 10.13 6.47 3.82 8.27 6.83 1.63 7.28 3.91 1.63 8.27 5.40
Parede do Estômago 9.01 39.54 17.14 1.98 6.88 4.40 2.98 6.44 5.11 1.33 5.53 2.98 1.33 6.44 4.05
Glândulas Salivares 3.18 11.64 5.26 0.97 3.37 2.15 1.40 3.03 2.43 0.60 2.63 1.43 0.60 3.03 1.92
Timo 47.90 154.30 72.00 16.36 56.85 36.31 19.42 42.04 34.32 8.50 34.18 21.31 8.50 42.04 28.12
Tireoide 21.49 102.70 43.77 8.03 27.91 17.83 12.88 27.90 21.41 6.73 23.55 14.76 6.73 27.90 17.35
Via Aéria Estratorácica 2.25 8.45 3.79 0.80 2.76 1.76 1.09 2.37 1.91 0.53 2.07 1.19 0.53 2.37 1.53
Parede do Coração 48.73 155.20 72.64 15.85 55.06 35.17 18.40 39.85 32.84 8.09 33.09 20.26 8.09 39.85 26.87
Linfonodos 15.03 69.34 29.76 4.87 16.91 10.80 8.33 18.04 13.89 3.59 14.80 7.74 3.59 18.04 10.93
Esqueleto 27.07 95.06 43.38 8.51 29.56 18.88 10.83 23.45 19.14 4.77 19.45 11.18 4.77 23.45 15.41
*LightSpees Qxi - 4 canais; LightSpeed PRO - 16 canais; LightSpeed VCT - 64 canais.
**Área coberta pelo feixe de Raio-X.

Para os exames de tórax, a dose absorvida nos órgãos foi analisada para as mamas,
pulmões, tireoide e parede do coração, uma vez que o programa CALDose apresenta maiores doses
absorvidas nestas regiões em sua análise. Desta forma, a Figura 64 apresenta a dose absorvida nos
órgãos para as instituições cujos modelos estão presentes na ferramenta (i2, i6, i13, i23 e i26).
114

Figura 64 - Dose absorvida nas mamas (M), pulmões (P), tireoide (T) e parede do coração (PC), em
exames de tórax realizados nas instituições i2, i6, i13, i23, i26.

Identifica-se uma variação considerável entre as instituições cuja dose absorvida nos
órgãos mencionados foi analisada, o que fica evidenciado ao observar o diagrama Box & Whiskers
mostrado na Figura 65, com a variação da dose absorvida em exames de mama. Destaca-se a
instituição i26, por apresentar uma dose absorvida média de 13,63 mGy, bastante inferior às
instituições i6 e i13, que operam com o mesmo modelo de equipamento, cujas doses absorvidas
médias são de 22,4 mGy e 23,5 mGy, respectivamente. É importante ressaltar também a instituição
i2, que apresenta uma dose absorvida média nas mamas de 50,31 mGy, chegando a atingir
105,2mGy em um de seus exames.
115

Figura 65 - Distribuição da dose absorvida nas mamas em exames de tórax, para as instituições i2,
i6, i13, i23, i26.
116

5 CONCLUSÃO

A partir dos resultados deste trabalho pode-se concluir que:


Os protocolos de exames de tórax e abdômen, sem contraste, para pacientes adultos não
estão padronizados entre instituições que utilizam os mesmos modelos de equipamentos. Além
disso, os valores de tensão (kV) e de corrente (mA), no conjunto de instituições avaliadas, não
estão otimizados, uma vez que cerca de 77% dos equipamentos de 64 canais e todos os
equipamentos de 16 canais modelo LightSpeed PRO ultrapassam os valores de corrente (mA)
recomendados. Por outro lado, com relação a espessura de corte, grande parte das instituições
analisadas neste estudo estão de acordo com as recomendações internacionais, com uma tendência
de não variação deste parâmetro entre as aquisições. O mesmo observa-se para o pitch, que tende
a se manter constante e maior que a unidade.
As repetições de aquisições estão bastante presentes, bem como a aquisição de topogramas
que não condizem com a região em estudo. Estas inconsistências foram detectadas em 13,5% dos
exames de abdômen e 25% dos exames de tórax, o que influencia diretamente no aumento do
índice volumétrico de kerma ar (Cvol) e, consequentemente, na dose absorvida nos órgãos. Estas
repetições devem-se, principalmente, à seleção equivocada de parâmetros de aquisição e/ou
comprimento de varredura, o que pode indicar a necessidade de treinamento dos operadores e de
uma maior interação com o médico radiologista, responsável pelo laudo dos exames.
Foi observada, também, uma variação considerável das doses absorvidas nos órgãos entre
as instituições, não associada a tecnologia, evidenciando a importância da seleção apropriada dos
parâmetros de aquisição das imagens para minimização dos riscos.
Estes dados mostram a falta de conhecimento dos profissionais da radiologia com relação
ao equipamento de tomografia computadorizada, os riscos da radiação e a necessidade de
otimização dos procedimentos, de modo a se obter uma imagem com qualidade para o diagnóstico
com a menor dose ao paciente. Os resultados obtidos neste trabalho são um marco na área de
proteção radiológica em tomografia computadorizada e podem contribuir para programas de
garantia de qualidade em radiodiagnóstico e de otimização dos procedimentos de TC, bem como
na formação dos profissionais envolvidos.
117

6 PERSPECTIVAS

Como consequência dos resultados obtidos a partir deste estudo, a empresa GE está
desenvolvendo um projeto interno com o intuito de identificar equipamentos com protocolos cujos
parâmetros não condizem com as recomendações internacionais. A partir do índice de falha do
tubo de raios-X, do mAs total e do número de exames realizados por cada equipamento, a empresa
visa desenvolver uma ferramenta que possa alertar para potenciais riscos ao paciente, permitindo
que seu time de Aplicação possa intervir remotamente nos sistemas, revisar os protocolos e
otimizar sempre que necessário.

Alguns dos equipamentos participantes deste estudo que apresentaram valores de dose
acima das recomendações e médias internacionais, bem como parâmetros de aquisição bastantes
divergentes de outras instituições com o mesmo modelo de equipamento, já estão inseridos em um
projeto piloto, afim de otimizar os protocolos de aquisição para exames de tórax, abdômen e
demais protocolos utilizados pelas instituições.
118

REFERÊNCIAS

AAPM. Adult Routine Abdomen-Pelvis CT Protocol. American Association of Physicists in


Medicine, v. 1.1, 2015

AAPM. Adult Routine Chest-Abdomen-Pelvis CT Protocol. American Association of


Physicists in Medicine, v. 1.0, 2014

AAPM. American Association of Physicists in Medicine. Estimating Patient Radiation Dose


from Computed Tomography. 2008. Disponível em
<https://www.aapm.org/meetings/amos2/pdf/34-9723-93678-499.pdf>. Acesso em 30 jun. 2018.

AAPM. Size-Specific Dose Estimates (SSDE) in Pediatric and Adult Body CT


Examinations. American Association of Physicists in Medicine Report 204, 2011.

AAPM. Specification and Acceptance Testing of Computed Tomography Scanners.


American Association of Physicists in Medicine Report 39, New York. American Institute of
Physicists, 1993.

AAPM. The Measurement, Reporting and Management of Radiation Dose in CT. American
Association of Physicists in Medicine Report 96, New York. American Institute of Physicists,
2008.

ABDULLA, S.; CLARKE, C. FRCR Physics Notes: Revision Notes for the First FRCR
Physics Exam, 2018. Disponível em <https://sites.google.com/site/frcrphysicsnotes/>. Acesso
em 01 jun. 2018.

ANDRADE, M. E. A. Avaliação da Qualidade de Imagem e do Índice Volumétrico de


Kerma Ar em Tomografia Computadorizada em Recife. Dissertação (Mestrado em Ciências
– Dosimetria e Instrumentação Nuclear) Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de
Energia Nuclear, 2008.

BARRET, J. F.; KEAT, N. Artifacts in CT: Recognition and Avoidance. Radiographics, v. 24,
2004, pp. 1679-1691.

BONGARTZ, G.; GOLDING, S. J.; JURIK, A. G.; LEONARDI, M.; van PERSIJN van
MEERTEN, E.; RODRIGUEZ, R.; SCHNEIDER, K.; CALZADO, A.; GELEIJNS, J.; JESSEN,
K. A.; PANZER, W.; SHRIMPTON, P. C.; TOSI, G. European Guidelines for Multislice
119

Computed Tomography. European Commission, 2004. Disponível em:


<http://www.msct.eu/CT_Quality_Criteria.htm/>. Acesso em: jan. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância Sanitária. Diretrizes de proteção


radiológica e radiodiagnóstico médico e odontológico (Portaria 453). Brasília: Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, junho/1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Brasília:


DATASUS Tecnologia da Informação a Serviços do SUS, junho/2019.

BUSHONG, S. Radiologic Science for Technologists: Physics, Biology and Protection. 10th.
ed. Saint Louis, MO: Mosby, 2013, 677 p.

CALDose_XCT. CT Patient Dosimetry Calculator. Version 1.0beta3. LPR, 2015. Disponível


em: < http://www.caldose.org >. Acesso em: 07 Jun, 2017.

CBR, Colégio Brasileiro de Radiologia. Protocolos de Tomografia Computadorizada. São


Paulo, 2015.

CTSCANNERINFO. Components of CT Scan. 2015. Disponível em


<http://ctscannerinfo.blogspot.com/2015/05/components-of-ct-
scan_30.html?_sm_au_=iTHMr3snMWSPsrML>. Acesso em 29 jun. 2018.

ETSUS. Escola Técnica do SUS: Tecnologia e Funcionamento dos Equipamentos. Disponível


em <http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/>. Acesso em: 01 jun. 2018

EUROPEAN COMMISSION. European Guidelines on quality criteria for computed


tomography. Luxembourg, 2000 (EUR 16262 EN).

FREDERIKSEN, N. L. Specialized radiographic techniques. In: GOAZ, P. W.; WHITE, S.


C. Oral radiology: principles and interpretation. 3rd. St. Louis: Mosby, 1994. cap. 13, p. 266-
290.

FRIEDLAND, G. W.; THURBER, B. D. The Birth of CT. American Journal of Roentgenology,


v. 167, 1996. pp. 1365-1370.
120

GAT. Slip Ring ROTOCT: Slip Ring for reliable transmission of power and data in CT
scanners. Disponível em <https://www.gat-mbh.de/en/products/slip-rings/rotoct/>. Acesso em:
01 jun. 2018.

GE Healthcare. Discovery CT750: Freedom Edition. Disponível em <


http://www3.gehealthcare.in/~/media/downloads/in/products/discovery%20ct750%20hd/discove
ry%20freedom%20brochure.pdf?Parent=%7B50C42A95-D63D-4817-9459-
7F963162E9A%7D>. Acesso em: 01 jun. 2018

GE Healthcare. LightSpeed VCT: Adaptive Statistical Iterative Reconstruction. Disponível


em <https://www.gehealthcare.com/products/molecular-imaging/pet-ct/asir>. Acesso em 01 mar.
2019

GOLDMAN, L. W. Principles of CT: Radiation Dose and Image Quality. Journal of Nuclear
Medicine Technology, v. 36, 2008, pp. 57-68.

HUDA, W.; SANDISON, G. A. CT dosimetry and risk estimates. Radiation Protection


Dosimetry, v. 12, 1985. pp. 241-249.

IAEA. Dosimetry in Diagnostic Radiology: An International Code of Practice. International


Atomic Energy Agency Technical Report Series (IAEA-TRS) n. 457. Vienna, 2007. 372 p.

IAEA. Dose Reduction in CT while Maintaining Diagnostic Confidence: A


Feasibility/Demonstration Study. International Atomic Energy Agency Technical Document
(IAEA-TECDOC) n. 1621. Vienna, 2009. 55 p.

IAEA. Diagnostic Radiology Physics: A Handbook for Teachers And Students. International
Atomic Energy Agency. Vienna, 2014.

ICRP. Radiological Protection in Pediatric Diagnostic and Interventional Radiology.


International Commission on Radiological Protection report 121. Elsevier, 2013.

ICRP. Managing Patient Dose in Computed Tomography. International Commission on


Radiological Protection report 87. Elsevier, 2000.
121

ICRP. Managing Patient Dose in Multi-Detector Tomography (MDCT). International


Commission on Radiological Protection report 102. Elsevier, 2007. 79 p.

IPEM. Guidance on the establishment and use of diagnostic reference levels for medical x-
ray examinations. Institute of Physics and Engineering in Medicine DRL Working Party report
88. IPEM York, 2004.

JACR. Standardization and Optimization of CT Protocols to Achieve Low Dose. Journal of the
American College of Radiology, 2014.

JNMT. Principles of CT and CT Technology. Journal of Nuclear Technology, v. 35, 2007 pp.
115-128. Disponível em <http://tech.snmjournals.org/content/35/3/115/F5.expansion>. Acesso
em: 01 jun. 2018.

KALENDER, W. A. Computed tomography: Fundamentals, System Technology, Image


Quality, Application. 3nd Ed. Erlangen: 2011.

LEE, J. K. T.; SAGEL, S. S.; STANLEY, R. J.; HEIKEN, J. P. Computed Body Tomography
with MRI Correlation. 4th Edition. Lippincott Williams & Wilkins: 2006.

MAHESH, M.; SCATARIGE, J. C.; COOPER, J.; FISHMAN, E. K. Dose and Pitch
Relationship for a Particular Multislice CT Scanner. American Journal of Roentgenology, v.
177, 2001, pp. 1273-1275.

PAPADAKIS, A. E. CT Dose Optimization. Medical Physics Department, University Hospital


of Heraklion, Greece, 2016.

PAUL J. F. Individually adapted coronary 64-slice CT angiography based on precontrast


attenuation values, using different kVp and tube current settings: evaluation of image
quality. Int J Cardiovasc Imaging 27(1). 53-9, 2011.

PRIMAK, A. N., McCOLLOUGH, C. H. et al. Relationship between Noise, Dose and Pitch in
Cardiac Multi-Detector Row CT, v. 26, n.6, p. 1785-1794, 2006.

PUBLIC HEALTH ENGLAND. Doses from Computed Tomography (CT) Examinations in


the UK. Oxford, 2014 (PHE-CRCE-013).
122

SEERAM, E. Computed Tomography: physical principles, clinical applications and quality


control. 2nd. ed. Filadélfia: W. B. Saunders, 2001, 430p.

SHOPE, T. B.; GAGNE, R. M.; JOHNSON, G. C. A method for describing the doses delivered
by transmission x-ray computed tomography. Medical Physics, v. 8, 1981, pp. 488-
495.

SPRAWLS, P. Physical principles of medical imaging. 2nd. ed. Rockville: An Aspen


Publication Inc, 1993.

SPRAWLS. The three phases of CT image formation. Disponível em <


http://www.sprawls.org/resources/CTIMG/classroom.htm#4>. Acesso em 25 jun. 2018.

TOSHIBA. Aquilion One: Canon Medical Systems do Brasil. Disponível em <


http://www.toshibamedical.com.br/produto/aquilion-one>. Acesso em: 01 jun. 2018.

UNSCEAR. Sources and effects of ionizing radiation. Volume 1: Sources. United Nations
Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation (UNSCEAR 2000 – Report to the
General Assembly). Disponível em: <http://www.unscear.org/unscear/en/publications/
/2000_1.html>. Acesso em: 01 mar. 2018.

VETERIAN KEY. Principles of Computed Tomography and Magnetic Resonance Imaging.


2016. Disponível em https://veteriankey.com/principles-of-computed-tomography-and-magnetic-
resonance-imaging/>. Acesso em: 01 jun. 2018.

ZARB, Francis; RAINFORD, Louise; MCENTEE, Mark F. Developing optimized CT scan


protocols: Phantom measurements of image quality. Elsevier, 2011.

ZARB, Francis; RAINFORD, Louise; MCENTEE, Mark F. Image Quality Assessment Tools
For Optimization of CT Images. Elsevier, 2010.
123

APÊNDICE A - GRANDEZAS DOSIMÉTRICAS EM TOMOGRAFIA

1 GRANDEZA DOSIMÉTRICA MEDIDA NO AR

O Índice de Dose para Tomografia Computadorizada (CTDI) é definido como o valor da


dose integrada em um corte, considerando que o perfil de dose absorvida seja concentrado em um
retângulo, cuja largura corresponde a espessura de corte. A unidade correspondente ao CTDI é o
J/kg, também denominado gray (Gy):

1 +∞
𝐶𝑇𝐷𝐼 = ∫ 𝐷 (𝑧). 𝑑𝑧
𝑁.𝑇 −∞
(mGy) (6)

Assim, o valor de N corresponde ao número de fileiras de detectores ativos durante a varredura ou


número de cortes e T à espessura de corte, de forma que o produto N.T indica a colimação total do
feixe.
O índice de kerma ar medido no ar (Ca,100) corresponde ao quociente da integral do kerma
pela colimação total do feixe (N.T), para uma única rotação do tubo de raios-X, medido ao longo
do eixo de rotação do tomógrafo (eixo Z), considerando um comprimento de 100mm:

1 +50 (7)
Ca,100 = ∫ 𝐾(𝑧). 𝑑𝑧 (mGy)
𝑁.𝑇 −50

O perfil de distribuição do kerma ar para um único corte tomográfico, com colimação N.T, de
acordo com a posição relativa no eixo Z, está demonstrado na Figura 66:
124

Figura 66 - Perfil do kerma ar para um corte com colimação N.T.

Fonte: SHOPE (1981), modificado.

A medição do kerma ar é realizada utilizando uma câmara de ionização tipo lápis,


semelhante a apresentada na Figura 67, onde a resposta da câmara corresponde à carga elétrica
produzida a partir da interação da radiação ao longo do volume sensível, sendo proporcional à
distribuição da radiação no corte tomográfico. Desta forma, a leitura média da câmara corresponde
+50
a ∫−50 𝐾 (𝑧). 𝑑𝑧, de modo que o kerma ar, obtido na equação (3), pode ser reescrito da seguinte
forma:

1 1 (8)
Ca,100 = .𝑀 = . 𝑅. 𝐶𝑎𝑙. 𝐿.fc (mGy)
𝑁.𝑇 𝑁.𝑇

onde:
- R corresponde à média das leituras com a câmara de ionização.
- Cal o fator de calibração da câmara.
- L o comprimento sensível da câmara (100mm).
- fc o fator de conversão de carga para kerma ar (nC/Gy).
125

Figura 67 - Câmara de ionização tipo lápis posicionada para medição do Ca,100 (a); Câmara de
ionização tipo lápis (b).

Fonte: IAEA (2014).

2 GRANDEZAS DOSIMÉTRICAS MEDIDAS EM FANTOMAS

O índice de kerma ar para TC (CPMMA,100), medido a partir de um fantoma padrão (PMMA)


de cabeça (16cm de diâmetro) ou abdômen (32cm de diâmetro), é definido como a razão da integral
do kerma ar, para uma rotação, pela colimação total do feixe (N.T), ao longo do eixo de rotação:

1 +50 (9)
CPMMA,100 = ∫ 𝐾𝑃𝑀𝑀𝐴 (𝑧). 𝑑𝑧
𝑁.𝑇 −50
(mGy)

A partir dos valores obtidos nas medições efetuadas no centro e na periferia, utilizando fantoma
padrão de cabeça ou abdômen, apresentado na Figura 68, é possível calcular o índice ponderado
de kerma ar (Cw), definido como:

1 (10)
Cw = 3 (CPMMA,100,c + 2. CPMMA,100,p) (mGy)

onde:
- CPMMA,100,c corresponde à medida efetuada no centro do fantoma PPMA.
- CPMMA,100,p corresponde à média das leituras obtidas nos pontos periféricos do fantoma.
126

Figura 68 - Arranjo para medição do Kerma ar no fantoma de PMMA (CPMMA,100). Câmara de


ionização do tipo lápis posicionada no centro do fantoma de abdômen.

Fonte: IAEA (2014).

Os pontos de medidas no centro e na periferia do fantoma PMMA estão demonstrados na


Figura 69. Para as medições realizadas na periferia, recomenda-se uma distância de 10mm da
superfície do fantoma.

Figura 69 - Representação do fantoma dosimétrico padrão e das posições para medição com a
câmara de ionização tipo lápis.

Fonte: ANDRADE (2008).

O índice ponderado de kerma ar pode ser normalizado por unidade de produto da corrente
do tubo de raios-X pelo tempo de rotação, indicando, assim, o coeficiente de dose em termos de
capacidade de produção de radiação:
127

Cw (11)
nCw = 𝑚𝐴.𝑠 (mGy/mAs)

O índice volumétrico de kerma ar (Cvol) é um importante indicador de dose, por levar em


consideração parâmetros específicos de cada protocolo, como o pitch em exames helicoidais ou
incremento para cortes sequenciais:

𝑁.𝑇 Cw (12)
Cvol = Cw . = (mGy)
𝑙 𝑝

O produto N.T, como indicado anteriormente, representa a colimação total do feixe de raios-X, l
corresponde à distância percorrida pela mesa entre rotações sequenciais consecutivas e p o pitch
utilizado no exame, que também pode ser definido como a razão entre l e N.T (IAEA, 2007). De
acordo com a norma IEC 60601-2-44 de 2003, os valores de Cvol devem ser indicados no console
do aparelho, para cada protocolo selecionado.
Outra importante grandeza, quando se trata de dosimetria em equipamentos de tomografia
computadorizada, consiste no produto kerma ar pelo comprimento de varredura (PKL), em
fantomas de PMMA, definido como:

PKL = ∑𝑗 𝐶𝑣𝑜𝑙 . 𝑙j.𝑃𝐼𝑡𝑗 (mGy.cm), (13)

onde o índice 𝑗 representa cada corte sequencial ou helicoidal que compõe o exame, 𝑙 j representa
a distância percorrida pela mesa a cada giro completo do gantry (sequencial) ou durante uma
rotação (helicoidal) e 𝑃𝐼𝑡𝑗 o produto corrente pelo tempo, para cada corte 𝑗 (IAEA, 2007).

Já que os parâmetros dos exames normalmente não são alterados entre rotações
consecutivas, a equação (9) que define o PKL pode ser reescrita da seguinte forma, onde L
representa o comprimento total varrido durante a aquisição do exame:

PKL = Cvol . 𝐿 (mGy.cm) (14)


128

O PKL tem grande importância para a dosimetria em equipamentos de tomografia


computadorizada, visto que reflete a energia total absorvida, ou seja, o risco biológico atribuído a
um exame, podendo ser utilizado para calcular as doses absorvidas em órgãos.
129

APÊNDICE B – PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DOSES PARA EXAMES DE


ABDÔMEN

Espessura Comprimento Incremento Tempo de


Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

DF Optima 660 34 M 120 223 9.450 H 5.00 585.00 55.00 1.375 0.800 14.44 937.50
48 F 120 259 8.650 H 5.00 530.00 55.00 1.375 0.800 16.06 954.73
70 M 120 349 8.650 H 5.00 530.00 55.00 1.375 0.800 17.41 1034.61
78 F 120 120 7.550 H 5.00 594.50 55.00 1.375 0.800 8.09 419.93
67 F 120 90 7.260 H 5.00 481.50 55.00 1.375 0.800 6.16 307.52
56 M 120 243 8.940 H 5.00 553.50 55.00 1.375 0.800 16.97 1042.80
17 F 120 80 6.970 H 5.00 603.50 55.00 1.375 0.800 6.18 296.41
19 F 120 268 8.210 H 5.00 500.00 55.00 1.375 0.800 11.51 649.59
35 M 120 343 8.500 H 5.00 520.00 55.00 1.375 0.800 17.36 1014.61
27 F 120 214 8.940 H 5.00 550.00 55.00 1.375 0.800 16.51 1014.41
PE Brivo 385 39 F 120 70 16.454 H 5.00 420.00 27.50 1.375 1.000 4.96 224.22
80 M 140 70 18.454 H 5.00 475.00 27.50 1.375 1.000 11.67 591.98
31 F 120 70 17.364 H 5.00 445.00 27.50 1.375 1.000 5.58 266.65
29 M 140 78 19.182 H 5.00 495.00 27.50 1.375 1.000 10.26 541.07
43 F 120 70 17.182 H 5.00 440.00 27.50 1.375 1.000 7.92 374.25
43 M 120 78 18.636 H 5.00 480.00 27.50 1.375 1.000 8.40 430.61
35 M 120 70 19.000 H 5.00 490.00 27.50 1.375 1.000 7.72 403.13
40 F 140 95 18.272 H 5.00 470.00 27.50 1.375 1.000 12.20 912.96
58 F 140 70 16.818 H 5.00 430.00 27.50 1.375 1.000 8.20 379.09
36 M 140 97 17.909 H 5.00 460.00 27.50 1.375 1.000 13.15 647.42
BA Revolution ACT 40 F 120 106 15.715 H 5.00 405.00 27.50 1.375 0.984 10.05 441.55
66 F 120 80 15.536 H 5.00 416.00 27.50 1.375 0.984 6.33 274.89
65 M 120 80 15.715 H 5.00 537.00 27.50 1.375 0.984 8.19 359.52
56 M 120 80 16.430 H 5.00 425.00 27.50 1.375 0.984 8.12 372.99
70 F 120 86 16.430 H 5.00 425.00 27.50 1.375 0.984 8.35 383.46
62 F 120 80 15.894 H 5.00 410.00 27.50 1.375 0.984 5.83 259.00
55 F 120 80 16.072 H 5.00 415.00 27.50 1.375 0.984 7.48 336.14
83 M 120 138 19.114 H 5.00 500.00 27.50 1.375 0.984 9.97 532.34
38 F 120 97 16.967 H 5.00 468.50 27.50 1.375 0.984 9.05 429.01
80 M 120 82 17.325 H 5.00 473.50 27.50 1.375 0.984 9.51 460.43
RN LightSpeed PRO 16 41 F 120 497 13.240 H 5.00 48.50 27.50 1.375 0.700 23.55 1224.34
49 M 120 398 12.220 H 5.00 44.50 27.50 1.375 0.700 19.98 959.05
28 F 120 398 14.250 H 5.00 52.50 27.50 1.375 0.700 20.57 1151.87
64 M 120 415 14.250 H 5.00 52.50 27.50 1.375 0.700 20.90 1170.07
79 M 120 447 13.360 H 5.00 49.00 27.50 1.375 0.700 22.17 1163.68
76 M 120 497 12.470 H 5.00 45.50 27.50 1.375 0.700 23.43 1147.47
63 M 120 277 11.580 H 5.00 57.30 27.50 1.375 0.700 21.12 960.73
61 F 120 238 12.220 H 5.00 44.50 27.50 1.375 0.700 17.39 834.73
67 F 120 222 11.330 H 5.00 41.00 27.50 1.375 0.700 18.93 842.38
38 M 120 218 11.330 H 5.00 46.80 27.50 1.375 0.700 14.42 641.43
PR Brivo 385 87 F 120 85 16.878 H 7.50 427.50 27.50 1.375 1.000 10.10 468.92
78 F 120 89 15.242 H 7.50 449.50 27.50 1.375 1.000 10.77 451.43
75 F 120 135 17.968 H 7.50 457.50 27.50 1.375 1.000 11.04 545.54
44 M 120 79 17.423 H 7.50 442.50 27.50 1.375 1.000 7.45 357.06
46 F 120 79 17.150 H 7.50 435.00 27.50 1.375 1.000 8.11 382.65
58 M 120 144 19.332 H 7.50 495.00 27.50 1.375 1.000 11.43 607.42
25 F 120 94 17.968 H 7.50 457.50 27.50 1.375 1.000 10.14 500.82
92 F 120 79 15.787 H 7.50 397.50 27.50 1.375 1.000 6.03 261.66
40 M 120 103 18.282 H 7.50 465.00 27.50 1.375 1.000 9.87 494.90
37 F 120 106 10.059 H 7.50 240.00 27.50 1.375 1.000 10.02 277.16
RJ LightSpeed PRO 16 82 F 140 199 9.770 H 3.75 566.75 27.50 1.375 0.600 11.11 497.58
24 M 140 199 10.098 H 3.75 431.25 27.50 1.375 0.600 11.11 513.99
41 F 140 199 10.835 H 3.75 465.00 27.50 1.375 0.600 14.74 731.81
38 M 140 199 11.571 H 3.75 498.75 27.50 1.375 0.600 13.48 714.70
53 F 140 199 10.344 H 3.75 442.50 27.50 1.375 0.600 18.82 892.40
63 F 140 199 10.344 H 3.75 477.50 27.50 1.375 0.600 13.61 645.21
23 F 140 199 9.689 H 3.75 412.50 27.50 1.375 0.600 11.40 506.24
36 F 140 337 10.753 H 3.75 547.75 27.50 1.375 0.600 20.36 1003.22
17 M 140 199 10.589 H 3.75 453.75 27.50 1.375 0.600 11.11 538.98
42 F 140 660 9.601 H 3.75 408.75 27.50 1.375 0.600 36.65 1613.72
130

Espessura Comprimento Incremento Tempo de


Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

PI Brivo 385 20 F 120 80 16.640 H 5.00 425.00 27.50 1.375 1.000 7.52 343.87
52 M 120 180 14.750 H 5.00 582.00 35.00 1.375 1.000 9.08 468.57
36 F 120 80 15.910 H 5.00 405.00 27.50 1.375 1.000 7.99 149.34
41 M 120 81 17.360 H 5.00 498.00 27.50 1.375 1.000 11.34 541.27
39 F 120 80 15.730 H 5.00 400.00 27.50 1.375 1.000 9.08 392.54
18 F 120 80 15.360 H 5.00 390.00 27.50 1.375 1.000 6.82 288.27
66 M 120 80 15.910 H 5.00 405.00 27.50 1.375 1.000 10.49 458.86
21 F 120 80 15.730 H 5.00 400.00 27.50 1.375 1.000 6.51 281.49
59 F 120 105 15.910 H 5.00 405.00 27.50 1.375 1.000 11.18 488.90
63 M 120 80 16.090 H 5.00 410.00 27.50 1.375 1.000 6.94 307.03
PE LightSpeed QXi 72 M 120.00 279 26.840 H 5.00 480.00 15.00 1.500 0.800 15.11 760.37
19 F 120.00 117 24.440 H 5.00 435.00 15.00 1.500 0.800 10.30 471.99
39 M 120 279 28.440 H 5.00 528.50 15.00 1.500 0.800 15.11 805.70
53 M 120 150 27.909 H 5.00 500.00 15.00 1.500 0.800 55.96 2928.08
45 F 120 279 27.640 H 5.00 495.00 15.00 1.500 0.800 14.95 774.86
69 M 120 263 25.509 H 5.00 455.00 15.00 1.500 0.800 15.01 717.99
83 F 120 105 27.110 H 5.00 485.00 15.00 1.500 0.800 5.34 271.48
29 M 120 279 27.910 H 5.00 505.00 15.00 1.500 0.800 15.11 790.59
20 F 120 135 23.910 H 5.00 432.00 15.00 1.500 0.800 13.20 591.81
23 F 120 279 27.380 H 5.00 490.00 15.00 1.500 0.800 15.11 775.48
RJ Brivo 385 85 F 140 120 17.803 H 5.00 455.00 27.50 1.375 1.000 12.33 603.49
37 M 120 60 19.621 H 5.00 505.00 27.50 1.375 1.000 6.68 360.19
76 F 120 120 17.803 H 5.00 455.00 27.50 1.375 1.000 15.40 754.18
66 F 120 60 16.893 H 5.00 430.00 27.50 1.375 1.000 6.57 305.05
61 F 120 130 26.686 H 5.00 465.00 18.75 0.938 1.000 12.63 632.17
60 F 140 60 24.286 H 5.00 420.00 18.75 0.938 1.000 8.10 368.64
66 F 140 130 20.529 H 5.00 530.00 27.50 1.375 1.000 11.96 675.17
81 F 120 60 15.439 H 5.00 390.00 27.50 1.375 1.000 3.85 163.51
34 M 120 60 19.621 H 5.00 505.00 27.50 1.375 1.000 6.03 325.56
76 M 120 68 19.439 H 5.00 500.00 27.50 1.375 1.000 12.78 683.17
ES LightSpeed VCT 85 M 120 186 7.265 H 5.00 435.00 55.00 1.375 0.800 14.72 735.22
29 F 120 176 7.119 H 5.00 425.00 55.00 1.375 0.800 19.08 661.87
34 F 120 229 3.589 H 5.00 330.00 55.00 1.375 0.500 5.76 227.51
80 M 120 104 6.974 H 5.00 415.00 55.00 1.375 0.800 7.98 382.37
48 M 120 451 8.355 H 5.00 510.00 55.00 1.375 0.800 21.11 1212.52
66 F 120 221 7.483 H 5.00 450.00 55.00 1.375 0.800 12.25 630.07
60 F 120 151 6.974 H 5.00 415.00 55.00 1.375 0.800 10.54 505.18
38 M 120 189 6.755 H 5.00 425.00 55.00 1.375 0.800 21.87 1043.67
57 F 120 98 7.046 H 5.00 420.00 55.00 1.375 0.800 10.73 519.64
23 M 120 175 7.265 H 5.00 435.00 55.00 1.375 0.800 24.22 880.36
ES Optima 520 63 F 120 169 14.290 H 5.00 460.00 27.50 1.375 0.800 11.28 554.00
33 M 120 84 14.726 H 5.00 475.00 27.50 1.375 0.800 10.40 526.44
50 M 120 201 16.036 H 5.00 520.00 27.50 1.375 0.800 16.19 892.12
60 M 120 266 15.599 H 5.00 505.00 27.50 1.375 0.800 17.22 923.30
55 M 120 339 16.471 H 5.00 535.00 27.50 1.375 0.800 17.55 993.72
62 F 120 80 13.563 H 5.00 435.00 27.50 1.375 0.800 4.36 204.84
24 F 120 80 13.271 H 5.00 425.00 27.50 1.375 0.800 4.37 199.30
61 M 120 83 15.890 H 5.00 515.00 27.50 1.375 0.800 34.37 1877.19
49 M 120 80 16.181 H 5.00 525.00 27.50 1.375 0.800 5.82 323.43
63 M 120 133 14.580 H 5.00 470.00 27.50 1.375 0.800 15.23 763.11
SP Optima 520 39 F 120 90 11.229 H 5.00 455.00 35.00 1.750 0.800 3.87 190.34
23 F 120 90 10.772 H 5.00 435.00 35.00 1.750 0.800 5.06 238.37
38 F 120 90 10.658 H 5.00 430.00 35.00 1.750 0.800 6.66 310.71
43 M 120 311 10.886 H 5.00 440.00 35.00 1.750 0.800 12.23 582.51
86 F 120 279 10.544 H 5.00 425.00 35.00 1.750 0.800 13.29 612.94
77 F 120 90 9.972 H 5.00 400.00 35.00 1.750 0.800 9.63 420.16
69 F 120 300 10.315 H 5.00 415.00 35.00 1.750 0.800 11.84 534.13
75 M 120 94 12.372 H 5.00 505.00 35.00 1.750 0.800 3.74 202.45
59 M 120 90 11.115 H 5.00 450.00 35.00 1.750 0.800 5.30 257.66
75 M 120 90 11.686 H 5.00 475.00 35.00 1.750 0.800 4.38 223.71
RS Optima 520 46 M 120 299 11.083 H 5.00 685.00 35.00 1.750 0.800 54.53 2413.32
59 M 120 348 10.969 H 5.00 445.00 35.00 1.750 0.800 13.81 662.67
88 M 120 235 11.769 H 5.00 625.00 35.00 1.750 0.800 66.65 2312.76
66 F 120 348 9.941 H 5.00 400.00 35.00 1.750 0.800 13.81 600.52
58 F 120 349 11.083 H 5.00 450.00 35.00 1.750 0.800 13.81 669.57
62 F 120 334 10.741 H 5.00 421.50 35.00 1.750 0.800 13.40 629.76
81 M 120 149 10.969 H 5.00 445.00 35.00 1.750 0.800 8.46 406.12
71 M 120 329 10.397 H 5.00 420.00 35.00 1.750 0.800 13.02 592.25
55 F 120 314 11.654 H 5.00 475.00 35.00 1.750 0.800 12.43 633.69
80 M 120 111 8.797 H 5.00 350.00 35.00 1.750 0.800 36.45 251.10
131

Espessura Comprimento Incremento Tempo de


Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

DF Optima 660 61 M 120 332 9.155 H 5.00 565.00 55.00 1.375 0.800 19.05 1198.65
39 M 120 81 5.225 H 5.00 510.00 55.00 1.375 0.500 5.96 342.76
47 M 120 183 8.865 H 5.00 545.00 55.00 1.375 0.800 16.56 1009.02
36 M 120 141 7.846 H 5.00 475.00 55.00 1.375 0.800 8.83 476.15
45 F 120 80 7.192 H 5.00 430.00 55.00 1.375 0.800 5.59 276.17
55 M 120 87 8.501 H 5.00 520.00 55.00 1.375 0.800 11.27 658.42
31 F 120 80 6.901 H 5.00 410.00 55.00 1.375 0.800 5.60 265.54
75 M 120 138 7.046 H 5.00 420.00 55.00 1.375 0.800 15.54 752.76
49 F 120 106 7.265 H 5.00 435.00 55.00 1.375 0.800 16.23 814.58
23 M 120 114 7.409 H 5.00 445.00 55.00 1.375 0.800 8.42 428.93
RS Optima 660 48 F 120 106 4.344 H 5.00 460.00 61.25 1.531 0.500 4.98 264.78
89 F 120 400 4.058 H 5.00 425.00 61.25 1.531 0.500 11.15 554.14
41 F 120 197 4.657 H 2.50 447.50 55.00 1.375 0.500 10.64 544.79
71 F 120 200 3.936 H 5.00 410.00 61.25 1.531 0.500 9.00 433.99
85 M 140 328 4.711 H 5.00 505.00 61.25 1.531 0.500 16.03 924.88
24 F 120 186 4.548 H 5.00 485.00 61.25 1.531 0.500 8.28 461.24
33 M 120 161 4.794 H 2.50 462.50 55.00 1.375 0.500 9.20 484.77
41 F 140 380 5.066 H 2.50 492.50 55.00 1.375 0.500 17.34 966.01
67 M 120 339 4.907 H 2.50 475.00 55.00 1.375 0.500 12.32 664.72
75 F 120 244 5.134 H 2.50 500.00 55.00 1.375 0.500 11.46 647.17
PR Optima 520 53 F 120 211 10.886 H 5.00 440.00 35.00 1.750 0.800 10.10 481.04
48 F 120 61 10.886 H 5.00 440.00 35.00 1.750 0.800 7.36 350.26
63 M 120 76 10.772 H 5.00 435.00 35.00 1.750 0.800 29.80 1069.08
80 F 120 257 6.315 H 5.00 460.00 35.00 1.750 0.800 39.34 1518.26
80 F 120 172 11.115 H 5.00 450.00 35.00 1.750 0.800 8.01 389.66
68 F 120 52 10.086 H 5.00 405.00 35.00 1.750 0.800 8.32 292.74
69 F 120 143 11.686 H 5.00 475.00 35.00 1.750 0.800 8.25 421.99
50 F 120 101 11.115 H 5.00 450.00 35.00 1.750 0.800 8.50 413.06
68 F 120 117 9.857 H 5.00 395.00 35.00 1.750 0.800 6.38 275.14
26 M 120 106 12.715 H 5.00 520.00 35.00 1.750 0.800 5.62 312.75
SP Optima 660 48 F 140 220 8.028 H 1.25 487.50 55.00 1.375 0.800 16.99 937.88
45 M 120 254 7.755 H 1.25 468.75 55.00 1.375 0.800 15.46 823.95
44 M 120 250 8.209 H 1.25 500.00 55.00 1.375 0.800 28.43 1604.59
26 F 120 250 7.083 H 1.25 422.50 55.00 1.375 0.800 12.87 626.60
41 M 120 250 8.083 H 1.25 491.25 55.00 1.375 0.800 15.31 850.82
31 M 120 250 8.009 H 1.25 486.25 55.00 1.375 0.800 14.71 809.71
59 F 120 250 7.846 H 1.25 475.00 55.00 1.375 0.800 14.89 803.00
73 F 120 250 7.901 H 1.25 478.75 55.00 1.375 0.800 15.18 824.43
50 M 120 255 8.319 H 1.25 507.50 55.00 1.375 0.800 15.70 898.03
25 F 120 250 7.665 H 1.25 462.50 55.00 1.375 0.800 14.06 741.01
AM Brivo 385 62 F 120 57 13.177 H 5.00 425.00 35.00 1.750 1.000 4.26 196.29
70 F 120 76 12.462 H 5.00 400.00 35.00 1.750 1.000 3.53 153.98
57 F 120 63 11.319 H 5.00 360.00 35.00 1.750 1.000 4.71 186.61
71 M 120 75 16.890 H 5.00 555.00 35.00 1.750 1.000 64.70 709.26
61 F 120 131 9.033 H 5.00 280.00 35.00 1.750 1.000 8.00 252.88
60 M 120 89 14.033 H 5.00 340.00 35.00 1.750 1.000 8.04 302.39
45 F 120 110 13.605 H 5.00 440.00 35.00 1.750 1.000 7.51 357.57
54 F 120 149 15.319 H 5.00 500.00 35.00 1.750 1.000 8.93 478.61
58 F 120 106 14.462 H 5.00 470.00 35.00 1.750 1.000 8.37 423.75
57 F 120 168 16.177 H 5.00 530.00 35.00 1.750 1.000 8.64 489.12
PA Optima 660 35 M 120 153 6.537 H 5.00 385.00 55.00 1.375 0.800 12.59 565.63
56 M 120 236 8.865 H 5.00 545.00 55.00 1.375 0.800 14.61 890.50
52 F 120 174 7.555 H 5.00 455.00 55.00 1.375 0.800 13.15 683.08
69 M 120 111 7.846 H 5.00 475.00 55.00 1.375 0.800 9.59 517.15
40 M 120 290 9.083 H 5.00 560.00 55.00 1.375 0.800 15.01 937.24
28 M 120 264 6.609 H 5.00 390.00 55.00 1.375 0.800 9.38 426.29
74 F 120 300 7.046 H 5.00 420.00 55.00 1.375 0.800 13.15 636.93
32 M 120 227 7.483 H 5.00 450.00 55.00 1.375 0.800 13.12 674.65
40 M 120 299 8.646 H 5.00 530.00 55.00 1.375 0.800 14.49 861.34
37 F 120 101 7.337 H 5.00 440.00 55.00 1.375 0.800 8.60 433.75
RO Optima 520 61 M 120 283 16.366 H 5.00 530.00 27.50 1.375 0.800 14.96 841.58
57 F 120 63 14.185 H 5.00 455.00 27.50 1.375 0.800 5.89 287.20
25 M 120 197 13.602 H 5.00 435.00 27.50 1.375 0.800 12.71 594.27
21 F 120 60 13.457 H 5.00 430.00 27.50 1.375 0.800 6.13 283.39
57 F 120 112 14.185 H 5.00 455.00 27.50 1.375 0.800 10.18 496.53
33 F 120 73 13.602 H 5.00 435.00 27.50 1.375 0.800 7.94 371.45
44 F 120 153 14.766 H 5.00 475.00 27.50 1.375 0.800 13.12 666.01
51 M 120 72 15.493 H 5.00 500.00 27.50 1.375 0.800 10.85 577.67
37 M 120 153 14.185 H 5.00 455.00 27.50 1.375 0.800 11.61 565.82
18 F 120 194 15.785 H 5.00 510.00 27.50 1.375 0.800 12.85 696.95
132

Espessura Comprimento Incremento Tempo de


Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

TO Revolution ACT 47 F 120 80 15.843 H 10.00 400.00 27.50 1.375 0.984 5.12 226.50
49 F 120 80 16.916 H 10.00 430.00 27.50 1.375 0.984 6.26 296.02
73 F 120 85 15.843 H 10.00 400.00 27.50 1.375 0.984 8.36 370.30
58 M 120 113 15.843 H 10.00 400.00 27.50 1.375 0.984 10.55 467.01
40 M 120 80 18.347 H 10.00 470.00 27.50 1.375 0.984 7.42 380.48
50 F 120 88 19.063 H 10.00 490.00 27.50 1.375 0.984 8.83 470.54
21 M 120 80 16.916 H 10.00 430.00 27.50 1.375 0.984 5.32 251.43
69 M 120 80 18.347 H 10.00 470.00 27.50 1.375 0.984 5.07 259.71
40 M 120 80 16.558 H 10.00 420.00 27.50 1.375 0.984 8.28 382.93
24 M 120 84 17.632 H 10.00 450.00 27.50 1.375 0.984 8.19 403.39
PE Optima 660 24 M 120 134 7.409 H 5.00 445.00 55.00 1.375 0.800 10.92 556.44
69 F 120 278 7.119 H 5.00 425.00 55.00 1.375 0.800 14.19 694.44
36 M 120 287 7.483 H 5.00 450.00 55.00 1.375 0.800 28.33 1098.81
64 F 120 202 6.974 H 5.00 415.00 55.00 1.375 0.800 13.42 643.15
45 M 120 236 7.409 H 5.00 445.00 55.00 1.375 0.800 14.65 746.25
67 F 120 282 7.046 H 5.00 420.00 55.00 1.375 0.800 14.64 709.30
50 M 100 271 7.846 H 5.00 475.00 55.00 1.375 0.800 8.65 466.69
44 F 100 289 7.846 H 5.00 475.00 55.00 1.375 0.800 8.99 484.78
48 F 120 183 7.701 H 5.00 465.00 55.00 1.375 0.800 12.18 644.78
56 F 100 222 7.774 H 5.00 470.00 55.00 1.375 0.800 8.41 449.14
MG Optima 660 38 F 120 80 9.877 H 5.00 440.00 39.38 0.984 0.800 6.38 309.95
33 F 120 80 9.776 H 5.00 435.00 39.38 0.984 0.800 6.68 321.56
37 F 120 80 9.979 H 5.00 445.00 39.38 0.984 0.800 5.68 278.74
68 F 120 80 9.470 H 5.00 420.00 39.38 0.984 0.800 5.82 271.47
45 M 120 80 11.096 H 5.00 500.00 39.38 0.984 0.800 9.67 528.28
36 F 120 80 9.572 H 5.00 425.00 39.38 0.984 0.800 5.89 277.61
53 M 120 80 10.487 H 5.00 470.00 39.38 0.984 0.800 6.46 333.52
38 M 120 88 10.791 H 5.00 485.00 39.38 0.984 0.800 7.62 404.58
58 F 120 98 10.994 H 5.00 495.00 39.38 0.984 0.800 13.48 729.47
40 F 120 108 13.128 H 5.00 600.00 39.38 0.984 0.800 12.44 803.84
GO LightSpeed PRO 16 62 F 120 149 20.479 H 3.75 427.50 17.50 1.750 0.800 32.65 1011.63
40 F 120 172 20.993 H 3.75 438.75 17.50 1.750 0.800 17.65 810.65
44 M 120 257 22.193 H 3.75 465.00 17.50 1.750 0.800 18.91 917.99
36 F 120 208 21.851 H 3.75 457.50 17.50 1.750 0.800 17.59 840.59
85 F 120 134 20.822 H 3.75 435.00 17.50 1.750 0.800 11.20 510.05
95 F 120 198 21.679 H 3.75 453.75 17.50 1.750 0.800 16.77 795.10
61 F 120 143 20.822 H 3.75 435.00 17.50 1.750 0.800 15.85 721.82
53 M 120 305 28.537 H 3.75 603.75 17.50 1.750 0.800 16.02 999.92
65 M 120 351 25.108 H 3.75 528.75 17.50 1.750 0.800 19.91 1093.36
40 M 120 304 25.108 H 3.75 528.75 17.50 1.750 0.800 35.85 1426.78
MG Brivo 385 61 M 120 130 16.049 H 10.00 520.00 35.00 1.750 1.000 14.80 831.51
36 F 120 82 13.479 H 10.00 430.00 35.00 1.750 1.000 6.16 290.49
55 F 120 47 13.764 H 10.00 440.00 35.00 1.750 1.000 5.13 247.09
20 F 120 40 13.764 H 10.00 440.00 35.00 1.750 1.000 3.54 170.56
68 F 120 40 14.622 H 10.00 470.00 35.00 1.750 1.000 3.16 161.56
31 M 120 42 14.622 H 10.00 470.00 35.00 1.750 1.000 4.30 219.89
54 F 120 40 14.049 H 10.00 450.00 35.00 1.750 1.000 2.86 140.87
38 M 120 129 16.336 H 10.00 530.00 35.00 1.750 1.000 15.69 888.96
24 F 120 53 17.193 H 10.00 511.50 35.00 1.750 1.000 11.25 627.73
40 F 120 105 16.622 H 10.00 540.00 35.00 1.750 1.000 7.72 449.19
GO Brivo 385 86 M 120 52 17.000 H 5.00 435.00 27.50 1.375 1.000 6.44 300.98
72 F 120 49 17.000 H 5.00 433.50 27.50 1.375 1.000 6.94 324.38
68 M 120 81 14.091 H 5.00 355.00 27.50 1.375 1.000 7.91 306.42
43 F 120 100 18.272 H 5.00 475.00 27.50 1.375 1.000 21.45 1082.88
17 M 120 49 18.272 H 5.00 480.00 27.50 1.375 1.000 14.66 743.56
33 M 120 140 18.454 H 5.00 522.50 27.50 1.375 1.000 23.56 1190.23
34 F 120 57 15.546 H 5.00 400.00 27.50 1.375 1.000 17.02 731.92
81 M 120 135 16.818 H 5.00 430.00 27.50 1.375 1.000 24.30 1111.74
17 M 120 72 16.454 H 5.00 430.00 27.50 1.375 1.000 16.79 767.89
34 F 120 49 17.182 H 5.00 440.00 27.50 1.375 1.000 9.79 462.51
PA Optima 660 51 M 120 247 8.465 H 1.25 517.50 55.00 1.375 0.800 14.54 846.29
47 F 120 273 8.609 H 1.25 527.50 55.00 1.375 0.800 14.71 870.89
66 M 120 100 8.865 H 5.00 545.00 55.00 1.375 0.800 5.49 334.64
65 M 120 100 8.792 H 5.00 540.00 55.00 1.375 0.800 6.53 394.95
79 M 120 110 9.083 H 5.00 560.00 55.00 1.375 0.800 10.20 636.87
78 F 120 100 8.283 H 5.00 505.00 55.00 1.375 0.800 5.00 284.65
65 F 120 300 8.665 H 1.25 531.25 55.00 1.375 0.800 14.75 878.77
83 F 120 100 8.501 H 5.00 520.00 55.00 1.375 0.800 8.67 506.87
51 M 120 274 8.865 H 1.25 545.00 55.00 1.375 0.800 14.90 908.19
17 M 120 100 8.283 H 5.00 505.00 55.00 1.375 0.800 4.99 284.26
133

Espessura Comprimento Incremento Tempo de


Tensão Corrente Tempo de Axial ou CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo de Corte de Varredura de mesa Pitch Rotação
(kV) (mA) Exposição (s) Helicoidal (mGy) (mGy.cm)
(mm) (mm) (mm) (s)

PB Revolution EVO F 120 107 6.554 H 5.00 430.00 61.25 1.531 0.800 6.18 299.03
F 120 108 7.076 H 5.00 470.00 61.25 1.531 0.800 6.62 347.12
M 120 99 7.402 H 5.00 495.00 61.25 1.531 0.800 10.47 574.87
M 120 142 6.685 H 5.00 440.00 61.25 1.531 0.800 12.96 640.78
M 120 139 6.358 H 5.00 415.00 61.25 1.531 0.800 13.98 656.21
F 120 99 6.293 H 5.00 410.00 61.25 1.531 0.800 7.13 330.84
F 120 445 6.880 H 5.00 455.00 61.25 1.531 0.800 20.97 1068.10
F 120 99 6.488 H 5.00 425.00 61.25 1.531 0.800 4.91 235.32
F 120 144 6.750 H 5.00 445.00 61.25 1.531 0.800 11.17 557.53
F 120 174 6.488 H 5.00 425.00 61.25 1.531 0.800 9.44 452.32
DF Revolution EVO F 120 79 5.396 H 5.00 430.00 55.00 1.375 0.600 3.65 174.50
M 120 79 5.068 H 5.00 455.00 55.00 1.375 0.600 6.54 311.14
F 120 79 5.823 H 5.00 470.00 55.00 1.375 0.600 3.57 184.58
F 120 82 5.723 H 5.00 460.00 55.00 1.375 0.600 6.19 314.17
M 120 103 6.269 H 5.00 510.00 55.00 1.375 0.600 10.00 557.51
F 120 79 5.832 H 5.00 470.00 55.00 1.375 0.600 4.75 246.17
F 120 79 5.668 H 5.00 455.00 55.00 1.375 0.600 6.06 304.58
F 120 116 5.941 H 5.00 480.00 55.00 1.375 0.600 9.01 475.58
F 120 79 5.668 H 5.00 455.00 55.00 1.375 0.600 5.12 257.19
M 120 138 5.996 H 5.00 485.00 55.00 1.375 0.600 11.19 596.31
SC Revolution EVO F 120 100 6.419 H 5.00 375.00 39.38 0.984 0.600 5.22 214.19
F 140 451 8.400 H 5.00 505.00 39.38 0.984 0.600 34.15 1845.64
F 120 100 4.537 H 5.00 400.00 39.38 0.984 0.600 6.29 274.15
M 120 104 8.933 H 5.00 540.00 39.38 0.984 0.600 8.43 485.25
M 120 149 8.552 H 5.00 515.00 39.38 0.984 0.600 24.58 1353.15
M 140 431 9.162 H 5.00 555.00 39.38 0.984 0.600 32.62 1926.33
M 120 101 7.028 H 5.00 415.00 39.38 0.984 0.600 6.08 273.84
F 120 163 8.705 H 5.00 525.00 39.38 0.984 0.600 29.93 1677.78
F 120 144 7.943 H 5.00 475.00 39.38 0.984 0.600 11.22 572.68
M 120 100 8.019 H 5.00 480.00 39.38 0.984 0.600 5.38 277.58
RJ LightSpeed VCT F 120 241 7.181 H 1.25 425.00 39.38 0.984 0.600 26.60 1218.55
M 120 633 9.795 H 1.25 725.00 39.38 0.984 0.500 38.81 2368.95
F 120 175 7.505 H 1.25 446.25 39.38 0.984 0.600 18.15 869.96
F 140 254 7.181 H 1.25 425.00 39.38 0.984 0.600 24.85 1138.15
F 120 256 7.124 H 1.25 597.75 39.38 0.984 0.600 31.54 1432.61
M 120 506 8.171 H 5.00 490.00 39.38 0.984 0.600 57.12 2988.04
F 120 159 7.638 H 1.25 455.00 39.38 0.984 0.600 15.69 765.86
M 120 678 8.876 H 1.25 536.25 39.38 0.984 0.600 67.13 3821.95
M 120 406 10.648 H 1.25 652.50 39.38 0.984 0.600 32.34 1686.50
M 120 503 8.952 H 1.25 541.25 39.38 0.984 0.600 34.16 1962.15
134

APÊNDICE C – PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO E DOSES PARA EXAMES DE


TÓRAX

Tempo
Tempo de Espessura Comprimento Incremento
Tensão Corrente Axial ou de CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo Exposição de Corte de Varredura de mesa Pitch
(kV) (mA) Helicoidal Rotação (mGy) (mGy.cm)
(s) (mm) (mm) (mm)
(s)
DF Optima 660 56 F 120 253 5.590 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.800 11.52 442.68
56 F 120 223 5.010 H 5.000 280.00 55.000 1.375 0.800 9.47 326.01
50 M 120 113 5.810 H 5.000 335.00 55.000 1.375 0.800 7.60 303.40
67 F 120 107 5.010 H 5.000 305.00 55.000 1.375 0.800 4.98 171.50
44 F 120 172 5.737 H 5.000 330.00 55.000 1.375 0.800 14.29 563.23
83 F 120 349 5.083 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.800 27.67 1008.15
74 F 120 116 5.520 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.800 5.37 203.73
85 F 120 149 5.150 H 5.000 363.50 55.000 1.375 0.800 8.22 291.33
84 M 120 287 5.155 H 5.000 290.00 55.000 1.375 0.800 19.02 673.84
79 F 120 276 4.790 H 5.000 265.00 55.000 1.375 0.800 11.28 371.50
PE Brivo 385 39 M 140 99 15.000 H 5.000 380.00 27.500 1.375 1.000 9.95 410.20
81 M 140 70 14.818 H 5.000 375.00 27.500 1.375 1.000 6.82 277.77
82 F 140 70 13.364 H 5.000 335.00 27.500 1.375 1.000 6.64 244.08
87 F 120 70 15.546 H 5.000 395.00 27.500 1.375 1.000 6.62 282.90
87 F 120 71 12.272 H 5.000 305.00 27.500 1.375 1.000 5.67 191.50
62 F 120 70 13.546 H 5.000 340.00 27.500 1.375 1.000 4.55 169.52
91 M 120 70 11.909 H 5.000 295.00 27.500 1.375 1.000 4.76 155.97
68 F 140 72 13.728 H 5.000 345.00 27.500 1.375 1.000 8.34 314.62
63 M 140 76 13.364 H 5.000 335.00 27.500 1.375 1.000 10.47 384.71
69 F 120 70 12.454 H 5.000 310.00 27.500 1.375 1.000 4.53 155.20
BA Revolution ACT 50 M 120 135 13.210 H 5.000 335.00 27.500 1.375 0.984 6.96 256.87
53 F 120 84 11.958 H 5.000 311.50 27.500 1.375 0.984 4.55 152.12
59 F 120 77 12.673 H 5.000 320.00 27.500 1.375 0.984 4.57 161.90
81 F 120 108 11.958 H 5.000 300.00 27.500 1.375 0.984 5.20 173.70
74 M 120 91 12.494 H 5.000 315.00 27.500 1.375 0.984 6.25 218.19
44 F 120 81 12.852 H 5.000 325.00 27.500 1.375 0.984 4.58 164.64
43 F 120 147 12.494 H 5.000 315.00 27.500 1.375 0.984 9.81 342.43
75 M 120 143 14.820 H 5.000 380.00 27.500 1.375 0.984 7.57 313.36
40 M 120 125 12.494 H 5.000 315.00 27.500 1.375 0.984 6.88 240.08
49 F 120 73 13.389 H 5.000 340.00 27.500 1.375 0.984 4.46 166.78
RN LightSpeed PRO 16 76 M 120 596 9.310 H 5.000 28.50 27.500 1.375 0.800 32.06 1025.47
40 F 120 372 10.470 H 5.000 32.50 27.500 1.375 0.800 19.13 688.42
44 M 120 596 11.200 H 5.000 35.00 27.500 1.375 0.800 29.85 1148.90
65 M 120 473 10.320 H 5.000 32.00 27.500 1.375 0.800 18.28 648.68
46 F 120 372 11.340 H 5.000 35.50 27.500 1.375 0.800 19.15 746.64
65 M 120 481 9.450 H 5.000 29.00 27.500 1.375 0.800 23.88 775.71
58 F 120 412 9.740 H 5.000 30.00 27.500 1.375 0.800 13.85 463.78
53 M 120 248 7.960 H 5.000 36.20 27.500 1.375 0.600 8.59 313.68
60 M 120 364 10.910 H 5.000 34.00 27.500 1.375 0.800 17.11 641.45
54 M 120 269 8.620 H 5.000 36.00 27.500 1.375 0.600 6.14 242.35
PR Brivo 385 78 M 120 159 13.332 H 7.500 556.00 27.500 1.375 1.000 8.85 324.28
47 M 120 159 15.786 H 7.500 573.50 27.500 1.375 1.000 9.24 400.99
71 M 120 107 14.696 H 7.500 367.50 27.500 1.375 1.000 7.05 285.08
34 F 120 82 13.605 H 7.500 337.50 27.500 1.375 1.000 5.16 193.07
75 M 120 146 15.242 H 7.500 382.50 27.500 1.375 1.000 7.27 304.81
63 F 120 83 14.423 H 7.500 360.00 27.500 1.375 1.000 5.25 208.25
65 M 120 152 14.423 H 7.500 360.00 27.500 1.375 1.000 10.24 406.07
87 M 120 159 12.786 H 7.500 315.00 27.500 1.375 1.000 8.18 287.54
76 F 120 159 12.242 H 7.500 300.00 27.500 1.375 1.000 9.48 319.14
75 F 120 154 13.332 H 7.500 449.50 27.500 1.375 1.000 7.97 292.28
RJ LightSpeed PRO 16 86 M 120 176 8.440 H 3.750 300.00 27.500 1.375 0.700 8.24 273.12
90 F 140 199 13.371 H 3.750 653.25 27.500 1.375 0.600 11.34 694.87
81 F 120 153 9.013 H 3.750 322.50 27.500 1.375 0.700 5.57 174.65
95 F 120 101 8.249 H 3.750 292.50 27.500 1.375 0.700 4.86 157.33
89 M 140 191 10.636 H 3.750 386.25 27.500 1.375 0.700 11.12 464.71
46 M 120 317 10.444 H 3.750 397.75 27.500 1.375 0.700 14.54 596.47
41 M 120 303 9.203 H 3.750 330.00 27.500 1.375 0.700 15.57 547.89
77 F 140 103 9.203 H 3.750 330.00 27.500 1.375 0.700 7.40 267.70
90 M 120 100 9.681 H 3.750 348.75 27.500 1.375 0.700 9.42 358.54
25 F 120 100 8.631 H 3.750 307.50 27.500 1.375 0.700 7.65 191.93
135

Tempo
Tempo de Espessura Comprimento Incremento
Tensão Corrente Axial ou de CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo Exposição de Corte de Varredura de mesa Pitch
(kV) (mA) Helicoidal Rotação (mGy) (mGy.cm)
(s) (mm) (mm) (mm)
(s)
PI Brivo 385 77 F 120 161 10.820 H 5.000 265.00 27.500 1.375 1.000 8.91 265.04
94 F 120 89 11.000 H 5.000 270.00 27.500 1.375 1.000 3.56 107.56
55 F 120 154 11.910 H 5.000 295.00 27.500 1.375 1.000 7.50 245.73
15 M 120 85 14.820 H 5.000 375.00 27.500 1.375 1.000 5.05 205.59
93 F 120 67 11.180 H 5.000 275.00 27.500 1.375 1.000 10.99 337.89
36 M 120 164 13.190 H 5.000 337.50 27.500 1.375 1.000 5.44 197.31
57 F 120 129 11.730 H 5.000 307.50 27.500 1.375 1.000 5.52 178.02
59 M 120 158 12.640 H 5.000 315.00 27.500 1.375 1.000 5.58 194.05
61 F 120 177 11.910 H 5.000 295.00 27.500 1.375 1.000 9.89 323.72
46 F 120 198 12.270 H 5.000 305.00 27.500 1.375 1.000 9.90 334.25
PE LightSpeed Qxi 75 F 120 350 28.550 H 5.000 40.50 15.000 1.500 1.000 23.61 1010.92
41 F 120 350 22.880 H 5.000 32.00 15.000 1.500 1.000 23.61 810.27
78 M 120 350 22.220 H 5.000 31.00 15.000 1.500 1.000 23.61 786.66
52 F 120 350 24.220 H 5.000 34.00 15.000 1.500 1.000 23.61 857.48
68 M 120 350 26.220 H 5.000 37.00 15.000 1.500 1.000 23.61 928.30
56 M 120 350 25.880 H 5.000 36.50 15.000 1.500 1.000 23.61 916.50
89 M 120 350 24.220 H 5.000 34.00 15.000 1.500 1.000 23.61 857.48
35 F 120 350 14.884 H 5.000 325.00 15.000 1.500 1.000 66.30 1368.16
84 M 120 350 26.217 H 5.000 370.00 15.000 1.500 1.000 45.19 1777.03
55 F 120 350 26.218 H 5.000 370.00 15.000 1.500 1.000 23.61 928.30
RJ Brivo 385 37 F 120 60 13.182 H 5.000 330.00 27.500 1.375 1.000 4.02 145.65
88 M 120 91 12.818 H 5.000 320.00 27.500 1.375 1.000 4.73 166.75
65 M 140 100 14.091 H 5.000 355.00 27.500 1.375 1.000 10.14 392.82
63 F 120 77 11.000 H 5.000 244.50 27.500 1.375 1.000 4.20 126.98
83 F 120 64 12.272 H 5.000 305.00 27.500 1.375 1.000 4.70 158.57
76 F 120 67 12.091 H 5.000 358.50 27.500 1.375 1.000 12.80 425.34
41 F 120 124 14.454 H 5.000 365.00 27.500 1.375 1.000 9.73 386.79
76 F 120 60 13.182 H 5.000 330.00 27.500 1.375 1.000 3.85 139.60
51 F 120 60 14.272 H 5.000 360.00 27.500 1.375 1.000 3.85 151.16
89 M 120 60 14.454 H 5.000 421.00 27.500 1.375 1.000 7.70 308.09
ES LightSpeed VCT 82 M 120 255 3.998 H 5.000 375.00 55.000 1.375 0.500 8.98 354.33
59 M 120 300 3.953 H 5.000 370.00 55.000 1.375 0.500 8.85 364.34
57 F 120 258 3.179 H 5.000 192.00 55.000 1.375 0.500 7.98 259.44
72 F 120 393 4.922 H 1.250 341.25 39.375 0.984 0.500 16.27 630.42
77 F 120 164 3.453 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.500 4.86 172.29
64 M 120 214 3.589 H 5.000 330.00 55.000 1.375 0.500 5.46 197.53
41 M 120 449 3.634 H 5.000 335.00 55.000 1.375 0.500 12.40 495.64
59 M 120 299 3.498 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.500 8.98 326.05
52 F 120 225 3.816 H 5.000 355.00 55.000 1.375 0.500 6.25 236.43
69 F 120 120 3.453 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.500 3.99 142.52
ES Optima 520 79 M 120 161 9.636 H 5.000 300.00 27.500 1.375 0.800 11.04 365.72
60 M 120 214 9.780 H 5.000 305.00 27.500 1.375 0.800 11.49 386.27
67 M 120 232 10.363 H 5.000 325.00 27.500 1.375 0.800 11.29 402.09
67 F 120 162 8.908 H 5.000 275.00 27.500 1.375 0.800 7.73 236.79
66 F 120 91 9.054 H 5.000 300.00 27.500 1.375 0.800 4.34 135.17
74 M 120 324 9.199 H 5.000 285.00 27.500 1.375 0.800 10.79 341.22
89 F 120 262 8.617 H 5.000 281.50 27.500 1.375 0.800 7.90 234.11
70 F 120 155 8.036 H 5.000 245.00 27.500 1.375 0.800 6.58 181.69
37 M 120 259 10.217 H 5.000 320.00 27.500 1.375 0.800 9.27 325.38
32 F 120 175 8.326 H 5.000 255.00 27.500 1.375 0.800 12.32 352.53
SP Optima 520 83 M 120 261 11.236 H 5.000 355.00 27.500 1.375 0.800 13.06 504.22
74 M 120 50 12.108 H 5.000 385.00 27.500 1.375 0.800 11.75 488.85
63 F 120 189 10.654 H 5.000 335.00 27.500 1.375 0.800 10.61 388.56
17 M 120 108 11.380 H 5.000 360.00 27.500 1.375 0.800 6.24 243.98
78 M 120 182 11.090 H 5.000 350.00 27.500 1.375 0.800 9.83 374.80
24 F 120 61 11.090 H 5.000 350.00 27.500 1.375 0.800 3.45 131.51
70 F 120 260 10.217 H 5.000 420.00 27.500 1.375 0.800 13.06 458.53
62 M 120 189 11.380 H 5.000 360.00 27.500 1.375 0.800 4.66 182.30
60 M 120 240 10.363 H 5.000 325.00 27.500 1.375 0.800 19.80 705.45
17 F 120 254 8.036 H 5.000 500.00 27.500 1.375 0.800 15.34 541.56
136

Tempo
Tempo de Espessura Comprimento Incremento
Tensão Corrente Axial ou de CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo Exposição de Corte de Varredura de mesa Pitch
(kV) (mA) Helicoidal Rotação (mGy) (mGy.cm)
(s) (mm) (mm) (mm)
(s)
RS Optima 520 66 M 120 348 9.141 H 5.000 365.00 35.000 1.750 0.800 40.85 786.27
25 M 120 348 9.483 H 5.000 380.00 35.000 1.750 0.800 39.99 1020.07
63 M 120 308 14.436 H 5.000 465.00 27.500 1.375 0.800 57.06 1550.98
33 F 120 180 10.799 H 5.000 340.00 27.500 1.375 0.800 16.42 521.74
68 M 120 348 8.341 H 5.000 330.00 35.000 1.750 0.800 46.04 787.46
80 F 120 348 7.197 H 5.000 280.00 35.000 1.750 0.800 48.67 703.25
52 F 120 348 8.912 H 5.000 360.00 35.000 1.375 0.800 63.08 1374.39
25 M 120 348 10.398 H 5.000 420.00 35.000 1.750 0.800 23.09 637.42
50 F 120 348 11.090 H 5.000 350.00 27.500 1.375 0.800 35.16 1067.51
63 M 120 349 12.545 H 5.000 400.00 27.500 1.375 0.800 13.66 588.96
DF Optima 660 89 M 120 80 8.501 H 5.000 260.00 27.500 1.375 0.800 5.36 156.63
84 F 120 401 10.246 H 5.000 320.00 27.500 1.375 0.800 91.97 1491.22
33 M 120 313 9.083 H 5.000 548.00 27.500 1.375 0.800 32.88 1102.02
55 F 120 264 9.228 H 5.000 285.00 27.500 1.375 0.800 10.01 317.55
62 M 120 99 8.792 H 5.000 270.00 27.500 1.375 0.800 6.56 198.24
85 F 120 86 9.809 H 5.000 305.00 27.500 1.375 0.800 6.30 212.30
95 M 120 108 8.937 H 5.000 275.00 27.500 1.375 0.800 11.58 355.84
69 F 120 363 6.407 H 5.000 320.00 27.500 1.375 0.500 13.02 158.66
65 F 120 297 6.589 H 5.000 330.00 27.500 1.375 0.500 9.36 339.03
55 F 120 121 10.828 H 5.000 339.00 27.500 1.375 0.800 8.93 332.18
RS Optima 660 48 F 120 257 3.649 H 5.000 375.00 61.250 1.531 0.500 29.31 547.85
61 F 140 114 2.874 H 5.000 280.00 61.250 1.531 0.500 9.80 344.94
72 M 100 300 3.283 H 5.000 330.00 61.250 1.531 0.500 5.14 206.80
70 M 100 251 3.649 H 5.000 375.00 61.250 1.531 0.500 2.68 120.00
56 F 100 259 3.609 H 5.000 370.00 61.250 1.531 0.500 18.98 366.65
63 M 100 300 3.895 H 5.000 405.00 61.250 1.531 0.500 31.17 686.18
71 M 100 277 3.487 H 5.000 355.00 61.250 1.531 0.500 21.10 385.01
69 M 100 300 3.772 H 5.000 390.00 61.250 1.531 0.500 5.17 238.95
53 F 140 288 3.160 H 5.000 315.00 61.250 1.531 0.500 12.00 464.63
38 F 100 300 3.649 H 5.000 375.00 61.250 1.531 0.500 14.92 464.50
PR Optima 520 85 F 120 61 7.654 H 5.000 300.00 35.000 1.750 0.800 2.29 76.63
38 M 120 207 8.569 H 5.000 340.00 35.000 1.750 0.800 8.47 317.55
24 M 120 109 5.826 H 5.000 220.00 35.000 1.750 0.800 8.67 117.53
76 M 120 221 7.654 H 5.000 300.00 35.000 1.750 0.800 8.27 277.06
83 M 120 155 7.083 H 5.000 275.00 35.000 1.750 0.800 11.72 363.10
38 M 120 140 8.112 H 5.000 320.00 35.000 1.750 0.800 11.20 386.47
43 F 120 212 6.969 H 5.000 270.00 35.000 1.750 0.800 7.97 242.85
43 F 120 249 6.741 H 5.000 260.00 35.000 1.750 0.800 16.35 481.98
57 F 120 210 6.852 H 5.000 265.00 35.000 1.750 0.800 8.02 253.27
83 M 120 247 7.654 H 5.000 300.00 35.000 1.750 0.800 4.64 155.51
SP Optima 660 32 M 120 286 4.823 H 1.250 377.50 55.000 1.375 0.600 8.28 365.91
35 F 120 298 4.386 H 1.250 427.50 55.000 1.375 0.600 18.61 748.22
41 F 120 142 4.373 H 1.250 428.75 55.000 1.375 0.600 6.05 242.58
72 F 120 241 4.168 H 1.250 317.50 55.000 1.375 0.600 7.70 294.19
37 F 120 350 4.223 H 1.250 322.50 55.000 1.375 0.600 12.98 502.26
50 M 120 350 4.551 H 1.250 352.50 55.000 1.375 0.600 12.06 502.74
44 M 120 341 4.659 H 1.250 362.50 55.000 1.375 0.600 11.99 512.05
34 F 120 310 4.005 H 1.250 302.50 55.000 1.375 0.600 11.12 408.30
18 F 120 272 4.196 H 1.250 320.00 55.000 1.375 0.600 7.10 273.13
46 M 120 350 4.646 H 1.250 361.25 55.000 1.375 0.600 12.99 552.96
AM Brivo 385 25 F 120 93 9.177 H 5.000 285.00 35.000 1.750 1.000 5.87 188.53
61 M 120 88 19.605 H 5.000 650.00 35.000 1.750 1.000 3.65 250.55
71 M 120 89 10.748 H 5.000 340.00 35.000 1.750 1.000 6.07 228.40
71 M 120 108 10.605 H 5.000 335.00 35.000 1.750 1.000 6.29 233.42
17 F 120 34 10.605 H 5.000 335.00 35.000 1.750 1.000 2.55 94.71
77 F 120 143 10.033 H 5.000 315.00 35.000 1.750 1.000 7.54 264.58
88 F 120 150 9.605 H 5.000 300.00 35.000 1.750 1.000 14.62 480.69
54 F 120 145 9.748 H 5.000 305.00 35.000 1.750 1.000 6.86 233.99
61 F 120 148 10.462 H 5.000 303.00 35.000 1.750 1.000 7.56 276.62
84 F 120 79 9.605 H 5.000 300.00 35.000 1.750 1.000 6.40 214.96
137

Tempo
Tempo de Espessura Comprimento Incremento
Tensão Corrente Axial ou de CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo Exposição de Corte de Varredura de mesa Pitch
(kV) (mA) Helicoidal Rotação (mGy) (mGy.cm)
(s) (mm) (mm) (mm)
(s)
PA Optima 660 79 F 120 229 5.276 H 5.000 350.00 55.000 1.375 0.700 7.22 299.44
75 F 120 76 4.258 H 5.000 270.00 55.000 1.375 0.700 2.68 89.73
89 F 120 139 5.085 H 5.000 335.00 55.000 1.375 0.700 4.38 174.95
28 F 120 158 4.959 H 5.000 390.00 55.000 1.375 0.600 3.63 165.14
38 F 120 75 4.958 H 5.000 325.00 55.000 1.375 0.700 9.21 358.54
71 F 120 69 5.467 H 5.000 365.00 55.000 1.375 0.700 7.05 303.03
69 F 120 250 5.148 H 5.000 340.00 55.000 1.375 0.700 15.26 616.91
70 F 120 234 5.212 H 5.000 345.05 55.000 1.375 0.700 13.82 565.92
32 F 120 71 4.894 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.700 7.30 280.78
70 F 120 88 5.212 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.700 5.13 210.16
RO Optima 520 71 M 120 193 10.402 H 5.000 325.00 27.500 1.375 0.800 9.71 347.08
47 F 120 201 10.111 H 5.000 315.00 27.500 1.375 0.800 10.04 349.07
77 F 120 201 9.676 H 5.000 370.00 27.500 1.375 0.800 9.94 330.49
55 F 120 183 9.093 H 5.000 280.00 27.500 1.375 0.800 6.92 216.29
85 F 120 129 9.093 H 5.000 280.00 27.500 1.375 0.800 4.26 133.26
30 M 120 201 10.693 H 5.000 335.00 27.500 1.375 0.800 10.04 369.15
66 M 120 180 11.130 H 5.000 350.00 27.500 1.375 0.800 8.59 328.51
49 M 120 189 12.585 H 5.000 400.00 27.500 1.375 0.800 8.27 357.76
69 M 120 150 9.676 H 5.000 300.00 27.500 1.375 0.800 9.37 311.62
62 M 120 161 11.420 H 5.000 360.00 27.500 1.375 0.800 9.90 388.74
TO Revolution ACT 51 F 120 142 23.909 H 5.000 307.50 13.500 1.35 0.984 8.89 291.65
79 F 120 106 20.629 H 5.000 262.50 13.500 1.350 0.984 7.17 203.02
39 F 120 149 22.269 H 5.000 285.00 13.500 1.350 0.984 10.77 329.18
66 F 120 150 22.816 H 5.000 292.50 13.500 1.350 0.984 10.78 337.48
50 F 120 150 20.629 H 5.000 262.50 13.500 1.350 0.984 10.78 305.14
17 F 120 80 26.643 H 5.000 345.00 13.500 1.350 0.984 5.79 211.50
50 F 120 134 27.189 H 5.000 352.50 13.500 1.350 0.984 7.93 295.73
75 M 120 80 24.456 H 5.000 315.00 13.500 1.350 0.984 10.16 341.00
62 F 120 150 21.176 H 5.000 270.00 13.500 1.350 0.984 10.78 313.22
66 M 120 142 27.736 H 5.000 360.00 13.500 1.350 0.984 7.89 300.04
PE Optima 660 52 F 120 108 6.028 H 5.000 350.00 55.000 1.375 0.800 5.36 222.15
56 F 100 247 6.028 H 5.000 350.00 55.000 1.375 0.800 15.10 560.25
38 M 120 230 5.009 H 5.000 305.00 55.000 1.375 0.800 22.29 795.92
85 F 120 80 6.319 H 5.000 370.00 55.000 1.375 0.800 8.92 387.59
62 M 120 299 7.192 H 5.000 430.00 55.000 1.375 0.800 14.98 740.63
68 F 120 166 6.174 H 5.000 360.00 55.000 1.375 0.800 7.96 337.72
66 M 140 175 5.665 H 5.000 325.00 55.000 1.375 0.800 14.87 579.12
29 F 140 299 5.955 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.800 21.67 886.91
75 F 140 399 5.009 H 5.000 280.00 55.000 1.375 0.800 28.67 987.42
72 M 120 128 5.519 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.800 9.33 353.83
MG Optima 660 59 F 120 300 7.845 H 0.625 340.00 39.375 0.984 0.800 15.93 614.91
57 F 120 100 6.588 H 0.625 278.13 39.375 0.984 0.800 7.38 239.30
86 F 120 53 8.023 H 1.250 348.75 39.375 0.984 0.800 3.12 123.14
52 F 120 86 7.604 H 0.625 328.13 39.375 0.984 0.800 5.72 213.86
86 F 120 191 6.601 H 0.625 278.75 39.375 0.984 0.800 18.81 611.05
85 F 120 80 7.997 H 0.625 347.50 39.375 0.984 0.800 5.59 220.08
25 M 120 209 6.842 H 0.625 290.63 39.375 0.984 0.800 11.70 394.06
33 M 120 92 14.347 H 5.000 660.00 39.375 0.984 0.800 5.87 414.60
75 F 120 216 7.414 H 0.625 318.75 39.375 0.984 0.800 18.10 660.29
41 F 120 139 7.845 H 0.625 340.00 39.375 0.984 0.800 8.66 334.41
GO LightSpeed PRO 16 88 M 120 399 7.889 H 1.250 330.00 27.500 1.375 0.600 19.59 645.77
38 M 120 399 8.708 H 1.250 367.50 27.500 1.375 0.600 19.10 697.24
38 M 120 399 7.480 H 1.250 311.25 27.500 1.375 0.600 16.31 534.11
47 M 120 399 7.726 H 1.250 322.50 27.500 1.375 0.600 21.33 696.10
70 F 120 168 6.908 H 1.250 285.00 27.500 1.375 0.600 8.82 266.18
53 M 120 399 8.135 H 1.250 341.25 27.500 1.375 0.600 18.37 644.86
34 M 120 399 7.726 H 1.250 322.50 27.500 1.375 0.600 17.63 581.91
42 F 120 399 8.135 H 1.250 340.75 27.500 1.375 0.600 20.45 679.43
61 F 120 399 7.235 H 1.250 300.00 27.500 1.375 0.600 18.48 572.10
25 F 120 327 8.053 H 1.250 337.50 27.500 1.375 0.600 15.45 535.59
138

Tempo
Tempo de Espessura Comprimento Incremento
Tensão Corrente Axial ou de CTDIvol DLP
Estado Modelo Idade Sexo Exposição de Corte de Varredura de mesa Pitch
(kV) (mA) Helicoidal Rotação (mGy) (mGy.cm)
(s) (mm) (mm) (mm)
(s)
MG Brivo 385 62 F 120 65 13.062 H 10.000 320.00 27.500 1.375 1.000 3.34 120.12
31 F 120 159 11.608 H 10.000 290.00 27.500 1.375 1.000 18.41 596.82
68 M 120 73 13.799 H 10.000 340.00 27.500 1.375 1.000 4.58 173.79
41 M 120 35 13.789 H 10.000 340.00 27.500 1.375 1.000 2.25 85.19
25 F 140 120 14.153 H 10.000 350.00 27.500 1.375 1.000 13.76 535.62
63 M 120 98 14.880 H 10.000 390.00 27.500 1.375 1.000 11.64 488.39
63 M 120 67 13.062 H 10.000 320.00 27.500 1.375 1.000 5.13 184.22
58 M 120 49 14.880 H 10.000 370.00 27.500 1.375 1.000 3.20 131.07
59 M 120 51 14.516 H 10.000 360.00 27.500 1.375 1.000 3.63 144.77
76 M 120 33 12.698 H 10.000 310.00 27.500 1.375 1.000 2.25 78.45
GO Brivo 385 55 F 120 99 11.909 H 5.000 295.00 27.500 1.375 1.000 6.44 210.84
75 M 120 88 14.454 H 5.000 355.00 27.500 1.375 1.000 6.36 246.23
57 M 120 140 14.454 H 5.000 365.00 27.500 1.375 1.000 7.54 299.79
43 M 120 165 16.272 H 5.000 415.00 27.500 1.375 1.000 9.52 425.97
30 F 120 162 13.546 H 5.000 340.00 27.500 1.375 1.000 7.44 277.11
45 F 120 106 14.818 H 5.000 375.00 27.500 1.375 1.000 6.68 272.28
83 F 120 177 11.546 H 5.000 285.00 27.500 1.375 1.000 12.27 389.64
64 F 120 86 13.728 H 5.000 345.00 27.500 1.375 1.000 11.46 432.51
33 F 120 199 13.182 H 5.000 348.00 27.500 1.375 1.000 12.84 420.41
61 M 120 159 14.091 H 5.000 355.00 27.500 1.375 1.000 18.66 723.28
PA Optima 660 62 F 120 93 5.955 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.800 4.47 182.78
60 M 120 80 6.319 H 5.000 370.00 55.000 1.375 0.800 3.96 172.22
63 F 120 87 5.737 H 5.000 330.00 55.000 1.375 0.800 4.69 185.13
74 F 120 84 6.465 H 5.000 380.00 55.000 1.375 0.800 4.68 207.91
67 M 120 80 6.465 H 5.000 380.00 55.000 1.375 0.800 3.98 176.69
59 F 120 85 5.737 H 5.000 330.00 55.000 1.375 0.800 5.26 207.46
83 F 120 80 5.955 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.800 3.98 162.90
75 M 120 80 6.392 H 5.000 375.00 55.000 1.375 0.800 3.96 173.84
76 F 120 80 6.174 H 5.000 360.00 55.000 1.375 0.800 3.95 167.76
60 M 120 106 6.246 H 5.000 365.00 55.000 1.375 0.800 6.15 264.10
PB Revolution EVO F 140 359 3.977 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.600 15.08 524.25
F 120 342 3.977 H 5.000 300.00 55.000 1.375 0.600 14.61 507.92
M 120 430 4.740 H 5.000 370.00 55.000 1.375 0.600 13.58 567.30
M 120 439 4.632 H 5.000 360.00 55.000 1.375 0.600 31.34 1278.06
M 120 420 5.809 H 5.000 335.00 39.375 0.984 0.600 19.65 728.00
M 120 173 4.196 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.600 4.51 165.91
F 120 304 3.650 H 5.000 270.00 55.000 1.375 0.600 10.21 324.50
F 120 299 4.141 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.600 11.40 413.61
F 120 421 4.032 H 5.000 305.00 55.000 1.375 0.600 15.42 543.78
F 120 156 3.814 H 5.000 285.00 55.000 1.375 0.600 5.42 180.22
DF Revolution EVO M 120 80 4.462 H 0.625 344.38 55.000 1.375 0.600 3.04 119.21
F 120 99 4.066 H 5.000 310.00 55.000 1.375 0.600 3.87 138.26
M 120 149 4.087 H 5.000 310.00 55.000 1.375 0.600 5.44 194.69
M 120 149 4.632 H 5.000 360.00 55.000 1.375 0.600 5.47 222.83
F 120 149 4.577 H 5.000 355.00 55.000 1.375 0.600 5.51 221.93
F 120 133 4.032 H 5.000 305.00 55.000 1.375 0.600 4.44 156.44
F 120 149 4.196 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.600 5.57 204.74
F 120 141 3.977 H 5.000 300.00 55.000 1.375 0.600 5.38 187.00
F 120 146 7.850 H 5.000 655.00 55.000 1.375 0.600 5.22 366.97
F 120 104 4.141 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.600 4.34 157.43
SC Revolution EVO M 120 273 5.592 H 5.000 320.00 55.000 1.375 0.800 16.55 373.29
F 100 187 5.665 H 5.000 325.00 55.000 1.375 0.800 21.95 346.05
F 100 300 5.155 H 5.000 290.00 55.000 1.375 0.800 6.73 227.08
F 100 259 2.437 H 5.000 315.00 55.000 1.375 0.400 5.23 177.76
F 100 209 5.883 H 5.000 340.00 55.000 1.375 0.800 12.79 264.85
M 100 257 6.465 H 5.000 380.00 55.000 1.375 0.800 15.41 384.56
F 100 225 5.955 H 5.000 345.00 55.000 1.375 0.800 15.65 355.76
F 100 112 5.301 H 5.000 300.00 55.000 1.375 0.800 16.62 175.69
F 100 240 6.537 H 5.000 385.00 55.000 1.375 0.800 15.78 388.73
M 100 300 4.179 H 5.000 395.00 55.000 1.375 0.500 5.24 231.94
RJ LightSpeed VCT M 120 332 2.955 H 1.250 341.25 55.000 1.375 0.400 7.09 276.08
F 120 512 2.755 H 1.250 313.75 55.000 1.375 0.400 9.01 326.21
F 120 555 3.155 H 1.250 368.75 55.000 1.375 0.400 11.91 496.90
F 100 120 3.977 H 5.000 300.00 55.000 1.375 0.600 2.65 92.15
M 120 481 3.755 H 1.250 451.25 55.000 1.375 0.400 10.52 525.50
M 120 648 2.900 H 1.250 333.75 55.000 1.375 0.400 14.98 572.45
M 120 648 3.700 H 1.250 443.75 55.000 1.375 0.400 14.63 719.76
F 120 409 9.113 H 1.250 671.25 39.375 0.984 0.500 20.03 1410.66
M 120 798 2.655 H 1.250 250.00 55.000 1.375 0.400 18.44 642.42
F 120 782 3.028 H 1.250 351.25 55.000 1.375 0.400 18.28 730.66

Você também pode gostar