UMA BREVE APRESENTAÇÃO

Quem sou? que lhe importa leitor, minha

insignificante individualidade?
Esqueça-se pois do meu caráter e minha
qualidade como poeta.
atente-se só das minhas razões.
falarei, com a independência própria do filósofo,
com a calma e a segurança do homem livre.

 
TÉDIO
E ANARQUIA

Estou sóbrio há semanas e têm sido um saco... seria capaz de irritar

um morto agora, ou apostar minha cabeça com o diabo por um
pouco de diversão.

bem, reparem que só tenho uma vida e, quero vivê-la. não faço mal
a ninguém, fico sentadinho num canto e, às vezes, não digo uma
palavra durante dias. Abro minha boca apenas para dizer algo
sarcástico uma vez ou outra.

apaguei as luzes e, ainda cedo, me deitei no velho sofá onde

apenas divaguei, sem pensar em nada específico. havia uma certa
melancolia nisso tudo, até mesmo no gotejo da torneira que
pingava sob os pratos sujos.

Sem lembrar do exato momento, adormeci. acordei e já eram 11 da

noite, era domingo, o pior dia. Ah, e eu tossia sangue. tive um
pesadelo, mas já não o lembrava mais. Talvez um “boa noite” de
uma mulher teria evitado isso. Não tenho uma namorada há anos e
não consigo mais esconder os pelos das minhas mãos.
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fui para a janela e me apoiei por lá. um vinho faz falta -
pensei. na rua esta hora só havia os gatos. o céu estava
puro, mas sem brilho. acendi um cigarro. logo a vista tornou-
se entediante, e deixei que a indiferença me consumisse, a
ponto de cuspir em alguém que passava. Esta me xingou, e
eu sorri e “acenei”.

Quando percebi era uma bela garota

Quando percebi estava mostrando o dedo do meio

não abaixava mais já à um tempo. Mas acho que era assim

que se dava oi. Sei lá, só havia falado com duas pessoas o
dia todo: e uma delas era eu mesmo.

Ela me respondeu com o mesmo gesto, diria que havia um

clima então disse: Ei! E então Desci rapidamente até lá, na
verdade apenas pulei da sacada.

Cai de mau jeito e pude sentir minha cabeça crescendo,

felizmente era um galo, odiaria que fosse por estar ficando
mais inteligente.

Senão fosse inteligente teria me apaixonado por aquela

garota naquele momento.

Levantei, sem muita cerimônia. Limpei o traseiro de poeira

com alguns tapinhas e com um olhar sexy e atraente

(na verdade esquisito e assustador) lhe perguntei: pode me

emprestar cinquenta reais?

Ela parecia estar com medo de mim, e deveria, pois eu

poderia matá-la, de amor...

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Um tempo depois

Um tempo depois e eu já queria me agarrar àquela garota linda

com seios pequenos, pela qual estou apaixonado e mais! Queria
dividir meu único neurônio com esta.

Ela tinha ideias modernas, era louca mas inteligente, gostaria de

lamber seu cérebro. ela também seria queimada 200 anos atrás e
isso é o que mais gosto nela.

Quando a conheci, me surpreendi com o vazio de seus olhos, iria

perguntar se estava solteira mas pareceu melhor perguntar se
estava viva.

Bebemos um drink, num bar que provavelmente tinha restos

mortais grudados com cheddar no chão. Fazia frio, minha bunda
estava congelando e estava no meu vigésimo espirro.

Depois de alguns drinks e conversas, ela com o olhar vazio, eu com

o carisma de um cadáver... decidimos cortar o papo furado.
ninguém tinha tempo para isso.

Logo fomos para sua casa.

Ela disse para não reparar na bagunça

Eu disse que era impossível. Reparei em cada detalhe, até mesmo

em como os azulejos estavam alinhados.

O fim da noite você já sabe leitor.

Acordei com uma puta ressaca. e muito dolorido. O pênis dela era
muito grosso.

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Tédio e sofrimento

Meu mecanismo de defesa são minhas piadinhas ruins, se me

tirar isso, é quase o mesmo de me colocar pra lutar pelado,
mas serei um tanto melancólico agora, perdoe-me por isso.

Esse é o mundo do qual me cansei, onde você pode achar um

substituto para qualquer talento e qualquer relação pode ser
substituída, e mesmo assim, por alguma razão, não consigo
imaginar outra pessoa além de você me matando. Será que
foram os seus seios desde o começo?

Embora odeie esse mundo, sei que há beleza nele, você quem me
mostrou isso. E agora? Onde está você? Disse que me odiava e foi
embora, mas não precisava. não precisava me odiar ou fingir que
nunca me conheceu, não logo após de dizer que ficaria ao meu
lado.

Ela foi a pessoa mais inteligente e ao mesmo tempo mais burra que
conheci. nosso relacionamento foi como uma briga de bar, rápido e
desastroso. só precisava de um pretexto para foder com tudo.

você dorme em minhas memórias

pois nunca vamos ficar juntos.

e eu sempre vou te odiar

Porquê sei que você nunca vai me amar.

Então deslize sob as cicatrizes

Queime o passado.

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Estou constantemente ao limite da dor

meus grandes bíceps não fazem com que eu me sinta melhor.

Sinto meu coração pesado, talvez tão pesado quanto a bunda gorda
da sua mãe.

sempre por um triz de cair e se despedaçar

se você tiver cola, quebre-o e quando acontecer, vamos cheirar.

afundei meu coração em merda e meu orgulho em lama

estava ali de joelhos e coração aberto, rezei desesperadamente à

Deus.

Até passei a seguir os caminhos de Jesus. (perdoei putas)

bem, ainda assim, nada mudou desde então.

mas talvez eu só não tenha pedido direito

talvez estive sendo um mal garoto, não é?

De qualquer forma, estava faminto; meu estômago doía. me revirei

durante horas na cama até conseguir pegar no sono.

ainda havia em mim o sentimento de esperança que vem do

amanhã.

Uma luz no fim do túnel, mas essa era só o diabo com uma
lanterna. Bem, estou indo visitar o Diabo, alguém quer algo?

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Tédio e Loucura, combinação
que não combina

Não quero mais ser um poeta, ironicamente nunca fui bom com
palavras e nada seca mais uma buceta do que um verso.

Nem sou bom nisso, duvido que eu seja o pior no que faço de
melhor. Não dá pra ter certeza deve ter piores, mas a vida te faz
perder a certeza das coisas. o que tenho certeza é que preciso de
Vodca e que bundas latinas são as melhores.

A este ponto, já percebe-se quão desprezível sou, MAS veja leitor,

algo que escrevi num dia, e me despreze tanto quanto eu próprio:

Meu cérebro estava em colapso e deve ter necrosado dentro da

minha cabeça, sou estúpido, e acho isso ótimo, assim me encaixo
com todos eles. talvez, eu precise de 6 anos de lavagem cerebral.
(é, talvez.)

Fiquei bêbado o suficiente para cuspir no chão e nele mergulhar.

mas ainda sinto, esse sentimento nunca vai embora.

Não importa com quanto álcool eu tente preencher esse vazio.

Talvez eu devesse tentar com pizza. mas saco. Pizza está custando
muito para meus bolsos de vagabundo suburbano.

Enfim, a angústia me preencheu, a indiferença, o tédio. Detesto ser

um chorão, ainda mais um Reclamão. Se eu rasgar minha carne,
arrancar meus olhos, fritar meu cérebro e usá-lo para alimentar
meu estômago. e agora? eu posso? poderei expressar a dor que
sinto sem me sentir um estorvo para as pessoas?

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Como diria Jack O Estripador; vamos por partes. Afinal ficariam
melindrados, com meu veemente ardor (ignóbil). embora esteja
apenas tentando mostrar-lhe Senhores, que posso eu, um mero
Piolho estético, em suas vistas; ser como vocês: de uma deletéria
presunção. que aliás detesto, mas apesar de minhas vulgares,
também sei ser.

Felizmente, diálogo nem sempre resolve as coisas

Felizmente existe a violência.

Masturbe meu confrangido ego.

Garoto, se você tem a coragem de me apontar uma arma, tenha a

coragem de mirar em minha cabeça e atirar sem hesitar.

As ruas estão contando histórias, e estou escutando todas.

Permita-me lhe dizer com a mais genuína elegância, como um

príncipe faria. Garoto, não saia pelas ruas contando mentiras, isso
só mostra o quão covarde e estúpido você é.

sou um assassino silencioso, reze aos céus quando eu estiver por

perto, irei espalhar suas gotas de sangue nos meus sapatos e te
fazer gritar como uma vadia antes de afundar seu corpo em lama.

Isso sequer é um poema, é uma promessa.

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sua estima me enoja

você é podre em cada ângulo desde sua alma mórbida

quero cortar sua língua e alimentar os porcos

mas tenho um receio: eu ainda conseguiria escutar suas

reclamações?

Expulso do éden.

Agora num lar de teto baixo e paredes estreitas que oprimem a

alma. Sem aquecimento, sem mobília.

como uma aranha, metia-se pelos cantos

na mesma casa, um assassino e uma prostituta vivendo sob o

mesmo teto. A serpente do amor lhe morderam os corações.

mas ainda estávamos apaixonados pela morte. Nada mais.

aquela é a garota que foderia comigo até a morte.

Minhas mãos em seu pescoço

Seus olhos reviravam

Suas unhas arranhavam minhas costas até sangrar

suas pernas tremeram e ela estava vermelha.

ela não me ama de verdade mas me beija como se amasse.

Minhas mãos, agora sujas em seu pescoço gélido.

o gosto imundo do ferro da pistola em minha boca.

Apertei a porra do gatilho como se não fosse nada.

Esse é meu último poema.

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Uma breve apresentação. A apresentação do homem que vendeu o
mundo.

Seu nome é inominável, seu destino? incerto.

O ordinário homem

estrangeiro do umbigo da terra

insalubre a sua própria natureza.

inerente a expiação para padecer o despeito da terra a sí.

discorria pensamentos, sua mente; um tugúrio relativo há tudo que

há de se conhecer neste belo e tão podre mundo.

escravos do desvario da vaidade urdindo sempre a diligência para

assentar-se na conformidade, tolo desejo este. sequer atina-se da
crua realidade. A vida é algo efêmero de qualquer maneira.

as portas da liberdade se perduram herméticas, trazendo um

paroxismo aos oprimidos, que vive de modo pândego e boêmio,
para escapar da fria realidade. não que sejam pacóvios.

eles o veem como latrinas e quedava a esse absurdo, entretanto

estava tão amodorrado, como poderia se defender? Ele segue
usando paliativos para toda falha de volúpia sempre com
proeminência.

Interprete com incerteza, pois nada é certo. Palavras difíceis? Tenha

a sensação de como é, esbarrar com um obstáculo cada vez que
avança.

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