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O governo do Estado publicou nesta terça-feira, 20/09, o Decreto nº 1.

064, que lança a nova


metodologia do ICMS Verde, aperfeiçoando a distribuição dos recursos aos municípios segundo
critérios ecológicos. A nova lei estabelece os indicadores ambientais que irão orientar a distribuição
da arrecadação e que o percentual de repasse do ICMS Verde aos municípios será fixado em 8%. O
objetivo é tornar mais justa a redistribuição das parcelas da receita estadual.
O decreto oficializa a denominação “ICMS Verde” para a parcela de Imposto sobre operações
relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) que é distribuída aos municípios segundo critérios
ecológicos, para os fins da política fiscal e de meio ambiente do Estado do Pará.
A partir do próximo ano, o repasse do ICMS Verde aos municípios será estabelecido de acordo com
os seguintes indicadores ambientais: Cadastro Ambiental Rural (CAR), Área de Preservação
Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL), Área Antropizada (AA), Reserva de Vegetação
Nativa (RVN), Áreas de Uso Restrito (UR), Áreas de Uso Sustentável (US) e Análise de CAR no
Município (Acar).
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PA) vai definir e calcular os
critérios técnicos de alocação de recursos e os índices percentuais de cada município. E as variáveis
empregadas no modelo de cálculo dos repasses serão reavaliadas a cada ano, o que poderá alterar os
repasses.
Para a apuração do índice, será empregada uma combinação das variáveis e a soma proporcional de
que cada componente. A Semas fará o ajuste final do índice do ICMS Verde fixado em 8% para
todos os municípios, com objetivo de compor um único índice da quota-parte.
A Semas deverá publicar no Diário Oficial do Estado (DOE), até 31 de maio de cada ano, os índices
provisórios do ICMS Verde e a metodologia de cálculo para sua apuração. A partir daí, os
municípios terão o prazo de 30 dias para impugnar os índices ou metodologias utilizadas na
apuração. Estas eventuais contestações deverão receber análise técnica e jurídica da Semas em 60
dias, a partir da publicação dos índices provisórios. Em seguida, os índices definitivos do ICMS
Verde para cada município serão publicados no DOE.
O critério ecológico é um dos parâmetros na cota-parte estadual e beneficia os municípios que
abrigam unidades de conservação e outras áreas protegidas, com a aplicação do ICMS Verde. No
caso de sobreposição entre critérios, unidades de conservação de categorias diferentes ou outras
áreas protegidas, a Semas vai escolher a que garanta vantagem ao município beneficiário. O decreto
também estabelece que o ICMS Verde vai ganhar uma campanha de divulgação para buscar o
engajamento da sociedade paraense em ações de construção da cidadania fiscal.

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A Constituição Federal determina que 25% do total arrecadado com ICMS nos Estados seja
repartido entre os municípios, sendo três quartos (75%), no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços
realizadas em seus territórios; outros critérios para definição dos índices da cota-parte são
população e geração de riqueza, avaliada pelo cálculo do valor adicionado, e uso de critérios
ecológicos.

Os índices de cota-parte são calculados levando em consideração os dispositivos da Lei


Complementar 63, de 11/01/90, e a Lei Estadual 5.645, de 11/01/91. O critério ecológico é um dos
parâmetros na cota-parte estadual, beneficiando os municípios que abrigam unidades de
conservação e outras áreas protegidas, com a aplicação do ICMS Verde de 8%. Os municípios que
mais se destacaram, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas), foram São Félix do Xingu, Altamira, Almeirim, Itaituba, Paragominas,
Oriximiná, Novo Progresso, Portel, Pacajá e Novo Repartimento, entre outros.

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