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DANIELE MELONI MOUALLEM – RA 00299117

Fichamento Capítulos 1, 2, 3 e 14

Parte I
TEORIA GERAL DO ESTADO
1 Divisão Geral do Direito e Posição da Teoria Geral do Estado
1.1 Considerações Iniciais

O autor irá utilizar o primeiro capítulo para analisar as divisões do direito, levando o leitor a
compreender a relevância dessa divisão. Dessa forma, ele apresenta duas divisões: Direito
Natural e Positivo; e Direito Público e Privado, com este manifestando atualmente um novo
ramo conhecido como direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.

1.2 Direito Natural e Direito Positivo

Desde a antiguidade o Direito é dividido em Natural e Positivo. Os pensadores gregos


desenvolveram uma teoria com relação à superioridade do primeiro sobre o segundo. Também
entre os filósofos estoicos gregos e romanos, o Direito Natural compõe a doutrina jusnaturalista,
onde a própria Natureza ensina tal direito até aos animais. Em seu entendimento há um sistema
de normas de conduta involuntário por parte dos homens, em que as leis positivas se baseiam.
Para São Tomás de Aquino, na hierarquia das leis, existem três degraus: a lei eterna, confundida
com a sabedoria divina; a natural, que gere o universo; e a positiva, emanada do Estado. Para os
jusnaturalistas, o Direito Natural possui validade em si e é anterior e superior ao Direito Positivo.
Sua fundamentação varia de acordo com a mentalidade de cada época. Já o Direito Positivo se
classifica como um conjunto de normas impostas e estabelecidas pelo Estado com o objetivo de
organizar uma sociedade em um determinado período, sendo expresso com leis e decretos. O
positivismo jurídico considera apenas a existência do Direito Positivo como valor moral.

1.3 Ramos do Direito Positivo

Conforme a divisão dos antigos romanos, existem dois ramos do Direito Positivo: o Direito
Privado, que regula a relação entre indivíduos e trata de interesses particulares; e o Direito
Público, que atua nas relações dentro do corpo político e deste com os indivíduos, tratando, pois,
de assuntos do Estado. Atualmente, aparece um terceiro ramo nessa divisão, conhecido como
“interesses coletivos”, que originalmente eram considerados parte do Direito Público. Por não
tratarem de confrontos diretos entre Estado e indivíduo, e sim de garantias de qualidade de vida
aos cidadãos, não se enquadravam totalmente nessa classificação. Assim sendo, iniciou-se na
década de 70, na Itália, o estudo de um novo ramo do Direito. Já no Brasil, tal discussão entrou
em pauta a partir da conceituação de Direito do Trabalho e alcançou sua formatação atual no
artigo 81 do Direito do Consumidor, que define os Direitos Difusos, Coletivos e Individuais
Homogêneos.

1.3.1 Direito Público

Divide-se em interno e externo. No Direito Público Interno situam-se a União, os Estados, os


municípios, empresas públicas, autarquias e sociedades de economia mista. Fazem parte desse
campo as seguintes categorias: a) Direito Constitucional: regulariza a organização do Estado
através de legislação que rege a divisão dos poderes, as funções de seus órgãos e as relações
entre governantes e governados, garantindo seus respectivos direitos e deveres; b) Direito
Administrativo: princípios jurídicos que comandam os órgãos, agentes e atividades públicas
realizadoras dos fins almejados pelo Estado; c) Direito Tributário: rege as relações entre o Fisco
e os indivíduos sujeitos à imposição tributária; d) Direito Processual: princípios e normas que
regem os procedimentos jurisdicionais; e) Direito Penal: ramo responsável por atribuir penas aos
delitos, regulando o exercício do poder punitivo do Estado; f) Direito Eleitoral: regula as
eleições do Executivo e Legislativo; g) Direito Militar: trata das normas referente aos militares
em função do exército e suas atividades. No Direito Público Externo encontra-se o Direito
Internacional Público, sendo este um conjunto de normas jurídicas que regulamentam atividades
referentes a sociedades exteriores as do Estado.

1.3.2 Direito Privado

Pertencem ao Direito Privado as seguintes categorias: a) Direito Civil: regulariza os direitos


e deveres de todos os cidadãos, com normas sobre o estado e capacidade pessoal, assim como as
relações relativas à família, coisas, obrigações, sucessões e atividades empresariais. b) Direito
Comercial: responsável por estruturar os meios de superação de conflitos de interesse entre os
que exercem atividades econômicas essenciais. Ligado, atualmente, apenas ao comércio
marítimo.

1.3.3 Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos

Atualmente, a doutrina declara, quase unanimemente, a insuficiência de separação do Direito


em apenas Público e Privado. Os Direitos Difusos abrangem as seguintes categorias: a) Direito
do Trabalho: normas que regem as relações de trabalho e os direitos dos trabalhadores; b)
Direito Previdenciário: normas jurídicas que regem a Previdência Social; c) Direito Econômico:
ordena a estrutura e as relações entre os agentes econômicos na realização de atividades
econômicas; d) Direito Ambiental: asseguram cuidados e proteção com o meio ambiente, fauna e
flora do país, assim como controlam a poluição visual e sonora; e) Direito do Consumidor:
regulam as relações de consumo e defendem os direitos dos consumidores.

1.4 Posição da Teoria Geral do Estado na Árvore do Direito Positivo

A Teoria Geral do Estado se introduz no Direito Público Interno, categorizando-se como uma
introdução ao Direito Constitucional geral, além de servir também como base do Direito
Internacional. A Ciência Política não se enquadra como uma ciência jurídica, sendo esta uma
ciência auxiliar de grande importância na formação dos juristas.

2 Teorias Sobre a Origem da Sociedade Humana


2.1 Conceito de Sociedade

O autor inicia a discussão com o conceito intuitivo de sociedade, sendo esse o agrupamento
organizado de vários homens com um objetivo em comum. A partir de então, o autor introduz
diversas ideias de variados pensadores sobre o conceito de sociedade. Para Talcott Parsons a
palavra define um emaranhado de relações entre homens e seus semelhantes e não uma junção de
indivíduos. Sanchez Agesta defende a ideia de várias sociedades, ou pluralidade de grupos e
Charles Maurras segue a mesma linha. O conceito de sociedade é discutido desde a Antiguidade,
quando Aristóteles diz não ser possível pensar a existência humana sem o contato entre
indivíduos, evidenciando o caráter social do homem. Já os contratualistas negam esse impulso
natural de associação, e afirmam que somente a vontade humana justifica a existência da
sociedade quando considera esta o resultado de um contrato hipotético realizado entre os
homens. Giorgio Del Vecchio descreve a sociedade como sendo um “complexo de relações pelo
qual vários indivíduos vivem e operam conjuntamente, de modo a formarem uma nova e superior
unidade”.

2.2 Teorias sobre os Fundamentos da Sociedade

São três as teorias sobre os fundamentos da sociedade, sendo elas: a) teoria organicista: os
papéis sociais são bem definidos, formando um todo quando somados; b) teoria mecanicista:
com um viés individualista, todo indivíduo possui autonomia e sua própria liberdade; c) teoria
eclética: é uma junção das duas anteriores.

2.2.1 A Interpretação Organicista da Sociedade

Considera a sociedade como um corpo que sobrevive por órgãos desempenhando sua função
específica para o bem de todos. Tal teoria nasce na filosofia de Platão, quando ele estrutura a
organização social definindo um papel específico a todos os indivíduos, excluindo assim o
individualismo, e fortalecendo a sociedade. Desse pensamento, surge a crítica de que levaria a
governos antidemocráticas e autoritários, pois, buscando apenas o bem comum, o interesse de
cada um torna-se irrelevante. Essa teoria se divide em duas categorias: materialismo, que explica
a dinâmica da sociedade a partir do funcionamento do corpo humano; e idealista, que acredita na
existência de um “espírito popular” gerador de valores sociais.

2.2.2 A Interpretação Mecanicista da Sociedade

Nessa concepção, a sociedade se forma pela união de indivíduos, que agem com autonomia e
liberdade, sendo resultado de uma atitude voluntária dos homens e não algo inevitável da
natureza humana. Os contratualistas são considerados mecanicistas. Tal visão individualista nas
relações entre homem e Estado, quando ocorre conflito de interesses pessoais, prejudicam a ideia
de bem comum.

2.2.3 A Interpretação Eclética da Sociedade


Classifica-se como um misto das teorias anteriores apresentadas, e dessa forma, implica tanto
o individual como o coletivo dividindo uma realidade. A sociedade, comparada ao corpo
humano, possui diversas partes (órgãos/indivíduos personalizados), que desenvolvem um esforço
individual e ao mesmo tempo coletivo para evitar o colapso do todo (corpo/sociedade). A
individualidade, assim como a coletividade, deve ser observada para o melhor rendimento da
sociedade.

2.3 Sociedade e Estado

Na visão do autor e de outros pensadores apresentados, há importantes diferenças entre


Sociedade e Estado. Proudhon enxerga o Estado como uma forma de opressão organizada e a
sociedade como uma liberdade difusa. Já Marx e Engels não veem o Estado separado da
sociedade, mas sim dentro desta. Comte enxerga o Estado como uma forma de sociedade,
caracterizada por seus fins. Norberto Bobbio acredita que o Estado ou se opõe a sociedade ou a
ampara. Enfim conclui-se que Sociedade e Estado são conceitos distintos, sendo o primeiro
maior que o segundo, já que a finalidade do Estado é estabelecer condições de segurança e paz
social, possibilitando as demais sociedades existentes atingirem seus objetivos específicos.

3 Estado e Direito
3.1 Considerações Iniciais

Como há diversas possibilidades de entender as relações entre Estado e Direito,


desenvolveram-se três teorias distintas que visam explicar tais relações. São elas: a teoria
monística, a teoria dualística e a teoria do paralelismo.

3.2 Teoria Monística

De acordo com essa teoria, Direito e Estado seriam conceitos sinônimos. Os pensadores
dessa linha não admitem outras fontes de direito que não sejam advindas do Estado, existindo
apenas o Direito Estatal.

3.3 Teoria Dualística


Em oposição à teoria monística, a teoria dualística propõe a ideia de que Direito e Estado são
dois distintos. Para seus pensadores, o Estado não é a única fonte do Direito, provendo apenas
uma categoria deste e seu maior argumento é que o Direito é um fato social, sendo natural do ser
humano e diretamente influenciado por seu meio.

3.4 Teoria da Graduação da Positividade Jurídica

Com o objetivo de equilibrar as duas teorias anteriores, essa terceira tem a melhor explicação
sobre as relações entre Direito e Estado. Em sua concepção, Direito e Estado são realidades
distintas e interdependentes. Nessa lógica, o Estado interfere na sociedade na medida em que
problemas sociais passam a afetar o bem comum. Seus pensadores reconhecem uma fonte de
direito não estatal, como a moral, mas crê que o Estado seja a principal fonte. Há dois tipos de
Estado, que varia conforme seu envolvimento no direito: estado minimalista é quando ocorre
poucas intervenções; estado intervencionista é o contrário, ocorre muitas intervenções.

14 Representação Política: Os Partidos Políticos


14.1 Conceito

O partido político, considerado pelo autor como a instituição mais importantes para a
manutenção da democracia, é uma associação de cidadãos reunidos com o intuito de conduzir
um governo com um mesmo ideal através de um plano de ação governamental e com o apoio da
população.

14.2 Histórico

Nesse tópico, o autor monta uma pequena linha do tempo apresentando diversos partidos
políticos que se dão desde a Antiguidade, com os patrícios e plebeus na Roma Antiga, até os dias
atuais com os liberais e social-democratas na Europa e Brasil.

14.3 Princípios

A organização partidária é regida por diversos princípios, sendo no Brasil, os de maiores


destaque: a liberdade, autonomia e a fidelidade partidária. A liberdade consiste em livre fusão,
incorporação ou criação de partidos políticos, com algumas condições contrárias. Os partidos
também possuem autonomia para tomarem decisões internas e seus estatutos devem estabelecer
normas de fidelidade.

14.4 Sistemas Partidários

A atual divisão dos sistemas partidários se dá em partidos de esquerda, de direita e de centro,


podendo também existir os centro-esquerda e os centro-direita. Com essas diferenças, surgem
três sistemas possíveis sendo eles: o unipartidarismo, quando apenas um partido é admitido,
considerada um sistema não democrático; o bipartidarismo, quando dois partidos são admitidos,
e dividem o poder, na qual, um ganha o governo e o outro ocupa o cargo de oposição; e por
último, o pluripartidarismo, considerado o mais democrático dentre os três, por permitir várias
correntes da opinião pública, sendo essa forma vigente na maioria dos países do mundo.

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