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Aluna: Júlia Camilo Andrade

Disciplina Estágio em Ações Coletivas II

Atividade do Módulo II

Belo Horizonte registrou nos últimos 6 meses números crescentes de casos


confirmados de coronavírus. Os casos estão distribuídos de forma regular
entre as regiões administrativas da cidade? Há alguma relação entre condição
socioeconômica, vulnerabilidade social, ocorrência de casos de coronavírus e
local de residência? Justifique sua resposta em até 500 palavras. Lembre-se
de citar pelo menos uma referência bibliográfica.

Belo Horizonte possui bairros com IDHs muito distintos entre si. Os bairros com
maiores índices e que se assemelham a de países desenvolvidos como Suíça
e Japão são os da região centro-sul da capital, como por exemplo Belvedere,
Mangabeiras e Savassi. Por outro lado, os bairros com piores índices são
aqueles que tem, em médica, padrões em torno de 0,665, como a Vila dos
Anjos e Vila Acaba Mundo e que são semelhantes aos países
subdesenvolvidos, como a Índia.
Analisando o material disponibilizado para a realização da atividade, é possível
notar que a distribuição de casos não está muito diferente entre as regiões da
capital. Segundo o boletim epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte de
dezembro de 2020, a região centro-sul, norte e Pampulha possuem número de
casos e óbitos confirmados similares entre si. E essas regiões possuem bairros
com IDHs muito diferentes quando comparadas. Já a região do Barreiro, região
leste e nordeste são as que se concentram o maior número de casos
confirmados e também o maior número de óbitos.
Ao meu ver, existe correlação entre a condição socioeconômica e
vulnerabilidade social entre casos de coronavírus e local de residência
principalmente em relação ao número de óbitos. Em Belo Horizonte, por mais
que os números da região centro-sul (com melhores índices de IDH) sejam
semelhantes a outras regiões com índices mais precários, o poder aquisitivo
dessas pessoas é maior, o que possibilita maior acesso aos serviços de saúde,
por exemplo.
Uma das medidas para tentar conter o avanço do COVID-19 é o isolamento
social, e fatores como o tamanho físico da residência dessas pessoas implica
em até como esse isolamento poderá ser efetivo. Não é possível cobrar os
mesmos resultados decorrentes dessa ação das pessoas que moram em
regiões precárias, com alto número de integrantes familiares (aumento da
possibilidade de contágio direto) e sem recursos financeiros ou com serviços
médicos precários. Muitas dessas pessoas não se podem ‘’dar ao luxo’’ de
fazer home-office, por exemplo. Pessoas em áreas de pior nível
socioeconômico apresentam quase que invariavelmente piores condições de
saúde.
Já as regiões de melhores níveis socioeconômicos tendem a oferecer maiores
níveis de cobertura de serviços de saúde, saneamento e educação. O nível de
educação alto pode trazer às pessoas maior conhecimento e entendimento
sobre a gravidade da situação pela qual estamos passando, e,
consequentemente, as medidas recomendadas tendem a ser melhor aceitas
entre essa parte da população.
Antes de cada município propor medidas que visam diminuir o número de
casos, é necessário que se tenha em mente a realidade dos moradores da
cidade em que se vivem e entender que em um país tão desigual quanto o
nosso, é necessário que as medidas de prevenção sejam “reais” e levar em
consideração como é a realidade de cada família.

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