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01/03/2017 Jornalismo 

­ Prof. Gerson Martins

Jornalismo regional: a força da imprensa do interior
Opinião | Quinta­feira, 29 de Agosto de 2013 ­ 10h46 | Autor: Gerson Luiz Martins

O jornalismo regional no Mato Grosso do Sul sempre desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento das sociedades. O primeiro jornal
da região sul, do então estado de Mato Grosso, nasceu em Corumbá, em 1877, foi “O Iniciador”. Naquela época a cidade de Corumbá era o principal
centro urbano da região e pela hidrovia sustentava seu crescimento e sua comunicação com a metrópole, com a capital do país. A chegada da ferrovia
no  início  do  século  mudou  o  centro  de  desenvolvimento  urbano.  De  Corumbá  o  pólo  urbano  se  transfere  para  Campo  Grande.  A  consolidação  desse
local  acontece  com  a  criação  do  Estado  de  Mato  Grosso  do  Sul  no  final  da  década  de  1970,  do  século  XX.  Entretanto  o  jornalismo  não  fenece  e
Corumbá experimenta, até nossos dias, a persistência do jornalismo diário. Com a transferência da metrópole regional para Campo Grande o estilo de
jornalismo praticado altera. Há um implemento das publicações ligadas aos partidos políticos.

Em  Corumbá  a  existência  do  primeiro  jornal  da  região  sul  de  Mato  Grosso.  Em  Dourados  o  mais  antigo  jornal  diário  em  circulação.  Esses  fatos
comprovam a importância do jornalismo regional em nosso estado. Num levantamento realizado entre 1996 e 1998, se detectou a publicação de jornais
(diários,  semanários,  bissemanais,  mensais,  bimensais)  em  praticamente  todos  os  municípios.  São  periódicos  políticos,  sindicais,  associativos  e
empreendimentos de cunho jornalístico que caracterizam essas iniciativas. Entretanto os trabalhos que têm sustentabilidade acontecem nas cidades
de  médio  porte.  Três  Lagoas,  Corumbá,  Coxim,  Ponta  Porã  e  Dourados  detêm  as  maiores  e  melhores  iniciativas.  Devido  às  grandes  dimensões  do
estado,  esses  empreendimentos  ganham  força  regional  e  se  identificam  com  a  cidade  e  com  os  municípios  a  que  servem.  Apesar  da  presença,
nessas localidades, dos jornais que possuem sede na Capital do estado, os jornais locais mantêm uma boa aceitação do leitor, ávido por informações
locais e regionais. 
O professor Dirceu Fernandes Lopes num trabalho sobre o perfil do jornal do interior de São Paulo, no texto A evolução do jornalismo em São Paulo,
publicado pela Escola de Comunicações e Artes da USP em 1996, afirma que “ao contrário do leitor da Capital, que tem outros meios de informação
sobre sua comunidade, o habitante do interior escolhe o próprio jornal de sua cidade para saber o que ocorre ao seu redor, no seu mundo. É no jornal
local  que  o  morador  busca  e  encontra,  numa  linguagem  acessível  e  própria,  aquilo  que  interessa  para  o  seu  dia­a­dia”.  Mais  adiante  Lopes  ainda
destaca que esse fato “leva o jornal do interior a ser a principal fonte de informação, transformando­o no melhor ponto de encontro de quem quer vender
idéias  com  quem  quer  comprar  idéias.  Nada  substitui  a  visão  local.  Há  um  processo  natural  de  identificação  do  leitor  com  o  jornal  de  sua  cidade,
independente de sua linha editorial, já que é esse veículo que informa o que interessa mais de perto a seus leitores”. Destaca Lopes que “os grandes
meios impressos não eliminam os pequenos jornais porque não têm condições de atender algumas de suas funções, principalmente a divulgação de
reivindicações  da  comunidade,  além  de  expressar  seus  valores  numa  autêntica  demonstração  de  veículos  comunitários.  Ao  contrário  do  jornal  da
Capital, o jornal local faz parte da vida comunitária da cidade”. 
Essa  situação  remete  a  necessidade  de  profissionais  com  formação  superior  em  Jornalismo.  Em  Campo  Grande  há  quatro  instituições  que  formam
jornalistas  profissionais  e  esses  devem  buscar  novas  oportunidades  nesse  rico  mercado  regional.  A  demanda  por  jornalistas  com  formação  superior
está  presente  em  todas  as  regiões.  A  necessidade  de  aprimoramento  dos  produtos  jornalísticos  regionais  é  fator  preponderante  no  desenvolvimento
desses  veículos.  As  oportunidades  para  desenvolver  os  bons  empreendimentos  jornalísticos  do  interior  do  estado,  estão  continuamente  presentes  e
terão respaldo do público, do leitor que se traduz por meio de assinaturas, de aquisição em banca, no aumento dos anúncios publicitários e de outras
formas que constituem a receita dos empreendimentos.

O fortalecimento da imprensa regional se traduz também nas centenas de sítios web de notícias que existem no Estado. Pesquisadora do Programa
de Mestrado em Comunicação da UFMS, Fernanda França, trabalha num levantamento exaustivo do universo de sítios web de notícias, seus formatos
e procedimentos de produção jornalística; trabalho fundamental para conhecermos o “estado da arte” do ciberjornalismo regional.

www.gersonmartins.jor.br

http://www.gersonmartins.jor.br/imprimir.php?pg=artigo­jornal&it=jornalismo­regional­a­forca­da­imprensa­do­interior­849 1/1

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