Você está na página 1de 3

Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL

Programa de Iniciação à docência – PIBID/ CAPES


Orientadora: Profa.Dra.Iraci Nobre da Silva
Orientandos: Daiane Pontes da Silva
Iasmim Soares Damasceno
José Gabriel da Silva Santos

Fichamento do Capítulo II “Equívocos sobre a relação entre gênero, texto e discurso” da


obra “Gêneros no contexto brasileiro: questões (meta)teóricas e conceituais” de
Benedito Gomes Bezerra (2017)

Palmeira dos Índios – AL 2023


Bezerra, Benedito Gomes Gêneros no contexto brasileiro: questões (meta)teóricas e
conceituais / Benedito Gomes Bezerra. -- 1. ed. -- São Paulo : Parábola Editorial, 2017.
136 p. ; 23 cm. (Lingua(gemJ ; 75) Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-7934-128-
1 1. Análise do discurso. 2. Linguística. 1. Título li. Série.
“Como mostram as publicações na área, variadas perspectivas para a abordagem dos
gêneros estão disponíveis para pesquisadores, professores e estudantes, em nível
mundial e nacional.” (p.33)
“Entretanto, um certo tempo de experiência em lidar com o tema indica que a inserção
da categoria de gênero como norteadora do ensino de língua não se fez sem problemas
para a compreensão e apropriação de estudantes de graduação e pós-graduação e
docentes da educação básica.” (p.34)
“Passados alguns anos depois dessas considerações, torna-se evidente que a temática
dos gêneros disseminou-se de maneira inusitada, sem precedentes, fazendo jus à
afirmativa de Marcuschi (2008: 147): "O estudo dos gêneros não é novo, mas está na
moda.” (p.34) “Se, como afirma Marcuschi (2008: 154), "é impossível não se
comunicar verbalmente por algum gênero, assim como é impossível não se comunicar
verbalmente por algum texto", os conceitos de gênero e texto se mostram tão próximos
que não admira que sejam objeto de confusão teórica e prática.” (p.36)
“(...) Os gêneros são definidos primariamente como textos, ou ainda, como textos "já
PRONTos". Portanto, o texto em sua materialidade é tomado como equivalente aos
gêneros que se realizam através dele ou para os quais ele aponta. Entretanto, o gênero
não deveria ser confundido com o texto que o "materializa".” (p.36)
“Quanto ao gênero, numa concepção sociológico-retórica, ele é bem definido por
Bazerman (2005) como um "fenômeno de reconhecimento psicossocial", passando,
portanto, bem longe de qualquer aspecto material.” (p.37)
]“Consequentemente, a confusão entre gênero e suporte será um equívoco relativamente
frequente no discurso sobre gênero, inclusive no discurso científico na área dos estudos
da linguagem.” (p.38)
“Para alguns autores a homepage e até mesmo o portal é um gênero, mas para outros é
um suporte. Pessoalmente imagino que se trate de um 2 Também dignas de nota são
repercussões do trabalho seminal de Marcuschi, como ocorre em Costa (2008), com
suas "contribuições ao debate sobre a relação entre gêneros textuais e suporte.”(p.39)
“Concordando com a visão do autor, o Facebook seria mais propriamente um suporte,
uma vez que ali se instanciam textos em diversos gêneros. Seria também um "serviço"
no sentido de urna ferramenta virtual que possibilita a formação e a manutenção de
inúmeras redes sociais, cujos membros utilizam gêneros típicos do meio para interagir
socialmente. “(p.40)
“Claro está que o jornalismo, como atividade profissional, caracteriza-se pela
construção e circulação de gêneros peculiares a essa atividade, de modo que o
jornalismo "alberga" diversos gêneros "jornalísticos", mas o jornalismo em si não é um
gênero. Marcuschi (2008: 155) teoriza a relação entre o jornalismo como atividade
profissional e os gêneros como categorias textual-discursivas que possibilitam essa
atividade ao lançar mão do conceito de domínio discursivo.”(p.41)
“A redução, especialmente pedagógica, do gênero a uma forma ou estrutura representa
mais uma faceta da confusão conceitual entre gênero e texto. Reitera, noutras palavras, a
redução do gênero a uma categoria material por aproximação com o caráter de
materialidade linguística do texto.”(p.42)
“Lembremos aqui Marcuschi (2008: 154), para quem, em consonância com a concepção
sociológico-retórica de Carolyn R. Miller Gêneros no contexto brasileiro 42 (2012),
"quando dominamos um gênero textual não dominamos uma forma linguística e sim
uma forma de realizar linguísticamente objetivos específicos em situações sociais
particulares". Apesar da recorrência da descrição quase exclusivamente estrutural dos
gêneros em sites educacionais, este está longe de ser o aspecto principal para uma
caracterização adequada do fenômeno.”(p.42-43)
“No dizer de Marcuschi (2003: 17), os tipos textuais são "muito mais modalidades
discursivas ou então sequências textuais do que um texto em sua materialidade". Ainda
conforme o autor, os tipos "abrangem um número limitado de categorias conhecidas
como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção" e "constituem modos
discursivos organizados no formato de sequências estruturais sistemáticas que entram na
composição de um gênero textual".(p.44)
"O discurso, por um processo de esquematização, conduziria a uma dada disposição
textual, cuja manifestação visível, o texto como objeto empírico, se configuraria na
forma de um gênero" (Bezerra, 2006: 61).” (p.45)
“É precisamente o gênero que impossibilita ser o texto visto como "mera
materialização do discurso" (ou que se separe "gênero textual" de "gênero
discursivo.”(p.46)

Você também pode gostar