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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL

LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS


IASMIM SOARES DAMASCENO
QUITERIA DA SILVA COSTA

MARCAS DE AGUALUSA NA LITERATURA LUSÓFONA

CAMPUS III
PALMEIRA DOS ÍNDIOS, AL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
LITERATURA AFRICANA NA LÍNGUA PORTUGUESA
PROF.DR.MOISÉS MONTEIRO DE MELO NETO

IASMIM SOARES DAMASCENO


QUITERIA DA SILVA COSTA

MARCAS DE AGUALUSA NA LITERATURA LUSÓFONA

CAMPUS III
PALMEIRA DOS ÍNDIOS, AL
RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar três dos contos da
autoria de José Eduardo Agualusa: A noite em que prenderam Pai Natal,
Passei por um sonho e Os pretos não sabem comer lagosta. Buscamos as
marcas na Literatura Lusófona com uma multiculturalidade e misturas
étnicas raciais que demandam traços de verocidade na conhecida história
de Angola.

INTRODUÇÃO RASCUNHO

No campo dos estudos lusófonos, tornam-se perceptíveis grandes


investigações sobre a literatura africana na língua portuguesa, não apenas como
uma mera disciplina, mas como forma de efetivar a utilização destes autores,
vivências e materiais disponíveis em salas de aula no ensino básico. Em vista da
aproximação da cultura, questões raciais e lutas deste povo. O autor aqui
estudado, José Eduardo Agualusa (1960) contribuiu para a angolanidade com
suas produções, dentre elas ‘’A Rainha Ginga’’(1683), ‘’Nação Crioula’’(1997)
e ‘’Catálogo de Luzes’’(2013).

José Eduardo Agualusa nasceu em 1960, em Huambo – Angola. Com


suas diversas obras em vários idiomas, publicou textos consagrados e que foram
reconhecidos com várias premiações. Foram coletados alguns trechos de seu
conto da coletânea Contos africanos dos países da língua portuguesa (2009).

Para compreendermos o percurso feito por José Eduardo Agualusa até se tornar
um dos principais cânones da atualidade e chegar de fato a representar a
resistência angolana ainda que tenha custado lágrimas e sangue, se faz
necessário destacar o contexto sócio-histórico de Angola, período no qual foram
escritas as marcas que sua literatura obteve.

Em meados do século XV, os portugueses invadem o território angolano


e assim a supremacia portuguesa tira muitos de seu povo por meio da
escravidão. A diáspora até o Brasil não foi somente física, mas muito de seu
intelecto também fora invadido. O Estado foi explorado econômica, política e
violentamente. Para recapitularmos a força desta nação, o passado é de extrema
importância.

O presente artigo busca responder tal questionamento: De que modo os


contos de Agualusa contribuem para o estudo de mesma língua em diferentes
continentes? Os contos a serem analisados em uma visão comparativa são A
noite em que prenderam Pai Natal, Passei por um sonho e Os pretos não sabem
comer lagosta.

De acordo com Edgar Allan Poe(1842), um conto deve ser lido em uma
sentada só ou seja, além da unidade de espaço, tempo e ação é necessário o
escritor trazer o efeito deve instigar a catarse e o interesse no leitor. Cortázar (...)
vai mais além e define que o conto está para a fotografia de modo que
Conto ‘’A noite em que prenderam Papai Noel’’

Ao representar uma Angola na pré independência como na maioria de


suas histórias, o protagonista Pascoal, um senhor de barba branca, albino e quase
cego, vive de limpar piscinas e era acostumado a escutar ironias sobre seu físico.
‘’- Pascoal, o único preto em Angola que tem casa com piscina. ‘’ ‘’ - Pascoal, o
preto mais branco de África.’’ (AGUALUSA, 2005, P.5)

Então Pascoal decide unir o útil ao agradável e se aproveita de sua


aparência para trabalhar em uma loja de brinquedos onde se fantasiava de Papai
Noel. Em uma noite decide furtar a loja.

Se aproxima o momento do clímax quando ele tem a visão de uma


senhora e logo aparece o segurança do local que indaga soobre o que ele leva no
saco e então se finda com o sentido do título do conto.

Conto:‘’Passei por um sonho’’

A descolonização da África possibilitou novas formas de expressão para


os escritores e poetas. Desse modo, com o advento da ficção, Agualusa utilizou
de símbolos para representar o desenvolvimento de seu continente neste caso, o
pássaro que aparece no sonho do enfermeiro Justo Santana é o elemento que
vaticina o futuro como uma voz onisciente, mas que não tem a capacidade de
mudá-lo, apenas de informa-lo.

Em torno de seu lirismo, o narrador relembra o passado da colonização


dominado e invadido pelos portugueses e destaca o inconformismo com a
situação vivenciada. Na passagem: ‘’Foi solto com a Revolução de Abril e
regressou a Angola.’’ É mencionada a Revolução dos Cravos(1974) cujo período
houve um movimento militar e popular que trouxe consigo depois de muita
resistência, o fim da ditadura de Antônio Salazar.
Conto: Pretos não sabem comer lagosta

Este conto traz a história de Jimmy Water, que era americano e negro que
resolve ir visitar Angola no intuito de descobrir algo sobre sua origem e família.
Sendo assim, tinha certeza d estar em casa. Jimmy tinha essa ficção por ir em
busca dos seus e por seu pertencimento a sua raça pois era um cidadão
americano, mas ele próprio não se reconhecia assim.

Contudo, não basta só ele próprio já que, precisa que seus irmãos
angolanos o reconheçam e o aceite. Ele se considerava tetraneto na
Rainha Ginga. Ele tenta mostrar que pertencia aos seus antepassados
muito valiosos. Mas ao criar esta expectativa, ele percebe que não se
sente americano nem angolano.

Dessa forma, passou a não se sentir em casa também. Ainda assim, não
havia como negar que ele estava na casa de sua tetravó Ginga, mulher guerreira
de grande prestígio e símbolo de resistência que lutou contra os portugueses
aliada aos holandeses na revolta contra os colonizadores.

Os personagens, o Jimmy é o protagonista negro que vê Florzinha como


objeto sexual. O amigo branco da família José Bento Nicolau foi bem recebido
por todos. A Dona Maricota e Café, pai e mãede Florzinha são personagens
secundários. Mas se fôssemos analisar, o Embaixador da corte seria muito
menos influente na história do que estes outros secundários se aproximando de
um figurante.

• Aldemiro e Carlinhos

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