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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS ( CAMPUS III)

DISCENTES: DAIANE PONTES DA SILVA – LETRAS / PORTUGUÊS


RENATA SOARES DE OLIVEIRA - LETRAS / PORTUGUÊS

José Craveirinha
TRABALHO ORIENTADO PELO PROF.DR.MOISÉS MONTEIRO DE MELO NETO
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como foco


principal mostrar de forma sucinta a vida
e obra de José João Craveirinha,
também como, algumas de suas obras,
especificamente, os poemas: Um
homem não chora; Karingana ua
karingana; e Pena. Apresentar também
algumas das características por trás
dessas obras, a interpretação e o
contexto histórico traspassado em cada
uma delas.
BIOGRAFIA

 José João Craveirinha, ( 28.05.1922 /


06.02.2003)
 Xipamanine – Maputo (Moçambique)
 Jornalista, poeta e escritor
 Filho de pai branco português e mãe negra
de etnia Ronga
 Criado na língua e cultura de Portugal
 Apresentou um breve depoimento
autobiográfico em Janeiro de 1977:
Contribuições:
 Voz de Moçambique
 Voz Africana
 O brado Africano

Acontecimentos marcantes:
 Iniciou sua atividade política na Associação Africana de
Lourenço Marques nos anos 50.

 Outubro de 1977
 Maria (1988), (1998)
Especificações:
 O racismo e a dominação colonial portuguesa de Moçambique.
 Poesia de natureza social
 Apoiante do grupo anti- português Frelimo
 Preso pelo regime fascista da PIDE em 1965
 Sofreu a influência do surrealismo
 Solto em 1969

Premiações:
 Foi o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante
prémio literário da língua portuguesa.
 Em 2003, a associação estabeleceu o Prémio José Craveirinha de Literatura, José
Craveirinha. No mesmo ano, foi declarado “herói nacional” pelo presidente
Joaquim Chissano, de Moçambique, que elogiou a contribuição literária do escritor
na luta contra o colonialismo.
Familiarizou- se:

 Rui de Noronha (1909-1943)


 Marcelino dos Santos (1929)
 Noêmia de Sousa (1926-2003).
 Com obras de natureza política.
 Temas consistentes em seu trabalho foram a autodeterminação africana, imagens
da paisagem africana e a escrita que refletia a influência das línguas africanas.
Obras de José Craveirinha:
 Xigubo (1964);
 Cantico a um dio di catrane (1966);
 Karingana ua karingana. (1974)
 Cela 1 (1980);
 Izbrannoe. Moskva: Molodaya Gvardiya (1984);
 Maria (1988);
 Babalaze das hienas (1996);
 Hamina e outros contos (1997);
 Maria. Vol.2 (1998);
 Poemas da Prisão (2004);
 Poemas Eróticos (2004) – edição póstuma, sob responsabilidade de Fátima
Mendonça.
Contexto Socio-histórico:

 A partir da década de 1880 as potências europeias deflagraram a


colonização na África com o controle político direto dos territórios. O
colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e de
dominação política, podendo mesmo ser entendido como um modo de
percepção do mundo e de enquadramento da vida social

 Para Rita Chaves, este é o dilema crucial de Craveirinha: acomodar-se


em seu lugar social privilegiado ou se empenhar na luta pelos
desfavorecidos. Essa estudiosa, então, explica: Ele escolheria a África.
Como cidadão e como escritor. Porém o que mais surpreende é que a
decisão, clara e irrevogável, se faz numa atmosfera de serenidade,
pautada pela consciência de quem se sabe resultado de um par que pode
ou não ser inconciliável. (CHAVES, 2005, p. 142).
Características das obras:
 O emprego de metáforas de animais nos seus poemas é bastante frequente.
Craveirinha demonstra muito bem a sua revolta e o seu estado de espírito
através do uso destas metáforas. O grande número de registos referentes às
aves, mostra claramente o seu desejo de se libertar dos afrontamentos e de todo
o mal-estar causados pela sociedade.

 As características gerais da obra de Craveirinha podem resumir-se, então, do


seguinte modo: Neo-realismo; narratividade; ironia; elementos surrealizantes;
Negritude; moçambicanidade.

 Os temas fundamentais são: escravatura, raça, crítica à civilização ocidental,


vitalismo, sensualidade, revalorização da tradição negra, culto da Natureza,
animização, etc., com recurso aos modelos da Black Renaissance, Négritude e
Neo-realismo, no intuito de construir uma identidade poética moçambicana.
• Poemas:
Análise dos poemas
 Um homem não chora:
Visão destorcida do que é ser um homem e não sabe sobre sentimentos humanos. Nos versos "Na adolescência/
meus filmes de aventura/ punham-me muito longe de ser cobarde/ na arrogante criancice do herói de ferro", o poeta
retrata o adolescente no começo do entendimento da vida, do ser, que começa a questionar suas crenças. O poeta,
no presente, fala do como é ser um homem, é ter sentimentos, é chorar, é lutar. Craveirinha demonstra ter nervos,
sentimentos. Um ser humano no pleno gozo da vida e suas aventuras e desventuras.

 Karingana ua karingana:
Capta o cotidiano moçambicano, de um povo submetido ao colonialismo. É um discurso da luta pela sobrevivência em
situações severase precárias, pelos frutos da terra, o canto, a dança e os heróis do dia-a-dia.

 Pena:
O poeta deixa claro, neste poema que não se importa com a cor da pele. Diz um não ao racismo, comum em sua
terra, nos versos "Zangado/ acreditas no insulto/ e chamas-me negro". Parece estar caçoando dos racistas quando
escreve "Porque se me chamas negro/ encolho os meus elásticos ombros/ e com pena de ti sorrio". Para ele, quem
diferencia pessoas pela cor da pele age como uma criança que ainda acredita em heróis, e mesmo assim é capaz de
diferenciar sorrisos e seus significados.
• Livros de José Craveirinha
Conclusão

 Ao valorizar o cotidiano dos desvalidos, Craveirinha se envolve com


outros hábitos e valores, para apresentar diferentes formas de estar no
mundo. A busca da identidade verdadeiramente moçambicana e a
reivindicação dos ideais da negritude. Questões da colonização e da
ocupação violenta do território moçambicano, bem como a exploração
do homem negro. Empenhado em escrever a História desse país que
fora silenciada pelo discurso opressor, revelando fatos que a história
oficial não contemplou. Apenas por intermédio da Arte pode-se escrever
a nova História, a partir da reconstituição de “testemunhas” e “relatos”
sobre a sociedade, as mentalidades e as ideologias de uma época.
Referências :
 https://journals.openedition.org/aa/1371
 http://ceminhaletras-goulart.blogspot.com/2009/05/analise-de-poemas-de-jose.html?m=1
 http://www.letras.ufmg.br/literafro/literafricas/literatura-cabo-verdiana-2/1665-luciana-brandao-leal-
jose-craveirinha-voz-e-resistencia-2
 https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/Lit-Afric-de-Ling-Port/Lit-Mocambicana/Craveirinha
 https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/Lit-Afric-de-Ling-Port/Lit-Mocambicana/Craveirinha
 http://ceminhaletras-goulart.blogspot.com/2009/05/analise-de-poemas-de-jose-
craveirinha.html?m=1
 https://livrosesaltos.com/2021/12/11/um-homem-nao-chora-jose-craveirinha-poema-da-
semana/

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