1. Por que para Jakobson, o princípio de homogeneidade do código linguístico,
pressuposto por Saussure, “não passa de uma ficção desconcertante”? Para Jakobson, já que todo indivíduo participa de diferentes comunidades linguísticas e todo código linguístico é “multiforme e compreende uma hierarquia de subcódigos diversos, livremente escolhidos pelo sujeito falante", segundo a função da mensagem, do interlocutor ao qual se dirige e da relação existente ente os falantes envolvidos na situação comunicativa.
2. É possível negar a influência dos fatores sociais sobre a língua? Explique.
Não, pois segundo Eckert (2004), a variação sociolinguística é o meio principal pelo qual o social está inserido na linguagem. Para entender como a variação funciona, temos de nos preocupar com a natureza do significado social que ela traz e com os mecanismos pelos quais a variação passa a ser dotada de significado. A negociação ativa da relação de um indivíduo com as estruturas sociais é que fornece os valores sociais de identidade, na medida em que essa negociação é sinalizada através da linguagem. Fatores como sexo, origem, sexo, idade, ser brasileiro, argentino etc. devem ser considerados como construções sociais, de modo que os indivíduos devem ser vistos como agentes inscritos em uma gama de práticas sociais através das quais constroem suas identidades.
3. Como e porque um evento realizado na Universidade da Califórnia (UCLA) em
1964 determinou os caminhos da Sociolinguística? A realização desse evento organizado por William Bright, representa o ponto norteador das pesquisas sociolinguísticas sob as diversas tendências que esta corrente linguística adquiriria. É nesse contexto que surgem os principais nomes da investigação social da língua no século XX. Na UCLA ficaram evidentes dois caminhos distintos na investigação sociolinguística : um disposto a investigar as relações entre a sociedades e a língua de forma ampla, ou seja, preocupado com os aspectos macros da variação e outro qualitativo, voltado para os aspectos micros, abordando a influência dos aspectos sociais nas estruturas linguísticas.
4. Como os estudos comparatistas do séc. XIX contribuíram para o
desenvolvimento de teorias sociolinguísticas no séc. XX? O convívio de diferentes línguas num mesmo espaço torna-se um campo fértil para investigações linguísticas, de modo que a partir de Uriel Weinreich, há uma busca pela compreensão de como os processos externos interferem nos mecanismos de mudança linguística, quais forças sociais direcionam as mudanças e como isso modifica a dinâmica entre as línguas e seus falantes. É particularmente interessante a formação intelectual de Uriel Weinreich e a influência no desenvolvimento dos trabalhos de Labov. Ele teve como orientador André Martinet,um importante dialetólogo que pesquisou os dialetos naturais dos prisioneiros de guerra durante a Segunda Guerra Mundial. Este por sua vez, foi orientado por Antoine Meillet, um dos mais expressivos alunos de Saussure e de quem herdou o aspecto estrutural de organizar os elementos linguísticos. Saussure por sua vez, recebeu forte influência de William Whitney,um dos maiores reconhecidos dialetólogos do século XIX. Desse modo, há uma sequência de influência de Whitney,Saussure,Meillet,Martinet,Uriel Weinreich e Labov. Assim, ficam evidentes os percursos intelectuais percorridos desde o século XIX, a partir da Linguística Comparativa até chegar a William Labov, nos EUA, o precursor da Sociolinguistica Variacionista.
5. Distinga teoricamente as correntes conhecidas como Sociolinguística
Qualitativa e Sociolinguística Quantitativa. A Sociolinguistica Qualitativa também é funcional e interpretativa em suas diferentes abordagens, postula que os fatos sociais e o comportamento linguístico determinam-se reciprocamente. Já a Sociolinguistica Quantitativa também é chamado de correlacional ou variacionista tem como principal preocupação a estrutura da língua e busca quantificar os dados variáveis linguísticos, relacionando- os com aspectos sociais como idade, sexo, profissão etc.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)