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Atravessamentos

LETRAMENTOS QUEER NA FORMAÇÃO DE PROFESSORXS DE LÍNGUAS: COMPLICANDO


E SUBVERTENDO IDENTIDADES NO FAZER DOCENTE, de Marco Túlio de Urzêda Freitas
(2018).

João Paulo Araújo (joao.pauloaraujo@usp.br) e Lucas Rigonato (lucasrigonato@usp.br) - PPGELLI-USP


Prólogo
• Assiste ao clipe "Justify My Love" de Madonna,
despertando inquietação e fascínio;

• Sensações complexas sobre corpo, sexo, gênero e


sexualidade;

• Descoberta na graduação ao explorar a perspectiva crítica


de ensino de línguas;

• Escolha de dar continuidade à parceria com os


pensamentos queer;

• Aplicação na prática pedagógica como professor de inglês;


• In uência nos estudos sobre ensino crítico de línguas e
formação crítica de professores;

• Reconhecimento de que corpo e vivências integram


articulações pedagógicas e cientí cas.
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Início
• Caso de Violência Homofóbica: Lucas Salvattore, em escola de São José do
Rio Preto (SP), 2016; alunos agressores suspensos, escola conivente;
exposição no Facebook gerou apoio e repúdio à homofobia.

• Relevância do caso para a tese: Exposição da violência vivenciada por


pessoas queer no Brasil; ênfase na escola como espaço de intensa violência;
despreparo estrutural da escola para lidar com a homofobia; ligação entre
agressões verbais e físicas.

• Dados do Grupo Gay da Bahia (2017); Atlas da Violência (2017);


Impeachment de Dilma Rousse (2016).

• Perspectiva de Bauman: Crise na democracia e suas implicações; Fragilidade


das relações humanas; a imortalidade da esperança e resistência.
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Continuando: O estudo
• Experiências do pesquisador como sujeito não heterossexual em uma sociedade
heteronormativa;

• Rebelião epistemológica contra coerções que buscam adestrar o corpo e reclamar o silêncio;
• Motivação no campo educacional: experiências como professor de inglês e pesquisador em
formação docente; resultados da pesquisa de mestrado sobre ensino crítico de línguas;

• Curso de Formação - Questões de Gênero e Sexualidade no Ensino de Línguas Estrangeiras/


Adicionais.

• Proposta do curso apresentada ao Centro de Línguas da UFG


• Objetivos: re exão crítica, problematização de identidade, relação de categorias identitárias
ao ensino de línguas.

• Divisão em duas fases: leitura, escrita, conversa e elaboração de propostas de intervenção


queer.
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• Dois grupos de perguntas norteiam a tese e a pesquisa:
• Como xs articuladorxs compreendem as relações de gênero e sexualidade no
mundo social? Como elxs se veem imbricadxs nas relações de gênero e
sexualidade que estruturam a vida social? Como elxs performam as suas
identidades sexuais, de gênero e outras nas práticas discursivas do grupo?
Como elxs relacionam as questões problematizadas ao ensino de línguas?

• Como xs articuladorxs constroem a ideia de letramentos queer no grupo?


Como elxs relacionam as práticas de leitura, escrita e conversa sobre
questões de identidade, gênero e sexualidade às suas respectivas práticas?
Quais as particularidades de suas propostas de intervenção queer e como
elxs compreendem essas propostas? Quais os desdobramentos do curso em
sua vida pessoal e pro ssional?
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Sobre linguagem, performance e rupturas
• Essa compreensão parte, a meu ver, do fato de que a linguagem é uma prática
social, isto é, algo que as pessoas utilizam para agir sobre outras pessoas e
sobre o mundo em que vivem. Compreender a linguagem como prática social
implica, segundo Fabrício (2006), admitir que os sentidos atribuídos à realidade
social não são elementos pré-discursivos, mas instâncias de signi cação
produzidas no dizer: “uma palavra só se torna signi cativa no seu uso em
determinadas circunstâncias e contextos de comunicação” (p. 57). Tal conceito
sugere, conforme a autora, um forte vínculo entre linguagem, produção de
signi cados e postura social, desvelando “o entrelaçamento entre cultura,
práticas discursivas, conhecimento e visão de mundo” (FABRÍCIO, 2006, p. 57)
(p. 38).
• Ancorado em Austin (1974 [1962]), o autor confere que: “A linguagem é uma forma
de ação: ao dizermos, fazemos o mundo e a realidade à nossa volta” (p. 39).
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Iterabilidade (Derrida, 1977)

• O princípio da iterabilidade se concretiza na percepção de


que, mesmo estando sempre relacionados a atos de fala
anteriores, os nossos enunciados sempre podem
inaugurar algo novo, já que a repetição da linguagem “é
uma repetição com potencial transgressivo; é uma
repetição que ocasiona rupturas, pois nunca é a
mesma”, ou seja, a iterabilidade acontece “porque
repetimos o mesmo produzindo outro” (ROCHA, 2013, p.
43) (p. 39).
Gênero, por Butler (2008 [1990])

• Tomando por base a categoria gênero, Butler (2008 [1990])


sugere que o fato de nos identi carmos como homens
ou mulheres não advém de uma essência ou de algo
interno/biológico/inerente, mas de uma série de atos
sobre gênero que são constantemente repetidos no
cotidiano. Isso signi ca dizer que o gênero é
performativo: é nas performances de gênero que as
identidades homem e mulher são (re)produzidas e podem
ser alteradas (p. 40).
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• No que diz respeito a esta tese, o conceito de linguagem
como performance mostra-se relevante por nos possibilitar
compreender as experiências de formação e letramento
docente como encenações e, por assim dizer, como
espaços de repetições, apropriações e rupturas (p. 41).
• Em meu ponto de vista, a
perspectiva da compreensão
de pesquisa possibilita a
articulação entre diferentes
princípios metodológicos que
caracterizam diferentes tipos
de pesquisa, abrindo espaço
para um rompimento de
fronteiras na produção de
conhecimentos (p. 51).
Ato 1

• Cena 1: Colonialidade;
• Cena 2: Metodologias queer e
descolonização do saber;

• Cena 3: Pesquisa queer-


decolonial sobre letramentos;

• Cena 4: Um exemplo de
pesquisa queer-decolonial sobre
letramentos.

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