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EIXO
TEMÁTIC COMPREENSÃO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
O
Tema 1: Gêneros
Sub-
Operação de Contextualização
Tema:
Tópico 1: Contexto de produção, circulação e recepção de
textos
Baixe o módulo original
Habilidade 1.0. Considerar os contextos de produção, circulação e em PDF
: recepção de textos, na compreensão e na produção
textual, produtiva e autonomamente.
Vivemos em uma sociedade grafocêntrica, onde circulam gêneros textuais distintos, e que se multiplicam
de forma incontrolada, face às novas exigências de interações no mundo em transformação. Em razão
dos diferentes objetivos e intenções, esses gêneros ganham características distintas, nem sempre
estáveis. Assim, conhecer que gêneros circulam, como e por que são produzidos, a quem se dirigem e
com qual intenção, é condição fundamental para o desenvolvimento e participação social do aluno e para
sua vivência pessoal. Aprender a analisar as condições e os processos que regulam a circulação de
textos em uma sociedade letrada possibilita saber identificar interlocutores, as funções do gênero e suas
estruturas, usos lingüísticos, dentre outros. É a partir desses elementos que o aluno poderá compreender
os processos de organização lingüística-textual e de funcionamento sócio-discursivo da linguagem
humana como atividades mediadoras da formação de sujeitos. Relacionando circulação, produção e
recepção, o aluno desenvolve a capacidade de discutir o caráter contratual das interações e as regras que
o regem.
Finalmente, é a partir desses saberes e conhecimentos que os alunos poderão entender e desenvolver
práticas competentes de leitura e de escrita, condição necessária à inclusão social e à formação humana.
Condições prévias para aprender
Ao propor um estudo ou uma produção de texto, contemple o tópico 1 com atividades como as que
sugerimos a seguir. [1]
Ler textos de diferentes gêneros e domínios, considerando o pacto de recepção desses textos
Distinguir texto literário de texto não-literário, em função da forma, da finalidade sociocomunicativa,
da convencionalidade
Usar índices, sumários, cadernos e suplementos de jornais, livros e revistas para identificar, na
edição, textos de diferentes gêneros
Situar textos no momento histórico de sua produção a partir de escolhas lingüísticas (lexicais e
morfossintáticas) e/ou de referências sociais, culturais, políticas e econômicas ao contexto histórico (EM)
Identificar o destinatário previsto para um determinado texto a partir do suporte, do tema, do
tratamento do tema, da variedade lingüística dialetal e estilística (de registro)
Comparar textos de um mesmo gênero e/ou de gêneros diferentes, que falem de um mesmo tema,
quanto ao tratamento do tema, ao estilo e à variedade lingüística
Reconhecer semelhanças e diferenças de tratamento dado a um mesmo acontecimento em textos
de diferentes gêneros, destinados à divulgação de informações. (EM)
Analisar mudanças na imagem dos interlocutores empíricos ou implícitos em função da
substituição de certos índices contextuais e situacionais (marcas dialetais, níveis de registro, jargão, gíria)
por outros
Relacionar valores e sentidos veiculados por um texto com as condições de produção, o objetivo
da interação textual, as fontes de divulgação, o lugar social de quem o produziu, o contexto histórico (EM)
Estabelecer relações entre gênero textual, tipos de discursos, estilo e variedade lingüística (EM)
Relacionar os gêneros de texto às práticas sociais que os requerem
Reconhecer no texto marcas da identificação política, religiosa, ideológica ou dos interesses
econômicos do produtor(EM)
Empregar a variedade de linguagem adequada à situação comunicativa, ao interlocutor e ao
gênero
Respeitar, nos gêneros orais, a alternância dos turnos de fala que se fizer necessária
Retextualizar textos, buscando soluções compatíveis com o domínio, o suporte e o destinatário
previsto
Selecionar informações para a produção de textos de diferentes gêneros, orais e escritos, em função de
objetivos, suportes e destinatários previamente estabelecidos.
Como avaliar
No item "avaliação", da proposta curricular, vimos que atividades que servem para ensinar e aprender
também servem para avaliar. Assim sendo, qualquer uma das atividades acima propostas pode ser usada
na avaliação do tópico 1. O que gostaríamos de destacar aqui é a importância de você estabelecer, de
comum acordo com seus alunos, alguns combinados, que podem ser registrados por escrito em um
cartaz e deixados à mostra em sala de aula. Veja estes exemplos:
[1] As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas preferencialmente por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
EIXO COMPREENSÃO DE PRODUÇÃO DE
TEMÁTICO TEXTOS
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de contextualização
Tópico 2: Referenciação bibliográfica, segundo
normas da ABNT
Habilidade: 2.0. Integrar referenciação bibliográfica à
compreensão de textos, produtiva e
autonomamente.
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Por que ensinar o tópico
Saber se conduzir diante do mundo da informação exige conhecimentos de várias naturezas e, uma delas,
refere-se à importância das referências bibliográficas no processo de leitura e de produção dos vários
gêneros textuais. Considerando que os sujeitos não só recebem textos, o que faz da referência um espaço
de relação com o autor, com o título da obra, com outros dados que asseguram a sua publicação – mas
também os produzem, precisam estudar esse tópico para saberem ser, eles mesmos, usuários
competentes, fazendo adequadamente as referências dos textos lidos e/ou produzidos. A sociedade da
informação exige que o leitor saiba encontrar caminhos para organizar, ordenar e sistematizar a
multiplicidade de informação existente, fazendo com que o sujeito saiba se conduzir nessa sociedade,
localizando obras, autores, identificando temas, dentre outros. O saber ler e o saber registrar essas
referências tornam os leitores mais conscientes, num mundo onde textos circulam anonimamente, em
desrespeito aos que os produziram. Por isso, esse conhecimento transforma-se, não apenas em uma
questão técnica, mas, em especial, em uma questão ética. Além disso, as referências são normatizadas
por órgão competente (ABNT) e saber se orientar por elas significa partilhar de um contrato social
existente, uma padronização, que não pode ser desrespeitada.
Condições prévias para aprender
A aprendizagem deste tópico vai da macro para a micro condição. Em nível macro, ele precisa saber da
existência de uma padronização feita por órgão competente e estar consciente da sua necessidade e da
importância do uso desse conhecimento, para aprender a produzir diferentes trabalhos, não só
acadêmicos, mas os demais que circulam na mídia e na sociedade em geral. Em nível micro, precisa
saber, antecipadamente, sobre autoria, sobre a importância de um título, sobre a importância e o papel
das editoras, dos organizadores das obras, dos suportes de texto e da contextualização em geral (como,
por exemplo, edições, ano de publicação, etc).
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
2.0. Integrar referenciação bibliográfica à compreensão
de textos, produtiva e autonomamente.
2. Referenciação bibliográfica,
segundo normas da ABNT,
2.1. Interpretar referências bibliográficas de textos
apresentados.
• de jornais e textos de jornais;
2.2. Localizar, em jornais, revistas, livros e sites, dados de
• de revistas e textos de revista;
identificação de textos para elaboração de referências
• de livros e partes de livro;
bibliográficas.
• de sites e artigos da internet.
2.3. Referenciar textos e suportes em trabalhos escolares,
segundo normas da ABNT.
Referências bibliográficas são importante fator de contextualização de textos escritos. Portanto, sempre
interprete e faça seu aluno interpretar as referências bibliográficas que acompanham os textos citados em
livros didáticos e apostilas, inclusive em notas de rodapé. Mostre-lhe a importância de saber quem é o
autor de um texto e o suporte em que o texto circulou originalmente. A recepção de um artigo que se
suponha escrito por um humorista conhecido, como Jô Soares, por exemplo, será, provavelmente, muito
diferente da recepção que esse mesmo texto teria se seu autor fosse uma autoridade religiosa ou um
político. Uma reportagem com o título Poderosas peruas implicará previsões muito diferentes por parte do
leitor, conforme o suporte em que circule: a seção Gente da revista Veja, a seção Automóveis dessa
mesma revista, a revista Globo Rural. Muitas inferências se podem fazer a respeito de um texto,
conhecendo-se a data de sua publicação ou circulação primeira. Certas canções, por exemplo, mudam
aos olhos do recebedor quando confrontadas com acontecimentos da época de seu aparecimento. Faça a
experiência na sala de aula. Só então ensine seus alunos como fazer referências bibliográficas: eles
precisam estar convencidos da necessidade e importância delas para aprender um tópico tão técnico.
Ensine um item por vez, sempre recorrendo a textos e suportes que seus alunos tenham necessariamente
de referenciar em trabalhos escolares, por exemplo. As atividades que sugerimos são basicamente três:
Interpretar referências bibliográficas presentes em pé de texto, citações, rodapé de página, final de
capítulo, final de livros lidos
Localizar, em jornais, revistas e livros, dados de identificação de textos lidos para elaboração de
referências bibliográficas
Elaborar referências bibliográficas de textos e suportes consultados, segundo normas da ABNT
Lembre-se: seu aluno deverá ter domínio na elaboração das referências bibliográficas especificadas no
tópico 2 no final do Ensino Médio, mas pode começar a elaborá-las ainda no EnsinoFundamental.
Como avaliar
Com o conhecimento dos alunos, integre a referenciação bibliográfica, segundo normas da ABNT, à
avaliação de trabalhos escolares em geral, incentivando os professores das demais disciplinas para que o
façam também.
Leituras recomendadas
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de tematização
Tópico 3: Organização temática
Habilidade: 3.0. Construir coerência temática na compreensão e na
produção de textos, produtiva e autonomamente. Baixe o módulo original
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Por que ensinar o tópico
Não são desconhecidas as dificuldades que alunos enfrentam para garantir que o texto produzido tenha
uma organização temática coerente, capaz de produzir, no leitor, os efeitos desejados. Uma das razões,
por sinal, histórica, vem de uma tradição de ensino que privilegia a forma em detrimento do conteúdo.
Assim, além de o aluno não aprender a tematizar, ou seja, encontrar estratégias de fazer com que o
assunto tratado garanta um modo de ser apresentado, construído, fica igualmente privado de entender:
primeiro, que há regularidades em certas tematizações, o que facilita a produção de determinados gêneros
e, segundo, que não existe, apesar das regularidades, um modo único de textualizar, pelo contrário, há
possibilidades de exploração de modos variados no processo de tematização. Além disso, o educando
deve saber e perceber ainda, que, por uma estratégia consciente, o produtor pode optar até mesmo por
não apresentar um texto dentro do tema em foco, não querendo responder ao que lhe foi perguntado ou
produzindo outros efeitos.
A questão é de se fazer entender, de convencer. É preciso que o aluno entenda como o tema é
organizado, articulado, diagramado, que informações deve possuir, e como atingir o público, já que a
tematização é resultado da interação, a depender do perfil do seu leitor, que define modos de
organizações mais ou menos estáveis.
É importante que o aluno entenda que o texto não significa só por si mesmo. Ele precisa produzir,
como resultado da tematização, a própria coerência, a partir de uma lógica interna. Precisa organizar os
conceitos, as idéias, estabelecendo relações entre elas, de modo que o texto, apresentando-se com
configuração conceitual aceitável, seja entendido. Sem esses conhecimentos, muito provavelmente, o
aluno poderá organizar textos, mas, dificilmente, produzirá sentido, fazendo-se entender, comunicando-se
verdadeiramente. É preciso tornar explícitos os mecanismos de textualização e, dentro deles, o da
tematização. Trata-se de uma das habilidades essenciais mais requeridas no nosso tempo, algo
necessário às nossas interlocuções diárias, não só na modalidade escrita, como na modalidade oral.
Um dos conhecimentos prévios que pode garantir a tematização refere-se à compreensão dos elementos
pragmáticos, isto é, de que, se há um texto a ser produzido, há um conteúdo a ser veiculado e este precisa
ser coerente, tanto aos objetivos propostos, quanto ao leitor previsto. Necessita identificar o que é tema,
saber levantar argumentos que lhes sejam pertinentes, entender a importância dos elementos verbais e
não-verbais para a compreensão e interpretação do texto.
O aluno precisa saber que, para que um texto tenha unidade temática, deve apresentar um fio condutor,
continuidade e progressão, não-contradição de idéias, com a finalidade de aumentar a consistência
argumentativa do texto produzido. O aluno precisa entender que, além disso, precisa agradar ao leitor e,
por isso, é necessário produzir, organizar e relacionar informações novas, em busca da coerência. Nesse
sentido, podemos afirmar a necessidade de o aluno conhecer, antes de tudo, enquanto leitor, os critérios
que facilitam a coerência textual e que esses critérios se diferenciam, a depender da modalidade textual
(falada ou escrita).
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
3. Organização temática 3.0. Construir coerência temática na compreensão e
na produção de textos, produtiva e autonomamente.
• Relação título-texto
3.1. Relacionar título e subtítulos a um texto ou partes de
um texto.
3.2. Justificar o título de um texto ou de partes de um
texto.
3.3. Reconhecer a organização temática de um texto,
identificando
- a ordem de apresentação das informações no texto;
- o tópico (tema) e os subtópicos discursivos do texto.
(subtítulos/partes do texto).
3.4. Reconhecer informações explícitas em um texto.
• Hierarquização de tópicos e
3.5. Inferir informações (dados, fatos, argumentos,
subtópicos temáticos.
conclusões...) implícitas em um texto.
• Consistência: pertinência, sufi
3.6. Correlacionar aspectos temáticos de um texto.
ciência e relevância das idéias do
3.7. Sintetizar informações de um texto em função de
texto.
determinada solicitação.
• Implícitos, pressupostos e
3.8. Avaliar a consistência (pertinência, suficiência e
subentendidos.
relevância) de informações de um texto.
3.9. Corrigir problemas relacionados à consistência
(pertinência, suficiência e relevância) das informações de
um texto.
3.10 . Comparar textos que falem de um mesmo tema
quanto ao tratamento desse tema.
3.11. Produzir textos com organização temática adequada
aos contextos de produção, circulação e recepção.
Como ensinar(como trabalhar o tópico)
Em estudos de texto, contemple o tópico 3 com atividades como as abaixo sugeridas [1].
Identificar marcas gráficas da organização temática do texto (títulos, subtítulos, intertítulos,
destaques, fontes especiais, parágrafos, etc.)
Inferir o tópico discursivo do texto, valendo-se apenas da leitura das saliências do próprio texto
(títulos, subtítulos, ilustrações) e de conhecimentos prévios
Localizar informações no texto, valendo-se apenas da leitura das saliências (leitura inspecional)
Identificar tópico e subtópicos discursivos de textos
Avaliar a adequação do título ao texto (o título representa adequadamente o tópico discursivo do
texto? Em outras palavras, o texto satisfaz a expectativa criada pelo título?)
Avaliar a adequação dos subtítulos (e/ou intertítulos) às partes do texto por eles introduzidas (os
subtítulos ou intertítulos representam adequadamente subtópicos discursivos do texto? Em outras
palavras, as partes do texto satisfazem a expectativa criada pelos subtítulos ou intertítulos?)
Dar título (subtítulos, intertítulos) a texto (partes do texto) apresentado(as) sem ele(s)
Justificar título (subtítulos, intertítulos) de textos
Avaliar a distribuição de subtópicos discursivos em parágrafos ou seções do texto
Sintetizar tópico e subtópicos discursivos do texto em frases nominais
Diagramar o texto de modo a evidenciar as relações hierárquicas e lógicas entre tópico e
subtópicos(EM)
Reconhecer informações relevantes e secundárias do texto, considerando a própria estrutura do
texto
Reconhecer informações relevantes e secundárias do texto, considerando seus próprios objetivos
de leitura (EM)
Avaliar a continuidade ou manutenção temática do texto (O texto trata todo o tempo de um mesmo
tópico discursivo? Ou perde o fio da meada? Há rupturas locais no texto? Elas comprometem o
entendimento do texto ou constituem um recurso de expressão?)[2]
Avaliar a progressão do texto (Os subtópicos relacionam-se adequadamente com o tópico? O autor
deixa de explicitar idéias importantes para a compreensão do tópico? Explicita, quando necessário, as
idéias referidas no texto? O texto apresenta algum tipo de circularidade? Que efeito de sentido essa
circularidade provoca?)
Avaliar a consistência argumentativa do texto (os argumentos apresentados são pertinentes? São
suficientes para atingir os objetivos propostos e convencer o leitor? São também os mais relevantes?)
Avaliar o princípio de não-contradição das idéias do texto (há, no texto, idéias que se contradizem?
Há, no texto, idéias que contradizem o mundo ao qual o texto se refere? O texto apresenta expressões
generalizantes que comprometem a clareza e a aceitação das idéias, como todo mundo, muita gente,
todas as pessoas, etc.?)
Propor soluções para corrigir problemas relacionados à continuidade, progressão, não-contradição
e consistência argumentativa do texto
Sintetizar informações de um texto em função de determinada solicitação
Recorrer a elementos não-verbais (sons, ícones, imagens, gráficos, tabelas, etc.), para auxiliar na
interpretação global do texto
Relacionar sons, imagens, gráficos e tabelas com informações verbais do texto
O estudo da organização temática não deve se limitar a textos do livro didático: selecione também textos
dos alunos, tomando o cuidado de preservar a identidade dos autores, caso não queiram ser identificados.
Sobretudo, proponha muitos exercícios de retextualização para corrigir problemas relativos à organização
temática.
Na produção de textos, insista no planejamento temático (idéia que vai constituir o tópico discursivo; idéias
que vão apoiar o tópico discursivo; distribuição das idéias em parágrafos), o qual pode ser apresentado
sob a forma de esquema e construído ora coletiva, ora individualmente.
Como avaliar
Para a avaliação, apresente estudos de texto semelhantes aos desenvolvidos em sala de aula. Ou proponha, a partir
da troca de redações elaboradas pelos próprios alunos, que cada um ou cada dupla avalie a organização temática de
textos dos colegas, inclusive sugerindo soluções para corrigir problemas identificados. Dê à avaliação, algumas vezes,
para variar, o caráter de jogo ou desafio, trabalhando com grupos de alunos. Tome o cuidado de balancear os
grupos, constituindo cada um deles com alunos de desempenho fraco, médio e ótimo: assim, os mais fortes poderão
assistir os mais fracos e nenhum grupo vence o jogo ou desafio de antemão.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de tematização
Tópico 4: Seleção lexical e efeitos de sentido
Habilidade: 4.0. Usar, produtiva e autonomamente, a seleção
lexical como estratégia de produção de sentido e
focalização temática, na compreensão e na produção
de textos.
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O processamento adequado do léxico textual é uma estratégia importante para a construção do sentido
global do texto, idealmente um produto da interação autor—leitor ou autor-ouvinte do texto. Quem
desconsidera a sinalização de sentidos do autor constrói sentido para o texto estabelecendo relações
semânticas não autorizadas pela superfície textual, ou seja, com base apenas nas suas próprias
expectativas de leitura. Entre as causas mais comuns desse fenômeno, denominado apropriação, destaca-
se a inabilidade de lidar com termos desconhecidos e com metáforas, inabilidade, em suma, de lidar com a
seleção lexical do texto em seu contexto específico. O estudo do tópico, portanto, é uma oportunidade
para o aluno desenvolver a habilidade de usar, produtiva e autonomamente, a seleção lexical como
estratégia de produção de sentido e focalização temática.
Condições prévias para ensinar
A condição básica para fazer do processamento lexical uma estratégia de construção do sentido global do
texto é reconhecer que a recepção de um texto não é nem atribuição nem extração de significado, ou seja,
o sentido do texto não está exclusivamente nem na cabeça do leitor/ouvinte (conhecimento prévio), nem
na materialidade lingüística do texto (sinalização dos sentidos pelo autor), mas na interação autor-
leitor/ouvinte. Dessa condição inicial decorrem todas as demais:
• o leitor pode construir sentidos diferentes para o texto (a macroestrutura do texto comporta algumas
variações), mas não qualquer sentido (qualquer variação)
• as palavras do um texto têm dimensão discursiva, não apenas semântica: ao contrário do que pensa o
senso comum, elas não têm um significado absoluto, não significam a mesma coisa em todos os contextos
lingüísticos; antes, são elementos de apoio para a construção de significados textuais
• a metáfora, igualmente, não é fenômeno meramente lexical (substituição de um termo por outro com
base na relação de semelhança entre seus referentes), mas textual ou discursivo (o significado metafórico
se constrói dentro do texto, as relações estabelecidas textualmente contribuem para a construção do
sentido da expressão metafórica)
• é preciso trabalhar o léxico de forma contextualizada, ou seja, no texto
A condição básica para fazer do processamento lexical uma estratégia de construção do sentido global do
texto é reconhecer que a recepção de um texto não é nem atribuição nem extração de significado, ou seja,
o sentido do texto não está exclusivamente nem na cabeça do leitor/ouvinte (conhecimento prévio), nem
na materialidade lingüística do texto (sinalização dos sentidos pelo autor), mas na interação autor-
leitor/ouvinte. Dessa condição inicial decorrem todas as demais:
• o leitor pode construir sentidos diferentes para o texto (a macroestrutura do texto comporta algumas
variações), mas não qualquer sentido (qualquer variação)
• as palavras do um texto têm dimensão discursiva, não apenas semântica: ao contrário do que pensa o
senso comum, elas não têm um significado absoluto, não significam a mesma coisa em todos os contextos
lingüísticos; antes, são elementos de apoio para a construção de significados textuais
• a metáfora, igualmente, não é fenômeno meramente lexical (substituição de um termo por outro com
base na relação de semelhança entre seus referentes), mas textual ou discursivo (o significado metafórico
se constrói dentro do texto, as relações estabelecidas textualmente contribuem para a construção do
sentido da expressão metafórica)
• é preciso trabalhar o léxico de forma contextualizada, ou seja, no texto
O que ensinar
As novas conquistas culturais do homem contemporâneo produzem, cada vez mais novos instrumentos
para ler. Esses instrumentos não se reduzem ao domínio do código escrito verbal, mas lê -se a partir de
uma infinidade de sinais, muitos dos quais não estamos preparados para ler Nas sociedades pós-
modernas, a maioria das pessoas passa grande parte do tempo frente à tela de TV, de computador e de
outras mídias. Encontra-se cercado de ilustrações, de cores, de gráficos e de tabelas, ou seja, vive
cercado de uma paisagem semiótica, em que o que prevalece é muito mais o não verbal do que o verbal
propriamente dito no desenvolvimento dos processos de recepção de mensagens visuais, a Semiótica
Social surge como uma ciência que procura analisar os signos que circulam na sociedade. Vivemos
cercados deles e cada um tem sua relevância e seu significado produzido pela cultura. Como estratégia
para leitura é fundamental que os leitores compreendam que os signos não são arbitrários, mas que
constituem um conjunto organizado de escolhas nos processos interativos. Saber lê-las é reconhecer, em
cada um, uma marca discursiva que o diferencia dos demais. Essa profusão de signos não –verbais e a
exigência da relação entre esses signos e os verbais, fez surgir o conceito de analfabeto visual, ou seja,
da condição daquele que lê o código verbal, mas não consegue dominar estratégias de compreensão e de
relação entre o verbal e o não-verbal.
É muito importante que os alunos tenham clareza conceitual do que é signo e de suas
configurações. Sendo o leitor o sujeito do olhar, é importante ainda que ele tenha desenvolvido a
capacidade de fazer inferências simples e complexas, em processos de relacionar um texto a outro, de
realizar relações hipertextuais. Saber compreender a objetividade e a subjetividade de imagens, cores,
sinais, gráficos, dentre outros.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
5. Signos não verbais (sons, ícones,
5.0. Integrar informação verbal e não verbal na
imagens, grafismos, gráficos,
compreensão e na produção de textos, produtiva e
tabelas...)
autonomamente.
• Valor informativo.
5.1. Relacionar sons, imagens, gráficos e tabelas a
• Qualidade técnica.
informações verbais explícitas ou implícitas em um texto.
• Efeitos expressivos.
Como ensinar(como trabalhar o tópico)Elaborar atividades em que sejam apresentados textos a
partir dos quais o aluno poderá:
Identificar recursos de linguagem não-verbal, para obtenção de efeitos de sentido
Comparar signos verbais a signos não-verbais
Analisar a recorrência de signos não-verbais em propagandas como estratégia de persuasão e
de identidade visual de uma determinada marca
Analisar fatos nos seus contextos discursivos onde está publicada, qual o seu ângulo, por que
esse ângulo e não outro,o que leva uma foto a ser publicada em preto e branco ou em cores
Relacionar sons, imagens, gráficos e tabelas a informações verbais explícitas ou implícitas
Interpretar signos em relação a outros signos
No item "avaliação", da proposta curricular, vimos que atividades que servem para ensinar e
aprender também servem para avaliar. Assim sendo, qualquer uma das atividades acima propostas
pode ser usada na avaliação do tópico 5.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de enunciação
Tópico 6.1: Vozes do discurso
Habilidade: 6.1.0 Reconhecer e usar estratégias de enunciação na
compreensão e na produção de textos, produtiva e Baixe o módulo original
autonomamente. em PDF
As contribuições advindas das teorias do discurso têm permitido entender que um texto, no seu processo
de produção, recepção e circulação, possui um funcionamento discursivo que pode ser
desvelado/construído. Um dos aspectos desse funcionamento refere-se às vozes que perpassam o
discurso, ou seja, reconhecer que sujeitos representam as vozes presentes no texto: nem sempre quem
fala é o autor da voz, pode representar uma outra, legitimada na sociedade. Em outros momentos, essas
vozes aparecem explicitamente, nas formas de citação, de referência, de retomada. Configuram-se como
mecanismos discursivos, marcados por recursos lingüísticos. É fundamental que os alunos saibam
processar esse entendimento: quem é que fala no texto? Quem é que se deixa falar? Em quais vozes o
texto se apóia para sua constituição? Que estratégias lingüísticas são utilizadas? A voz que aparece é a
voz do senso-comum? De uma representação social? Além do mais, entender que o sujeito, ao produzir
um texto, não é portador de sua única voz, mas que é uma voz heterogênea, marcada pelas interações
que, de modo consciente e/ou inconsciente, realizamos nas nossas relações cotidianas.
Condições prévias para ensinar
Uma das principais condições para aprender vozes do verbo refere-se à compreensão de que se há
sujeitos que se enunciam, esses sujeitos falam de lugar determinado. Essa relação de pertencimento a um
determinado espaço social encontra-se afetada pela ideologia. Este é o foco central: saber que os sujeitos
que enunciam são portadores de outras vozes, além da própria voz. É necessário que o aluno entenda a
diferença entre o locutor (eu) e o alocutário (tu) no processo discursivo e a relação existente entre eles.
Saber reconhecer vozes do senso comum e quais vozes aparecem, buscando construir significados em
relação à heterogeneidade discursiva, no que diz respeito aos textos que lê e aos textos que produz.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE CONTEÚDO HABILIDADES
6. 1 Vozes do discurso
6.1.0 Reconhecer e usar estratégias
• Vozes locutoras e seus respectivos destinatários de enunciação na compreensão e na
(alocutários). produção de textos, produtiva e
• Recursos lingüísticos de representação do locutor autonomamente.
e/ou do destinatário do texto e seus efeitos de sentido.
• Recursos lingüísticos de não representação do 6.1. Reconhecer e usar, em um texto,
locutor e/ou do destinatário do texto e seus efeitos de estratégias de representação de seus
sentido. interlocutores (vozes locutoras e
• Vozes sociais (não locutoras) mencionadas no texto: alocutários).
representações e efeitos de sentido. 6.2. Reconhecer e usar, em um texto,
• Variação lingüística no discurso das vozes e seus estratégias de não-representação de
efeitos de sentido. seus interlocutores (vozes locutoras e
• Modalização e argumentatividade: uso de recursos alocutários).
lingüísticos (entoação e sinais de pontuação, adjetivos, 6.3. Interpretar efeitos de sentido
substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases decorrentes da representação ou da
verbais, advérbios, operadores de escalonamento, não representação, em um texto, de
etc.) como meios de expressão ou pistas do suas vozes (locutoras ou sociais) e
posicionamento enunciativo das vozes do texto e de alocutários.
persuasão dos alocutários. 6.4. Interpretar efeitos de sentido
• Tipos de discursos (ou seqüências discursivas) decorrentes de variedades lingüísticas
usados em um texto pelo locutor: narração, relato, e estilísticas usadas em um texto.
descrição, exposição, argumentação, injunção, 6.5. Reconhecer estratégias de
diálogo... modalização e argumentatividade
• Focos enunciativos do texto (locutor onisciente, usadas em um texto e seus efeitos de
locutor protagonista, locutor testemunha e outros) e sentido.
seus efeitos de sentido. 6.6. Explicar estratégias de
• Posicionamentos enunciativos das vozes (locutoras e modalização e argumentatividade
sociais) do texto: usadas em um texto e seus efeitos de
• relações de divergência (oposição e confronto) ou de sentido.
semelhança (aliança ou complementação). 6.7. Usar estratégias de modalização e
• efeitos de sentido decorrentes do domínio de um argumentatividade na produção de
posicionamento enunciativo (texto autoritário), do textos.
confronto e desconstrução de posicionamentos 6.8. Identificar tipos de discurso ou de
enunciativos (texto polêmico), do diálogo entre seqüências discursivas usadas pelos
posicionamentos enunciativos (texto lúdico). locutores em um texto e seus efeitos
de sentido.
6.9. Reconhecer e usar focos
enunciativos (pontos de vista)
adequados aos efeitos de sentido
pretendidos.
6.10. Reconhecer posicionamentos
enunciativos presentes em um texto e
suas vozes representativas.
6.11. Identificar relações de
diversidade (contradição, oposição) ou
de semelhança (aliança e/ou
complementação) entre
posicionamentos enunciativos
presentes em um texto.
6.12. Reconhecer, em um texto, efeitos
de sentido decorrentes
-do domínio de determinado posiciona
mento enunciativo;
- da desconstrução de
posicionamento(s) enunciativo(s);
- do diálogo entre diferentes
posicionamen tos enunciativos.
6.13. Representar, produtiva e
autonomamente, posicionamentos
enunciativos em textos.
6.14. Posicionar-se criticamente frente
a posicionamentos enunciativos
presentes em um texto.
6.15. Reconhecer estratégias de
enunciação de uso freqüente em
determinado gênero a partir da leitura
de vários textos desse gênero.
Muito freqüentemente, o aluno toma autor e locutor como termos sinônimos. Inicie, pois, a construção
desses conceitos pelo estudo de textos em que a distinção entre eles é bem clara (autor masculino e
locutor feminino ou vice-versa; autor adulto e locutor criança; autor humano e locutor representado por um
animal, vegetal ou ser inanimado; autor humano e locutor divino; etc.). Só então relacione a possível
convergência dos conceitos de autor e locutor aos gêneros ou subgêneros discursivos: se numa carta
pessoal o locutor representa o autor, o mesmo não se pode dizer para um romance como Dom Casmurro,
de Machado de Assis, por exemplo.
Na compreensão e produção de textos, proponha atividades como as que se seguem [1]:
Identificar vozes locutoras no texto e seus respectivos alocutários
Identificar recursos lingüísticos de representação ou de não-representação do locutor do texto e do
destinatário previsto
Interpretar referências dêiticas pessoais, temporais e espaciais em textos apresentados
Relacionar a presença de elementos dêiticos às pessoas, ao tempo e ao espaço da interlocução
Distinguir, em textos apresentados, o uso de eu, nós e a gente como formas de referência ao
locutor e como formas de referência a um agente verbal indeterminado, posição em que se inclui o locutor
(EM)
Distinguir, em textos apresentados, o uso de tu, você(s) como formas de referência ao alocutário e
como formas de referência a um agente verbal indeterminado, posição em que se inclui o locutor (EM)
Reconhecer indeterminadores do agente verbal (eu, nós, a gente, tu, você(s), -m, se) como
recursos para o locutor expressar sua relação com aquilo que diz (concordância/discordância,
endosso/recusa, etc.) ou sua relação com o alocutário (inclusão ou exclusão do alocutário na posição em
que se encontra o locutor) (EM)
Identificar recursos de linguagem usados no texto para obtenção de um efeito especificado
(objetividade/subjetividade, aproximação/distanciamento, familiaridade/formalismo, endosso/ recusa de um
posicionamento, etc.)
Interpretar efeitos de sentido de recursos lingüísticos de representação ou de não-representação
no texto do locutor e/ou alocutário—destinatário previsto (subjetividade/objetividade,
aproximação/afastamento, familiaridade/formalismo, endosso/recusa de um posicionamento etc.) (EM)
Avaliar a propriedade de marcas de objetividade ou de subjetividade usadas no texto, considerando
o contexto de produção, circulação e recepção do texto (domínio discursivo, gênero, destinatário previsto,
etc.). (EM)
Distinguir declarações de fato de declarações de opinião
Identificar recursos de linguagem usados no texto para tratar uma informação como fato ou como
opinião
Empregar recursos de linguagem apropriados para tratar uma informação ora como fato, ora como
opinião
Identificar vozes sociais (não-locutoras) mencionadas no texto
Relacionar diferentes enunciados do texto a suas respectivas vozes (locutoras ou sociais) [2]
Identificar vozes do texto pelas variedades lingüísticas dialetais, sociais ou estilísticas utilizadas
Reconhecer o discurso ou discursos básicos realizados no texto pelo locutor (narração, relato,
descrição, exposição, argumentação, injunção de aconselhamento, de prescrição ou regulamentação, de
instrução, apresentação do discurso de outrem, etc.)
Retextualizar uma seqüência textual, mudando o seu locutor (de homem para mulher, de jovem
para adulto ou criança, de brasileiro para um estrangeiro em visita ao Brasil, pessoa letrada para pessoa
com pouco letramento, de vítima de um crime para testemunha de um crime, etc.)
Avaliar a pertinência de recursos lingüísticos usados na configuração do locutor de um texto,
propondo soluções para problemas eventualmente identificados
Lembre-se: o reconhecimento dos discursos realizados no texto pelo locutor é o que permitirá identificar,
na etapa de textualização, que discurso ou discursos estudar (narrativo, de relato, descritivo, etc.)
Como avaliar
Na avaliação, proponha atividades semelhantes àquelas utilizadas para o estudo do tópico, variando
sempre o modo de realizá-las: individualmente, em duplas, em grupos. Pense na possibilidade de propor
aos grupos o estudo das vozes de um livro não muito grande, de um conto, de um poema. Sugira-lhes
também confrontar o comportamento das vozes de dois textos completos (contos ou poemas de uma
mesma obra, duas notícias sobre um mesmo acontecimento, dois artigos de opinião sobre um mesmo fato
ou acontecimento, etc.). Quando o desenvolvimento da classe o permitir, proponha atividades de avaliação
da enunciação de textos, o que incluirá não só o tópico 5, mas também os tópicos 6, 7 e 8.
--------------------------------------------------------------------------------
[1] As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do Ensino
Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
[2] Para o estudo das formas usadas pelo locutor para introduzir no texto vozes sociais ou outras vozes locutoras,
veja o item textualização dos discursos citados ou relatados, nos tópicos 9, 11,13, 15, 17 e 19
EIXO
COMPREENSÃO E PRODDUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de enunciação
Tópico 6.2: Vozes do Discurso (Modalização e Argumentatividade)
Habilidade: 6.2.0 Reconhecer e usar estratégias de enunciação na
compreensão e na produção de textos, produtiva e
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autonomamente.
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Por que estudar o tópico
Tão importante quanto o que dizer é como dizer. Pelo modo de dizer, qualquer voz do texto pode
expressar pontos de vista, atitudes, sentimentos diante do que diz; pode mostrar fatos como reais,
hipotéticos, ou desejáveis; pode insinuar efeitos de sentido que queira causar no destinatário,
comportamentos e reações que queira ver desencadeados; enfim, qualquer voz pode usar a linguagem de
modo argumentativo, orientando seus enunciados para que produzam determinadas conclusões. Ao
mesmo tempo, torna possível ao destinatário saber se essa voz está criticando ou não, concordando ou
não, surpreendendo-se ou não, comprometendo-se ou não com o que enuncia.
Condições prévias para ensinar
Ao desenvolver o conteúdo com a classe, atente para os aspectos destacados a seguir.
Um mesmo conteúdo proposicional pode ser expresso sob modalidades diferentes. Assim, por
exemplo, a proposição viajarei a Paris esta semana pode ser modalizada como um acontecimento certo,
provável, possível, incerto ou duvidoso, necessário, obrigatório, eventual, permitido, etc.:
É certo que viajarei a Paris esta semana.
Provavelmente, viajarei a Paris esta semana.
Não sei se viajarei a Paris esta semana.
Obrigatoriamente, viajarei a Paris esta semana.
Eventualmente, viajarei a Paris esta semana.
Uma mesma modalidade pode ser expressa por recursos lingüísticos de diferentes tipos. Assim,
por exemplo, podemos expressar asseveração por meio do modo verbal indicativo (Viajarei a Paris esta
semana.), de advérbios e expressões adverbiais que expressem a certeza do locutor em relação ao que
está dizendo (Realmente, viajarei a Paris esta semana. De fato, viajarei a Paris esta semana.), de
orações modalizadoras (É certo que viajarei a Paris esta semana. Não resta a menor dúvida de que
viajarei a Paris esta semana.), etc.
Um mesmo indicador modal pode expressar modalidades diferentes. É o caso do verbo dever nos
seguintes exemplos:
Você deve comparecer ao guichê 2 às 16h. (obrigatoriedade)
A sessão já deve ter terminado. (probabilidade.)
Tudo indica que deve chover amanhã. (possibilidade)
Advérbios e expressões adverbiais modalizadores não funcionam adjuntos adverbiais. Compare os
exemplos:
1. Disfarçadamente, ele deixou a reunião.
2. Felizmente, ele deixou a reunião.
Enquanto disfarçadamente traduz, em 1, o modo como o sujeito ele deixou a reunião, felizmente
traduz, em 2, uma apreciação do locutor a respeito do fato de o sujeito ele ter deixado a reunião. Assim, o
advérbio disfarçadamente funciona como adjunto adverbial de modo junto ao verbo deixou e o advérbio
felizmente funciona como um modalizador da proposição ele deixou a reunião.
3. O conferencista falou resumidamente sobre empreendedorismo e ética.
4. Resumidamente, foram dois os pontos abordados pelo conferencista: empreendedorismo e
ética.
Em 3, resumidamente traduz o modo como o conferencista falou; é, por isso, um adjunto adverbial
de modo desse verbo. Já, em 4, é o locutor quem está resumindo a fala do conferencista a dois pontos
apenas; resumidamente é, portanto, um modalizador.
São muitos e variados os recursos lexicais e morfossintáticos para indicar modalização: verbos
performativos (eu ordeno, eu permito, eu proíbo, etc.); verbos auxiliares modais (poder, dever, querer,
etc.); predicados formados pelo verbo ser com adjetivo (é bom, é claro, é preciso, é provável, etc.);
advérbios modalizadores (provavelmente, certamente, desgraçadamente, felizmente etc.); verbos de
atitude proposicional (eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho, etc.); operadores argumentativos (pouco, um
pouco, quase, apenas, mesmo, etc.); quantificadores (numerais, pronomes indefinidos, expressões de
quantidade) usados com a intenção argumentativa de impressionar o leitor, de convencê-lo do ponto de
vista assumido pelo locutor; expressões de grau (aumentativo, diminutivo, comparativo, superlativo); etc.
Também a maneira como o locutor pronuncia as palavras e os enunciados pode tornar-se índice de
modalização, de sua perspectiva diante dos fatos e acontecimentos. Basta atentar no modo como os
locutores esportivos anunciam um gol feito pela seleção brasileira ou pela equipe adversária. Prolongar
vogais, mudar a posição da vogal tônica de palavras, destacar sílabas ou palavras ao pronunciá-las, variar
a altura da voz são recursos prosódicos a que freqüentemente recorremos quando, numa situação
comunicativa, queremos chamar a atenção do interlocutor para alguma coisa que estamos dizendo ou
insinuando. Na língua escrita, para obter efeitos de sentido similares aos prosódicos, usamos marcações
gráficas: sinais de pontuação, aspas, negritos e itálicos, variação de fonte ou tipo de letra, de tamanho ou
corpo da fonte, etc.
O que ensinar
ENUNCIAÇÃO CO-ENUNCIAÇÃO OU LEITURA
Posicionamento co-enunciativo
Posicionamento enunciativo 1
1
(do destinatário ou enunciatário 1,
(de uma voz social ou que comunga com o enunciador 1
enunciador 1): o mesmo posicionamento
Há revolucionário idoso. enunciativo):
Há revolucionário idoso.
Posicionamento co-enunciativo
Posicionamento enunciativo 2
2:
(do destinatário ou enunciatário 2,
(do locutor do texto ou previsto pelo texto, que comunga
enunciador 2): com o locutor do texto o
Não há revolucionário idoso. posicionamento enunciativo 2):
Não há revolucionário idoso.
[1] Falaremos dos operadores argumentativos no subtópico Conexão textual dos tópicos 9, 11, 13, 15,17 e
19.
[2] Estamos falando de um autor ideal. Muitas vezes, porém, nossa fala expressa pontos de vista dos
quais nem sempre estamos devidamente conscientes.
[3] As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do Ensino Médio; as
demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema: Operação de enunciação
Tópico 7: Intertextualidade e metalinguagem
Habilidade: 7.0. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
estratégias de intertextualidade e metalinguagem na
compreensão e na produção de textos. Baixe o módulo original
em PDF
Por que ensinar o tópico
Intertextualidade é um conceito muito utilizado na vida contemporânea e designa o fenômeno da relação
dialógica entre textos. Trata-se, portanto, de desenvolver a capacidade de identificar um texto dentro de
outro texto e de como eles se relacionam e se articulam. De modo geral, a literatura a respeito do assunto
tem permitido dizer que todo texto é intertexto, já que é sempre um espaço de produção de sentidos e de
identidade com um outro. Estudar esse tópico é ampliar a compreensão de como constituímos os nossos
discursos e de como constituímos a nós mesmos. Permite entender a intertextualidade como estratégia de
estabelecimento de relações entre o que já sabemos e o que desejamos saber e expressar. A
intertextualidade, por se revelar tanto no âmbito do conteúdo quanto da forma, permite desenvolver
capacidades tanto lingüísticas quanto semióticas e semânticas. O mais importante é que ela não acontece
por acaso, é fruto das relações que estabelecemos com o que conhecemos, em nossa vivência diária. É o
que denominamos “memória discursiva”, já que é ela que permite estabelecer uma rede de conceitos, de
imagens, de formas historicamente construídas. A intertextualidade se dá, então, através da revitalização
da memória e da compreensão da ampliação do dizer, podendo se manifestar de várias formas.
A metalinguagem, por sua vez, utiliza a linguagem para falar dela mesma, o que se constitui em excelente
oportunidade de compreender os fatos e os conceitos de língua em diferentes possibilidades de
organização. Favorece o alargamento do campo semântico, em articulação com o campo lingüístico.
Permite ir além de definições prontas e, a partir da exploração dos recursos lingüísticos, perceber a sua
potencialidade e riqueza da própria língua.
Para que os sujeitos aprendam como um texto se anuncia no interior de outro é necessária a criação de
espaços favoráveis ao desenvolvimento dessa competência. Em primeiro lugar, porque há certos jogos
intertextuais que só poderão ser melhor entendidos se o leitor tiver conhecimento prévio do que é
incorporado. Em uma música, por exemplo, “Monte Castelo”, de Renato Russo, é retomada uma frase de
um poema de Camões (Soneto 11). Muitos, mesmo com a repercussão social da música no meio social,
não têm, por uma questão até mesmo cultural, acesso a essas informações. Então, como perceber o
intertexto? A partir das mediações do professor e das interações produzidas entre os próprios alunos,
discutindo as manifestações simbólicas produzidas em determinada sociedade. É preciso aproximar o
aluno dessas manifestações simbólicas produzidas e permitir-lhes atividades em que possam, eles
mesmos, intertextualizar, explicitando os diálogos estabelecidos. O mesmo acontece com a
metalinguagem, cuja condição essencial para aprender é reconhecer que a língua pode ser explorada de
vários modos e que, para isso, o educando necessita ampliar seu repertório lingüístico, a partir de
consultas em dicionários e demais portadores textuais. Assim, através da leitura, o aluno tem a
possibilidade de conseguir entender como os produtores de textos manifestam suas idéias, identificando
paráfrases, repetições e na utilização de outras estratégias de incorporações e de tentativas de novas
explicações que aparecem no conjunto dos textos que lê.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
7.0. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
estratégias de intertextualidade e metalinguagem na
compreensão e na produção de textos.
Contar história é uma das ações básicas do ser humano e terá se manifestado como prática discursiva
bem antes da estruturação de qualquer gênero. Contamos histórias não só para entreter uma pessoa ou
uma platéia, mas também para defender uma tese, induzir nosso interlocutor a uma ação específica,
vender um produto, ilustrar um comportamento ou atitude, etc. Além disso, o discurso narrativo é o
discurso dominante na estruturação de contos e romances, gêneros literários que apresentam múltiplos
subgêneros em circulação na sociedade — lenda, fábula, apólogo, miniconto; romance histórico, policial,
autobiográfico, de amor, de ficção científica, dentre outros. A narrativa está presente em tudo o que o
homem faz e esse tipo de discurso se apresenta em quase todas as formas de linguagem, além da língua
falada ou escrita. Por isso mesmo, compreender o funcionamento da narrativa nos ajuda não só a
entender textos literários ou jornalísticos, mas ajuda também a reconhecer as histórias que se contam
através de filmes, das diversas produções televisivas, dos telejornais e até de outras formas de expressão
que nos passam, às vezes, despercebidas, como a fotografia, a pintura, os grafites de um muro ou as
características arquitetônicas de nossa cidade.
É importante, portanto, saber como se relacionam os diversos elementos estruturais da narrativa e suas
diversas fases para melhor nos apropriarmos dessa forma discursiva e aumentarmos nossa capacidade de
comunicação nos mais diversos contextos. Estudar o discurso narrativo é, assim, um meio capacitar o
aluno a uma melhor participação social.
Condições prévias para ensinar
Para que os sujeitos aprendam como um texto se anuncia no interior de outro é necessária a criação de
espaços favoráveis ao desenvolvimento dessa competência. Em primeiro lugar, porque há certos jogos
intertextuais que só poderão ser melhor entendidos se o leitor tiver conhecimento prévio do que é
incorporado. Em uma música, por exemplo, “Monte Castelo”, de Renato Russo, é retomada uma frase de
um poema de Camões (Soneto 11). Muitos, mesmo com a repercussão social da música no meio social,
não têm, por uma questão até mesmo cultural, acesso a essas informações. Então, como perceber o
intertexto? A partir das mediações do professor e das interações produzidas entre os próprios alunos,
discutindo as manifestações simbólicas produzidas em determinada sociedade. É preciso aproximar o
aluno dessas manifestações simbólicas produzidas e permitir-lhes atividades em que possam, eles
mesmos, intertextualizar, explicitando os diálogos estabelecidos. O mesmo acontece com a
metalinguagem, cuja condição essencial para aprender é reconhecer que a língua pode ser explorada de
vários modos e que, para isso, o educando necessita ampliar seu repertório lingüístico, a partir de
consultas em dicionários e demais portadores textuais. Assim, através da leitura, o aluno tem a
possibilidade de conseguir entender como os produtores de textos manifestam suas idéias, identificando
paráfrases, repetições e na utilização de outras estratégias de incorporações e de tentativas de novas
explicações que aparecem no conjunto dos textos que lê.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
7.0. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
estratégias de intertextualidade e metalinguagem na
compreensão e na produção de textos.
• Fases ou etapas:
• introdução do tema por uma forma
nominal ou tema-título no início, no fim
ou no curso da descrição;
• enumeração de diversos aspectos do 10.1.0. Reconhecer e usar, produtiva e
tópico discursivo, com atribuição de autonomamente, estratégias de textualização do
propriedades a cada um deles; discurso descritivo, na compreensão e na
• relacionamento dos elementos produção de textos.
descritos a outros por meio de
comparação ou metáfora. 10.1. Reconhecer e usar as fases ou etapas da
• Estratégias de organização: descrição em um texto ou seqüência descritiva.
• subdivisão; 10.2. Reconhecer e usar estratégias de organização
• enumeração; da descrição em um texto ou seqüência descritiva.
• exemplifi cação; 10.3. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• analogia; verbal em um texto ou seqüência descritiva.
• comparação ou confronto; 10.4. Reconhecer e usar marcas lingüísticas e gráfi
• outras. cas de conexão textual em um texto ou seqüência
• Coesão verbal: descritiva.
• valores do presente e do pretérito 10.5. Reconhecer e usar mecanismos de
imperfeito, do pretérito perfeito e do textualização de discursos citados ou relatados
futuro do indicativo. dentro de um texto ou seqüência descritiva.
• Conexão textual: 10.6. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• marcas lingüísticas e gráfi cas da nominal em um texto ou seqüência descritiva.
articulação de seqüências descritivas 10.7. Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
com seqüências de outros tipos gráficos de estruturação de enunciados descritivos.
presentes no texto; 10.8. Reconhecer e corrigir problemas de
• marcadores textuais da progressão/ textualização do discurso em um texto ou seqüência
segmentação temática: articulações descritiva.
hierárquicas, temporais e/ou lógicas 10.9. Retextualizar, produtiva e autonomamente,
entre as fases ou etapas do discurso descrições orais em descrições escritas, ou vice-
descritivo. versa.
• Textualização de discursos citados ou 10.10. Recriar descrições lidas ou ouvidas em textos
relatados: do mesmo gênero ou de gênero diferente.
• direto; 10.11. Usar, na produção de textos ou seqüências
• indireto; descritivas orais ou escritas, recursos de
• indireto livre. textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
• Coesão nominal: suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
• estratégias de introdução temática;
• estratégias de manutenção e retomada
temática.
• Organização lingüística do enunciado
descritivo: recursos semânticos e
morfossintáticos mais característicos
e/ou freqüentes.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Listamos a seguir sugestões de atividades [1] por subtópico, as quais você poderá desenvolver em classe
com os alunos nas práticas de compreensão e produção de textos narrativos.
Locutor e foco de enunciação
• Identificar expressões indicativas do ângulo de visão do locutor
• Identificar expressões indicativas de impressões e percepções do locutor acerca do objeto descrito
• Reescrever uma seqüência descritiva, mudando o ângulo de visão (de fora para dentro, de cima para
baixo, por ex.), o canal ou canais de percepção (de visão para tato ou olfato, p.ex.), o grau de
envolvimento (de mais subjetivo para mais objetivo, p.ex.) do locutor
• Modificar seqüências descritivas de um texto, de forma a obter diferentes efeitos de sentido (crítica,
ironia, depreciação, pena, deboche, etc.)(EM)
Fases ou etapas
• Inferir o critério de organização de uma seqüência descritiva apresentada
• Identificar as fases de um texto ou seqüência descritiva
• Reordenar partes de uma seqüência descritiva apresentada fora de ordem
• Avaliar a suficiência e a adequação de uma seqüência descritiva, considerando o contexto de produção,
circulação e recepção
• Completar uma seqüência descritiva a que falte uma das fases (ancoragem, aspectualização,
relacionamento)
• Elaborar seqüência descritiva que apresente todas as fases e seja suficiente para produzir sentido numa
situação comunicativa específica
• Retextualizar descrições, alterando uma de suas fases
• Retextualizar, oralmente, uma seqüência descritiva lida
• Retextualizar, por escrito, uma seqüência descritiva ouvida
• Produzir seqüências descritivas a partir de dados apresentados
Estratégias de organização
• Reconhecer a estratégia de organização de uma seqüência descritiva usada em texto de determinado
gênero(EM)
• Desenvolver uma seqüência descritiva, usando estratégia previamente definida (EM)
• Corrigir inconsistências semânticas e gramaticais em seqüências descritivas organizadas por diferentes
estratégias (EM)
• Estabelecer relações entre a estratégia de organização de uma seqüência descritiva e a situação
comunicativa (domínio discursivo, gênero, ponto de vista de enunciação, suporte, interlocutor previsto,
etc.)
• Confrontar um enunciado descritivo com outro de definição analítica (EM)
• Relacionar marcadores lingüísticos e sinais de pontuação às diferentes estratégias de organização de
uma seqüência descritiva
• Empregar marcadores lingüísticos e sinais de pontuação adequados às diferentes estratégias de
organização de uma seqüência descritiva
• Reconhecer a estratégia de organização de uma seqüência descritiva usada em texto de determinado
gênero(EM)
• Desenvolver uma seqüência descritiva, usando estratégia previamente definida (EM)
Coesão verbal
• Identificar os tempos verbais básicos na organização de uma seqüência descritiva (EM)
• Empregar adequadamente os tempos verbais básicos na organização de descrições orais e escritas
• Explicar o valor aspectual do presente e do pretérito imperfeito do indicativo em seqüências descritivas
apresentadas
• Identificar e corrigir, em seqüências descritivas apresentadas, inconsistências de coesão verbal
• Identificar e corrigir, em seqüências descritivas apresentadas, inconsistências de coesão verbal
• Produzir seqüências descritivas corretas do ponto de vista da coesão verbal
Conexão textual
• Reconhecer marcas lingüísticas e/ou gráficas da articulação do discurso descritivo com outros discursos
do texto (EM)
• Identificar, em seqüências descritivas apresentadas, marcadores textuais de progressão temática
• Explicar a função de marcadores textuais de conexão em seqüências descritivas apresentadas (EM)
• Avaliar a adequação de marcadores textuais utilizados em uma seqüência descritiva (EM)
• Identificar marcadores textuais adequados à produção de sentido em uma seqüência descritiva
• Justificar a escolha de determinado marcador textual em uma seqüência descritiva (EM)
• Reestruturar seqüências descritivas, substituindo marcadores textuais por outros semanticamente
equivalentes
Coesão nominal
¨ Identificar, em descrições apresentadas, formas lingüísticas usadas para introduzir um tópico ou tema
(nomes, nomes próprios, pronomes, elipses)
¨ Explicar efeitos de sentido da introdução temática por nome, nome próprio, pronome ou elipse
¨ Identificar marcas lingüísticas de retomada temática associando-as a seus respectivos referentes
cotextuais
¨ Substituir marcas de coesão nominal, comentando os efeitos de sentido dessa substituição
¨ Interpretar referências dêiticas pessoais, temporais e espaciais em descrições apresentadas
¨ Relacionar a presença de elementos dêiticos no discurso descritivo às pessoas, ao tempo ou ao espaço
da interlocução
¨ Reconhecer e corrigir inadequações de coesão nominal
¨ Produzir descrições com recursos coesivos adequados ao efeito de sentido pretendido
Como avaliar
A avaliação do discurso descritivo deve analisar se os efeitos pretendidos pelo produtor do texto foram alcançados e
que recursos semânticos, morfossintáticos e lingüísticos foram utilizados para enfatizar o que é descrito. Cabe ao
professor, a partir do texto do aluno, ajudá-lo a lançar mão desses recursos para o desenvolvimento da capacidade
descritiva. As atividades acima relacionadas constituem, também, excelentes oportunidades de avaliação desse
gênero textual.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 10.2: Textualização do discurso descritivo (Organização
lingüística)
Habilidade 10.2.0. Reconhecer e usar, produtiva e
autonomamente, estratégias de textualização do
Baixe o módulo original
discurso descritivo, na compreensão e na produção
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de textos.
Por que ensinar o tópico
Organizar um enunciado significa articular aspectos pragmáticos, semânticos e formais. Se ao aluno é
importante saber organizar um enunciado descritivo, esta estruturação não se fará sem escolhas
lingüísticas adequadas a um texto dessa natureza. Entender a junção entre o enunciado e a enunciação é
desvelar as relações que acontecem no interior de uma determinada situação. Isto não é diferente em uma
seqüência descritiva. Reconhecer a importância desse tipo de enunciado e saber selecionar recursos
morfológicos e semânticos que melhor traduzem nosso modo de ver o mundo colabora, sem dúvida, na
formação de sujeitos competentes discursivamente e, portanto, com maiores possibilidades de
participação social.
Condições prévias para ensinar
Para que o aluno produza uma seqüência descritiva de modo reflexivo e consciente, necessita, antes, de
reconhecer quais recursos lingüísticos podem ser acionados na produção desse gênero textual, tais como
os que traduzem qualificação e/ou atributos morfológicos, como, por exemplo, verbos, adjetivos ou
expressões adjetivas e de seus equivalentes sintáticos. Deve saber reconhecer como as frases e as partes
de estruturas sintáticas se prestam à descrição e de como o uso diferenciado desses recursos pode
produzir sentidos variados. Assim, o aluno passa a utilizar determinados recursos na estruturação dos
enunciados para dar destaque ou relevância ao que deseja tornar mais evidente diante do leitor.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
10.2. Textualização do discurso 10.2.0. Reconhecer e usar, produtiva e
descritivo autonomamente, estratégias de textualização do
discurso descritivo, na compreensão e na
• Fases ou etapas: produção de textos.
• introdução do tema por uma forma
nominal ou tema-título no início, no fim 10.1. Reconhecer e usar as fases ou etapas da
ou no curso da descrição; descrição em um texto ou seqüência descritiva.
• enumeração de diversos aspectos do 10.2. Reconhecer e usar estratégias de organização
tópico discursivo, com atribuição de da descrição em um texto ou seqüência descritiva.
propriedades a cada um deles; 10.3. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• relacionamento dos elementos verbal em um texto ou seqüência descritiva.
descritos a outros por meio de 10.4. Reconhecer e usar marcas lingüísticas e gráfi
comparação ou metáfora. cas de conexão textual em um texto ou seqüência
• Estratégias de organização:
• subdivisão;
• enumeração;
• exemplifi cação;
• analogia;
• comparação ou confronto;
• outras.
• Coesão verbal: descritiva.
• valores do presente e do pretérito 10.5. Reconhecer e usar mecanismos de
imperfeito, do pretérito perfeito e do textualização de discursos citados ou relatados
futuro do indicativo. dentro de um texto ou seqüência descritiva.
• Conexão textual: 10.6. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• marcas lingüísticas e gráfi cas da nominal em um texto ou seqüência descritiva.
articulação de seqüências descritivas 10.7. Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
com seqüências de outros tipos gráficos de estruturação de enunciados descritivos.
presentes no texto; 10.8. Reconhecer e corrigir problemas de
• marcadores textuais da progressão/ textualização do discurso em um texto ou seqüência
segmentação temática: articulações descritiva.
hierárquicas, temporais e/ou lógicas 10.9. Retextualizar, produtiva e autonomamente,
entre as fases ou etapas do discurso descrições orais em descrições escritas, ou vice-
descritivo. versa.
• Textualização de discursos citados ou 10.10. Recriar descrições lidas ou ouvidas em textos
relatados: do mesmo gênero ou de gênero diferente.
• direto; 10.11. Usar, na produção de textos ou seqüências
• indireto; descritivas orais ou escritas, recursos de
• indireto livre. textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
• Coesão nominal: suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
• estratégias de introdução temática;
• estratégias de manutenção e retomada
temática.
• Organização lingüística do enunciado
descritivo: recursos semânticos e
morfossintáticos mais característicos
e/ou freqüentes.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Na compreensão e produção de textos, proponha atividades como as que se seguem [1]:
• Identificar verbos atributivos e apresentacionais e explicar seus efeitos de sentido em uma seqüência
descritiva (EM)
• Substituir enunciados com verbos apresentacionais por frases nominais adequadas a uma seqüência
descritiva apresentada (EM)
• Identificar, em seqüências descritivas, recursos semânticos e morfossintáticos de atribuição e seus
efeitos de sentido(EM)
• Reescrever enunciados descritivos a partir de diferentes sintagmas
• Reescrever enunciados descritivos, eliminando ambigüidades sintáticas e contradições
• Reescrever enunciados descritivos de forma a destacar, pela estrutura sintática, determinada informação
[1] - As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
A avaliação poderá acontecer no processo de compreensão e produção de textos, através das atividades
acima relacionadas.
É importante que o professor avalie se o uso dos recursos, na estruturação dos enunciados descritivos, foram
adequados e produziram o sentido desejado pelo autor, no ato da produção dos textos.
EIXO TEMÁTICO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 11.1: Textualização do discurso expositivo (Organização textual)
Habilidade 11.1.0 Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de
textualização do discurso expositivo, na compreensão e na produção de textos.
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Por que ensinar o tópico
Vivemos em uma sociedade de discursos que, a cada momento, inventa e reinventa formas de
comunicação. O gênero expositivo vem atender, de algum modo, a demandas específicas, ligadas ao
saber, que precisa ser textualizado e a uma cultura que precisa ser transmitida e incorporada. Enfim, são
textos relacionados ao conhecimento científico e ao conhecimento, de algum modo, sistematizado por
instâncias legitimadas de produção de saberes. Vale destacar que o discurso expositivo tende a lançar
mão, ora de estratégias descritivas, ora de estratégias argumentativas, como modo de alcançar o objetivo
com o qual expõe determinado assunto e, ainda, seus leitores previstos.
Dominar os gêneros textuais em que o discurso expositivo se manifesta significa apropriar-se de melhores
meios e de melhores condições para a própria aprendizagem a fim de desenvolver a produção desses
saberes, que deve acontecer na escola – espaço privilegiado de produção de saberes. Significa melhor
apropriar-se da cultura letrada, podendo estar mais capacitado para participar de situações em que esse
discurso é exigido. Assim, é preciso saber expor um ponto de vista em uma palestra, saber explicar uma
situação ou fenômeno, saber relatar experiências de pesquisas, participar de um seminário, produzir
resenhas de diferentes gêneros, saber anotar o que é necessário, saber resumir, dentre outras
capacidades. Não propiciar condições para que o aluno se aproprie e desenvolva esse saber é uma forma
de excluí-lo de um mundo letrado e, consequentemente, de impedi-lo de participações sociais e coletivas,
onde esse saber circula. Portanto, esse seria um corte na cidadania.
Condições prévias para ensinar
Uma das condições básicas para se aprender esse tópico é ter o domínio dos gêneros textuais ligados ao
enunciado expositivo. Esses gêneros possuem estruturas que partem, em geral, de uma constatação,
saindo para a problematização e, em seguida, uma explicação, constituindo uma conclusão, a qual
poderíamos chamar de discurso “expositivo”. Nem sempre essa seqüência será garantida, pois, a
depender do objetivo a ser alcançado, essas configurações podem e devem se alterar. A partir da leitura
de textos considerados expositivos, os alunos poderão identificar essa estrutura, caracterizá-las,
concluindo a respeito do que é mais conveniente e adequado a cada situação de uso e de produção desse
discurso. Para uma melhor organização textual, o aluno deve dominar conhecimentos prévios a respeito
de marcadores textuais que garantam a progressão e a articulação, bem como de conhecer a respeito dos
tipos de discurso e de outras estratégias que, recorrentemente, aparecem no discurso expositivo, como,
por exemplo, citações, resumos, remissões, dentre outros.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
11.1. Textualização do discurso 11.1.0 Reconhecer e usar, produtiva e
expositivo autonomamente, estratégias de textualização do
discurso expositivo, na compreensão e na
• Fases ou etapas: produção de textos.
• constatação: introdução de um
fenômeno ou fato tomado como 11.1. Reconhecer e usar as fases ou etapas da
incontestável; exposição em um texto ou seqüência expositiva.
• problematização: colocação de 11.2. Reconhecer e usar estratégias de organização
questões da ordem do porquê ou do da exposição em um texto ou seqüência expositiva.
como; 11.3. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• resolução ou explicação: resposta às verbal em um texto ou seqüência expositiva.
questões colocadas; 11.4. Reconhecer e usar marcas lingüísticas e
• conclusão-avaliação: retomada da gráficas de conexão textual em um texto ou
constatação inicial seqüência expositiva.
• Estratégias de organização: 11.5. Reconhecer e usar mecanismos de
• defi nição analítica; textualização de discursos citados ou relatados
• explicação; dentro de um texto ou seqüência expositiva.
• exemplifi cação; 11.6. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• analogia; nominal em um texto ou seqüência expositiva.
• comparação ou confronto; 11.7. Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
• causa-e-conseqüência; gráficos de estruturação de enunciados expositivos.
• outras. 11.8. Reconhecer e corrigir problemas de
• Coesão verbal: textualização do discurso em um texto ou seqüência
• valores do presente do indicativo e do expositiva.
futuro do presente do indicativo; 11.9. Retextualizar, produtiva e autonomamente,
• correlação com tempos do subjuntivo. discursos expositivos orais em discursos expositivos
• Conexão textual: escritos, ou vice-versa.
• marcas lingüísticas e gráfi cas da 11.10. Recriar exposições lidas ou ouvidas em textos
articulação de seqüências expositivas mesmo gênero ou de gênero diferente.
com seqüências de outros tipos 11.11. Usar, na produção de textos ou seqüências
presentes no texto;
• marcadores textuais da progressão/
segmentação temática: articulações
hierárquicas, temporais e/ou lógicas
entre as fases ou etapas do discurso
expositivo.
• Textualização de discursos citados ou
relatados:
- direto;
expositivas orais ou escritas, recursos de
- indireto;
textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
- paráfrase;
suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
- resumo com citações.
• Coesão nominal:
- estratégias de introdução temática;
- estratégias de manutenção e retomada
temática.
• Organização lingüística do enunciado
expositivo: recursos semânticos e
morfossintáticos mais característicos
e/ou freqüentes.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Listamos a seguir sugestões de atividades[1] por subtópico, as quais você poderá desenvolver em classe
com os alunos nas práticas de compreensão e produção de textos narrativos.
Locutor e focalização
• Identificar expressões indicativas do ângulo de visão do locutor
• Identificar expressões indicativas de impressões e percepções do locutor acerca do objeto descrito
• Reescrever uma seqüência expositiva mudando o ângulo de visão e o grau de envolvimento do locutor
Fases ou etapas
• Inferir o critério de organização de uma seqüência expositiva apresentada (EM)
• Identificar as fases de uma seqüência expositiva apresentada (EM)
• Ordenar as fases ou partes de uma seqüência expositiva apresentadas fora de ordem (EM)
• Avaliar a suficiência das fases presentes em uma seqüência expositiva para produzir sentido (EM)
• Completar uma seqüência expositiva a que falte uma das fases (EM)
• Retextualizar, oralmente, uma seqüência expositiva lida (EM)
• Retextualizar, por escrito, uma seqüência expositiva ouvida
• Elaborar uma seqüência expositiva que apresente todas as fases e seja suficiente para produzir sentido
numa situação comunicativa específica (EM)
• Inferir o critério de organização de uma seqüência expositiva apresentada (EM)
Estratégias de organização
• Inferir, a partir de pistas semântico-discursivas, os critérios e as estratégias usadas na organização de
uma seqüência expositiva apresentada (EM)
• Identificar, em definições analíticas apresentadas
¯ o sintagma nominal que representa o referente definido
¯ o sintagma nominal que representa a classe ou gênero em que o referente foi incluído
¯ o verbo que estabelece a equivalência entre os referentes desses sintagmas, seu modo, tempo e
aspecto
¯ as expressões usadas para distinguir o referente definido entre os de sua classe ou gênero
• Corrigir inconsistências semânticas e gramaticais em definições analíticas (EM)
• Avaliar a suficiência e adequação de uma conceituação, considerando o tópico discursivo e o contexto de
produção, circulação e recepção do texto (domínio discursivo e gênero do texto em que ocorre, suporte,
pacto de leitura, destinatário previsto, etc.) (EM)
• Construir definições analíticas adequadas do ponto de vista semântico, formal e discursivo (EM)
• Identificar o tópico discursivo de seqüências expositivas estruturadas por diferentes estratégias
• Desenvolver uma seqüência expositiva por meio de estratégia previamente determinada (EM)
• Inferir o critério semântico (ponto de referência) usado para subdividir, ordenar e articular
informações (EM)
• Inferir, a partir de pistas semântico-discursivas, os critérios e as estratégias usadas na organização de
uma seqüência expositiva apresentada (EM)
• Avaliar a consistência e a suficiência de exemplos, explicações, analogias, etc. para a conclusão
apresentada em uma seqüência expositiva (EM)
• Usar corretamente sinais de pontuação em seqüências expositivas estruturadas por diferentes
estratégias e com diferentes marcadores (EM)
Coesão verbal
• Identificar o tempo verbal básico na organização de uma seqüência expositiva
• Empregar adequadamente o tempo verbal básico na organização de exposições orais e escritas
• Explicar, em seqüências expositivas apresentadas, o valor aspectual do presente do indicativo, do futuro
do presente do indicativo e de tempos do subjuntivo (EM)
• Identificar e corrigir, em seqüências expositivas apresentadas, inconsistências de coesão verbal
Conexão textual
• Reconhecer, em textos, marcas lingüísticas e gráficas da articulação do discurso expositivo com outros
discursos (EM)
• Identificar marcadores textuais de articulação entre as fases de uma seqüência expositiva
• Identificar marcas lingüísticas que orientem a progressão de uma seqüência expositiva em certa
direção (EM)
• Identificar marcadores textuais adequados à produção de sentido em uma seqüência expositva
• Reestruturar seqüências narrativas, substituindo marcadores textuais por outros semanticamente
equivalentes
• Justificar a escolha de determinado marcador textual em uma seqüência narrativa (EM)
• Avaliar a adequação de marcadores de articulação semântica e discursiva utilizados em uma seqüência
expositiva (EM)
• Corrigir inadequações de uso de marcadores textuais em discursos e seqüências de discurso
expositivas (EM)
Textualização dos discursos citados ou relatados
• Identificar, em textos expositivos, o locutor responsável pela citação da fala de outrem
• Identificar estratégias usadas pelo locutor para modalizar a fala de outrem
• Identificar, em textos expositivos apresentados, passagens em discurso direto, indireto, ilhas textuais e
resumos com citações
• Reconhecer marcas lingüísticas e gráficas para introduzir ou acompanhar, em textos expositivos, os
discursos direto, indireto, ilhas de citação, resumo com citações, paráfrases (EM)
• Identificar semelhanças e diferenças entre a notação gráfica usada no discurso direto de textos
expositivos e a notação usada no discurso direto de narrativas ficcionais
• Empregar adequadamente verbos e expressões dicendi para introduzir ou acompanhar discursos citados
ou relatados
• Descrever efeitos de sentido do uso das diferentes formas de discurso citado (direto, indireto, ilha textual,
resumo com citações, paráfrase) em textos expositivos (EM)
Coesão nominal
• Identificar, em seqüências expositivas apresentadas, formas lingüísticas usadas para introduzir um tópico
ou tema (nomes,nomes próprios, pronomes, elipses)
• Explicar efeitos de sentido da introdução temática por nome, nome próprio, pronome ou elipse (EM)
• Identificar marcas lingüísticas de retomada temática (repetições e substituições lexicais, anáforas
pronominais, elipses), associando-as a seus respectivos referentes cotextuais (EM)
• Explicar a diferença entre a retomada temática por nomes e por pronomes em seqüências expositivas
apresentadas (EM)
• Explicar o valor argumentativo de repetições e substituições lexicais em seqüências expositivas
apresentadas (EM)
• Substituir marcas de coesão nominal, comentando os efeitos de sentido dessa substituição (EM)
• Interpretar referências dêiticas pessoais, temporais e espaciais em seqüências expositivas
apresentadas (EM)
• Relacionar a presença de elementos dêiticos às pessoas, ao espaço ou ao tempo da interlocução (EM)
• Reconhecer, em textos apresentados, elementos anafóricos e catafóricos (EM)
• Explicar efeitos de sentido do uso de elementos anafóricos e catafóricos (EM)
• Reconhecer recursos coesivos inadequados ao efeito de sentido pretendido (EM)
• Explicar recursos coesivos inadequados ao efeito de sentido pretendido (EM)
• Corrigir inadequações de coesão nominal (EM)
[1] - As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
A avaliação da organização textual do discurso expositivo, pode ser realizada em especial, pelo texto que
o aluno produz e através de identificação dessa organização em texto produzido por outros, através das
atividades acima relacionadas, bem como, através da participação dos alunos em seminários e palestras,
uma oportunidade de os alunos relatarem experiências de pesquisas escolares e outras atividades
realizadas no espaço da sala de aula.
É importante avaliar se os alunos reconhecem e usam, autonomamente, os mecanismos adequados ao efeito de
sentido pretendido na produção deste gênero textual e se a linguagem utilizada é ou não adequada ao contexto.
EIXO TEMÁTICO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 11.2: Textualização do discurso expositivo (Organização
lingüística)
Habilidade 11.2.0 Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
estratégias de textualização do discurso expositivo, na
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compreensão e na produção de textos.
em PDF
Por que ensinar o tópico
As razões anteriormente apresentadas, no que diz respeito à organização textual, podem aqui ser
retomadas, principalmente quando se considera a relação inseparável entre organização textual e
organização lingüística. O discurso expositivo, pela sua especificidade e pelo seu contexto de circulação,
requer a utilização de um repertório lingüístico e vocabular apropriado, o que traz uma maior aproximação
com a linguagem científica e formal. Como se trata de um discurso em que o objetivo é concluir a respeito
de algum tipo de investigação, é comum a utilização de recursos lingüísticos em que o sujeito desaparece,
para dar lugar a uma instituição ou lugar, em que a preocupação com a objetividade e a clareza sejam
garantidas e em que as relações de sentido explicativo e conclusivo sejam uma constante. Quanto mais o
aluno dominar esses recursos, melhor preparado estará para adequá-lo ao uso de uma linguagem
articulada e convincente, ausente de ambigüidades e marcada pela objetividade, como convém a esse tipo
de discurso. São capacidades que merecem tratamento específico nas salas de aula e que se
desenvolvem na medida em que os alunos possam conviver com esse tipo de discurso, sistematizando
saberes e aprendendo a produzir textos que, pela função que exercem, exigem mais elaboração e
conhecimentos específicos para que sejam produzidos.
Condições prévias para ensinar
O aluno precisa ter conhecimento prévio a respeito da variação lingüística e das modalidades de
linguagem aceitas em situações de enunciado expositivo. Além disso, precisa ter ampliado o seu
conhecimento morfossintático, para que possa utilizá-lo de um modo mais elaborado e reflexivo. Por
exemplo, precisa reconhecer os articuladores e conectores e elementos juntivos que são mais freqüentes
no enunciado expositivo. O discurso expositivo é frequentemente desenvolvido no espaço da escola,
através de resumos, resenhas, etc, mas, na maioria das vezes, é tratado como uma atividade
desvinculada da prática social, o que não descaracteriza o discurso. O aluno deve estar consciente de que
a prática de produzir o enunciado expositivo é um instrumento interessante de aprendizagem e de
possibilidade de sistematização e de manifestação de conhecimentos produzidos. Centra-se em duas
necessidades: a primeira, de que o aluno precisa constituir-se um escritor competente para desempenhar
tal tarefa e a segunda, que o aluno deve estar envolvido em discussões sobre temas, onde possa exercer
sua capacidade argumentativa, adequando-o ao treino da objetividade, da clareza e da linguagem
articulada, primordiais no exercício desse tipo de enunciado.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
11.2. Textualização do discurso 11.2.0 Reconhecer e usar, produtiva e
expositivo autonomamente, estratégias de textualização do
discurso expositivo, na compreensão e na
• Fases ou etapas: produção de textos.
• constatação: introdução de um
fenômeno ou fato tomado como 11.1. Reconhecer e usar as fases ou etapas da
incontestável; exposição em um texto ou seqüência expositiva.
• problematização: colocação de 11.2. Reconhecer e usar estratégias de organização
questões da ordem do porquê ou do da exposição em um texto ou seqüência expositiva.
como; 11.3. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• resolução ou explicação: resposta às verbal em um texto ou seqüência expositiva.
questões colocadas; 11.4. Reconhecer e usar marcas lingüísticas e
• conclusão-avaliação: retomada da gráficas de conexão textual em um texto ou
constatação inicial seqüência expositiva.
• Estratégias de organização: 11.5. Reconhecer e usar mecanismos de
• defi nição analítica; textualização de discursos citados ou relatados
• explicação; dentro de um texto ou seqüência expositiva.
• exemplifi cação; 11.6. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• analogia; nominal em um texto ou seqüência expositiva.
• comparação ou confronto; 11.7. Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
• causa-e-conseqüência; gráficos de estruturação de enunciados expositivos.
• outras. 11.8. Reconhecer e corrigir problemas de
• Coesão verbal: textualização do discurso em um texto ou seqüência
• valores do presente do indicativo e do
futuro do presente do indicativo;
• correlação com tempos do subjuntivo.
• Conexão textual:
• marcas lingüísticas e gráfi cas da
articulação de seqüências expositivas
com seqüências de outros tipos
presentes no texto;
• marcadores textuais da progressão/
expositiva.
segmentação temática: articulações
11.9. Retextualizar, produtiva e autonomamente,
hierárquicas, temporais e/ou lógicas
discursos expositivos orais em discursos expositivos
entre as fases ou etapas do discurso
escritos, ou vice-versa.
expositivo.
11.10. Recriar exposições lidas ou ouvidas em textos
• Textualização de discursos citados ou
mesmo gênero ou de gênero diferente.
relatados:
11.11. Usar, na produção de textos ou seqüências
- direto;
expositivas orais ou escritas, recursos de
- indireto;
textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
- paráfrase;
suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
- resumo com citações.
• Coesão nominal:
- estratégias de introdução temática;
- estratégias de manutenção e retomada
temática.
• Organização lingüística do enunciado
expositivo: recursos semânticos e
morfossintáticos mais característicos
e/ou freqüentes.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Na compreensão e produção de textos, proponha atividades [1] como as que se seguem :
• Reconhecer e usar, em textos expositivos, recursos lingüísticos de apagamento do locutor (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados expositivos, recursos lingüísticos de modalização do valor de
verdade (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados expositivos, recursos lingüísticos de apagamento do agente, do
tempo e do espaço do processo verbal (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados expositivos, recursos lingüísticos de definição e explicação (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados expositivos, nominalizações (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados expositivos, sinais de pontuação para acompanhar expressões de
caráter explicativo(EM)
• Reestruturar enunciados expositivos a partir de diferentes sintagmas (EM)
• Reestruturar enunciados expositivos, eliminando contradições e ambigüidades sintáticas (EM)
• Reestruturar enunciados expositivos de forma a destacar pela estrutura sintática determinada
informação (EM)
• Explicar o efeito de sentido de recursos lingüísticos característicos do enunciado expositivo (EM)
[1] - As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
A avaliação da organização lingüística do enunciado expositivo deve analisar se o aluno, produtor do texto,
consegue, através do uso dos recursos lingüísticos de estruturação, alcançar os efeitos pretendidos.
É necessário avaliar também, a capacidade argumentativa do texto expositivo produzido pelo aluno,
através da clareza e objetividade do texto.
Podem ser utilizadas atividades como resumos e resenhas para a avaliação deste tópico. E ainda, atividades onde os
alunos possam fazer exposições orais de temas que exijam conhecimento específico.
EIXO TEMÁTICO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 12.1: Textualização do discurso argumentativo (Organização textual)
Habilidade 12.0 - Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de textualização
do discurso argumentativo, na compreensão e na produção de textos.
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Por que ensinar o tópico
O trabalho desenvolvido na escola, tradicionalmente limita-se a discutir a estrutura do discurso
argumentativo e as normas da gramática que o regem. Conhecer recorrências, no entanto, não é
suficiente. Trata-se de uma competência discursiva e, para tal, é necessário contrapor a essas atividades,
outras capazes de colaborar para que o aluno possa externar seu ponto de vista, aguçar o senso crítico,
saber selecionar argumentações sólidas e consistentes e organizá-las, de modo a atender seu esforço de
convencimento. Também é o espaço de expressão das percepções de mundo, de crenças e de valores e
ato básico da linguagem nos debates, onde os sujeitos produtores têm a finalidade de persuadir e de
convencer.
Condições prévias para ensinar
Para desenvolver a capacidade argumentativa é necessário que o aluno tenha, na sala de aula, condições
de poder debater, de externar seu ponto de vista, de ouvir o posicionamento do outro. Aqui, ressalta-se a
importância da atividade oral como caminho para a atividade escrita. Para tanto, é preciso conhecer,
antes, os diferentes modos de como os discursos argumentativos se estruturam, através da leitura de
textos que circulam em jornais, revistas e em outros veículos de cultura escrita. Nesse sentido, é
fundamental que o aluno consiga estabelecer diferenças entre o discurso argumentativo e outros discursos
e que possa identificar a tese (argumento) defendida e os elementos de concordância ou de refutação.
Além de tudo, precisa ter conhecimento e informação a respeito do que defende, uma vez que a existência
desse gênero se sustenta em fatos, provas, informações, dados estatísticos, citações, dentre outros.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
12.0 - Reconhecer e usar, produtiva e
autonomamente, estratégias de textualização do
12. Textualização do discurso
discurso argumentativo, na compreensão e na
argumentativo
produção de textos.
· Fases ou etapas:
12.1 - Reconhecer e usar as fases ou etapas da
- proposta ou tema: questão polêmica,
argumentação em um texto ou seqüência
explícita ou implícita no texto, diante da
argumentativa.
qual o locutor toma uma posição;
12.2 - Reconhecer e usar estratégias de organização
- proposição ou tese: posicionamento
da argumentação em um texto ou seqüência
favorável ou desfavorável do locutor em
argumentativa.
relação à proposta, orientador de toda a
12.3 - Reconhecer e usar mecanismos de coesão
argumentação;
verbal em um texto ou seqüência argumentativa.
- provas (convencimento ou
12.4 - Reconhecer e usar marcas lingüísticas e
persuasão): argumentos (de
gráficas de conexão textual em um texto ou
comparação, causa, exemplificação, etc.)
seqüência argumentativa.
que sustentam a proposição ou tese do
12.5 - Reconhecer e usar mecanismos de
locutor, assegurando a veracidade ou
textualização de discursos citados ou reportados
validade dela e permitindo-lhe chegar à
dentro de um texto ou seqüência argumentativa.
conclusão;
12.6 - Reconhecer e usar mecanismos de coesão
- conclusão: retomada da tese, já
nominal em um texto ou seqüência argumentativa.
devidamente defendida, e/ou uma
12.7 – Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
possível decorrência dela.
gráficos de estruturação de enunciados
· Estratégias de organização:
argumentativos.
- causa-e-conseqüência;
12.8 - Reconhecer e corrigir problemas de
- comparação ou confronto;
textualização do discurso em um texto ou seqüência
- concessão restritiva;
argumentativa.
- exemplificação;
12.9 - Retextualizar, produtiva e autonomamente,
- analogia;
discursos argumentativos orais em discursos
- argumentação de autoridade;
argumentativos escritos, ou vice-versa.
- outras.
12.10 – Recriar textos argumentativos lidos ou
· Coesão verbal:
ouvidos, no mesmo gênero ou em gênero diferente.
- valores do presente do indicativo e do
12.11 – Usar, na produção de textos ou seqüências
futuro do presente do indicativo;
argumentativas orais ou escritas, recursos de
correlação com tempos do subjuntivo.
textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Listamos a seguir sugestões de atividades [1] por subtópico, as quais você poderá desenvolver em classe
com os alunos nas práticas de compreensão e produção de textos narrativos.
Locutor e focalização temática
• Identificar expressões indicativas do ângulo de visão do locutor
• Identificar expressões indicativas de impressões e percepções do locutor acerca das argumentações
colocadas no texto
• Reescrever uma seqüência argumentativa mudando o ângulo de visão e o grau de envolvimento do
locutor
Fases ou etapas
• Inferir o critério de organização de uma seqüência argumentativa apresentada
• Identificar as fases de uma seqüência argumentativa apresentada
• Ordenar uma seqüência argumentativa cujas fases se apresentem fora de ordem
• Avaliar se as fases presentes em uma seqüência argumentativa são suficientes para produzir sentido
• Identificar argumentos para uma tese apresentada
• Identificar uma tese para argumentos apresentados
• Avaliar a suficiência e a pertinência entre argumentos e conclusão apresentados (EM)
• Completar uma seqüência argumentativa a que falte uma das fases
• Elaborar uma seqüência expositiva que apresente todas as fases e seja suficiente para produzir sentido
numa situação comunicativa específica (EM)
Estratégias de organização
• Identificar diferentes tipos de estratégias argumentativas usadas em textos ou seqüências
argumentativas apresentadas
• Inferir o critério semântico (ponto de referência) usado para confrontar seres, fatos ou fenômenos (EM)
• Estabelecer relação entre estratégia argumentativa, recursos coesivos e operadores argumentativos
usados no texto (EM)
• Justificar o uso de determinada estratégia em uma seqüência argumentativa, considerando o tópico
discursivo e o contexto de produção, circulação e recepção do texto (EM)
• Identificar as vozes (locutores) de uma seqüência com argumentos de autoridade e seus pontos de vista
acerca do tópico sobre o qual se manifestam
• Elaborar a tese para exemplos apresentados em uma seqüência argumentativa (EM)
• Interpretar efeitos de sentido de analogias usadas em texto ou seqüência textual argumentativa (EM)
• Distinguir motivo, explicação e causa (EM)
• Introduzir, desenvolver ou concluir uma seqüência argumentativa, usando uma estratégia previamente
determinada (EM)
• Construir textos argumentativos, usando a estratégia apropriada ao contexto de produção, circulação e
recepção do texto(EM)
• Pontuar corretamente seqüências argumentativas estruturadas por meio de diferentes estratégias
Coesão verbal
• Identificar os tempos verbais básicos na organização de uma seqüência argumentativa (EM)
• Empregar adequadamente os tempos verbais básicos na organização de seqüências
argumentativas (EM)
• Explicar o valor aspectual do presente do indicativo e de tempos do subjuntivo em seqüências
argumentativas apresentadas (EM)
• Identificar e corrigir, em seqüências argumentativas apresentadas, inconsistências de tempos verbais
Conexão textual
• Identificar marcadores lingüísticos e seus efeitos de sentido em seqüências argumentativas apresentadas
• Identificar marcas lingüísticas de articulação entre as fases de uma seqüência argumentativa
• Identificar marcas lingüísticas que orientem a progressão de uma seqüência argumentativa em certa
direção
• Avaliar a adequação de marcadores de articulação semântica e discursiva utilizados em uma seqüência
argumentativa
• Reestruturar seqüências argumentativas, substituindo marcadores lingüísticos por outros
semanticamente equivalentes
Textualização dos discursos citados ou relatados
• Identificar, em textos expositivos, o locutor responsável pela citação da fala de outrem
• Identificar estratégias usadas pelo locutor para modalizar a fala de outrem
• Identificar, em textos expositivos apresentados, passagens em discurso direto, indireto, ilhas textuais e
resumos com citações
• Reconhecer marcas lingüísticas e gráficas para introduzir ou acompanhar, em textos expositivos, os
discursos direto, indireto, ilhas de citação, resumo com citações, paráfrases (EM)
• Identificar semelhanças e diferenças entre a notação gráfica usada no discurso direto de textos
expositivos e a notação usada no discurso direto de narrativas ficcionais
• Empregar adequadamente verbos e expressões dicendi para introduzir ou acompanhar discursos citados
ou relatados
• Descrever efeitos de sentido do uso das diferentes formas de discurso citado (direto, indireto, ilha textual,
resumo com citações, paráfrase) em textos expositivos (EM)
Coesão nominal
• Identificar, em discursos argumentativos , formas lingüísticas usadas para introduzir um tópico ou tema
• Identificar marcas lingüísticas de retomada temática (repetições e substituições lexicais, anáforas
pronominais, elipses), associando-as a seus respectivos referentes cotextuais (EM)
• Explicar o valor argumentativo de repetições e substituições lexicais apresentadas (EM)
• Substituir marcas de coesão nominal, comentando os efeitos de sentido dessa substituição(EM)
• Reconhecer recursos coesivos inadequados ao efeito de sentido pretendido (EM)
• Explicar recursos coesivos inadequados ao efeito de sentido pretendido (EM)
• Corrigir inadequações de coesão nominal (EM)
[1] - As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
A avaliação da organização textual do discurso argumentativo, pode ser realizada em especial, pelo texto
que o aluno produz e através de identificação dessa organização em texto produzido por outros, através
das atividades acima relacionadas.
Essa avaliação também poderá acontecer através da participação dos alunos em debates e palestras,
uma oportunidade de os alunos se colocarem, usando o discurso argumentativo, como forma de expor seu
ponto de vista.
É importante avaliar se os alunos reconhecem e usam, autonomamente, os mecanismos adequados ao efeito de
sentido pretendido na produção deste gênero textual e se a linguagem utilizada é ou não adequada ao contexto.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 12.2: Textualização do discurso argumentativo
(Organização lingüística)
Habilidade 12.0 - Reconhecer e usar, produtiva e
autonomamente, estratégias de textualização do
Baixe o módulo original
discurso argumentativo, na compreensão e na
em PDF
produção de textos.
Por que ensinar o tópico
Considerando que saber argumentar é uma das habilidades essenciais ao ser humano para o exercício da
convivência humana, é consensual a idéia de que os alunos precisam dominar conhecimentos relativos à
argumentação, como forma de garantir espaços de desenvolvimento pessoal e de participação coletiva.
Nesse tópico, o objetivo é sistematizar, junto aos alunos, a concepção de que existe, à disposição do
produtor de texto, um conjunto de recursos lingüísticos que, uma vez agenciados, poderão provocar seu
leitor/ouvinte os efeitos desejados. Estudar esse tópico é ter a oportunidade de compreender a riqueza da
língua e da força semântica que ela pode expressar e ou traduzir. Sem esse conhecimento dificilmente o
discurso argumentativo produzido alcançará o seu objetivo.
Condições prévias para ensinar
Para produzir coerentemente o enunciado argumentativo é indispensável que o aluno tenha, primeiro,
domínio dos mecanismos enunciativos que podem orientar o modo como o enunciado será compreendido,
uma vez que podem traduzir opiniões, sentimentos, julgamentos, dentre outros. Como se trata de um texto
em que marcadamente o sujeito assume uma posição, essa pode ser traduzida por marcas lingüísticas
específicas: conectores adequados, tempos verbais, operadores de argumento. É necessário também
reconhecer os tipos de modalização, que são realizados por unidades ou conjuntos de unidades
lingüísticas de níveis bastante diferentes. Esses recursos podem ser utilizados a depender dos objetivos
que se quer alcançar, o que nem sempre é explicitado para o aluno. Não é se utilizando e colocando em
qualquer lugar do texto, que os efeitos surgirão. É preciso algo mais: existem recursos de representação
que precisam ser conhecidos e nomeados, assim como recursos semânticos, como as metáforas, as
comparações, as ironias, as hipérboles, as inversões e as interrogações como possibilidade de se produzir
discurso argumentativo.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
12. Textualização do discurso 12.0 - Reconhecer e usar, produtiva e
argumentativo autonomamente, estratégias de textualização do
· Fases ou etapas: discurso argumentativo, na compreensão e na
- proposta ou tema: questão polêmica, produção de textos.
explícita ou implícita no texto, diante da 12.1 - Reconhecer e usar as fases ou etapas da
qual o locutor toma uma posição; argumentação em um texto ou seqüência
argumentativa.
12.2 - Reconhecer e usar estratégias de organização
- proposição ou tese: posicionamento
da argumentação em um texto ou seqüência
favorável ou desfavorável do locutor em
argumentativa.
relação à proposta, orientador de toda a
12.3 - Reconhecer e usar mecanismos de coesão
argumentação;
verbal em um texto ou seqüência argumentativa.
- provas (convencimento ou
12.4 - Reconhecer e usar marcas lingüísticas e
persuasão): argumentos (de
gráficas de conexão textual em um texto ou
comparação, causa, exemplificação, etc.)
seqüência argumentativa.
que sustentam a proposição ou tese do
12.5 - Reconhecer e usar mecanismos de
locutor, assegurando a veracidade ou
textualização de discursos citados ou reportados
validade dela e permitindo-lhe chegar à
dentro de um texto ou seqüência argumentativa.
conclusão;
12.6 - Reconhecer e usar mecanismos de coesão
- conclusão: retomada da tese, já
nominal em um texto ou seqüência argumentativa.
devidamente defendida, e/ou uma
12.7 – Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
possível decorrência dela.
gráficos de estruturação de enunciados
· Estratégias de organização:
argumentativos.
- causa-e-conseqüência;
12.8 - Reconhecer e corrigir problemas de
- comparação ou confronto;
textualização do discurso em um texto ou seqüência
- concessão restritiva;
argumentativa.
- exemplificação;
12.9 - Retextualizar, produtiva e autonomamente,
- analogia;
discursos argumentativos orais em discursos
- argumentação de autoridade;
argumentativos escritos, ou vice-versa.
- outras.
12.10 – Recriar textos argumentativos lidos ou
· Coesão verbal:
ouvidos, no mesmo gênero ou em gênero diferente.
- valores do presente do indicativo e do
12.11 – Usar, na produção de textos ou seqüências
futuro do presente do indicativo;
argumentativas orais ou escritas, recursos de
correlação com tempos do subjuntivo.
textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao
suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Na compreensão e produção de textos, proponha atividades como as que se seguem [1]:
• Distinguir, em enunciados apresentados, recursos para convencer (argumentos lógicos) e recursos para
persuadir (apelos emocionais, falácias, etc.)
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, recursos lingüísticos de modalização adequados ao
efeito de sentido pretendido (EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, recursos lingüísticos de representação (ou não-
representação) do locutor, conforme o efeito de sentido pretendido ( EM)
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, recursos lingüísticos de representação (ou não-
representação) do agente do processo verbal, conforme o efeito de sentido pretendido
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, recursos lingüísticos de representação (ou não-
representação) do interlocutor, conforme o efeito de sentido pretendido
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, recursos lingüísticos de representação (ou de não-
representação) do tempo e do espaço do processo verbal, conforme o efeito de sentido pretendido
• Reconhecer e usar, em enunciados argumentativos, operadores argumentativos adequados ao efeito de
sentido pretendido
• Relacionar recursos semânticos e morfossintáticos de argumentação ao efeito de sentido pretendido
(convencer e persuadir)
• Reconhecer e usar nominalizações em enunciados argumentativos (EM)
• Reescrever enunciados argumentativos a partir de diferentes sintagmas (EM)
• Reescrever enunciados argumentativos eliminando contradições e ambigüidades sintáticas (EM)
• Reescrever enunciados argumentativos de forma a destacar pela estrutura sintática determinada
informação (EM)
• Explicar o efeito de sentido de recursos lingüísticos característicos do enunciado argumentativo
• Avaliar a propriedade do uso de recursos semânticos (relações de oposição ou aproximação, gradação,
associações semânticas, atenuação, eufemismo, hipérbole, ironia) na estratégia argumentativa usada no
texto (EM)
[1] As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do Ensino
Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
Com base na concepção de língua e de linguagem assumidos nesta proposta, reiteramos a necessidade de que a
análise do nível de habilidades alcançado pelos alunos se faça por meio dos textos que o aluno produz: utiliza-se de
operadores argumentativos que revelam o ponto de vista defendido? Lança mão de operadores argumentativos que
orientam a subjetividade de quem escreve/fala? A presença de modalizadores orienta favoravelmente a idéia que
está sendo defendida? Os elementos juntivos possibilitam a necessária articulação dos argumentos apresentados,
dando força e evidenciando pontos de vista? O texto, enfim, convence o leitor? Ressalta-se, aqui, que, além dos
elementos lingüísticos a serviço do discurso, o aluno deverá revelar ampliação do conhecimento da norma-padrão.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 13: Textualização do discurso injuntivo (Organização
textual) (instrucional, de aconselhamento, prescritivo
ou normativo)
Habilidade 13.0. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
Baixe o módulo original
estratégias de textualização do discurso injuntivo, na
em PDF
compreensão e na produção de textos.
Por que ensinar o tópico
O discurso injuntivo caracteriza-se por fazer com que seu interlocutor aja em determinada direção. Esse
agir se relaciona, em geral, à execução de uma tarefa. As necessidades da vida moderna são um campo
privilegiado para o surgimento, o desenvolvimento e a circulação desses gêneros textuais, o que faz com
que o discurso injuntivo se vincule às condições do sistema sociocultural do qual se faz parte. São, por
exemplo, embalagens, bulas, manuais, cartões, panfletos, receitas, dentre outros que, de algum modo,
instituem e consolidam convenções sociais, ditam regras e orientam condutas. Diante da ação principal
(macroobjetiva) a ser executada, são realizados comandos que indicam o que o leitor deve fazer
(microações). Todas as informações constantes no texto encontram-se organizadas de modo a orientar
uma ação determinada. Desse modo, os gêneros onde esse discurso se manifesta são reveladores das
relações de poder que estruturam a sociedade e determinam os lugares sociais legitimados por um
sistema. Compreender como esses textos se organizam e que função comunicativa exercem nas práticas
discursivas é, mais do que uma necessidade, uma exigência, uma vez que o texto de natureza injuntiva
permeia grande parte das nossas ações discursivas na sociedade.
Condições prévias para ensinar
O aluno precisa conhecer o funcionamento enunciativo do discurso injuntivo, dada a sua especificidade.
Como são gêneros de fácil identificação, o importante é esclarecer com o esse texto se organiza, uma vez
que possui um esquema cognitivo prototípico: exposição do macroobjetivo, apresentação dos comandos e
justificativa. Uma vez reconhecendo a função e a estrutura desses gêneros, identificar em cada parte do
esquema do gênero injuntivo, quais são as ações a serem desenvolvidas. Ao identificar o provável
enunciador, precisa estabelecer relações entre os dados do texto e o contexto social mais amplo, para
ampliar a compreensão das relações de poder e dos processos gerais de recepção e de produção de texto
na sociedade.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
13. Textualização do discurso 13.0. Reconhecer e usar, produtiva e
injuntivo autonomamente, estratégias de textualização do
discurso injuntivo, na compreensão e na
• Fases ou etapas: produção de textos.
• exposição do macrobjetivo acional:
indicação de um objetivo geral a ser 13.1. Reconhecer e usar as fases ou etapas da
atingido sob a orientação de um plano de injunção em um texto ou seqüência injuntiva.
execução, ou seja, de um conjunto de 13.2. Reconhecer e usar estratégias de organização
comandos; do discurso em um texto ou seqüência injuntiva.
• apresentação dos comandos: 13.3. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
disposição de um conjunto de ações verbal em um texto ou seqüência injuntiva.
(seqüencialmente ordenadas ou não) a 13.4. Reconhecer e usar marcas lingüísticas e
ser executado para que se possa atingir gráficas de conexão textual em um texto ou
o macrobjetivo; seqüência injuntiva.
• justifi cativa: esclarecimento dos 13.5. Reconhecer e usar mecanismos de
motivos pelos quais o destinatário deve textualização de discursos citados ou relatados
seguir os comandos estabelecidos. dentro de um texto ou seqüência injuntiva.
• Estratégias de organização: 13.6. Reconhecer e usar mecanismos de coesão
• plano de execução cronologicamente nominal em um texto ou seqüência injuntiva.
ordenada;
• plano de execução não
cronologicamente ordenada.
• Coesão verbal:
• valores do modo imperativo e seus
substitutos (infi nitivo, gerúndio e futuro
de presente).
13.7. Reconhecer e usar recursos lingüísticos e
• Conexão textual:
gráficos de estruturação de enunciados injuntivos.
• marcas lingüísticas e gráfi cas da
13.8. Reconhecer e corrigir problemas de
articulação do discurso injuntivo com
textualização do discurso em um texto ou seqüência
outros discursos e seqüências do texto;
injuntiva.
• marcadores textuais da progressão /
13.9. Retextualizar, produtiva e autonomamente,
segmentação temática: articulações
discursos injuntivos orais em discursos injuntivos
hierárquicas, temporais e/ou lógicas
escritos, ou vice-versa.
entre as fases ou etapas do discurso
13.10. Recriar textos injuntivos lidos ou ouvidos em
injuntivo.
textos do mesmo gênero ou de gênero diferente..
• Textualização de discursos citados ou
13.11. Usar, na produção de textos ou seqüências
relatados: direto; indireto; resumo com
injuntivas orais ou escritas, recursos de textualização
citações.
adequados ao discurso, ao gênero, ao suporte, ao
• Coesão nominal:
destinatário e ao objetivo da interação.
• estratégias de introdução temática;
• estratégias de manutenção e retomada
temática.
• Organização lingüística do enunciado
injuntivo: recursos semânticos e
morfossintáticos mais característicos
e/ou freqüentes.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Listamos a seguir sugestões de atividades [1] por subtópico, as quais você poderá desenvolver em classe
com os alunos nas práticas de compreensão e produção de textos narrativos.
Locutor e focalização temática
• Identificar expressões indicativas do ângulo de visão do locutor
• Identificar expressões indicativas de orientações de ações determinadas localizadas no discurso injuntivo
Fases ou etapas
• Identificar as fases de uma seqüência injuntiva apresentada
• Identificar marcas lingüísticas de articulação entre fases de uma seqüência injuntiva
• Reordenar partes de uma seqüência injuntiva apresentadas fora de ordem
• Avaliar se as fases presentes em uma determinada seqüência injuntiva são suficientes para produzir
sentido
• Redigir comandos para um macrobjetivo apresentado
• Redigir um macrobjetivo para comandos apresentados
• Redigir uma justificativa para um macrobjetivo e correspondentes comandos apresentados
• Avaliar a suficiência e a pertinência do macrobjetivo, dos comandos e da justificativa de uma seqüência
injuntiva apresentada
• Completar uma seqüência injuntiva a que falte uma das fases (macrobjetivo, comandos ou plano de
execução, justificativa)
Estratégias de organização
• Identificar as fases de uma seqüência injuntiva instrucional com plano de execução cronologicamente
ordenada
• Identificar o modo verbal predominante dos comandos de execução cronologicamente ordenada e seus
efeitos de sentido em textos instrucionais apresentados
• Avaliar, em seqüências injuntivas instrucionais apresentadas, a necessidade de realização de todos os
comandos para a obtenção de um resultado satisfatório
• Ordenar cronologicamente comandos de uma seqüência injuntiva instrucional, justificando a ordenação
feita
• Avaliar a adequação (pertinência, suficiência e ordenação) dos comandos do plano de execução
cronologicamente ordenada (o passo-a-passo) de uma seqüência injuntiva instrucional apresentada
• Reordenar comandos do plano de execução de uma seqüência injuntiva instrucional apresentada,
visando a torná-lo exeqüível
• Justificar, em textos injuntivos instrucionais apresentados, a impossibilidade de diferentes seqüenciações
dos comandos de execução cronologicamente ordenada
• Elaborar os comandos necessários para tornar exeqüível (pertinente e suficiente) o plano de execução
cronologicamente ordenada de um texto instrucional apresentado.
• Elaborar um plano de execução cronologicamente ordenada para uma seqüência injuntiva instrucional de
um gênero especificado
• Identificar marcas lingüísticas de seqüências injuntivas com plano de execução cronologicamente
ordenada
• Completar com marcadores lingüísticos adequados as lacunas de uma seqüência injuntiva com plano de
execução cronologicamente ordenada
• Produzir seqüências injuntivas instrucionais com plano de execução cronologicamente ordenada para um
gênero especificado (receita culinária, manual de confecção, de montagem ou de operação de objetos,
etc.)
• Identificar as fases de uma seqüência injuntiva de aconselhamento
• Identificar o modo verbal predominante dos comandos de execução e seus efeitos de sentido em
seqüências injuntivas de aconselhamento apresentadas
• Avaliar, em seqüências injuntivas de aconselhamento apresentadas, a necessidade de realização de
todos ou de apenas alguns dos comandos para a obtenção de um resultado satisfatório
• Reordenar comandos de um texto injuntivo de aconselhamento apresentados fora de ordem
• Justificar a possibilidade de diferentes seqüenciações dos comandos em textos injuntivos de
aconselhamento (execução não cronologicamente ordenada) (EM)
• Explicar a diferença entre seqüências injuntivas instrucionais e seqüências injuntivas de aconselhamento
apresentadas quanto à garantia da consecução dos objetivos a partir da realização dos comandos
propostos (EM)
• Avaliar a pertinência dos comandos de uma seqüência injuntiva de aconselhamento apresentada
• Elaborar comandos pertinentes para uma seqüência injuntiva de aconselhamento
• Identificar marcas lingüísticas de seqüências injuntivas de aconselhamento
• Produzir seqüências injuntivas de aconselhamento para um gênero especificado
• Identificar as fases de uma seqüência injuntiva de prescrição ou regulamentação (EM)
• Identificar o modo verbal predominante dos comandos de execução e seus efeitos de sentido em
seqüências injuntivas prescritivas apresentadas
• Avaliar, em seqüências injuntivas prescritivas apresentadas, a necessidade de realização de todos os
comandos ou de apenas alguns deles para atender ao macrobjetivo (EM)
• Avaliar, em seqüências injuntivas prescritivas apresentadas, a necessidade ou não de realização
cronologicamente ordenada dos comandos para atender ao macro-objetivo (EM)
• Reordenar comandos de um texto injuntivo prescritivo apresentados fora de ordem, justificando a
reordenação feita (EM)
• Justificar a possibilidade de diferentes seqüenciações dos comandos em textos injuntivos prescritivos
(execução não-ordenada) (EM)
• Explicar a diferença entre seqüências injuntivas prescritivas, instrucionais e de aconselhamento
apresentadas quanto à garantia da consecução dos objetivos a partir da realização dos comandos
propostos (EM)
• Avaliar a pertinência dos comandos de uma seqüência injuntiva prescritiva apresentada (EM)
• Redigir comandos pertinentes para uma seqüência injuntiva prescritiva (EM)
• Identificar marcas lingüísticas de seqüências injuntivas prescritivas
• Redigir seqüências injuntivas prescritivas para textos de gêneros especificados (regimentos, estatutos,
etc.)
Coesão verbal
• Identificar os tempos verbais básicos na organização do discurso injuntivo
• Empregar adequadamente os tempos verbais na organização do discurso injuntivo
• Identificar e corrigir, em discursos injuntivos, inconsistências de coesão verbal
• Produzir discursos injuntivos coretos do ponto de vista da coesão verbal
Conexão textual
• Identificar marcas lingüísticas que orientem a progressão de uma seqüência injuntiva em certa direção
• Avaliar a adequação de marcadores de articulação semântica e discursiva utilizados em uma seqüência
injuntiva (EM)
Coesão nominal
• Identificar marcas lingüísticas de coesão nominal (remissões nominais e pronominais) e seus efeitos de
sentido
• Interpretar o efeito de sentido de repetições e substituições lexicais na retomada temática
[1] - As atividades marcadas com a sigla EM devem ser realizadas, preferencialmente, por alunos do
Ensino Médio; as demais devem ser realizadas desde o Ensino Fundamental.
Como avaliar
Temos insistido no seguinte: as atividades que servem para ensinar e aprender também podem ser
utilizadas para a avaliação.
Deste modo, as atividades acima listadas podem, perfeitamente, se adequar ao processo de avaliação do
discurso injuntivo. É importante que o professor procure avaliar se o aluno leitor/produtor do texto injuntivo
consegue estabelecer relações entre os dados do texto e o contexto de alcance social deste.
E ainda, se o aluno reconhece e usa as fases e estratégias de organização do discurso injuntivo.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 1: Gêneros
Sub-Tema Operação de textualização
Tópico 14: Textualização do discurso poético (Reconstrução do
texto)
Habilidade 14.0. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente,
Baixe o módulo original
estratégias de textualização do discurso poético, na
em PDF
compreensão e na produção de textos.
Por que ensinar o tópico
Vários autores, entre os quais poetas renomados, já chamaram a atenção para a inutilidade da poesia.
Outros a viram como algo perigoso, seguindo a opinião de Platão. O fato é que, inútil ou perigosa, a poesia
nunca nos deixa indiferentes. Na realidade, os recursos lingüísticos utilizados na poesia, foram, por muito
tempo, utilizados também na narrativa e no teatro, pois toda a produção literária, quando ainda nem se
usava o conceito de literatura, era feita em versos. Hoje podemos ver o discurso poético em vários tipos de
textos e suportes e não apenas no poema, mas nesse tópico abordaremos apenas o texto literário poético.
Esse tópico merece uma atenção especial, pois o texto literário poético tem a capacidade de nos extrair da
realidade, de nos fazer mergulhar em uma visão de mundo própria de cada poeta, pela simples sugestão
de imagens, pela exploração dos sentidos diversos das palavras, pela evocação sonora de novos sentidos
para além daqueles que as palavras simplesmente denotam. Se tudo isso já pôde ser visto como
inutilidade, a atitude de um leitor que estabelece novas relações com o mundo a partir da leitura de um
novo poema serviria por si só para justificar o estudo desse tópico. Afinal, se a poesia não pudesse mudar
o mundo, atuando sobre cada indivíduo, a história não registraria a condenação de vários poetas, em
todos os tempos, e a queima de seus livros.
Condições prévias para ensinar
• Entender a poesia como uma forma de expressão, lírica ou épica, que não se limita à coincidência das
rimas ou à expressão do senso comum
• Ver nos diversos recursos lingüísticos de um poema elementos que participam da produção de sentido e
não apenas “enfeites”
• Estudar as diversas figuras de um poema como formas de reconstrução da linguagem, que põem
constantemente em xeque a utilização que fazemos no cotidiano de palavras, expressões e conceitos
• Manter contato com as formas contemporâneas que o texto poético assume, como a poesia visual e o
vídeo-poema, entre outras
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
14. Textualização do discurso poético 14.0. Reconhecer e usar, produtiva e
autonomamente, estratégias de textualização do
• O estrato fônico e as estratégias discurso poético, na compreensão e na produção
musicais. de textos.
• O estrato óptico e as estratégias
visuais. 14.1. Reconhecer estratégias musicais e visuais do
• O estrato semântico e a construção de discurso poético em um texto ou seqüência textual
imagens poéticas.nticos literária.
14.2. Reconhecer efeitos de sentido de estratégias
musicais e visuais do discurso poético em um texto
ou seqüência literária.
14.3. Usar, em um texto ou seqüência textual,
estratégias visuais e musicais do discurso poético
em função dos efeitos de sentido pretendidos.
14.4. Reconhecer imagens poéticas em um texto ou
seqüência literária.
14.5. Reconhecer efeitos de sentido de imagens
poéticas, em um texto ou seqüência literária.
14.6. Construir imagens poéticas adequadas aos
efeitos de sentido pretendidos.
14.7. Reconhecer o uso de estratégias do discurso
poético e seus efeitos de sentido, em discursos,
textos ou gêneros literários ou não (canções, contos,
romances, anúncios publicitários, slogans,
provérbios, filmes, telenovelas, etc.).
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
O texto literário poético quase sempre depende do envolvimento de todos os nossos sentidos em sua
leitura, sobretudo da visão e da audição. Por isso sua leitura em voz alta é sempre importante, para que os
aspectos sonoros sejam percebidos.
Há textos, como os poemas concretos, que dependem da avaliação da forma que assumem no papel e,
muitas vezes, seu sentido pode parecer opaco para os alunos, mas é preciso entender que a mensagem
poética, muitas vezes está na própria forma e não no conteúdo de um poema.
É fundamental que os alunos entrem em contato com poemas de épocas diversas, não obrigatoriamente
em ordem cronológica. Porém, é preciso que eles entendam o conceito de poesia de cada época, para
que saibam, por exemplo, que motivos levam uma determinada época a valorizar a forma, através da
métrica rigorosa e da obediência às rimas, e outras a preferirem o verso branco, sem qualquer medida.
A escansão dos versos, exercício tradicional e hoje desvalorizado, é interessante para que o aluno
compreenda o domínio da língua que se exige do poeta que quer utilizar uma métrica regular. Há sempre
um espanto nos alunos perceber que os versos de um poema clássico têm o mesmo número de sílabas e
repetem em várias estrofes o mesmo esquema de rimas. É um exercício interessante, sobretudo para
aqueles que apresentam dificuldades com a escrita, procurar fazer estrofes com métrica regular.
O estudo cronológico da poesia, tradicionalmente preferido pelos professores, pode ser substituído por
formas alternativas de abordagem do texto poético, como, por exemplo, o estudo de um determinado tema
ou de uma forma poética, como o soneto, por exemplo, em épocas diversas. Assim se pode chegar ao
conhecimento de pontos de vista diferentes em situações culturais e períodos históricos diferentes, o que
leva a uma aprendizagem mais profunda. Por exemplo: como se caracteriza a mulher em um poema
contemporâneo, em um poema modernista ou em um poema romântico? Como é visto o negro na poesia
através dos tempos?
Um outro suporte textual, que se utiliza largamente de todos os recursos poéticos, é a música popular. Por
que não estudar as canções, sobretudo aquelas com que os alunos têm mais afinidade, como um texto
poético, procurando identificar seus aspectos sonoros, visuais, sintáticos e semânticos?
O professor poderá escolher vários percursos para a abordagem do texto poético, mas sempre é
interessante dar oportunidade ao aluno para também se expressar poeticamente, procurando utilizar em
uma produção textual os vários aspectos que estudou.
Como temos a idéia pré-concebida de que o poeta “já nasce com uma vocação”, o professor pode propor
exercícios que mostrem aos alunos que, como qualquer discurso, também o discurso poético se aprende.
Pode-se começar pela identificação de figuras de linguagem em trechos de discursos do dia-a-dia, para
que se entenda que metáfora, metonímia, ironia e sinestesia, entre várias outras, permeiam a
comunicação, não apenas oral ou escrita. A partir daí, pode-se pedir em exercícios que os alunos
encontrem maneiras diferentes para se expressar um mesmo conceito, indicado pelo professor. Esse
exercício pode-se expandir para frases, que podem depois tornar-se versos de um poema.
Outra atividade importante para possibilitar uma relação espontânea do aluno com o texto poético é pedir
que cada um leve para a sala o poema ou a canção de que mais gosta ou que mais detesta ou, ainda, que
represente alguma coisa para ele por estar associada a alguma experiência vivida. Essa mesma atividade
pode ser modificada, solicitando-se que todos os alunos levem poemas ou canções que tratem de um
determinado tema.
Relacionado com o cotidiano dos alunos, o texto poético será abordado com mais interesse por eles.
Afinal, o gosto pela poesia não depende apenas do conhecimento da técnica que permite sua produção,
mas, sobretudo, da relação que cada leitor pode estabelecer com o poema.
Como avaliar
Várias atividades podem ser avaliadas no trabalho com o texto poético e as próprias características de um
poema podem indicar uma forma interessante de avaliar a aprendizagem dos alunos.
Em uma avaliação escrita, por exemplo, pode-se pedir desde uma análise livre do texto poético até a
identificação de seus diversos aspectos. É importante, porém, não se restringir à simples identificação, por
exemplo, de rimas internas ou externas, de aliterações ou outras figuras. Deve-se sempre buscar o sentido
que esses aspectos assumem no poema.
Atividades orais também podem ser avaliadas, como a preparação de um sarau, no qual os alunos se
apresentariam dizendo poemas diversos, escolhidos por eles mesmos ou trabalhados anteriormente com o
professor.
Além disso, os alunos podem ser avaliados em atividades extraclasse, como apresentação de poemas em
eventos da escola ou da comunidade, leitura de poemas para alunos de séries anteriores, para pessoas
idosas em asilos ou hospitais e para deficientes visuais.
Atividades lúdicas, de produção de textos poéticos também podem ser avaliadas. Pode-se pedir desde a produção de
poemas com as mesmas características de poemas estudados até a construção de paródias, utilizando-se a estrutura
de canções conhecidas pelos alunos.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 2: Suporte textuais
Sub-Tema Revistas
Tópico 15: Organização do suporte revista: relações com o
público-alvo
Habilidade 15.0. Ler revistas, produtiva e autonomamente,
Baixe o módulo original
considerando a organização desse suporte e suas
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relações com o público-alvo.
Por que ensinar o tópico
Utilizar o suporte revista em sala de aula é oportunizar a formação sócio-discurviva do aluno. Esse suporte
com tratamentos diferenciados, expressos em gêneros textuais diferentes apresenta um conjunto dos mais
variados conteúdos da comunicação. Como os pontos de vista costumam ser diferentes e mesmo
conflitantes, leva o aluno a conhecer diferentes posturas ideológicas frente a um fato, a tomar posições
fundamentadas e a aprender a respeitar os diferentes pontos de vista, necessários ao pluralismo numa
sociedade democrática. Por ser essa uma fonte múltipla de informações nos mais variados gêneros, os
textos jornalísticos dialogam com o leitor e contribuem para que o público alvo, no caso o aluno,
desenvolva habilidades leitoras e escritoras dos gêneros focados. Nessa perspectiva, ainda vale
considerar que a leitura de textos de revista forma o perfil cidadão leitor e desenvolve habilidades
lingüísticas em vários domínios discursivos. Ler e escrever textos de revista implicaria no desenvolvimento
da conscientização efetiva do texto e do suporte, já que o aluno atuaria sobre essa linguagem em um
trabalho de produção textual com e sobre a língua viva em um contexto real de interlocução. No entanto, o
mais importante, é o aluno perceber as diferentes funções sociais que as revistas possuem, constituindo-
se um leitor mais crítico frente ao que circula na sociedade.
Condições prévias para ensinar
Faz-se necessário que o aluno perceba o suporte revista, considerando as características do suporte
revista, o formato, o projeto gráfico, a seleção de temas e o tratamento dado aos temas. Conhecer a
importância das saliências textuais no processo de composição dos gêneros de informação. As atividades
relacionadas devem distribuir-se harmonicamente com as análises textuais programadas. Porém, é
necessário que a escola, diante da riqueza e da multiplicidade do gênero, reserve um tempo em sua ação
educativa que garanta a presença da revista em suas atividades pedagógicas. É lendo e manuseando
revistas freqüentemente, que o aluno aprimorará suas habilidades leitoras e conscientizar-se-á de seu
papel interlocutor no âmbito social. Ao produzir textos para revistas, reforçará a finalidade da escrita como
ato de interlocução e o como e para quê da produção textual ganharão foco significativo. Deve-se,
portanto, criar estratégias metodológicas que façam com que aluno e revista encontrem-se em suas
atividades de sala de aula. Momentos de leitura, exposições e análises garantirão esse aprendizado.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
15. Organização do suporte revista: 15.0. Ler revistas, produtiva e autonomamente,
relações com o público-alvo considerando a organização desse suporte e
suas relações com o público-alvo.
• Composição (capa, expediente,
sumário, seções, colunas...). 15.1. Usar sumário ou índice de revistas para loca-
• Formato. lizar seções, colunas e matérias e/ou reconhecer o
• Projeto gráfico (logomarca, variedade tema e/ou o objetivo comunicativo dessas matérias.
de fontes ou caracteres tipográfi cos, 15.2. Relacionar a identidade de uma revista a seu
cores, imagens). tema-título, a seu formato e projeto gráfi co, à
• Caracterização e funções seleção e ao tratamento de temas, às variedades
sociocomunicativas do suporte e suas lingüísticas e estilísticas de suas matérias, aos
partes. anúncios publicitários veiculados por ela.
• Pactos e fi nalidades de leitura. 15.3. Relacionar o público-alvo de uma revista a seu
• Variedade de temas, gêneros e tema-título, a seu formato e projeto gráfi co, à
domínios discursivos. seleção e ao tratamento de seus temas, às
variedades lingüísticas e estilísticas de suas
matérias, aos anúncios publicitários veiculados por
ela.
15.4. Explicar efeitos de sentido decorrentes da
publicação de um anúncio publicitário em diferentes
gêneros de revistas.
15.5. Identificar as funções sociais de diferentes
tipos de revistas.
15.6. Identificar, em matérias de revistas, marcas
lingüísticas de dialetos sociais: seleção vocabular,
jargões, clichês...
15.7. Reconhecer efeitos de sentido do uso de
metáforas em artigos de revistas.
15.8. Reconhecer efeitos de sentido do uso de
neologismos em artigos de revistas.
15.9. Reconhecer a formação de neologismos
usados em matérias publicadas em revistas.
15.10. Reconhecer efeitos de sentido do uso de
gírias em reportagens antigas e recentes.
15.11. Relacionar a organização do suporte revista
às suas funções sociais de entretenimento,
educação, informação e formação de opinião.
15.12. Elaborar referências de revistas e artigos de
revista, segundo normas da ABNT.
Como ensinar (como trabalhar o tópico)
Cabe ao professor desenvolver atividades leitoras que comecem o processo através de levantamento de
hipóteses sobre o assunto observado nas chamadas, nas legendas, nos gêneros textuais, nas fotos, nos
gráficos e nos textos de opinião, considerando as linguagens e as dimensões formal e sócio-comunicativa.
Logo em seguida, ir ao texto para validar ou não inferências realizadas e assumir o papel de perguntador
ao texto. Toda essa estratégia de levantamento de hipóteses propiciará uma ruptura com a pedagogia
tradicional da escola que categorizava os feitos leitores em certo ou errado sem considerar o processo de
ida e vinda no texto. Assim sendo, inferir nos textos e revisá-los em busca de validações e comprovações
de leituras desenvolverão habilidades sócio-comunicativas que é papel da escola.
Atividades em que o aluno seja capaz de perceber, como processo discursivo:
- o potencial leitos da revista
- as funções sociais que as diferentes revistas desenvolvem
- a linguagem ou a variação lingüística tendo em vista o público-alvo
- os gêneros textuais, relacionando-os as seções onde aparecem
- relacionar anúncios publicitários ao leitor previsto
- analisar e tomar posição frente às diferentes opiniões frente a um tema
Como avaliar
É importante que ao trabalhar a análise e a produção do texto de revista o aluno vá juntamente com o professor
tecendo avaliações processuais sobre o que e como aprendeu, bem como as dificuldades que ainda encontra.
Construir-se avaliador de sua leitura e de sua produção enquanto constrói-se leitor e produtor textual. Tais reflexões
servirão de termômetro para o professor conhecer os avanços já realizados e sistematizar os fazeres seguintes.
EIXO
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
TEMÁTICO
Tema 2: Suportes textuais
Sub-Tema Revistas
Tópico 16: Capa de Revista
Habilidade 16.0. Ler capas de revistas, produtiva e autonomamente.
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Por que ensinar o tópico
Assistimos, a cada dia, o aumento vertiginoso de publicações em contexto impresso e ou digital. Saber ler
um corpo de revista é saber antecipar, pelas pistas semânticas, semióticas e formais que a capa
apresenta quem é o leitor que ele deseja atingir. Pode antecipar também os temas e o modo como
provavelmente serão tratados. Trata-se de uma competência leitora que assegura a compreensão da
função e do valor informativo de uma capa.
Não há neutralidade na linguagem e, o leitor pode, pela capa, reconhecer além do leitor previsto, seu
projeto gráfico e suas intencionalidades. Aprende, portanto, a selecionar o que vai ler, relacionando suas
escolhas aos objetos e razões pelas quais lerá a revista.
Condições prévias para ensinar
Conhecer os componentes de uma capa de revista e os seus efeitos discursivos. Ter clareza do que os
textos têm endereçamento, que existem para cumprir uma função sócio-comunicativa.
O que ensinar
TÓPICO E SUBTÓPICOS DE
HABILIDADES
CONTEÚDO
16.0. Ler capas de revistas, produtiva e
autonomamente.
O maior obstáculo ao trabalho de conscientização da população para evitar o diabetes está nos hábitos
contemporâneos de alimentação e no sedentarismo que atingem todas as camadas sociais. De acordo
com dados de um senso da Secretaria Estadual de Saúde (SES), 90% dos casos de diabéticos do estado
é do tipo 2, um grupo formado por 70 mil pessoas geralmente acima dos 40 anos, em sua maioria obesos
que devem combater as complicações da doença com alimentação adequada, exercícios físicos e
ingestão de insulina.
A outra parcela de diabéticos insulino-dependentes são os de tipo 1, grupo composto por cerca de 13 mil
crianças e adultos jovens, que muitas vezes já nascem com complicações que levam à doença. Além dos
insulino-dependentes, a diabetes atinge outros milhares que não necessitam de insulina extra para
controlar a doença. Dados do sistema de informação do Programa de Hipertensão e Diabetes (Hiperdia) -
doenças que geralmente estão associadas - há 550 mil pacientes cadastrados nas postos de saúde do
estado.
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/local/272978.html acessado em 15/11/2006.
1. O professor reproduz e distribui para os alunos o texto acima ( ou um outro texto jornalístico que tenha
foto e seja retirado da internet). As questões abaixo são sugestões de discussão:
1. Quem é autora desse texto?
2. Que gênero textual é esse? Que pistas lhe levaram a chegar a essa conclusão?
3. A que se refere o nome Dimang Con Beu?
4. Em que dia esse texto foi publicado? Que pistas lhe levaram a chegar a essa conclusão?
5. A que se refere a data 15/11/2006? É possível que esta data fosse anterior a 14/11/2006? Essa data
(15/11/2006) pode ser, daqui a 10 anos, alterada para 15/11/2016? Por que?
6. Se você precisar utilizar parte desse texto em um trabalho, como você se referiria a ele em sua
Bibliografia?
2. Se a escola tiver laboratório de informática, o professor conduz os alunos ao laboratório solicita aos
alunos que digitem, no campo do navegador da Internet, o endereço citado ao final do texto e solicita que
os alunos verifiquem se o texto corresponde àquele que têm em mãos.
3. Ainda no laboratório, o professor solicita aos alunos que digitem nomes de determinados assuntos (que
o professor sugerir) nos sites de busca (www.google.com.br, www.yahoo.com.br, etc). Assim que
aparecerem textos, os alunos devem fazer, para os colegas, as referências bibliográficas para que os
outros colegas reencontrem os textos por eles acessados.
4. Na biblioteca, o professor entrega a grupos de alunos referências bibliográficas para que os mesmos
encontrem os livros nas estantes. Uma vez encontrados, os livros são trocados entre os alunos para que,
sem acesso às referências feitas pelo professor, os alunos as elaborem. Os próprios colegas verificam a
adequação da referência comparando com a que o professor lhe entregou. Sugestão: variar as referências
entre: jornais e textos de jornais, revistas e textos de revistas, livros e partes de livro.
Possíveis dificuldades:
Pode ser difícil conseguir um laboratório de informática. O professor deve substituir a ida ao laboratório por
sites impressos em papel para que os alunos façam as referências. Imprime-se o site teclando print scrn
(tecla logo acima dos números do teclado).
Alerta para riscos:
Glossário:
Navegador da internet: programas que permitem ao usuário do computador acessar a internet, exemplo: Internet
Explorer, Netscape.
EIXO
TEMÁTICO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
I:
Tema 1: Gêneros e discursos
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Tópico 3: Organização temática
PDF
Objetivos:
- Compreender a organização temática de textos de diferentes gêneros.
Providências para a realização da atividade:
Materiais: textos de gêneros variados (um texto diferente para cada aluno em 2 cópias); um envelope
médio e uma folha de papel ofício para cada aluno
Pré-requisitos:
Noções da estrutura básica dos gêneros escolhidos pelo professor. Noções de progressão e continuidade
do texto.
Descrição dos procedimentos:
A organização temática está relacionada com a capacidade de estabelecer relações entre as partes do
texto. Cria-se uma macroestrutura do texto, que se constitui sua representação semântica.
Essa macroestrutura pode ser organizada de diversas formas pelo leitor. Pode-se , por exemplo, privilegiar
informações estruturais, como o status de tópico ou não-tópico dos elementos do texto ou informações de
tipos específicos, como, por exemplo, a organização cronológica, as relações de causa e efeito a
depender dos objetivos da produção.
A atividade aqui proposta pretende desenvolver a habilidade de reorganizar a macroestrutura
proposicional do texto a partir de pistas que o leitor encontrar. Assim, é possível reorganizar um texto a
partir de dicas morfossintáticas (tais como verbos e seus complementos, complementos de sintagmas, etc)
ou a partir de dicas semânticas como estabelecimento de coerência pela organização tema-rema ( tópico-
comentário). Abaixo segue a sugestão de uma atividade de reorganização da temática do texto:
O professor traz um texto de um gênero textual com o qual já tenha trabalhado com os alunos. Poesias
não são, porém, bons exemplos por não terem necessariamente compromisso com a organização
temática.
A VINGANÇA DA NATUREZA
LEANDRO GUIMARÃES OLIVEIRA *
Era uma vez um homem que se chamava Ricardo. Ele tinha indústrias na cidade.
As indústrias ficavam perto de um enorme rio, que fornecia água e alimento para muitas cidades e
animais.Mas como Ricardo não respeitava a natureza, despejava todo o lixo de suas indústrias no rio.
Certo dia, quando Ricardo foi para o trabalho, passando perto do rio, viu que todos os peixes estavam
mortos.
Mas ele não se importou com o que viu e foi trabalhar normalmente.A população da cidade, vendo aquela
destruição, ficou revoltada.
Toda a cidade ficou sabendo da má notícia e resolveu fazer uma reunião para decidir o que fazer.
Eles decidiram conversar com Ricardo sobre o assunto, mas Ricardo não se considerou vencido e
começou a despejar mais lixo no rio.
Certo dia, começou a chover muito, mas como o rio estava todo poluído, a água da chuva não tinha para
onde ir.
Então, a enchente destruiu toda a indústria de Ricardo. Devemos cuidar muito bem da natureza ou então
ela se volta contra nós.
1 Gurilândia. ESTADO DE MINAS, Sábado, 20 de agosto de 2005
*Aluno da Escola Municipal Padre Henrique de Morais, em Perdigão – MG
O professor apresenta apenas o título do texto e levanta a seguinte questão:
Qual o assunto do texto?
Procura explorar com os alunos a seqüência dos acontecimentos: recorta cada parte e mostra as
possibilidades de ligação com as outras partes do texto.
1. Cada aluno recebe duas cópias de um texto diferente do texto de seu colega.
2. De um texto ele recorta o título, o autor, os parágrafos um a um, embaralha e coloca no envelope com
seu nome. A outra cópia do texto ele guarda.
3. O professor distribui os envelopes aleatoriamente. Ao receber, o aluno procura reorganizar o texto,
observando a hierarquização de tópicos e subtópicos, a continuidade e a progressão.
4. Uma vez reorganizado, monta o texto novamente, colando-o em uma folha de papel. Dobra a folha de
papel, a recoloca no envelope e devolve-o para seu colega.
5. Ao receber o texto montado, o aluno confere com o original e aponta os problemas encontrados.
6. O professor, de posse dos textos montados, sem nominar, identifica os textos problemáticos e os copia
em transparências, para que possa discutir as possíveis causas dos problemas de relação título (subtítulo-
texto), de hierarquização, progressão e continuidade.
Possíveis dificuldades:
Segundo Coscarelli (2002:14), alguns fatores podem contribuir ou prejudicar a habilidade de compreensão
da organização temática;
- a familiaridade com o assunto;
-a canonicidade semântica;
-o conhecimento do leitor a respeito daquele assunto;
-a previsibilidade do texto e a sua adequação à situação;
-a familiaridade do leitor com o gênero textual;
-a organização do texto;
-a capacidade do leitor de identificar as idéias mais importantes do texto de acordo com o seu objetivo para aquela
leitura
EIXO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS E
TEMÁTICO: SUPORTES
Tema: Gêneros e discursos
Tópico: 0
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Objetivos:
Propor um trabalho com a leitura de textos, de forma que os alunos sejam capazes de:
- Inferir uma informação implícita em um texto.
- Perceber os pressupostos e subentendidos contidos nos textos.
Providências para a realização da atividade:
Selecionar textos de diversos gêneros, em livros, revistas, jornais, “sites” (www.monica.com.br), por
exemplo.
Pré-requisitos:
Os alunos já deverão ter a noção de que algumas informações não estão explícitas no texto, mas que
podem ser pressupostas a partir de informações disponíveis no texto e de outras dos conhecimentos
prévios do leitor.
Descrição dos procedimentos:
1. Inferenciação:
Para ser um leitor competente, o aluno deverá ser capaz de retirar do texto informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas que se encontram na superfície do texto e são facilmente
identificáveis (decodificação). Já as informações implícitas são aquelas que não estão claramente
delineadas no texto, mas podem ser percebidas através das pistas lingüísticas que o texto fornece, mais
os conhecimentos do leitor. Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas do texto, do
contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos para sua interpretação.
Observe a tirinha abaixo:
O diálogo estabelecido entre Hagar e um garçom, em um bar, nos fornece as pistas lingüísticas para a
interpretação do texto. Através da conversa dos dois, ficamos sabendo que nosso herói odeia os ingleses
e os irlandeses, mas que ama os escoceses. Logo em seguida, ele afirma: “Por falar nisso, um duplo”.
Percebe-se claramente que só com as informações explícitas (o diálogo entre Hagar e o garçom) o leitor
não será capaz de interpretar a tirinha e, muito menos, perceber o que causa humor nela.
Para conseguir interpretar a tirinha, os conhecimentos de mundo do leitor deverão permitir que ele domine
as seguintes informações:
- O personagem Hagar é um “Viking”, conquistador de outros povos, um beberrão incorrigível;
- Seus inimigos mais ferrenhos são os ingleses e os irlandeses, que são sempre alvos de suas invasões e
conquistas;
- Ao contrário dos ingleses e irlandeses, ele ama os escoceses. Aí se encontra a “chave” da interpretação
da tirinha: é na Escócia que se fabrica o melhor “Whisky” do mundo, bebida muito apreciada pelo nosso
herói. É a esse país e ao seu principal produto que ele se refere, quando diz: “Por falar nisso, um duplo”.
- O leitor deverá saber, também, que duplo é uma das maneiras de servir a dose do “Whisky”.
Assim, a leitura da tirinha só acontece para o leitor que é capaz de ler as entrelinhas do texto.
Outra tirinha:
Mais uma vez o leitor precisa acionar seus conhecimentos de mundo (quando se come em restaurantes
uma só pessoa paga a conta e ele pede para vir separada) para interpretar o texto.
Outros exemplos de questões que necessitam de que o leitor acione seus conhecimentos prévios, para
conseguir interpretá-la:
a) Marcelo visitou o Cristo Redentor e passeou pelas areias de Copacabana. Em que cidade ele está?
b) Marina colocou o biquíni, usou o protetor solar, estendeu a toalha e deitou nas areias brancas. Onde
Marina está?
c) A professora entrou na sala e disse: “Hoje vamos estudar os estados brasileiros e suas capitais”. A que
aula os alunos irão assistir?
Após o desenvolvimento da atividade, o(a) professor(a) poderá pedir que os alunos identifiquem os
conhecimentos que necessitavam possuir, para a interpretação de cada uma das proposições. Em
seguida, poderá solicitar que eles elaborem outras atividades parecidas, para, em duplas, tentar interpretá-
las.
2. Pressupostos
São aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas
palavras ou expressões contidas na frase. Por exemplo: na frase “Hoje continua chovendo” pode-se ter a
certeza de duas coisas: que hoje está chovendo (informação explícita) e que o verbo continua faz com que
se perceba a informação implícita de que o tempo já estava chuvoso antes.
Outros exemplos:
“Papa reclama justiça para o trabalhador” (implícito: não existe justiça para o trabalhador, se existisse, não
precisaria que o Papa reclamasse);
“Até estudantes universitários estão indo tentar a vida nos Estados Unidos”. (implícito: a vida no Brasil está
difícil, por isso estudantes universitários estão indo trabalhar nos E.E.U.U. Se a vida está difícil para os
universitários, imagine para os outros estudantes).
Encontre os implícitos das seguintes frases:
Os pressupostos devem ser verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as informações
explícitas (por exemplo: se Pedro não fumava antes, não tem cabimento dizer que ele parou de fumar).
Na leitura e interpretação de um texto é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são recursos
argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte e o leitor a aceitar o que está sendo comunicado,
nesse caso ele se torna cúmplice do falante ou do produtor de texto.
Ex: de pressuposto falso:
“Os E.E.U.U. vão invadir o Iraque para apreender as armas nucleares lá existentes”.
Indicadores lingüísticos de pressupostos:
a) Certos advérbios: As notas ainda não foram liberadas (pressupostos: Elas já deveriam ter sido
liberadas. As notas serão liberadas mais tarde).
b) Certos verbos: O escândalo do dossiê tornou-se publico. (pressuposto: O escândalo não era público
antes).
c) As orações adjetivas: Os candidatos, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo.
(oração explicativa: todos têm interesses individuais). Os candidatos que só querem defender seus
interesses não pensam no povo. (oração restritiva: nem todos os candidatos têm interesses individuais).
d) Os adjetivos: Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (pressuposto: Os outros
partidos não causarão problemas à democracia só os radicais).
Diferença entre pressuposto e subentendido: o pressuposto é um dado posto como indiscutível para o
falante e para o ouvinte; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante esconde-se por
trás do sentido literal das palavras (pode até negar que disse).
Possíveis dificuldades:
Os alunos estarem acostumados a lidar apenas com informações explícitas (decodificação) e sentirem dificuldade na
produção de inferências.
EIXO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS E
TEMÁTICO: SUPORTES
Tema: Gêneros e discursos
Tópico: 0
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Objetivos:
Propor um trabalho com a leitura de resenhas, reportagens e etc, de forma que os alunos sejam capazes
de:
– Reconhecer e usar produtivamente e autonomamente mecanismos de representação das vozes em
textos de diferentes gêneros.
Providências para a realização da atividade:
Selecionar textos de diversos gêneros, em livros, revistas, jornais, “sites”, por exemplo.
Pré-requisitos:
É importante que o professor tenha conhecimento do gênero textual resenha e suas diferentes situações
de produção e funcionamento.
Descrição dos procedimentos:
Pedir aos alunos que leiam o texto abaixo:
O Espírito da Floresta
O trabalho de Orlando Villas Bôas é respeitado no mundo inteiro. Quando o sertanista de 86 anos põe no
papel impressões sobre a vida e os costumes dos índios, fala com autoridade. Por ter a assinatura de
Villas Bôas, A Arte dos Pajés não surpreende pela qualidade, e sim pela simplicidade do autor ao discorrer
sobre o universo Xingu – tanto o visível quanto o imaginário, cultivado pelos nativos.
O conceito de civilização no mundo ocidental abarca estilos de vida distintos, mas é incapaz de incluir as
sociedades indígenas. O homem “civilizado”, no dizer do autor, tende a considerar os povos da floresta
incompatíveis com essa definição. Segundo Villas Bôas essa premissa é equivocada. Os índios,
diferentemente do senso comum, evoluíram, sim, mas a sua maneira. Por não entender esse universo, os
brancos costumam rejeitá-los.
A obra contém pequenas pinceladas da história desses povos desde a chegada na região Xingu. As
relações familiares, as peculiaridades de cada dialeto, as divisões de tarefas, as celebrações de vida e o
modo de enfrentar a morte conduzem à parte mais interessante do livro. Villas Bôas conta lendas
preservadas por muitas gerações e reproduz depoimentos sobre fatos incríveis, alguns testemunhados por
ele e sua equipe de pesquisadores. São relatos saborosos, mesmo para quem considera esses rituais
meras curiosidades. É impossível ficar indiferente às duas dimensões dos índios descritas por Villas Bôas:
aquela em que tentam apenas sobreviver em meio a um mundo que se tornou diferente e aquela na qual
se valem da comunicação com os espíritos, que, segundo eles, regem a vida.
São 126 páginas divididas em seis capítulos: "Aspectos gerais da cultura xinguana"; "O universo mítico-
religioso"; "Os pajés e sua arte"; "Cerimoniais"; "Histórias do sobrenatural"; e "As valetas - caminhos de olé
(espírito)". A Arte dos Pajés é o terceiro livro de Orlando Villas Bôas publicado pela Editora Globo. Os
outros dois, em co-autoria com seu irmão Claudio Villas Bôas, falecido, são A Marcha Para o Oeste e
Almanaque do Sertão.
Título: A Arte dos Pajés - Impressões Sobre o Universo Espiritual Xinguano.Autor: Orlando Villas Boas;
Edição: Editora Globo, av.Jaraguá 1.485, CEP 05346-902, Jaguaré, São Paulo.
(Texto adaptado de Elizário Goulart Rocha. Época, 10, de julho de 2000, especialmente para esta
atividade.)
1) Peça aos alunos que leiam o texto e pergunte a eles se já haviam lido algum texto como este. Esclareça
que se trata do gênero resenha e que as resenhas se caracterizam por apresentarem no mínimo, dois
movimentos, o resumo da obra e os comentários de quem produz a resenha.
Proponha aos alunos questões concernentes ao texto como:
2) Localizar no texto:
a) título do livro resenhado;
a) autor do livro e do texto da revista Época;
b) tema do livro;
c) contextualização da obra.
3) Retirar do texto trechos descritivos, resumidores da obra e trechos de comentários sobre a obra.
4 ) Identificar as marcas do texto que se referem ao livro resenhado.
5 ) Reler a resenha e identificar os verbos usados pelo resenhista para mencionar o que o autor do livro
faz no livro (Por exemplo, no 1º parágrafo: “(...) põe no papel impressões sobre a vida(...); fala com
autoridade, etc.):
6 ) Identificar a função desses verbos no texto.
(Explicar que os verbos têm a função de introduzir a voz do autor da obra.)
7 ) Além dos verbos, o resenhista usa determinadas expressões, que também têm a função
de introduzir a voz do autor da obra. Identificar essas expressões (Por exemplo, a expressão “no dizer do
autor”).
8 ) Levar os alunos a perceber a compreender por que o autor da resenha faz a inserção da voz do autor
da obra em seu texto.
9 ) Entender para quem é direcionada o livro resenhado.
10 ) Levar os alunos a perceber a estrutura do texto, os passos do autor na produção da resenha.
Possíveis dificuldades:
Os alunos não estarem acostumados a lidar com gêneros de textos como resenha, resumo, notícias e ou
reportagens.
IXO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS E
TEMÁTICO: SUPORTES
Tema: Gêneros e discursos
Tópico: 0
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Objetivos:
- Identificar mecanismos de modalização e constitutivos da argumentatividade em textos de diferentes
gêneros.
- Posicionar-se criticamente frente a posicionamentos enunciativos de textos lidos (no caso em pauta, de
artigo de opinião).
Providências para a realização da atividade:
Pré-requisitos:
Descrição dos procedimentos:
1) Ler atentamente o texto abaixo:
Demografia não é fatalidade
Tião Martins
O aumento da expectativa de vida em nosso país, combinado com a redução da taxa de natalidade, foi
previsto há duas décadas pelos demógrafos e solenemente ignorado por políticos e economistas. Por isso,
a crise que temos hoje na Previdência Social é só a ponta de um iceberg que vem por aí e vai causar uma
explosão das contas públicas, daqui a uns 20 anos ou pouco mais.
Nossos políticos míopes nunca deram importância aos demógrafos, por uma razão muito simples: só
pensam no dia seguinte ou, na melhor das hipóteses, na próxima eleição, e têm absoluto desprezo pelo
que vai acontecer daqui a algumas décadas. Enquanto isso, os profissionais do ramo trabalham com
tendências de longo prazo e podem prever o caos ou o paraíso para os próximos 50 anos.
Políticos de visão curta adoram os economistas porque estes jogam com milhões de números, que a
massa da população não entende, mas respeita. E quando um demógrafo diz que certas políticas sociais
são perniciosas para o futuro do País, se não forem acompanhadas de mudanças estruturais, a reação
desses políticos é pensar que, no longo prazo, todos estaremos mortos.
Um estadista governa com os olhos voltados para as pessoas que ainda nem existem. Por isso, irá se
preocupar com a educação básica e a formação profissional daqueles que vêm por aí e terão que
aprender a pescar. Já o populista, o imediatista, distribui peixe hoje para colher votos amanhã. E está se
lixando para o futuro. Como dizia aquele ministro da ditadura: “o futuro a Deus pertence”. Logo, cabe a
Deus decidir como será esse futuro.
A crise social brasileira, entretanto, chegará mais depressa à beira da explosão do que imaginam esses
pobres governantes do dia-a-dia. Pobres em imaginação e em coragem, diga-se en passant, porque os
bolsos deles costumam estar cheios. Ou, então, cultivam belas contas numeradas em algum paraíso
fiscal, para a futura aposentadoria.
No início do século XX, a expectativa média de vida no Brasil estava em torno de 48 anos. Quando
chegamos ao final do século, já se podia prever que um recém-nascido viveria mais de 70 anos. E a taxa
de natalidade caiu vertiginosamente, nesse período, principalmente nas faixas de maior renda.
Para simplificar a conversa, o cenário que estamos construindo pode ser descrito assim: dentro de alguns
anos, um jovem de classe média terá que trabalhar para manter a aposentadoria de três idosos, no
mínimo. Acontece que os jovens chegam cada vez mais tarde ao mercado de trabalho e são cada vez
mais dependentes dos pais ou até mesmo dos avós.
Durante alguns anos, a situação parecerá equilibrada: os jovens só estudam e são mantidos pela família.
No capítulo seguinte, mesmo que tenham um emprego, verão que os idosos detêm um poder de consumo
e de controle social e político que lhes é negado. Os jovens, naturalmente impacientes, tendem a se
revoltar contra o que irão considerar abominável injustiça, e aí – no cenário de uma Previdência Social em
estado de agonia – surge um confronto que Karl Marx não previu, mais importante e radical que a luta de
classes: o confronto político entre gerações.
Se houvesse um estadista no Brasil, ele estaria pensando nisso.
Não havendo, podemos esperar pelo pior. Quem viver verá.
(Hoje em dia, 08/07/06, Cultura, p.8)
2) Atente para o título do artigo. A negação instaura, imediatamente, a leitura de seu oposto. Por que, no
Brasil, demografia seria fatalidade?
Atenção: note o tempo verbal “seria”: ele instaura uma leitura factual ou hipotética? Pense nisso antes de
redigir a resposta.
3) Identifique e comente pelo menos duas estratégias de persuasão adotadas pelo articulista no texto
acima. Depois responda: sua argumentação é eficiente? Justifique sua resposta.
4) Atente para os fragmentos:
“Um estadista governa com olhos voltados para as pessoas que ainda nem existem.”
“Se houvesse um estadista no Brasil, ele estaria pensando nisso.”
Observe especialmente os elementos lingüísticos destacados. Redija um parágrafo explicitando o ponto de
vista do autor sobre o que caracteriza um estadista e como se encontra a situação do Brasil com relação a
esse aspecto:
5 ) Cada autor apresenta, em seus textos (sejam eles orais ou escritos), o que se denomina
posicionamento enunciativo, isto é, o ângulo sob o qual ele percebe e focaliza o assunto em pauta. Releia
o texto e verifique: qual o tom com que o autor trata a questão da demografia – com uma abordagem
positiva ou negativa?
Transcreva fragmentos que justifiquem sua resposta.
6) Agora, redija um pequeno texto (retextualização do artigo) em que você aborde o tema sob enfoque
oposto
7 ) Segundo o autor, “nossos políticos são míopes”: procurem textos jornalísticos, da internet, de revistas e
procurem montar um painel – endossando ou refutando essa polêmica afirmação do autor.
EIXO COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS E
TEMÁTICO: SUPORTES
Tema: Gêneros e discursos
Tópico: O trabalho com a intertextualidade na sala de aula
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Objetivos:
Compreender e produzir textos considerando os efeitos de sentido de relações intertextuais com outros
textos, discursos, produtos culturais e linguagem.
Providências para a realização da atividade:
CD player, CD, textos de gêneros variados, em diversos suportes
Pré-requisitos:
Conhecimento de gêneros textuais que circulam na sociedade.
Descrição dos procedimentos:
A intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente
produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade. Segundo J. Kristeva, criadora do termo,
todo texto é um mosaico de citações, de outros dizeres que o antecederam e lhe deram origem.
Assim, quanto mais textos conhecermos, quanto melhor leitores nós formos, mais condições teremos de
perceber a intertextualidade. Cabe à Escola o desafio de levar o maior número possível de gêneros
textuais para a sala de aula, de forma que os alunos os conheçam e os (re)conheçam em outros textos.
Atividades que podem ser desenvolvidas:
1. Apresentação de três textos:
a) “Monte Castelo” de Renato Russo, música inserida no CD Legião Urbana – As quatro estações – EMI.
b) I Coríntios, 13 – texto bíblico.
c) Soneto II de Luis de Camões.
MONTE CASTELO (RENATO RUSSO)
Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor
que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal
não sente inveja ou se envaidece.
Amor é fogo que arde sem se ver
é ferida que dói e não se sente
é um contentamento descontente
é dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem-querer
é solitário andar por entre a gente
é um não contentar-se de contente
é cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade
é servir a quem vence, o vencedor;
é um ter com quem nos mata lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Agora vejo em parte
mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor
que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.
Adapt. "I Coríntios 13" e "Soneto 11" de Luís de Camões
Após a escuta da música e a leitura dos outros textos, solicitar aos alunos que identifiquem na letra da
música “Monte Castelo”, de Renato Russo, a presença da intertextualidade.
A intertextualidade pode ser explícita, quando ocorre a citação da fonte do intertexto, ou seja, quando se
diz de onde a citação foi retirada. Ela pode, também, ser implícita, ou seja, a fonte não é citada e cabe ao
leitor recuperá-la na memória para construir o sentido do texto.
Para reforçar a importância da noção de intertextualidade na atividade de leitura e construção de sentido,
apresentaremos alguns exemplos, utilizando o gênero textual tirinha.
Tirinha 1
Que relação existe entre a história lida pela mãe e o personagem de Maurício de Sousa?
1º Quadrinho – Historia lida:_________________________ personagem: _____________
2º Quadrinho – Historia lida:_________________________ personagem: _____________
3º Quadrinho – Historia lida:_________________________ personagem: _____________
Tirinha 2
Carcará
(João do Valle / José Cândido)
Refrão
Carcará
Pega a matá e come
Carcará
Não vai morrê de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega a matá e come
Carcará.
Lá no sertão
É um bicho
Que avoa que nem avião
Ou é um pássaro malvado
Que tem o bico volteado
Que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando e cantando
Carcará
Vai fazê sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada
Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão
Não tem mais roça queimada
Carcará
Mesmo assim não passa fome
Os borrêgo que nasce na baixada
Refrão
Carcará
É malvado, ó valentão
É a águia de lá
Do meu sertão
Os borrêgo novinho
Não pode andá
Ele pega no umbigo
Inté mata
Carcará... carcará... carcará.
Refrão
Além do trabalho com a leitura, a intertextualidade pode também ser utilizada na produção de textos
escritos, como no exemplo abaixo:
Atividade:
Leia os dois textos abaixo:
Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Quadrilha da sujeira
Ricardo Azevedo
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de Joaquim
que joga uma garrafinha
velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na rua de
João que jogava uma embalagenzinha
de não sei o que na rua de Teresa que joga
um lencinho de papel na rua de Raimundo
que joga uma tampinha de refrigerante na rua
de Joaquim que joga um papelzinho de bala
na rua de J. Pinto Fernandes que ainda nem
tinha entrado na história.
Atividade:
Após a leitura dos textos, produza um novo poema, para ser publicado no jornalzinho da escola utilizando
a mesma forma como eles foram compostos. O tema de seu poema será, também, a preservação do meio
ambiente.
Existem vários tipos de intertextualidade:
a) Citação: é a retomada explícita de um fragmento de texto no corpo de outro texto.
b) Epígrafe: constitui uma escrita introdutória de outra.
c) Alusão: é uma intertextualidade fraca, uma vez que se nota apenas uma leve menção a outro texto.
d) Referência: é a associação entre dois textos, de forma a enriquecer a construção do texto que está
sendo produzido.
e) Paráfrase: é a recuperação de um texto por outro, retomando seu processo de construção em seus
efeitos de sentido (resenha de livros, resumo de obras, etc / contos de fada, etc).
f) Parodia: é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele,
sutil ou abertamente. (Poema de Sete Faces / Com licença poética)
g) Pastiche: é a imitação de outro texto ou de um tipo textual. O termo, geralmente, é usado em sentido
pejorativo.
Para que seus alunos conheçam esses tipos de intertextualidade, leve para a sala de aula diversos textos
em que tais tipos poçam ser identificados. O professor deve ser o mediador para ajudar o aluno a perceber
a presença de um texto em outros textos.
Para saber mais sobre intertextualidade, leia o livro Ler e compreender os sentidos do texto, de Ingedore
Villaça KOCH e Vanda Maria ELIAS, da editora Contexto, 2006 (especialmente o capítulo 4).
Possíveis dificuldades:
A falta de contato com a leitura de textos, de gêneros variados, pode se constituir em dificuldades para os
alunos perceberem a intertextualidade.
No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos.
Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles.
Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao
litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos
poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos
uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando
o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de
seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se
perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou.
Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus
novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos
azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se
ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras,
olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a
língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de
lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele conhecera...
Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mil por hora, à procura de seus antigos colegas.
Surpreendeu-se ao vê-los em roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes.
De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em grupo. Lilico caiu com o japonês, a menina
gaúcha, o mulato e o grandalhão. Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram
se soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há anos. Lilico descobriu que o
japonês não era nerd, não: era ótimo em Matemática, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que
lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus lindos olhos azuis. O mulato era um
caiçara responsável, ajudava o pai desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa
pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente e, com aquele tamanho, seria
legal jogar basquete no time dele. Lilico descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal humorado
quando ele se apresentara, mas já não pensavam assim. Então, mirou a menina do sítio e pensou no
quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de passarinhos. Sim, justamente porque eram diferentes
havia encanto nas pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quantas descobertas não
haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis deslizando numa folha de papel, um sorriso se
desenhou novamente no rosto de Lilico.
1) Peça aos alunos que leiam o texto (Se o professor considerar conveniente, poderá fazer a leitura do
texto para os alunos). Pergunte o que acharam do texto? O que mais chamou a atenção deles?
Proponha outras questões concernentes ao texto:
2 ) Quais foram os sentimentos vividos pelo personagem Lilico?
3) Quem são as personagens desta história? Há uma personagem principal? Justifique sua resposta
utilizando elementos do texto.
4 ) O narrador dos fatos é também um personagem? Como você chegou a essa conclusão?
5 ) Esse texto conta uma história? História de quê?
6) É possível afirmar que o texto apresenta uma introdução, o desenvolvimento e um desfecho? Procure
marcar no texto essas três partes.
7 ) Onde se passa a história? Qual foi o tempo de duração dos fatos narrados e que recursos lingüísticos o
autor utilizou para sinalizar/indicar esse tempo?
8 ) Lilico teve oportunidade para refletir e mudar a sua visão/opinião a respeito de seus novos colegas? O
que ele descobriu a respeito de seus colegas?
Leia os fragmentos abaixo, extraídos do texto:
Trecho 1:
“O último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos.
Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles.
Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao
litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria”
Trecho 2:
“Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o
sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se
apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros”.
8) O que sinalizam as palavras em negrito? Que efeitos de sentido o uso dessas palavras provoca? Por
que esse tipo de recurso é importante na narrativa?(Aqui, é importante discutir com os alunos que as
narrativas, geralmente, se constroem com os verbos no pretérito, situando-se os acontecimentos narrados
como anteriores ao momento da enunciação, isto é, ao momento da interação verbal em que o texto
acontece. Elementos importantes para o sentido desse tipo de texto podem ser sinalizados pelo uso de
tempos verbais que apontam para momentos diversos do eixo temporal criado na narrativa, pelo contraste
entre os aspectos perfeito e imperfeito, ou pelo jogo entre tempos simples e compostos, Costa Val (2004).
9) Releia o trecho abaixo, retirado do texto:
“Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico
descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos”.
a) Por que a personagem Lilico disse que sentia-se “um peixe de volta ao mar”?
b) Que efeito de sentido o uso da palavra “mas” (em negrito) provoca? Que outra palavra pode substituir o
“mas” sem provocar prejuízo de sentido para o texto? (É importante discutir com os alunos, que o uso da
palavra “mas” remete à expressão popular “Peixe fora do mar/água)
7- Peça aos alunos que façam uma visita à banca mais próxima de suas casas e realizem uma pesquisa
de campo. Peça a eles que anotem o nome e a manchete principal de 3 jornais diferentes. Peça que eles
tentem, apenas através desses dados, descobrir qual é o seu público-alvo e trazer na próxima aula. Fazer
uma discussão sobre o que descobriram.
8- Caso necessite, você poderá utilizar as seguintes reportagens como exemplo:
ESTADO DE MINAS
Prado - Trio acusado de arrombar prédio Paulo Filgueiras/EM
Uma mulher e dois rapazes foram presos na tarde de ontem, acusados de tentativa frustrada de assalto a
um prédio no Bairro Prado, região Oeste de BH. Foram detidos Bruno Kemper Rodrigues, de 25 anos,
Reinaldo de Paulo Gomes, de 25, e Juliana Gonçalves Cândido, de 20 anos (foto). Segundo a Polícia
Militar, o trio, junto com dois comparsas, se deu mal quando fugia. Juliana, na sua fuga, tentou fazer-se de
vítima, ao ser detida, e gritava “pega ladrão”, mas foi desmascarada por testemunhas. Dentro da bolsa
dela foram encontrados um revólver calibre 38 com seis balas e um pé-de-cabra. A intenção da quadrilha,
segundo a polícia, era arrombar apartamentos de um edifício no bairro, onde entraram, mas foram
surpreendidos por um casal, de quem roubaram um Siena, abandonado logo depois. Eles tentaram fugir
de táxi, se desentenderam e correram pelas ruas, mas foram alcançados pela polícia.
Fonte: FILGUEIRAS, Paulo. Prado: trio acusado de arrombar prédio. Estado de Minas. p.3. 21 nov.2006.
DIÁRIO DA TARDE
BAIRRO DO PRADO - Trio preso ao arrombar prédio
Uma mulher e dois rapazes foram presos na tarde de ontem, depois de uma tentativa frustrada de assalto
no Bairro do Prado, região Oeste da capital. Os acusados são Bruno Kemper Rodrigues, de 25 anos;
Reinaldo de Paulo Gomes, de 25; e Juliana Gonçalves Cândido, de 20. Na fuga, Juliana tentou se passar
por vítima e, ao ser detida, gritava sem parar pega ladrão . Entretanto, ela foi desmascarada por
testemunhas, que a reconheceram. Para confirmar sua participação na tentativa de roubo, os policiais
encontraram dentro de sua bolsa um revólver calibre 38 com seis balas, um pé-de-cabra pequeno (usado
para arrombar portas), um telefone celular e vários outros objetos.
O plano dos ladrões era arrombar todos os apartamentos de um prédio de quatro andares na Rua
Chapecó, no bairro. Para isso eles verificaram antes se havia algum morador no imóvel. Depois de
tocarem todos os interfones e como ninguém atendeu, eles resolveram entrar em ação. Os acusados
disseram que aproveitaram o portão aberto e entraram. Entretanto, quando já estavam na garagem foram
surpreendidos por um casal de namorados, os advogados T. A.S.M. de 28, e F.M.O, de 24, que chegavam
em um Siena prata.
Os assaltantes exigiam que o casal os levasse até o apartamento de onde saíram. No entanto, T.A.S. e
sua namorada F.M.O. disseram que a chave estava com outra pessoa. Os ladrões, então, desistiram do
roubo. Juliana, que parecia a mais exaltada do trio, mandou o casal entrar no porta-malas do Siena. Os
advogados resistiram e os bandidos pegaram as chaves do carro e fugiram em alta velocidade. Pouco
depois os acusados abandonaram o veículo no cruzamento da ruas Platina com Diabase, ainda no Prado,
a poucos metros do prédio da Academia da Polícia Militar.
Com medo de serem presos, os ladrões tentaram tomar um táxi, mas um policial percebeu algo de
anormal e correu em direção ao grupo. Outros policiais foram chamados e os acusados presos pouco
depois. Segundo o capitão Cinério Gonçalves Gomes, Juliana foi detida primeiro e tentou se passar por
vítima. Ela gritava sem parar , disse. Outros policiais conseguiram prender Bruno e Reinaldo dentro de
uma oficina mecânica. Outros dois suspeitos que teriam participado da ação conseguiram fugir. Os
acusados foram levados para a 13ª Delegacia Distrital para ser ouvidos.
Fonte: DT ON LINE. Bairro do Prado: trio preso ao arrombar prédio. Disponível em:
<http:/www.uai.com.br/dt/policia/112108.htm>. Acesso em: 21 nov.2006.
O que podemos observar nesse exemplo é que aqui foram retiradas duas reportagens sobre o mesmo
assunto e veiculadas no mesmo dia por dois jornais, inclusive, de um mesmo sistema de informação
(Diários Associados). Porém, toda a discussão anterior pode ser feita também aqui. Trata-se de dois
jornais, com diferentes públicos-alvos: o Jornal Estado de Minas possui um público extremamente
diversificado, mas que gosta de saber um pouco de tudo e não especificamente sobre um tema. Esse
público-alvo está localizado em uma faixa etária extensa e, por isso, o veículo possui cadernos que
atendem essa extensão como, por exemplo, os cadernos Gurilândia (para crianças), Feminino,
Agropecuário (para o agricultor), Gabarito (para estudantes e vestibulandos), entre outros; além de ter
classes sociais bastanbte heterogêneas. Portanto, podemos concluir que esse veículo deve ter uma
linguagem mais formal, mas sem palavras de difícil entendimento e técnicas, como acontece em jornais
específicos, como Diário do Comércio, entre outros.
O segundo jornal, Diário da Tarde, é um veículo de comunicação com suporte papel que possui um
público-alvo mais homogêneo, com faixa etária entre 25 e 45 anos, de classes sociais C e D. Entre seu
maior público encontram-se os taxistas. Por isso, esse jornal preocupa-se em ampliar o seu caderno de
trânsito, polícia e esporte, incluindo aí o futebol amador, que raramente é tema das páginas do Estado de
Minas. As matérias de política e economia, aqui, têm um espaço bem menor que no outro veículo.
Esses dados acima descritos podem ser afirmados com a observação das reportagens mostradas. Trata-
se de uma matéria de polícia, onde o espaço utilizado por um e por outro veículo é completamente
diferente. Além disso, a descrição usada no Diário da Tarde mostra a preocupação em prender o leitor na
reportagem mostrada, o que não acontece no Estado de Mias que apenas expõe o fato através de um lide
e foto dos acusados. A própria manchete em ambos os casos demonstra a diferença entre os públicos dos
dois veículos: um se preocupa em colocar os bandidos como acusados enquanto o outro os apresenta
como bandidos presos.
Possíveis dificuldades:
Acreditamos que uma discussão bem feita dos tópicos 19 e 20 facilitarão, e muito, a execução desta
atividade.
Alerta para riscos:
Não há.
Glossário:
Editorial – Parte onde o editor do jornal mostra o ponto de vista do jornal sobre um determinado assunto
(normalmente o mais discutido naquele momento). Encontra-se, na maioria dos jornais, na segunda
página; em casos de jornais pequenos, acontece de o editorial vir na primeira página.
Expediente – Parte do jornal que contém os principais dados sobre o grupo jornalístico do qual faz parte, a
distribuição e os editores e responsáveis pelo órgão. Normalmente encontra-se na parte de opinião ou no
caso de jornais de pequeno porte, no rodapé da última página.
Orientações
“O galo aluado” de Sérgio Caparelli.
A poesia visual pode ser bastante explorada. A linguagem figurada associa-se com características da
condição humana e o galo funde alegoria e antropomorfia com o seu estado denotativo. As outras
personagens também demonstram qualidades metafóricas e ainda há a possibilidade na exploração da
estrutura versificada. O tema da amizade é o enfoque principal, mas outros temas como a perseverança, a
solidão e a desolação podem receber atenção. Considerando a nomenclatura de Nelly Novaes Coelho, o
leitor mais adequado para esse texto é o leitor iniciante, embora leitores fluentes possam aproveitar muita
coisa desse poema lúdico.
Discuta com os alunos características que possam identificar o galo. Ele é solitário e triste? Recluso e
diferente? Inseguro?
Depois reflita sobre o poema, mostrando que, mesmo usando versos metrificados, há um teor narrativo no
texto, que lembra a moral contida nas fábulas.
Possíveis dificuldades:
A falta de contato com a leitura de textos poéticos pode dificultar o entendimento da atividade.
EIXO
0
TEMÁTICO:
Tema: 0
Subtema: 0
O discurso descritivo na construção de sentido de
Tópico: Baixe o módulo original em
textos narrativos
PDF
Objetivos:
- Propor um trabalho com textos narrativos, tais como:conto, histórias, romance, etc.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, no discurso descritivo, mecanismos de focalização
adequados ao efeito de sentido pretendido.
- Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, as fases ou etapas do discurso descritivo, na
compreensão e produção de textos.
Providências para a realização da atividade:
Providenciar cópias do texto para os alunos.
Pré-requisitos:
Reconhecer que, em grande parte dos textos que circulam, o discurso descritivo ocorre em meio a
seqüências expositivas e/ou narrativas.
Compreender que a descrição tem as tarefas de colocar o leitor em um determinado “lugar”, conduzi-lo,
para lhe dizer como deve mover o olhar, para onde deve caminhar, etc, e impressionar o leitor na direção
que o leve a sentir o que o autor do texto espera que ele sinta enquanto lê o texto.
Saber que a descrição se expressa no vocabulário, na forma como esse vocabulário se organiza
sintaticamente nos enunciados (Que efeitos de sentidos pretendo provocar em meu leitor)?
Descrição dos procedimentos:
O texto abaixo é um fragmento do livro “A bolsa amarela” de Lygia Bojunga
A bolsa amarela
Era amarela. Achei isso genial: pra mim o amarelo é a cor mais bonita que existe. Mas não era uma
amarelo sempre igual: ás vezes era forte, mas depois ficava fraco: não sei se porque ele já tinha
desbotado um pouco ou porque já nasceu assim mesmo, resolvendo que ser sempre igual é muito chato.
Ela era grande: tinha até mais tamanho de sacola do que de bolsa. Mas vai ver ela era que nem eu:
achava que ser pequena não dá pé.
A bolsa não era sozinha: tinha uma alça também. Foi só pendurar a alça no ombro que a bolsa arrastou no
chão. Resolveu o problema. E ficou com mais bossa também.
Não sei o nome da fazenda que fez a bolsa amarela. Mas era uma fazenda grossa, e se a gente passava
a mão arranhava um pouco. Olhei bem de perto e vi os fios da fazenda passando um por cima do outro:
mas direitinho; sem fazer bagunça nem nada. Achei legal. Mas o que eu achei mais legal foi ver que a
fazenda esticava: “vai dar pra guardar um bocado de coisa aí dentro”.
A bolsa por dentro
Abri devagarinho. Com medo danado de ser tudo vazio. Espiei. Nem acreditei. Espiei melhor.
_ Mas que curtição! _ berrei. E ainda bem que só berrei pensando: ninguém encostou nem olhou.
A bolsa tinha sete filhos! Eu sempre achei que bolso de bolsa é filho de bolsa. E os sete moravam assim:
Em cima, um grandão de cada lado, os dois com zíper: abri-fechei, abri-fechei, abri-fechei, os dois
funcionando que só vendo. Logo embaixo tinha mais dois bolsos menores que fechavam com botão. Num
dos lados tinha um outro – tão amargo e tão comprido que fiquei pensando o que é que podia guardar ali
dentro (um guarda – chuva? Um martelo? Um cabide de pé?). No outro lado tinha um bolso pequeno, feito
de fazenda franzidinha, que esticou todo quando eu botei a mão dentro dele: botei duas mãos: esticou
ainda mais: era um bolso com mania de sanfona. Como eu ia dar coisa pra ele guardar! E por último tinha
um pequenininho, que eu logo achei que era o bebê da bolsa.
Comecei a pensar em todo que eu ia esconder na bolsa amarela. Puxa vida, tava até parecendo o quintal
da minha casa, com tanto esconderijo bom, que fecha, que estica, que é pequeno, que é grande. E tinha
uma vantagem: a bolsa eu podia sempre levar a tiracolo, o quintal não.
Lygia Bojunga. A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2003.
1) Peça aos alunos que leiam o texto. Pergunte o que acharam do texto? O que mais chamou a atenção
deles?
Proponha outras questões concernentes ao texto:
2) Qual é o assunto tratado no texto pela narradora?
3) A que gênero pertence o texto? (Professor, observe que a narrativa (o fragmento de história) mistura
representações de ações e de acontecimento, com representações de objetos e personagens).
4 ) Observe que o texto está dividido em duas partes: “A bolsa por fora” e “A bolsa por dentro”. Por que o
texto recebeu essa organização? ?( Professor, é importante discutir com os alunos, que o texto é
representante do gênero narrativo(história), portanto a narração está em primeiro plano, apesar do volume
de seqüências descritivas. A própria organização do texto, em partes, descreve um jeito de conhecer a
bolsa: por fora e depois por dentro.)
5 ) Releia a 1ª parte do texto:
Como a narradora descreve a bolsa por fora? E por dentro? Quais são as palavras que, na sua opinião,
descrevem a bolsa?
6 ) No último parágrafo, da primeira parte do texto, a narradora diz como era o tecido da bolsa. Que efeito
de sentido essa descrição provoca? ( Professor, é importante explorar o adjetivo “grossa”, que informa
sobre o aspecto do tecido e provoca, ao passar a mão, sensação de aspereza).
7 ) Releia os três primeiros parágrafos da 2ª parte do texto: O que a narradora faz nessa parte?
8 ) Observe que em sua organização o texto apresenta frases curtas, como se vê no fragmento abaixo:
“Abri devagarinho. Com um medo danado de ser tudo vazio. Espiei. Nem acreditei. Espiei melhor”.
Que efeito de sentido essa organização provoca?
9) É possível definir a idade da narradora? Justifique sua resposta com elementos do texto.
Possíveis dificuldades:
Importante considerar a função da descrição nos textos (narrativos, expositivos); Considerar que na
construção do discurso descritivo a primeira pergunta a ser feita é quem descreve? A seguir, para que,
para quem. A partir daí, o como descrever.
Há possibilidade dos alunos não conhecerem algumas palavras do texto, como por exemplo “bossa”,
fazenda(tecido) e etc.
Glossário:
Descrição de processo: explicitação do modo de se fazer algo; uma das possibilidades relativas ao ato de
descrever.
O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela população mundial neste
mesmo período. Para medir a potência é usada uma unidade chamada quilowatt. O Sol produz
continuamente 390 sextilhões (390x1021) de quilowatts de potência. Como o Sol emite energia em todas
as direções, um pouco desta energia é desprendida, mas mesmo assim, a Terra recebe mais de 1.500
quatrilhões (1,5x1018) de quilowatts-hora de potência por ano.
A energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre as
outras formas de obtenção de energia, como: não ser poluente, não influir no efeito estufa, não precisar de
turbinas ou geradores para a produção de energia elétrica, mas tem como desvantagem a exigência de
altos investimentos para o seu aproveitamento. Para cada um metro quadrado de coletor solar instalado
evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis, na construção de novas usinas
hidrelétricas. Uma parte do milionésimo de energia solar que nosso país recebe durante o ano poderia nos
dar 1 suprimento de energia equivalente a:
*54% do petróleo nacional
*2 vezes a energia obtida com o carvão mineral
*4 vezes a energia gerada no mesmo período por uma usina hidrelétrica.
www.ambientebrasil.com.br/
Discutir com o aluno questões concernentes ao texto, como:
1) O título do texto nos permite presumir que o autor apresentará informações sobre o tema energia solar?
Essa hipótese se confirma no texto? Em caso afirmativo, localizar a informação mais adequada para
definir “Energia solar”.
2) Que relação pode ser estabelecida entre “energia solar” e preservação do meio
ambiente?
3) O autor do texto afirma que a energia solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras para
enfrentarmos os desafios do novo milênio. A que desafios o autor se refere? Por que a energia solar é
uma das alternativas energéticas mais promissoras?
4) O que, segundo o autor do texto tem inviabilizado o uso da energia solar?
5) Levar os alunos a perceber a estrutura do texto: A introdução de um fenômeno ou fato tomado como
incontestável;o desenvolvimento, explicação e exemplificação colocação de questões que explicam o
porquê ou do como e, por último, conclusão e avaliação do fato apresentado.
6) Observe o uso dos verbos no texto. Há predominância de qual tempo verbal? A que você atribui a
escolha desse tempo verbal? Que efeitos de sentidos tal uso provoca?
7) Explorar com os alunos:
a) O uso de conectivos (pouca ocorrência), mais observados no 4º e 5º parágrafos.
b) Identificar a função das conjunções (destacadas no texto) e perceber as relações que criam entre as
sentenças;
c) a ordem sintática mais direta das sentenças, com enumerações (5º parágrafo);
d) Observe a repetição da expressão “A energia solar” em três dos cinco parágrafos do
texto. O que isso sugere?
8) Qual é o provável suporte para esse texto, além do apresentado na referência?
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola
Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-
feiras
Folhaonline – Acessado em 06/12/2006
Proponha aos alunos questões concernentes ao texto como:
1) Localizar no texto:
a) título do texto;
b ) Os elementos contextualizadores do texto (discutir com os alunos a função das informações sobre o
autor; de que lugar social Dimenstain fala, etc.); o suporte textual.
2) Localizar, no texto, possíveis palavras desconhecidas, ou que os alunos já tenham ouvido, mas que não
sabem o que significam. Pelo contexto, é possível atribuir sentido para essas palavras? Recorra ao
dicionário para solucionar possíveis dúvidas.
3) O que está sendo tratado no texto?
4) Qual é a tese defendida pelo autor do texto?
5) Cite um argumento, que em sua opinião é o mais forte, utilizado pelo autor para defender a sua tese.
Justifique a sua escolha.
6) Qual é o gênero do texto?
7) Observe o uso dos verbos no texto (levar o aluno a perceber que eixo temporal está organizar em torno
do presente). Identificar a função desses verbos no texto. Que relações significativas sinalizam? (Mostrar,
por exemplo, o uso do verbo “ser” no presente do modo indicativo, sinalizando afirmações claras e
objetivas: “Cidade inteligente é aquela que melhor consegue”; “A novidade é que a cidade”; “Essa é uma
teia”).
8) Observe que o texto foi construído em linguagem formal. Por que não há no texto expressões coloquiais
e uso de gírias?
9) É possível identificar no texto relações de causa e conseqüência?
10) Por que o autor, no último parágrafo, diz que a educação, quando misturada ao empreendedorismo,
significa dinheiro no bolso?
Possíveis dificuldades:
Os alunos não estarem acostumados a lidar com gêneros de textos argumentativos; o uso palavras e
expressões que não são do cotidiano dos alunos.
Alerta para riscos:
É necessário que o professor faça uma leitura do texto e uma análise cuidadosa do vocabulário, antes de
ensiná-lo aos alunos, a fim de “prever” quais são as palavras inferíveis a partir do contexto e as precisam
de uma definição “mais exata”.
O texto I, do jornalista Marquezi, e o II, do lingüista Mário Perini, apresentam visões opostas sobre o
fenômeno lingüístico. Com qual das visões você, aluno, concorda? Apresente argumentos que
fundamentem sua opinião.
[ Pode-se montar um fórum para discussões sobre os dois pontos de vista. Seria bom que os alunos
pesquisassem, em livros, revistas e na internet, e trouxessem contribuições novas para esse debate.]
Quando, seu moço, nasceu meu rebento Chega no morro com o carregamento
Não era o momento dele rebentar Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Já foi nascendo com cara de fome Rezo até ele chegar cá no alto
E eu não tinha nem nome pra lhe dar Essa onda de assalto tá um horror
Como fui levando, não sei lhe explicar Eu consolo ele, ele me consola
Fui assim levando ele a me levar Boto ele no colo pra ele me ninar
E na sua meninice ele um dia me disse De repente acordo, olho pro lado
Que chegava lá. E o danado já foi trabalhar,
Olha aí, olha aí Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri Olha aí, é o meu guri,
E ele chega E ele chega
Chega suado e veloz do batente Chega estampado, manchete, retrato
E traz sempre um presente pra me encabular Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Tanta corrente de ouro, seu moço Eu não entendo essa gente, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar Fazendo alvoroço demais
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro O guri no mato, acho que tá rindo
Chave, caderneta, terço e patuá Acho que tá lindo de papo pro ar
Um lenço e uma penca de documentos Desde o começo, eu não disse, seu moço
Pra finalmente eu me identificar, Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí Olha aí, olha aí,
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri Olha aí, é o meu guri
E ele chega
2) No texto, predomina a voz da mãe. Para ela, o “guri” chegou num momento de total carência. Localize
no texto trechos que comprovem essa afirmativa.
3) Percebe-se, no texto, um diálogo entre a mãe e uma outra pessoa, apenas inferida. Quem seria essa
pessoa?
4) a) O guri teria dito “que chegava lá”. Esse advérbio, especialmente nesta construção, adquire qual
sentido?
b) Pelo desfecho da história dele – “no mato”, “de papo pro ar” -, a projeção da mãe se concretizou?
Justifique.
5) Pelo tipo de registro lingüístico e pela fala da mãe, “...uma penca de documentos / pra finalmente eu me
identificar”, qual a imagem que se constrói desse enunciador?
6) Leia atentamente os textos abaixo:
Texto II:
“Eu sou de menor. / Nada tem graça. / Às vezes me escalam pra ser criança;
É tarde demais. / Eu sou de menor. / Já morreu o sol da aurora da vida.
Saudades não tenho. / Eu sou de menor. / Sou a vidraça quebrada /
pela pedra do adulto.
Sou o rosto molhado na água da chuva. / Sou fliperama, o barraco, a marquise.
Sou dois olhos mordendo a luz na vitrina, / escândalo sou sem a mó do moinho.
Sou o discurso jamais realizado. / Sou a face clara da fortuna escondida.
(Lourenço Diaféria, Jornal da Tarde, São Paulo, 09/10/85)
Texto III:
“20% das adolescentes da Região Norte têm pelo menos 1 filho;
9% das adolescentes da Região Centro-oeste têm pelo menos um filho;
13% das moradoras da área urbana têm pelo menos 1 filho;
49,1% desses filhos foram indesejados;
1 em cada 10 mulheres de 15 a 19 anos tem 2 filhos;
20% das que residem na zona rural têm pelo menos 1 filho.”
(Estado de Minas, 11/03/01, p.20, 1º caderno)
Compare os textos II e III ao texto I – são gêneros diferentes (crônica, parte de uma reportagem, enquanto
o texto I é a letra de uma música); no entanto se relacionam: redija um pequeno texto identificando em que
convergem tematicamente.
7) Discutam em grupos as seguintes metáforas:
- “Eu sou de menor;(...) Às vezes me escalam pra ser criança”
- “Já morreu o sol da aurora da vida.”
- “Sou o discurso jamais realizado”
Estabeleçam uma relação entre elas (linguagem conotativa) e os dados apresentados no texto III
(linguagem denotativa, referencial).
- Apresentem as conclusões do grupo em um cartaz, com palavras, frases e fotos que remetam à
discussão do grupo.
"Se não for sustentável, não é desenvolvimento, é a repetição das catástrofes que nós estamos vendo e
combatendo". Segundo a ministra, problemas com licenças ambientais são limitados a poucos
empreendimentos, como a usina hidrelétrica de Belo Monte e a transposição do rio São Francisco, ambos
paralisados pela Justiça. Os problemas, diz, devem ser procurados em outros setores --sem apontar quais.
Quando Marina voltou de uma conferência sobre clima no Quênia, na semana passada, o governo já havia
deflagrado debate sobre a necessidade de mudanças na legislação ambiental.
O debate, revela a ministra, inclui uma nova regra para a chamada compensação ambiental, mecanismo
pelo qual empreendimentos destinam percentual proporcional ao dano que causaram a unidades de
conservação(...).
Folhaonline: www.folha.com.br
Data de acesso em 06/12/2006