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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Componente Curricular Linguística I


Nome do/da Docente Terezinha da Conceição Costa Hübes
Nome do/da Discente Ricardo Adriano dos Santos
Número do Registro Acadêmico (RA) 209140
Nome do Polo Pontal do Paraná
Nome da Cidade em que reside Pontal do Paraná
Nome da Atividade Avaliativa Atividade Avaliativa 01

RESPOSTAS DA ATIVIDADE

ROTEIRO DE LEITURA I

Referente ao texto: SILVA, Paulo César Garré; SOUZA, Antonio Paulino de. Língua e Sociedade:
influências mútuas no processo de construção sociocultural. Revista Educação e Emancipação, São
Luís, v. 10, n. 3, p. 260-285, set./dez.2017. Disponível em:
http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/7726/4725.
Acesso em: 28 mar. 2023.

1. Por que os autores afirmam que quando há variações linguísticas, ou seja, formas diferentes
para dizer as mesmas coisas, o valor atribuído aos falantes reflete o valor que se atribui à forma
linguística?
A afirmação dos autores ocorre devido ao fato de que o status linguístico pode variar de acordo com
o contexto sociocultural e os grupos sociais envolvidos. Isso significa que o valor atribuído aos
falantes não está apenas relacionado às suas características individuais, mas também à forma
linguística que utilizam.

2. Qual/quais argumento/s são usados pelos autores quando afirmam ainda que a forma
linguística usada reflete a posição social mesmo quando há uma ascensão social?
Na busca por ascensão social, não basta apenas melhorar a condição econômica, os autores
argumentam que é necessário também adotar o padrão linguístico associado à classe social desejada.
Isso cria uma barreira entre as classes, que só pode ser superada através da adoção das características
linguísticas da nova classe. Outro argumento dos autores é o processo conhecido como hipercorreção
linguística, onde falantes de classes mais baixas exageram ao tentar utilizar formas consideradas
corretas em situações formais, na tentativa de elevar o valor social de sua forma linguística. No
entanto, muitas vezes há um descompasso entre o padrão produzido e o desejado. Isso reflete a
insegurança dos falantes e revela a posição ocupada na estrutura social (Bourdieu, 2001, p. 122).

3. Como é possível acontecer o movimento de classe numa sociedade?


De acordo com Silva e Souza (2017), para ocorrer o movimento de classe em uma sociedade, é
necessário adotar o padrão linguístico da classe social desejada, superando as barreiras linguísticas e
incorporando as características linguísticas específicas dessa classe. Essa mudança vai além da
condição econômica, afetando também a forma de se comunicar e refletindo a busca por
pertencimento em grupos sociais específicos.

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4. O embate de forças entre as classes sociais se dá também através do uso de formas
linguísticas. Por que as formas são estigmatizadas?
As formas linguísticas podem ser estigmatizadas devido à associação entre certas variantes
linguísticas e a posição social de certos grupos. Isso ocorre quando uma forma linguística é
considerada inferior, inadequada ou fora dos padrões estabelecidos pela classe social dominante. Esse
estigma reflete preconceitos, estereótipos e desigualdades sociais, reforçando hierarquias e mantendo
o poder nas mãos dos falantes com prestígio linguístico. Isso resulta na marginalização e
desvalorização das formas linguísticas associadas a grupos marginalizados ou estigmatizados
socialmente.

5. Segundo o texto, o falante não é sozinho o responsável pela mudança em sua fala, mas a
mudança da posição social?
Conforme discutido no texto "Língua e Sociedade: influências mútuas no processo de construção
sociocultural", a transformação na forma de falar de um indivíduo não é apenas resultado de suas
escolhas pessoais, mas também está relacionada à mudança de sua posição social. A ascensão ou
transição de classe social pode levar à adoção de novos padrões linguísticos associados à classe
desejada. Portanto, a evolução na maneira de se expressar não é meramente uma questão individual,
mas reflete as dinâmicas sociais e a busca por pertencer a determinados grupos sociais.

6. De que forma podemos afirmar que a língua é um fator de identificação social?


Pois a língua reflete as relações de poder, as divisões de classe e os contextos socioculturais. Além
disso, a língua desempenha um papel importante na construção da identidade e na diferenciação
social.

7. O texto, em toda a sua extensão, afirma que há, além da estratificação social, a estratificação
linguística e que esta é uma barreira a impedir o falante de acender socialmente. O texto não
traz exemplos dessa estratificação linguística, mas nos dá pistas sobre elas quando se refere à
identidade de grupos em relação a outros. Quais ocorrências são percebidas por nós,
profissionais da linguagem, sobre os usos e as marcas sociais desses usos?
Como profissionais e estudantes da linguagem, percebemos uma série de ocorrências que evidenciam
as marcas sociais dos usos linguísticos:
• Variações regionais: Diferenças na pronúncia, vocabulário e gramática entre regiões.
• Variações sociais: Variantes linguísticas utilizadas por diferentes grupos sociais.
• Variações profissionais: Linguagem especializada, jargões e formas de comunicação associadas
a diferentes profissões.
• Registros formais e informais: Diferenças de registro linguístico de acordo com o contexto
(formal ou informal).
• Variações étnicas: Características linguísticas distintas entre grupos étnicos em termos de
pronúncia, vocabulário e gramática.
• Variações geracionais: Gírias e modos de falar específicos de diferentes gerações.
• Variações de gênero: Diferenças linguísticas entre homens e mulheres, incluindo uso de palavras,
entonação e estruturas linguísticas.

8. É interessante perceber que as marcas menos prestigiadas também ocorrem nas falas das
classes mais prestigiadas. No entanto, como o texto afirma o valor do falante reflete o valor da
sua fala?
O valor do falante reflete o valor da sua fala no sentido de que a sociedade atribui uma avaliação
social às diferentes formas linguísticas utilizadas. As marcas linguísticas consideradas prestigiadas
estão associadas a grupos sociais de maior status, enquanto as marcas menos prestigiadas estão
associadas a grupos de menor status.

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9. Qual o papel da escolarização na consciência do significado social da fala?
A escolarização expõe os indivíduos a normas linguísticas prestigiadas, ensina a reconhecer
diferenças entre variedades linguísticas e promove habilidades de comunicação adequadas para
diferentes contextos sociais. Ela também estimula a reflexão sobre a linguagem, a compreensão das
normas culturais e sociais ligadas à fala, e capacita os alunos a usar formas linguísticas valorizadas.

10. Por que Labov critica Chomsky em relação ao que este afirma sobre a competência do
falante?
Labov critica Chomsky por sua visão restrita da linguística baseada em julgamentos intuitivos dos
falantes nativos. Ele contesta os postulados de Chomsky sobre a homogeneidade da língua e a
acessibilidade universal dela. Labov argumenta que a língua é heterogênea e que nem todos têm igual
acesso às formas discursivas especializadas. Ele também questiona a noção de competência
linguística como um conceito abstrato e imensurável, não passível de ser avaliado apenas por meio
de julgamentos intuitivos. Labov ressalta a conexão entre a língua e as relações sociais, destacando
que a competência linguística está relacionada à lógica do pensamento social, na qual o sujeito é
responsável pelo seu próprio desenvolvimento social e linguístico.

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