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Referente ao texto: GÖRSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuh. Variação linguística e ensino
de gramática. Working Papers em Linguística, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 73-91, jan./jun. 2009.
Disponível em: http://www.uel.br/pos/ppgel/pages/arquivos/10749-39705-1-PB.pdf. Acesso em: 28 mar. 2023.
1. Por que os autores afirmam que o Brasil não é um país monolíngue?
Os autores afirmam que o Brasil não é um país monolíngue devido à existência de diferenças
significativas na pronúncia, uso de palavras, morfologia e construções sintáticas em diferentes
regiões. Essas variações linguísticas identificam comunidades linguísticas específicas e coexistem
dentro de uma mesma comunidade de fala, refletindo a diversidade linguística e cultural do país.
2. Como os autores conceituam a Gramática Tradicional (GT) e de que forma essa conceituação
se opõe ao pensamento de um país plurilíngue?
Os autores definem a Gramática Tradicional como uma maneira de ensinar a língua que impõe regras
rígidas e diz o que é certo ou errado. Isso vai contra a ideia de um país plurilíngue, onde existem
diferentes formas de falar e se comunicar. A Gramática Tradicional tenta estabelecer uma única forma
"correta" e ignora a diversidade linguística presente no país. Já um país plurilíngue reconhece e
valoriza as diferentes maneiras de falar, respeitando e celebrando essa diversidade.
3. Os autores afirmam que a língua é uma atividade social e que esse postulado está presente
nos PCNs. Além disso, dizem que é papel da escola instrumentalizar o aluno para interagir
socialmente em diferentes instâncias. Por esse postulado não tem relação com a prescrição
presente na Gramática Tradicional?
Enquanto o postulado valoriza o uso da língua em contextos reais e a compreensão das diferentes
variantes linguísticas, a Gramática Tradicional se preocupa mais com a imposição de regras
normativas e a busca por um padrão "correto" de linguagem. Esses dois enfoques são divergentes em
relação à compreensão da língua e seu papel na sociedade.
4. Explique o que é a variação geográfica e dê três exemplos dessa variação.
A variação geográfica é a diferença na linguagem entre diferentes regiões. Ela inclui variações no
sotaque, vocabulário e expressões idiomáticas. Por exemplo, "serrado" e "novela", são pronunciadas
como vogais abertas ("é", "ó") no Nordeste; "papagaio" (mais comum no Sudeste) e "pipa" (mais
comum no Nordeste); "ôrra meu" são associadas ao dialeto paulista, enquanto "me'rmão" é uma
expressão carioca e "pronto" é frequentemente usado pelos nordestinos.
5. Explique o que é a variação social e dê três exemplos dessa variação.
A variação social refere-se às diferenças linguísticas influenciadas por fatores socioeconômicos e
culturais na comunidade. Ela abrange aspectos como pronúncia, vocabulário e gramática, e está
relacionada à classe social, idade, gênero, escolaridade e ocupação dos falantes. Por exemplo, a
pronúncia de certos sons, o uso de palavras específicas e a concordância verbal podem variar de
acordo com o contexto social. Essa variação revela a identidade dos falantes e como eles se encaixam
em determinadas comunidades e grupos sociais.
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6. Explique o que é a variação estilística e dê três exemplos dessa variação.
A variação estilística envolve a adaptação da linguagem conforme as diferentes situações de
comunicação. Ela se manifesta na escolha de palavras, estruturas e estilo de fala de acordo com o
contexto social e cultural. Por exemplo, ocorre uma variação entre registros formais e informais, onde
em contextos mais sérios ou profissionais utiliza-se uma linguagem mais cuidada, enquanto em
situações informais a linguagem é mais descontraída. Além disso, a variação estilística também está
relacionada ao domínio social, como a linguagem utilizada em ambientes profissionais versus
ambientes familiares ou de amigos. Outro fator é o tópico de conversa, que pode influenciar a
linguagem utilizada, variando de acordo com a especialização ou casualidade do assunto.
7. O que diferencia norma/regra para a GT e para a Linguística?
Na Gramática Tradicional, a norma ou regra é uma prescrição fixa e normativa sobre como a língua
deve ser usada corretamente, baseada em padrões estabelecidos pela tradição e pela autoridade da
língua escrita. Já na Linguística, a norma ou regra é analisada de forma descritiva, observando o uso
real da língua pelos falantes, sem julgamentos de correto ou incorreto. A Linguística busca
compreender as normas linguísticas observáveis e compartilhadas em diferentes grupos sociais,
enquanto a GT estabelece regras prescritivas e normativas.
8. Como os autores estabelecem a distinção entre os termos “norma culta” e “norma padrão”?
Os autores estabelecem a distinção entre os termos “norma culta” e “norma padrão” com base em
suas abordagens da língua. A "norma culta" refere-se aos usos efetivos e atitudes valorizadas por um
grupo social, sujeita a variações e mudanças. Já a "norma padrão" é uma referência idealizada e
abstrata, associada a regras prescritivas e busca uniformidade linguística. Embora haja uma
aproximação entre elas, a "norma culta" reflete os usos observáveis, enquanto a "norma padrão"
representa uma construção normativa.
9. Por que as características linguísticas da fala de pessoas de classes sociais menos prestigiadas,
menos escolarizadas são, em geral, estigmatizadas e desvalorizadas?
As características linguísticas da fala de pessoas de classes sociais menos prestigiadas e menos
escolarizadas são estigmatizadas e desvalorizadas devido a associações sociais entre a linguagem e o
status. A variante linguística considerada padrão e prestigiada é associada às classes sociais mais altas
e à educação formal, enquanto as variantes linguísticas de grupos marginalizados são percebidas
como inferiores. Isso reflete desigualdades sociais mais amplas e contribui para a exclusão e
discriminação linguística. É importante valorizar e respeitar a diversidade linguística, reconhecendo
que todas as variantes são igualmente válidas para a comunicação.
10. O que nos diz os autores sobre qual gramática ensinar? E de que maneira ensiná-la?
Os autores destacam que é importante ensinar uma gramática que seja útil para a comunicação efetiva
e que leve em consideração a diversidade linguística. Quanto à maneira de ensinar a gramática, os
autores destacam a necessidade de uma abordagem reflexiva e contextualizada, que relacione a
gramática às práticas de uso da língua. Eles defendem que o ensino da gramática deve estar integrado
ao ensino da leitura, da produção de textos e da compreensão oral, para que os estudantes possam
compreender as regras gramaticais em situações reais de comunicação. Além disso, enfatizam a
importância de uma abordagem que leve em consideração as experiências e conhecimentos prévios
dos estudantes, promovendo a reflexão sobre a língua e a ampliação das habilidades comunicativas.
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