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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Componente Curricular Linguística I


Nome do/da Docente Terezinha da Conceição Costa Hübes
Nome do/da Discente Ricardo Adriano dos Santos
Número do Registro Acadêmico (RA) 209140
Nome do Polo Pontal do Paraná
Nome da Cidade em que reside Pontal do Paraná
Nome da Atividade Avaliativa Roteiro de Leitura III
RESPOSTAS DA ATIVIDADE - ROTEIRO DE LEITURA III

Referente ao texto: GÖRSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuh. Variação linguística e ensino
de gramática. Working Papers em Linguística, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 73-91, jan./jun. 2009.
Disponível em: http://www.uel.br/pos/ppgel/pages/arquivos/10749-39705-1-PB.pdf. Acesso em: 28 mar. 2023.
1. Por que os autores afirmam que o Brasil não é um país monolíngue?
Os autores afirmam que o Brasil não é um país monolíngue devido à existência de diferenças
significativas na pronúncia, uso de palavras, morfologia e construções sintáticas em diferentes
regiões. Essas variações linguísticas identificam comunidades linguísticas específicas e coexistem
dentro de uma mesma comunidade de fala, refletindo a diversidade linguística e cultural do país.
2. Como os autores conceituam a Gramática Tradicional (GT) e de que forma essa conceituação
se opõe ao pensamento de um país plurilíngue?
Os autores definem a Gramática Tradicional como uma maneira de ensinar a língua que impõe regras
rígidas e diz o que é certo ou errado. Isso vai contra a ideia de um país plurilíngue, onde existem
diferentes formas de falar e se comunicar. A Gramática Tradicional tenta estabelecer uma única forma
"correta" e ignora a diversidade linguística presente no país. Já um país plurilíngue reconhece e
valoriza as diferentes maneiras de falar, respeitando e celebrando essa diversidade.
3. Os autores afirmam que a língua é uma atividade social e que esse postulado está presente
nos PCNs. Além disso, dizem que é papel da escola instrumentalizar o aluno para interagir
socialmente em diferentes instâncias. Por esse postulado não tem relação com a prescrição
presente na Gramática Tradicional?
Enquanto o postulado valoriza o uso da língua em contextos reais e a compreensão das diferentes
variantes linguísticas, a Gramática Tradicional se preocupa mais com a imposição de regras
normativas e a busca por um padrão "correto" de linguagem. Esses dois enfoques são divergentes em
relação à compreensão da língua e seu papel na sociedade.
4. Explique o que é a variação geográfica e dê três exemplos dessa variação.
A variação geográfica é a diferença na linguagem entre diferentes regiões. Ela inclui variações no
sotaque, vocabulário e expressões idiomáticas. Por exemplo, "serrado" e "novela", são pronunciadas
como vogais abertas ("é", "ó") no Nordeste; "papagaio" (mais comum no Sudeste) e "pipa" (mais
comum no Nordeste); "ôrra meu" são associadas ao dialeto paulista, enquanto "me'rmão" é uma
expressão carioca e "pronto" é frequentemente usado pelos nordestinos.
5. Explique o que é a variação social e dê três exemplos dessa variação.
A variação social refere-se às diferenças linguísticas influenciadas por fatores socioeconômicos e
culturais na comunidade. Ela abrange aspectos como pronúncia, vocabulário e gramática, e está
relacionada à classe social, idade, gênero, escolaridade e ocupação dos falantes. Por exemplo, a
pronúncia de certos sons, o uso de palavras específicas e a concordância verbal podem variar de
acordo com o contexto social. Essa variação revela a identidade dos falantes e como eles se encaixam
em determinadas comunidades e grupos sociais.

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6. Explique o que é a variação estilística e dê três exemplos dessa variação.
A variação estilística envolve a adaptação da linguagem conforme as diferentes situações de
comunicação. Ela se manifesta na escolha de palavras, estruturas e estilo de fala de acordo com o
contexto social e cultural. Por exemplo, ocorre uma variação entre registros formais e informais, onde
em contextos mais sérios ou profissionais utiliza-se uma linguagem mais cuidada, enquanto em
situações informais a linguagem é mais descontraída. Além disso, a variação estilística também está
relacionada ao domínio social, como a linguagem utilizada em ambientes profissionais versus
ambientes familiares ou de amigos. Outro fator é o tópico de conversa, que pode influenciar a
linguagem utilizada, variando de acordo com a especialização ou casualidade do assunto.
7. O que diferencia norma/regra para a GT e para a Linguística?
Na Gramática Tradicional, a norma ou regra é uma prescrição fixa e normativa sobre como a língua
deve ser usada corretamente, baseada em padrões estabelecidos pela tradição e pela autoridade da
língua escrita. Já na Linguística, a norma ou regra é analisada de forma descritiva, observando o uso
real da língua pelos falantes, sem julgamentos de correto ou incorreto. A Linguística busca
compreender as normas linguísticas observáveis e compartilhadas em diferentes grupos sociais,
enquanto a GT estabelece regras prescritivas e normativas.
8. Como os autores estabelecem a distinção entre os termos “norma culta” e “norma padrão”?
Os autores estabelecem a distinção entre os termos “norma culta” e “norma padrão” com base em
suas abordagens da língua. A "norma culta" refere-se aos usos efetivos e atitudes valorizadas por um
grupo social, sujeita a variações e mudanças. Já a "norma padrão" é uma referência idealizada e
abstrata, associada a regras prescritivas e busca uniformidade linguística. Embora haja uma
aproximação entre elas, a "norma culta" reflete os usos observáveis, enquanto a "norma padrão"
representa uma construção normativa.
9. Por que as características linguísticas da fala de pessoas de classes sociais menos prestigiadas,
menos escolarizadas são, em geral, estigmatizadas e desvalorizadas?
As características linguísticas da fala de pessoas de classes sociais menos prestigiadas e menos
escolarizadas são estigmatizadas e desvalorizadas devido a associações sociais entre a linguagem e o
status. A variante linguística considerada padrão e prestigiada é associada às classes sociais mais altas
e à educação formal, enquanto as variantes linguísticas de grupos marginalizados são percebidas
como inferiores. Isso reflete desigualdades sociais mais amplas e contribui para a exclusão e
discriminação linguística. É importante valorizar e respeitar a diversidade linguística, reconhecendo
que todas as variantes são igualmente válidas para a comunicação.
10. O que nos diz os autores sobre qual gramática ensinar? E de que maneira ensiná-la?
Os autores destacam que é importante ensinar uma gramática que seja útil para a comunicação efetiva
e que leve em consideração a diversidade linguística. Quanto à maneira de ensinar a gramática, os
autores destacam a necessidade de uma abordagem reflexiva e contextualizada, que relacione a
gramática às práticas de uso da língua. Eles defendem que o ensino da gramática deve estar integrado
ao ensino da leitura, da produção de textos e da compreensão oral, para que os estudantes possam
compreender as regras gramaticais em situações reais de comunicação. Além disso, enfatizam a
importância de uma abordagem que leve em consideração as experiências e conhecimentos prévios
dos estudantes, promovendo a reflexão sobre a língua e a ampliação das habilidades comunicativas.

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