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ESCOLA ESTADUAL “ADELAIDE MACIEL” – Prof.

Rhayenne ♥

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

A língua é uma forma de linguagem, de comunicação que utiliza palavras. Pela extensão e
diversificação do nosso país, com estados ricos e pobres, grandes e pequenos, com pessoas
vivendo em localidades de diferentes situações sociais, é natural que a nossa língua sofra
variações, a que chamamos de variações linguísticas. Essas variações também podem ser
decorrentes de outras causas como a idade ou profissão. A língua oficial do nosso país é o
português, mas não a empregamos exatamente da mesma maneira que outros povos que também
falam português – como Portugal, Angola e Moçambique.
Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta em razão das condições
sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada. Existem diferentes variações ocorridas na língua,
entre elas estão:

Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo,
a palavra “Você”, que antes era vossa mercê, depois vosmecê e que agora é você, mas diante da
linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas
com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura
de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é
tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum. Destaca-se também o caso do
dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma
educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos
destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem
coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas
pessoas de maior prestígio social. Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a
uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática,
dentre outros.

Como você sabe, convivemos em uma sociedade na qual trocamos experiências com as outras
pessoas a todo o momento, seja para ensinar ou para aprender com elas. E essa troca de
experiências só é permitida porque podemos utilizar de um recurso muito precioso – a linguagem.
Ao falar, usamos a linguagem oral, e para escrever, a linguagem escrita. Assim, enquanto a
linguagem formal ou culta está pautada no uso correto das normas gramaticais bem como na boa
pronúncia das palavras, a linguagem informal ou coloquial representa a linguagem cotidiana, ou
seja, espontânea, regionalista e despreocupada com as normas gramaticais.

Exemplo 1

Doutor Armando seguiu até a esquina para encontrar o filho que chegava da escola, enquanto Maria,
sua esposa, preparava o almoço. Quando chegaram em casa, Armando e seu filho encontraram
Dona Maria na cozinha preparando uma das receitas de família, o famoso bolo de fubá cremoso, a
qual aprendera com sua avó Carmela.

Exemplo 2

O Dotor Armando foi até a esquina esperá o filho que chegava da escola. Nisso, a Maria ficou em
casa preparano o armoço. Quando eles chegou em casa a Maria tava na cuzinha preparando a
famosa receita da famía boa pra caramba o bolo de fubá cremoso. Aquele que ela aprendeu cum a
senhora Carmela anos antes da gente se casá.

De acordo com os exemplos acima fica claro distinguir o texto formal (exemplo 1) do texto
informal (exemplo 2). Observe que o primeiro exemplo segue as regras gramaticais de concordância
e pontuação, enquanto o segundo não segue as normas da língua culta, ou seja, apresenta um texto
com erros gramaticais, ortográficos, sem de pontuação.
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VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS – EXERCÍCIOS


Texto 01:
Tipos de assaltantes
•    Assaltante nordestino: — Ei, bichim… Isso é um assalto… Arriba os braços e num se bula nem faça
muganga… Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra
fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia…
•    Assaltante mineiro: — Ô sô, prestenção… Isso é um assarto, uai… Levanta os braço e fica quetim quesse trem
na minha mão tá cheio de bala… Mió passá logo os trocado que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Tá
esperando o quê, uai?
•    Assaltante gaúcho: —  Ô, guri, ficas atento… Bah, isso é um assalto… Levantas os braços e te aquietas, tchê!
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a La cria,
senão o quarenta e quatro fala.
•    Assaltante carioca: — Seguinte, bicho… Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanto os braços,
rapá… Não fica de bobeira que eu tiro bem pra… Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto…
•    Assaltante baiano: — Ô, meu rei… (longa pausa) Isso é um assalto… (longa pausa) Levanta os braços, mas
não se avexe não… (longa pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado… Vai passando a
grana, bem devagarinho… (longa pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado…
Não esquenta, meu irmãozinho! (longa pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada…
•    Assaltante paulista: — Orra, meu… Isso é um assalto, meu… Alevanta os braços, meu… Passa a grana logo,
meu… Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta para comprar o ingresso do jogo do
Corinthians, meu… Pô, se manda, meu…
(Autor desconhecido – Texto circulando na internet)

01) O que você percebeu no texto acima? Comente:

02) Transcreva de cada uma das cenas duas palavras ou expressões próprias do:
 nordestino:
 mineiro:
 gaúcho:
 carioca:
 baiano:
 paulista:

03) Além da linguagem, o texto também revela comportamentos ou hábitos que supostamente caracterizam o povo
de diferentes estados ou regiões. Diga o que caracteriza, por exemplo, o nordestino, o baiano e o paulista:

Texto 02: Causo de mineirim

Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomano uma pincumel e cuzinhano um kidicarne cumastumate pra
fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascaí dessusto quanduvi um barui vindedenduforno, parecenum
tidiguerra. A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O forno isquentô, o mistorô e o fiofó da
galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei
sem sabê doncovim, proncovô, oncontô. Oiprocevê quelocura! Grazadeus ninguém semaxucô!

(autor desconhecido)
O texto acima apresenta aspectos interessantes de variação linguística. Que dialeto é utilizado para construir
humor do texto?

Leia a tirinha:

04) Que variação linguística está sendo usada por Chico Bento e seu pai? Por quê?

05) Reescreva todas as falas fazendo uso da variedade padrão ou seja a língua culta, formal.

Leia a tirinha:

06) Na tirinha acima, Chico Bento e a professora utilizam o mesmo tipo de variedade linguística? Explique da melhor
forma possível:

07) Reescreva as falas consideradas inadequadas com relação à norma padrão:

08) Foi preciso fazer alguma alteração na fala da professora? Por quê?

09) Invente uma possível fala para a professora, após a confissão do Chico Bento.

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