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→ Década de 1970:
Os choques do petróleo (1973 e 1979) afetaram enormemente o comércio mundial. Em 1973,
o barril de petróleo, subiu repentinamente de 4 para 12 dólares. Os custos de frete e de
produção ficaram elevadíssimos, levando a um encolhimento da economia mundial.
Houve também o fim do padrão dólar-ouro, adotado unilateralmente pelo governo Nixon,
devido a uma grave crise fiscal nos EUA. Isso afeta o comércio mundial, pois passa a haver uma
oscilação muito maior do mercado de câmbio, sem a existência do lastro no ouro.
“Euroesclerose”: período caótico na economia europeia, que quase significou o colapso da
integração na década de 1970. Estagflação e desemprego estrutural. Euroceticismo e
protecionismo, afetando o comércio da Europa com o resto do mundo.
Aparecimento dos New Industrialized Countries (NICs) asiáticos afetou as indústrias europeias
e norte-americanas, baseados em inovação tecnológica e baixos custos.
3) FRAGILIDADES DO GATT 47
O GATT 47 foi pensado como um acordo executivo, de caráter provisório. Tinha natureza
meramente contratual, não era uma organização internacional. Era, basicamente, uma versão
abreviada da Carta de Havana.
Cláusula do Avô: facultava aos membros do GATT a aplicação das suas normas internas sobre
um tema em detrimento das normas internacionais do GATT, mais recentes.
Em quase 50 anos de GATT, nenhuma decisão tomada por especialistas chegou à fase de
implementação, pois o país prejudicado sempre vetava em plenário.
→ AGRICULTURA – AoA:
- Acordo inovador; primeiro acordo sobre o tema agricultura no GATT 47.
- Acordo ruim e frustrante, que fica muito aquém das expectativas.
- Limita-se apenas a definir tetos para tarifas e subsídios.
*Brasil queria um acordo robusto, que levasse genuinamente a uma abertura dos mercados
agrícolas do Norte.
Obs. 2: “cláusula da paz” – definiu-se que nenhuma matéria sobre subsídios agrícolas poderia
ser encaminhada à solução de controvérsias até 2002 – período de moratória; tempo de ajustes.
Brasil teve que esperar até 2002 para acionar os EUA sobre os subsídios ao algodão.
*O tema agricultura continua hoje extremamente central, pois até o presente momento não se
chegou a um novo acordo sobre o tema.
→ TÊXTEIS:
- É um acordo bem mais ambicioso.
- Prevê a eliminação escalonada e total das cotas sobre produtos têxteis até 2005.
- Até então, essas cotas beneficiavam muito os países europeus.
- China entrou apenas em 2001, mas foi talvez o país que mais se beneficiou desse acordo.
→ SERVIÇOS (GATS):
- Primeiro acordo do GATT sobre esse novo tema.
- Compromissos com a transparência e o tratamento nacional.
- Não há nenhum compromisso com a liberação do comércio de serviços.
→ INVESTIMENTOS (TRIMS):
- Primeiro acordo do GATT sobre esse novo tema.
- Foco principal é o tratamento nacional.
- Acordo que frustra muito as expectativas dos países do Norte.
Os EUA não queriam apenas tratamento nacional. Como grandes exportadores de investimentos
do mundo, queriam uma discriminação às avessas, ou seja, prerrogativas e garantias aos
investidores estrangeiros que não seriam estendidas ao investidor nacional.
A ideia defendida pelos EUA era de que isso atrairia ainda mais investimentos estrangeiros. Os
EUA conseguiram inserir essa proposta no NAFTA (artigo 1110). Prevê que, caso uma empresa
do Nafta não alcance a meta de lucros anual por algum fator que possa ser atribuído ao governo
do país hospedeiro, ela pode acionar o governo em tribunal arbitral internacional para pedir
ressarcimento.
→ PROPRIEDADE INTELECTUAL (TRIPS):
- Impõe aos membros a obrigação de desenvolver leis para proteger a propriedade intelectual.
- Compromisso de tipificar como crime a pirataria.
→ NORMAS TÉCNICAS:
- Acordo que visa a trazer transparência e não discriminação.
- Impedir o uso dessas medidas com fins puramente protecionistas.
As salvaguardas não têm um caráter punitivo, mas sim um caráter protetivo. A ideia é de
proteger a produção nacional da invasão súbita, crescente e inesperada de produtos importados
e não de punir parceiros comerciais. Para se aplicar a salvaguarda, deve haver imprevisibilidade
e dano. Por não ter caráter punitivo, a salvaguarda deve ser aplicada de forma não
discriminatória. O país que aplica a salvaguarda se obriga a compensar os países afetados pela
medida, na proporção dos prejuízos que venham a sofrer.
No caso das medidas antidumping e antissubsídios, há uma lógica totalmente diferente, pois são
medidas punitivas. São medidas adotadas para punir alguma prática ilegítima de comércio: o
dumping ou o subsídio proibido. Essas medidas terão um caráter discriminatório, como exceção
ao princípio do tratamento nacional.