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Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Processo Judicial Eletrônico - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0010875-48.2016.5.15.0059


em 10/12/2016 17:28:35 e assinado por:
- ROBERTO CARLOS CLARO

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usando o código: 16121017281061500000049415605

16121017281061500000049415605
Eng. Roberto Claro – Perito Judicial 1
Processo 0010875-48.2016.5.15.0059

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO


TRABALHO DE PINDAMONHANGABA – SP

ESCLARECIMENTOS SOBRE O
LAUDO TÉCNICO PERICIAL

PROCESSO Nº 0010875-48.2016.5.15.0059
RECLAMANTE: TEREZINHA DE JESUS SOUZA
RECLAMADA: ESTADO DE SÃO PAULO

OBJETO: PERÍCIA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Roberto Carlos Claro, perito engenheiro, CREA/SP


068.247.3230, nomeado nos autos da ação trabalhista identificada acima, tendo efetuado
as diligências necessárias, concluído os trabalhos e entregue o Laudo Técnico Pericial
para o qual fora incumbido, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência:

1. Apresentar os esclarecimentos sobre às impugnações ao Laudo Técnico


Pericial de Engenharia e requerer sua juntada aos autos, colocando-se ao
dispor deste Juízo para quaisquer esclarecimentos complementares que se
fizerem necessários.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Pindamonhangaba, 10 de dezembro de 2016

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Eng. Roberto Carlos Claro
CREA-SP-068.247.3230

Eng. Roberto Claro - roberto.claro@uol.com.br


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Processo 0010875-48.2016.5.15.0059

I - ESCLARECIMENTOS PARA A RECLAMANTE


A Reclamante não apresentou quesitos complementares. Limitou-se a
impugnar o Laudo Pericial, apresentando suas discordâncias. Desta forma, este perito
apresenta e reforça as seguintes informações:

01. A Reclamante não realizava qualquer atribuição relacionada à fabricação de pneus ou


a lá de vidro. Da mesma forma, não manteve contato direto e nem aplicou herbicida. Em
resumo, constatou-se durante a diligência que a Reclamante, exercendo suas atribuições
na função de Auxiliar Ferroviário, não manteve contato dermal com agentes químicos.
Portanto, a Reclamante não manipulava os produtos químicos. Ela realizava a atribuição
de manuseio das embalagens que são todas lacradas, fechadas e certificados pelos
fabricantes. De todos os ângulos analisados em relação às atribuições da Reclamante,
constatou-se que não houve exposição ocupacional a agentes químicos, seja pela via
respiratória, ou mesmo exposição ocasionada pelo contato com a pele ou absorção pelo
organismo por meio de ingestão, ainda que acidental.

02. O fato da Reclamada não ter fornecido EPI não significa que a Reclamante esteve
exposta ao risco. É importante esclarecer que o fornecimento de EPI se faz necessário
caso exista a exposição do trabalhador ao risco de agentes físicos, químicos e biológicos,
o que, durante a diligência, não se comprovou.

03. Reforço que a Norma Regulamentadora – NR 16 - define em seu Item 4, incluindo


pela Portaria GM nº 545, de 10/07/2000 que não caracteriza a periculosidade o manuseio,
a armazenagem e o transporte em embalagens certificadas, simples, compostas ou
combinadas, desde que obedecidos os limites legais do Quadro I, independentemente do
número total de embalagens manuseadas, armazenadas ou transportada (Item 4.1).
Também define que os recipientes até cinco litros, lacrados na fabricação, não caracteriza
a periculosidade, independentemente da quantidade (Item 4.2).

Eng. Roberto Claro - roberto.claro@uol.com.br


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04. Constatou-se durante a diligência que a capacidade dos recipientes de metal contendo
inflamáveis líquidos armazenados e movimentados pelo Reclamante variava de 0,9 a 18,0
litros em uma única embalagem, com predominância para as embalagens contendo 3,6 e
5,0 litros. Embora a quantidade de produtos armazenados seja considerável
(aproximadamente 1.500 litros, dependendo do estoque), são embalagens fechadas,
lacradas na fabricação. Portanto, constatou-se que as atividades desenvolvidas pela
Reclamante com inflamáveis são as mencionadas pela NR 16 - Item 4, definindo que não
caracteriza periculosidade o manuseio, a armazenagem e o transporte em embalagens
certificadas, simples, compostas ou combinadas, dentro dos limites legais.

05. Este perito reforça que não se deve confundir risco de acidente com condição de
periculosidade. Em resumo, a Reclamante não realizava qualquer atividade ou operação
em instalações ou equipamentos energizados ou desenergizados em alta ou baixa tensão.
Da mesma forma, não realizava qualquer atividade ou operações em proximidade,
conforme estabelece a NR 10. O fato da Reclamante transitar sob as catenárias de alta
tensão (mais de 1.500 volts), no trajeto da portaria até o local de trabalho, não define uma
condição de periculosidade, visto que a distância do trabalhador até o ponto de
energização é suficiente para caracterizar uma zona livre de risco, conforme conceitos
definidos pela NR 10.

06. Por fim, reforço também que a Reclamada não é uma concessionária de energia
elétrica, como se apresenta no documento da Impugnação. Da mesma forma, a reclamante
não laborou na Oficina, como está descrito na Impugnação da Reclamante.

II - ESCLARECIMENTOS PARA A RECLAMADA


Não foram apresentados quesitos complementares e nem comentários a
respeito do Laudo Pericial.

Eng. Roberto Claro - roberto.claro@uol.com.br


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III - CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Este perito judicial reitera que,

01. A Reclamante NÃO laborou exposta aos riscos de agentes físicos, químicos e/ou
biológicos durante todo o período do pacto laboral com a Reclamada. Portanto,
conforme o estabelecido nas Normas Regulamentadoras NR 01, NR 06, NR 09 e
NR 15 e seus Anexos da Portaria nº 3.214/78, este perito reitera pela
INEXISTÊNCIA DE INSALUBRIDADE.

02. A Reclamante NÃO laborou exposta ao risco acentuado de inflamável, explosivo,


energia elétrica, radiações ionizantes ou qualquer outro agente periculoso, durante
o período do pacto contratual com a Reclamada. Portanto, conforme o
estabelecido na Norma Regulamentadora NR 16 e seus Anexos da Portaria nº
3.214/78, art. 193 da CLT, este perito reitera pela INEXISTÊNCIA DE
PERICULOSIDADE.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Pindamonhangaba, 10 de dezembro de 2016

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Eng. Roberto Carlos Claro //
CREA-SP-068.247.3230

Eng. Roberto Claro - roberto.claro@uol.com.br


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