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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CAMPUS TUCURUÍ
ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS APLICADAS À SAÚDE

DOUGLAS ALENCAR VIEIRA

TÍTULO DA PROPOSTA DE PRÉ-


PROJETO DE PESQUISA

Tucuruí/PA
Abril de 2020
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CAMPUS TUCURUÍ
ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS APLICADAS À SAÚDE

DOUGLAS ALENCAR VIEIRA

TÍTULO DA PROPOSTA DE PRÉ-PROJETO DE PESQUISA

Projeto de pesquisa apresentado ao


curso de Especialização em Ciências
Biológicas aplicadas a Saúde do
Instituto Federal do Pará, campus
Tucuruí.
Orientador: Prof.º Dr. Cláudio Joaquim
Borba Pinheiro.

Tucuruí/PA
Abril de 2020
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
JUSTIFICATIVA............................................................................................................5
QUESTÕES NORTEADORAS.....................................................................................6
OBJETIVO.....................................................................................................................7
MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................8
Coleta das informações.................................................................................................8
Proposta de projeto a ser implantado nas escolas.......................................................9
ANÁLISE DOS DADOS...............................................................................................10
CRONOGRAMA..........................................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista ou TEA tem sido um tema tratado cada vez
com mais frequência pelas diversas esferas da sociedade. A cada momento
métodos e propostas de intervenção surgem com a finalidade de proporcionar uma
melhor qualidade de vida, bem como a promoção da saúde do indivíduo com TEA e
para as pessoas que convivem no seu meio familiar.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) uma em cada 160 crianças
é afetada pelo Autismo. No Brasil, essa estatística ainda não é efetivada
completamente, porém estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas possuem TEA
e ainda sofrem por não encontrar tratamento adequado. Contudo, a Lei nº
13.861/2019 sancionada em 2019 trata da inclusão de dados específicos de
pessoas com TEA nos censos demográficos feitos pelo IBGE, as informações
começarão a ser coletadas já no censo de 2020.
Nessa perspectiva, de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais 5 (DSM-V), o indivíduo com TEA apresenta:
678Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em
múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em
comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social
e em habilidades para desenvolver, manter e compreender
relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do
transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e
repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades (American
Psychiatric Association, 2014).

Por conseguinte, segundo Coelho, Vilalva e Hauer (2019) um dos maiores


desafios em relação ao indivíduo com TEA e que acaba gerando diversas
controvérsias com relação ao assunto é como o transtorno tem que ser tratado. Mas
um consenso certo é que os locais em que os sujeitos autistas estão inseridos
necessitam ser organizados para que assim suas potencialidades possam ser
desenvolvidas da melhor forma possível.
Logo, a escola, que se caracteriza como um desses espaços de inserção da
pessoa com TEA, além de oferecer as atividades educacionais obrigatórias, deve
proporcionar meios para que possam aprimorar os aspectos afetados pelo
transtorno, como as questões de socialização, afetividade e coordenação motora,
por exemplo.
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Assim, Matos e Freitas (2018) corroboram expondo que no processo de


ensino-aprendizagem são desenvolvidos fatores cognitivos, emocionais, sociais e
psicomotores da criança e que no caso do TEA tais fatores também estão presentes.
Entretanto, a diferença é que a escola deve estar atenta às especificidades do
indivíduo autista e apresentar métodos para que, além da aprendizagem cognitiva,
os aspectos sociais, emocionais e psicomotores também sejam desenvolvidos
dentro do ambiente escolar.
De acordo com Gomes e Mendes (2010) intervenções educacionais estão se
mostrando cada vez mais importantes no tratamento do autismo e se levarmos em
conta que a escola se caracteriza como um ambiente legítimo para tais intervenções
têm-se um excelente espaço de desenvolvimento (intelectual, social, afetivo e motor)
para indivíduos autistas.
Ainda segundo os autores é necessário considerar que o próprio transtorno
pode dificultar a entrada, a continuação e consequentemente o avanço de alunos
com TEA. Assim, torna-se imprescindível identificar, entender e avaliar como a
escola lida com esse público e quais as atividades ofertadas para que esse
desenvolvimento realmente aconteça de forma eficaz dentro desse meio. (GOMES;
MENDES, 2010)

JUSTIFICATIVA

A busca por alternativas para assegurar a participação efetiva na sociedade,


revela a necessidade de propor medidas de inclusão da criança autista, que pode
ser concretizada através de projetos, programas e leis que possibilitam sua inserção
na comunidade. Nesse contexto, a Lei Berenice Piana (nº 12754, de 27 de
dezembro de 2012) garante a esses indivíduos o direito à saúde no âmbito do
Sistema Único de Saúde – SUS, bem como o acesso a educação, desde a básica
até a superior, que deve ser garantido pelo Estado, família e comunidade escolar.
Ao observamos o conceito de Saúde apresentado pela OMS, que define o
termo como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
somente ausência de afecções e enfermidades”, é possível afirmar que a escola tem
o dever de proporcionar atividades que possibilitem a manutenção da saúde do
aluno, em especial àqueles que necessitam de uma atenção maior, como os
autistas.
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Assim, Serra (2008) destaca a importância de pesquisas que visam aprimorar


a saúde, a qualidade de vida, e a interação social das pessoas com TEA, além de
aperfeiçoar estudos de métodos de avaliação e classificação, como o ABC (Autism
Behavior Checklist), o protocolo CID-10, ou CARS (The Childhood Autism Rating
Scale), que auxiliam em um diagnóstico precoce e consequentemente aumentam as
possibilidades de trabalhar o desenvolvimento de indivíduos autistas de forma
eficaz.
Logo essa pesquisa é justificada pela importância científica e social de
realizar a análise do quantitativo de alunos com TEA matriculados nas escolas
públicas (Ensino Infantil, Ensino Fundamental I e II) do município de Tucuruí,
sudeste do Pará, bem como traçar um perfil característico desses sujeitos e as
atividades extraclasse ofertadas no ambiente escolar para o desenvolvimento dos
fatores sociais, emocionais e psicomotores da pessoa autista, visto que tais
aspectos são essenciais para a manutenção da sua saúde.
De acordo com dados do INEP, o município de Tucuruí possui 48 escolas
públicas (12 exclusivamente de Educação Infantil, 29 de Ensino Fundamental e 7
que oferecem as duas etapas de ensino), desse total, segundo o instituto, 30
instituições oferecem Atendimento Educacional Especializado - AEE (8 na Educação
Infantil, 20 no Ensino Fundamental e 2 nas que oferecem as duas modalidades) e
dessas apenas 2 têm oferta de atividades complementares, uma no Ensino Infantil e
outra no Fundamental.
Com dados mais específicos e aprofundados, será possível mapear e
identificar como o município lida com o tema autismo nas escolas, e quais ações e
esforços são ofertados dentro desse ambiente para que as pessoas com TEA
possam ter um desenvolvimento eficiente, claro, levando em consideração as
limitações que o espaço escolar possui.

QUESTÕES NORTEADORAS

Considerando os fatos expostos até aqui, a relevância da construção e


efetivação desse projeto de pesquisa, buscando compreender como o município de
Tucuruí, mais especificamente as escolas da cidade, lida com os alunos autistas e
com os aspectos relacionados à sua saúde, evidencia-se abaixo as questões que
nortearão este trabalho:
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 Qual o quantitativo e o perfil dos alunos autistas matriculados desde o


ensino infantil até o ensino fundamental II das escolas públicas de Tucuruí-
Pa?
 Quais as ações ofertadas pelas escolas para favorecer o desenvolvimento
de fatores relacionados à saúde do individuo com TEA, tais como
sociabilidade, afetividade, psicomotricidade?
 Quais as atividades que possivelmente poderão ser incorporadas ao
contexto escolar e que favorecerão a manutenção da saúde da criança
autista?

OBJETIVO

O quantitativo de pessoas diagnosticadas com Autismo nos retoma a


importância de tentar compreender sua natureza, não somente focado para as
deficiências sociais, mas sim relacionado aos aspectos de desenvolvimento da
saúde da criança. Com isso, empenha-se em encontrar meios que perpassam os
critérios de diagnóstico que fazem um sujeito ser autista, observando aspectos que
vão além do que ela pode ter, parando, assim, de encaixa-los em uma determinada
classe.
Além disso, cabe aqui pautar também o papel da escola no processo
diagnóstico/intervenção, já que os primeiros sinais do transtorno aparecem no
período da infância em que a criança está começando seu convivo no meio escolar.
Logo, vale destacar a afirmação de Wallon (2007) de que a interação da criança com
o ambiente físico e social é indispensável à sua formação integral.
Dessa forma, o objetivo geral deste estudo é analisar o quantitativo e o perfil
dos alunos autistas matriculados desde o ensino infantil até o ensino fundamental II
das escolas públicas de Tucuruí-Pa. Por conseguinte, os objetivos específicos são:
 Avaliar minunciosamente as características gerais desses indivíduos
autistas, como: idade, gênero, grau do transtorno, série, frequência escolar
e bairro de origem.
 Identificar as ações ofertadas pelas escolas para favorecer o
desenvolvimento de fatores relacionados à saúde do individuo com TEA,
tais como sociabilidade, afetividade, psicomotricidade.
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 Propor um conjunto de atividades que possivelmente poderão ser


incorporadas ao contexto escolar e que favorecerão a manutenção da
saúde da criança autista.

MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia empregada no projeto será do tipo pesquisa documental, de


caráter quantitativo e qualitativo, em nível descritivo. Fachin (2017) aponta que a
análise documental se refere a coleta de informações, que podem ser das mais
diversas formas e após isso, tais informações serão classificadas, selecionadas e
organizadas de modo a facilitar o entendimento. É valido ressaltar que Marconi e
Lakatos (2019) corroboram acrescentando que esse tipo de estudo usa de
documentos, escritos ou não, como principal fonte de retirada de informações, que
podem ser tanto do momento em que o fenômeno pesquisado está ocorrendo ou
posterior a ele.
Com relação a pesquisa qualitativa, Vieira e Hossne (2015) apontam que
esse tipo de análise tem como objetivo compreender o comportamento do ser
humano, suas crenças, suas opiniões, seus conhecimentos e suas atitudes. Já a
pesquisa quantitativa, segundo Prodanov e Freitas (2013), caracteriza-se por
implementar a quantificação, tanto na forma de coleta de informações, quanto no
tratamento delas, por meio de estatísticas.
Por fim, um estudo descritivo possui a finalidade sequencial de observar os
dados, analisar e descreve-los, e posteriormente correlaciona-los, objetivando
descobrir a frequência em que o fenômeno acontece, assim como sua relação com
demais fatores (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Coleta das informações


As informações utilizadas no projeto serão fornecidas pela Secretaria de
Educação e Cultura (SEMEC) de Tucuruí-Pa. Para que as análises sejam realizadas
de forma eficiente e, consequentemente, seja feito um trabalho mais detalhado,
serão necessários os seguintes dados:
 Quantitativo de indivíduos com deficiência matriculados na rede municipal
de ensino, desde o ensino infantil, até o último ano do ensino
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fundamental, bem como o tipo de deficiência, idade, sexo, escola e série


que esses alunos estão cursando;
 Além dos dados informados anteriormente, de forma específica, para os
alunos com Transtorno do Espectro Autista, também deverão ser
fornecidas informações como grau do transtorno, bairro de origem do
sujeito, frequência escolar e demais informações que constarem nos
registro da secretaria sobre esse público;
 Com relação à escola em que os estudantes com TEA estão
matriculados, deverá ser feita uma análise minuciosa sobre as
intervenções oferecidas pela unidade de ensino, seja no período de aula
ou contra turno para o atendimento específico desses indivíduos, com
foco na manutenção dos aspectos relacionados à saúde, para tal, esses
dados também terão que ser disponibilizados pela SEMEC.

Proposta de projeto a ser implantado nas escolas


Um dos objetivos desse projeto é propor um conjunto de atividades que
poderão ser incorporadas as atividades já existentes na escola, ou até mesmo
adaptadas como um novo recurso possível de ser desenvolvidos com os alunos com
TEA dentro do ambiente de ensino e com a própria estrutura já disponibilizada pela
escola.
Para que tais atividades possam ser implantadas alguns aspectos têm que ser
levados em consideração, como o espaço que a escola possui, o material para o
desenvolvimento das atividades e também os profissionais existentes do quadro de
funcionários do município. Deixando esses fatores de lado, a proposta de projeto
para ser inserido nas escolas fará uso dos diversos tipos de Jogos (jogos rítmicos,
de equilíbrio, de corrida, de agilidade, de lateralidade, de saltar, etc.).
Segundo Garaigordobil (2005), os benefícios dos jogos quando utilizados em
favor do desenvolvimento cognitivo, social e afetivo de crianças com TEA,
potencializam suas necessidades para o controle de emoções, aprendizagem e
cooperação, impactando positivamente o desenvolvimento social dessa criança para
o mundo que a rodeia.
Além do mais, para Wolfberg (2013), a pouca oportunidade da criança com
TEA em realizar atividades de jogo com outras crianças, principalmente quando as
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demais as rejeitam por não se enquadrar nas expectativas de regras do jogo, nos
relava a necessidade de legitima-lo como elemento motivador para as crianças com
TEA a fim de a mesma expressar interesses de socializar.
Contudo, Garcia e Llull (2009), dizem que é imprescindível o planejamento de
atividades distintas de desenvolvimento integral da saúde para que promova a
autonomia da criança com TEA, contribuindo para a formação de comportamento,
habilidades sociais e possibilidades de trabalhar suas emoções e limitações.
Logo, o intuito será detalhar os jogos que poderão desenvolvidos no projeto,
assim como os materiais necessários para a execução das atividades, descrever,
também, como seria um espaço de atendimento adequado para os indivíduos com
TEA que poderia facilmente e com poucos gastos ser materializado dentro de uma
escola.

ANÁLISE DOS DADOS


Para a análise estatística dos dados será utilizado o Software Microsoft Excel
2010 e o BioStat® 5.3, a fim de quantificar os dados obtidos nas análises realizadas,
apresentando as variáveis encontradas no projeto, através de gráficos e tabelas.

CRONOGRAMA

O quadro abaixo descreve o cronograma de realização das fases do projeto,


com inicio ainda no primeiro semestre de 2020:
AGO

NOV
OUT
JUN

JAN
DEZ
SET

FEV
JUL
MAI

ATIVIDADES

2020
Protocolo do projeto
X
na instituição
Coleta dos dados X
Análise das
X X
informações coletadas
Sistematização dos
X X X X
dados
Produção da
X X X X X X
monografia
Revisão final do
X
trabalho
Defesa do artigo X
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REFERÊNCIAS

Indicar todas as referências bibliográficas citadas no corpo do trabalho. As


orientações sobre este processo ocorrerão nas próximas aulas.

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