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ATERROS SANITÁRIOS
Juliana Young, Sérgio Luís da Silva Cotrim, Marcus Aurélio Soares Cruz
RESUMO
Os processos biológicos e químicos dos aterros sanitários geram resíduos líquidos (chorume)
e gases que necessitam de tratamento para, após, retornarem a natureza sem causar danos e
promovendo-se o manejo ambientalmente correto desse resíduo.
Este trabalho apresenta os resultados de pesquisas de diversos autores no tratamento de
lixiviado, citando-se os sistemas de tratamento físico-químico e biológicos mais utilizados.
Através da revisão de diversas técnicas e métodos de tratamento de lixiviados, analisando
cada um em relação a sua eficiência de remoção para diferentes poluentes, buscando propor
uma metodologia para a gestão desses resíduos, tratamento e destino final destes efluentes,
bem como uma alternativa economicamente viável.
A determinação do tipo de tratamento a ser utilizado não se constitui em tarefa fácil, visto que
devem ser levados em consideração diversos aspectos, tais como eficiência de remoção de
poluentes, tempos de detenção, manutenção dos sistemas, por exemplo.
Como estudo de caso, cita-se a estação de tratamento de esgotos (ETE) Lami, apresentando-se
os resultados obtidos desde a implantação do sistema combinado de esgoto sanitário e
lixiviado do aterro sanitário da Extrema. Através da experiência nesta ETE, levando em conta
que a mesma opera com sistema de lagoas, faz-se considerações deste sistema combinado,
ressaltando-se, por exemplo, a importância do controle do parâmetro nitrogênio amoniacal e
da consideração do fator climático na escolha do tipo de tratamento que se irá adotar.
Palavras-chave: Chorume, Lixiviado, Aterro Sanitário, ETE.
Introdução
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A escolha do processo de tratamento de chorume não deve ser avaliada somente sob o ponto
de vista de alcance dos padrões de emissão de efluentes, mas sim, dentro de um sistema que
se inicia dentro do aterro, pela adequada disposição dos resíduos sólidos domésticos. Deve
prevalecer a avaliação criteriosa, através de consideração da climatologia e de aspectos
ligados a legislação ambiental.
De acordo com os trabalhos referidos neste capítulo verifica-se que os lixiviados de aterros
sanitários contém altas cargas de DQO, DBO5, nitrogênio amoníacal e sólidos em suspensão.
Assim, tratamentos secundários convencionais utilizando leito fixo necessitam de tratamento
primário para reter e/ou degradar a parte não solúvel do material em suspensão. Ao mesmo
tempo, as observações dos autores citados neste item, sugerem que como medida de cautela, o
sistema de tratamento a ser proposto, utilize pré-filtros como unidades primárias de
tratamento.
Tomando como base os resultados obtidos nos 22 meses de estudo da operação da ETE Lami,
aponta-se como promissora a possibilidade do tratamento combinado de esgoto doméstico e
lixiviado de aterro sanitário em estações de tratamento de esgoto já existentes, desde que
observadas as restrições de volumes, e principalmente das cargas aportadas. O uso do sistema
de lagoas de estabilização pode ser uma alternativa viável, principalmente para pequenas
cidades, cujos recursos são escassos mas há espaço territorial disponível. Este procedimento
minimizaria os custos de implantação e de operação de aterros sanitários. Recomenda-se, no
entanto, que seja previsto o pré-tratamento aeróbio ainda no aterro, para melhor eficiência do
sistema.
Devem ser incentivados programas que visem à redução da produção de resíduos.
Organizações não-governamentais (ONGs) e os grupos de consumidores devem ser
estimulados a participar desses programas os quais devem, sempre que possível, desenvolver
e fortalecer as capacidades de pesquisa e elaboração de tecnologias ambientalmente
saudáveis, assim como adotar medidas para diminuir os resíduos ao mínimo, propiciando um
modelo de vida sustentável.
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