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Aula 13
∞ ·
Bl
¸
l
φ(r, θ) = P l (cos θ)
X
Al r +
l =0 r l +1
Polinômios de Legendre
1.0
P 0 (x) = 1
0.5 P0 (x)
P 1 (x) = x
P1 (x)
1¡ 2 ¢
P 2 (x) = 3x − 1 0.0 P2 (x)
2 P3 (x)
1¡ 3 ¢
P 3 (x) = 5x − 3x -0.5
P4 (x)
2
µ l ¶
1 d ¡ 2 ¢l
P l (x) = x − 1 -1.0
2l l ! d x l -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0
1
Duas importantes propriedades dos polinômios de Legendre são a relação de ortogona-
lidade: Z 1 2
P l (x) P l 0 (x) d x = δl l 0
−1 2l + 1
e de paridade:
P l (−x) = (−1)l P l (x)
~ =0
r ≤a ⇒ E ∴ φ(r ≤ a, θ) = V = constante
~ = E 0 ê z
r →∞ ⇒ E
2
Primeiro, vamos transformar a condição de contorno do campo elétrico em termos do
potencial:
∂φ ∂φ
~ = −∇φ
E r →∞ ⇒ E 0~
z =− ê z ∴ = −E 0
∂z ∂z
Solução Geral
Explicitamente, os primeiros termos da solução geral são:
B0 B1 ¢ B2 ¡
φ(r, θ) = A 0 + + A 1 r cos θ + 2 cos θ + A 2 r 2 3 cos2 θ − 1 + 3 3 cos3 θ − 1 + . . .
¡ ¢
r r r
B0 B1
φ(r, θ) → A 0 + + A 1 r cos θ + 2 cos θ + A 2 r 2 3 cos2 θ − 1 + . . . = C − E 0 r cos θ
¡ ¢
r →∞:
r r
∴ A0 = C ; A 1 = −E 0 ; A j = 0, ∀ j > 1.
B1 B1 B2 ¡
· ¸
φ(r, θ) = C + + −E 0 r + 2 cos θ + 3 3 cos2 θ − 1 + . . .
¢
r r r
B0 B1 B2 ¡
µ ¶
− E 0 a cos θ + 3 3 cos2 θ − 1 + . . . = V
¢
r =a: C+ +
a a a
B0
∴ C+ =V; B1 = E0 a 3; B j = 0, ∀ j > 1.
a
µ 3
a a
¶
∴ φ(r, θ) = C + (V −C ) + E 0 2 − r cos θ
r r
3
Com esta solução, podemos calcular a distribuição de carga espacial da densidade de
carga na superfície da esfera:
∂φ 1 ∂φ
~ = −∇φ
E ~ =−
∴ E ê r − ê θ
∂r r ∂θ
a 2a 3
µ ¶
E r = (V −C ) + E0 + 1 cos θ
r2 r3
a3
µ ¶
Eθ = E0 − 1 sen θ
r3
σ V −C
· ¸
Er = ∴σ=² + 3E 0 cos θ
²0 a
onde V −C é uma diferença de potencial entre a esfera e seu valor quando r → ∞. Para de-
terminar esta diferença, notamos que a esfera condutora não está inicialmente carregada.
Então:
Z Z 2π Z π· µ
V −C
¶ ¸
Q= σd S = dϕ ²0 + 3E 0 cos θ a 2 sen θd θ = 0
0 0 a
Z π
V −C
µ ¶
2 2
= ²0 4πa + 3²0 E 0 a 2π sen θd θ = 0
a 0
V −C 2
¶ µ
¤π
a + 3πE 0 a 2 sin2 θ 0 = 0
£
∴ 4π ∴ V = C.
a
a3
µ ¶
φ(r, θ) = E 0 − r cos θ
r2
4
Casca esférica condutora com 2 potenciais
Suponha uma casca esférica condutora de z
raio a, cujos hemisférios são separados
no plano equatorial por um anel isolante.
Desta forma, o hemisfério norte é mantido
+V
em potencial V , enquanto o hemisfério sul
é mantido a um potencial −V . Desejamos
a
encontrar o potencial na região interna da
casca esférica. Inicialmente, aplicamos a
condição de regularidade na origem:
-V
φ (r → 0, θ) = finito ⇒ B l = 0 ∀l
∞
∴ φ (r, θ) = A l r l P l (cos θ)
X
l =0
π π
" #
Z Z ∞
l
d θ sin θP l 0 (cos θ) φ (a, θ) = d θ sin θP l 0 (cos θ) A l a P l (cos θ)
£ ¤ X
0 0 l =0
5
ou seja,
2 0
Z 1
0
Al 0 al = φ (a, u) P l 0 (u) d u
2l + 1 −1
2l + 1 1 1
Z
∴ Al = φ (a, u) P l (u) d u
2 a l −1
·Z 1 Z 0 ¸
2l + 1 1
= V P l (u) d u − V P l (u) d u
2 al 0 −1
V 1 3V
Z
A1 = 3 ud u =
a 0 2a
V 11¡ 3 7V
Z
¢
A3 = 7 3 5u − 3u d u = − 3
a 0 2 8a
e
3 ³r ´ 7 ³ r ´3
φ(r, θ) = V P 1 (cos θ) − V P 3 (cos θ) + ...
2 a 8 a
Exercício: Resolva o potencial do problema anterior na região fora da casca esférica.
6
Semiesfera condutora com potencial xo
Suponha uma semiesfera condutora de
raio a, mantida sobre um potencial V , e um z
disco condutor região equatorial aterrado.
Na interface entre os dois condutores é co-
locado um anel isolante, como mostrado +V
na figura. a
Pela simetria do problema, notamos que
o potencial no interior dessa semiesfera
deve ser igual ao obtido no exercício ante-
V=0
rior.
Para demonstrar isso matematicamente, devemos repetir o mesmo procedimento do
exercício anterior, ou seja, após exigir regularidade na origem, teremos que
∞
φ(r, θ) = A l r l P l (cos θ)
X
l =0
Z π/2 ∞ Z π/2
l
φ (a, θ) P (cos θ) sen θd θ = P l 0 (cos θ) P l (cos θ) sen θd θ
X
l0 Al a
0 l =0 0
Z 1 ∞ Z 1
l
X
∴V P l 0 (u) d u = Al a P l 0 (u) P l (u) d u
0 l =0 0
Vamos analisar com cuidado a integral do lado direito da equação, para l 6= l 0 , temos a
seguinte identidade:
onde ( 0 ) nos polinômios indica derivada com relação à x. (Cuidado! O apóstrofo no índice
l não indica derivada alguma!).
7
Substituindo essa relação na nossa expressão integral, encontramos:
encontramos:
£ 0 0 ¤R 1 0 R1 0
Z 1 ∞
X l
P l (0) l (l + 1) + l (l + 1) − l (l + 1) 0 P l 0 d u − P l 0 (0) l (l + 1)
0 Pl d u
V Pl 0 d u = Al a ,
0 l =0 l 0 (l 0 + 1) − l (l + 1)
V
Z 1
A l = (2l + 1) P l (u) d u ∀l ímpar
al 0
isto é, a mesma relação para os coeficientes da solução geral de Laplace do problemas an-
terior.
1
Abramowitz, M. and Stegun, I. A, Handbook of Mathematical Functions with Formulas, Graphs, and Mathe-
matical Tables, 9a Edição, New York: Dover, 1972; em "Legendre Functions"and "Orthogonal Polynomi-
als."Cap. 22.
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Casca esférica com distribuição de carga
Tomemos uma casca esférica de raio a com uma certa distribuição de cargas dada por
σ = σ (θ). Desejamos resolver o potencial elétrico originário dessa distribuição de cargas
em todo espaço. É claro que em eletrostática sempre podemos calcular
σ~
¡ 0¢
1 r
Z
r)=
V (~ dS
4π²0 casca |~ r 0|
r −~
mas resolver por separação de variáveis costuma ser mais simples. Para tanto, precisamos
inicialmente, resolver em duas regiões separadamentes: dentro e fora da casca esférica.
Utilizando a solução geral do potencial para o caso de simetria azimutal, e aplicando as
condições de regularidades (em r → 0 para o potencial dentro da casca, e r → ∞ para o
potencial fora da casca), obtemos
Bl
• Fora da casca: φ(r, θ) = (cos θ)
P∞
P
l =0 r l +1 l
∞ ∞ B
l
A l a l P l (cos θ) = P l (cos θ)
X X
l =0 l =0 a l +1
e da ortogonalidade dos polinômios de Legendre, obtemos diretamente que
Bl
Al al = ∴ B l = A l a 2l +1
a l +1
Alem disso, devemos aplicar a condição de contorno que relaciona o potencial com a
densidade de carga. Como a normal da nossa superfície é o próprio versor radial, temos
σ
(E ⊥fora − E ⊥dentro )|r =a =
²0
então
∂Vfora ∂Vdentro ¯¯ σ (θ)
µ ¶¯
− + =
∂r ∂r ¯
r =a ²0
Ou seja,
9
∞ A l a 2l +1 ∞ σ (θ)
P l (cos θ) + l A l a l −1 P l (cos θ) =
X X
(l + 1)
l =0 a l +2 l =0 ²0
∞ σ (θ)
(2l + 1) A l a l −1 P l (cos θ) =
X
l =0 ²0
1
Z π
Al = σ (θ) P l (cos θ) sin θd θ
2²0 a l −1 0
Exercício: Resolva o problema da casca esférica carregada com uma distribuição super-
ficial de cargas σ (θ) = 3E 0 cos θ.
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