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Cabimento ou não do acordo de não persecução penal
Nos crimes com PPL
Cabimento mínima INFERIOR a 4
anos
Quando couber
Transação Penal
Se tiver sido
beneficiado nos 5
(cinco) anos
anteriories ao
cometimento da
infração, em acordo
de não persecução
penal, transação
penal ou suspensão
condicional do
processo.
Para entender melhor, vamos imaginar uma situação hipotética: um sujeito conhecido
como Arbusto é o suposto autor de um furto simples, crime que a lei comina PPL de um a quatro
anos de reclusão. Nesse exemplo, como a pena mínima prevista para o crime é inferior a 4 anos
e não houve violência nem grave ameaça, também não envolve violência doméstica e familiar e
não é crime contra mulher em razão do sexo feminino e também não se verifica reincidência
nem ficou evidenciada conduta criminosa habitual de Arbusto. Diante desse exemplo, o MP
poderá propor um acordo a Arbusto antes de iniciar o processo criminal. O MP estabelecerá
algumas condições que o suposto autor do fato deverá cumprir para que ao final seja declarada
a extinção da punibilidade.
Vamos verificar o art. 28-A que estabelece o acordo de não persecução penal e quais são
as condições que devem ser cumpridas:
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado
confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal
sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação
e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas
cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do
crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
período correspondente à pena mínima cominada ao delito
diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art.
45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo
juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente
lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo
Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a
infração penal imputada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Percebemos que do art. 28-A determina que suposto autor do fato deverá cumprir,
alternativamente ou cumulativamente, algumas condições. Vamos entendê-las no nosso
exemplo. O MP, diante do caso hipotético, poderá oferecer a Arbusto um acordo para não o
processar, Arbusto por sua vez, além de aceitar, deverá cumprir as seguintes condições:
Ø Confessar formalmente a prática do crime;
Ø Deve reparar o dano ou restituir a coisa, salvo impossibilidade de fazê-lo;
Ø Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
Ø Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente
à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
indicado pelo juízo da execução;
Ø Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social,
a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo
delito; ou
Ø Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
Assim, o MP poderá oferecer o acordo a Arbusto, vamos esquematizar de maneira simples:
A homologação
do acordo será Juízo competente
realizada em uma
•"Abursto" audiência judicial •O juiz
comete um verificará a •Cumprido
crime com PPL voluntariedade integralmente
mínima •"Arbusto" o acordo de
confessa e e legalidade do
inferior a 4 acordo; não
anos aceita as persecução
condições •O acordo será penal, o juízo
•Assina junto executado competente
MP estabelece as com seu pelo juízo das decretará a
condições e advogado execuções
extinção de
propõe o acordo punibilidade.
Cumpridas as
condições
Vamos analisar o §1º do art. 28-A, vejamos:
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e
diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Perceba que o foco está na pena mínima para o oferecimento do acordo de não
persecução penal. E como fica quando houver uma causa de aumento ou diminuição de
pena?
Imagine um crime com PPL de 3 a 8 anos e para esse crime está prevista uma causa
de aumento de pena de 1/3 (um terço) até 1/2 (metade). Nesse caso, o cálculo da pena
mínima será da seguinte forma: pega-se a pena mínima (3 anos) e utilizamos o aumento
mínimo (1/3), assim, no nosso exemplo daria 3 anos + 1 ano de aumento = 4 anos, logo não
seria possível o acordo de não persecução penal.
Por outro lado, se fosse uma causa de diminuição de pena, devemos considerar o
mínimo possível. Imagine o crime de tráfico de drogas que tem PPL de 5 a 15 anos, mas se
for um crime de tráfico privilegiado haverá uma causa de diminuição de 1/6 a 2/3. Assim,
para encontrarmos a pena mínima: pegamos o tempo mínimo da pena, nesse exemplo é 5
anos e aplicamos o maior índice de diminuição, que seria 2/3. Logo 5 anos menos 2/3 é
menor que 4 anos e, nesse caso, caberia sim o acordo de não persecução penal.
O §2º do art. 28-A estabelece algumas hipóteses que, se confirmadas, impedem o
oferecimento do acordo de não persecução penal, vejamos:
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes
hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)