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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL


O ministro Fux, no dia 22/01/2020, suspendeu alguns dispositivos da Lei nº 13.964/19,
o tão falado pacote anticrime. Entretanto, a decisão do ministro não atingiu o acordo de não
persecução penal, inserido no artigo 28-A do CPP.
É importante frisar que o artigo 28 do CPP, que trata sobre a homologação do
arquivamento do inquérito policial, em que somente o juiz pode homologar, sendo que na nova
redação, quem arquiva é o Ministério público não necessitando mais da decisão judicial, essa
mudança foi suspensa pela decisão do ministro Fux, porém o artigo 28-A do CPP não foi
atingido pela decisão e esta valendo. Inclusive houve um pedido de reconhecimento de
inconstitucionalidade, formulado pela CONAMP - Associação Nacional dos Membros do
Ministério Público, na ADI nº 6.305, na qual pediam reconhecimento parcial da
inconstitucionalidade pela necessidade de homologação judicial do acordo de não persecução
penal. Porém, o ministro Fux não aceitou o pedido e o art. 28-A permanece integro e está
valendo.
Inicialmente, é importante dizer que o acordo de não persecução penal é novo no CPP,
mas já existia no nosso ordenamento jurídico, por força da resolução 181/2017 do CNMP –
Conselho Nacional do Ministério Público e que era muito criticada pela doutrina. A crítica se
baseava na necessidade de que acordo de não persecução penal dependia de lei, lei em sentido
material e formal, uma vez que o assunto versa sobre a matéria de processo penal e que deve
ser regulamentada por lei. Assim, havia uma critica muito grande sobre esse instituto, sob o
ponto de vista de uma inconstitucionalidade formal. Apesar dessa discussão, muitos órgãos
judiciais já homologavam os acordos feito entre o MP e o indicado. Agora, com a entrada em
vigor do pacote anticrime, a discussão de constitucionalidade ou não caiu por terra e temos o
acordo de não persecução penal inserido no art. 28-A do CPP.
Mas o que vem a ser o acordo de não persecução penal? É muito similar ao instituto da
transação penal, previsto no art.76 da lei 9.099/95, que constitui exceção ao princípio da
obrigatoriedade da ação penal de iniciativa pública. No instituto da transação que só se aplica
às infrações de menor potencial ofensivo - IMPOs, assim, mesmo que o MP tenha prova da
materialidade e indícios de autoria, não estará obrigado a oferecer à denúncia, podendo propor
a transação penal. A transação penal nada mais é de que um acordo entre o MP e o suposto
autor do fato, de modo que o MP formula uma proposta e se o sujeito aceitar e cumprir haverá
a extinção da punibilidade sem que se quer tenha havido um processo criminal.
O acordo de não persecução penal é extremamente similar à transação penal, no entanto,
o acordo não se aplica às IMPOs, o acordo se aplica aos crimes que tenham pena privativa de
liberdade (PPL) mínima inferior a 4 anos, perceba que o parâmetro é a pena mínima e não a
máxima e que é inferior a 4 anos e não igual ou inferior.
Muita atenção a seguinte afirmativa: o acordo de não persecução penal poderá ser
aplicado a todos os crimes em que a lei preveja uma PPL mínima inferior a 4 anos? Muito
cuidado, tenha certeza que essa afirmativa será uma futura questão de prova.
A afirmativa está errada, a lei já excluiu do acordo de não persecução os casos em que
caiba a transação penal, nos casos de crimes com violência ou grave ameaça, nos casos em que
haja violência doméstica e familiar.
Também não caberá o acordo nas seguintes situações: nos casos em que haja crime
contra a mulher por razões de sexo feminino, quando o autor do fato foi reincidente ou mesmo
não caracterizando reincidência exista características que demonstrem certa habitualidade
criminosa - salvo se as infrações antecedentes fossem insignificantes. Por último, também não
caberá acordo quando o agente tiver sido beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao
cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo.

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Cabimento ou não do acordo de não persecução penal
Nos crimes com PPL
Cabimento mínima INFERIOR a 4
anos

Quando couber
Transação Penal

Crimes com violência


e grave ameaça
Acordo de não
Persecução Penal

Crimes que envolva


violência doméstica e
familiar

Nos casos de crimes


contra mulher em
razão de sexo
feminino
Não cabe
Se o agente for
reincidente ou
houver caracteristicas
de habitualidade
criminosa

Se tiver sido
beneficiado nos 5
(cinco) anos
anteriories ao
cometimento da
infração, em acordo
de não persecução
penal, transação
penal ou suspensão
condicional do
processo.


Para entender melhor, vamos imaginar uma situação hipotética: um sujeito conhecido
como Arbusto é o suposto autor de um furto simples, crime que a lei comina PPL de um a quatro
anos de reclusão. Nesse exemplo, como a pena mínima prevista para o crime é inferior a 4 anos
e não houve violência nem grave ameaça, também não envolve violência doméstica e familiar e
não é crime contra mulher em razão do sexo feminino e também não se verifica reincidência

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nem ficou evidenciada conduta criminosa habitual de Arbusto. Diante desse exemplo, o MP
poderá propor um acordo a Arbusto antes de iniciar o processo criminal. O MP estabelecerá
algumas condições que o suposto autor do fato deverá cumprir para que ao final seja declarada
a extinção da punibilidade.
Vamos verificar o art. 28-A que estabelece o acordo de não persecução penal e quais são
as condições que devem ser cumpridas:
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado
confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal
sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação
e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas
cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do
crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
período correspondente à pena mínima cominada ao delito
diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art.
45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo
juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente
lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo
Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a
infração penal imputada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Percebemos que do art. 28-A determina que suposto autor do fato deverá cumprir,
alternativamente ou cumulativamente, algumas condições. Vamos entendê-las no nosso
exemplo. O MP, diante do caso hipotético, poderá oferecer a Arbusto um acordo para não o
processar, Arbusto por sua vez, além de aceitar, deverá cumprir as seguintes condições:
Ø Confessar formalmente a prática do crime;
Ø Deve reparar o dano ou restituir a coisa, salvo impossibilidade de fazê-lo;
Ø Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
Ø Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente
à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
indicado pelo juízo da execução;
Ø Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social,

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a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo
delito; ou
Ø Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
Assim, o MP poderá oferecer o acordo a Arbusto, vamos esquematizar de maneira simples:

A homologação
do acordo será Juízo competente
realizada em uma
•"Abursto" audiência judicial •O juiz
comete um verificará a •Cumprido
crime com PPL voluntariedade integralmente
mínima •"Arbusto" o acordo de
confessa e e legalidade do
inferior a 4 acordo; não
anos aceita as persecução
condições •O acordo será penal, o juízo
•Assina junto executado competente
MP estabelece as com seu pelo juízo das decretará a
condições e advogado execuções
extinção de
propõe o acordo punibilidade.
Cumpridas as
condições


Vamos analisar o §1º do art. 28-A, vejamos:

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e
diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

Perceba que o foco está na pena mínima para o oferecimento do acordo de não
persecução penal. E como fica quando houver uma causa de aumento ou diminuição de
pena?
Imagine um crime com PPL de 3 a 8 anos e para esse crime está prevista uma causa
de aumento de pena de 1/3 (um terço) até 1/2 (metade). Nesse caso, o cálculo da pena
mínima será da seguinte forma: pega-se a pena mínima (3 anos) e utilizamos o aumento
mínimo (1/3), assim, no nosso exemplo daria 3 anos + 1 ano de aumento = 4 anos, logo não
seria possível o acordo de não persecução penal.
Por outro lado, se fosse uma causa de diminuição de pena, devemos considerar o
mínimo possível. Imagine o crime de tráfico de drogas que tem PPL de 5 a 15 anos, mas se
for um crime de tráfico privilegiado haverá uma causa de diminuição de 1/6 a 2/3. Assim,
para encontrarmos a pena mínima: pegamos o tempo mínimo da pena, nesse exemplo é 5
anos e aplicamos o maior índice de diminuição, que seria 2/3. Logo 5 anos menos 2/3 é
menor que 4 anos e, nesse caso, caberia sim o acordo de não persecução penal.
O §2º do art. 28-A estabelece algumas hipóteses que, se confirmadas, impedem o
oferecimento do acordo de não persecução penal, vejamos:

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes
hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados


Especiais Criminais, nos termos da lei; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou
profissional, exceto se insignificantes as infrações penais
pretéritas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao
cometimento da infração, em acordo de não persecução penal,
transação penal ou suspensão condicional do processo; e (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou
familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de
sexo feminino, em favor do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

É muito importante perceber que na assinatura do acordo o suposto autor do fato
deve estar acompanhado de seu advogado. Essa regra esta prevista no §3º do art. 28-A,
vejamos:
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito
e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e
por seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

E o acordo deverá ser homologado em audiência judicial, momento que o juiz
verificará a voluntariedade do suposto autor do fato. E se o juiz entender que não há
voluntariedade, que não há legalidade, o juiz não homologará o acordo e encaminhará os
autos ao MP que analisará a necessidade de novas diligências ou se caso de oferecimento de
denúncia.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será
realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu
defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Por outro lado, se o juiz entender que há voluntariedade, que há legalidade, mas
considerar que as condições impostas são inadequadas, insuficientes ou abusivas, devolverá
os autos ao MP para que seja reformulada a proposta do acordo.

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as
condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os
autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu defensor. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o
juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua
execução perante o juízo de execução penal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender
aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que
se refere o § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para a análise da necessidade de complementação das

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investigações ou o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei nº


13.964, de 2019)

Perceba que o §9º prevê que a vítima será intimada da homologação do acordo de
não persecução penal e do seu eventual descumprimento.

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não
persecução penal e de seu descumprimento. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

Se o beneficiado pelo acordo não cumprir alguma condição estabelecida o MP deverá
comunicar o juiz, para fins de rescisão e posterior oferecimento de denúncia. E o
descumprimento do acordo pelo investigado também poderá ser utilizado pelo MP como
justificativa para eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo
de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao
juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo
investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público
como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão
condicional do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

O §12 do art. 28-A determina que a celebração e o cumprimento do acordo de não
persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, salvo para verificar
se o agente já foi beneficiado nos últimos 5 anos com outro acordo de não persecução penal.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução
penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto
para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

Depois que cumprido todo acordo o juiz declarará a extinção da punibilidade.

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o
juízo competente decretará a extinção de punibilidade. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

Se estiverem presentes os requisitos para o acordo, mas o MP se recusar, o que o
investigado poderá fazer? Bom, o §14 prevê que o investigado poderá requerer remessas
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 do CPP. Porém, aqui temos um problema,
atualmente a decisão do ministro FUX suspendeu, dentre vários outros, o art.28 do CPP.
Assim, o que vale hoje em dia é a regra antiga, a qual determina que é o juiz que irá provocar
o órgão de revisão do MP. Logo, parece-me razoável que, hoje, o investigado deve provocar
o juiz para que o juiz possa provocar o órgão de revisão do MP.

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a
remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste
Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Fique muito atento e olhe com muito carinho o conteúdo sobre o acordo de não
persecução penal, pois é uma novidade importantíssima no CPP e por ser um tema novo ainda
não “caiu” em prova, mas certamente irá “despencar” nos próximos concursos.

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DEFENSOR DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL


Uma alteração importante inserida no CPP, pelo pacote anticrime, foi o art. 14-A. O qual
torna necessária a participação do defensor nas investigações criminais que envolvam
membros da segurança pública ou das forças armadas. Assim, quando um policial estiver sendo
investigado pela prática de determinadas condutas com caráter letal, seja na modalidade
consumada ou tentada. Por exemplo, um policial se envolve em determinada situação e que
acaba por matar alguém, instaura-se uma investigação criminal para apurar se a conduta foi em
legítima defesa, se foi uma execução, se foi qualquer outra situação. A novidade se refere ao fato
de que nessa investigação criminal, será obrigatória a participação do defensor.
É importante perceber que o art. 14-A, prevê a necessidade do defensor na investigação
criminal quando o objeto for o uso da força letal no exercício professional. Logo, essa regra
não vale, por exemplo, para casos de abuso de autoridade. Vejamos:
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições
dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá
constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O §1º diz que o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento
investigatório, e que poderá nomear um defensor no prazo de 48 horas.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Já o §2º prevê que esgotado o prazo do parágrafo anterior, ou seja, 48 horas, na ausência
de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá
intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para
que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do
investigado.
Assim, por exemplo, se um policial penal federal, não nomeie seu defensor, a União será
intimada para, num prazo de 48 horas, indicar um defensor para o investigado.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável
pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado
o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a
representação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Essa necessidade de nomear defensor para as investigações criminais também abrange
os militares das Forças Armadas, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para
Garantia da Lei e da Ordem – GLO.
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores
militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da

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Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito


a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Portanto, que fique bem claro, essa necessidade de defensor na fase da investigação
criminal, somente ocorrerá se os agentes forem membros da segurança pública ou das
forcas armadas e o objeto da investigação for o uso de força letal praticados no exercício
profissional, sejam eles consumados ou tentados. Ademais, aos membros das forças armadas
exige-se que estejam em missões para Garantia da Lei e da Ordem- GLO.
Bom, estude com muito carinho as regras do artigo 14-A e seus parágrafos. É um tema
novo e ainda não “caiu” em prova, mas tenho certeza que irá “despencar” nos próximos
concursos.

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