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Transtornos de

Linguagem Escrita: teoria


e prática

Maria Thereza Mazorra dos Santos


Ana Luiza Navas

Transtornos de
Linguagem Escrita: teoria
e prática
Aquisição e Desenvolvimento da
Linguagem Escrita

MÓDULO I

Ana Luiza Navas


Maria Thereza Mazorra Santos

Transtornos de
Linguagem Escrita: teoria
e prática
Relação entre linguagem oral e
linguagem escrita

AULA 1

Ana Luiza Navas


Maria Thereza Mazorra Santos

Copyright©2018 Editora Manole Ltda 1


A fala é

Universal

História
Antiga
Desenvolve-
se cedo
Produto da
Evolução
Não precisa
ser ensinada

A escrita é

Um artefato Desenvolve-se
Normalmente
cultural, relativamente
precisa ser
portanto não é tarde nos
ensinada
universal indivíduos

Linguagem Oral

Presente em Adquirida com Não requer


todas as exposição à instrução
sociedades fala explícita

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Linguagem Escrita

Presente em Aprendida com Requer


algumas exposição ao instrução
sociedades mundo letrado explícita

Idiomas

6.800 idiomas conhecidos falados em 191 países

2.261 têm um sistema de escrita associado ao


idioma falado
5 idiomas são falados por 50% da população
mundial
Outros 100 são falados por 45%

Sistemas de Escrita

Pictográfico: desenho

Ideográfico: sinais que se referem a uma ideia ou


conceito geral e não uma palavra
Logográfico: cada sinal representa uma palavra
específica
Silábico: cada sinal representa uma sílaba (ex: CV)

Alfabético: cada sinal representa um fonema


(consoante ou vogal)

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Sistemas de Escrita

Pobre
sistema
fonêmico

Mais rico
sistema
morfêmico
(DeFrancis, 1989)

Sistemas de Escrita

Relação entre a Linguagem Oral


e a Linguagem Escrita

 Escrita – Invenção humana


 3.000 anos até o alfabeto de 23 letras

Registro visível da
Análise da capacidade humana em
Mediação
linguagem pensar de modo
linguística abstrato sobre sua
oral própria linguagem

Criada de acordo com as necessidades de uma


sociedade, com demandas culturais específicas

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Relação entre a Linguagem Oral e a
Linguagem Escrita

Pequeno número de
grafemas representam
todas as palavras da língua

Mais econômica

Mais produtiva

Domínio do Princípio Alfabético da Escrita 13

PRINCÍPIO ALFABÉTICO

Unidades Unidades
Gráficas Fonológicas

Grafemas Fonemas

<p> /p/
<s>
< ss > /s/
<ç>
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Domínio do Princípio Alfabético da


Escrita

Então, por que muitas vezes


é tão difícil aprender a ler e
escrever em um sistema
alfabético de escrita?

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Natureza da Ortografia

Transparência da ortografia de cada língua

Número de grafemas
igual ou muito Reflete a superfície
semelhante ao fonológica da língua
número de fonemas ou cadeia linear da
fala caracterizando
uma Ortografia Rasa
ou Transparente

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Natureza do Ortografia

Transparência da ortografia de cada língua


Número de grafemas
diferente do número Reflete pouco a
de fonemas superfície fonológica
da língua ou cadeia
linear da fala
caracterizando uma Ortografia Profunda
ou Opaca

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Diversidade de Ortografias

+ Transparente + Opaca

Serbo-
Croata Português Hebreu

Espanhol Inglês

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Representações Fonológicas

Fonemas Coarticulação
Na fala, os fonemas não são
São abstrações perceptuais produzidos isoladamente.
Há fusão e sobrepujamento de
gestos articulatórios
Representações mentais de (Russo & Behlau,1993)
sequências articulatórias e de seus
traços acústicos
(Albano, 2001)

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Representações Fonológicas

Qualidade das
representações
Ouvinte não – interação do
tem acesso aos indivíduo com
Estrutural diversos níveis o meio
não processual de análise de
fala

(Mattingly, 1991)

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Representações Fonológicas

Armazenamento
de rotinas Fonologia
articulatórias que articulatória –
combinadas em gestos
determinada articulatórios
ordem - palavras

Modelo
Albano (2001) - Conexionista –
resgatar aspectos conexões entre
articulatórios e aspectos
acústicos dos sons auditivos,
da fala motores e visuais
da fala

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Representações Fonológicas

 Desenvolvimento da Linguagem Oral


• 6 – 9 meses início representações
fonológicas e semânticas no âmbito da palavra

• vocabulário reestruturação lexical

Palavras acusticamente semelhantes exigem


representações fonológicas mais detalhadas e
definidas.
(Metsala & Walley,1998)
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Representações Fonológicas

 Desenvolvimento da Linguagem Oral

• 2.500 a 3 mil palavras


4 anos

• de 7 a 10 mil palavras
7 anos

• 40 mil palavras
11 anos

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Reestruturação Lexical

Crianças desenvolvem a sensibilidade para níveis mais


profundos de estruturas fonológicas

Acesso lexical mais rápido e acurado

Uso eficiente da alça fonológica para codificar informações na


memória operacional

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Reestruturação Lexical

Consciência Fonológica - palavras de alta


frequência – diversas análises

Informação armazenada na memória de


longo prazo é fonologicamente codificada
para um resgate rápido e eficaz

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Reestruturação Lexical

Maior
Palavras
bola, cola, competição,
com
mola, sola, menor
vizinhança
rola, gola precisão no
densa
resgate

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Reestruturação Lexical

Menor
Palavras
competição,
com lápis, lúpus,
maior
vizinhança lápide...
precisão no
esparsa
resgate

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Representações Fonológicas

Semelhança
Reestruturação
Familiaridade sonora entre
lenta e gradual
as palavras

Qualidade das Representações


Fonológicas

Reestrutu
ração
lenta e
gradual
Velocidade
de aquisição
de
vocabulário

Consciência Fonológica

Consciência Fonológica

Competência metalinguística que


possibilita o acesso consciente
ao nível fonológico da fala e a
manipulação cognitiva de suas
representações, que é tanto
necessária para a aprendizagem da
leitura e escrita como dela
consequente.

(Santos & Navas, 2016)


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Representação Fonológica

Discriminação
Nomeação
Incompleta ou
Imprecisa Memória Verbal
Consciência
Fonológica

Falhas no
processamento
fonológico global

Consciência Fonológica

Várias unidades Tarefas de


linguísticas processamento

de sentenças
segmentação
em palavras

de palavras
em ataque e síntese
rima

de palavras exclusão e
em sílabas adição

de sílabas em substituição
fonemas ou inversão

Consciência Fonológica

Diferentes níveis de
processamento e grau
de dificuldade da tarefa

Extensão da Carga semântica


Tipo de tarefa Posição na
unidade a ser do segmento
estrutura da
identificada e/ou
palavra
manipulada

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Consciência Fonológica

• Mais simples e fácil


Manipulação • Independe da escolarização
Silábica (Souza, 2005; Pedras et al., 2006)

• Segmentação, síntese e transposição -


Manipulação dependentes da escolarização
Fonêmica • Identificação de rimas e exclusão -
função da idade (Salles e Parente, 2002)

Consciência Fonológica

Processo de
reestruturação lexical

Tarefas com palavras Estrutura fonológica


de alta frequência sofreu diversas
análises de seus
são mais fáceis segmentos

Para fins de
armazenamento e
acesso lexical

(Troia et al., 1996) 35

Consciência Fonológica

Melhor Palavras-estímulo
desempenho vizinhança lexical
em tarefas densa
de
Melhor Consciência
vocabulário Fonológica

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Consciência Fonológica

Aprendizagem
da leitura

Recíproca Bidirecional

Consciência Consciência
fonológica fonêmica

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Consciência Fonêmica

 Unidade perceptual implícita para


Fonema
processamento de fala

Atividades de
leitura e
escrita

Unidade de
processamento • Ortografia
explícito

Leitura e Escrita

Resgate de
informações
Memória Associação
ortográficas e
Operacional grafema-fonema
fonológicas do
léxico

Variância adicional à
Memória Operacional Acesso Lexical aprendizagem da
linguagem escrita

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Nomeação Seriada Rápida

Tempo despendido para nomear o


mais rapidamente possível uma série
estímulos familiares

Figuras, letras, dígitos, formas ou


cores (alfanuméricos e não
alfanuméricos)

Quando acima do esperado está


associado às dificuldades de
aprendizagem da linguagem escrita

Nomeação Seriada Rápida


Ativação do
processo
atencional
Processamento
Nome
visual

Baixas
Comando
frequências
motor
60 a 80ms
500ms

Altas frequências 150


Resgate da
a 200ms detalhes
memória de
refinados do
longo prazo
estímulo

Processos
lexicais, identificação e
semânticos e reconhecimento
Fatores
fonológicos
afetivos e
sensoriais

Aprendizagem da Linguagem Escrita

Proces-
samento
fonológico

Conheci-
Nomeação mento
Rápida grafo-
Diferenças fonêmico
individuais

Memória
Vocabulário
operacional

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Obrigada

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