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O Metabolismo pode ser definido como o energia.

Ser fisicamente apto também


conjunto de processos físicos e químicos do aumenta sua TMB porque quanto mais
nosso corpo que nos mantêm funcionando músculo e menos gordura nós temos maior
normalmente, como respiração, circulação é a nossa taxa metabólica (o músculo requer
sanguínea e função nervosa. Para realizar mais energia para funcionar do que a
todos esses processos nosso corpo converte gordura).
os alimentos que comemos em energia.
Outros fatores que influenciam nossa TMB
O nosso sistema digestivo transforma o incluem:
alimento em combustível que é usado
Idade – à medida que envelhecemos, nossos
imediatamente ou armazenado nos tecidos
corpos tendem a ganhar gordura e a perder
do corpo.  A energia gastada ao longo do
músculo, então nossa TMB diminui;  
dia sem qualquer exercício físico é chamada
de taxa metabólica basal ou de repouso. Tamanho corporal – adultos maiores têm
Embora não possamos controlar totalmente uma TMB maior;
nosso metabolismo, sabemos que ele pode
ser estimulado através dos exercícios Crescimento – lactentes e crianças têm
físicos. maior demanda de energia;

Nosso metabolismo é controlado pelos Gênero – os homens costumam ter um


hormônios e pelo sistema nervoso. Quando metabolismo mais rápido do que as
consumimos alimentos, as enzimas mulheres devido à maior massa muscular;
digestivas quebram carboidratos, gorduras e Temperatura – extremos de temperaturas
proteínas em uma forma que o corpo possa altas ou baixas requerem o gasto de mais
usar para obter energia. O metabolismo combustível;
envolve duas atividades que ocorrem
simultaneamente – o anabolismo Dieta – durante uma dieta excessivamente
(acumulação de tecidos corporais e restritiva a nossa TMB diminui para
armazenamento de energia) e o economizar energia;
catabolismo.
Drogas – certas drogas, como a cafeína,
O anabolismo é a forma pela qual a energia podem aumentar a TMB.
é usada para suportar o crescimento de
Existem dois principais tipos de
novas células. Além disso é usada para
metabolismo (aeróbio e anaeróbio) e são
manter nossos tecidos corporais, sendo a
muito afetados pelos exercícios físicos e
energia armazenada como gordura. Já o
alterações hormonais. Além disso, o
catabolismo é a liberação de energia vinda
metabolismo influencia diretamente em
de nossos alimentos, como carboidratos,
muitas disfunções fisiológicas como
gorduras e proteínas, no qual moléculas
obesidade, hipertensão e diabetes, assuntos
grandes são divididas em outras menores
que trataremos a seguir.
para fornecer energia imediata para o corpo.
Esta energia fornece combustível para
processos como o aquecimento do corpo e
Tipos de Metabolismo
permite que nossos músculos se movam. Metabolismo Durante os Exercícios
A taxa metabólica basal (TMB) é a taxa em Aeróbios
que seu corpo queima energia enquanto está Durante os exercícios aeróbios o corpo tem
em repouso e representa 50-80 por cento do um suprimento constante de oxigênio para
seu uso total de energia. Até certo ponto, produzir adenosina trifosfato (ATP), o que
sua TMB é determinada geneticamente, oferece ao indivíduo uma tremenda
mas pode ser afetada por certos problemas capacidade energética. O metabolismo
de saúde e pelo nível de atividade física.  aeróbio é o método mais lento de produção
Quando você se exercita, você queima mais
de energia (incluir o oxigênio no processo Metabolismo Durante os
de produção de energia envolve reações
Exercícios Anaeróbicos
mais complexas e demoradas) e utiliza
principalmente gorduras e carboidratos Metabolismo anaeróbio é o processo
como fontes de energia. fisiológico que possibilita a produção de
energia sem a utilização de oxigênio. O
Os ácidos graxos (provenientes das
metabolismo anaeróbico é a fonte
gorduras) e o glicogênio (vindo dos
dominante de energia para atividades curtas
carboidratos) são metabolizados e
e de alta intensidade, como levantar peso ou
fragmentados formando substratos para o
sprintar.
ciclo de oxalacetato. Os elétrons vão para a
cadeia transportadora de elétrons e são Esse sistema fornece energia a uma taxa
então captados por moléculas de oxigênio elevada, mas em pequenas quantidades. Por
dentro da mitocôndria. Esse processo é esta razão os músculos se cansam após
capaz de ressintetizar cerca de 36 moléculas apenas uma dúzia de repetições. Apenas
de ATP para cada molécula de glicose. O carboidratos podem ser usados para energia
limite desse sistema é a quantidade de sem uso de oxigênio, fazendo desse
oxigénio transportado para as mitocôndrias nutriente crucial para o metabolismo
(Figura 1). anaeróbio. Existem dois mecanismos para a
produção de energia sem a presença de
oxigênio: metabolismo anaeróbio alático
e lático.
O mecanismo de produção de energia
anaeróbio alático é também chamado de
mecanismo da fosfocreatina. Esse
sistema fornece cerca de 10 segundos de
energia e é usado durante esforços de
curtíssima duração e altíssima intensidade.
Não requer nenhum oxigênio para gerar
O sistema de produção de energia aeróbio
ATP, pelo contrário, nos primeiros 2-3
utiliza carboidratos e gorduras com a
segundos do exercício intenso utiliza o ATP
participação do oxigênio. De um modo
já armazenado no músculo, e depois, até os
geral, qualquer atividade que dure mais de
próximos 6-8 segundos, usa a creatina
três minutos depende principalmente do
fosfato (CP) para ressintetizar o ATP até a
metabolismo aeróbio de energia. Enquanto
CP acabar (Figura 2).
a intensidade dos exercícios for de leve a
moderada a energia será produzida As reservas de creatina fosfato no músculo
prioritariamente pelo metabolismo aeróbio. são bem limitadas. Após o ATP e  CP
Com a presença de oxigênio, a
situação o corpo é capaz de produzir
energia e limpar os subprodutos de
resíduos das reações químicas.
Se a intensidade do exercício
aumenta até um ponto em que o
corpo já não tem tempo para usar
oxigênio na produção de energia, o sistema
serem consumidos o organismo passa para
de geração de energia prioritário passará a
o metabolismo anaeróbio láctico,
ser o metabolismo anaeróbio.
fornecendo ATP para o exercício.
Figura 2. Sistema de produção de energia anaeróbico, além do seu fornecimento
anaeróbio alático, utiliza fosfocreatina (CP) limitado de energia, é que ele produz
para ressintetizar ATP sem a presença de resíduos de produtos na forma de lactato.
oxigênio. Embora o acúmulo de lactato não cause
diretamente a fadiga muscular, a
Já o mecanismo de produção de energia
diminuição do pH ao redor das células
anaeróbio lático, também denominado
musculares pode fazê-lo.
glicogenólise, tem uma ação diferente. É
um sistema mais complexo que o da Os metabolismos aeróbios e anaeróbios não
creatina fosfato e consiste na degradação ocorrem separadamente, mas sim se
progressiva do glicogênio armazenado no sobrepõem e trabalham em conjunto para
músculo sem a utilização de oxigênio, de permitir que o indivíduo realize seus
modo a fornecer energia pra que duas objetivos de exercício. O valor da
moléculas de ácido fosfórico se unam a contribuição de cada sistema de produção
outras duas moléculas de ADP (processo contribuição de energia depende
chamado de fosforilação) obtendo novas principalmente da intensidade e, em
moléculas de ATP (Figura 3). Como segundo lugar, da duração do exercício.
resíduos dessa reação temos duas moléculas
de água e outras duas de ácido lático. Exercícios Físicos e
Esse mecanismo é usado para exercícios de Metabolismo
alta intensidade e que duram de 15
segundos até cerca de 2 minutos. Quando a Um organismo em repouso apresenta
produção de ácido láctico atinge um limite respostas fisiológicas muito diferentes do
conhecido como o limiar de lactato, que que as observadas em situação de esforço.
provoca dores musculares, sensação de A ciência já demonstrou que os exercícios
queimação no músculo e fadiga, tornando vão muito além do que gastar calorias. Eles
difícil manter tal intensidade. têm grande influência no metabolismo por
que alteram a produção de
  neurotransmissores e de grande parte dos
hormônios. São necessárias diversas
adaptações fisiológicas para que o
indivíduo seja capaz de suprir a demanda
metabólica dos exercícios físicos. As
adaptações ocorridas são diretamente
relacionadas ao tipo, a duração e à
intensidade da atividade praticada.
Como vimos no início, o metabolismo é
controlado pelo sistema nervoso e pelo
sistema endócrino. Já se sabe que os
Figura 3. Sistema de produção de energia exercícios físicos estimulam o
anaeróbio lático, utiliza o glicogênio funcionamento do sistema endócrino de
muscular para a produção de energia, forma aguda e crônica, aumentando a
gerando como subproduto o ácido lático. secreção de alguns hormônios e inibindo a
de outros (Canali e Kruel, 2001). Veremos
Como essa forma de metabolismo é a seguir como os exercícios físicos podem
limitada o indivíduo deve dar tempo ao seu alterar a produção hormonal, e assim,
corpo para se recuperar entre os períodos de modificar nosso metabolismo.
treino ou reduzir sua intensidade. Assim, o
sistema aeróbio assuma o fornecimento de Leptina
energia. A maior deficiência do
metabolismo durante o exercício
Antes da descoberta da leptina, em 1994, o os tecidos, com exceção do cérebro.
tecido gorduroso era considerado apenas Funcionando inicialmente reabastecendo as
um excesso de massa corporal. Após essa reservas de glicogênio nos músculos e no
data, descobriu-se que a gordura pode atuar fígado.
como uma glândula, produzindo leptina e
Em seguida caso os níveis de glicose
outros hormônios, bem como várias
plasmática estiverem ainda altos, ela, faz a
moléculas infamatórias.
captação da glicose plasmática pelas células
A leptina é um hormônio fundamental na adiposas que as transformam em
regulação do nosso sistema homeostático de triglicérides. Como no exercício, há uma
energia. É liberada pelo tecido adiposo, estimulação de glucagon, com isso a
comunicando ao cérebro a quantidade de estimulação da insulina é diminuída. Isto é,
gordura que temos armazenada e controlar a há uma relação inversamente proporcional
nossa saciedade. Quando os níveis de entre o exercício e a insulina, em outras
leptina estão baixos, ficamos com fome e palavras, quanto maior for a duração do
quando estão altos ficamos satisfeitos. Em exercício menor será a produção de insulina
equilíbrio, a leptina nos ajuda a manter um (Macardle et al., 2003).
peso saudável e nos permite evitar
Adrenalina e Noradrenalina
excessos.
Também chamadas catecolaminas, sua
Alguns autores avaliaram a concentração
produção parece ser bastante alterada pelo
plasmática de leptina após uma única
exercício físico. Esses dois hormônios,
sessão de exercício moderado em obesos e
atuando juntos, tem grande importância no
não identificaram alterações significativas.
combate a obesidade, uma vez que
Parece que o efeito dos exercícios físicos
promovem o aumento do gasto energético
sobre a leptina ocorre a longo prazo, e
total através da maior liberação de glicose e
somente quando os exercícios são capazes
de ácidos graxos na corrente sanguínea,
de mudar a composição corporal do
bem como pelo aumento da taxa metabólica
indivíduo, diminuindo sua massa de
(Wilmore JH e Costill DL, 2001).
gordura, que, consequentemente promoverá
uma menor secreção da leptina pelo tecido As catecolaminas são secretadas de forma
adiposo (Machado W. Et al., 2015). diferenciada durante o exercício. Parece que
intensidades moderadas de exercício (entre
Insulina e Glucagon
50 e 75% do VO2máx) estimulam a
O pâncreas é uma glândula que em sua produção de noradrenalina e intensidades
porção endócrina produz dois hormônios mais altas (acima de 75% do VO2máx)
muito importantes para a regulação da estimulam a adrenalina.
glicose no corpo, a insulina e o glucagon. A
Endorfinas
função do glucagon é aumentar a
concentração de glicose plasmática através As endorfinas são hormônios produzidos na
da glicogenólise e gliconeogênese hepática. glândula hipófise e tem reconhecida ação
analgésica. É comum relacionar a sensação
No princípio do esforço físico seus níveis se
de bem-estar, conforto, melhor estado de
elevam de forma progressiva até os quinze
humor e alegria.
minutos iniciais do exercício em seguida
tende a se estabilizar. Parece haver uma Além do seu efeito analgésico, acredita-se
relação linear entre o glucagon e a duração que as endorfinas controlem também a
do exercício, ou seja, quanto mais durar o reação do corpo à tensão, regulando as
exercício mais glucagon será liberado. algumas funções do sistema nervoso
autônomo como as contrações da parede
Já a insulina tem como principal função
intestinal e determinando o humor.
regular o metabolismo da glicose por todos
Os exercícios aeróbicos de moderada mesma intensidade de exercício já não é
intensidade parecem ser os melhores para a necessária tamanha elevação dos níveis de
estimulação dos níveis plasmáticos de beta- GH.
endorfina. Em se tratando de treinamento
Assim, para continuarmos a promover
resistido, parece que a liberação das
aumentos significativos do GH seria
endorfinas é maior quando o exercício tem.
interessante prescrever exercícios físicos
Já no exercício de resistência, maior
próximos ou até acima do limiar anaeróbio
duração e maiores intervalos de repouso
(em torno de 85% da frequência cardíaca
entre as séries (Macardle et al., 2003).
máxima).
Hormônio do crescimento
Também o treinamento resistido pode ser
O hormônio do crescimento (GH) é benéfico para melhorar a secreção do GH.
produzido pela glândula hipófise e Observou-se maior liberação desse
desempenha um importante papel hormônio com o treinamento de
fisiológico. Ele é fundamental para o musculação envolvendo grande número de
crescimento e o desenvolvimento desde os repetições e maior síntese e liberação de
primeiros anos de vida até o ácido lático (Kraemer, Ratamess, 2005).
envelhecimento.
O aumento da acidose intramuscular pode
Enquanto dormimos pela noite ocorre a estimular a atividade dos nervos simpáticos
maior liberação do GH. Após ser secretado, por meio de reflexo quimioreceptivo
estimula as células do fígado para produzir mediado por quimioereceptores
do IGF-1 ou fator de crescimento intramusculares, aumentando a resposta do
semelhante à insulina tipo 1. GH (Hoffman et al., 2003). Em geral,
protocolos de exercícios resistidos com
O IGF-1 é essencial para a nossa saúde por
maior volume (10 a 12 repetições) e cargas
estimular o crescimento celular, diminuir o
moderadas (≤ 60%) parecem otimizar a
percentual de gordura corporal, aumentar
secreção do GH.
o anabolismo e a definição muscular,
aumentar a síntese proteica, aumentar a Exercício Físico e a Síndrome Metabólica
reparação celular e aumentar a performance
A síndrome metabólica é um conjunto de
cardiovascular.
anormalidades metabólicas e fatores de
O exercício físico é capaz de alterar a risco que aumentam consideravelmente o
secreção do hormônio do crescimento. Em risco de desenvolver diabetes tipo 2 e
geral, observa-se uma elevação na problemas cardiovasculares. Estes incluem
concentração do GH na circulação aumento da glicemia (≥ 5,6 mmol / L),
sanguínea nos primeiros 10 a 15 min de aumento da pressão arterial (≥ 130/85
exercício físico, realizado na intensidade de mmHg), dislipidemia (triglicerídeos no
aproximadamente 30% do VO2máx. sangue ≥ 1,7 mmol / L e redução do
colesterol de alta densidade [HDL-c]) e
Parece que o aumento na produção do GH
obesidade central.
decorrente do exercício físico é maior em
indivíduos sedentários do que em pessoas já A obesidade central reflete o aumento dos
treinadas. A maioria dos trabalhos indica depósitos de gordura em torno dos órgãos
que indivíduos não treinados, submetidos a abdominais (adiposidade visceral) e a
uma sessão de exercício aeróbio, medição da circunferência da cintura pode
apresentam maior liberação do GH que ser utilizada por uma simples ferramenta de
indivíduos treinados (Weltman et al., 2006). triagem para isso, com diferentes limiares
específicos da população e do país
Na medida em que o organismo se
recomendados (entre 85-102 cm para
acostuma ao treinamento físico, aumenta
homens e 80-90 Cm para mulheres). A
sua capacidade adaptativa e, para uma
presença de 3 ou 5 desses fatores de risco exercício. Já o exercício aeróbio consistiu
constitui um diagnóstico de síndrome de 120 min por semana em 75% do
metabólica (Alberti KGMM et al., 2009). consumo máximo de oxigênio (VO2máx); e
o exercício combinado foi a junção dos dois
Felizmente, a síndrome geralmente pode ser
protocolos.
revertida com mudanças de estilo de vida.
A combinação de perda de peso e exercício Após oito meses, os grupos exercício
produz o melhor efeito diminuindo os aeróbio e exercícios combinados
níveis de glicose no sangue, além dos níveis apresentaram redução da massa corporal,
de lipídios e da pressão arterial, que triglicerídeos e circunferência da cintura,
melhoram significativamente com a prática enquanto melhores índices de pressão
regular de exercícios físicos e dieta. arterial foram observados apenas no grupo
que realizou os exercícios combinados.
O risco da síndrome metabólica progredir
Quanto ao grupo treinamento resistido
para o diabetes tipo 2 também reduz em 29-
isolado, não houve modificações
68%, sendo que esta melhoria pode exceder
significativas em nenhum componente da
os benefícios das medicações atuais contra
síndrome metabólica (BATEMAN et al.,
o diabetes (Laaksonen DE et al., 2005).
2011).
Embora a perda de peso permaneça
Cuidados e Restrições
fundamental para o gerenciamento da
síndrome metabólica, o próprio exercício Na ânsia de aumentar o metabolismo e
físico, mesmo sem a perda de peso, também perder peso, muitas pessoas se engajam em
melhora os níveis de glicose e HDL-c e um programa de exercícios físicos com
reduz o risco de diabetes tipo 2 (Franz MJ dietas muito restritivas e as consequências
et al., 2007). negativas disso não demoram a aparecer. O
profissional deve ficar alerta para
Evidências recentes também confirmaram
reconhecer os sinais de uma dieta muito
que a terapia com exercícios reduz a
limitada na fisiologia do seu aluno.
obesidade central, incluindo os níveis de
gordura visceral, com ou sem perda de Dietas muito restritivas podem levar a
peso. Este ponto é importante, uma vez que baixo peso e ciclos menstruais irregulares.
a perda de peso, mesmo com todas as Drásticas oscilações no peso corporal,
terapias atuais, geralmente é modesta e não podem ocasionar desequilíbrios hormonais
é sustentável. Portanto, um foco em importantes, podendo diminuir a produção
exercício físico ao invés de emagrecimento hormonal (estrógenos são dependentes de
pode gerar melhores resultados fisiológicos. gordura). Isto pode afetar a fertilidade e
deixar ossos e articulações sem proteção.
O estudo Studies of a Targeted Risk
Reduction Intervention Through Defined Outra preocupação são os casos de anemia,
Exercise (Estudos de Intervenção de pois uma dieta restritiva significa privação,
Redução de Risco Dirigido através do especialmente de nutrientes essenciais ao
Exercício Definido) comparou os efeitos corpo como vitamina B-12, folatos e ferro.
dos exercícios resistidos, dos exercícios Esses nutrientes são essenciais para a
aeróbios e da combinação de ambos, nos formação de células vermelhas do sangue.
componentes da síndrome metabólica.
Um outro cuidado que o profissional deve
Realizado no ano de 2011, o estudo teve ter é o de respeitar os níveis de
duração de oito meses, sendo que o condicionamento físico do aluno. Um
treinamento resistido isolado foi realizado trabalho preparatório deve ser feito, com
três vezes por semana, com oito exercícios exercícios mais fáceis e básicos, e com
para os principais grupos musculares, três menor intensidade. A partir disso, é
series de oito a doze repetições em cada necessário para preparar o aluno para
futuras cargas de treinamento mais intensas,
minimizando o risco de lesões. Lipídeos
Conclusões
Quilomícrons
Os exercícios físicos são uma importante
ferramenta para o estímulo e o bom Consistem em moléculas grandes de
funcionamento do metabolismo. A secreção lipoproteínas sintetizadas pelas células do
de diversos hormônios é alterada mediante intestino, formado em 85-95% de
a prática de exercícios, o que aumenta a triglicerídeos de origem alimentar
taxa metabólica basal. Com isso, o (exógeno), pequena quantidade de
indivíduo o metabolismo funcionará de colesterol livre, fosfolipídeos e 1-2% de
maneira mais eficaz, gastando mais calorias proteínas. Uma vez que possui muito mais
para viver. A longo prazo, irá ajudar muito lipídeos do que proteínas, os quilomícrons
no controle do peso corporal e combate a são menos densos do que o plasma
obesidade e a síndrome metabólica. sanguíneo, flutuando nesse líquido,
Os exercícios físicos regulares atuam conferindo um aspecto leitoso ao mesmo,
significativamente regulando os níveis de levando a formação de uma camada
glicose no sangue, além de reduzir os casos cremosa quando este é deixado em
de dislipidemias e baixar a pressão arterial repouso.
de pessoas com a síndrome metabólica.
VLDL (very low density lipoprotein)
Contudo, um bom programa de exercícios
deverá ser prescrito levando em conta as São lipoproteínas de grande tamanho,
individualidades do aluno como porém menores do que os quilomícrons,
alimentação e níveis atuais de sintetizadas no fígado. Sua composição
condicionamento físico. compreende 50% de triglicerídeos, 40% de
colesterol e fosfolipídeos e 10% de
proteínas, especialmente a Apo B-100, Apo
C e alguma Apo E.

Este tipo de lipoproteína tem como função


transportar os triglicerídeos endógenos e o
colesterol para os tecidos periféricos, locais
onde serão estocados ou utilizados como
fontes de energia. Igualmente aos
quilomícrons, são capazes de turvar o
plasma.

LDL (low density lipoprotein)

O LDL, que são as lipoproteínas de baixa


densidade, são partículas diminutas que,
mesmo quando em grandes
concentrações, não são capazes de turvar o
plasma. Aproximadamente 25% desta
lipoproteína são composta por proteínas,
em particular a Apo B-100 e pequena
quantidade de Apo C, o resto é composto
por fosfolipídeos e triglicerídeos. O LDL é a
lipoproteínas que mais transporta
colesterol para locais onde ela exerce uma
função fisiológica, como, por exemplo, para
a produção de esteroides. Em sua grande
maioria, são produzidos a partir de
lipoproteínas VLDL.

HDL (high  density lipoprotein)

As lipoproteínas HDL são partículas


pequenas, compostas de 50% por
proteínas (especialmente a Apo A I e II, e
uma pequena parcela de Apo C e Apo E),
20% de colesterol, 30% de triglicerídeos e
vestígios de fosfolipídeos. Esta lipoproteína
se divide em duas subclasses distintas: HDL
2 e HDL 3. Estas subclasses são distintas em
tamanho, composição e densidade,
principalmente no que diz respeito ao tipo
de apoproteínas. Possuem a função de
carrear o colesterol até o fígado
diretamente, ou transferem ésteres de
colesterol para outras lipoproteínas, em
especial as VLDL. A HDL 2 é conhecida pelo
papel protetor na formação
de aterosclerose.

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