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1. Introdução..............................................................................................................................1
1.2. Objectivos do Trabalho.......................................................................................................1
1.2.1. Objectivo geral.............................................................................................................1
1.2.2. Objectivos específicos..................................................................................................1
1.3. Metodologia........................................................................................................................1
1.3.1. Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos técnicos........................................1
1.3.2. Método de pesquisa..........................................................................................................2
1.3.2.1. Método Histórico.......................................................................................................2
2. Educação na era colonial em Moçambique............................................................................3
2.1. Estrutura do ensino indígena...............................................................................................4
3. A Frelimo e a Organização da Educação...............................................................................5
3.1. A Lei n.º4/83 do SNE e a primeira “ onda” da Reforma Educacional................................8
3.1.1. Estrutura do SNE na Lei n.º4/83 de 23 de Março de 1983............................................11
3.2. A Lei n.º6/ 92 e a segunda “ondaˮ da Reforma Educacional............................................13
3.3. A terceira “ondaˮ da Reforma Educacional (2003-2007).................................................14
4. O Estado e a Escola: Instituições Político-Educadoras........................................................17
5. Conclusão.............................................................................................................................19
6. Referências Bibliográficas...................................................................................................20
1. Introdução
Educar é, antes de tudo, organizar a experiencia dos indivíduos na vida quotidiana,
desenvolver lhes a personalidade e garantir lhes a sobrevivência. A organização dos sistemas
de ensino esteve vinculada aos processos históricos de colonização e de formação dos
Estados nacionais. Cada sistema de ensino obedeceu a todos os processos políticos, sociais e
as relações de produção criadas pelos aparatos coloniais e de novos estados. Cada sistema de
ensino é o reflexo dos processos organizados pelo aparato colonial dos quais as sociedades
africanas passaram e foram herdados pelos novos estados.
1.3. Metodologia
A metodologia é um instrumento de diretrizes que orientam a investigação científica, ou seja,
um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e
resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de uma maneira sistemática Gil
(1999).
Nos dizeres de Marconi e Lakatos (2003), “é aquela que é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” A mesma nos permitiu
fazer a revisão da literatura para a prossecução do trabalho que nos fora confiado.
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b) Pesquisa documental
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2. Educação na era colonial em Moçambique
A história de educação em Moçambique pode ser descrita em três momentos: educação
tradicional, educação colonial, e educação pós independência.
A educação tradicional é uma educação não sistematizada, ministrada nos ritos de iniciação,
que acontece uma vez por ano no verão. Ela é organizada pelos anciãos ou anciãs, na
educação tradicional transmitem se os costumes e os saberes que permitem aos jovens
ministrar suas vidas na comunidade.
Ela ocorre de forma separada entre jovens de género diferentes: meninos e meninas. Os seus
objectivos é tornar os jovens membros activos na sociedade e reconhecidos como pessoas
adultas e responsáveis. Para as meninas os ensinamentos, gravitam-se em torno do respeito e
da obediência às pessoas mais velhas e ao marido, enquanto que para os meninos, alem do
respeito e obediência, os ensinamentos cingem-se às responsabilidades masculinas.
Os meninos aprendem a ser pais e chefes da família e a se imporem sobre a esposa. Este tipo
de educação tem, ainda, grande importância e um grande impacto na vida das pessoas não
escolarizadas, em povoações rurais e isoladas, sem acesso a outras formas de educação, mas
tem, também, muita relevância para sectores urbanos escolarizados.
A par dessa educação, o aparato colonial organizou um tipo de ensino alternativo, paralelo a
educação tradicional, em 1780, seguindo a tendência de informação do nascente sistema
estatal de ensino moderno Europeu. O objectivo de continuação de ensino era formar mão-de-
obra alfabetizada para atender o desenvolvimento das relações coloniais e garantir a posse e o
domínio sobre o território nacional.
Em 1845, o governo português começou a regulamentar o ensino e criou escolas públicas nas
colónias. Este, estabeleceu a estrutura de ensino seguindo o modelo de organização de ensino
ministrado por entidades religiosas. No mesmo ano, o governo dividiu o ensino em indígena e
oficial (como era chamado o ensino destinado aos filhos dos colonos). Os currículos para
esses ensinos eram totalmente diferentes, sendo um destinado para os indígenas, com
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conteúdos centrados no trabalho manual, as competências definidas para esse currículo não
passavam da formação para o trabalho, contrapondo-se ao currículo chamado oficial,
relegando-se para o terceiro plano a formação da cidadania e a socialização dos valores
culturais locais.
O ensino indígena que respondia aos africanos visava reproduzir e perpetuar a exploração do
Homem pelo Homem e a dominação. De facto, como descreve o Ministério da Educação e
Cultura (MEC, 1980:21), o ensino indígena pretendia:
Do outro lado, funcionava o ensino oficial que tinha por objectivo inculcar nos alunos o
conceito de Portugal como pátria-mãe e nação intercontinental. Esse ensino foi assumido
pelas organizações religiosas. Como destacam Berthoud et al (2005:13), toda educação dos
filhos dos portugueses é garantida por padres, alguns professores particulares, escolas
regimentais, entre outros.
Que compreendia três classes, (1°, 2°, 3°). Cada uma delas era feita em dois anos, o 1° ano
elementar o 1° ano principal.
b) O Ensino Profissional
Que funcionava nas escolas de arte e oficio e abrangia alunos maiores de 10 anos de idade;
destinava-se a habilitar profissionalmente em actividades que facilitassem o enquadramento
na comunidade. Os rapazes aprendiam fundamentalmente os ofícios de serralheiros e
ferreiros, de alfaiate, de sapateiro, de carpinteiro e marceneiro, enquanto as meninas
frequentavam cursos de costura e economia doméstica.
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c) O Ensino Normal
O ensino oficial foi organizado e destinado apenas para os filhos dos colonizadores. Mais
tarde o governo realizou reforma das políticas educacionais que culminou com abolição
formal do estatuto de indígena e com a redefinição do ensino passou a designar se por Ensino
de Adaptação. A abolição formal do estatuto de indigenato foi acompanhada pela abolição do
trabalho forçado e das culturas obrigatórias, as quais abriram portas à ascensão dos negros à
categoria de cidadão português.
Ainda para resolver a questão do analfabetismo, o aparato colonial, pelo decreto n.º 45.908/
64, procedeu a revisão curricular do ensino primário elementar. Essa reforma tinha quatro
razoes:
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A Frelimo foi organizando o sistema de educação obedecendo aos padres da modernidade.
Com efeito, um ano depois da sua fundação dois programas ocupavam a agenda política: A
instrução militar e a formação educacional. Conforme afirma Mazula (2008),
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armada, para as tarefas de reconstrução nacional e, em primeiro lugar as da produção
(Gómez, 1999:131).
Como forma de racionalizar as ajudas a Frelimo atribuiu bolsas de estudo a alguns militantes
e organizou escolas, criou o departamento de educação e fundou o instituto moçambicano em
Dar-Es-Salaam. O currículo da Frelimo fundamenta-se nos princípios da educação socialista,
embora, nessa altura, o partido Frelimo não se afirmasse explicitamente como socialista, mas
guiava-se pelos princípios políticos do marxismo-leninismo.
Com a proposta curricular da Frelimo, pode-se concluir que, até 1974, em Moçambique,
existiam três currículos: um organizado pela Frelimo e dois estruturados pelo aparato
colonial. A disciplina da edução, da política visava inculcar nos alunos a ideia de que
Moçambique é fruto da luta de libertação e, por tanto, deixou de ser domínio dos
colonizadores o estado livre dos moçambicanos. Os conteúdos dessa disciplina visavam sobre
a moçambicanidade e a unidade política e articulavam-se com os conteúdos da história e
geografia de Moçambique.
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preservam o potencial cultural. Nesta perspectiva, a educação moçambicana organizada pela
Frelimo teria a sua centralidade na reconstrução histórica e cultural dos próprios
moçambicanos. A Frelimo não só pretendia a ideia de reafricanizaҫaõ dos conteúdos
escolares, mas também assumir o controlo das instituições culturais, sociais e económicas.
Em 1977, durante o III° congresso onde o governo definiu o, Plano Prospectivo Indicativo
(PPI) como política de base das instituições que veio a ser aplicado em 1980. O PPI foi
lançado na perspectiva de um desenvolvimento económico equilibrado para todo o país.
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instrumento jurídico, a Lei n.º4/83 de 23 de Março de 1983 que derivou das linhas gerais do
SNE. A Lei n.º4/83 fundamentava-se nos princípios gerais do socialismo e na formação do
Homem Novo que se traduzia na construção de uma identidade coesa moçambicana.
O SNE definido à luz dos princípios gerais da Constituição da República de 1975 surgiu os
princípios do nacionalismo africano. Pela lei, o SNE embaçava nas experiências de educação
desenvolvido durante a luta de libertação. O SNE expressava a necessidade de formação de
cidadãos moçambicanos, a extensão da educação, o desenvolvimento técnico e científico, a
promoção da Cultura e consolidação da aliança operária-camponesa.
Do ponto de vista prático, a declaração do direito à educação para todos não se efectivou,
pois este princípio não foi acompanhado pela extensão da rede escolar e pela formação de
professores. O Estado decretou a educação como um direito, porém não ampliou esse direito
para todos. O sistema manteve a exclusão na medida em que a Educação não foi obrigatória e
gratuita no sentido verdadeiro do termo. As escolas cobravam elevadas taxas de matrículas
anualmente, facto que foi impossibilitando a escolaridade com condições precárias.
O governo não compreendia as dificuldades que as populações das zonas rurais enfrentavam
para manter as crianças na escola e comprar o material didático. As escolas do Ensino
Secundário localizavam-se em algumas capitais provinciais e as escolas do Ensino Médio
localizavam-se nas Capitais de Nampula, Sofala e Maputo obrigando os alunos das restantes
províncias a deslocarem para esses lugares.
O sistema não supria as necessidades educativas das populações e princípio da educação para
todos como um direito à educação declarado no artigo 1°. Foi usufruído somente pelos alunos
das zonas urbanas e suburbanas cujos pais tinham condições estáveis. Desta forma, a
educação tornou-se mais privilégio para as crianças das famílias economicamente
estabilizadas do que um direito consagrado para todos. Além disso, o SNE excluía também as
culturas e as línguas locais na organização do conhecimento.
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Embora pretendesse re-significar as culturas nacionais moçambicanas, às culturas e as línguas
viram-se excluídas em nome da cultura e das línguas nacionais e da moçambicanidade alçada
no projecto político. O SNE tinha sido concebido como um instrumento de criação e
consolidação de uma cultura única, a cultura do Estado, como uma ferramenta de
transformação, da cidadania e da unidade política que passou por cima dos núcleos étnicos.
A erradicação do analfabetismo;
A introdução da escolaridade obrigatória;
A formação de quadros capazes de suprir as necessidades do desenvolvimento
económico e social da investigação científica, tecnológica e cultural.
No que diz respeito ao princípio básico do SNE. Segundo o artigo 4 da Lei n.º4/83, foi na
formação do Homem novo, um homem livre do obscurantismo, da superstição e da
mentalidade burguesa e colonial, um homem que assume os valores da Sociedade Socialista.
O “Homem novo” significava, para a Frelimo, a moçambicanidade. O homem novo ajusta-se
a nova identidade oposta a velha identidade. A figura do homem novo foi criada com o
objectivo de transformar todos os valores criados pelo colonialismo e de categorizar novos
valores ligados a realidade socialista. O homem novo é definido como seiva da nação e
continuador da revolução moçambicana.
A categoria do Homem novo foi subsumida pela ideologia da Frelimo para reflectir se aos
novos sujeito moçambicanos livres da ideologia colonialista, moçambicanos emergidos da
revolução, capacitado para construir uma nova identidade sócio-política, nascido de um
tempo e de uma realidade revolucionária. Segundo Cabaço, a Frelimo definiu três princípios
fundamentais para a construção da categoria do Homem novo, nomeadamente:
(…) Interiorizar em cada guerrilheiro e militante uma nova práxis (O trabalho manual,
a disciplina militar, o empenho subjectivo por meio de libertação da iniciativa, entre
outros.); proporcionar uma educação formal que lhe conferisse os instrumentos parse
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apropriar da técnica por meio do conhecimento científico (…), evitar que as estruturas
e o pensamento tradicional se reorganizarem no interior da Frelimo.
Cada um desses subsistemas têm características peculiares. Além dos subsistemas, o sistema
de educação foi estruturado em quatro níveis de ensino: Primário, Secundário, Médio e
Superior. O Subsistema de Educação Geral constitui o eixo do SNE, confere a formação
integral e politécnica. Atende as crianças e jovens de 6 à 19 anos de idade.
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apresenta uma continuidade linear com alguns acréscimos de disciplina até a 10° classe e
fragmenta-se, criando opções, na 11° e 12°Classe. A partir de 1999, o Ensino Secundário do
2° Ciclo contemplou, No grupo de letras com Matemática, A disciplina de introdução à
Filosofia que se tornou obrigatória para todo o Ciclo com o novo currículo. O Ensino
Secundário do 2°ciclo dá ao aluno a possibilidade de escolha para o ingresso no ensino
superior.
Ele abrange jovens em idade laboral e adultos com e sem experiência profissional. De acordo
com o art. 28°, este subsistema foi organizado, em termos do processo de ensino-
aprendizagem, em três áreas: a técnica-profissional dirigida aos jovens em idade escolar com
objectivo de prepara-los para o perfil ocupacional no mercado do trabalho; b) formação e
aperfeiçoamento profissional de adultos que envolvem a formação inicial e em exercício;
c)formação técnico-profissional de adultos que assenta na formação de base para o perfil
profissional.
Mas, este subsistema é menos desenvolvido, pois são poucas as escolas de formação técnico-
profissional. O SNE foi introduzido gradualmente, começando na primeira classe. Na sua
introdução, houve problemas de ordem organizacional, material e recursos humanos
preparados. Outro problema ligado ao sistema de educação dizia respeito à exclusão, pois as
oportunidades oferecidas entre os homens e mulheres eram desiguais, ou seja, a maior
população estudantil era representada por homens.
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3.2. A Lei n.º6/ 92 e a segunda “ondaˮ da Reforma Educacional
A segunda onda de reformas educacionais decorreu, em 1992, num momento em que o país
passava pelas transformações sócio-políticas e económicas. A partir de 1983 uma crise
económica e social afectou a esfera política. Para suprir a crise era necessário reestruturar a
política do mercado livre. A abertura ao mercado livre implicava aceitar as organizações
internacionais que desempenharam papel na organização do sector social, como: a educação,
a saúde, o serviço social.
A preocupação de superar a crise era enorme e levou o governo a fazer reformas. Havia um
imperativo de ajustar as políticas educacionais à lógica universal da competição criada pelas
instituições internacionais. Dale (2004:425) destaca que, em regime capitalista universalizado
o desenvolvimento dos sistemas nacionais de educação e as categorias curriculares explicam-
se através de modelos universais de educação, de Estado e de sociedade mais do que factores
nacionais distintivos.
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não reuniam competências básicas de leitura, de comunicação e de cálculo exigidas pelo
mercado local, regional e internacional.
É uma das questões prioritárias e visa à extensão da rede escolar, ao aumento de ingresso e à
educação gratuita. Na verdade, a sociedade moçambicana necessitava de mais escolas
primárias e secundárias que pudessem atender aos seus filhos. Como resposta, o governo
ampliou as Escolas Primárias Completas (EPC), maximizou as oportunidades de acesso à
escolaridade e institucionalizou o ensino gratuito para o Ensino Básico, em 2004 (Basílio,
2006).
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c) Descentralização da Administração Escolar
As escolas enquanto esferas públicas, locais de trabalho compreendidas como uma rede de
conexões dentro das quais se operam construções históricas e sociais deviam ser
descentralizadas para responder as questões locais (Idem.).
1. Os ciclos de aprendizagem;
2. O ensino básico integrado;
3. O currículo local;
4. A distribuição de professores;
5. A promoção semi-automática ou progressão normal;
6. A introdução de línguas moçambicanas;
7. A introdução de língua inglesa;
8. A introdução de ofícios;
9. A introdução de educação moral e cívica.
Os ciclos de aprendizagem constituem uma grande inovação que coloca a diferença com o
subsistema anterior que apresentava sete classes organizadas em dois graus:
O Ensino primário do 1° Grau (EP1) e o Ensino Primário do 2° Grau (EP2). O novo currículo
subdivide o EP1 em dois ciclos de aprendizagem: o 1° ciclo corresponde a 1° e 2° classe e, o
2° ciclo compreende a 3° 4° e 5° classe e, considera EP2 e 3 ciclo que absorve a 6° e 7°
classes.
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4. O Estado e a Escola: Instituições Político-Educadoras
O Estado é uma instituição eminentemente política e a Escola é uma instituição educacional.
O Estado como instituição política é um organismo que trabalha para criar o consentimento
ou a coesão nacional entre os indivíduos. Nesse processo, o Estado cria valores e normas de
convivência social.
Gramsci (2007:284), destaca que o papel do Estado e da Escola é realizar as tarefas político-
educacional baseadas na formação de cidadãos e na transformação da sociedade. Uma das
actividades políticas do Estado é educar para a cultura, para a consciência moral. O Estado
deve ser concebido como educador na medida em que tende precisamente a criar um novo
tipo ou nível da civilização para os cidadãos.
O valor pedagógico do Estado está no facto de que a instrução sistémica tem por finalidade
abranger todos os aspectos da formação humana levando as pessoas a aceitar a disciplina e
criar sentimento de cidadania. Nas actividades políticas e educativas do Estado, a Escola
torna-se uma instituição de formação e educação no sentido positivo. Para que ocorra a
actividade política-pedagógica do Estado e que esta se consolide, a Escola e as outras
instituições, como a família, a igreja, os meios de comunicação incentivam a educação moral
e ética, a educação para o trabalho e para a cidadania.
O Estado busca tais ideias instituições para exercer actividade política-pedagógica e ética.
Entretanto, a primeira instituição específica que exerce as actividades políticas e educativas
do Estado é a Escola, pois ela se dedica à formação de cidadãos, a socialização das políticas
do Estado. É por meio da Escola que o Estado realiza o seu dever cívico de educar os
cidadãos.
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Comparato (2008:101), afirma que a Educação Pública exerce-se por meio de leis, pois
somente as boas leis produzem uma boa educação. Educar para a cidadania pressupõe não
apenas formar bons cidadãos para o respeito às leis, como também formar bons políticos e
legisladores capazes de garantir o exercício livre da cidadania. Diante dos princípios de uma
boa educação, o Estado incentiva relações interpessoais e institucionais.
Com base nas relações que se estabelecem entre os indivíduos e instituições estatais visando
formar cidadãos, o Estado é concebido como um organismo vivo. As relações que o Estado
estabelece com os seus cidadãos são regidas no momento político-educador do Estado que o
Hegel chama de momento ético do Estado. Segundo Comparato (2008:318), usando a
linguagem mais célebre de Hegel, o Estado é a realidade efectiva dai ideia ética, é o racional
em si para si, é realidade efectiva da liberdade concreta.
Como foi dito, educadora do Estado desenvolve se na Escola. A escola torna-se uma das
principais instituições que realiza a actividade educativa do Estado, razão pela qual, há uma
íntima ligação entre a escola e o Estado na formação de cidadãos. A Principal tarefa da
instituição escolar é a formação humana, ética, tecnológica, cultural e política. A escola
educa as pessoas não só para a vida científica, mas também ética e política. Educar para a
cidadania significa preparar homens e desenvolver de forma harmoniosa as qualidades
humanas fazendo com que as pessoas tenham íntima ligação com a sua pátria. Em artigo
citado por Comparato (2008), Rousseau escreve:
A Pátria não pode subsistir sem liberdade, nem a liberdade sem a virtude, nem a
virtude sem os cidadãos, tudo será conseguido, se os cidadãos forem formados, sem
isto, só haverá maus escravos, a começar pelos chefes do Estado. Ora, formar
cidadãos não é questão que se resolva em um dia, e para termos adultos formados, é
preciso começar a instruí-los desde a infância. Educação pública, sob regras prescritas
pelo governo (controle) dos magistrados estabelecidos pelo soberano, é uma das
máximas fundamentais do governo popular ou legítimo.
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5. Conclusão
Após as leituras feitas no contexto da realização do presente trabalho, o grupo concluiu que
os sistemas de educação em África atendiam três objectivos: a redução de analfabetismo, a
socialização do nacionalismo e a reconstrução da identidade nacional. O segundo objectivo
foi muito forte na época das independências africanas, pois as escolas foram organizadas
como espaços de difusão ideológica de nacionalismo. No domínio nacional, a história de
educação em Moçambique é descrita em três momentos: educação tradicional, educação
colonial, e educação pós independência.
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6. Referências Bibliográficas
Gil, A. (1999), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Atlas: São Paulo.
Marconi, M. & Lakatos. E. (2007), Metodologia Científica. 5ª Edição. Atlas S.A.: São
Paulo.
Mazula, (2008),
Gómez, (1999).
Dale, (2004:425)
Cabaço, (2008)
Basílio, (2006).
Comparato, (2008),
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