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Solos no

Brasil
Conheça quais são os tipos de solos
existentes no Brasil.

Ebook Gratuito
O Solo corresponde à massa natural que
compõe a superfície da Terra que suporta
ou é capaz de suportar plantas.

O Brasil possui uma grande diversidade de


solos em sua extensão continental,
decorrente da ampla diversidade de
pedoambientes e de fatores de formação
do solo.
O mapa de solos do Brasil, mostra um amplo
domínio das cores alaranjadas e rosas,
indicando, respectivamente, o amplo
domínio de Latossolos e Argissolos, cerca de
62,5%. Observe também que o emaranhado
de cor é bem maior na região semi-árida,
sugerindo maior complexidade. A seguir são
definidas as 13 classes de solos
reconhecidas no Brasil em nível de ordem
devidamente apresentadas em mapas
esquemáticos, e com suas subdivisões em
subordens.

Figura: Distribuição das classes de solos no Brasil.


LATOSSOLOS
(33,7 %)

Latossolo Vermelho Acriférrico típico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B latossólico
imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície
do solo ou dentro de 300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura.
O incremento de argila do horizonte A para o B é pouco acentuado, de maneira que a
relação textural B/A é, na grande maioria dos casos próximos à unidade, não podendo
ultrapassar 1,5.

Trata-se da classe de solos de maior expressão geográfica do país e com ampla


distribuição ao longo do território nacional (Figura abaixo). Em geral, ocupam área de
topografia aplainada dos chapadões do Brasil Central, de Planaltos do Sul do país, além
de áreas da região Amazônica (terra firme), sob diferentes coberturas vegetais. Ocorrem
também em áreas acidentadas ao longo da costa brasileira, no domínio dos Mares de
Morros Florestados.
São solos profundos, bem drenados com
colorações que variam do amarelo ao
vermelho-escuro. É bom frisar que embora a
intemperização e lixiviação tenham sido
intensas durante a formação dos Latossolos
(processo de latolização ou laterização ou
ferralitização), nem todos os Latossolos são
distróficos ou álicos. Têm sido constatados no
Brasil alguns Latossolos eutróficos em regiões
onde a precipitação é menor que a
evapotranspiração, normalmente relacionados
a rochas mais ricas em nutrientes, sobretudo
basalto e calcário.

Figura: Distribuição da classe dos Latossolos no Brasil..


A mineralogia da fração argila dos Latossolos apresenta proporções variadas de caulinita,
gibbsita e óxidos de ferro como hematita (responsável pela cor vermelha) e goethita (cor
amarela). Quanto mais intemperizado (mais oxidíco) for o Latossolo maior é a tendência de
apresentar estrutura granular fortemente desenvolvida (estrutura “tipo pó de café”). Aqueles
com mineralogia mais caulinítica tendem apresentar estrutura em blocos subangulares fraca ou
quando muito, moderadamente desenvolvida. Parte da subordem dos Latossolos Brunos, mais
especificamente aqueles desenvolvidos de basalto em regiões planálticas no Sul do país,
apresentam mineralogia peculiar, onde a vermiculita com hidroxi entre camadas ocupa
proporção considerável da fração argila, juntamente com a caulinita e goethita.

Grande parte dos Latossolos Vermelhos férricos e perférricos do país (desenvolvidos de basalto
e tufito principalmente) apresentam quantidades consideráveis de magnetita (fração areia) e
maghemita (argila), óxidos de ferro responsáveis pela grande atração ao magneto destes solos.
É, sem dúvida, a classe de solos de maior importância agrícola (agro-silvo-pastoril) do país,
e por uma série de razões:

praticamente sem risco de salinização

01 02
topografia e condições físicas do solo favoráveis
quando irrigados em razão de sua boa
à mecanização (agricultura tecnificada);
drenagem;

boa rede viária para escoamento da

03 solo profundo e sem pedregosidade; 04 produção; áreas próximas, ou relativamente


próximas a centros consumidores e
exportadores, dentre outros fatores.

Como fatores negativos ao seu aproveitamento agrícola destacam-se: baixa fertilidade


natural sendo, em sua maioria, ácida; grande capacidade de adsorção de fosfato, sobretudo
aqueles mais argilosos e oxidícos; alta velocidade de infiltração de água, mormente nos
Latossolos de textura média e mesmo aqueles argilosos mais oxidícos (baixo Ki).

A seguir são definidas resumidamente as 4 subordens de Latossolos reconhecidas no Brasil.


LATOSSOLOS BRUNOS
São solos brunados, com horizonte A húmico, proeminente,
ou com teores de Corg > 10 g/kg até 70 cm ou mais de
profundidade. Além da cor, uma das características
responsáveis pelo reconhecimento destes Latossolos em
nível de subordem é sua alta capacidade de contração com a
perda de umidade, resultando em fendilhamento
pronunciado observados em barrancos expostos ao sol
ainda que por poucos dias (caráter retrátil). Desenvolvem-se
normalmente a partir de basalto, em áreas de topografia
suave em regiões de altitude do RS, SC e PR.
Latossolo Bruno Distrófico Húmico
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
LATOSSOLOS AMARELOS
São Latossolos de coloração amarela, com matiz 7,5 YR ou mais
amarelo (10 YR ou 2,5 Y) na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte Bw, inclusive BA. Com este novo critério de cor, a
classe dos Latossolos Amarelos ficou mais abrangente e passou a
englobar solos anteriormente classificados como Latossolos
Vermelho-Amarelos, de outros ambientes que não aqueles do
domínio das áreas do grupo Barreiras nos platôs litorâneos, ou
sedimentos correlatados na Amazônia. Incluem, atualmente,
solos com caráter coeso (aqueles de tabuleiro) ou não. No
domínio dos cerrados, boa parte dos Latossolos Vermelho
Amarelos de textura média tendendo para arenosa, passaram a
Latossolo Amarelo.
ser enquadrads como Latossolos Amarelos. Fonte: Acervo da Embrapa Solos
LATOSSOLOS VERMELHOS
São Latossolos de coloração vermelha, com matiz 2,5 YR
ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte Bw, inclusive BA.

Observe que Latossolos anteriormente classificados como


Vermelho-Escuros, Roxos e Ferríferos foram agora
englobados como Latossolos Vermelhos em nível de
subordem. Assim um antigo Latossolo Roxo com teor de
Fe2O3 > 18 e < 36 dag/kg é reconhecido a nível de grande
grupo como Latossolo Vermelho distroférrico ou
eutroférrico, conforme apresente Bw com V < 50 % ou V ≥
Latossolo Vermelho Distrófico Nitossólico
50 %, respectivamente. Fonte: Acervo da Embrapa Solos
É pertinente registrar que Latossolos Roxos e Ferríferos com mais de 36 dag/kg de Fe2O3
(desenvolvidos de tufitos e itabiritos na região de Patos de Minas – MG e Quadrilátero
Ferrífero, respectivamente) não estão sendo diferenciados taxonomicamente, mesmo em
nível de subgrupo. Isto tem sido um problema quando se tenta relacionar o nome com o
uso agrícla e, portanto, com a potencialiadade. Ou seja, um Latossolo Vermelho perférrico
desenvolvido de itabirito (com potencial limitado), tem o mesmo nome (Latossolo Vermelho
perférrico) de boa parte dos Latossolos Vermelhos da Região de Patos, por exemplo,
desenvolvidos de tufito e de grande potencialidade agrícola.
LATOSSOLOS
VERMELHO-AMARELOS
São Latossolos de cores vermelho-amareladas e
amarelo avermelhadas que não se enquadram em
nenhuma das outras subordens de latossolos
referidas.
Trata-se da classe que ficou mais restrita, englobando
solos apenas dentro do intervalo de matizes entre 2,5
YR e 7,5 YR. Os solos denominados anteriormente
como Latossolos Variação Una (coloração vermelho-
amarela e com elevados teores de Fe2O3), como
aqueles do platô de São Gotardo e a grande maioria
Latossolo Vermelho-amarelo Ácrico Típico
daqueles da mata atlântica mineira são atualmente Fonte: Acervo da Embrapa Solos
classificados como Latossolos Vermelho-Amarelos.
ARGISSOLOS
(28,8%)

Argissolo Vermelho-amarelo (PVA).


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos constituídos por material mineral caracterizados pela presença do horizonte diagnóstico
B textural de argila de atividade baixa (Tb), distrófico ou eutrófico. Eventualmente, o horizonte Bt
pode ser atividade alta (Ta), neste caso, porém, necessariamente deve apresentar baixa saturação
de bases (V < 50 %) ou caráter alítico (Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo associada a CTCr ≥ 20 cmolc/kg
de argila e valor m ≥ 50 %). O horizonte Bt encontra-se imediatamente abaixo de qualquer tipo de
horizonte superficial, exceto o hístico, sem apresentar, contudo, os requisitos estabelecidos para
serem enquadrados como Luvissolos, Plintossolos, Planossolos e Gleissolos.
Os Argissolos foram anteriormente reconhecidos como Podzólicos e apresentam como
característica mais peculiar, o aumento substancial do teor de argila do horizonte A para o
horizonte B, em quantidade suficiente para caracterizar uma mudança abrupta, ou resultar em
relações texturais (RT) mais elevadas.
Esta relação textural mais elevada dos Argissolos normalmente relaciona-se com uma
descontinuidade marcante do sistema poroso com a profundidade. Assim, são mais porosos no
horizonte A (mais macroporos) que no B (Poros maiores “ocupados” por argila, com redução de
macroporos) o que os tornam muito susceptíveis à erosão mesmo em situação de pequenos
declives.
Os Argissolos ocupam uma grande área do Brasil
(Figura ao lado) nas mais diversas condições de
relevo e cobertura vegetal. Ainda que se
encontrem Argissolos eutróficos (aqueles mais
vermelhos tendem a ser mais eutróficos,
particularmente nas regiões de clima mais seco), a
grande maioria dos solos desta classe tendem a ser
distróficos.
No atual SiBCS são reconhecidas cinco subordens
de Argissolos: Bruno Acinzentados (PBAC),
Acinzentados (PAC), Amarelos (PA), Vermelhos
(PV), Vermelho-Amarelos (PVA), sucintamente
definidos a seguir:

Figura: Distribuição da classe dos Argissolos no Brasil.


ARGISSOLOS AMARELOS
São solos cujo horizonte Bt apresenta matiz 7,5 YR
ou mais amarelo nos primeiros 100 cm do
horizonte Bt, incluindo BA, quando presente.
A exemplo dos Latossolos Amarelos, a subordem
dos Argissolos Amarelos, pelos novos critérios de
cor, ficou mais abrangente e, também inclui solos
coesos e não coesos.

Argissolo Amarelo.
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
ARGISSOLOS VERMELHOS
São solos cujo horizonte Bt apresenta matiz 2,5 YR
ou mais vermelho. O matiz pode chegar também a te
5 YR desde que associado à valores e cromas ≤ 4. É
pertinente frisar que os solos com acentuado
gradiente textural e coloração vermelha só foram
definidos na década de 80 como Podzólicos
Vermelho-Escuros. Assim, muitos solos reconhecidos
no passado como Podzólicos Vermelho-Amarelos
são, no atual SiBCS, classificados como Argissolos
Vermelhos. Ou seja, é também uma classe que
parece ter ampliada sua extensão geográfica.
Argissolo Vermelho Alítico típico
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
ARGISSOLOS
VERMELHOS-AMARELOS

Outros Argissolos de cores vermelho-amareladas e


amarelo-avermelhadas que não se enquadram nas
classes anteriores.

Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
NEOSSOLOS
(13,7%)

Neossolo Quartzarênico Órtico típico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos poucos evoluídos, onde os fatores de
formação não atuaram de forma plena, de
maneira que não aparece nestes solos qualquer
tipo de horizonte B. Assim, as seqüências de
horizontes constatados são: A, R; A, C, R; A, Cr,
R; A, C e, mais raramente O- R ou H-R, desde
que os horizontes O e H tenham espessura
menor do que 20 cm.

Em razão da abrangência desta ordem no SiBCS,


é difícil estabelecer generalizações quanto a
espessura do solum, fertilidade, atividade de
argila, dentre outros fatores. Por este motivo, as
generalizações pertinentes serão feitas nas
subordens, conforme definições a seguir.
Figura: Distribuição da classe dos Neossolos no Brasil.
NEOSSOLOS LITÓLICOS
São solos rasos, em geral com menos de 50 cm de espessura,
com A assente diretamente sobre a rocha (contato lítico ou lítico
fragmentário), ou sobre um horizonte C, ou Cr, ou mesmo sobre
material com 90% (por volume) ou mais de sua massa
constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que
2mm (cascalho, calhaus e matações).

Sua ocorrência mais comum é em áreas de relevo mais


movimentado, onde a erosão hídrica ao longo do tempo de sua
formação foi normalmente mais ativa (taxa de erosão maior que
a taxa de pedogênese. Isso não significa que não ocorram em
locais de topografia plana, como é o caso de algumas áreas do
semi-árido brasileiro. Neossolo Litólico (RL).
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos de fertilidade natural variada e, por serem rasos e pouco intemperizados, sempre
guardam alguma afinidade maior com o material de origem. Assim, se o material de origem
for quimicamente rico a tendência é de o Neossolo Litólico ser eutrófico. Mas isto depende
também do clima. Se o material de origem é pobre quimicamente, a tendência é ser
distrófico.

A pequena espessura destes solos é, talvez, o maior obstáculo ao seu aproveitamento


agrícola (pequena profundidade efetiva). Isto, associado ao relevo mais movimentado em que
ocorrem mais frequentemente, agrava mais ainda a situação. O que não significa que não
sejam utilizados agricolamente, como é o caso das pequenas propriedades agrícolas de
Neossolos Litólicos eutróficos, desenvolvidos de basalto em áreas montanhosas do Sul do
Brasil (colonização europeia).
NEOSSOLOS FLÚVICOS
São solos minerais originados a partir de sedimentos aluviais
(transportados pelos rios), com horizonte A assente sobre
horizonte C constituído de camadas estratificadas sem relação
pedológica entre si. Por isto as sequências de horizontes são
mais estranhas do que aquelas de outros solos.
Por exemplo: A, 2C1, 2C2, 2C3...; ou A, 2C1, 3C2, 4C3,
onde o numeral indica descontinuidade litológica,
corresponde a camadas diferenciadas morfologicamente pela
cor, textura, teor de matéria orgânica etc.

Neossolo Flúvico.
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
Assim, os Neossolos Flúvicos são solos muito heterogêneos química, física, mineralógica e
morfologicamente e, consequentemente, de difícil sistematização taxonômica. Em razão da
diferenciação das camadas que se depositam é, comum apresentarem perfil irregular quanto
ao conteúdo de carbono em profundidade, ao contrário dos outros solos minerais onde este
conteúdo é decrescente.

Apesar de serem solos pouco evoluídos e ocuparem áreas de acúmulo de material (várzeas),
nem sempre são eutróficos. Em alguns casos podem apresentar acúmulo de sais e sódio,
sendo caracterizados, respectivamente como sálicos e sódicos (região semi-árida).
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
São solos minerais som sequência de horizontes do tipo A, C,
de textura areia ou areia franca, no mínimo até a
profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou até
a rocha de origem (contato lítico). A fração areia (grossa e
fina) é composta quase que exclusivamente por quartzo (95 %
ou mais), portanto com baixa, ou praticamente ausente,
proporção de minerais primários intemperizáveis.
Os Neossolos Quartzarênicos eram reconhecidos como
Areias Quartzosas. São, na sua quase totalidade, profundos,
distróficos, com capacidade de retenção de água e CTC
muito baixas e com grande propensão à lixiviação (textura
arenosa) e erosão (estrutura tipo grãos, ou seja, sem
formação de agregados). Estas são, suas principais limitações Neossolo Quartzarênico (RQ)
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
ao uso agrícola.
As características físico-químicas destes solos limitam sobremaneira sua possibilidade de
aproveitamento agrícola de forma mais intensa, mesmo em condição de relevo plano ou
suave ondulado, onde ocorrem com mais frequência. Quando não se encontram sob
vegetação natural (cerrado, floresta, caatinga) são utilizados com pastagem e
reflorestamento. Em áreas de maior precipitação pluviométrica, ou sob irrigação, têm
também sido utilizados na produção de soja, algodão, mandioca etc.

É bom lembrar que apesar de muito arenosos, estes solos podem variar quanto à proporção
areia grossa/areia fina, quanto ao arredondamento dos grãos de quartzo; quanto ao
empacotamento do material terroso etc. Isto tem grande influência sobre o manejo destes
solos. De qualquer forma, para exploração agrícola intensiva, tem que ter cuidado especial
com estes solos. Por isto atualmente tem sido referido, como solos frágeis.
CAMBISSOLOS
(5,3 %)

Cambissolo
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos minerais pouco evoluídos, com sequência de horizonte A, Bi, C, em que o horizonte Bi
tenha no mínimo 10 cm de espessura e textura seja mais fina que franco-arenosa. O horizonte Bi
encontra-se subjacente a praticamente todos os tipos de horizontes superficiais exceto o
horizonte hístico com 40 cm ou mais de espessura, ou horizonte A chernozêmico, quando o Bi
apresentar saturação de bases e argila de atividade alta. Neste último caso, são enquadrados
como Chernossolos.
Pela própria incipiência de desenvolvimento pedogenético e pela diversidade de material de
origem de que se originam, os Cambissolos são muito variáveis quanto à: cor, espessura, textura,
estrutura, fertilidade (predominando distróficos), atividade de argila (quase sempre Tb), relação
silte/argila (podendo ser maior ou menor do que 0,7, dependendo do material de origem).
Os teores de silte, normalmente pensados como mais elevados, também é variável, e
dependente do material de origem. Tendem a ser mais siltosos quando desenvolvidos de
material pelítico, como o siltito, por exemplo. A estrutura do Bi é na grande maioria das vezes
perceptível, variando de fraca e moderada. Os teores de argila variam pouco do horizonte A para
o B, de maneira que praticamente não se tem gradiente textural e, consequentemente nem
cerosidade.
A quantidade de minerais primérios de ateração mais
fácil é variável e dependente do material de origem e
clima. Aqueles da região semi-árida tendem a tem
uma quantidade mais elevada destes minerais.
Aqueles das regiões de topografia mais movimentada,
e clima mais úmido, desenvolvidas de rochas
granitoides e alcalinas, a quantidade destes minerais é
pouco expressiva, chegando em alguns casos ser
cauli-oxídicos.
No atual SiBCS são reconhecidas quatro subordens:
Cambissolos Hísticos (CI), Cambissolos Húmicos
(CH), Cambissolos Flúvicos (CY) e Cambissolos
Háplicos (CX).

Figura: Distribuição da classe dos


Cambissolos no Brasil.
PLANOSSOLOS
(2,4%)

Planossolo
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos minerais, imperfeitamente ou mal drenados (cores acinzentadas ou neutras
indicadoras de redução), com sequência de horizontes do tipo A ou A, E, mais arenosos,
que se assentam sobre o horizonte plânico (mais argiloso), geralmente caracterizando
uma mudança textural abrupta.

Os solos desta classe ocorrem dominantemente em áreas de relevo plano ou plano e


suave ondulado. Principalmente sob clima mais ameno e mais úmido (RS, veja mapa), são
solos verdadeiramente hidromórficos e muito utilizados com arroz inundado.

Em regiões semi-áridas e, mesmo naquelas onde o solo está sujeito apenas a um excesso
de água por período relativamente curto, não chegam a ser propriamente solos
hidromórficos.
Podem ser solódicos, solódicos (nátricos), ou não.
Quando nátricos (outrora chamados de Solonetz
Solodizado), é comum apresentarem estrutura
colunar ou prismática, ou mesmo em blocos
angulares e subangulares grandes. Tamanha é a
dureza desta organização estrutural que praticamente
inviabiliza a penetração de raízes das plantas, a não
ser aquelas adaptadas a estas condições, e favorece
sobremaneira à erosão. Daqui a dificuldade de
aproveitamento, prevalecendo com a vegetação
natural (caatinga hiperxerófila), ou quando muito
utilizados com palma forrageira.

No atual SiBCS são reconhecidas duas subordens:


Planossolos Nátricos (SN) e Planossolos Háplicos (SX).
Figura: Distribuição da classe dos Planossolos no Brasil.
LUVISSOLOS
(2,9%)

Luvissolo Crômico Órtico solódico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos que também apresentam horizonte Bt porém, necessariamente, com argila de
atividade alta e V ≥ 50 %, imediatamente abaixo de horizontes A fraco ou moderado, ou
horizonte E.
Até a publicação do SIBCS em 1999, estes solos só eram reconhecidos na região semi-árida
do Brasil, sob a denominação de Solos Brunos não Cálcicos, às vezes também referendados
popularmente entre os pedólogos como solo vermelho-sertão.
Com a publicação do SiBCS, houve uma abertura de conceito e solos muito diferentes dos
Bruno não Cálcicos, foram também classificados como Luvissolos até, surpreendentemente
no Acre (veja mapa).
São solos de alta fertilidade natural (eutróficos) e foram muito utilizados na produção de
algodão (arbóreo) na região semi-arida. Atualmente, na sua maioria, encontram-se utilizados
na criação de caprinos, ovinos e mesmo bovinos, de forma extensiva no meio da caatinga. A
palma forrageira é, também, muito cultivada nestes solos, em sua maioria em pequenas e
médias lavouras.
No semi-árido, estes solos são muito propensos à
erosão, sobretudo em áreas de relevo suave
ondulado e ondulado, em razão da pouca espessura
e do fraco desenvolvimento estrutural do horizonte
B, além do contraste de textura do A para o B, em
geral abrupta. Além disso a precipitação, ainda que
relativamente pequena (em geral, entre 300 a 700
mm/ano), é concentrada e pega a caatinga ainda
sem folha. A erosão é severa: laminar, levando
parte do horizonte A, quando não todo, não sendo
raro o sulcamento intenso.

No atual SiBCS são reconhecidas duas subordens:


Luvissolos Crômicos (TC) e Luvissolos Háplicos
(TX).
Figura: Distribuição da classe dos Luvissolos no Brasil.
VERTISSOLOS
(0,2%)

Vertissolo
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
Compreende solos minerais pouco evoluídos,
não hidromórficos, mas com restrição de
drenagem, com textura sempre acima de 30 %
de argila, em que todos os perfis analisados no
Brasil até o momento indicam eutrofia
marcante (V muito maior que 50 %).
Apresentam pronunciadas mudanças de volume
com a variação do teor de umidade, com a
manifestação de fendas largas e profundas, na
época da seca, e, ainda, movimentação intensa
da massa do solo, indicada pela presença de
superfícies de fricção ou slikensides.

Figura: Distribuição da classe dos Vertissolos no Brasil.


Apesar da eutrófia, são pouco permeáveis, duros a extremamente duros quando secos e
muito plásticos e muito pegajosos quando molhados, em razão do predomínio de
argilominerais 2:1 expansivos (principalmente montmorilonita), o que acarreta em sérias
limitações ao seu aproveitamento agrícola, ou mesmo com sérios problemas na construção
civil (moradias, estradas etc). Isto não significa que não sejam explorados. Por exemplo com
cana-de-açucar (Recncavo e sertões baiano e sergipano), pastagem e arroz inundado no RS.
A cor é varia desde o cinza/oliváceo ao preto, como no caso alguns “solos negros” da
campanha Gaúcha, passando por tonalidades brunadas, e bruno-avermelhadas
(“achocolatada”), como alguns Vertissolos no município de Souzaa na Paraíba.
A sua expressão geográfica é muito pequena (0,2 %), sendo encontrados de forma mais
expressiva na região semi-árida brasileira, Recôncavo baiano, Campanha Gaúcha e Pantanal
Matogrossense.
Os Vertissolos uma importância histórica muito grande na agricultura brasileira. É um dos
solos chamados massapês, talvez o principal, utilizados na produção de açúcar nos
primórdios de nossa colonização. No atual SiBCS são reconhecidas três subordens:
Vertissolos Hidromórficos (VG), Vertissolos Ebânicos (VE) e Vertissolos Háplicos (VX).
PLINTOSSOLOS
(5,1%)

Plintossolo Pétrico concrecionário


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos restrições de drenagem mais (antigas Lateritas Hidromórficas), ou menos intensas
(antiga Laterita de Terra Firme, mais comum). Esta definição, ainda que pouco usual, indica
que estes solos são formados em condições onde o lençol freático flutuou verticalmente ao
longo do tempo de formação. Ora mais na superfície (condição redutora), ora em
profundidade maior (condição oxidante, períodos secos longos).
Apresentam horizonte plíntico nos 40 cm superficiais ou mais profundo quando subsequente
a horizonte E, ou a horizonte com bastante mosqueado resultante de redução, ou a horizonte
petroplíntico. São bastante diversificados quanto à textura, mineralogia, tipo de horizonte A,
fertilidade etc.
As características comuns são aquelas dadas pelo horizonte plíntico, como o aspecto
variegado, constituído de manchas de colorações bastante distintas, desde o vermelho (locais
com maior acúmulo de ferro, onde ocorre presença de plintita) passando ao amarelo,
acinzentado e pálido. A plintita quando sujeita a climas mais secos (áridos) transforma-se em
petroplintita (nódulos e concreções lateríticas), originando solos antigamente reconhecidos
anteriormente como Solos Concrecionários e atualmente como Plintossolos Pétricos.
Quando ao uso, têm potencial agrícola variável
em função da fertilidade, do grau de drenagem
e da profundidade de ocorrência da
petroplintita quando esta se encontra presente.
Cultiva-se arroz, mas no geral mais comum é
com pastagens. As áreas mais extensas estão na
região Amazônica, Amapá, ilha de Marajó,
Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás e Pantanal
Mato-grossense.

No atual SiBCS são reconhecidas três


subordens: Plintossolos Pétricos (FF),
Plintossolos Argilúvicos (FT) e Plintossolos
Háplicos (FX).

Figura: Distribuição da classe dos Plintossolos no Brasil


ESPODOSSOLOS
(1,7%)

Espodossolo Humilúvico hidromórfico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos minerais, que podem ou não ser
hidromórficos, onde um horizonte B espódico e
precedido de horizonte E álbico, ou de horizonte
A. Quando orevalecem condições de
hidromorfismo, lençol freático elevado, são
denominados de Espodossolos Hidromórficos. A
diferenciação entre horizontes é bastante clara,
sendo que normalmente observa-se um horizonte
A de cor cinza escuro ou claro, às vezes bastante
escuro também, seguido de um horizonte E
esbranquiçado, e posteriormente de um horizonte
B escuro ou negro (resultado do acúmulo de
matéria orgânica - horizonte Bh), este pode ou não
ser seguido de um horizonte amarelo-avermelhado
(indicativo de presença de óxidos de ferro e
Figura: Distribuição da classe dos Espodossolos no Brasil. alumínio – horizonte Bs).
São normalmente de textura arenosa, e em quase sua totalidade álicos ou distróficos,
características que limitam muito o uso agrícola destes solos, sendo que os hidromórficos
ainda apresentam problemas relacionados à drenagem. São usados principalmente com
culturas de subsistência. São encontrados principalmente nos estados de Amazonas e
Roraima, em grandes áreas no Pantanal sul-matogrossense, sendo que pequenas áreas são
observadas na costa leste do Brasil, na Bahia, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Sul.

Acorrem principalmente em áreas arenosas das cabeceiras do rio Negro, na Amazônia, no


Pantanal Matogrossense, onde são bem diferenciados quimicamente dos demais, e nas áreas
litorâneas das restingas.

No atual SiBCS são reconhecidas três subordens: Espodossolos Humilúvicos (EK),


Espodossolos Ferrilúvicos (ES) e Espodossolos Ferri-humilúvicos (ESK).
ORGANOSSOLOS
(0,1%)

Organossolo Háplico
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
Compreende solos de constituição orgânica, localizados em ambientes hidromórficos ou não,
cujos primeiros quarenta centímetros superficiais são constituídos de camadas orgânicas cujo
teor de carbono é maior ou igual a 80 g/kg. Esta condição orgânica faz com que estes solos
apresentem baixíssimos valores de densidade aparente e elevada capacidade de retenção de
água.
Trata-se de solos de pequena expressão geográfica no Brasil, normalmente encontrados nas
posições mais baixas e mal drenadas das várzeas, ou em ambientes de elevadas altitudes e
baixas temperaturas, onde raramente ocupam áreas muito amplas. São muito utilizados com
horticultura, necessitando, para isso, de drenagem em razão da superficialidade do lençol
freático.
É importante destacar que algumas áreas de
solos orgânicos ainda que pequenas, são
constituídas por verdadeiras turfas, muito
profundas ou encontram-se próximas a
cabeceiras de drenagem, como no caso dos
buritizais (veredas) em Minas Gerais. Nestes
casos, o aproveitamento agrícola deve ser
tanto quanto possível evitado, pela sua
importância como manancial de água.

No atual SiBCS são reconhecidas três


subordens: Organossolos Tiomórficos (OJ),
Organossolos Fólicos (OO) e Organossolos
Háplicos (OX).

Figura: Distribuição da classe dos Organossolos no Brasil.


GLEISSOLOS
(4,4%)

Gleissolo
Fonte: Acervo da Embrapa Solos
Caracteriza-se pelo expressivo
hidromorfismo, impingindo cores muito
acinzentadas. O horizonte A mais comum é
o moderado podendo ocorrer o
proeminente ou turfoso o horizonte
diagnóstico apresenta características de
gleização, típicas de locais onde se observa
acúmulo de água (baixadas, várzeas ao
longo dos rios etc.)

Figura: Distribuição da classe dos Gleissolos no Brasil.


São normalmente de argila de atividade baixa e quanto à fertilidade são geralmente
distróficos, ainda que não exclusivamente. Pode apresentar incremento de argila do
horizonte A para o B, sem, no entanto, caracterizar uma mudança textural abrupta.
Trata-se de classe de pequena expressão geográfica podendo ser encontrado em
qualquer baixada permeada por rios e riachos. A utilização é variada e dependente de
drenagem, podendo citar: pastagens; arroz inundado, horticultura etc.

No atual SiBCS são reconhecidas quatro subordens: Gleissolos Tiomórficos (GJ),


Gleissolos Sálicos (GZ), Gleissolos Melânicos (GM) e Gleissolos Háplicos (GX).
CHERNOSSOLOS
(0,3%)

Chernossolo Argilúvico órtico típico


Fonte: Acervo da Embrapa Solos
São solos constituídos por material mineral
caracterizados pela presença do horizonte
diagnóstico A chernozêmico seguido por: horizonte B
incipiente ou B textural, ambos Ta e eutróficos; ou
horizonte cálcico, petrocálcico ou caráter
carbonático coincidindo com horizonte A
chernozêmico e/ou com horizonte C, admitindo-se,
entre os dois, horizonte Bi com espessura < 10 cm;
ou Contato lítico desde que o horizonte A
chernozêmico contenha 150 g kg-1 de solo ou mais
de carbonato de cálcio equivalente.

No atual SiBCS são reconhecidas quatro subordens:


Chernossolos Rêndzicos (MD), Chernossolos
Ebânicos (ME), Chernossolos Argilúvicos (MT) e
Figura: Distribuição da classe dos Chernossolos no Brasil. Chernossolos Háplicos (MX).
Então podemos afimar que o Brasil destaca-se como grande produtor agrícola, fato
proveniente do extenso território e também da fertilidade do solo. Em razão da
dimensão territorial do Brasil, é possível identificar diversos tipos de solo que são
diferenciados segundo a tonalidade, composição e granulação.

Esperamos que esse Ebook tenha te ajudado a conhecer melhor cada tipo de solo
existente em nosso país.
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