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O NOME EMPRESARIAL: UMA CONSTANTE NA

IDENTIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

Guilherme GarridoFerreira
Aluno do 2º ano do Curso de Direito
da UNESP(Franca-SP)

Sumário: Noção 1. Espécies de nome empresarial 2 Proteção do nome


empresarial 3.Exclusividade do nome 4. Anielabiliedade do nome 5.Perda do
nome Empresarial. Bibliografia.

Noção

O nome empresarial consiste no nome que será utilizado pelo empresário individual
ou pelos demais tipos societários para se apresentarem diante de terceiros, por meio do
qual contrairão obrigações e adquirirão direitos.
Em relação ao tema a ser abordado, é preciso esclarecer que o nome
empresarial jamais deve se confundir com o título de estabelecimento (elemento de
identificação do estabelecimento empresarial) ou mesmo com marcas (elemento de
identificação de determinado produto, mercadoria ou serviço). A respeito desta
distinção, o autor Fábio Ulhoa Coelho dispõe que “o nome empresarial não se confunde
com outros elementos de identificação que habitam o comércio e têm, também,
proteção jurídica, assim como a marca e o título de estabelecimento”.

1. Espécies de nome empresarial

São duas as espécies de nome empresarial: a firma ou razão social e a


denominação. A firma ou razão social é composta com base no nome civil do
comerciante individual ou sócios de determinadas sociedades comerciais. O núcleo do
nome será sempre um ou mais nomes civis.
A denominação social é composta com base em expressão lingüística qualquer,
que a doutrina caracteriza como elemento fantasia. A denominação social direciona- se
às sociedades anônimas ou companhias, sendo de caráter opcional da sociedade por
quotas de responsabilidade limitada e da comandita por ações. Para o autor Waldo
Fazzio Júnior, além das espécies acima citadas, há uma outra; a firma individual, que
nada mais é do que o nome usado pelo empresário mercantil individual. Em relação à
essa denominação de firma individual, o autor Carvalho de Mendonça determina:
“ A firma do comerciante singular gira em
círculo mais estreito que o nome civil, pois
designa simplesmente o sujeito que exerce a
profissão mercantil. Existe essa separação
abstrata, embora os dois nomes se apliquem
à mesma individualidade. Se, em sentido
particular, uma é o desenvolvimento da
outra, é, porém, o mesmo homem que vive
ao mesmo tempo a vida civil e a vida
comercial.”

Em relação ao sistema da veracidade adotado no Brasil, o comerciante individual


não pode adotar pseudônimo ou denominação. Tanto o pseudônimo quanto o
hipocorístico ocultam o nome, o que não deve ocorrer neste tipo de firma, visto que o
objetivo é fazer coincidir o nome civil e o nome empresarial a ser estabelecido.

2. Proteção do nome empresarial

O art. 5°, inciso XXIX da Constituição Federal dispõe que


“ a lei assegurará aos autores de inventos
industriais privilégio temporário para sua
utilização bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social
e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do país”.

A proteção do nome empresarial, conforme disposto acima pela Constituição


Federal, veio a ser melhor esclarecido com o decreto n° 1.800/96, regulamentador da
Lei n° 8.934/94 (Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins). Dentre
outros pontos esclarecidos pelo decreto, estão:
. a proteção decorre, automaticamente, do arquivamento, nas Juntas Comerciais,
da declaração de firma mercantil individual, do ato constitutivo da sociedade
mercantil ou de alterações desses atos que impliquem mudança de nome;
. a proteção circunscreve-se à unidade federativa de jurisdição na Junta
Comercial que procedeu ao arquivamento;
. a proteção deverá ser estendida a outras unidades da federação, a
requerimento da empresa interessada, observada instrução normativa do
Departamento Nacional de Registo do Comércio (DNRC);
. expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perderá
a proteção de seu nome empresarial;
. o nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e
identificará, quando assim o exigir a lei, o tipo jurídico da sociedade;
. não poderá haver colidência por identidade ou semelhança do nome
empresarial com outro já protegido;
. havendo indicação de atividades econômicas no nome empresarial, essas
deverão estar contidas no objeto da firma mercantil individual ou sociedade
mercantil;
. ao DNRC, por meio de instruções normativas, compete estabelecer critérios
para verificação da existência de identidade ou semelhança entre nomes
empresariais.
3. Exclusividade do nome
Em relação à exclusividade do nome empresarial, é preciso salientar que a
simples inscrição do empresário na Junta Comercial dá-lhe a respectiva proteção
necessárias às suas atividades.
De acordo com o princípio da novidade deve ser evitada, na inscrição de
empresas, qualquer nome que gere confusão com algum nome já anteriormente
inscrito. Já as marcas devem ser registradas no Instituto Nacional da Propriedade
Industrial.

4. Alienabilidade do nome

Outro quesito de importante ressalva é o da alienação do nome empresarial. O


art. 1.164 do Código Civil de 2002 dispõe que “o nome empresarial não pode ser objeto
de alienação”. O autor Waldo Fazzio Júnior afirma que “em se tratando de firma ou
razão social, a alienação não será possível, se tais nomes são construídos sobre os
patronímicos dos sócios”. Já, em relação á denominação, nada impede que esta seja
transmitida a outrem.

5. Perda do nome empresarial

Em relação à perda do nome empresarial, verifica-se que esta pode ocorrer


mediante a cessação do comércio, liquidação (no caso de sociedade empresária) ou
mediante a transformação societária. Ainda, o Projeto de Lei n° 6.960 dispõe que:
“ a inscrição do nome empresarial será
cancelada, de ofício, após dez anos sem
utilização efetiva, ou a requerimento de
qualquer interessado quando cessar o
exercício da atividade para que foi adotado,
ou quando a sociedade que o inscreveu for
liquidada.”
Dessa forma, é imprescindível identificar os elementos constituintes do nome
empresarial, seja na classificação em espécies (firma e denominação), seja na
proteção jurídica atribuída pelas leis perante terceiros.

BIBLIOGRAFIA

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 9. Ed. São Paulo: Saraiva,
1997.
FAZZIO JUNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Atlas, 2000.
FINKELSTEIN, Maria Eugênia. Direito Empresarial. 2. Ed. São Paulo: Atlas,
2006. (Série leituras jurídicas: provas e concursos; v. 20)
PROENÇA, José Marcelo Martins. Direito Comercial, volume 1. São Paulo:
Saraiva, 2005.

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