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O artigo Análise Da Competitividade Dos Principais Complexos Exportadores Do Agronegócio Gaúcho foi

desenvolvido por Mygre da Silva, Rodrigo da Silva, Bruno Conte, Nadine Lermen, Daniel Coronel e Reisoli
Blender Filho.

Neste trabalho é feita uma análise com o objetivo de determinar a competitividade das exportações
gaúchas, na produção de soja, fumo e carnes, no período de 1999 a 2012. Com a intenção de compreender
os fatores dependentes a competitividade nas exportações para assim realizar a formulação de políticas
econômicas tendo em vista a competitividade e a colocação no mercado internacional. Para a análise foi
utilizado o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas e o Índice de Esforço Exportador.

A teoria das vantagens comparativas é aplicada para o entendimento internacional do comércio


internacional e das forças econômicas atuantes. Ela se baseia na produtividade, através das economias de
escala, diferenciação de um produto e mudanças tecnológicas, principalmente. Com isso, os países se
especializam na produção de diferentes produtos, aqueles que possuem Vantagem Comparativa, em
relação aos demais países.

Foi utilizado o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas, desenvolvido por Balassa, em um artigo
denominado “Trade liberalization and revealed comparative advantage”, no ano de 1965. Este indicador é
utilizado para determinar a eficiência produtiva relativa de um país ou região, de acordo com o seu
desempenho no comércio internacional. Expresso da seguinte forma:
𝑋𝑖𝑗
(𝑋 )
𝑖
𝐼𝑉𝐶𝑅𝑗 =
𝑋𝑤𝑗
( )
𝑋𝑤
Onde temos que:
𝑋𝑖𝑗 = Valor das Exportações Gaúchas i de produto j;

𝑋𝑖 = Valor total das Exportações Gaúchas;


𝑋𝑤𝑗 = Valor total das Exportações Mundiais w do produto j;

𝑋𝑤 = Valor total das Mundiais w.


Este índice demonstra o padrão da pauta de exportação e tendências de especialização de um país. Quando
resulta em um 𝐼𝑉𝐶𝑅𝑗 > 1, isto indica que o país tem vantagem comparativa revelada para as exportações
do produto j. Enquanto que, para um 𝐼𝑉𝐶𝑅𝑗 < 1, indica que o país possui desvantagem comparativa para
exportações do produto j. Este indicador é muito utilizado pela simplicidade e capacidade de acompanhar
o fluxo comercial externo, mas possui algumas limitações para análise.

A fonte de dados utilizados no trabalho para o cálculo do índice, estão indicados na tabela abaixo, são
referentes a produtos de soja, tabaco e carnes bovinas, suínas e de frango, no período em questão.

Dados Fonte
Exportações Gaúchas Sistema de Análise de Informações de Comércio Exterior
Exportações Mundiais de cada
Food Agriculture Organization of the United Nations (FAO)
Commodity

Exportações Mundiais Totais United Nations Commodity Trade Statistics Database


Com o Índice de Vantagens Competitivas Reveladas foi possível determinar o nível de importância dos
produtos analisados (soja, tabaco e carnes) neste período de tempo.

O gráfico acima, apresenta o Índice de Vantagem Comparativa Revelada de soja em grão, carnes bovina,
suína e de frango e fumo do Rio Grande do Sul no período de 1999 a 2011, foi elaborada pelos autores com
o cálculo do IVCR a partir dos dados coletados citados na tabela anterior.

É possível observar que estes produtos possuem vantagem comparativa. Analisando cada produto, temos
os seguintes pontos:

A cultura da soja teve um IVCR relativamente estável, com algumas exceções em decorrência de variações
climáticas, influenciando no volume produzido. Mesmo assim, apresentaram vantagens comparativas
reveladas, sendo considerado um importante setor no estado.

A produção de carne também apresentou um IVCR bem estável, com pequenas variações crescentes
predominantes, mas também passou por períodos de decréscimos devido a crises financeiras dos países
importadores, ainda assim se manteve altamente competitiva e com vantagens comparativas na
exportação.

A cultura do fumo apresentou um IVCR extremamente elevado, e em crescimento, mas apresentou quedas
na exportação devido a crise em um determinado período, que, ainda assim, se manteve como uma cultura
com vantagem comparativa nas exportações. Mas foi observada uma tendência decrescente no período
analisado, devido a questões relacionada a saúde dos consumidores e produtores.

Com isso, os autores concluem que estes principais produtos da pauta exportadora gaúcha, que foram
analisados neste período de 1999 a 2012, apresentaram vantagem comparativa, mesmo com as oscilações
ocorridas por fatores ambientais, crises financeiras e redução do consumo por questões de saúde.

Referência Bibliográfica:

SILVA, M. L.; SILVA, R. A.; CONTE, B. P.; LERMEN, N. G.; CORONEL, D. A.; BLENDER FILHO, R. Análise da
competitividade dos principais complexos exportadores do agronegócio gaúcho. SINERGIA, Rio Grande, V.
20, n. 1, p. 9-18. 2016.

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