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Proteção Contra Incêndios e Explosões

Brasília-DF.
Elaboração

Eduardo Cunha Mesquita

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 6

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
COMPORTAMENTO DO FOGO............................................................................................................ 11

CAPÍTULO 1
DEFINIÇÕES E INCÊNDIOS NO BRASIL .................................................................................... 11

CAPÍTULO 2
ESTUDO DO FOGO................................................................................................................ 14

CAPÍTULO 3
PROPAGAÇÃO DO FOGO, FORMAS DE EXTINÇÃO E CLASSES DE INCÊNDIO........................... 21

CAPÍTULO 4
AGENTES EXTINTORES............................................................................................................. 25

UNIDADE II
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO.......................................................................................................... 29

CAPÍTULO 1
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO – SPCI................................................................. 29

UNIDADE III
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1..................................................................................................................... 34

CAPÍTULO 1
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO........................................................... 34

CAPÍTULO 2
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES................................................................................. 44

CAPÍTULO 3
SISTEMA DE SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA............................................................................ 52

CAPÍTULO 4
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA............................................................................. 59

UNIDADE IV
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2...................................................................................................... 65
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO AUTOMÁTICA..................................................................... 65

CAPÍTULO 2
SISTEMA DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS.................................................................................. 78

CAPÍTULO 3
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA)...................................... 88

CAPÍTULO 4
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE GLP............................................................................................. 105

UNIDADE V
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3.................................................................................................... 114

CAPÍTULO 1
AS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA................................................................................................. 114

CAPÍTULO 2
PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO – PPCI .............................................. 147

PARA (NÃO) FINALIZAR..................................................................................................................... 150

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 151
Apresentação
Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Ainda hoje, quando se fala em incêndios prediais no Brasil, a tendência é que a segurança seja
negligenciada, os riscos sejam subestimados e que a cultura do fatalismo prevaleça, considerando
os incêndios ocorridos como obras do acaso, fatalidades inevitáveis, acontecimentos imprevisíveis.

O maior problema associado ao setor repousa no fato dos grandes incêndios serem raros e, portanto,
os custos associados à sua prevenção serem considerados desproporcionais ao uso efetivo dos
equipamentos instalados. Para que tantas instalações de combate ao fogo se a probabilidade de
ocorrência de fogo na minha edificação é baixa? Para que realizar este investimento em instalações
que, se tudo der certo, não serão nunca utilizadas?

O senso comum faz a maioria da população pensar que um incêndio é algo distante, visto apenas em
telejornais, subestimando, assim os riscos de seu surgimento e suas consequências.

Entretanto, essas premissas estão equivocadas! Guardadas as devidas proporções, é como discutir
se vale a pena fazer o seguro de um automóvel! Você faz o seguro, paga e espera nunca ter que
utilizá-lo! No caso específico dos incêndios, o risco de propagação do incêndio em uma edificação
sem instalações de prevenção e combate é muito maior, o que aumenta exponencialmente as perdas
associadas! Portanto, vale a pena prevenir sim!

É importante ter a consciência de que em todas as edificações de uma cidade, há uma grande
quantidade de materiais inflamáveis e combustíveis, próximos de diversas fontes de ignição. E, só na
hora que o fogo começa é que pode se perceber que há um desconhecimento geral dos procedimentos
a serem adotados, tanto em termos de evacuação do ambiente como de combate ao fogo.

A disciplina de Prevenção e Combate a Incêndios e Explosões, está dividida em cinco unidades.


A unidade I discorre sobre o fogo e as questões associadas à sua prevenção e ao seu combate,
apresentando os conceitos gerais de um sistema de proteção contra incêndios prediais (os incêndios
florestais e em instalações industriais não serão abordados aqui).

A unidade II apresenta o sistema de proteção contra incêndio e detalha as proteções passivas contra
este, as quais podem ser incorporadas em projetos prediais, gerando mais segurança aos ambientes
ao minimizar a probabilidade de propagação do fogo.

A unidade III aborda os sistemas de extintores portáteis, hidrantes, sinalização e iluminação de


emergência.

A unidade IV aborda os sistemas de detecção e alarme, sistemas de chuveiros automáticos, SPDA e


central de GLP.

A unidade V focaliza saídas de emergência e o plano de prevenção contra incêndio e pânico.

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Vale ressaltar que esta disciplina fará uma abordagem geral dos principais aspectos de cada tema
apresentado e que, ao final do curso, os profissionais que tiverem interesse em se tornar projetistas
na área devem procurar aprofundar os conhecimentos adquiridos de forma a melhor desenvolver as
habilidades e competências aqui despertadas.

Objetivos
»» Promover a disseminação da cultura prevencionista quanto à proteção contra
incêndios e explosões.

»» Estudar o comportamento do fogo.

»» Apresentar os sistemas de proteção contra incêndios e explosões.

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10
COMPORTAMENTO UNIDADE I
DO FOGO

CAPÍTULO 1
Definições e incêndios no Brasil

Temos, dentre várias definições, que segurança:

»» É o estado ou condição que se estabelece em um determinado ambiente ou indivíduo,


por meio das medidas adequadas, com vistas à sua preservação e o exercício de suas
atividades.

»» É o Conjunto de ações para minimizar riscos.

Quando utilizamos estas condições dentro de um contexto de incêndios, entramos na segurança


contra incêndios e explosões.

Entretanto, por não termos uma cultura prevencionista e sim uma cultura reativa, em que somente
após acontecer os incidentes é que tomamos as medidas necessárias, podemos retratar a segurança
com as afirmações:

»» Quando tudo vai bem, ninguém lembra que existe ou deveria existir.

»» Quando tudo vai mal, dizem que não existe.

»» Quando demanda algum custo, acha-se que não é preciso que exista.

»» Porém, quando realmente não existe, todos concordam que deveria existir.

Aliados à cultura reativa, ainda temos os sofismas sobre a segurança contra incêndio e explosões:

»» Se incêndios são raros, por que me preocupar?

»» Se meu risco é baixo, por que devo executar tantas instalações?

»» Se nem sei se vou utilizar, será que compensa investir tanto?

Abaixo, relacionamos alguns dos grandes incêndios ocorridos no Brasil. Esperamos que com este
curso, possamos justificar a importância deste assunto a ser estudado, para que fatos semelhantes
não se repitam!

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UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Tragédia do Gran Circus Norte-Americano (RJ)


Em 1961, um ex-funcionário do Circo quis se vingar do chefe após ter sido demitido. Este
ex-funcionário tinha antecedentes criminais e problemas psicológicos. Junto com dois comparsas,
usou gasolina para colocar fogo na lona que, feita de uma composição com parafina, se incendiou
com rapidez e caiu em cima das quase três mil pessoas que assistiam ao espetáculo.

No local, 503 pessoas morreram, 70% das vítimas eram crianças. Mais de mil pessoas ficaram
feridas.

Edifício Joelma (SP)


Em 1974, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado no 12º andar do prédio paulistano
deu início a um incêndio que se espalhou rapidamente pelos móveis de madeira, pisos acarpetados
e forros internos de fibra sintética. Em pouco tempo, as escadas foram tomadas pelo fogo e pela
fumaça, impedindo as pessoas de evacuarem o prédio.

Mais de 180 pessoas morreram no incêndio, o qual reacendeu as discussões sobre segurança e
preparo para prevenção e combate a incêndios.

Vazamento em Cubatão (SP)


Em 1984, centenas de litros de gasolina foram espalhados no mangue próximo a uma favela em
Cubatão por conta de um vazamento. Pouco tempo depois, uma ignição causou o incêndio do
material e matou vários moradores.

Segundo os números oficiais, foram 93 mortes.

Lojas Renner (RS)


Em 1976, um edifício onde funcionava as Lojas Renner em Porto Alegre sofreu um incêndio que
matou 41 pessoas e deixou outras 60 feridas. Muitas vítimas se jogaram do prédio de sete andares,
pois não tinha um terraço apropriado para resgate por helicópteros.

Edifício Andorinha (RJ)


No Rio de Janeiro, um prédio no centro da cidade sofreu um curto-circuito no sistema elétrico que,
em 1986, gerou um incêndio que matou 21 pessoas e feriu mais de 50.

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COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Edifício Grande Avenida (SP)


Localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, o prédio pegou fogo em 14 de fevereiro de 1981, um
sábado de carnaval (o que evitou que houvesse mais vítimas). Todos os andares do edifício foram
destruídos.

Dezessete pessoas morreram e 53 ficaram feridas, incitando novas leis de segurança contra incêndios,
especialmente na região da Avenida Paulista.

Edifício Andraus (SP)


Dois anos antes da tragédia no edifício Joelma, um prédio, também paulistano, já tinha passado por
situação similar. Em 1972, um fogo de causa ainda desconhecida - imagina-se que tenha ocorrido
uma sobrecarga no sistema elétrico - se espalhou pelo prédio no centro de São Paulo e chegou a
causar explosões que fizeram o edifício tremer. O evento foi televisionado ao vivo e a população
se chocou com as cenas de pessoas se atirando do prédio. A maioria dos sobreviventes conseguiu
chegar ao último andar do edifício e aguardou resgate de lá. Foram 16 mortos e 330 feridos.

Creche Uruguaiana (RS)


Em 2000, um curto-circuito em um aquecedor incendiou uma creche em Uruguaiana, no Rio
Grande do Sul. Doze crianças entre 2 e 4 anos morreram e duas funcionárias da escola (inclusive a
diretora) foram presas.

Show no Canecão Mineiro (MG)


Em 2001, um acidente com a queima de fogos no palco gerou um incêndio que matou sete pessoas e
deixou mais de 300 feridos em Belo Horizonte. A casa de show não tinha alvará para funcionamento
e o proprietário, um produtor e dois músicos foram condenados.

Incêndio na Boate Kiss (RS)


Em 2013, o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, chocou o Brasil: são 231
mortes, a maioria por asfixiamento, e dezenas de feridos. A tragédia foi a segunda maior do Brasil
em número de vítimas fatais.

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CAPÍTULO 2
Estudo do fogo

Existem diversas definições para fogo ou combustão. Adotaremos que fogo ou combustão é um
fenômeno físico-químico oriundo de uma reação de oxidação com emissão de luz e calor.

Já o incêndio é o fogo fora de controle, causando danos à vida e ao patrimônio.

Vale ressaltar que, para que exista fogo, são necessários quatro elementos fundamentais: o
combustível, o comburente, o agente ígneo e a reação química em cadeia. Sem a presença dos três
primeiros elementos, simultaneamente, não há fogo, e sem a presença do último elemento o fogo
não se mantém. Este primeiro conjunto de elementos (combustível, comburente e agente ígneo) é
comumente conhecido como “Triângulo do Fogo”. O Triângulo do Fogo é uma forma didática, criada
para melhor ilustrar a reação química da combustão, em que cada ponta do triângulo representa um
elemento participante desta reação.

Elementos essenciais ao fogo

Combustível

Definimos combustível como qualquer matéria capaz de queimar, servindo de campo de propagação
do fogo.

Os materiais combustíveis que são maus condutores de calor, como a madeira, por exemplo,
queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores, como os metais. Esse fato se deve à
acumulação de calor em uma pequena zona, no caso dos materiais maus condutores, a temperatura
local se eleva mais facilmente, já nos bons condutores, o calor é distribuído por todo o material,
fazendo com que a temperatura se eleve mais lentamente.

Os combustíveis podem estar no estado sólido, líquido e gasoso, sendo que a grande maioria precisa
passar para o estado gasoso, para então se combinar ao comburente e gerar uma combustão.
Este fenômeno é denominado pirólise, também conhecida como decomposição térmica, a qual
é o processo de quebra das moléculas que compõem uma substância em outras moléculas ou
átomos em consequência da ação do calor. A maioria dos combustíveis sólidos e líquidos passa
primeiramente para o estado gasoso antes de sua ignição, o que vale dizer que todos estarão na fase
gasosa para sofrer combustão. Os gases combustíveis desprendidos durante a pirólise influenciam
sobremaneira o comportamento da queima, por causa das moléculas e átomos que os compõem
e que reagem com o oxigênio durante toda a queima, permanecendo próximo à substância
decomposta.

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COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Combustíveis sólidos

A maioria dos combustíveis não queima no estado sólido, sendo necessário transformar-se em
vapores, por meio da pirólise, para então reagir com o comburente, ou ainda transformar-se em
líquido para posteriormente em gases, para então queimar. Como exceção podemos citar o enxofre,
os metais alcalinos – potássio, cálcio – a cânfora e a naftalina, que queimam diretamente em sua
forma sólida.

Exemplo de combustíveis sólidos: madeira, papel, tecido, borracha etc.

Combustíveis líquidos

Os combustíveis líquidos chamados de líquidos inflamáveis têm características particulares, como:


(I) não têm forma própria, assumindo a forma do recipiente que os contenha; (II) se derramados,
escorrem e se acumulam nas partes mais baixas; (III) a maioria dos líquidos inflamáveis é mais
leve que a água, ou seja, flutua sobre ela; (IV) os líquidos derivados de petróleo têm pouca
solubilidade em água; (V) na sua grande maioria são voláteis (liberam vapores a temperatura
menores que 20ºC).

Os combustíveis líquidos necessitam sofrer vaporização ou dissolução em pequenas gotas


(atomização) para que se inflamem. É possível observar que, na queima de líquido, a chama ocorre
a certa distância da superfície. Essa regra é válida para os líquidos combustíveis ou inflamáveis,
quando aproximados de uma fonte de calor externa.

Exemplo de combustíveis líquidos: diesel, gasolina, álcool, querosene etc.

Combustíveis gasosos

Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que está
contido. Para que haja a combustão, a mistura com o comburente deve ser ideal, isto é, não pode
conter combustível demasiado (mistura rica) e nem quantidade insuficiente desta (mistura pobre).

São definidos para cada combustível os limites da sua mistura ideal, chamados de limites de
inflamabilidade (que variam para cada substância):

»» Limite inferior de inflamabilidade (LII) – é a concentração mínima de uma mistura


na qual pode ocorrer a combustão.

»» Limite superior de inflamabilidade (LSI) – é a concentração máxima de uma mistura


em que pode haver a combustão.

Exemplo de combustíveis gasosos: GLP. (gás liquefeito de petróleo), acetileno, gás


natural etc.

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UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Comburente

É o elemento que reage com o combustível, participando da reação química da combustão,


possibilitando assim, vida às chamas e intensidade à combustão. O comburente mais comum é
o oxigênio, mas existem outros comburentes não muito comuns como o cloro e o gás flúor, que
servem em determinadas reações químicas.

O oxigênio é encontrado na concentração de, aproximadamente, 21% na atmosfera. É importante


lembrar que o ser humano respira normalmente com esta concentração de O2, mas que, abaixo de
18% a capacidade de troca gasosa nos alvéolos pulmonares já não é tão eficiente e algumas pessoas já
começam a ter dificuldades de raciocínio e de coordenação motora, e que em concentrações abaixo
de 16%, a maioria das pessoas não consegue sobreviver.

A concentração de oxigênio presente no ambiente é o que vai ditar o ritmo da combustão:

»» 21% a 15% - Porcentagem ideal para queima.

»» 15% a 8% - torna-se uma queima lenta.

»» Abaixo de 8% não há combustão.

Fonte de calor ou Agente ígneo

O calor é uma forma de energia que eleva a temperatura gerada da transformação de outra energia,
por meio de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da matéria em
movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.

Fonte de calor, ou agente ígneo é, portanto, o elemento que dá início à reação de combustão,
fornecendo calor para a reação. No quadro 1, podemos observar a temperatura de algumas fontes
de calor. A energia da ativação serve como condição favorável para que haja a reação da combustão,
elevando a temperatura ambiente ou de forma pontual, proporcionando a reação do combustível
com o comburente em uma reação exotérmica. São exemplos de agentes ígneos: chama, centelha,
brasa dentre outros.

Pode-se denominar também o calor como uma forma de energia térmica ou calórica. Essa energia é
transferida sempre de um corpo de maior temperatura para um de menor temperatura, até existir
equilíbrio térmico. Unidades de medida: Caloria (Cal), BTU, Joule (J).

“Temperatura é uma grandeza primitiva, não podendo, por isso, ser definida. Podemos
considerar a Temperatura de um corpo como sendo a medida do grau de agitação de suas
moléculas”. Escalas: Celsius (oC), Kelvin (K) e Fahrenheit (oF).

Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que começa a
desprender. Esses gases se misturam com o oxigênio do ar e em contato com uma chama,
ou até mesmo uma centelha, dá início à queima.

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COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Diante deste fenômeno, é de extrema importância o controle da temperatura em ambientes


com combustíveis, pois cada combustível emana gases numa temperatura específica,
podendo desta forma, em contato com uma simples centelha dar início a um princípio de
incêndio.

O calor gerado em um incêndio irá produzir efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos
fisiológicos nos seres vivos, entre eles:

»» Aumento/diminuição da temperatura - O aumento ou diminuição da temperatura


acontece em função do calor que é uma forma de energia, a qual é transferida de
um corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Este fenômeno se
desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor e
mais lentamente nos corpos considerados maus condutores.

»» Dilatação/Contração térmica - É o fenômeno pelo qual os corpos aumentam ou


diminuem suas dimensões conforme o aumento ou diminuição de temperatura. A
dilatação/contração pode ser linear, quando apenas uma dimensão tem aumentos
consideráveis, superficial, quando duas dimensões têm aumentos consideráveis,
e volumétrica, quando as três dimensões têm aumentos consideráveis.

»» Mudança de Estado - Para que uma substância passe de um estado físico para
outro, é necessário que ela ganhe ou perca calor. Ao aquecermos um corpo sólido,
ele passará a líquido e continuando, passará ao estado gasoso. O inverso acontecerá
se resfriarmos o gás ou vapor.

»» Efeitos fisiológicos do calor - O calor pode causar vários danos aos seres humanos,
como a desidratação, a insolação, a fadiga, as queimaduras e inúmeros problemas no
aparelho respiratório. A exposição de uma pessoa, ao calor, por tempo prolongado,
poderá acarretar na morte desta.

Quadro 1. Estimativa da temperatura de algumas fontes de calor.

Fonte de calor Temperatura 0C


Vela 700 — 1400
A 15 cm da chama da vela 200
Arco elétrico 4000
Chama de álcool 1200 — 1700
Chama de gás 1000 — 1500

Cigarro 300 — 400


Fósforo 800
Lâmpada 170 — 200
Madeira queimando 1000 — 1400
Oxi-acetileno 2000 — 3000
Fonte: Tactical Firefighting, Paul Grimwood

17
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Por fim, podemos afirmar que, em outras palavras, o calor é responsável por:

»» produzir os vapores combustíveis em materiais sólidos e líquidos (pirólise);

»» causar a ignição do material combustível (sólido, líquido ou gasoso); e

»» promover o crescimento e a propagação das chamas, pela manutenção de um ciclo


contínuo de produção de vapor, de combustível e de energia para a ignição desse material.

Dentro do processo de combustão, os materiais combustíveis atingem pontos diferentes de


temperatura à medida que se vão aquecendo, ou seja, à medida que sofrem pirólise. Esses são
conhecidos como pontos de temperatura.

Ponto de fulgor
É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, os quais se
incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), entretanto a chama não se
mantém sem uma fonte externa de calor devido à insuficiência da quantidade de vapores.

Ponto de combustão ou inflamação


É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, os quais se
incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), e mantém-se queimando
mesmo com a retirada do agente ígneo.

Ponto de ignição
É a temperatura, na qual os gases desprendidos do combustível entram em combustão apenas pelo
contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra chama ou centelha (agente ígneo).

Quadro 2. Temperatura de ignição de alguns materiais comuns.

Material Temp. de ignição (°C)


Madeirite (0,635cm) 390
Madeirite resistente ao fogo (1,27cm) 620
Compensado (6,35mm) 298
Placa de fibra isolante térmico 355
Espuma rígida (2,54cm) 435
Espuma flexível (2,54cm) 390
Poliestireno (5,08cm) 630
Policarbonato (1,52mm) 528
Carpete de algodão padrão 465
Placa de gesso comum (1,27mm) 565
Cobertura asfáltica 378
Cobertura de fibra de vidro 445

Fonte: J.G. Quintiere, Principles of Fire Behavior

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COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Para exemplificar os pontos notáveis da combustão, imagine um experimento no qual um pedaço de


madeira é colocado sobre uma chapa metálica que está sendo continuamente aquecida. A madeira
irá se aquecer, a água nela contida (umidade) irá evaporar e, então, ela começará a desprender
vapores inflamáveis, se ficarmos passando um Bico de Bunsen sobre a madeira, no momento em
que ela atingir o seu ponto de fulgor haverá chama. Entretanto, ao se afastar o Bico de Bunsen, a
chama na madeira se extinguirá.

Continuando o experimento (aquecendo a madeira sobre a chapa metálica) esta situação de ignição
e extinção da chama pela aproximação e afastamento do Bico de Bunsen se repetirá até a madeira
atingir o ponto de combustão. Neste momento, a chama se manterá ao se afastar o Bico de Bunsen.

Deve-se apagar a chama e continuar o experimento (aquecendo a madeira) só que agora sem a
aproximação do Bico de Bunsen. Quando a madeira atingir o seu ponto de ignição, ela será tomada
por chamas sem a necessidade de uma fonte de calor externa.

Reação em cadeia

Alguns autores acrescentaram mais um elemento ao triângulo do fogo, a reação química em cadeia,
formando assim o tetraedro do fogo. Após iniciar a combustão, a queima dos combustíveis gera mais
calor liberando mais gases ou vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os responsáveis
pela liberação de toda a energia necessária para a reação em cadeia.

A combustão é uma reação que se processa “em cadeia”, a qual após a partida inicial vai sendo
mantida pelo calor produzido durante o processamento da própria reação. Quando as moléculas de
carbono do combustível reagem com as moléculas de oxigênio, além de calor e outras substâncias,
são produzidos produtos intermediários instáveis, principalmente radicais livres, prontos para se
combinarem com outros elementos. Essa combinação origina novos radicais ou compostos estáveis
que realimentam a combustão e garantem a sua continuidade.

A estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia necessária à transformação da


energia química em calorífica, decompondo as moléculas ainda intactas e, desta vez, provocando a
propagação do fogo numa verdadeira cadeia de reação.

Produtos da combustão

Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transformam em outras substâncias.
Estes produtos finais resultantes da combustão dependerão do tipo do combustível queimado, mas
normalmente são: gases, fuligem, cinzas, vapor d’água, calor e energia luminosa. Dependendo do
combustível, poderemos ter vários outros produtos, inclusive tóxicos ou irritantes.

A fumaça é um dos produtos da combustão, sendo o resultado de uma combustão incompleta,


na qual pequenas partículas sólidas se tornam visíveis. A fumaça varia de cor conforme o tipo de
combustão. A fumaça de cor branca indica que a combustão é mais completa com rápido consumo
do combustível e boa quantidade de comburente. A fumaça de cor negra indica uma combustão
que se desenvolve em altas temperaturas, porém com deficiência de comburente. A fumaça de cor
amarela, roxo ou violeta indica a presença de gases altamente tóxicos.

19
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Na ocorrência de um incêndio, o maior risco à vida humana é a fumaça; esta produzida num
incêndio pode ser irritante, asfixiante, extremamente tóxica, podendo ainda, dificultar a visibilidade,
comprometendo o funcionamento normal do organismo e, em alguns casos, levando à morte em um
espaço curto de tempo. Em um incêndio a grande maioria das vítimas fatais tem como
causa de óbito os problemas provocados pela fumaça.

Os gases são o resultado da modificação química do combustível, associado com o comburente. Os


principais gases gerados na combustão são: (I) o monóxido de carbono (CO) que é um asfixiante
químico, quando interage com a hemoglobina do sangue humano, por ser inodoro, é a principal
causa de mortes em incêndios; (II) o dióxido de carbono (CO2) que é um asfixiante simples, causa a
asfixia pelo deslocamento do oxigênio do ambiente; e (III) o acido cianídrico (HCN), que é venenoso,
pode provocar a morte em baixas concentrações em poucos minutos.

Vale ressaltar que a compartimentação horizontal e vertical dos ambientes de uma edificação, além
de dificultar a propagação do fogo, dificulta também o fluxo de fumaça. A utilização de escadas de
emergências protegidas, à prova de fumaça, de escadas pressurizadas, e o estudo do fluxo de fumaça
nos edifícios ajudam a minimizar os riscos associados.

20
CAPÍTULO 3
Propagação do fogo, formas de
extinção e classes de incêndio

O incêndio se propaga em virtude da transmissão do calor que ele libera para outra parte do
combustível ainda não incendiado, ou até mesmo para outro corpo combustível distante, também
não incendiado. Este processo pode ocorrer sob três formas: (I) condução, (II) convecção e (III)
irradiação.

Na maioria das edificações há abundância de comburente (oxigênio) e de materiais combustíveis


incorporados ao prédio, portanto, o início do fogo depende apenas da elevação de temperatura no
local de forma a gerar uma fonte de calor. Desta forma, o estudo do controle da transmissão de calor
nas edificações é fundamental para projetos de prevenção e combate a incêndios.

Meios de propagação

Condução
A condução é a transferência de calor de um ponto para outro de forma contínua, feita de molécula
a molécula sem que haja transporte da matéria de uma região para outra.

É mais efetiva em materiais bons condutores de calor como os metais, e sua ação é lenta facilitando
o combate.

Figura 1. Propagação por condução

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

21
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Convecção
A convecção é a transferência do calor de uma região para outra pelo transporte de matéria (ar ou
fumaça). Esta transferência se processa em decorrência da diferença de densidade do ar (ar mais
quente sempre sobe), que ocorre com a absorção ou perda de calor.

É o processo mais efetivo em incêndios prediais, pelo qual o calor se propaga pelas galerias internas
ou janelas e, portanto, o fluxo da fumaça deve ser analisado nas edificações para se propor formas
eficazes de minimizar sua influência na propagação de incêndios no prédio.

Figura 2. Propagação por convecção

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

Irradiação
A irradiação é a transferência do calor por meio de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas
caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem transporte
de matéria.

A irradiação passa por corpos transparentes como o vidro e fica bloqueada em corpos opacos
como a parede. É pouco efetiva em pequenos incêndios, mas é crítica em grandes incêndios com a
propagação do calor (e do incêndio) ocorrendo de um prédio para outro sem ligação física.

Figura 3. Propagação por irradiação

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

22
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Formas de extinção
Tomando-se o Triângulo do Fogo como base de análise, o fogo só existirá quando estiverem presentes
os três elementos constituintes nas proporções definidas. Portanto, para se extinguir o fogo basta
desfazer o Triângulo do Fogo, ou seja, deve se retirar uma de suas pontas: (I) combustível, (II)
comburente ou (III) fonte de calor.

A retirada do combustível ou isolamento


A retirada do combustível é também conhecida como isolamento e geralmente é feita pela remoção
dos materiais combustíveis (mobílias, papéis etc.) dos ambientes contíguos ao ambiente em
chamas, para onde o incêndio terá uma tendência de se propagar. Dificilmente se retira materiais
combustíveis do próprio ambiente em chamas pelo risco associado a esta ação.

Retirada do calor ou resfriamento


A retirada do calor (agente ígneo) é também conhecida como resfriamento e, na maioria dos casos, é
realizada pela aspersão de jatos de água no foco do incêndio, reduzindo a temperatura dos materiais
combustíveis para, se possível, que fiquem abaixo do seu ponto de fulgor.

É o método mais utilizado, e a água é o agente mais utilizado em razão ter uma grande capacidade
de absorção de calor.

A retirada do comburente ou abafamento


A retirada do comburente é também conhecida como abafamento e consiste, geralmente, na redução
da concentração de oxigênio no local (como na extinção utilizando gás carbônico) ou na interposição
de uma barreira que impeça o contato entre o combustível e o comburente.

Classes de incêndio
Existem basicamente quatro classes de incêndio:

Classe A:

Fogo em materiais combustíveis sólidos comuns, geralmente de natureza orgânica (como madeira,
papel, tecidos e similares), de fácil combustão que queimam em superfície e profundidade e deixam
resíduos fibrosos (cinzas), em que a extinção é feita principalmente por resfriamento.

Classe B:

Fogo em materiais que queimam apenas em superfície (líquidos inflamáveis, graxas, gases
combustíveis e similares) e não deixam resíduos, o efeito do abafamento é essencial na sua extinção.

23
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

Classe C
Fogo que ocorre em equipamentos energizados. Entretanto desconectados da rede elétrica, podem
se tornar classe A ou B.

Sua extinção deve ser realizada por substâncias que não conduzam eletricidade.

Classe D
Fogo que ocorre em metais pirofóricos ou ligas metálicas (magnésio, titânio, alumínio e potássio)
caracterizados pela queima em altas temperaturas e por necessitarem de agentes extintores especiais
para a sua extinção. A água nesse caso não deve ser utilizada, pois reage com as ligas metálicas
provocando explosões.

24
CAPÍTULO 4
Agentes extintores

Agentes Extintores
Existem vários agentes extintores, que atuam de maneira especifica sobre a combustão, extinguindo
o incêndio por meio de um ou mais métodos de extinção já citados.

Os agentes extintores mais utilizados nos sistemas de combate a incêndios prediais são aqueles que
possuem menor custo aliado a um bom rendimento operacional.

Água

A água é considerada o agente extintor “universal”. Foi durante muito tempo o agente mais utilizado
em função de sua eficiência em absorver uma grande capacidade de calor: Para cada mol de molécula
de água, consegue-se absorver 40 kJ de calor da combustão.

O seu baixo custo e as suas características de emprego, sob diversas formas, possibilitam a sua
aplicação em diversas classes de incêndio. Como agente extintor, a água age principalmente por
resfriamento, mas também é utilizada para atuar por abafamento. Vale ressaltar, que a água
apresenta um resultado melhor na extinção quando aplicada sob a forma de jato chuveiro ou
neblinado do que sob a forma de jato pleno, pois absorve calor numa velocidade muito maior,
diminuindo consideravelmente a temperatura do incêndio, consequentemente, extinguindo-o.

Quando se adiciona à água substâncias umectantes na proporção de 1% de Gardinol, Maprofix,


Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficiência no combate a incêndios da Classe A. À
água assim tratada, damos o nome de “água molhada”. A sua maior eficiência advém do fato de o
agente umectante reduzir a sua tensão superficial, fazendo com que ela se espalhe mais e adquira
maior poder de penetrabilidade, alcançando o interior dos corpos em combustão.

O efeito de abafamento é obtido em decorrência da água, quando transformada de líquida para


vapor, tem o seu volume aumentado cerca de 1700 vezes. Este grande volume de vapor, desloca, ao
se formar, igual volume de ar que envolve o fogo em suas proximidades, portanto reduz o volume de
comburente (oxigênio) necessário à manutenção da combustão.

O efeito de emulsificação é obtido por meio de jato chuveiro ou neblinado de alta velocidade. Pode-se
obter, por este método, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de
resfriamento que a água proporcionará na superfície de tais líquidos, impedirá a liberação de seus
vapores inflamáveis.

25
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

A aplicação de vapor, normalmente, é utilizada quando o combate ocorre sobre um


equipamento que já trabalha superaquecido, evitando desta forma choque térmico sobre o
equipamento.

É importante frisar que a água apresenta excelente resultado no combate a incêndios da


Classe A, podendo ser usada também na Classe B com restrições, mas não podendo ser
utilizada na Classe C, pois conduz corrente elétrica, nem na Classe D, pois pode gerar
explosões.

Gás carbônico (CO2)


É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar. Apesar de não ser tóxico é um
asfixiante simples, deslocando o oxigênio do ambiente. O CO2 extingue o fogo por abafamento, não
conduzindo corrente elétrica, nem sujando o ambiente em que é utilizado. Entretanto, ele se dissipa
rapidamente quando aplicado em locais abertos.

O CO2 apresenta melhores resultados no combate a incêndios das Classes B e C. Na extinção de


fogo da Classe A é pouco efetivo, pois extingue a chama na superfície, mas não extingue o fogo em
profundidade, resfriando o combustível e, quando o CO2 se dissipar, ocorre uma reignição.

Pó químico seco (PQS)

O PQS é um grupo de agentes extintores de finíssimas partículas sólidas, que tem como características
não serem tóxicos e não conduzirem corrente elétrica.

O PQS atua por abafamento, pela quebra da reação em cadeia e resfriamento. Os PQS são classificados
conforme a sua correspondência com as classes de incêndios, de acordo as seguintes categorias:

»» Pó ABC – composto à base de momofosfato de amônio, sendo chamado de


polivalente, pois atua nas classes A, B e C.

»» Pó BC – à base de bicarbonato de sódio ou de potássio, indicados para incêndios


classes B e C;

Espuma

A espuma é uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua, constituída por um
aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. Existem dois tipos clássicos de espuma: (I) espuma
química e (II) espuma mecânica.

A espuma química é resultante de uma reação química entre uma solução composta por água,
bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio.

A espuma mecânica é formada por uma mistura de água com uma pequena porcentagem de
concentrado gerador de espuma e entrada forçada de ar. Essa mistura, ao ser submetida a uma
turbulência, produz um grande aumento de volume da solução (de 10 a 100 vezes) formando
a espuma.

26
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I

Como agente extintor, a espuma age principalmente por abafamento, tendo uma ação secundária
de resfriamento, em face da existência da água na sua composição. Existem vários tipos de espuma
que atendem a tipos diferentes de combustíveis em chamas. Alguns tipos especiais podem atender
uma grande variedade de combustíveis.

A Espuma apresenta excelente resultado no combate a incêndios das Classes A e B, não


podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica, e na Classe D, pelo risco
associado de explosão.

Outros agentes extintores


Há, ainda, outros agentes extintores utilizados em sistemas especiais, como o gás halon. Este gás
é um composto químico utilizado em sistemas de supressão de incêndio. Diversos tipos de halon
foram desenvolvidos desde que este produto foi inventado. Muitos eram perigosos ou mortais
para os humanos. Desde o final do século 20, dois tipos de seguros de halon substituíram versões
anteriores. Estes incluem o tipo liquefeito 1211 e tipo de gás halon 1301.

Outro exemplo é o gás FM-200. É tido como “o mais eficiente substituto do Halon 1301”. O FM-200
suprime o fogo em até 10 segundos, impedindo a reação química que nele ocorre.

O Agente Extintor FM-200 é considerado o melhor agente limpo do mundo, porque ao contrário de
outros, ele não deixa nenhum resíduo oleoso, partículas, água ou materiais corrosivos e não causa
danos colaterais a bens de grande valor, produtos eletrônicos frágeis ou qualquer coisa que tenha
que ser protegida, além de não degradar o meio ambiente e, em especial a Camada de ozônio.

Causas de incêndios
Os incêndios em sua maior parte são causados pelo denominado comportamento de risco,
que pode ser definido como um conjunto de atos cometidos pelo ser humano (imprudência,
imperícia ou negligência), os quais desencadeiam a ocorrência de um incêndio. Pode se separar
as causas de incêndios em: (I) naturais e (II) artificiais, sendo estas subdivididas em acidentais
ou propositais.

Considera-se que um incêndio teve causas naturais quando ele é originado em razão dos fenômenos
da natureza, que agem independentemente da vontade humana.

Considera-se que um incêndio teve causas artificiais quando o incêndio irrompe pela ação direta do
homem, ou poderia ser por ele evitado tomando-se as devidas medidas de precaução.

A causa pode ser considerada acidental quando o incêndio é proveniente do descuido do homem,
muito embora ele não tenha intenção de provocar o acidente. Esta é a causa da maioria dos incêndios.
São considerados propositais quando o incêndio tem origem criminosa, ou seja, houve a intenção de
alguém em provocá-lo.

27
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO

As estatísticas periciais comprovam essa afirmação, cerca de 60% dos incêndios são causados
por ação pessoal, seja intencional ou acidental, em segundo lugar vêm os fenômenos elétricos,
responsáveis por 15% das causas. Se considerarmos que os fenômenos elétricos em sua maioria são
causados por instalações improvisadas ou pela sua falta de manutenção, e que estes dois fatores
podem ser enquadrados como responsabilidade humana direta, pode-se chegar a conclusão que
cerca de 70% dos incêndios urbanos são causados por ação pessoal, intencional ou não.

28
PROTEÇÃO CONTRA UNIDADE II
INCÊNDIO

CAPÍTULO 1
Sistema de proteção contra incêndio – SPCI

A definição de segurança contra incêndio ultrapassa o conceito de instalação predial. Não trata
apenas de um projeto de instalação contra incêndio, essa segurança inicia-se no planejamento
urbanístico de uma cidade. O poder público deve atentar a aspectos importantes ao planejar novos
bairros ou mesmo cidades, como:

Localização de Unidades de Bombeiros


Esta previsão faz com que o tempo de resposta do socorro realizado pelo Corpo de Bombeiros seja
pequeno, consequentemente, aumento da probabilidade de que bens sejam preservados e vidas não
sejam ceifadas.

Afastamento de edificações
Como vimos anteriormente, as formas de propagação do calor permitem que incêndios em
edificações sejam propagados.

Acessos às viaturas do CBMDF


As alturas de viadutos e túneis devem ser observadas, bem como locais de grande aglomeração de
veículos, pois prejudicam o acesso das viaturas dos Corpos de Bombeiros, principalmente as de
grande porte.

Hidrantes urbanos1
O planejamento e a instalação destes hidrantes concomitantemente ao crescimento das cidades são
fundamentais para as operações de combate a incêndios pelos Corpos de Bombeiros.

1 O hidrante urbano de incêndio é definido como um aparelho de ferro fundido, instalado na rede pública de água pela
concessionária de água da cidade, com o objetivo de abastecer as viaturas do Corpo de Bombeiros Militares para o combate a
incêndios e outras operações.

29
UNIDADE II │ PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Gabarito da região
A preocupação de elaborar normas de gabarito é importante. Por exemplo, permitir que depósitos
de GLP estejam sendo comercializados próximos a grandes centros proporciona um potencial risco.

Após dado a devida atenção ao planejamento urbanístico, deparamos com a necessidade dos
arquitetos atentarem para o fato de que seus projetos devem ser elaborados com a ótica da segurança
contra incêndio. Apesar de que os parâmetros de dimensionamento de saídas de emergência, reserva
técnica de incêndio e locação de centrais de gás liquefeito de petróleo estão presentes nos projetos
de instalações contra incêndio, é fundamental que seja projetado na arquitetura de acordo com a
legislação estadual contra incêndio.

É sabido que edificações são erguidas em tempo recorde. Para tanto, o documento para início das
obras denomina-se alvará de construção e possui como condição para sua emissão a aprovação da
arquitetura.

O problema é que os profissionais que compõem as áreas técnicas dentro do poder público municipal
ou estadual, por falta de conhecimento, acabam não observando a legislação contra incêndio e
aprovam a arquitetura sem observar os parâmetros de largura de escadas, altura de degrau, dentre
outros, capacidade do reservatório para comportar a reserva técnica de incêndio e a locação da
central de GLP quanto aos parâmetros mínimos de afastamento de edificações e limites do lote.

Uma vez a edificação pronta, com alvará de construção emitido e não observados os parâmetros
citados, teremos um impasse legal, pois se a edificação não estiver em conformidade com a legislação,
a edificação não irá obter o laudo de vistoria para obter a documentação necessária para a carta de
habite-se.

Para sanar este impasse o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, realiza a análise prévia
do projeto de arquitetura nos parâmetros acima mencionados, propiciando a diminuição de óbices
à sua regularização.

Um sistema predial de proteção contra incêndio é um conjunto de instalações que, funcionando


adequadamente, garante a proteção contra incêndio das pessoas e da edificação para a qual foi
projetada.

Os componentes do Sistema predial de Proteção Contra Incêndios têm como principais objetivos:

»» dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;

»» dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do


incêndio (uma vez que ocorreu o princípio de incêndio);

»» facilitar a extinção do incêndio antes da ocorrência da inflamação generalizada no


ambiente de origem do incêndio;

»» dificultar a propagação do incêndio para outros ambientes do edifício (uma vez que
ocorreu a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio);

30
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO │ UNIDADE II

»» facilitar a fuga dos usuários;

»» dificultar a propagação do incêndio para outros edifícios;

»» não sofrer a ruína parcial ou total;

»» facilitar as operações de combate ao incêndio e de resgate de vítimas.

Os tipos de sistemas necessários para que se possa garantir uma proteção mínima para as pessoas
e a edificação dependem basicamente de algumas características da própria edificação, tais como:
(I) tipo de público que a frequenta (população fixa e flutuante, pessoas portadoras de necessidades
especiais); (II) características do material de construção utilizado (madeira, concreto armado,
aço); (III) dimensões (altura, área em planta, número de pavimentos); (IV) tipo de atividade
desenvolvida no local (teatro, cinema, escola, residência); (V) características arquitetônicas
peculiares (dimensões do pé direito, recuo de fachadas, prédios com fachadas de vidro); (VI)
facilidade de acesso ao Corpo de Bombeiros em caso de sinistro; (VII) importância da edificação
e riscos decorrentes da interrupção de suas atividades (centrais de fornecimento de energia,
centrais telefônicas etc.); (VIII) área construída; (IX) além de outras características que devem ser
consideradas para que possamos projetar um sistema de proteção eficiente. Importante ressaltar
que cada estado brasileiro possui autonomia, por meio dos poderes Executivos e Legislativos
estaduais e, óbvio, pelos seus Corpo de Bombeiros Militares, para elaborar, propor e aprovar sua
legislação contra incêndio, devendo os responsáveis técnicos pelos projetos as consultarem para
identificarem quais sistemas são exigidos.

A concepção e o dimensionamento de cada componente deste sistema devem ser feitos de forma
integrada para que eles atinjam a maior eficácia no momento da utilização. O dimensionamento
de sistemas realizado de forma estanque, separado dos demais, pode inclusive gerar problemas
operacionais no seu funcionamento ou durante a ação de evacuação do prédio.

De que adianta um sistema bem projetado e instalado de extintores portáteis de incêndio em


um prédio no qual ninguém sabe utilizá-los? Os extintores terão sido somente um custo para a
implantação do empreendimento, pois terão perdido sua função, que é a extinção de princípios de
incêndio. De que adianta projetar e instalar um sistema de chuveiros automáticos, onde o custo é
muito alto, mas não é manutenido, tornando-o inoperante quando necessário!

Para o correto dimensionamento dos sistemas de proteção contra incêndio no Brasil existe, nessa
área, uma grande diversidade de normas e regulamentações, muitas inclusive conflitantes. Portanto,
o projetista deve seguir as regulamentações locais de cada município/estado da federação e, na
ausência destas, as normas da ABNT.

Nas instalações especiais, em que não existir uma norma nacional relacionada ao tema (somente
neste caso!) pode-se adotar uma norma estrangeira, como (I) a NFC (National Fire Code) da NFPA
(National Fire Protection Association, dos Estados Unidos da América) (II) a BS (Inglaterra) e (III)
a JIS (Japão) ou quaisquer outras, desde que aceita pelo Corpo de Bombeiros.

31
UNIDADE II │ PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Medidas de proteção
Uma forma de se estudar as medidas de proteção contra incêndio é dividindo-as em duas categorias:
as medidas de proteção passivas e as medidas de proteção ativas.

As medidas de proteção passiva são aquelas que estão incorporadas ao prédio e que reagem
passivamente ao desenvolvimento do incêndio, dificultando seu crescimento e a sua propagação.
Outro objetivo destas medidas de proteção passivas nas edificações é garantir a estabilidade da
edificação e facilitar a fuga dos usuários e as ações de combate. Alguns exemplos de medidas de
proteção passivas são: (I) o controle da quantidade de material combustível presente no ambiente,
(II) a compartimentação horizontal, na tentativa de isolamento dos ambientes contíguos em um
mesmo pavimento, (III) a compartimentação vertical na tentativa de isolamento dos ambientes
contíguos em diferentes pavimentos, (IV) as características frente ao fogo (pontos de combustão) dos
materiais de construção incorporados no prédio e, também, das mobílias, (V) o dimensionamento
adequado de rotas de fuga, saídas de emergência e acesso para combate, (VI) o distanciamento seguro
entre edifícios (VII) o controle de fumaça, (VIII) sistemas de detecção e alarme, (IX) sistemas de
iluminação e (X) sistemas de sinalização de emergência. Também podem ser consideradas medidas
de proteção passivas o dimensionamento e instalação de Sistemas de Proteção Contra Descargas
Atmosféricas – SPDA e das Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo – GLP.

As medidas de proteção ativas são aquelas acionadas somente na ocorrência do incêndio em


resposta a estímulos provocados pelo fogo. Alguns exemplos de medidas de proteção ativas são
o dimensionamento de: (I) sistemas de extintores de incêndio, (II) sistemas de hidrantes, (III)
sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), (IV) sistemas especiais de extinção por meio de
sistema fixo de espuma, gás carbônico, pós-especiais para extinção de incêndios, água nebulizada e
gases especiais (FM 200, Inergen, halon e outros). As medidas de proteção ativas devem compor o
projeto de instalações prediais, e devem ser consideradas na execução do projeto arquitetônico, já
que interferem na distribuição de espaços, na fachada e na circulação horizontal e vertical.

Elaboração dos projetos


Os critérios para a elaboração dos projetos serão detalhados nas próximas unidades. Entretanto,
pode se definir algumas regras básicas para a elaboração de um projeto de proteção contra incêndio
que, se obedecidas, podem reduzir consideravelmente o risco de erros no projeto e minimizam os
custos:

»» Conhecimento na prática do funcionamento dos sistemas.

»» Pesquisas bibliográficas sobre os sistemas a serem projetados.

»» Levantamento das normas técnicas vigentes e análise destas.

»» Levantamento das legislações existentes no local onde vai ser executado o projeto.

32
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO │ UNIDADE II

»» Contato com os fabricantes para atualização em relação aos equipamentos existentes


no mercado e novos lançamentos.

»» Consulta ao Corpo de Bombeiros local para uma análise do anteprojeto e devidas


adequações. E

»» Análise final dos sistemas projetados para averiguar a eficiência do conjunto.

Nos próximas Unidades estaremos abordando alguns dos principais sistemas que compõem as
proteções passiva e ativa, devendo os que não forem abordados, serem alvo de estudo posterior
pelos usuários deste manual.

33
SISTEMAS DE UNIDADE III
PROTEÇÃO – PARTE 1

CAPÍTULO 1
Sistema de proteção por extintores de
incêndio

Figura 4. Extintores

Figura disponível em: <http://arkextintores.blogspot.com.br/>. Acessado em: 01 fev. 2013.

Conceituação
O dimensionamento de extintores de incêndio em edificações justifica-se pela necessidade de
combater o incêndio em seu início e pelo fato de que a grande maioria dos incêndios tem origem a
partir de pequenos focos.

Desta forma, se faz necessário dispor destes equipamentos de combate a incêndios para que os
usuários do edifício possam utilizá-los ainda na fase inicial. Seu correto manuseio pode ser
plenamente eficiente após um treinamento básico.

É importante ressaltar que os procedimentos para seu uso não devem consumir um tempo
significativo, para que sua utilização não se inviabilize em função do crescimento do incêndio.

34
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Definições

Área protegida

Área medida em metros quadrados de piso, protegida por uma unidade extintora, em função do
risco.

Agente extintor

Substância utilizada para a extinção de fogo.

Carga

Quantidade de agente extintor contida em um extintor de incêndio, medida em massa (kg) ou


volume (l).

Capacidade extintora

Medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio prático normalizado.

Distância máxima a ser percorrida: Distância em metros, a ser percorrida por um operador,
do ponto de fixação do extintor ao ponto mais distante da área protegida por este.

Extintor de incêndio

Aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o agente extintor


destinado a combater princípios de incêndio.

Extintor portátil

Extintor que possui massa total (carga, recipiente e acessórios) de no máximo de 25 (vinte e
cinco) Kg.

Extintor sobre rodas

Extintor montado sobre rodas que possua massa total (carga, recipiente e acessórios) acima de 25
(vinte e cinco)Kg.

Sinalização

Marcação de piso, parede, coluna e/ou teto destinada a indicar a presença de um


extintor.

35
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Unidade extintora

Extintor que atenda a capacidade extintora mínima prevista na NBR 12693, em função do risco e da
natureza do fogo.

Classificação dos extintores


Como vimos na Unidade I, o fogo ou a combustão dos materiais corresponde a uma reação
de oxirredução exotérmica, acompanhada de chamas ou incandescência, que se desenvolve
independentemente da causa que a provocou, em que o agente oxidante é o oxigênio do ar ou o
O2 liberado, progressivamente, por decomposição química da própria substância que sofre a
combustão.

Os quatro componentes da combustão são: oxigênio, combustível, calor e reação em cadeia. A ausência
de quaisquer destes quatro elementos, a combustão não poderá se desenvolver, consequentemente,
sua extinção. Em razão disto, definimos os quatro princípios de extinção do fogo:

»» Abafamento – substituindo o oxigênio por gás inerte ou impedindo o acesso do


oxigênio.

»» Resfriamento – resfriando o combustível de modo a inibir a liberação de vapor e


gases inflamáveis.

»» Isolamento – removendo ou diluindo o combustível.

»» Quebra de reação – inibindo a reação em cadeia.

De acordo com o método de expulsão do agente extintor (ver no quadro 3.), os aparelhos podem ser
classificados como:

»» De autogeração: quando a pressão necessária à expulsão do agente é provida pela


reação química do próprio agente extintor.

»» De autoexpulsão: quando o agente extintor é mantido no recipiente do extintor na


forma de gás liquefeito.

»» De pressurização direta: quando o agente extintor é mantido sob pressão, no


recipiente, com uso de nitrogênio, gás carbônico ou ar comprimido, que se constitui
em agente propelente.

»» De pressurização indireta: quando o agente propelente é mantido em uma ampola


separada e só ingressa no recipiente no qual está o agente extintor para o combate
ao fogo.

36
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Quadro 3. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, princípio de extinção e sistema
de expulsão

Princípio de extinção Sistema de expulsão


Auto Auto Pressurização Pressurização
geração expulsão indireta direta
Água Resfriamento X X
Espuma química Abafamento X
Resfriamento
Espuma mecânica Abafamento X X
Resfriamento
Pó químico B/C Reação química X X
Pó químico A/B/C Reação química, X X
abafamento para fogo
classe A
Pó químico D Reação química X
Abafamento
Resfriamento
CO2 Abafamento X X
Resfriamento

Fonte: NBR 12693

Classificação dos fogos


A natureza do fogo, em função do material combustível, está compreendida numa das quatro classes:

Fogo classe A – fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeira, tecidos,
papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas que queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos.

Fogo classe B – fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e
graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície.

Fogo classe C – fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas.

Fogo classe D – fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio,
potássio e lítio.

Seleção do agente extintor


Após visto os tipos de agentes extintores e as classes de fogo, podemos relacioná-los conforme o
quadro seguinte:

37
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Quadro 4. Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo

Classe de fogo Agente extintor


Água Espuma química* Espuma mecânica CO2 Pó B/C Pó A/B/C

A (A) (A) (A) (NR) (NR) (A)


B (P) (A) (A) (A) (A) (A)
C (P) (P) (P) (A) (A) (A)
D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o agente extintor.

Nota:
(A) Adequado à classe de fogo.

(NR) Não recomendado à classe de fogo.

(P) Proibido à classe de fogo.

Fonte: NBR 12693

O quadro abaixo classifica os extintores segundo o agente extintor, carga nominal e capacidade
extintora equivalente:

Quadro 5. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, carga nominal e capacidade extintora
equivalente:

Extintor portátil Extintor sobre rodas


Agente extintor Carga Capacidade extintora Carga Capacidade
equiv. extintora equiv.
Água 10 L 2A 75 L 10A
150 L 20A

Espuma química 10 L 2A:2B 75 L 6 A / 10 B


20 L 2A:5B 150 L 10 A / 20 B

Espuma mecânica 9L 2A:20B

CO2 4 Kg 2B 10 Kg 5B
6Kg 2B 25 Kg 10B
30 Kg 10B
50 Kg 10B

PQS 1 Kg 2B

(bicarbonato de sódio) 2 Kg 2B
4 Kg 10B 20 Kg 20B
6 Kg 10B 50 Kg 30B
8 Kg 10B
12 Kg 20B 100 Kg 40B

Hidrocarbonetos 1 Kg 2B
halogenados 2 Kg 5B
2,5 Kg 10B
4 Kg 10B
Fonte: NBR 12693

38
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Condições de projeto
Segundo a NBR 12693/1993 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio - da ABNT, os
extintores de incêndio são divididos em duas categorias:

»» Tipo 1 - Sistema de extintores portáteis.

»» Tipo 2 - Sistema de extintores sobre rodas.

No mínimo 50% do número total de unidades extintoras exigidas para cada risco deve ser constituído
por extintores portáteis.

Quando utilizados extintores sobre rodas deve-se observar:

»» Não se admite a possibilidade de um extintor sobre rodas proteger locais situados


em pavimentos diferentes.

»» Só são admitidos extintores sobre rodas nos cálculos das unidades extintoras, quando
estes tiverem livre acesso a qualquer parte da área protegida, sem impedimentos de
portas, soleiras, degraus no piso, materiais e equipamentos.

Recomenda-se o uso de sistemas de proteção do tipo 2 de instalação para as seguintes atividades:

»» Instalações de produção e manipulação, armazenamento e distribuição de derivados


de petróleo e/ou solventes polares.

»» Riscos de classe C, como motores elétricos, transformadores refrigerados a óleo e


acessórios elétricos.

Os extintores podem, a critério do projetista, ser locados interna ou externamente à área de risco a
proteger.

Para a instalação dos extintores portáteis devem ser observadas as seguintes exigências:

»» Quando forem fixados em paredes ou colunas, os suportes devem resistir a três


vezes a massa total do extintor.

»» A posição da alça de manuseio não deve exceder 1,60m do piso acabado.

»» A parte inferior deve guardar distância de no mínimo 0,20m do piso acabado.

»» Os extintores não devem ficar em contato direto com o piso.

»» Haja a menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso.

»» Seja visível, para que todas as pessoas fiquem familiarizadas com a sua localização.

»» Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial.

39
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

»» Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou qualquer outro


material.

»» Esteja junto ao acesso dos riscos.

»» Sua remoção não seja dificultada por suporte, base ou abrigo.

»» Não fique instalado em escadas.

»» Nos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que não haja processos de
trabalho, a não serem operações de carga e descarga, é permitida a colocação dos
extintores em grupos e próximos às portas de entrada e/ou saída.

Critérios para dimensionamento


O sistema de proteção por extintores deve ser dimensionado considerando-se:

»» Classe ocupacional de risco.

»» Área de proteção.

»» Distância máxima a ser percorrida.

»» Natureza do fogo a ser extinto.

»» Agente extintor a ser utilizado.

»» Capacidade extintora.

Para fogo classe A


A capacidade extintora mínima dos extintores de incêndio e as distâncias máximas a percorrer, para
as classes de riscos isolados, são previstas no quadro 6.

A capacidade extintora mínima é a de um só extintor ou a soma das capacidades extintoras de vários


extintores, respeitando-se o mínimo estabelecido no quadro 4, por tipo de risco.

Os requisitos de proteção podem ser satisfeitos com extintores de capacidade maior, contanto que a
distância a percorrer não seja superior a 20m.

Quadro 6. Determinação da unidade extintora, área e distância a percorrer para fogo classe A

Risco pequeno Risco médio Risco grande


Unidade extintora 2A 2A 2A
Área máxima protegida pela capacidade extintora de 1A 270 m2 135 m2 90 m2
Área máxima protegida por extintor 800 m2 800 m2 800 m2
Distância máxima a percorrer até o extintor 20m 20m 20m
Fonte: NBR 12693

40
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

A área que pode ser protegida por um extintor, para determinada classe A, é apresentada no
quadro 7.

Quadro 7. Área máxima a ser protegida por extintor em m2

Extintores de classe A Risco pequeno Risco médio Risco grande


2A 540 270 -
3A 800 405 -
4A 800 540 360
6A 800 800 540
10A 800 800 800
20A 800 800 800
30A 800 800 800
40A 800 800 800
Fonte: NBR 12693

Para fogo classe B


Os riscos de incêndio classe B dividem-se em duas categorias:

líquidos com profundidade até 6mm


O fogo envolve líquidos inflamáveis em profundidade não apreciável, tais como derramamento
de combustíveis em superfícies abertas, vapores liberados de recipientes ou tubulação e fogo se
alastrando, originado de recipiente quebrado.

»» A unidade extintora mínima dos extintores e as distâncias máximas a percorrer são


as previstas no quadro 8.

»» Extintores com capacidade extintora inferior às designadas para risco pequeno


podem ser utilizados, mas não devem ser considerados para atender aos requisitos
do quadro 8.

Quadro 8. Determinação da unidade extintora e distância a percorrer para fogo classe B

Tipo de risco Unidade extintora Distância máxima a percorrer (m)


Pequeno 10B 10
20B 15

Médio 20B 10
40B 15

Grande 40B 10

80B 15
Fonte: NBR 12693

41
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Líquidos inflamáveis com profundidade


superior a 6mm

Esta categoria envolve fogo em líquidos inflamáveis em profundidades apreciáveis, considerados


como riscos pontuais, tais como tanques com superfícies abertas geralmente encontrados em
indústrias e oficinas.

»» Para esta categoria, deve ser considerada a proporção de 20B para cada metro
quadrado de superfície de líquido inflamável.

»» A distância máxima a percorrer não deve exceder a 15m.

»» Extintores de espuma mecânica podem ser considerados na proporção de 10B de


capacidade extintora para cada metro quadrado de área de risco pontual.

»» As unidades extintoras devem ser correspondentes a um só extintor, não podendo


fazer combinações de dois ou mais extintores, a exceção dos extintores de espuma
mecânica.

»» Mesmo que determinado risco de incêndio classe B esteja protegido por sistemas
fixos de extinção, é desejável que existam extintores portáteis disponíveis, pois um
tanque queimado pode resultar em derramamento de líquido em chamas fora do
alcance dos equipamentos fixos, um incêndio pode começar primeiramente, nas
adjacências do tanque.

Para fogo classe C

Os extintores necessários à classe C devem utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade,
para proteger os operadores em situações nas quais são encontrados equipamentos energizados.

Os extintores para fogo classe C devem ser selecionados segundo:

»» As dimensões do equipamento elétrico.

»» A configuração do equipamento, particularmente a carcaça.

»» O efetivo alcance do fluxo do agente extintor.

»» A soma dos materiais que resultem em fogos de classe A e/ou B.

Quando a energia de um equipamento elétrico estiver desligada, o fogo a ser extinto adquire as
características de classe A e/ou B.

42
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Para fogo classe D


A determinação do tipo e quantidade de agente extintor deve ser baseada no material combustível
específico, sua configuração, área a ser protegida e nas recomendações do fabricante do agente
extintor.

A distância máxima a ser percorrida para a classe D é de 20m.

Condições gerais

Aspectos a serem observados para instalação do sistema:

»» Quando houver diversificação de risco numa mesma edificação, os extintores serão


distribuídos de modo a se adequarem à natureza do risco existente dentro da área
protegida.

»» Quando a edificação possuir riscos especiais tais como: casas de caldeiras, casas
de força elétrica, casas de bomba, queimadores, casas de máquinas, central de
GLP, galerias de transmissão; e similares, estes devem ser protegidos por unidades
extintoras extras, independentemente da proteção geral da edificação.

»» Para utilização de extintores sobre rodas, os ambientes a serem protegidos por estes
deverão estar no mesmo nível e livres de barreiras como portas estreitas, degraus e
soleiras ou qualquer outra que dificulte ou impeça seu acesso.

Para o dimensionamento do sistema de extintores é necessário identificar a classificação de risco


da edificação. Para tanto, deverá ser consultado a legislação contra incêndio de cada estado da
federação.

43
CAPÍTULO 2
Sistema de proteção por hidrantes

Conceituação
Os sistemas de hidrantes são medidas de proteção contra incêndio, acionados manualmente
e instalados nos edifícios para serem utilizados pelas equipes dos Corpos de Bombeiros e pelos
próprios ocupantes em situações de emergência.

São destinados a princípios de incêndio e dimensionados para descarregar uma quantidade de água
sobre pressão adequada ao risco que visam proteger os bens materiais contidos na área em que
estão instalados e as vidas humanas, uma vez que, controlam o incêndio em seu estágio inicial,
evitando que se desenvolva e comprometa a segurança dos ocupantes de todo edifício.

São indispensáveis mesmo nos locais equipados com sistemas automáticos de extinção de incêndio,
como por exemplo: sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), pois servirão como meios
auxiliares ou complementares na extinção de incêndios. Sua exigência nas edificações estará contida
nas legislações contra incêndio dos estados.

Figura 5. Propagação por condução

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

44
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Definições

Abrigo

Local destinado ao acondicionamento da mangueira de incêndio e do requinte para que eles fiquem
protegidos contra intempéries e danos mecânicos e em condições de serem utilizados.

Bomba de pressurização

Equipamento destinado a fornecer ao sistema de hidrantes de parede a pressão necessária para o


combate ao incêndio.

Hidrante de parede

Dispositivo pertencente à própria edificação, com características específicas descritas em norma,


que permite o fácil engate de uma mangueira de incêndio, fornecendo água para realização de um
combate a incêndio.

Hidrante de recalque

Dispositivo localizado externamente à edificação e que tem por finalidade permitir a pressurização
do sistema de hidrantes.

Linha de mangueira

Conjunto de lances de mangueiras devidamente unido por engate do tipo storz.

Lance de mangueira

Comprimento de uma mangueira de incêndio sem interrupção.

Mangueira de incêndio

Mangueiras destinadas a combater incêndios que obedecem às especificações prescritas na NBR


11861.

Manômetro

Aparelho destinado a medir a pressão estática.

Pressostato

Aparelho destinado ao acionamento automático das bombas de pressurização por intermédio da


calibragem da pressão.

45
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Registro de gaveta

Conexão destinada ao fechamento do fluxo de água aos hidrantes de parede.

Registro globo

Conexão que compõe o hidrante de parede e o hidrante de recalque e, cuja finalidade é prover
as mangueiras de incêndio de água e admitir o recalque das viaturas dos Corpos de Bombeiros
respectivamente.

Reserva técnica de incêndio (RTI)

Volume de água destinado exclusivamente à utilização em caso de incêndio.

Esguicho

Dispositivo colocado na extremidade da mangueira de incêndio que tem por função esguichar água
para o combate a incêndio.

Tanque de pressão

Aparelho destinado a manter a rede de hidrantes sempre pressurizada.

Válvula de fluxo

Aparelho destinado ao acionamento automático das bombas de pressurização por intermédio da


detecção do fluxo de água.

Válvula de retenção

Conexão destinada a reter o fluxo de água.

Reservatórios

O manancial de abastecimento do sistema de proteção por hidrante deverá ser de preferência


o reservatório superior da edificação, construído em concreto armado, a fim de que em caso da
inoperância das bombas de pressurização, a edificação terá pelo menos água por gravidade.

O reservatório inferior da edificação poderá ser utilizado como manancial do sistema, desde que as
bombas estejam abaixo do nível do reservatório ou possuam bombas autoescorvantes.

A reserva técnica de incêndio deverá obedecer ao volume mínimo de água estabelecido nas legislações
contra incêndio.

46
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Quando utilizado para abastecimento do sistema de proteção por hidrantes de parede o mesmo
reservatório destinado ao consumo normal da edificação, a reserva técnica de incêndio deverá ser
assegurada mediante diferença de nível entre a saída da canalização de incêndio, que sairá pelo
fundo do reservatório, e a canalização de distribuição geral (água fria), que sairá obrigatoriamente
pela lateral do reservatório.

Pressurização
Cada legislação estadual exige uma pressão mínima no requinte e vazões conforme o risco ou
classificação. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por exemplo, exige uma pressão
mínima no requinte de 10 mca (1Kgf/cm2) e a máxima de 40 mca (4Kgf/cm2). Estas informações
são necessárias para o cálculo hidráulico, e consequentemente, o dimensionamento das bombas de
pressurização.

Importante ressaltar que o uso de bombas de pressurização não é obrigatório, entretanto, o não
uso delas faz necessário que os reservatórios estejam a uma altura suficiente a fim de compensar
as perdas nas tubulações, mangueiras, esguichos e ainda fornecer a pressão vazões mínimas no
requinte.

No caso de reservatórios elevados e uso de bombas de incêndio, deve ser feita derivação (by-pass)
na rede hidráulica de incêndio de modo a garantir o funcionamento do sistema de hidrantes por
gravidade também.

As bombas de pressurização da rede deverão possuir acionamento automático com o intuito de


manter a pressão constante e permanente na rede. Deverão também possuir sistema de acionamento
manual. A automação deve, no caso de falha ou sobrecarga da bomba principal, acionar a bomba
reserva. Em alguns estados é utilizado botoeiras próximas aos hidrantes como acionamento das
bombas.

Figura 6. Propagação por condução

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

47
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

As bombas elétricas terão instalação independente da rede elétrica geral, de forma a assegurar que
elas não serão desenergizadas no caso de desligamento da energia da edificação.

Figura 7. Esquema de ligação das bombas independente do consumo predial

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5

Bomba Jockey
A pressão da rede, necessária à automação, pode ser mantida por uma bomba auxiliar de
pressurização, denominada bomba Jockey, esta bomba liga e desliga automaticamente para
recuperar a pressão da rede quando houver pequenas quedas de pressão nela devido a vazamentos
ou variações atmosféricas, evitando o funcionamento da bomba principal. As bombas Jockeys têm
pequena vazão e pressão acima do normal de trabalho da rede. Logo na abertura de um hidrante
ela não conseguirá repor a pressão devido a sua pequena vazão, e a pressão continuará caindo até
o ponto previsto para o funcionamento da bomba de incêndio. Para comandar a automação da
partida das bombas e paragem da Jockey, utilizam-se pressostatos regulados a pressões diferentes,
inclusive para a bomba diesel que deve ser regulada para a faixa mais baixa quando configurar falta
de energia que não acionou a bomba elétrica. A obrigatoriedade de sua instalação irá depender da
legislação pertinente.

Canalização
As canalizações, conexões e registros utilizados no sistema de hidrantes devem ser de ferro fundido,
ferro galvanizado, aço galvanizado ou cobre, resistentes às pressões internas e esforços.

Quando se tratar de mais de um reservatório superior, abastecendo o sistema de hidrantes, estes


serão interligados por um barrilete de diâmetro mínimo superior ao da canalização.

As conexões, os registros, as válvulas ou qualquer outro componente do sistema deverão possuir


resistência igual ou superior à exigida para a canalização.

48
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Instalação dos hidrantes de parede


Os registros dos hidrantes serão do tipo globo, com adaptador para junta storz de 38mm ou 63mm,
em que serão estabelecidas as linhas de mangueira . Deverá haver uma redução para 38 mm quando
forem utilizadas mangueiras deste diâmetro.

Em regra geral, os hidrantes serão instalados obedecendo aos seguintes critérios:

»» Deverão proteger todos os pontos de risco.

»» Em locais estratégicos de modo a evitar que, em caso de incêndio, fiquem bloqueados


pelo fogo, preferencialmente próximos a entradas e escadas, guardando-se uma
distância tal que não dificultem a utilização destas quando do instante da evacuação
da edificação.

»» Quando situados em garagens não podem ser locados de forma que seu acesso fique
dificultado por algum veículo estacionado.

»» Deve haver, no mínimo, um hidrante por pavimento.

Abrigos
As dimensões deverão ser suficientes para acomodar o registro, o esguicho e a(s) mangueira(s).

Cada abrigo disporá no mínimo dos seguintes equipamentos: mangueira de incêndio e um esguicho
de jato sólido ou regulável.

Figura 8. Abrigos de hidrantes

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5 .

49
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Mangueiras
As linhas de mangueira terão comprimento máximo de 30m, divididas em lances de 15 ou 20m.

As mangueiras serão flexíveis, de fibra de nylon, dotadas de junta storz nas duas extremidades,
revestidas internamente de borracha, capazes de suportar a pressão mínima de teste de acordo com
NBR 11861 - Mangueiras de Incêndio.

As mangueiras deverão estar acondicionadas no interior dos abrigos, de tal forma que possibilite a
sua fácil utilização em caso de incêndio.

Esguichos
Os esguichos são acoplados nas mangueiras de incêndio por meio de conexões Storz, sendo
responsáveis por regular e direcionar o fluxo de água em ações envolvendo o combate a incêndio.
Por serem indispensáveis para a aplicação do agente extintor, precisam possuir características de
resistência a danos como choques mecânicos, e resistirem ao menos às mesmas pressões estáticas e
dinâmicas que suportam as mangueiras.

Os principais esguichos dimensionados para as edificações são:

Esguicho agulheta (jato sólido)

Este esguicho proporciona um jato compacto, não permitindo um controle direto da quantidade
de água lançada.

O risco presente ao se utilizar esse esguicho para apagar o fogo é o de inundar o ambiente, uma vez
que não há controle sobre o volume de água.

Figura.9 Esguicho agulheta

Figura disponível em: <http://www.arcecil.com.br/extra.php?cod=173>. Acessado em: 8 fev. 2013.

Esguicho regulável

O esguicho regulável tem sido adotado com maior frequência. Esse modelo é extremamente
eficaz, uma vez que proporciona desde o jato sólido (compacto) até o neblina em diferentes graus.
Alguns modelos contam com manopla para fechamento e abertura rápida da passagem de água,
proporcionando uma aplicação mais duradoura, de forma contínua.

50
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

Figura.10 regulável

Figura disponível em:<http://www.ultrasegs.com.br/equipamentos-hidraulicos-esguicho-%20regulavel-1-12-ou-2-12.html>.


Acessado em: 8 fev. 2013.

Hidrante de recalque
O hidrante de recalque tem o objetivo de permitir a pressurização da rede de hidrantes por viaturas
de combate à incêndios, externamente à edificação. Será localizado junto à via de acesso de viaturas
do Corpo de Bombeiros Militar.

Sua localização deve estar na fachada principal ou fachadas da edificação, a fim de facilitar a
operação.

O hidrante de recalque, terá um registro do tipo globo, com no mínimo 50mm de diâmetro, dotado
de rosca macho e adaptador storz de 63mm.

Possuirá também uma válvula de retenção que só possibilite o fluxo de água para o interior da
edificação.

Outros parâmetros, como dimensões da caixa de alvenaria, cores etc., deverão ser consultados à
legislação específica.

Figura 11. Hidrante de Recalque

Fonte: Manual básico de combate à incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

51
CAPÍTULO 3
Sistema de sinalização de emergência

Conceituação
Um problema muito comum nas edificações é a ausência de informações visuais, as quais informem
aos usuários os riscos presentes, alertando e/ou proibindo, ao mesmo tempo em que identifiquem
os equipamentos de combate a incêndio e detecção e, ainda, quais caminhos devem ser percorridos
até uma área segura.

Estas informações devem estar contidas em uma sinalização obtida por meio de cores e formas,
acrescida de uma mensagem específica de segurança.

Classificação da sinalização
A sinalização de segurança contra incêndio e pânico é classificada pela NBR 13435 em sinalização
básica e complementar.

Sinalização básica
A sinalização básica é constituída por cinco categorias, de acordo com a sua função, descritas a
seguir:

a. Sinalização de proibição: proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio.

b. Sinalização de alerta: alertar para áreas e materiais com potencial de risco.

c. Sinalização de comando: requerer ações que garantam condições adequadas para a


utilização das rotas de saída.

d. Sinalização de orientação e salvamento: indicar as rotas de saída e ações necessárias


para o seu acesso.

e. Sinalização de equipamentos de combate e alarme: indicar a localização e os tipos


de equipamentos de combate a incêndios disponíveis.

Sinalização complementar
A sinalização complementar é a composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregada
nas seguintes situações:

52
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

a. Indicação continuada das rotas de saída.

b. Indicação de obstáculos, como pilares, arestas de paredes etc.

c. Indicação de pisos, telhados, rodapés e corrimãos de escadas.

d. Indicação da silhueta de equipamentos de combate a incêndio.

e. Mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização básica, onde for


necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo.

Implantação da sinalização
As sinalizações de segurança contra incêndio e pânico devem ser implantadas em razão de
características específicas de uso e dos riscos, bem como em função de necessidades básicas para a
garantia da segurança contra incêndio na edificação.

Sinalização de proibição (P)


a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, distribuída
em mais de um ponto dentro da área de risco, de modo que pelo menos uma delas
possa ser claramente visível de qualquer posição dentro da área, distanciadas entre
si em no máximo 15 m.

Sinalização de alerta (A)


a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, próxima
ao risco isolado ou distribuída ao longo da área de risco generalizado, distanciada
entre si no máximo 15 m.

Sinalização de comando (C)


a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, distribuída
ao longo da área que exige manutenção do nível de segurança preestabelecido,
distanciada entre si em no máximo 15 m.

Sinalização de orientação e salvamento (S)


a. A sinalização de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças
de direção, obstáculos, saídas, escadas etc., e ser instalada segundo sua função, a
saber:

53
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

I. Sinalização de portas de emergência deve ser localizada imediatamente acima das


portas, no máximo a 10 cm da verga.

II. A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo que a
distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de
no máximo 7,5 m. Adicionalmente, esta também deve ser instalada, de forma que
na direção de saída de qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte,
distanciados entre si em no máximo 15 m. A sinalização de orientação deve ser
instalada de modo que a sua base esteja no mínimo a 1,80 m do piso acabado.

b. A identificação de cada pavimento no interior da caixa de escada de emergência e


nas antecâmaras deve estar a uma altura de 1,80 m do piso acabado. No primeiro
caso, a identificação deve estar junto à parede, sobre o patamar de acesso a cada
pavimento, e no segundo caso, deve estar sobre uma das paredes da antecâmara,
adjacente às portas.

c. A identificação do pavimento de descarga no interior da caixa de escada de


emergência deve indicar inclusive a direção de saída para o exterior.

d. Todos os pavimentos que se localizam abaixo ou acima do pavimento de descarga


devem ter uma sinalização com seta, indicando a direção da saída até o pavimento
de descarga. A sinalização deve estar localizada no patamar intermediário da escada,
a uma altura de 1,80 m do piso acabado deste.

e. A abertura das portas de escada e antecâmara não deve obstruir a visualização de


qualquer sinalização.

Sinalização de equipamentos de combate a


incêndio (E)
A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve estar imediatamente acima dele, com
afastamento mínimo de 10 cm e máximo de 1,0 m e com dimensões de acordo com as distâncias de
visualização. Caso a visualização direta do equipamento não seja possível, a sua localização deve ser
indicada, adicionalmente, a partir do ponto de boa visibilidade mais próximo. Esta sinalização deve
incluir um quadro de boa visibilidade mais próximo. Devendo incluir também um quadro com o
símbolo do equipamento em questão e uma seta indicativa.

Sinalização complementar

A sinalização de indicação continuada das rotas de saída deve estar a uma altura constante entre
0,25 m e 0,50 m do piso acabado à base da sinalização, podendo ser aplicada, alternadamente, à
parede direita e esquerda da rota de saída.. A sinalização continuada das rotas de saída deve utilizar
faixas ou outros símbolos que identifiquem continuidade e devem ser na cor branFca ou amarela;

54
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

A sinalização de indicação de obstáculos deve ser implantada a partir do piso acabado até 1,00 m no
mínimo, por meio de faixas amarelas com listras pretas inclinadas a 45°. A cor de segurança deve
ocupar no mínimo 50% da área das faixas.

A sinalização de indicação de pisos, espelhos, rodapés e corrimãos de escadas deve ser colocada
sobre eles, por meio de faixas.

A sinalização de indicação da silhueta de equipamentos de combate deve ser colocada na parede de


fundo do equipamento, com largura livre ao seu redor de 15 cm.

Quando os equipamentos de combate a incêndio estiverem localizados em pilares, a sinalização


deve ser estabelecida em todas as faces do pilar.

As faixas utilizadas na sinalização complementar devem ser brancas ou amarelas, podendo sua
largura variar de 2,5 cm a 10,0 cm.

Formas, dimensões e cores

Dimensões básicas
a. Deve ser observada a relação:

A > L2 / 2000

Em que: A = área da placa, em mm2

L = distância do observador à placa, em m.

Esta relação é válida para L < 50 m.

b. No caso de emprego de letras, elas devem ser grafadas obedecendo à relação:

h> L / 125

Em que: h = altura da letra, em m.

L = distância do observador à placa, em m.

c. Qualquer sentença deve apresentar a letra inicial em caixa alta e as demais em caixa
baixa, a menos de palavras únicas de sinalização, que podem se apresentar toda em
caixa alta do tipo Arial.

Formas
a. Circular: Utilizada para implantar símbolos de proibição e ação de comando.

b. Triangular: Utilizada para implantar símbolos de alerta.

55
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

c. Quadrada e Retangular: Utilizada para implantar símbolos de orientação, socorro,


emergência e identificação de equipamentos utilizados no combate a incêndio.

Cores
As cores de segurança e cores de contraste devem seguir os padrões estabelecidos no Anexo A da
NBR 13434.

A cor de segurança deve cobrir no mínimo 50% da área do símbolo, exceto no símbolo de proibição,
no qual este valor deve ser de no mínimo 35%.

I. Vermelha: Utilizada para símbolos de proibição, emergência e identificação de


equipamentos de combate a incêndio.

II. Verde: Utilizada para símbolos de orientação e socorro.

III. Amarela: Utilizada para símbolos de alerta e sinais de perigo.

IV. Azul: Utilizada para símbolos de ação de comando.

Condições específicas
As formas geométricas e as cores de segurança e contraste devem ser utilizadas somente nas
combinações descritas abaixo, a fim de obter cinco tipos básicos de sinalização de segurança.

Sinalização de proibição
A sinalização de proibição deve obedecer a:

a. forma: circular;

b. cor de fundo: branca ou amarela;

c. coroa barrada: vermelha;

d. cor do símbolo: preta;

e. margem: branca ou amarela;

f. proporcionalidades paramétricas.

Sinalização de comando
A sinalização de comando deve obedecer a:

a. forma: circular;

b. cor de fundo: azul;

56
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

c. cor do símbolo: branca ou amarela;

d. margem: branca ou amarela;

e. proporcionalidades paramétricas.

Sinalização de alerta
A sinalização de alerta deve obedecer a:

a. forma: triangular;

b. cor de fundo: amarela;

c. moldura: preta;

d. cor do símbolo: preta;

e. margem: branca ou amarela;

f. proporcionalidades paramétricas.

Sinalização de orientação
A sinalização de orientação deve obedecer a:

a. forma: quadrada ou retangular;

b. cor de fundo: verde;

c. cor do símbolo: branca ou amarela;

d. margem: branca ou amarela;

e. proporcionalidades paramétricas.

Sinalização de emergência e de equipamento de


combate a incêndio
A sinalização de emergência e de equipamento de combate a incêndio deve obedecer a:

a. forma: quadrada ou retangular;

b. cor de fundo: vermelha;

c. cor do símbolo: branca ou amarela;

d. margem: branca ou amarela;

e. proporcionalidades paramétricas.

57
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Ressaltamos que estes critérios de dimensionamento são da NBR 13.434 e da NBR 13.434-2,
entretanto, os projetistas deverão consultar às legislações contra incêndio estaduais.

Figura 12. Hidrante de Recalque

Figura adaptada e disponível em: NBR 13.434-2004.

58
CAPÍTULO 4
Sistema de iluminação de emergência

Conceituação
O sistema de iluminação de emergência é a iluminação que deve clarear áreas escuras de passagens,
horizontais e verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento
de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal.

Possui como objetivo:

»» Garantir a evacuação segura dos ocupantes de um local e, ainda garantir a entrada


segura das equipes de intervenção.

»» Manter serviços essenciais como centros médicos, controle de tráfego e outros.

»» Manter a segurança patrimonial.

Principais tipos de sistemas de iluminação de


emergência

Conjunto de blocos autônomos


Aparelhos de iluminação de emergência constituídos de um único invólucro, contendo lâmpadas
incandescentes, fluorescentes ou similares, fonte de energia com carregador e controles de
supervisão, sensor de falha na corrente alternada, necessário para colocá-los em funcionamento no
caso de falta de alimentação da rede elétrica da concessionária.

Figura 13. Blocos autônomos

Figura adaptada e disponível em:<http://www.newsafety.com.br/produtos/iluminacao-de-emergencia/bloco-autonomo> e


<http://www.idealtecbrasil.com/subproduto-74.html>. Acessado em: 7 dez. 2010.

59
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

Sistema centralizado com baterias


Sistema centralizado com baterias elétricas de acumuladores é entendido como um sistema dotado
de um painel de controle (central), rede de alimentação, luminárias de emergência e fonte de energia
alternativa (baterias).

Figura 14. Blocos Sistema centralizado com baterias

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

Sistema centralizado com grupo motogerador


Sistema de iluminação de emergência em que a fonte de alimentação é constituída por um grupo
motogerador com acionamento automático no caso de falha ou falta de alimentação de energia da
rede pública.

Figura 15. Sistema centralizado com grupo motogerador

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

Componentes básicos
a. Ponto de iluminação.

b. Fonte de alimentação.

60
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

c. Condutores (circuito de alimentação).

d. Acessórios.

Tipos de luminárias
a. Bloco autônomo de iluminação, com fonte de energia própria.

b. Luminárias alimentadas por fonte centralizada.

c. Projetores ou faróis podem ser utilizados somente em casos específicos, porém


nunca em escadas ou áreas em desnível, em que a sombra ou ofuscamento podem
provocar acidentes.

Características das luminárias


a. Resistir a uma temperatura de 70ºC por no mínimo 1h.

b. Não provocar ofuscamento.

c. No caso de luminária fechada, não reter fumaça.

d. Constituída de material que impeça a propagação de chama e que não produza


gases tóxicos.

e. Podem possuir lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou mistas.

Localização da fonte de fornecimento de


energia:
a. Longe de locais em que haja risco de incêndio.

b. Protegida por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2 h.

c. Locais ventilados, que evitem a acumulação de gases de evaporação.

d. Fácil acesso para inspeção e manutenção.

Circuito de alimentação
a. Em caso de incêndio em qualquer área fora da proteção para saída de emergência
e com material combustível, a tensão de alimentação da iluminação de emergência
deve ser no máximo de 30Vcc.

61
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

b. As áreas protegidas para escoamento (por exemplo, escadas de emergência), livres


de materiais combustíveis, podem manter a alimentação em 110/220Vca.

c. As bitolas dos fios rígidos não podem ser inferiores a 1,5 mm2 para garantir a
resistência mecânica.

d. Os condutores e suas derivações devem passar em eletrodutos com caixas de


passagem. No caso de instalação aparente, a tubulação e as caixas de passagem
devem ser metálicas.

e. Os eletrodutos utilizados para condutores da iluminação de emergência não podem


ser usados para outros fins, exceto instalação de detecção e alarme de incêndio ou
de comunicação, conforme a NBR 5410.

Características dos sistemas

Conjunto de blocos autônomos


a. Lâmpadas incandescentes ou fluorescentes.

b. Fácil instalação.

c. Possuem bateria independente.

d. Sensor que acuse a interrupção de energia da concessionária.

e. Comutação imediata.

f. Led´s para indicar período de flutuação e vigília.

g. Devem atender às exigências das NBR 10637 e NBR 10638.

Sistema centralizado com baterias


a. Possuir circuito carregador com recarga automática, de modo a garantir a autonomia
do sistema de iluminação de emergência.

b. Deve ser protegido contra curtos-circuitos.

c. Possuir sinalização luminosa do painel do equipamento para mostrar a situação de


recarga.

d. Deve ser garantida uma ventilação adequada para evitar possíveis acúmulos de gás
na área das baterias.

e. Tempo máximo de comutação = 5 segundos.

62
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III

f. Sensor que acuse a interrupção de energia da concessionária.

g. Led´s para indicar período de flutuação e vigília.

Grupo motogerador
a. Os motores deverão ter botão de arranque manual.

b. As baterias para partida devem ser dimensionadas, de modo a permitir 10 partidas.

c. Possuir combustível garantindo a autonomia do sistema e reserva adicional para


igual período.

d. Acionar um sinal quando a reserva estiver insuficiente.

e. Os tanques de combustíveis superiores a 200 L devem ser montados dentro de


bacias de contenção e filtros de contenção.

f. O sistema deverá acionar um sinal quando a reserva de combustível estiver


insuficiente.

g. O tempo máximo de comutação = 12 s.

h. A tensão máxima deverá ser 30V.

i. Possuir sensor que acuse a interrupção de energia da concessionária.

Parâmetros de projeto
Deverão ser observados durante a elaboração do projeto os seguintes tópicos:

a. tipo de lâmpada;

b. potência (watt);

c. tensão (volt);

d. fluxo luminoso nominal (lúmen);

e. curvas de distribuição de intensidade luminosa das lâmpadas (fabricante);

f. nível de iluminamento (lux);

g. tipo de fonte de energia;

h. queda de tensão máxima de 6%;

i. autonomia mínima de 1 hora;

63
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1

j. tempo máximo de comutação;

k. permitir o reconhecimento de obstáculos e não deixar sombras nos degraus das


escadas;

l. em locais sujeitos a perigo de explosão as luminárias ou blocos devem ser blindados;

m. a distância máxima entre pontos de iluminação de quatro vezes a altura de instalação


com relação ao piso;

n. quando for utilizado projetor ou farol, o facho luminoso do aparelho deve estar no
mesmo sentido do fluxo do público;

o. em escadas não devem ser utilizados projetores ou faróis.

64
SISTEMAS DE UNIDADE IV
PROTEÇÃO – PARTE 2

CAPÍTULO 1
Sistema de alarme e detecção
automática

Conceituação
Sistema constituído pelo conjunto de elementos adequadamente dispostos e interligados, permitindo
fornecer informações de princípios de incêndio, por meio de indicações sonoras e visuais, ao mesmo
tempo que controla os dispositivos de segurança e de combate automático instalados no prédio.

Definições

Central

Equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circuitos de detecção, a convertê-los


em indicações adequadas e a comandar e controlar os demais componentes do sistema.

Central supervisora

Central que supervisiona uma ou várias subcentrais por uma fiação própria. O controle desta rede
de fiação própria contra curto-circuito e interrupção é feito pela central supervisora. Esta pode
atuar sobre as subcentrais, em caso de perda desta interligação, a subcentral deve funcionar de
acordo com a programação própria. Se toda a programação da atuação da subcentral é ativada pela
central supervisora, prevalecem as indicações de segurança definidas para circuitos de detecção e
de comando individuais.

65
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Subcentral
Central de detecção, alarme e controle autônomo com todos os componentes de supervisão dos
circuitos de detecção e de comando com lógica de interação e fonte com bateria própria. Esta central
é supervisionada por outra central à distância, mas em caso de alarme, a subcentral não depende
do controle da central supervisora para ativar alarmes, sinalização e controles de acordo com uma
lógica previamente depositada nela. A supervisão dos circuitos para controle da subcentral é feita
pela central supervisora ou por uma estação remota autônoma com quadro sinótico e controles à
distância. A subcentral pode ter controles manuais externos, mas, como muitas vezes o lugar da
instalação não é permanentemente vigiado, os controles manuais devem estar cobertos por uma
barreira física que somente pode ser aberta por um dispositivo adequado por pessoal autorizado.

Painel repetidor
Equipamento comandado pela central ou pelos detectores destinado a sinalizar de forma visual e/
ou sonora no local da instalação, ocorrências detectadas pelo sistema. Pode ser do tipo paralelo
com os indicadores alinhados e texto escrito, ou do tipo sinótico no qual a planta é reproduzida em
desenho e a indicação no lugar da área supervisionada.

Detector automático pontual


Dispositivo destinado a operar quando influenciado por determinados fenômenos físicos ou
químicos que precedem ou acompanham um princípio de incêndio no lugar da instalação.

Detector automático de temperatura pontual


Dispositivo destinado a atuar quando a temperatura ambiente ou o gradiente da temperatura
ultrapassa um valor predeterminado no ponto da instalação.

Detector automático de fumaça pontual


Dispositivo destinado a atuar quando ocorre presença de partículas e/ou gases, visíveis ou não, e de
produtos de combustão, no ponto da instalação.

Detector linear
Detector destinado a atuar quando ocorre a presença de partículas e/ou gases, visíveis ou não, e
de produtos de combustão, ou a variação anormal de temperatura ao largo da linha imaginária de
detecção, no caso de sistemas óticos com transmissor e receptor, ou ao longo de uma linha física
de sensoriamento que pode ser instalada reta ou curvada para passar pela área, de tal maneira que
supervisione os pontos de maior periculosidade na maior distância possível. Para a detecção dos
fenômenos do incêndio, o detector linear contém um ou dois pontos de sensoriamento nos extremos
da linha física ou imaginária de detecção.

66
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Detector automático de chama


Dispositivo destinado a atuar em resposta a uma radiação de energia, dentro ou fora do espectro
visível, resultante de um princípio de incêndio dentro da sua área de captação (visão).

Acionador manual

Dispositivo destinado a transmitir a informação de um princípio de incêndio, quando acionado pelo


elemento humano.

Indicador

Dispositivo que sinaliza sonora ou visualmente qualquer ocorrência relacionada ao sistema de


detecção e alarme de incêndio, especialmente para facilitar a busca do local de alarme pelo pessoal de
intervenção, controlados pelos detectores automáticos, pelos acionadores manuais ou pela central.

Avisador

Dispositivo previsto para chamar a atenção de todas as pessoas dentro de uma área em perigo,
controlado pela central.

Indicador sonoro

Dispositivo destinado a emitir sinais acústicos.

Indicador visual

Dispositivo destinado a emitir sinais visuais.

Avisador sonoro e visual de alerta

Dispositivo que emite sinais audíveis e visuais de alerta combinados.

Circuito de detecção

Circuito no qual estão instalados os detectores automáticos, acionadores manuais ou quaisquer


outros tipos de sensores pertencentes ao sistema.

Circuito de detecção classe “A”

Todo circuito no qual existe uma fiação de retorno à central, de forma que uma eventual interrupção
em qualquer ponto deste circuito não implique paralisação parcial ou total de seu funcionamento.

67
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Circuito de detecção classe “B”

Todo circuito no qual não existe uma fiação de retorno à central, de forma que uma eventual interrupção
em qualquer ponto deste circuito implique paralisação parcial ou total de seu funcionamento.

Circuito de sinalização e de alarme

Circuito no qual estão instalados os indicadores e os avisadores.

Circuito auxiliar

Circuito destinado ao comando e/ou supervisão de equipamentos relativos à prevenção e/ou


combate a incêndios.

Características dos componentes

Central
a. Deverá ser construída em estrutura rígida.

b. Deverá facilitar a manutenção sem remoção do local de instalação.

c. O acesso aos instrumentos e controles deverá ser pela face frontal.

d. A face frontal deverá ser protegida contra operações acidentais e dolosas.

e. Deverá possuir compartimento adequado para a instalação da bateria de


acumuladores.

f. Deverá possuir meios para a identificação dos circuitos de detecção e indicação da


área ou local afetado para facilitar o entendimento das equipes de intervenção.

g. As dimensões deverão ser compatíveis com a quantidade de circuitos de detecção.

h. Quando metálico deverá ter revestimento com fundo anticorrosivo.

i. Deve possuir borne adequado para aterramento.

j. Em local adequado da parte externa da central deverá existir uma placa de


identificação com as seguintes especificações:

›› nome do fabricante , endereço e telefone;

›› ano da fabricação e número de série;

›› modelo.

68
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

k. Deverá possibilitar a utilização de avisadores e indicadores sonoros e visuais


alimentados pela própria fonte ou bateria ou por uma fonte secundária.

l. Deverá possibilitar a instalação de tipos diferentes de indicação sonora.

m. Deverá possibilitar a instalação de dispositivo de inibição dos indicadores sonoros


no campo.

n. Deverá possibilitar o desligamento de um ou mais circuitos de detecção sinalizando


tal evento.

o. Deverá possibilitar a instalação de dispositivos manuais destinados ao acionamento


de todos os alarmes sonoros.

p. Deverá possuir indicação visual individual de fogo para cada circuito de detecção.

q. Deverá possuir indicação sonora e visual geral de fogo.

r. Deverá possuir indicação visual individual de defeito para cada circuito.

s. Deverá possuir indicação sonora e visual de defeito geral.

t. Deverá possuir indicação sonora e visual geral de fuga ao terra.

u. Deverá possuir dispositivo de inibição do indicador sonoro da central, que


possibilite, contudo, a atuação de qualquer nova informação de fogo ou defeito,
permitindo sucessivas inibições.

v. Deverá possuir fonte de alimentação constituída de unidade retificadora e bateria


de acumuladores elétricos, ambos compatíveis entre si, com o sistema e com o local
de instalação.

w. As indicações de incêndio devem ter prioridade sobre as indicações de defeito.

x. As cores de indicação deverão ser: vermelho para alarme, amarelo para defeito e
verde para funcionamento.

y. O tempo para a sinalização, na central, de um defeito ou de um alarme de um ponto


no campo deve ser no máximo 1min.

Painel repetidor
a. Deverá ser construído em estrutura rígida.

b. Deverá permitir a manutenção no local de instalação ou a remoção do local e


substituição no tempo da manutenção.

c. Deverá ter acesso aos componentes e ligações somente pela face frontal.

69
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

d. Deverá possuir meios para identificação dos circuitos e indicação da respectiva área
ou local servido.

e. e. Deverá utilizar indicadores acústicos e visuais.

f. f. Deverá possuir instalações de tipos diferentes de indicação acústica, sendo uma


para incêndio e outra para defeito.

Detectores
a. Deverão ser resistentes às possíveis mudanças de temperatura ambiente, sem
alarmes falsos ou defeitos, ou alterações de sensibilidade.

b. Deverão ser resistentes a umidade e a corrosão existentes no ambiente dentro da


previsão dada pelo fabricante.

c. Deverão ser resistentes mecanicamente a vibrações e impactos existentes no ambiente.

d. Deverão ser identificados com o nome do fabricante, tipo de temperatura, faixa e/ou
parâmetros para atuação e ano de fabricação, convenientemente impressos em seu corpo.

e. Deverão ter todas as referências de temperatura em graus Celsius (oC).

f. Os detectores de temperatura e de fumaça deverão ser intercambiáveis entre si no


sistema.

g. Os detectores de chama dividem-se em três tipos:

›› Detector de chama tremulante – utilizado para detecção de chama de luz visível,


quando é modulada (tremulada) numa determinada frequência entre 400nm e
700nm.

›› Detector de chama ultravioleta – utilizado para detecção de energia radiante


fora da faixa de visão humana, abaixo de 400nm.

›› Detector de chama infravermelho – utilizado para detecção de energia radiante


fora da faixa de visão humana, acima de 700nm.

h. Deverão conter indicação visual própria e adequada que opera automaticamente no


caso de atuação no próprio detector ou em sua base.

Acionadores manuais
a. Deverão ser alojados em carcaça rígida.

b. Deverão conter instruções de operação impressas em português no próprio corpo,


de forma clara e em lugar facilmente visível em caso de instalação.

70
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

c. Deverão conter dispositivos que dificultem o acionamento acidental, porém


facilmente destrutíveis no caso de operação intencional.

d. Deverão conter acionamento do tipo travante, permitindo a identificação do


acionador operado.

e. Deverão ser construídos sem cantos vivos, de tal maneira que não causem lesão às
pessoas.

Avisadores acústicos e visuais


a. Deverão ter audibilidade e/ou visibilidade compatíveis com o ambiente no qual estão
instalados, de forma a serem ouvidos ou vistos em qualquer ponto, em condições
normais de trabalho desse ambiente.

b. Deverão possuir robustez mecânica e resistência contra umidade e oxidação.

Circuitos
a. Deverão seguir o estabelecido na NBR 5410 da ABNT.

b. Os condutores utilizados nos circuitos deverão ser rígidos, e quando não protegidos
por condutos incombustíveis, deverão ter isolamentos resistentes à propagação de
chamas.

Condutos
a. Poderão ser aparentes ou embutidos, metálicos, plásticos ou de qualquer outro
material que garanta efetiva proteção mecânica dos condutores neles contidos.

Fiação
a. Poderá estar contida em condutos metálicos, plásticos ou poderá ser aparente em
forma de cabo blindado com resistência ao calor, de acordo com a área de instalação
e o tempo necessário para suportar o calor.

Condições de instalação

Central
a. Deve ser localizada em áreas de fácil acesso e, sempre que possível, sob vigilância
humana constante.

71
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

b. Não deve estar próxima a materiais inflamáveis ou tóxicos.

c. Quando estiver localizada em área enclausurada, deve esta área ser ventilada e
protegida contra a penetração de gases e fumaça.

d. Deve existir um caminho de abandono até uma área segura fora do prédio, que não
pode ser inundada pela fumaça ou pelo calor do fogo.

e. A distância máxima a percorrer até área segura não pode ser maior que 25m.

f. Deve permitir a comunicação verbal entre o local de instalação da central e o


estacionamento de veículos de combate a incêndio.

g. Não deve ser instalada em áreas com risco de fogo ou onde não são assegurados o
abandono e acesso por área protegida até área segura.

Bateria de acumuladores
a. Quando não alojada no interior da central, deve ser instalada em local protegido,
adequado ao tipo da bateria, de forma a evitar danos à saúde e a quaisquer
equipamentos e materiais existentes no local.

b. O local de instalação da bateria deve ainda ser ventilado até o exterior da edificação
e deve permitir fácil acesso e plenas condições de manutenção.

c. A penetração de gases da bateria no interior da central deve ser inibida.

d. Caso a instalação da bateria seja feita em outra sala fora da central, a supervisão da
bateria deve funcionar quando estiver sem alimentação da rede pública ou quando
a bateria estiver desligada.

Painel repetidor
a. Deve ser instalado nos locais em que seja necessária ou conveniente a informação
precisa da área ou setor onde ocorre um princípio de incêndio ou defeito do sistema.

b. Deve ser protegido para evitar a inutilização prematura do painel pela fumaça ou
pelo fogo.

Detectores

Detectores de temperatura

a. A área de ação a ser empregada para estes detectores é de 36m2 para uma altura
máxima de instalação de 7,00m. Sendo os tipos utilizados:

72
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

›› Térmicos – instalados em ambientes onde a ultrapassagem de determinada


temperatura indique seguramente um princípio de incêndio.

›› Termovelocimétricos – instalados em ambientes nos quais a rapidez no aumento


da temperatura indique inequivocamente um princípio de incêndio.

Detectores de fumaça

a. A área máxima de ação destes detectores é de 81m2, para instalação em tetos planos,
ambientes sem condicionamento de ar, com altura de instalação de até 8,00m.
Sendo os tipos utilizados:

›› Iônicos – utilizados em ambientes que, num princípio de incêndio, haja formação


de combustão, mesmo invisível, ou fumaça, antes da deflagração do incêndio
propriamente dito.

›› Óticos - utilizados em ambientes que, num princípio de incêndio, haja expectativa


de formação de fumaça, antes da deflagração do incêndio propriamente dito.
Estes detectores funcionam segundo dois princípios: por obscurecimento e por
reflexão.

Detectores de chama

a. São instalados em ambientes onde a primeira consequência imediata de um


princípio de incêndio seja a propagação de chama. Sua instalação deve ser executada
de forma que seu campo de visão seja suficiente, não impedido por obstáculos para
assegurar a detecção de foco de incêndio na área por ele protegida.

Acionador manual
a. Deve ser instalado em locais de maior probabilidade de trânsito de pessoas em caso
de emergência.

b. Deve ser instalado a uma altura entre 1,20m e 1,60m do piso acabado na forma
embutida ou de sobrepor.

c. A distância máxima a ser percorrida por alguém em qualquer ponto da área protegida
até o acionador manual mais próximo não deve ser superior a 16m, desde que a
distância entre os acionadores não ultrapasse 30m de caminho livre de obstáculos.
Na separação vertical, cada andar da edificação deve ter pelo menos um acionador
manual.

d. O lugar escolhido para a instalação do acionador manual, em caso de correrias, não


pode dificultar a saída das pessoas ou provocar lesões corporais.

73
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

e. A fixação do acionador manual deve ser resistente ao choque ocasional de pessoas


ou transportes manuais e deve evitar sua retirada do ponto de fixação também em
caso de vandalismo.

Avisadores
a. Devem ser instalados, em quantidades suficientes, nos locais que permitam sua
visualização e/ou audição, em qualquer ponto do ambiente no qual estão instalados
nas condições normais de trabalho deste.

b. Avisadores controlados pela central devem ter indicações de funcionamento no


próprio invólucro ou perto dele ou devem ser supervisionados pela central.

c. Os indicadores utilizados para facilitar a busca do ponto de alarme podem ter a


visibilidade reduzida a 5m e a intensidade sonora entre 40dB e 60dB, quando
instalados em corredores com altura não superior a 3,5m.

d. O volume acústico do som dos avisadores não pode ser tal, que iniba a comunicação
verbal. No caso de falta de intensidade de som em um ponto distante, deve ser
aumentada a quantidade de equipamentos.

e. Os avisadores não podem ser instalados em áreas de saídas de emergência como


corredores ou escadas, para aumentar o raio de ação do equipamento individual.

f. O som e a frequência de repetição devem ser únicos na área e não podem ser
semelhantes a outros sinalizadores que não pertençam à segurança de incêndio.

Conceitos básicos da detecção


A detecção de um incêndio faz-se pelos fenômenos físicos primários e secundários de uma queima:

a. Fenômenos físicos primários – são, por exemplo, a variação ampla da temperatura


do ar e a radiação visível e invisível da energia do calor da chama aberta.

b. Fenômenos físicos secundários – são, por exemplo, a presença de fumaça e de


fuligem.

O grande desafio da detecção de efeitos primários, isto é, do calor e da chama, é ajuste do sistema
a níveis relativamente insensíveis para não coincidir com variações normais do ambiente e assim
provocar alarmes falsos.

Na detecção dos efeitos secundários, como a presença de fumaça, o incêndio produz uma informação
de alerta não existente nas condições normais do ambiente. Isto permite estipular uma sensibilidade
de atuação do elemento sensor bem maior que na detecção de efeitos primários do fogo.

74
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Normalmente, espera-se que em ambientes fechados (sem movimentação do ar), o ar suba, ao


início de um incêndio, devido à dilatação de seu volume, até atingir uma resistência ao seu avanço
representado, por exemplo, pelo teto.

Abaixo do teto formar-se-á o conhecido plume do ar quente contendo a fumaça. As pequenas


partículas de queima, chamadas fumaça, são levadas pela corrente do ar ascendente até o teto (não
podem subir sozinhas pelo próprio peso).

Pelo efeito físico da subida do ar quente, todos os detectores de temperatura e de fumaça normalmente
estão fixados no teto, garantindo assim que sejam atingidos.

O ar com diferença de 1 a 2 0C, pode subir e atingir um detector de fumaça, mas esta diferença é
insuficiente para alarmar um detector de temperatura.

Isso mostra que é mais fácil detectar fisicamente as partículas de fumaça na câmara de medição
de um detector do que determinar, por meio da variação de temperatura no teto, o início de um
incêndio.

Numa iluminação artificial potente, forma-se um colchão de ar quente que não permite a penetração
do ar quente gerado no princípio de um incêndio. Neste caso, a fumaça também se espalha na forma
de plume bem abaixo do teto, impedindo a detecção, já nos primeiros minutos.

Este fenômeno é chamado estratificação.

Figura 16. Estratificação

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

Raio de ação dos detectores automáticos


Para definir a instalação de detectores, parte-se da premissa que a área não sofre um movimento de
ar exagerado (<1m/s) e não existem impedimentos para que o ar quente possa atingir o teto plano.

75
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Neste caso, o teto é dividido em áreas iguais com raio de 4,2m para detectores de temperatura e 6,3m
para detectores de fumaça, presumindo-se que, dentro da área determinada pela circunferência, as
condições de temperatura e de fumaça em caso de incêndio são homogêneas.

Figura 17. Raio de ação dos detectores automáticos pontuais de fumaça e temperatura.

Figura 18. Formação do plume.

Impedimentos que dificultam ou


impossibilitam a detecção
Dois são os impedimentos que podem impedir ou dificultar a detecção:

Estratificação da fumaça – fenômeno que se apresenta quando a temperatura do ar ascendente


iguala-se à temperatura do ar em uma certa altura abaixo do teto.

Movimentação do ar – devido à variação da temperatura externa ao edifício ou pela ventilação


forçada em áreas específicas.

76
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Características dos detectores


Detector de temperatura:

»» Tipos mais antigos.

»» Custo mais baixo.

»» Menor taxa de alarmes falsos.

»» Resposta mais lenta.

»» A detecção se dá em pequenos espaços restritos.

Detector de fumaça:

»» Resposta mais rápida que os térmicos.

»» A detecção se dá em ambientes propensos à produção de fumaça.

»» Atende a grandes espaços abertos.

Detector de chama:

»» Trabalha com a radiação visível ao olho humano ou não.

»» É o detector de resposta mais rápida.

»» Ideal para áreas altamente perigosas.

»» Elevado custo.

»» Perigo de ser bloqueado por algum objeto.

Exemplos de ambientes circundantes


causadores de falsos alarmes ou falhas
»» Solda.

»» Fumaça de cozinha.

»» Escape de automóveis.

»» Cigarro.

»» Ventilação forçada.

»» Ar condicionado.

»» Lâmpadas.

77
CAPÍTULO 2
Sistema de chuveiros automáticos

Conceituação
É um sistema fixo que processa uma descarga automática de água sobre um foco de incêndio, numa
densidade adequada para controlá-lo ou extingui-lo em seu estado inicial, compreendendo os
seguintes elementos:

a. Reservatório de água.

b. Sistema de pressurização.

c. Rede de abastecimento das válvulas de alarme ou chave detectora de fluxo de água.

d. Rede hidráulica de distribuição que alimenta os chuveiros automáticos, após a


válvula de alarme ou chave detectora de fluxo de água.

Figura 19. Sistema de chuveiros automáticos

Classificação dos sistemas


Os chuveiros automáticos são classificados nos seguintes sistemas:

a. Sistema de tubo molhado – rede de tubulação fixa, permanentemente com


água sob pressão, em cujos ramais são instalados os chuveiros automáticos. O

78
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

sistema é controlado na entrada, por uma válvula de alarme cuja função é fazer
soar automaticamente este alarme, quando da abertura de um ou mais chuveiros
automáticos atuados por um incêndio. Os chuveiros automáticos desempenham o
papel simultâneo de detectar e combater o fogo, sendo a água descarregada somente
pelos chuveiros que forem acionados por ele.

b. Sistema de ação prévia – compreende uma rede de tubulação seca, contendo


ar que pode ser ou não sob pressão, em cujos ramais são instalados os chuveiros
automáticos, como em um sistema convencional de tubo molhado. Na mesma área
protegida pelo sistema de chuveiro é instalado um sistema de detecção dos efeitos da
combustão, de operação muito mais sensível, ligado a uma válvula especial instalada
na entrada da rede de tubulação. A atuação de quaisquer dos detectores motivada
por um princípio de incêndio, provoca automaticamente a abertura da válvula de
ação prévia. Esta permite a entrada de água na rede, a qual é descarregada por meio
dos chuveiros que forem ativados pelo fogo. A ação prévia dos sistemas de detecção
faz soar simultaneamente e automaticamente um alarme de incêndio, antes que se
processe a abertura de quaisquer dos chuveiros automáticos.

c. Sistema de tubo seco – rede de tubulação fixa, permanentemente seca, mantida


sob pressão de ar comprimido ou nitrogênio, em cujos ramais são instalados
os chuveiros automáticos. Estes, ao serem acionados pelo fogo, liberam o ar
comprimido ou nitrogênio, fazendo abrir automaticamente, uma válvula chamada
de válvula de tubo seco, instalada na entrada do sistema. Esta válvula permite a
entrada de água na rede de tubulação, a qual deve fluir pelos chuveiros que foram
acionados. O sistema de chuveiros automáticos de tubo seco é aplicado em regiões
sujeitas a temperaturas de congelamento da água.

d. Sistema combinado de tubo seco e ação prévia – compreende uma rede


de tubulação seca, contendo ar comprimido, em cujos ramais são instalados os
chuveiros automáticos. Na mesma área protegida por estes, é instalado um sistema
de detecção de efeito de calor, de operação muito mais sensível, ligado a uma válvula
de tubo seco instalada na entrada da rede de tubulação. A atuação de quaisquer
dos detectores provoca, simultaneamente, a abertura da válvula de tubo seco sem
que ocorra a perda da pressão do ar comprimido contido na rede dos chuveiros
automáticos. A atuação do sistema de detecção provoca também a abertura de
válvula de alívio de ar, instalada nos extremos das tubulações gerais da rede destes
chuveiros, o que facilita o enchimento com água de toda tubulação do sistema,
procedendo, geralmente, à abertura de quaisquer dos chuveiros automáticos.

e. Sistema dilúvio - compreende uma rede de tubulação seca, em cujos ramais são
instalados chuveiros abertos. Na mesma área protegida pelos chuveiros abertos, é
instalado um sistema de detecção dos efeitos da combustão, ligado a uma válvula
de dilúvio instalada na entrada da rede de tubulação. A atuação de quaisquer dos
detectores, motivada por um princípio de incêndio, ou ainda a ação manual de um
controle remoto, provoca a abertura da válvula dilúvio. Esta permite a entrada de

79
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

água na rede, que é descarregada por meio de todos os chuveiros abertos. Automática
e simultaneamente, soa um alarme de incêndio. Em casos especiais, o acionamento
da válvula dilúvio pode ser feito por um sistema de detecção de gases específicos.

Classificação dos riscos


As edificações são classificadas pela NBR 19897 quanto ao risco como quadro abaixo:

Quadro 9. Classificação de risco conforme ocupação

Fonte: NBR 10897

80
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Reservatório de água
O sistema de chuveiros automáticos pode ser suprido a partir de uma ou mais fontes, tais como:
reservatório elevado, reservatório semienterrado ou subterrâneo, piscinas, açudes, represas, rios
e lagos.

Sistema de pressurização
Para garantir ao sistema vazões e pressões adequadas, é preciso agregar um dispositivo de
pressurização, o qual consiste no acoplamento de duas bombas (uma principal e outra reserva),
com duas fontes de alimentação: uma elétrica e outra à explosão (motogeradores).

As bombas ficam na casa de máquinas, próximas ao reservatório, geralmente no subsolo dos


edifícios.

Figura 20. Bombas de pressurização

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

As bombas do sistema de chuveiros automáticos possuem dispositivo para partida pela queda de
pressão hidráulica, sendo que o desligamento do motor só ocorrerá por controle manual.

Para evitar a operação indevida da bomba principal, gerada por perdas de pressão eventuais, é
instalada uma terceira bomba de menor porte (jockey), para compensar pequenos e eventuais
vazamentos na canalização.

Rede de abastecimento
É composto por uma rede de tubulações que interligam o reservatório à válvula de governo e alarme
(VGA) ou chave detectora de fluxo de água.

Nesse trecho, são instalados equipamentos de supervisão e funcionamento do sistema, tais como
registro de paragem, válvulas de governo e alarme ou chave detectora de fluxo de água, válvulas de
retenções, manômetros e drenos de limpezas.

81
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Figura 21. Válvulas de governo e alarme

Figura disponível em: <http://www.ultrasafefire.com.au/testing.htm>. Acessado em: 5 abr. 2013.

As válvulas de governo e alarme ou chave detectora de fluxo de água são dispositivos que acusam o
funcionamento do sistema em caso de incêndio.

O acesso a válvulas de governo e alarme deve ser restrito, pois possui registros que cortam o fluxo
de água para todo o sistema ou alguns setores (determinada área ou pavimento). Isso é importante
para serviços de manutenção no sistema, mas podem ser fechados por esquecimento.

Se isso ocorrer, os chuveiros acionados pela ação do fogo não aspergirão água.

Limitação das áreas de proteção em função da válvula de governo

A área máxima de um pavimento, controlada por um jogo de válvulas de alarme, para cada classe
de risco de ocupação deverá ser:

Quadro 10. Áreas de proteção em função da válvula de governo

Risco de ocupação Área máxima (m2)


Leve 4800
Ordinário 4800
Extraordinário 3700

Fonte: NBR 10897

Nos casos em que um único sistema for utilizado para proteger simultaneamente uma área de risco
extraordinário e uma área de risco leve ou ordinário, a área de risco extraordinário não deve exceder
a área especificada de 3700m2 e a área total de cobertura não deve exceder a 4800m2.

Sistema de distribuição
É composto por uma rede de tubulações que interligam a VGA aos chuveiros automáticos.

Possui como componentes:

RAMAL - tubulação onde estão instalados diretamente os chuveiros e também os tubos horizontais
que abastecem os chuveiros com comprimento máximo de 0,60m.

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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

SUB-GERAL - tubulação que abastece os ramais.

GERAL - tubulação que alimenta os sub-gerais.

SUBIDAS OU DESCIDAS - tubulação que interliga o sistema de alimentação aos gerais e onde estão
instaladas as VGA que controlam e indicam a operação do sistema.

Figura 22. Isométrico do sistema de pressurização

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

As tubulações aparentes são de aço carbono, com ou sem costura, aço preto ou galvanizado.

Tubulações enterradas podem ser de ferro fundido e aço carbono protegidos contra corrosão.

São aceitas tubulações de PVC rígido, cimento amianto e poliéster reforçado com fibra de vidro.
Podem ser empregadas tubulações de cobre sem costura.

As tubulações não podem ser embutidas em lajes de concreto.

Quando aparentes, as tubulações devem ser suportadas adequadamente, de forma que as suas
conexões não fiquem sujeitas a tensões mecânicas e os tubos propriamente ditos sujeitos a flexões.

Distância entre ramais e entre chuveiros nos ramais

Para ocupações de risco leve e ordinário, as distâncias entre ramais e entre chuveiros nos ramais
não devem exceder a 4,6 m.

Para ocupações de risco extraordinário e pesado as distâncias entre ramais e entre chuveiros nos
ramais não devem exceder a 3,7 m.

A distância das paredes aos chuveiros não deve exceder da metade da distância entre os chuveiros
nos ramais ou entre os ramais. A distância mínima entre chuveiros deve ser de 1,8 m, para evitar que
a atuação destes não venha a retardar a atuação do adjacente.

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UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Dimensionamento da reserva técnica de incêndio


O dimensionamento da reserva técnica de incêndio ou capacidade efetiva deverá ser de acordo com
o seguinte quadro:

Quadro 11. Calculo da reserva técnica de incêndio ou capacidade efetiva

Pressão residual Vazão na base da coluna


principal do sistema Duração
Tipo de ocupação mínima exigida
(incluindo demanda de min
kPa hidrantes)
Risco leve 100 1 900 – 2 850 30 - 60
Risco ordinário 140 3 200 – 5 650 60 - 90
Fonte: NBR 10897

Para o risco extraordinário o dimensionamento não poderá ser feito por quadro e sim por meio de
cálculo hidráulico.

Chuveiros automáticos – características


»» Proteção total.

»» Mínimo de interferência à descarga de água.

»» Área máxima por chuveiro automático, de acordo com o risco a proteger.

»» Posição em relação ao teto ou telhado, para obter uma sensibilidade adequada


de funcionamento em função do acúmulo mais rápido do calor junto ao chuveiro
automático.

Tipos de chuveiros

Os chuveiros podem ser dos seguintes tipos:

a. Abertos – são empregados no sistema de dilúvio, e destinados à proteção das


ocupações de risco extraordinário e pesado.

b. Automáticos – são providos de um mecanismo comandado por um elemento


termossensível, como por exemplo, ampola de vidro, solda eutética etc., que os
mantêm hermeticamente fechados. Automaticamente entram em funcionamento
pela ação do calor de um incêndio.

Classificação dos chuveiros quanto à descarga

Quanto à descarga da água, os chuveiros podem ser os seguintes:

a. Modelos antigos – chuveiros cujo defletor é desenhado para permitir que uma parte
da água descarregada seja projetada para cima, contra o teto, e o restante para baixo
tomando uma forma aproximadamente esférica.

84
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

b. Padrão – chuveiros cujo defletor é desenhado para permitir que a água descarregada
seja projetada para baixo, com uma quantidade mínima, ou nenhuma, dirigida contra
o teto. A descarga da água tomando uma forma hemisférica abaixo do plano do defletor
é dirigida totalmente sobre o foco do incêndio.

c. Laterais (sidewall) – chuveiros cujo defletor é desenhado para distribuir a água de


maneira que quase a totalidade dela seja aspergida para frente e para os lados, em
forma de um quarto de esfera, e uma pequena quantidade para trás contra a parede.
São instalados ao longo das paredes de uma sala e junto ao teto. O seu emprego está
limitado à proteção de ambientes relativamente estreitos, cuja largura não exceda ao
alcance que este tipo de chuveiro proporciona.

Figura 23. Chuveiros laterais (sidewall)

a. Laterais de amplo alcance – chuveiros cuja dimensão do defletor proporciona uma


cobertura maior que os laterais.

b. Especiais – chuveiros projetados especialmente para serem instalados, embutidos


ou rentes ao forro falso, em que por motivos de estética os demais tipos de chuveiros
não são recomendados. Este tipo de chuveiro somente é instalado na posição
pendente.

Observação:
Nos chuveiros de modelo antigo, padrão e lateral, o desenho do defletor determina a forma de
instalação a ser feita se na posição em pé (upright) ou pendente.

Figura 24. Chuveiro em pé (up right)

85
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Figura 25. Chuveiro pendente

»» Os chuveiros automáticos não podem ser pintados, pois a temperatura nominal de


funcionamento de seu elemento termossensível sofre alterações.

Classificação das temperaturas e codificação


das cores dos chuveiros automáticos com
elemento termossensível tipo ampola

Quadro 12. Classificação das temperaturas e codificação das cores dos chuveiros automáticos com elemento
termossensível tipo ampola

Temperatura máxima no Temperatura recomendada Classificação da temperatura Cor do líquido


telhado(0C ) no chuveiro(0C ) de funcionamento do chuveiro da ampola
38 57 Ordinária Laranja
49 68 Ordinária Vermelha
60 79 Intermediária Amarela
74 93 Intermediária Verde
121 141 Alta Azul
152 182 Muito alta Roxa
175/238 204/260 Extra alta Preta
Fonte: NBR 10897

Classificação das temperaturas e codificação das


cores dos chuveiros automáticos com elemento
termossensível tipo solda eutética

Quadro 13. Classificação das temperaturas e codificação das cores dos chuveiros automáticos com elemento
termossensível tipo solda eutética

Temperatura máxima Temperatura recomendada Classificação da temperatura Cor do líquido da


no telhado( 0C ) no chuveiro(0C ) de funcionamento do chuveiro ampola
38 57 a 77 Ordinária Incolor
66 79 a 107 Intermediária Branca
107 121 a 149 Alta Azul
149 163 a 191 Muito alta Vermelha
191 204 a 246 Extra alta Verde
246 260 a 302 Altíssima Laranja
329 343 Altíssima Laranja
Fonte: NBR 10897

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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Registro de recalque
É o dispositivo de uso exclusivo do Corpo de Bombeiros destinado a possibilitar a pressurização dos
sistemas de chuveiros por meio de fontes externas, como as viaturas de combate a incêndio.

»» Em prédios comerciais pode estar localizada preferencialmente na fachada principal


entre uma altura 0,60m e 1 m.

»» Deve possuir duas entradas de 63 mm. No risco leve é permitido apenas uma
entrada.

»» Válvula de retenção é fundamental para que somente água entre no sistema, não a
deixando sair.

»» Quando não for possível, aceita-se a locação em uma caixa de alvenaria

Figura 26. Registro de recalque

Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.

Área de aplicação
Área de aplicação é uma área retangular, hidraulicamente mais desfavorável em relação ao jogo de
válvulas de alarme do sistema, em que os chuveiros deverão possuir uma densidade em mm/mim
de acordo com a tabela abaixo apresentada. Esta densidade será utilizada no cálculo hidráulico a
fim de obter a vazão final.

Figura 27. Curva de densidade X área

Fonte: NBR 10897

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CAPÍTULO 3
Sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA)

Histórico
O raio sempre existiu, fazendo parte da própria evolução e formação da Terra. No início, há milhões
de anos, no processo de resfriamento do planeta, tempestades violentas existiam em abundância.
Com o resfriamento da Terra, as tempestades se estabilizaram, mantendo-se num equilíbrio natural.

O raio é um fenômeno natural que sempre impôs temor aos homens, tanto pelo ruído do trovão
como pelos incêndios e destruições que causa. Foi longo o caminho percorrido para se descobrir a
natureza elétrica das descargas atmosféricas e para se chegar a regras confiáveis de proteção para
propriedades, aparelhos, equipamentos, objetos, animais e pessoas.

Na bibliografia, encontra-se referência a gravuras representando símbolos mitológicos e ritos


desde cerca de 2200 a.C. quando o Deus do Tempo, na Babilônia , era representado nas gravuras
segurando três raios em cada mão.

Na antiguidade, o raio estava sempre associado a deuses e divindades, sendo fartamente apresentado
na literatura grega de 700 a.C. em que os registros mitológicos mostram Zeus como sendo deus do
raio. Na mitologia chinesa , a deusa Tien Mu cuidava das trovoadas e Lien Tsu era o deus do trovão.

Somente mais tarde, no século XVIII começaram os pesquisadores a associar os raios às descargas
que os físicos obtinham em laboratório e , mais ou menos ao mesmo tempo, na Europa e nos EUA
foram realizadas experiências demonstrando o caráter elétrico dos raios e que , por ocasião das
tempestades , era possível captar eletricidade e carregar os corpos da mesma maneira que se fazia
com as já então conhecidas máquinas eletrostáticas.

A experiência mais famosa (já no século XVIII) foi a de Benjamin Franklin, que conseguiu obter
faíscas elétricas entre um fio metálico de uma pipa e objetos metálicos aterrados.

Na Europa, pesquisadores procuraram determinar as reações dos seres vivos à eletricidade captada
na atmosfera por meio de balões com fios metálicos amarrados em animais, tendo constatado que
os equinos reagiam violentamente (davam coices) enquanto os ovinos pareciam nada sentir (ou
suportavam sem reagir). Que todas essas experiências eram perigosas ficou demonstrado quando
um pesquisador russo, Richman, faleceu ao ser atingido por uma violenta descarga ao procurar
captar eletricidade no alto da catedral de S. Petersburgo.

Franklin propôs , pela primeira vez , um método de proteção contra raios de um edifício: Colocando-se
uma ponta metálica pontiaguda , 2,5 a 3,0 metros acima da casa e em contato com a terra , ela
deverá descarregar silenciosamente a nuvem antes que ocorra o raio , ou o conduzirá a descarga

88
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

para a terra , sem que o edifício sofra danos . A primeira parte – descarga silenciosa da nuvem –
estava errada, mas a segunda parte ainda hoje é base do sistema de proteção pelo método do ângulo
de proteção – também chamado método Franklin.

Faraday propôs, posteriormente, a utilização do princípio da gaiola de condutores percorridos por


corrente elétrica. Este princípio é ainda hoje utilizado no método denominado da gaiola ou da malha.

Hoje, para estudar o raio, usa se processo mais sofisticado, como o de criar entre o laboratório e a
nuvem um caminho de ar ionizado produzido pelo lançamento de foguetes. Por meio do caminho
de ar ionizado a probabilidade do raio escoar para a terra é maior. Desta maneira, pode-se examinar
melhor o raio por meio de máquinas fotográficas rotativas especiais de alta velocidade, que foram
desenvolvidas para congelar várias tomadas sucessivas do raio, e oscilógrafos especiais podem
acompanhar sua performance.

Formação de cargas nas nuvens


As correntes de ar ascendentes carregam grande quantidade de umidade. Esta umidade, encontrando
nas regiões mais altas uma temperatura baixa, se condensa formando várias gotículas de água, que
ficam suspensas no ar. Estas aglomeram-se formando gotas maiores e, pela influência da gravidade,
começam a cair. Ao caírem encontram outras gotículas, aumentando o seu tamanho. Assim, a gota
já tendo um tamanho considerável e o solo da terra sendo negativo, são induzidas nela, cargas
positivas na parte inferior, e cargas negativas na parte superior.

Figura 28. Formação de cargas

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

A gota aumenta de tamanho até ficar com um diâmetro de aproximadamente 5mm, tornando-se
instável e fragmentando-se em várias gotículas menores. No momento da fragmentação há formação
de íons positivos na parte inferior e negativos na superior.

Os íons positivos encontram grande quantidade de gotículas de água arrastadas pelo ar ascendente.
A gota ascendente (neutra) durante o choque entrega elétrons aos íons positivos descendentes.
Desta maneira, a gota ascendente se torna positiva e o íon fica neutralizado.

89
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Como estas gotas ascendentes (agora positivas) estão dotadas de grande energia cinética, conseguem
subir até a parte superior da nuvem. Os íons negativos resultantes da fragmentação de uma grande
gota descem até parar, subindo em seguida, também arrastados pelo ar ascendente. Como estes íons
possuem menor energia cinética que as gotículas positivas, elas aglomeram-se na parte inferior da
nuvem, ficando esta carregada positivamente na parte superior e negativamente na inferior.

Figura 29. Formação de cargas nas nuvens

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Aproximadamente, 95% das nuvens ficam carregadas como indicado acima. Apesar do fenômeno
não ser bem compreendido, verifica-se que algumas nuvens ficam carregadas ao contrário, isto é,
com cargas positivas em baixo e negativas em cima.

Muitas nuvens por serem grandes e extensas, podem ter várias ilhas de cargas elétricas. Deste
modo, durante uma tempestade, esta nuvem pode se fragmentar, formando nuvens menores, com
possibilidade de diversas combinações de cargas, tais como:

a. Nuvens menores com cargas positivas e negativas.

b. Nuvem com cargas positivas.

c. Nuvem com cargas negativas.

Esta dissociação, formando diversas nuvens com cargas distintas, vem contribuir ainda mais com
a tempestade. Isto ocorre devido à formação de diversos raios entre nuvens, e deslocamentos entre
nuvens de modo aleatório, ocasionados pelas forças de atração e repulsão das cargas elétricas e
pelas forças eletromagnéticas devido à descarga.

Decorrente desta complexidade, os fenômenos concernentes à formação de cargas, polaridades e


raios não estão ainda bem esclarecidos.

Formação dos raios


O raio é uma gigantesca faísca elétrica, dissipada rapidamente sobre a Terra, causando efeitos
danosos. Relâmpago é a luz gerada pelo arco elétrico do raio. Trovoada é o ruído (estrondo)
produzido pelo deslocamento do ar devido ao súbito aquecimento causado pela descarga do raio.

A nuvem carregada induz no solo cargas positivas, que ocupam uma área correspondente ao tamanho
da nuvem. Como a nuvem é arrastada pelo vento, a região de cargas positivas no solo acompanha o
deslocamento dela, formando uma sombra de cargas positivas que segue a nuvem.

90
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Figura 30. Indução de cargas positivas

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Neste deslocamento, as cargas positivas induzidas vão escalando árvores, pessoas, pontes, edifícios,
para-raios, morros etc., ou seja, o solo sob a nuvem fica com carga positiva. Entre a nuvem e a
terra formam-se diferenças de potenciais que variam de 10 a 1.000.000 KV, sendo que a nuvem se
encontra entre 300 e 5.000 metros de altura. Note-se que para a descarga se efetuar não é necessário
que o gradiente de tensão (campo elétrico) seja superior à rigidez dielétrica de toda a camada de ar
entre a nuvem e o solo, bastando para isto, um campo elétrico bem menor. Isto é explicado pelo fato
de o ar entre a nuvem e a terra não ser homogêneo, pois contém grande quantidade de impurezas,
umidade e ar ionizado, que estão em constante agitação. Com isto, o ar entre a nuvem e a terra
fica muito enfraquecido, e um campo elétrico já é suficiente para que o raio consiga perfurar o ar e
descarregar na terra.

A queda do raio se dá devido ao fato da camada de ar, durante uma tempestade, estar enfraquecida.
Primeiramente pequenos túneis de ar ionizado ficam pelo poder das pontas, com alta concentração
de cargas que vão, aos poucos, furando a camada de ar a procura dos caminhos de menor resistência,
isto é, os túneis ionizados, tentando se aproximar das cargas positivas do solo.

Figura 31. Formação do raio

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

91
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Note-se que os galhos das árvores formam pontas, que acumulam cargas elétricas, propiciando assim
a ionização do ar. Quando os dois túneis estão perto, a rigidez do ar é vencida, formando o raio piloto
(líder), descarregando parte da carga da nuvem para o solo numa velocidade de 1.500Km/s . Depois
de formado o raio piloto, existe entre a nuvem e a terra um túnel (canal) de ar ionizado, de baixa
resistência elétrica, isto é, a nuvem está literalmente curto-circuitada à terra . Deste modo ocorre
o raio principal, ou descarga de retorno, que vai da terra para a nuvem por meio do túnel ionizado,
com uma velocidade de 30.000Km/s. No raio de retorno, as correntes são elevadíssimas, da ordem
de 2.000 a 200.000 ampères. Após estas duas descargas, pode existir uma terceira, de curta duração,
com correntes de 100 a 1.000 ampères. Estas três descargas formam o chamado raio, que acontece
em frações de micro segundos, dando a impressão da existência de apenas uma descarga.

A maioria dos raios ocorre entre nuvens, formando descargas paralelas à superfície do solo. Isto
se dá durante uma tempestade, onde nuvens se aproximam a uma distância tal que a rigidez do
ar é quebrada pelo alto gradiente de tensão, com a consequente formação do raio, ocorrendo a
neutralização das nuvens. O raio de modo geral cairá sempre nos pontos mais elevados em relação
aos demais pontos, tais como: topo de morros, montanhas, sobre árvores isoladas, na ponta de
para-raios, em casas etc.

Efeitos da descarga atmosférica sobre os seres vivos


Parada cardíaca – ocorre em consequência da exposição aos campos eletromagnéticos, que geram
correntes de circulação no tronco, as quais podem causar fibrilação ventricular caso a corrente passe
pelo coração na fase “T” do ciclo cardíaco. A fase “T” ocorre entre a diástole e a sístole e tem a
duração média de 0,15 segundos, enquanto o ciclo cardíaco tem a duração média de 0,75 segundos.
Existe, pois, uma possibilidade razoável (4 em 5) de escapar aos campos eletromagnéticos.

Tensão de passo – um ser vivo, com os apoios (pés ou patas) separados, fica sujeito a uma tensão
que provocará a circulação de corrente pelo tronco. Nos bípedes isto raramente causa a morte, pois
a parcela da corrente que passa pelo coração é muito pequena; já para os quadrúpedes, a totalidade
da corrente passa pelo tronco e é a causa mais frequente de morte durante as tempestades.

Figura 32. Tensão de passo

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

92
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Tensão de toque – quando o condutor da corrente do raio tem uma alta impedância, são geradas
tensões ao longo dele, e uma pessoa que o toque ficará sujeita a uma tensão que, aplicada entre uma
ou as duas mãos e os pés, provocará a passagem de corrente pelo tronco, causando frequentemente
a morte. É possível também que a causa da corrente seja o campo magnético no laço formado entre
a pessoa e o condutor.

Figura 33. Tensão de toque

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Descarga lateral – entre o condutor da corrente e a cabeça da vítima aparece uma tensão tão alta
que ocorre uma descarga disruptiva (centelhamento perigoso) causando frequentemente a morte,
pois as pessoas procuram se abrigar da chuva embaixo das árvores e são atingidas pelas descargas,
ou sofrem os efeitos dos campos magnéticos no laço formado entre elas e a árvore .

Figura 34. Descarga lateral

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Descarga direta – uma pessoa andando em campo aberto pode se tornar o alvo e receber
diretamente o impacto do raio, caso em que raramente resiste às queimaduras e aos efeitos da
corrente sobre o cérebro e sobre o coração. Os poucos sobreviventes são vítimas que foram atingidas
por um ramo ou braço menor do raio, com corrente de baixa intensidade.

93
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Figura 35. Descarga direta

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Finalidade de um Sistema de Proteção Contra


Descargas Atmosféricas (SPDA)
Sistema destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas.

Figura 36. Esquema vertica de um SPDA

Figura adaptada e disponível em http://cosmoconsultoria.com.br/servicos/para-raios/instalacoes.html>. Acessado em: 1 de


abr. 2013.

Definicões

Descarga atmosférica

Descarga elétrica de origem atmosférica entre uma nuvem e a terra, consistindo em um ou mais
impulsos de vários quiloampères.

94
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Raio

Um dos impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para a terra.

Volume a proteger

Volume de uma estrutura ou de uma região que requer proteção contra os efeitos das descargas
atmosféricas.

Captor

Parte do SPDA externo destinado a interceptar as descargas atmosféricas.

Condutor de descida

Figura 37. Condutor de descida

Figura adaptada e disponível em <www.tel.com.br l>. Acessado em: 5 mar. 2011.

Parte do SPDA externo destinado a conduzir a corrente de descarga atmosférica desde o captor até
o sistema de aterramento. Este elemento pode também estar embutido na estrutura.

Eletrodo de aterramento

Elemento ou conjunto de elementos do sistema de aterramento que assegura o contato elétrico com
o solo e dispersa a corrente de descarga atmosférica na terra.

Eletrodo de aterramento em anel

Eletrodo de aterramento formando um anel fechado em volta da estrutura, na superfície da terra


ou enterrado.

95
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Eletrodo de aterramento de fundação

Eletrodo de aterramento embutido nas fundações da estrutura.

Componente natural de um spda

Componente da estrutura que desempenha uma função de proteção contra descargas atmosféricas,
mas não é instalado para este fim (coberturas metálicas, pilares metálicos, armações de aço das
fundações etc).

Armações de aço interligadas

Figura 38. Condutor de descida

Figura adaptada e disponível em <www.tel.com.br l>. Acessado em: 5 mar. 2011.

Armações de aço embutidas numa estrutura de concreto, que asseguram continuidade elétrica para
as correntes de descarga atmosférica.

Centelhamento perigoso

Descarga elétrica inadmissível, provocada pela corrente de descarga atmosférica no interior do


volume a proteger.

Conexão de medição

Conexão instalada de modo a facilitar os ensaios e medições elétricas dos componentes de


um SPDA.

96
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Nível de proteção

Termo de classificação de um SPDA que denota sua eficiência. Este termo expressa a probabilidade
com a qual um SPDA protege um volume contra os efeitos das descargas atmosféricas.

Condições gerais

Componentes de um SPDA

»» Subsistema de captores: tem a função de receber os raios, reduzindo ao mínimo a


probabilidade da estrutura ser atingida diretamente.

»» Subsistema de descidas: Tem a função de conduzir a corrente da descarga


atmosférica recebida pelos captores até ao aterramento.

»» Subsistema de aterramento: Tem a função de dispersar no solo a corrente dos


condutores de descidas.

Estes subsistemas podem ser ainda classificados em:

»» Componentes não naturais: São aqueles colocados na estrutura com a finalidade de


receber, conduzir e dispersar no solo as correntes provenientes de um raio.

»» Componentes naturais: São aqueles existentes na estrutura e não só podem como


devem ser utilizados no sistema de proteção.

Subsistema de captação
A captação da descarga atmosférica tem a finalidade de reduzir ao mínimo a probabilidade da
estrutura ser atingida diretamente por um raio e deve ter capacidade térmica e mecânica suficiente
para suportar o calor gerado no ponto de impacto, bem como os esforços eletromecânicos resultantes.

Os seguintes elementos constituem os captores:

»» Hastes.

»» Cabos esticados.

»» Condutores em malha.

Os seguintes métodos podem ser usados na captação da descarga atmosférica:

»» Método Franklin (ângulo de proteção).

»» Método eletrogeométrico (esfera rolante ou fictícia).

»» Método Faraday (condutores em malha ou gaiola).

97
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Método Franklin

Está baseado na proposta inicial feita por Benjamin Franklin, tendo sofrido várias propostas de
alteração quanto ao ângulo de proteção ou ao volume de proteção.

Método eletrogeométrico

É a mais moderna ferramenta com que contam os projetistas do SPDA para estruturas. É baseado
em estudos feitos a partir de registros fotográficos, da medição dos parâmetros dos raios dos ensaios
em laboratórios de alta tensão, do emprego das técnicas de simulação e matemática.

Método Faraday

É baseado na teoria de Faraday, segundo a qual o campo no interior de uma gaiola é nulo, mesmo
quando passa por seus condutores uma corrente de valor elevado. Para que o campo seja nulo é
preciso que a corrente se distribua uniformemente por toda a superfície.

Dimensionamento

Método Franklin

1o passo – Definir o nível de proteção conforme quadro abaixo:

Quadro 14. Exemplos de classificação de estruturas

CLASSIFICAÇÃO DA TIPO DA ESTRUTURA NÍVEL DE


ESTRUTURA PROTEÇÃO
Residências III
Fazendas, estabelecimentos agropecuários. III ou IV
(nota)
Teatros, escolas, lojas de departamentos, áreas II
esportivas e igrejas.
Estruturas comuns
Bancos, companhias de seguro, companhias comerciais II
e outros.
Hospitais, casas de repouso e prisões. II
Indústrias III
Museus, locais arqueológicos. II
Estruturas com risco confinado Estações de telecomunicação, usinas elétricas, I
indústrias com risco de incêndio.
Estruturas com risco para os Refinarias, postos de combustível, fábricas de fogos, I
arredores fábricas de munição.
Estruturas com risco para o meio Indústrias químicas, usinas nucleares, laboratórios I
ambiente bioquímicos.
Fonte: NBR 5419

Notas: Estruturas de madeira: nível II.

Estruturas de alvenaria: nível IV.

98
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

2o passo – Definir o ângulo de proteção conforme tabela abaixo:

Tabela 1. Exemplos de classificação de estruturas

ALTURA < 20 < 30 < 45 < 60

NÍVEL

I 25 * * *

II 35 25 * *

III 45 35 25 *

IV 55 45 35 25

Fonte: NBR 5419

O raio de proteção se dará da seguinte maneira: r = tg α . h , onde r é o raio, h a altura da haste


captora e α o ângulo de proteção.

Método eletrogeométrico

1o passo – Definir o nível de proteção conforme tabela anterior.

2o passo – Definir o raio de atração conforme tabela abaixo :

Tabela 2. Posicionamento do captor conforme o nível de proteção

NÍVEL I II III IV

RAIO DA ESFERA 20 30 45 60
(atração) ( m )

Fonte: NBR 5419

A obtenção da área protegida é feita por meio de uma construção geométrica simples,
abaixo descrita.

Traça inicialmente uma reta paralela ao plano a ser protegido igual ao raio de atração. Com
centro na ponta da haste e com o mesmo raio traça-se um arco de circunferência, o qual
determina na reta anterior dois pontos e com centro nesses dois pontos, e ainda com o
mesmo raio, traçam-se dois últimos arcos de circunferência desde a ponta da haste até o solo.
Tomando por base os limites no solo feitos por esta última circunferência, fica definida a área
de proteção do captor, bastando apenas girar a figura encontrada 180º para ver o volume de
proteção encontrado.

99
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Figura 39. Obtenção da área protegida pelo método eletrogeométrico

Fonte: Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia. São Paulo.1997.

Método de Faraday

1o passo – definir o nível de proteção conforme tabela anterior.

2o passo – definir o módulo de malha conforme tabela abaixo:

Tabela 3 - Espaçamento médio dos condutores de descida não naturais conforme o nível de proteção

NÍVEL MÓDULO DE MALHA


I 5 x 10
II 10 x 15
III 10 x 15
IV 20 x 30
Fonte: NBR 5419

Captor natural
São considerados captores naturais:

»» Coberturas metálicas sobre o volume a proteger com espessura não inferior a 0,5
mm, quando for necessário prevenir contra perfurações.

100
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

»» Coberturas metálicas sobre o volume a proteger que não for necessário proteger
contra perfurações poderá ser inferior a 2.5 mm.

»» Os elementos metálicos da construção do teto (treliças, armações de aço interligadas,


e outros), recobertos de materiais não metálicos, desde que estes possam ser
excluídos do volume a proteger.

»» As partes metálicas, tais como calhas, ornamentos, parapeitos, rufos, e outros, cuja
seção não seja inferior àquela especificada para os captores.

»» Os tubos e tanques metálicos, desde que construídos em material de, no mínimo 2,5
mm de espessura e sua perfuração não implicar situação perigosa.

Figura 40. Cobertura metálica – Captor natural

Figura adaptada e disponível em < www.tel.com.br l>. Acessado em: 5 mar. 2011.

Subsistema de descidas
Subsistema responsável pela condução da corrente proveniente da descarga atmosférica até ao solo
(aterramento).

Condutores de descidas não naturais

Os condutores de descidas devem ser distribuídos ao longo do perímetro do volume a proteger, de


modo que os espaçamentos médios não sejam superiores aos indicados na tabela abaixo.

Tabela 4 - Espaçamento médio dos condutores de descida não naturais conforme o nível de proteção.

Nível de proteção Espaçamento médio


I 10
II 15
III 20
IV 25
Fonte: NBR 5419

101
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Os condutores de descidas não naturais deverão estar interligados por meio de condutores
horizontais, formando anéis. O primeiro deve ser o anel de aterramento e os outros a cada 20 metros
de altura.

Os condutores de descidas não naturais devem estar a uma distância mínima de 0.5m de quaisquer
aberturas, tais como janelas, portas etc.

A instalação dos condutores de descidas deve levar em consideração o material da parede na qual
estes serão fixados:

»» Se a parede for de material não inflamável, os condutores de descidas podem ser


instalados na superfície ou embutidos nela.

»» Se a parede for de material inflamável e a elevação da temperatura causada pela


passagem da corrente de descarga atmosférica não resultar em risco para este
material, os condutores podem ser instalados em sua superfície.

»» Se a parede for de material inflamável e a elevação da temperatura causada pela


passagem da corrente de descarga atmosférica resultar em risco para este material,
os condutores podem ser instalados a uma distância mínima de 10 cm do volume a
proteger.

Os condutores de descidas naturais devem ser retilíneos e verticais, de modo a prover o trajeto mais
curto e direto para a terra.

Não são permitidas emendas nos cabos utilizados como condutores de descidas, exceto na
interligação do condutor de descida e o condutor de aterramento.

Os cabos de descida devem ser protegidos contra danos mecânicos por meio de um tubo rígido de
PVC ou metálico coma altura de 2,5m.

Conexão de medição
Para cada condutor de descida, com exceção das descidas naturais ou embutidas, deve este
subsistema ser provido de uma conexão de medição, instalada próximo do ponto de ligação ao
eletrodo de aterramento. Tem a finalidade de realizar as medições de resistência de aterramento,
devendo esta ser inferior a 10 ohm’s.

Condutores de descidas naturais


Os pilares metálicos da estrutura podem ser utilizados como condutores de descidas. Os elementos
de fachadas (perfis e suportes metálicos) podem ser utilizados como descidas desde que possuam as
seções mínimas estabelecidas em norma e que garantam a continuidade elétrica até ao solo.

As armaduras de aço interligadas da estrutura de concreto armado podem ser consideradas


condutores de descidas desde que:

102
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

»» Cerca de 50% dos cruzamentos de barras de armaduras estejam firmemente


amarrados com arames torcidos e as barras na região de trespasse apresentem
comprimento de sobreposição ao seu diâmetro.

Em edificações existentes de concreto armado poderão ser utilizadas as do concreto, desde que
sejam realizadas medições de continuidade e possuam resistência menor que 1 OHM. A medição
deverá ser feita entre o topo e base dos pilares.

Subsistema de aterramento
Podem ser utilizados os seguintes tipos de eletrodos de aterramento:

»» Aterramento natural.

»» Condutores em anel.

»» Hastes verticais.

»» Condutores horizontais.

»» Eletrodos em forma de placas ou pequenas placas devem ser evitados por razões de
corrosão.

Importante ressaltar que a resistência de aterramento deverá ser inferior a 10 ohms. Para tanto,
deve ser levado em consideração o tipo de solo para adotar o tipo de método com o intuito de
diminuir a resistência de terra, tais como:

»» Hastes profundas.

»» Sal para aumentar a condutibilidade do solo. O problema é que a chuva dissolve o


sal e deve renovar o tratamento periodicamente.

»» Tratamento químico por meio de um gel que mantém a umidade no solo.

»» Tratamento com betonita, a qual é uma argila que tem grande capacidade de reter água.

Tipos de arranjos recomendados para este subsistema

»» ARRANJO ‘A’.

›› Este arranjo é composto de eletrodos verticais, horizontais, sendo indicados para


solos de baixa resistividade e para pequenas estruturas (perímetro de até 25 m).

»» ARRANJO ‘B’.

›› Este arranjo é composto de anéis ou embutidos nas fundações e é obrigatório em


edificações com perímetros maiores que 25 m.

103
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Seções mínimas dos materiais do SPDA


As seções mínimas dos materiais do SPDA deverão seguir o quadro abaixo descriminado:

Quadro 15 - Seções mínimas dos materiais do SPDA.

Material Captor e anéis Descidas Descidas Eletrodos de


intermediários
h<20 m h <20m aterramento
Cobre 35 16 35 80
Alumínio 70 25 70 -
Aço galvanizado 80 50 80 80
Fonte: NBR 5419

Determinação da necessidade de um SPDA


A NBR 5419 estabelece critérios para definir se uma edificação precisa ou não de um SPDA.

Cada Corpo de Bombeiros Militar estadual poderá adotar outros critérios. Para tanto faz necessário
a consulta à legislação específica.

104
CAPÍTULO 4
Instalações prediais de GLP

Objetivo
Este estudo tem por objetivo estabelecer as condições mínimas de segurança para montagem,
localização e segurança de centrais de GLP e aplica-se a instalações comerciais e residenciais com
capacidade de armazenagem total máxima de 4.000kg (quatro mil quilogramas) de GLP para
recipientes transportáveis e 8.000kg (oito mil quilogramas) de GLP para recipientes estacionários.

Definições e abreviaturas
Para entendimento, aplicam-se as seguintes definições:

Abrigo de Recipientes: Construção de material incombustível, destinada à proteção de recipientes


e seus complementos.

Capacidade volumétrica do recipiente: Capacidade total em volume de água que o recipiente


pode comportar.

Central de gás: Área devidamente delimitada que contém os recipientes transportáveis ou


estacionário(s) e acessórios, destinada ao armazenamento de GLP para consumo da própria
edificação.

Gás Liquefeito de Petróleo - GLP: Produto composto de hidrocarbonetos com três ou quatro
átomos de carbono (propano, propeno, butano, buteno), podendo apresentar-se em mistura entre
si e com pequenas frações de outros hidrocarbonetos.

Instalação predial de GLP: Conjunto de tubulações, acessórios e equipamentos que conduzem


e utilizam o GLP para consumo.

Medidores de Consumo: Dispositivos que têm por objetivo medir a quantidade de GLP
consumida por um determinado ponto de consumo ou conjunto de pontos de consumo.

Material Incombustível: É aquele que possui ponto de ignição a uma temperatura superior a
1200ºC (um mil e duzentos graus Celsius).

Recipiente Estacionário: Recipiente fixo, com capacidade superior a 0,25m³ (zero vírgula vinte
e cinco metros cúbicos).

Recipiente Transportável: Recipiente construído de acordo com a NBR 8460, que pode ser
transportado manualmente ou por qualquer outro meio.

105
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Rede de Distribuição: Todo o conjunto de tubulações e acessórios, após o regulador de primeiro


estágio ou estágio único, destinado a distribuir o GLP por toda a edificação.

Tempo de Resistência ao Fogo: Tempo mínimo, em horas, que um elemento estrutural deve
impedir a propagação do fogo sem comprometer sua função estrutural.

Economia: Propriedade servindo para qualquer finalidade ocupacional, que é caracterizada por
um ou mais pontos de consumo.

Características gerais

O sistema de gás canalizado é composto de:

a. Central de gás: que é o local que contém os recipientes e acessórios destinados ao


armazenamento de GLP.

b. Rede de alimentação: que é o trecho da instalação em alta pressão (acima de 4 kg/


cm2), situados entre os recipientes de GLP e o regulador de 1o estágio ou estágio
único.

c. Rede de distribuição: que é o conjunto de tubulações e acessórios, destinado a


distribuir o GLP para a edificação, constituída pelas seguintes redes:

›› Rede primária: Trecho da instalação situado entre o regulador de 1o estágio e o


regulador de 2o estágio.

›› Rede secundária: Trecho da instalação situado entre o regulador de 2o estágio ou


estágio único e os pontos de consumo da edificação.

Tipos de centrais

As centrais podem ser de recipientes transportáveis ou estacionários.

Centrais de GLP com recipientes transportáveis

A central deverá estar localizada no térreo da edificação, devendo ser o ambiente ventilado,
permitindo seu fácil acesso.

A central de GLP deverá ser instalada fora da projeção vertical da edificação, não podendo ser
instalada em fossos de iluminação, ventilação, garagens e subsolos.

Os abrigos de recipientes deverão conter aberturas com área mínima de 10% de sua planta baixa, a
fim de garantir uma boa ventilação.

106
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

O afastamento mínimo da central de GLP até a projeção horizontal da edificação obedece o


quadro abaixo:

Quadro 16. Afastamentos de recipientes transportáveis

Quantidade de GLP( KG) Afastamentos (metros)

Até 540 0

A partir de 540 até 1080 1.5

A partir de 1080 até 2520 3.0

A partir de 2520 até 4000 4.5

Fonte: NBR 13523

Os recipientes devem ser assentados em base firme nivelada e de material incombustível.

Centrais de GLP com recipientes estacionários

As centrais estacionárias podem ser:

Aterradas

Central cujo recipiente está protegido por taludes com recobrimento de terra compactada, mantendo
0,30m do costado do tanque.

Figura 41. Central aterrada

Fonte: NBR 13523

Subterrânea

Recipientes instalados de modo a manter a profundidade mínima de 0,30 m do costado


do tanque.

107
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Figura 42. Central subterrânea

Fonte: NBR 13523

Aéreas

Recipientes instalados sobre a superfície.

Figura 43. Central aérea

Fonte: NBR 13523

Características gerais
Cada recipiente deverá ser identificado por meio de placa metálica, afixada em local visível,
contendo:

1. Identificação da norma de construção.

2. Marca do fabricante e data de fabricação.

3. Capacidade volumétrica.

4. Pressão de projeto e de ensaio.

A locação da central de GLP deverá manter um afastamento mínimo das edificações ou divisas de
propriedades que possam ser edificadas conforme tabela abaixo:

108
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Tabela 5. Afastamentos de recipientes estacionários

Capacidade do reservatório m3 Afastamento (Metros)


Até 1.0 0
De 1.1 até 2.0 1.5
De 2,5 até 5.5 3.0
De 5,6 até 8,0 7.5
Fonte: NBR 13523

a. Todos os afastamentos tomam como referência a projeção do costado do tanque.

b. No caso de recipientes enterrados, os afastamentos podem ser reduzidos a metade.

Na existência de mais de um recipiente, deve-se obedecer o seguinte:

a. Podem ser instalados formando grupos de no máximo seis, sendo o afastamento


mínimo entre os grupos de 7.5 m.

b. Devem ser instalados lado a lado, nunca uns sobre os outros.

c. Devem ser afastados entre si, quando sua capacidade unitária for maior que 1m3,
numa distância mínima de 1.0 metro.

A central de gás com recipientes estacionários aterrados deve ser delimitada por meio de cerca de
tela, gradil ou elemento vazado com 1.8 m de altura, contendo no mínimo dois portões em lados
opostos, assegurando a ventilação na área e posicionada pelos seguintes afastamentos:

a. 1.5 m dos recipientes com capacidade unitária ate 5.5 m3.

b. 3.0 m dos recipientes com capacidade unitária entre 5.6 e 8 m3.

As central subterrânea deverá ser cercada por estacas e correntes.

Figura 44. Central subterrânea

Fonte: NBR 13523

109
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Deve ser observada a locação para estacionar o caminhão abastecedor, com o intuito de evitar que a
mangueira de abastecimento passe em locais de concentração de público.

Rede de alimentação
Rede de alimentação é o trecho da instalação em alta pressão, situado entre os recipientes de GLP e
o regulador de 1o estágio ou estagio único.

O regulador de 1o estágio é um dispositivo para reduzir a pressão do gás de 4,0 kg/cm2 para no
máximo 1,5 kg/cm2, antes de sua entrada na rede primária.

Regulador de estágio único reduz a pressão de 4,0 kg/cm2 para 0.05 kg/cm2.

Rede de distribuição
Rede de distribuição é o conjunto de tubulações e acessórios, destinado a distribuir o GLP para a
edificação, constituídas pelas seguintes redes:

»» Rede primária: Trecho da instalação situado entre o regulador de 10 estágio e o


regulador de 20 estágio.

»» Rede secundária: Trecho da instalação situado entre o regulador de 20 estágio ou


estágio único e os pontos de consumo da edificação.

Neste trecho está localizado o regulador de 2o estágio, o qual é um dispositivo para reduzir a pressão
do gás antes de entrar na rede secundária de 1.5 kg/cm2 para um valor abaixo de 0,05 kg/cm2.

No caso de utilização de um regulador de estagio único, este faz a redução da pressão de 4kg/cm2
para 0,05 kg/cm2, dispensando o regulador de 2o estágio.

Nos locais em que a canalização passar e não houver ventilação pode ser utilizado tubo luva, que é
um tubo no qual é instalado a canalização de GLP e tem como finalidade impedir a dissipação do
gás em caso de vazamento.

É proibido a rede de distribuição passar nos seguintes locais:

a. dutos de lixo, ar condicionado e águas pluviais;

b. reservatório de água;

c. poços de elevadores;

d. compartimentos destinados a dormitórios;

e. qualquer tipo de forro falso;

f. paredes construídas de tijolos vazados.

110
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

É terminantemente proibido conduzir GLP em fase líquida no interior da edificação. O GLP na


fase líquida, obrigatoriamente deve estar sob pressão para se liquefazer e quando exposto a
condições normais de temperatura e pressão ele aumenta seu volume, no estado gasoso, em 250
vezes. Se por ventura a canalização que estiver transportando esse GLP na fase líquida dentro da
edificação se romper, o risco de encontrar uma mistura ideal em um ambiente confinado aumenta
consideravelmente.

Medidores de consumo
Após o regulador de 2o estágio ou estágio único, deverão ser instalados medidores para estipular o
consumo de gás em uma determinada economia.

Pode-se ainda adotar medidores coletivos, destinado à medição total de gás de um conjunto de
economias. Esta opção é mais aconselhável em função de os medidores individuais possuírem
diversas conexões, locais em que há um maior risco de vazamento.

As cabines dos medidores de consumo deverão ser providas de aberturas de ventilação, na parte
inferior, para permitirem o escoamento do gás proveniente de eventuais vazamentos.

É vedada a localização dos medidores na escada de emergência.

Figura 45. Cabine de medidores e reguladores de 2o estágio

Pontos de consumo
São os locais nos quais serão instalados os aparelhos que consumirão o GLP.

A ligação de aparelhos de utilização à rede secundária deve ser feita por meio de conexões e um
registro de corte de fornecimento para ponto de consumo e a rede, a fim de permitir a retirada do
aparelho sem interromper o abastecimento a outros aparelhos.

111
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2

Tipos de materiais utilizados nas redes de


distribuição e alimentação predial
Para condução de GLP nas redes de alimentação das centrais prediais, as canalizações poderão
ser de:

a. Tubos de aço carbono sem costura.

b. Conexões de ferro fundido.

c. Conexões de aço forjado.

d. Mangueiras de alta pressão.

e. Tubos de cobre com espessura mínima de 0,8 mm.

f. Conexões de cobre.

Pela NBR 13932, toda tubulação de gás aparente, deve ser pintada na cor amarela.

Sistemas de proteção contra incêndio


O dimensionamento da capacidade e quantidade de extintores destinados à proteção contra incêndio
deverá seguir a tabela abaixo:

Tabela 6 - Afastamentos de recipientes estacionários

Quantidade de GLP(kg) Quantidade e capacidade de


extintores
Até 270 2 x 4 kg
271 até 1800 2x 6 kg
Acima de 1800 2x 12 kg
Fonte: NBR 13523

As centrais devem ser sinalizadas por meio de avisos com letras não inferiores a 50 mm, em
quantidade tal que possam ser visualizadas de qualquer direção, contendo os seguintes dizeres:

»» Perigo.

»» Inflamável.

»» Proibido fumar.

Considerações gerais
As centrais devem sempre distar no mínimo a 1,5 das aberturas, como ralos, poços, canaletas e
outras que estejam em nível inferior à central. Todos nós sabemos que o GLP é mais pesado que o
ar atmosférico e tende a alojar-se em depressões, aumentando a chance de propiciar a mistura ideal
para que ocorra a explosão.

112
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2 │ UNIDADE IV

Os recipientes devem também distar 03 metros de quaisquer fontes de ignição, inclusive acessos de
veículos, redes elétricas e 06 metros de depósitos de materiais inflamáveis.

Estas distâncias acima mencionadas podem ser reduzidas pela metade se for construído uma parede
resistente ao fogo por no mínimo 2 horas, interpondo o recipiente e o ponto considerado.

Os recipientes não podem ser localizados sob redes elétricas, devendo ser respeitado o afastamento
mínimo de 03 metros da projeção.

Não é permitido centrais dentro das edificações.

As instalações da central de GLP devem permitir o reabastecimento dos recipientes sem a interrupção
da alimentação do gás na edificação.

Após a conclusão do sistema na edificação, deverá ser solicitado pelo órgão fiscalizador local um
Laudo do ensaio de estanqueidade da rede de alimentação e da rede de distribuição, no qual fiquem
claros a pressão utilizada no ensaio e o tempo ao qual a rede ficou submetida a esta pressão (pressão
de 10 kg/cm2 durante no mínimo por 02 horas). Deve constar também a especificação da tubulação
utilizada na instalação de GLP e a capacidade da central de GLP instalada. O laudo deverá ser
assinado pelo responsável técnico da execução da instalação do GLP.

113
SISTEMAS DE UNIDADE V
PROTEÇÃO – PARTE 3

CAPÍTULO 1
As saídas de emergência

Conceito
Ao contrário do que se possa imaginar, as saídas de emergência devem ser pensadas em primeiro
plano quando se trata de proteção contra incêndio e pânico. O comportamento inicial das pessoas
frente ao incêndio é de fugir ou buscar um refúgio. Poucas são as pessoas que se sentem habilitadas
a operar um aparelho extintor de incêndio ou a conduzir as outras pessoas por uma rota de fuga
segura num ambiente sinistrado. Decorre daí a necessidade prioritária que deve ser dispensada às
saídas de emergência duma edificação ou área cercada com aglomeração de pessoas.

Além disso, deve-se ter em mente que o objetivo maior da segurança contra incêndio e pânico
é a salvaguarda de vidas. Portanto, garantir que as pessoas sujeitas a uma situação de incêndio
sobrevivam com os menores danos possíveis deve ser uma meta buscada incessantemente. Uma
das medidas de proteção mais eficazes nesse sentido são as saídas de emergência. Elas atendem
basicamente a dois objetivos: permitir a evacuação dos ocupantes da edificação com segurança e
prover o acesso seguro das equipes de bombeiros.

Definimos então saídas de emergência como um caminho contínuo, devidamente protegido,


proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas,
rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em
caso de um incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto,
protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.

São componentes da saída de emergência:

a. acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às escadas, quando houver, e


respectivas portas ou ao espaço livre exterior, nas edificações térreas;

b. escadas ou rampas;

c. descarga.

114
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

Definições
Acesso: caminho a ser percorrido pelos usuários do pavimento, constituindo a rota de saída
horizontal, para alcançar a escada ou rampa, área de refúgio ou descarga. Os acessos podem ser
constituídos por corredores, passagens, vestíbulos, balcões, varandas e terraços.

Escada de emergência: escada integrante de uma rota de saída, podendo ser uma
escada enclausurada à prova de fumaça, escada enclausurada protegida ou escada não
enclausurada.

Descarga: parte da saída de emergência de uma edificação que fica entre a escada e o
logradouro público ou área externa com acesso a este.

Altura de edificação ou altura descendente: Medida em metros, é o ponto que


caracteriza a saída ao nível de descarga ao ponto mais alto da laje de piso do último
pavimento, desconsiderando casas de máquinas, caixas d’água e outros.

Acessos
Os acessos devem permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da edificação, portanto, devem
permanecer desobstruídos e serem sinalizados e iluminados, indicando claramente o sentido da
saída. O pé-direito mínimo é de 2,50m, sendo permitidos rebaixos de vigas, vergas e outros, contanto
que se preserve uma altura livre mínima de 2,00m.

Outro aspecto a ser observado nos acessos são as larguras mínimas das saídas que, em qualquer
caso (corredores, escadas, rampas), devem ser as seguintes:

a. 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem;

b. 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do


grupo H, divisão H-31.

Repare que o texto faz referência à unidade de passagem. Unidade de passagem é a largura mínima
para a passagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55m. Por enquanto, ficaremos somente com a
definição; este tema será novamente abordado adiante, quando tratarmos do dimensionamento das
saídas de emergência.

As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e em
comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída.

As larguras mínimas das saídas, em qualquer caso, devem ser as seguintes:

a. 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem;

b. 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do


grupo H, divisão H-3.

115
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e em
comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída.

As portas devem ter as seguintes dimensões mínimas de largura:

a. 80 cm, valendo por uma unidade de passagem;

b. 1,0 m, valendo por duas unidades de passagem;

c. 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem (acima de 2,2 m,
exige-se coluna central).

As portas das antecâmaras e das escadas devem ser providas de dispositivos mecânicos e
automáticos, de modo a permanecerem fechadas, mas destrancadas, no sentido do fluxo de saída,
sendo admissível que se mantenham abertas, desde que disponham de dispositivos de fechamento,
quando necessário.

Em salas com capacidade acima de 200 pessoas e nas rotas de saída de locais de reunião com
capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e descarga
devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR 11.785.

Escadas

Escada não enclausurada ou escada comum (NE)

Escada que, embora possa fazer parte de uma rota de saída, se comunica diretamente com os demais
ambientes, como corredores, halls e outros, em cada pavimento, não possuindo portas corta-fogo.

Quanto às características gerais de construção

1. ser constituídas com material incombustível e oferecer nos elementos estruturais


resistência ao fogo de, no mínimo, 2h;

2. ter os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes à


propagação superficial de chama;

3. ter os pisos com condições antiderrapantes, e que permaneçam assim com o uso;

4. os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos, tais como móveis,


divisórias móveis, locais para exposição de mercadorias, e outros, de forma
permanente, mesmo quando o prédio esteja supostamente fora de uso.

Quanto às guardas em seus lados abertos

Guardas são barreiras protetoras verticais, maciças ou não, delimitando as faces laterais abertas de
escadas, rampas, patamares, terraços, balcões, galerias e assemelhados, servindo como proteção
contra eventuais quedas de um nível para outro.

116
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

1. ser dotada de guardas em seus lados abertos, quando o desnível for superior a 19 cm;

2. a altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,05 m, podendo ser reduzida para
92cm nas escadas internas;

3. a altura das guardas em escadas externas, quando a mais de 12 m acima do solo


adjacente deve ser, no mínimo, 1,30 m;

4. as guardas vazadas não devem permitir que uma esfera de 15cm de diâmetro possa
passar por nenhuma abertura, ser isentas de quaisquer elementos que possam
enganchar em roupas e ser constituídas por materiais não-estilhaçáveis, exigindo-
se o uso de vidros aramados ou de segurança laminados, se for o caso;

5. devem resistir a cargas transmitidas por corrimãos nelas fixados ou calculadas para
resistir a uma força horizontal de 730 N/m aplicada a 1,05 m de altura, adotando-se
a condição que conduzir maiores tensões;

6. ter seus painéis, longarinas, balaústres e assemelhados calculados para resistir a


uma carga horizontal de 1,20 kPa aplicada à área bruta da guarda ou equivalente da
qual façam parte;

Quanto aos corrimãos

Barra, cano ou peça similar, com superfície lisa, arredondada e contínua, localizada junto às paredes
ou guardas de escadas, rampas ou passagens para as pessoas neles se apoiarem ao subir, descer ou
se deslocar.

1. devem ser situados entre 80 cm e 92 cm acima do nível do piso;

2. uma escada pode ter corrimãos em diversas alturas, além do corrimão principal na
altura normal exigida de acordo com as necessidades específicas da população da
edificação;

3. devem permitir o deslocamento da mão ao longo de toda a sua extensão, sem


encontrar quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade;

4. no caso de seção circular, seu diâmetro varia entre 38 mm e 65 mm;

5. devem estar afastados no mínimo a 40 mm das paredes ou guardas às quais forem


fixados;

6. escadas com mais de 2,20 m de largura devem ter corrimão intermediário, no


máximo, a cada 1,80 m. Os lanços determinados pelos corrimãos intermediários
devem ter no mínimo, 1,10m de largura;

7. em ocupações H2 e H3, utilizadas por pessoas muito idosas e deficientes físicos,


que exijam máximo apoio com ambas as mãos em corrimãos, pode ser prevista, em
escadas largas, uma unidade de passagem especial com 69 cm entre corrimãos;

117
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

8. as extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou


outros dispositivos para evitar acidentes;

9. escadas externas de caráter monumental podem, excepcionalmente, ter apenas dois


corrimãos laterais, independentemente de sua largura, quando não forem utilizadas
por grandes multidões.

10. devem ser calculados para resistirem a uma carga de 900 N, aplicada em qualquer
ponto deles, verticalmente de cima para baixo e horizontalmente em ambos os
sentidos.

Quanto aos degraus e patamares

1. ter altura compreendida entre 16 cm e 18 cm, com tolerância de 0,05 cm;

2. devem ter a largura dimensionada pela fórmula de Blondel:

(63 cm < 2h +b < 64 cm)

→ para h = 16 cm, a largura deve estar compreendia entre 31 e 32 cm

→ para h = 18 cm, a largura deve estar compreendida entre 27 e 28 cm

3. devem ser balanceados quando o lanço da escada for em leque, caso em que a
largura do degrau será feita segundo a linha de percurso e a parte mais estreita
destes degraus ingrauxidos não tenha menos de 15 cm;

4. lanço mínimo deve ser de três degraus e o lanço máximo, entre dois patamares
consecutivos, não deve ultrapassar 3,70 m de altura;

5. não são admitidos degraus em leque em edificações de ocupação dos grupos F e H;

6. o comprimento dos patamares deve ser no mínimo, igual à largura da escada,


quando há mudança de direção da escada sem degraus ingrauxidos, e dado pela
fórmula [p = (2h + b)n + b], onde n é um número inteiro, quando a escada for reta.

Escadas não destinadas a saídas de emergência

As escadas secundárias, não destinadas a saídas de emergência, mas que podem eventualmente
funcionar como tais, isto é, todas as demais escadas da edificação, devem:

1. ter os pisos em condições antiderrapantes e que permaneçam como tais com o uso;

2. ser dotadas de corrimãos, atendendo ao prescrito anteriormente, porém, apenas


um corrimão nas escadas com até 1,20 m de largura e dispensando-se corrimãos
intermediários;

118
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

3. ser dotadas de guardas em seus lados abertos, conforme prescrito anteriormente;

4. atender ao prescrito em relação ao dimensionamento dos degraus conforme lei


de Blondel, balanceamento e outros, admitindo-se, porém, nas escadas curvas,
que a parte mais estreita dos degraus ingrauxidos chegue a um mínimo de 7 cm
e dispensando-se a aplicação da fórmula dos patamares, bastando que o patamar
tenha um mínimo de 80 cm;

5. admite-se nas escadas secundárias, exclusivamente de serviço e não destinadas a


saídas de emergência, as seguintes alturas máximas h dos degraus, respeitando-se,
porém, sempre a lei de Blondel:

a. ocupações A até G: h = 20 cm;

b. ocupações H: h = 19 cm;

c. ocupações I e J: h = 23 cm.

Escada enclausurada protegida (EP)

Escada devidamente ventilada situada em ambiente envolvido por paredes corta-fogo e dotada de
portas resistentes ao fogo.

Figura 46 - Detalhe da escada protegida

Fonte: NBR 9077

119
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

Quanto às características gerais de construção

1. ser constituída por material incombustível e resistente ao fogo por 2h, no mínimo;

2. possuir os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes à


propagação superficial de chama;

3. atender todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando


obrigatoriamente no piso desta, não podendo ter comunicação direta com outro
lanço da mesma prumada (figura 47);

4. possuir os pisos com condições antiderrapantes, e que permaneçam assim com o


uso;

5. as paredes das caixas de escadas, das guardas, dos acessos e das descargas devem
ter acabamento liso;

6. as caixas de escadas não podem ser utilizadas como depósitos, mesmo por curto
espaço de tempo, nem para a localização de quaisquer móveis ou equipamentos,
exceto os previstos especificamente pela NBR 9077/1993;

7. nas caixas de escadas, não podem existir aberturas para tubulações de lixo, passagens
para a rede elétrica, centros de distribuição elétrica, armários para medidores
de gás e assemelhados, excetuadas as escadas não enclausuradas em edificações
classificadas em L e M (de baixa e de média alturas).

Figura 47 - Escada protegida – Descarga sem comunicação entre os pavimentos superiores e os inferiores

Fonte: NBR 9077

120
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

Quanto às guardas em seus lados abertos

1. ser dotada de guardas em seus lados abertos:

2. a altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,05 m, podendo ser reduzida para
92cm nas escadas internas;

3. as guardas vazadas não devem permitir que uma esfera de 15cm de diâmetro não
possa passar por nenhuma abertura, ser isentas de quaisquer elementos que possam
enganchar em roupas e ser constituídas por materiais não-estilhaçáveis, exigindo-
se o uso de vidros aramados ou de segurança laminados, se for o caso;

4. devem resistir a cargas transmitidas por corrimãos nelas fixados ou calculadas para
resistir a uma força horizontal de 730 N/m aplicada a 1,05 m de altura, adotando-se
a condição que conduzir maiores tensões;

5. ter seus painéis, longarinas, balaústres e assemelhados calculados para resistir a


uma carga horizontal de 1,20 kPa aplicada à área bruta da guarda ou equivalente da
qual façam parte;

Quanto aos corrimãos

1. devem ser situados entre 80 cm e 92 cm acima do nível do piso;

2. uma escada pode ter corrimãos em diversas alturas, além do corrimão principal na
altura normal exigida de acordo com as necessidades específicas da população da
edificação;

3. devem permitir o deslocamento da mão ao longo de toda a sua extensão, sem


encontrar quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade;

4. no caso de seção circular, seu diâmetro varia entre 38 mm e 65 mm;

5. devem estar afastados no mínimo a 40 mm das paredes ou guardas às quais forem


fixados;

6. escadas com mais de 2,20 m de largura devem ter corrimão intermediário, no


máximo, a cada 1,80 m. Os lanços determinados pelos corrimãos intermediários
devem ter no mínimo, 1,10 m de largura;

7. em ocupações H2 e H3, utilizadas por pessoas muito idosas e deficientes físicos,


que exijam máximo apoio com ambas mãos em corrimãos, onde pode ser prevista,
em escadas largas, uma unidade de passagem especial com 69 cm entre corrimãos;

8. as extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou


outros dispositivos para evitar acidentes;

121
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

9. devem ser calculados para resistirem a uma carga de 900 N, aplicada em qualquer
ponto deles, verticalmente de cima para baixo e horizontalmente em ambos os
sentidos;

10. devem estar dispostos de ambos os lados da escada.

Figura 48 - Detalhe do corrimão

Fonte: NBR 9077

Quanto aos degraus e patamares

1. Ter altura compreendida entre 16 cm e 18 cm, com tolerância de 0,05 cm;

2. Devem ter a largura dimensionada pela fórmula de Blondel (63 cm < 2h +b <
64 cm) ;

Figura 49 - Detalhe da largura e espelho do degrau

Fonte: NBR 9077

122
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

3. devem ser balanceados quando o lanço da escada for em leque, caso em que a
largura do degrau será feita segundo a linha de percurso e a parte mais estreita
destes degraus ingrauxidos não tenha menos de 15 cm;

Figura 50 - Detalhe da escada com degraus ingrauxidos

Fonte: NBR 9077

4. lanço mínimo deve ser de três degraus e o lanço máximo, entre dois patamares
consecutivos, não deve ultrapassar 3,70 m de altura;

5. não são admitidos degraus em leque em edificações de ocupação dos grupos F e H;

6. em ambos os lados de vão da porta, deve haver patamares com comprimento


mínimo igual à largura da folha da porta;

7. o comprimento dos patamares deve ser no mínimo, igual à largura da escada,


quando há mudança de direção da escada sem degraus ingrauxidos, e dado pela
fórmula [p = (2h + b)n + b], onde n é um número inteiro, quando a escada for reta.

Quanto às portas de acesso à escada protegida

1. ter as portas de acesso resistentes ao fogo por 30 min, e, preferencialmente, dotadas


de vidros aramados transparentes com 0,50 m2 de área, no máximo;

2. admite-se o uso de portas autoportantes de vidro temperado com acesso às escadas


enclausuradas protegidas, quando todas as portas do corredor de acesso forem
resistentes ao fogo por 30 min e as paredes resistentes ao fogo por 2 h;

3. as portas das escadas devem ser providas de dispositivos mecânicos e automáticos,


de modo a permanecerem fechadas, mas destrancadas, no sentido do fluxo de saída,

123
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

sendo admissível que se mantenham abertas, desde que disponham de dispositivos


de fechamento, quando necessário.

4. em edificações com área de pavimento inferior a 750 m2, as portas de acesso


às unidades autônomas podem abrir diretamente para o ambiente da escada
enclausurada protegida, desde que não haja mais de quatro unidades por pavimento,
a área do hall não ultrapasse 12 m2 e a escada seja interrompida ao nível da descarga.

Quanto à ventilação

1. ser dotadas, em todos os pavimentos (exceto no da descarga, onde isto é facultativo),


de janelas abrindo para o espaço livre exterior;

2. as janelas devem ter área de ventilação efetiva mínima de 0,80 m2, em cada
pavimento;

3. as janelas devem estar situadas junto ao teto, estando o peitoril, no mínimo, a 1,10
m acima do piso do patamar ou degrau adjacente e tendo largura mínima de 0,80
m;

4. as janelas devem ser dotadas de vidros de segurança aramados ou temperados, com


área máxima de 0,50 m2 cada um, quando distarem menos de 3,00 m, em projeção
horizontal, de qualquer outra abertura no mesmo prédio, no mesmo nível ou em
nível inferior ao seu ou à divisa do lote, podendo esta distância ser reduzida para 1,4
m, no caso de aberturas no mesmo plano de parede e no mesmo nível;

5. as janelas devem ser construídas em perfis reforçados de aço, com espessura mínima
de 3 mm, sendo vedado o uso de perfis ocos, chapa dobrada, alumínio, madeira,
plásticos, e outros;

6. as janelas devem ter, nos caixilhos móveis, movimento que não prejudique o tráfego
da escada e não ofereça dificuldade de abertura ou fechamento, em especial da parte
obrigatoriamente móvel junto ao teto, sendo que de preferência do tipo basculante,
sendo vedado os tipos de abrir com o eixo vertical e “maximar”;

7. na impossibilidade de colocação de janela na caixa da escada enclausurada


protegida, os corredores devem ser ventilados por janelas abrindo para o espaço
livre exterior, com área de ventilação mínima de 0,80 m2, situadas junto ao forro;
ou os corredores de acesso devem ter sua ligação com a caixa da escada por meio de
antecâmaras ventiladas;

8. as escadas enclausuradas protegidas devem possuir ventilação permanentes


inferior, com área de 1,20 m2 no mínimo, junto ao solo, podendo esta ventilação ser
por veneziana na própria porta de saída térrea ou em local conveniente da caixa da
escada ou corredor da descarga, que permita a entrada de ar puro, em condições
análogas à tomada de ar dos dutos de ventilação;

124
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

9. devem ser dotadas de alçapão de alívio de fumaça (alçapão de tiragem) que permita
a ventilação em seu término superior, com área mínima de 1,00 m2.

Escada enclausurada à prova de fumaça (PF)


Escada cuja caixa é envolvida por paredes corta-fogo e dotada de porta corta-fogo, cujo
acesso é por antecâmara igualmente enclausurada ou local aberto, de modo a evitar fogo e
fumaça em caso de incêndio.

Quanto às características gerais de construção

1. ser constituída por material incombustível e resistente ao fogo por 4h, no mínimo;

2. possuir os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes à


propagação superficial de chama;

3. atender todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando


obrigatoriamente no piso desta, não podendo ter comunicação direta com outro
lanço da mesma prumada;

4. possuir os pisos com condições antiderrapantes e que permaneçam assim com o


uso;

5. as paredes das caixas de escadas, das guardas, dos acessos e das descargas devem
ter acabamento liso;

6. as caixas de escadas não podem ser utilizadas como depósitos, mesmo por curto
espaço de tempo, nem para a localização de quaisquer móveis ou equipamentos,
exceto os previstos especificamente pela NBR 9077/1993;

7. nas caixas de escadas, não podem existir aberturas para tubulações de lixo, passagens
para a rede elétrica, centros de distribuição elétrica, armários para medidores
de gás e assemelhados, excetuadas as escadas não enclausuradas em edificações
classificadas em L e M (de baixa e de média alturas).

Quanto às guardas em seus lados abertos

1. ser dotada de guardas em seus lados abertos:

2. a altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,05 m, podendo ser reduzida para
92cm nas escadas internas;

3. as guardas vazadas não devem permitir que uma esfera de 15cm de diâmetro não
possa passar por nenhuma abertura, ser isentas de quaisquer elementos que possam
enganchar em roupas e ser constituídas por materiais não-estilhaçáveis, exigindo-se
o uso de vidros aramados ou de segurança laminados, se for o caso;

125
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

4. devem resistir a cargas transmitidas por corrimãos nelas fixados ou calculadas para
resistir a uma força horizontal de 730 N/m aplicada a 1,05 m de altura, adotando-se
a condição que conduzir maiores tensões;

5. ter seus painéis, longarinas, balaústres e assemelhados calculados para resistir a


uma carga horizontal de 1,20 kPa aplicada à área bruta da guarda ou equivalente da
qual façam parte.

Quanto aos corrimãos

1. devem ser situados entre 80 cm e 92 cm acima do nível do piso;

2. uma escada pode ter corrimãos em diversas alturas, além do corrimão principal na
altura normal exigida de acordo com as necessidades específicas da população da
edificação;

3. devem permitir o deslocamento da mão ao longo de toda a sua extensão, sem


encontrar quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade;

4. no caso de seção circular, seu diâmetro varia entre 38 mm e 65 mm;

5. devem estar afastados no mínimo a 40 mm das paredes ou guardas às quais forem


fixados;

6. escadas com mais de 2,20 m de largura devem ter corrimão intermediário, no


máximo, a cada 1,80 m. Os lanços determinados pelos corrimãos intermediários
devem ter no mínimo, 1,10 m de largura;

7. em ocupações H2 e H3, utilizadas por pessoas muito idosas e deficientes físicos,


que exijam máximo apoio com ambas mãos em corrimãos, onde pode ser prevista,
em escadas largas, uma unidade de passagem especial com 69 cm entre corrimãos;

8. as extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou


outros dispositivos para evitar acidentes;

9. devem ser calculados para resistirem a uma carga de 900 N, aplicada em qualquer
ponto deles, verticalmente de cima para baixo e horizontalmente em ambos os
sentidos;

10. devem estar dispostos de ambos os lados da escada.

Quanto aos degraus e patamares

1. ter altura compreendida entre 16 cm e 18 cm, com tolerância de 0,05 cm;

2. devem ter a largura dimensionada pela fórmula de Blondel (63 cm < 2h +b < 64
cm);

126
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

3. o lanço mínimo deve ser de três degraus e o lanço máximo, entre dois patamares
consecutivos, não deve ultrapassar 3,70 m de altura;

4. em ambos os lados de vão da porta, deve haver patamares com comprimento


mínimo igual à largura da folha da porta;

5. o comprimento dos patamares deve ser no mínimo, igual à largura da escada,


quando há mudança de direção da escada sem degraus ingrauxidos, e dado pela
fórmula [p = (2h + b)n + b], onde n é um número inteiro, quando a escada for reta;

6. não são admitidos degraus em leque em escadas à prova de fumaça.

Quanto à iluminação natural

1. é recomendável, mas não indispensável;

2. pode ser obtida por abertura provida de caixilho de perfil de aço reforçado, com
3 mm de espessura mínima, provido de fecho acionável por chave ou ferramenta
especial, devendo ser aberto somente para fins de manutenção ou emergenciais;

3. este caixilho deve ser guarnecido com vidro aramado, transparente ou não, malha
de 12,5 mm, com espessura mínima de 6,5 mm;

4. em paredes dando para o exterior, sua área máxima não pode ultrapassar 0,50 m2,
em parede dando para antecâmara ou varanda, pode ser de até 1,00 m2;

5. havendo mais de uma abertura de iluminação, a distância entre elas não pode ser
inferior a 0,50 m, e a soma de suas áreas não deve ultrapassar 10% da área da parede
em que estiverem situadas.

Quanto às antecâmaras

1. devem ter comprimento mínimo de 1,80 m;

2. ter pé-direito mínimo de 2,50 m;

3. ser dotada de porta corta-fogo na entrada e de porta estanque à fumaça na


comunicação com a caixa da escada;

4. serem ventiladas por dutos de entrada e saída de ar.

127
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

Figura 51 - Detalhe da escada enclausurada à prova de fumaça

Fonte: NBR 9077

Quanto à ventilação

Dutos de entrada de ar

Espaço no interior da edificação, que conduz ar puro, coletado ao nível inferior desta, às escadas,
antecâmaras ou acessos, exclusivamente, mantendo-os, com isso, devidamente ventilados e livres
de fumaça em caso de incêndio.

1. ter a abertura de entrada de ar do duto junto ao piso ou no máximo a 15 cm deste,


com área mínima de 0,84 m2 e quando retangular obedecendo à proporção máxima
de 1:4 entre suas dimensões;

2. ter, entre as aberturas de entrada e saída de ar, a distância vertical mínima de 2,00
m, medida eixo a eixo;

3. ter a abertura de entrada de ar situada no máximo a uma distância de 3,00 m,


medida em planta, da porta de entrada da escada;

4. ter paredes resistentes ao fogo por 2 h, no mínimo;

5. ter revestimento interno liso;

6. ter aberturas somente nas paredes que dão para as antecâmaras;

7. ter seção mínima calculada pela seguinte expressão: W = 0,105 N (onde W


corresponde à seção mínima, em m2 e N corresponde ao número de antecâmaras
ventiladas pelo duto).

8. ter, em qualquer caso, área não inferior a 0,84 m2 e, quando de secção retangular,
obedecer à proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões;

128
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

9. não ser utilizados para instalação de quaisquer equipamentos ou canalizações;

10. ser totalmente fechados em sua extremidade superior;

11. ter abertura em sua extremidade inferior que assegure a captação de ar fresco
respirável, devendo esta abertura ser dotada de portinhola de tela ou venezianas
de material incombustível que não diminua a área efetiva de ventilação, isto é, sua
secção deve ser aumentada para compensar a redução;

12. a secção da parte horizontal inferior do duto de entrada de ar deve ser, no mínimo,
igual à do douto, em edifícios com altura inferior ou igual a 30 m e ser igual a 1,5
vez a área da secção do trecho vertical do duto de entrada de ar em edificações com
mais de 30 m de altura;

13. a tomada de ar do duto de entrada de ar deve ficar, de preferência, ao nível do solo


ou abaixo deste, longe de qualquer eventual fonte de fumaça em caso de incêndio;

Dutos de saída de ar

Espaço vertical no interior da edificação, que permite a saída, em qualquer pavimento, de


gases e fumaça para o ar livre, acima da cobertura da edificação.

1. ter a abertura de saída de ar do duto respectivo situada junto ao piso, ou no máximo,


a 15 cm deste, com área mínima de 0,84 m2 e, quando retangular, obedecendo à
proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões;

2. ter, entre as aberturas de entrada e saída de ar, a distância vertical mínima de 2,00
m, medida eixo a eixo;

3. ter a abertura de saída de ar situada, no máximo, a uma distância horizontal de 3,00


m, medida em planta, da porta de entrada da antecâmara;

4. as paredes dos dutos de saída devem ser resistentes no mínimo a 2h de fogo;

5. possuir isolamento térmico e inércia térmica equivalente, no mínimo, a uma parede


de tijolos maciços, rebocada, de 15 cm de espessura, quando atenderem a até 15
antecâmaras, e de 23 cm de espessura, quando atenderem a mais de 15 antecâmaras;

6. ter revestimento interno liso;

7. ter aberturas somente nas paredes que dão para as antecâmaras;

8. ter seção mínima calculada pela seguinte expressão: W = 0,105 N (onde W


corresponde à secção mínima, em m2 e N corresponde ao número de antecâmaras
ventiladas pelo duto);

9. ter, em qualquer caso, área não inferior a 0,84 m2 e, quando de secção retangular,
obedecer à proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões;

129
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

10. elevar-se 3,00 m acima do eixo da abertura da antecâmara do último pavimento


servido pelo eixo, devendo seu topo situar-se a 1,00 m acima de qualquer elemento
construtivo existente sobre a cobertura;

11. ter, quando não forem totalmente abertos no topo, aberturas de saída de ar com área
efetiva superior ou igual a 1,5 vez a área de secção do duto, guarnecidas, ou não, por
venezianas ou equivalentes, devendo estas aberturas ser dispostas em, pelo menos,
duas das faces opostas e se situarem em nível superior a qualquer elemento construtivo
do prédio (reservatórios, casas de máquinas, cumeeiras, muretas e outros);

12. não ser utilizados para a instalação de quaisquer equipamentos ou canalizações

13. ser fechados na base.

Tabela 7 - Seção mínima dos dutos de saídas e2 entrada de ar calculada pela seguinte expressão: Ω = 0,105
N (onde Ω corresponde à seção mínima, em m e N corresponde ao número de antecâmaras ventiladas pelo
duto)

N Ω N Ω N Ω N Ω N Ω
06 0,84 11 1,155 16 1,68 21 2,205 26 2,73
07 0,84 12 1,26 17 1,785 22 2,31 27 2,835
08 0,84 13 1,365 18 1,89 23 2,415 28 2,94
09 0,945 14 1,47 19 1,995 24 2,522 29 3,045
10 1,05 15 1,575 20 2,10 25 2,625 30 3,15
Fonte: NBR 9077

Escada à prova de fumaça pressurizada (PFP)


É uma escada à prova de fumaça, em que a condição de estanqueidade à fumaça é obtida por
método de pressurização. A pressurização consiste em fornecer um suprimento de ar para a escada
ou antecâmara, mantendo-as a pressão mais alta do que os espaços adjacentes, preservando um
fluxo de ar para o exterior da edificação por meio das vias de escape de ar. O objetivo é criar um
gradiente de pressão (e, consequentemente, um fluxo de ar) tendo uma pressão mais alta nas saídas
de emergência (escadas, antecâmaras, saguões ou corredores) e uma pressão progressivamente
decrescente nas áreas fora da rota de fuga, a fim de impedir que a fumaça e os gases tóxicos do
incêndio dificultem o abandono da edificação.

Da definição de método de pressurização podemos claramente identificar alguns componentes


básicos das escadas PFP. São eles: sistema de detecção e acionamento; suprimento mecânico de
ar externo; trajetória (ou via) de escape de ar; e fonte de energia garantida. Torna-se necessário
determinar não apenas onde será introduzido o suprimento de ar fresco, mas também por onde
sairá este ar e que rotas serão utilizadas no processo. Além disso, é preciso ter em mente que o
sistema depende de uma fonte de energia autônoma que lhe confira confiabilidade, bem como um
sistema de detecção e alarme de incêndio que faça o acionamento do sistema de pressurização.

Para efeitos normativos as escadas à prova de fumaça pressurizadas podem sempre substituir as
escadas enclausuradas à prova de fumaça ventiladas naturalmente. À exceção da antecâmara e
dutos de entrada e saída de ar, a escada à prova de fumaça pressurizada deve seguir as demais

130
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

recomendações para a escada à prova de fumaça, isto é, as características gerais de construção,


guarda-corpo e corrimão, degraus e patamares devem obedecer ao prescrito anteriormente em 5.4.3
para escadas PF. Nesta seção, trataremos mais dos aspectos específicos da pressurização mecânica
das escadas PFP.

Antes, porém, é preciso esclarecer que o sistema de pressurização pode ser projetado para operar
somente em caso de emergência ou, alternativamente, manter um nível baixo de pressurização
para funcionamento contínuo com previsão para um nível maior de pressurização, que entrará
em funcionamento apenas em situação de emergência. Esta última possibilidade é chamada de
sistema de pressurização em dois estágios enquanto que a primeira é conhecida como sistema de
pressurização em um estágio ou estágio único.

De maneira geral o sistema em dois estágios é considerado preferível porque alguma medida de
proteção estará permanentemente em operação e, portanto, qualquer propagação de fumaça nas
etapas iniciais de um incêndio será prevenida. Além de promover a renovação do ar no volume da
escada.

No dimensionamento desta escada deverá ser observado a NBR 14.880/2002 e as legislações


Estaduais contra incêndio e pânico.

Figura 52. Esquema do sistema de pressurização

Fonte: NBR 9077

131
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

A NBR no 14.880/2002 prevê acionamento do sistema de pressurização por meio do alarme manual
somente para edificações residenciais até 60m de altura. Consequentemente, a opção pela escada
PFP implica, necessariamente, na adoção do sistema automático de detecção e alarme de incêndio.

Quanto ao sistema de detecção e acionamento

O sistema de pressurização deve ser acionado por meio do sistema automático de detecção e
alarme de incêndio (usando detectores de fumaça) ou do sistema manual de alarme de incêndio
(acionadores manuais ou botoeiras)

Os parâmetros normativos aos quais o sistema de detecção e alarme de incêndio deve obedecer
estão previstos na NBR 9.441/1998. Adicionalmente, o sistema atenderá aos seguintes itens:

1. os acionadores manuais de alarme devem, de forma complementar, acionar o


sistema de pressurização em situação de emergência;

2. um acionador manual do tipo “liga” deve ser sempre instalado em cada um dos
locais a seguir descritos: na sala de controle central de serviços do edifício, no
compartimento do ventilador de pressurização, na portaria ou guarita de entrada
do edifício;

3. a parada do sistema de pressurização, em situação de emergência, somente poderá


ser realizada de modo manual no painel de controle dos ventiladores; e

4. o painel da central de comando de detecção e alarme deve indicar o setor atingido,


não sendo permitido que um laço de detecção e alarme supervisione mais de um
pavimento, exceto para os edifícios residenciais, onde um laço pode supervisionar
até cinco pavimentos.

Quanto ao suprimento de ar e suas rotas de vazamento

O princípio mais importante que deve ser entendido é que para manter um ambiente (A) com uma
pressão mais elevada que um outro espaço adjacente (B), interligados, por exemplo, por uma porta
fechada, mas com pontos de vazamentos (frestas), será preciso uma rota de vazamento a partir do
espaço adjacente (B) para que seja possível manter um fluxo de ar contínuo de um ambiente para
outro (de A para B). Se não houver uma rota de vazamento a partir do ambiente B, o ar introduzido
em A elevaria a pressão de ambos os espaços até o mesmo nível, acima da pressão dos demais
espaços adjacentes. Desse modo, não seria possível impedir que a fumaça de um incêndio em um
cômodo B invadisse o ambiente A.

É preciso, portanto, na elaboração da pressurização:

a. identificar os espaços a serem pressurizados e considerar a interação com espaços


não pressurizados;

b. definir a forma de operação do sistema (um ou dois estágios) e verificar o diferencial


de pressão a ser adotado (O diferencial de pressão para estágio único é 50 Pa. Para
estágio duplo, o primeiro opera em 15 Pa e o segundo em 50 Pa);

132
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

c. identificar todas as rotas de vazamento por meio das quais o ar poderá sair do espaço
pressurizado e determinar a taxa de vazamento (vazão) de ar para o diferencial de
pressão apropriado;

d. aos fluxos determinados anteriormente, somar um percentual para compensar as


hipóteses de cálculo do suprimento de ar (25%) e os vazamentos em dutos (15%
ou 25%);

e. estimar a velocidade do ar por meio de uma porta aberta (1 m/s ou 4 m/s);

f. definir o posicionamento das grelhas de insuflação nos ambientes pressurizados;

g. definir a localização da tomada de ar;

h. dimensionar a capacidade do ventilador e o tamanho dos dutos;

i. determinar o método de escape do ar de pressurização; e

j. elaborar projeto de detecção automática e alarme de incêndio.

O suprimento de ar necessário para obter certo diferencial de pressão é determinado pelo escape
de ar para fora do espaço a ser pressurizado, quando o ar passa por meio de uma restrição, como,
por exemplo, as frestas ao redor de uma porta. A relação entre a vazão de ar, a área da restrição e o
diferencial de pressão é dada por uma equação.

É importante assegurar que todo o ar de pressurização saia do edifício em locais e condições


compatíveis com os critérios adotados no projeto de pressurização. Existem quatro métodos
possíveis: escape do ar pelas janelas; instalação de aberturas na periferia do edifício; poços verticais;
e extração mecânica.

Quanto às instalações e aos equipamentos

A instalação e os equipamentos associados a um sistema de pressurização consistem de disposições


relativas à tomada de ar; ventilador com seu sistema elétrico próprio; dutos de distribuição de ar;
grelhas de insuflação de ar (terminais dos dutos); dispositivos automáticos ou manuais para acionar
a condição de emergência no sistema; escape do ar utilizado para pressurização.

1. Todos os componentes do sistema de pressurização devem ser protegidos contra o


fogo por, no mínimo, 2h.

2. Deve ser assegurado o fornecimento de energia elétrica para o sistema de


pressurização durante o incêndio. O fornecimento de energia alternativa deve ser
provido por meio de grupo motogerador automatizado com autonomia mínima de
4h de funcionamento.

3. Nas situações em que é dispensável o uso de geradores (de acordo com o quadro
4 da NBR no 14.880), o circuito de força dos ventiladores de pressurização deve

133
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

ser conectado à linha de alimentação elétrica do edifício antes da chave geral, de


forma que, caso venha a ser desativada, não provoque o desligamento do sistema
de pressurização.

4. Em edificações com mais de uma escada enclausurada pressurizada, devem-se


utilizar sistemas independentes de pressurização para cada escada, exceto nos casos
em que ocupem um espaço aberto comum.

5. Não podem existir em um mesmo edifício escadas pressurizadas e não pressurizadas


que atendam aos mesmos espaços, exceto quando for comprovada a não interferência
de uma sobre a outra, com relação ao arraste de fumaça pela rota de fuga.

6. O ventilador, motor elétrico e componentes elétricos, eletrônicos e de controle


localizados próximos ao motor, devem ser alojados em compartimentos de uso
exclusivo, resistentes ao fogo por 2h, no mínimo, e dotados de porta corta fogo (P-
90).

7. Devem ser previstos conjuntos motoventiladores em duplicata, sendo um operante


e outro reserva.

8. O equipamento reserva é dispensado para edifícios residenciais com até 60m


de altura, para edifícios de escritórios com até 45m de altura e para edificações
escolares com até 9m de altura.

9. É necessário que o suprimento de ar usado para pressurização nunca esteja em risco


de contaminação por fumaça.

10. Os pontos de tomada de ar devem ser posicionados no pavimento térreo ou próximos


deste.

11. A tomada de ar deve ser protegida por filtro de partículas (classe G-1 da NBR nº
6.401) do tipo metálico lavável para sistemas de dois estágios e por tela metálica
para sistemas de estágio único.

12. O uso da tomada de ar ao nível da cobertura só é admitido para o caso de adequação


de edificação existente, na qual não haja a possibilidade de se cumprir o especificado
anteriormente.

13. Nos edifícios com vários pavimentos, a disposição preferida para um sistema
de distribuição de ar para pressurização consiste em um duto vertical que corre
adjacente aos espaços pressurizados.

14. Os dutos devem, de preferência, ser construídos em chapas de metal laminado.


Dutos de alvenaria podem ser utilizados, desde que somente para a distribuição
do ar de pressurização e que sua superfície interna seja rebocada ou revestida
com chapas metálicas ou outro material incombustível, de modo a se obter uma
superfície lisa e estanque a vazamentos.

134
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

15. Os dutos e seus elementos de ancoragem, tanto para tomada de ar quanto para sua
distribuição, devem ter características construtivas que garantam sua resistência
ao fogo por, no mínimo, 2h ou estar protegidos de forma a obter características
semelhantes.

16. O sistema de insuflação de ar localizado pode ser utilizado apenas nos casos de
adequação de edificações existentes que comprovadamente não disponham de duto
vertical para distribuição de ar ao longo da escada a ser pressurizada.

17. Para a pressurização de uma escada de emergência deve ser previsto o emprego de
várias grelhas de insuflação localizadas a intervalos regulares por toda a altura da
escada e posicionadas de modo a haver uma distância máxima de dois pavimentos
entre grelhas adjacentes.

18. Deve ser previsto um dispositivo (registro de sobrepressão ou sistema de modulação


da capacidade dos ventiladores) o qual impeça que a pressão no interior da escada
se eleve acima de 60 Pa.

Rampas
Parte inclinada de uma rota de saída, que se destina a unir dois pavimentos.

Quanto à obrigatoriedade:

É obrigatório o uso de rampas:

1. para unir dois pavimentos de diferentes níveis em acessos a áreas de refúgio em


edificações dos grupos H-2 e H-3;

2. na descarga e acesso de elevadores de emergência;

3. sempre que a altura a vencer for inferior a 0,48 cm, já que são vedados lanços de
escadas com menos de três degraus;

4. para unir o nível externo ao nível do saguão térreo das edificações em que houver
usuários de cadeiras de rodas.

Condições de atendimento

1. as rampas não podem terminar em degraus ou soleiras, devendo ser precedidas e


sucedidas sempre por patamares planos;

2. os patamares das rampas devem ser sempre em nível, tendo comprimento mínimo
de 1,10 m, medidos na direção de trânsito, sendo obrigatórios sempre que houver
mudança de direção ou quando a altura a ser vencida ultrapassar 3,70 m;

135
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

3. as rampas podem suceder um lanço de escada no sentido descendente de saída, mas


não podem precedê-lo;

4. não é permitida a colocação de portas em rampas, estas devem estar situadas em


patamares planos, com largura não inferior à da folha da porta de cada lado do vão;

5. o piso deve ser antiderrapante;

6. a declividade máxima das rampas externas à edificação deve ser de 10% (1:10);

7. a declividade máxima das rampas internas deve ser de 10% nas ocupações A, B, E,
F e H;

8. a declividade máxima das rampas internas deve ser de 12,5% nas ocupações C, I e
J (sendo que a largura deve ser aumentada em 25% quando a saída for ascendente)
e também nas ocupações D e G, quando o sentido de saída for descendente, caso
contrário a inclinação é de 10%;

9. as exigências de guardas, corrimãos, ausência de obstáculos e outros dos acessos


aplicam-se, com as devidas alterações, às rampas.

Área de refúgio

Parte de um pavimento separada do restante por paredes e portas corta-fogo, tendo acesso direto,
cada uma delas a uma escada de emergência.

1. a estrutura dos prédios dotados de área de refúgio deve ter resistência a 4h de fogo;

2. as larguras das saídas de emergência de edificações dotadas de área de refúgio


podem ser reduzidas à metade, respeitando-se a largura mínima estabelecida em
norma;

3. em ocupações H-1 e H-2 deve haver tantas compartimentações quantas forem


necessárias para que as áreas de refúgio não tenham áreas superiores a 2000 m²;

4. a comunicação entre áreas de refúgio e/ou entre estas e as saídas nas ocupações
H-1, H-2 e E-6 deve ser em nível ou em rampas;

5. a obrigatoriedade de áreas de refúgio é definida na NT-01, de acordo com a


destinação, para alturas superiores a 60m, no entanto a NBR 9077/ABNT exige
para ocupações H-2 e H-3 com altura superior a 6m e H-1, H-2 e E com área total
superior a 5000 m².

136
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

Elevadores de emergência
1. é obrigatória a instalação de elevadores de emergência em todas as edificações
com mais de 20 pavimentos, excetuadas as de classe de ocupação G-1, e em torres
exclusivamente monumentais de ocupação F-2;

2. devem atender a todas as normas de segurança previstas nas NBR 5410 e NBR 7192;

3. ter sua caixa enclausurada por paredes resistentes a 4 h de fogo;

4. ter suas portas metálicas abrindo para antecâmara ventilada, para varanda, para
hall enclausurado e pressurizado, para patamar de escada pressurizada ou local
análogo do ponto de vista de segurança contra fogo e fumaça;

5. ter circuito de alimentação de energia elétrica com chave própria independente da


chave geral do edifício; possuindo este circuito chave reversível no piso da descarga,
que possibilite que ele seja ligado a um gerador externo na falta de energia elétrica
na rede pública;

6. o painel de comando deve estar localizado no pavimento da descarga;

7. o painel de comando deve possuir chave de comando de reversão para permitir a


volta do elevador a este piso, em caso de emergência;

8. o painel de comando deve possuir dispositivo de retorno e bloqueio dos carros no


pavimento de descarga, anulando as chamas existentes, de modo que as respectivas
portas permaneçam abertas, sem prejuízo do fechamento dos vãos do poço nos
demais pavimentos;

9. o painel de comando deve possuir duplo comando automático e manual reversível,


mediante chamada apropriada;

10. nas ocupações institucionais H-2 e H-3, o elevador de emergência deve ter cabine
com dimensões apropriadas para o transporte de maca;

11. as caixas de corrida e casas de máquinas dos elevadores de emergência devem ser
enclausuradas e totalmente isoladas das caixas de corrida e casas de máquinas dos
demais elevadores.

Descarga
Parte da saída de emergência de uma edificação, que fica entre a escada e a via pública ou área
externa em comunicação com a via pública, pode ser constituída por corredor ou átrio enclausurado,
área em pilotis ou corredor a céu aberto.

1. O corredor ou átrio enclausurado deve ter portas corta-fogo, quando a escada for à
prova de fumaça, ou resistentes a 30 min de fogo, quando a escada for enclausurada

137
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

protegida, isolando-o de todo o compartimento que com ele se comunique, tais


como apartamentos, salas de medidores e outros.

2. Admite-se que a descarga seja feita por meio do saguão não enclausurado, quando
o final da descarga, neste hall ou saguão, localizar-se a menos de 4,0 m de área em
pilotis, fachada ou alinhamento predial.

3. A área em pilotis que servir como descarga deve não ser utilizável como
estacionamento de veículos de qualquer natureza, sendo, quando necessário,
dotada de divisores físicos que impeçam tal utilização.

4. A área em pilotis também deve ser mantida livre e desimpedida, não podendo ser
utilizada como depósito de qualquer natureza.

5. No dimensionamento da descarga, devem ser consideradas todas as saídas


horizontais e verticais que pra ela convergirem.

Figura 53. Descarga

Fonte: NBR 9077

Dimensionamento das saídas de emergência


Para finalizar, calculam-se as larguras, tomando-se por base o quadro da NBR no 9077 abaixo
descritas. A largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas
transitem, observando os seguintes critérios:

138
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

a) os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que servirem à


população;

b) as escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento


de maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lanços
correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido de saída.

O cálculo da largura das saídas é feito por meio de uma fórmula: N=P/C, na qual N é o número de
unidades de passagem, arredondado para número inteiro; P é a população conforme letra b) acima,
obtida conforme critério do quadro 17; e C é a capacidade da unidade de passagem, também obtida
do quadro 17.

Já foi visto anteriormente que unidade de passagem (UP) é a largura mínima para a passagem de
uma fila de pessoas (fixada em 0,55m). Por outro lado, a capacidade da unidade de passagem é a
quantidade de pessoas que passa por essa unidade em um minuto, ou seja, C representa o fluxo de
pessoas que a rota de fuga é capaz de suportar por minuto.

Para dimensionar as saídas de uma edificação devemos consultar os quadros abaixo, retirados da
NBR no 9077/1993.

1. Classificar a edificação quanto a sua ocupação, usando o quadro 17;

Quadro 17. Classificação das edificações quanto à sua ocupação

Grupo Ocupação/uso Divisão Descrição Exemplos


Residencial A-1 Habitações unifamiliares Casas térreas ou assobradadas, isoladas ou não.
A-2 Habitações multifamiliares Edifícios de apartamentos em geral.
A A-3 Habitações coletivas Pensionatos, internatos, mosteiros, conventos,
residenciais geriátricos.
(grupos sociais equivalentes à
família)
Serviços de hospedagem B-1 Hotéis e assemelhados Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, albergues,
casas de cômodos.
B B-2 Hotéis residenciais Hotéis e assemelhados com cozinha própria nos
apartamentos (incluem-se apart-hotéis, hotéis
residenciais).
Comercial varejista C-1 Comércio em geral, de pequeno Armarinhos, tabacarias, mercearias, fruteiras, butiques
porte e outros.
C-2 Comércio de grande e médio Edifícios de lojas, lojas de departamentos, magazines,
C
portes galerias comerciais, supermecados em geral,
mercados e outros.
C-3 Centros comerciais Centros de compras em geral (shopping centers).
Serviços profissionais, D-1 Locais para prestação de Escritórios administrativos ou técnicos, consultórios,
pessoais e técnicos serviços profissionais ou instituições financeiras (não incluídas em D-2),
condução de negócios repartições públicas, cabeleireiros, laboratórios de
análises clínicas sem internação, centros profissionais
D e outros.
D-2 Agências bancárias Agências bancárias e assemelhados.
D-3 Serviços de reparação (exceto Lavanderias, assistência técnica, reparação e
os classificados em G e I) manutenção de aparelhos eletrodomésticos,
chaveiros, pintura de letreiros e outros.

139
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

Educacional e cultura física E-1 Escolas em geral Escolas de primeiro, segundo e terceiro graus, cursos
supletivos e pré-universitários e outros.
E-2 Escolas especiais Escolas de artes e artesanatos, de línguas, de cultura
geral, de cultura estrangeira.
E-3 Espaço para cultura física Locais de ensino e/ou práticas de artes marciais,
ginástica (artística, dança, musculação e outros),
esportes coletivos (tênis, futebol e outros não
E
incluídos em F-3), sauna, casas de fisioterapias e
outros.
E-4 Centro de treinamento Escolas profissionais em geral.
profissional
E-5 Pré-escolas Creches, escolas maternais, jardins-de-infância.
E-6 Escolas para portadores de Escolas para excepcionais, deficientes visuais e
deficiências auditivos e outros.
Locais de reunião de F-1 Locais onde há objetos de valor Museus, galerias de arte, arquivos, bibliotecas e
público inestimável assemelhados.
F-2 Templos e auditórios Igrejas, sinagogas, templos e auditórios em geral.
F-3 Centros esportivos Estádios, ginásios e piscinas cobertas com
arquibancadas, arenas em geral.
F-4 Estações e terminais de Estações rodoferroviárias, aeroportos, estações de
passageiros transbordo e outros.
F F-5 Locais para produção e Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de
apresentação de artes cênicas estúdios de rádio e televisão e outros.
F-6 Clubes sociais Boates e clubes noturnos em geral, salões de
baile, restaurantes dançantes, clubes sociais e
assemelhados.
F-7 Construções provisórias Circos e assemelhados.
F-8 Locais para refeições Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios,
cantinas e outros.
Serviços automotivos G-1 Garagens sem acesso de Garagens automáticas.
público e sem abastecimento
G-2 Garagens com acesso de Garagens coletivas não automáticas em geral, sem
público e sem abastecimento abastecimento (exceto para veículos de carga e
coletivos).
G-3 Locais dotados de Postos de abastecimento e serviço, garagens (exceto
G abastecimento de combustível para veículos de carga e coletivos).
G-4 Serviços de conservação, Postos de serviço sem abastecimento, oficinas de
manutenção e reparos conserto de veículos (exceto de carga e coletivos),
borracharia (sem recauchutagem).
G-5 Serviços de manutenção em Oficinas e garagens de veículos de carga e coletivos,
veículos de grande porte e máquinas agrícolas e rodoviárias, retificadoras de
retificadoras em geral motores.
H Serviços de saúde e H-1 Hospitais veterinários e Hospitais, clínicas e consultórios veterinários e
institucionais assemelhados assemelhados (inclui-se alojamento com ou sem
adestramento).
H-2 Locais onde pessoas requerem Asilos, orfanatos, abrigos geriátricos, reformatórios,
cuidados especiais por limitações sem celas e outros.
físicas ou mentais
H-3 Hospitais e assemelhados Hospitais, casas de saúde, prontos-socorros,
clínicas com internação, ambulatórios e postos
de atendimento de urgência, postos de saúde e
puericultura e outros.
H-4 Prédios e instalações vinculados Quartéis, centrais de polícia, delegacias distritais,
às forças armadas, polícias civil postos policiais e outros.
e militar
H-5 Locais onde a liberdade das Hospitais psiquiátricos, reformatórios, prisões em
pessoas sofre restrições geral e instituições assemelhadas.

140
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

I Industrial, comercial de I-1 Locais onde as atividades Atividades que manipulam e/ou depositam os
alto risco, atacadista e exercidas e os materiais materiais classificados como de MÉDIO risco de
depósitos utilizados e/ou depositados incêndio, tais como fábricas em geral, onde os
apresentam grande potencial de materiais utilizados não são combustíveis e os
incêndio. Locais onde a carga processos não envolvem a utilização intensiva de
combustível não chega a 50kg/ materiais combustíveis.
m2 ou 1200MJ/m2 e que não se
enquadram em I-3

I-2 Locais onde as atividades Atividades que manipulam e/ou depositam os


exercidas e os materiais utilizados materiais classificados como de GRANDE risco de
e/ou depositados apresentam incêndio, tais como marcenarias, fábricas de caixas,
grande potencial de incêndio. colchões, subestações, lavanderias a seco, estúdios
Locais onde a carga combustível de TV, impressoras, fábrica de doces, heliportos,
ultrapassa 50kg/m2 ou 1200MJ/ oficinas de conserto de veículos e outros.
m2 e que não se enquadram em
I-3. Depósitos sem conteúdo
específico

I-3 Locais onde há alto risco de Fábrica e depósitos de explosivos, gases e líquidos
incêndio pela existência de inflamáveis, materiais oxidantes e outros definidos
quantidade suficiente de materiais pelas normas brasileiras, tais como destilarias,
perigosos refinarias, elevadores de grãos, tintas, borracha e
outros.

J Depósitos de baixo risco Depósitos sem risco de incêndio Edificações que armazenam, exclusivamente, tijolos,
expressivo pedras, areias, cimentos, metais e outros materiais
incombustíveis.

Fonte: NBR 9077

2. Classificar a edificação quanto a sua altura, conforme quadro 18;

Quadro 18. Classificação das edificações quanto à altura

Tipo de edificação Alturas contadas da soleira de entrada ao piso do


último pavimento, não considerada edículas no
Código Denominação ático destinadas a casas de máquinas e terraços
descobertos (H)

K Edificações térreas Altura contada entre o terreno circundante e o


piso da entrada igual ou inferior a 1,00 m.

L Edificações baixas H < 6,00 m

M Edificações de média altura 6,00 < H < 12,00 m

N Edificações mediamente altas 12,00 < H < 30,00 m

O Edificações altas O-1 H > 30,00 m

O-2 Edificações dotadas de pavimentos recuados


em relação aos pavimentos inferiores, de tal
forma que as escadas dos bombeiros não
possam atingi-las, ou situadas em locais onde é
impossível o acesso de viaturas de bombeiros,
desde que sua altura seja H > 12,00 m.
Fonte: NBR 9077

3. Classificar a edificação quanto a suas dimensões de área em planta, de acordo com


o quadro 19;

141
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

Quadro 19. Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta

Natureza do enfoque Código Classe da edificação Parâmetros de área


(m2)
α Quanto à área do maior pavimento (Sp) P De pequeno pavimento Sp < 750
Q De grande pavimento Sp ³ 750
β Quanto à área dos pavimentos atuados R Com pequeno subsolo Ss < 500
abaixo da soleira de entrada (Ss) S Com grande subsolo Ss > 500
γ Quanto à área total St (soma das áreas de T Edificações pequenas St < 750
todos os pavimentos da edificação) U Edificações médias 750 < St < 1500
V Edificações grandes 1500 < St < 5000
W Edificações muito grandes At > 5000

Fonte: NBR 9077

4. Determinar o número de saídas e o tipo de escadas pela tabela 8;

Tabela 8 – Número de saídas e tipos de escadas

Dimensão P (área de pavimento < 750 m2) Q (área de pavimento > 750 m2)
Altura K L M N O K L M N O
Ocupação
No No Esc. No Esc. No sc. No Esc. No No Esc. No Esc. No Esc. No Esc.
Gr Div

A A-1 1 1 NE 1 NE - - - - 1 1 NE 1 NE - - - -
A-2* 1 1 NE 1 NE 1 EP 1 PF 1 1 NE 2* NE 2* EP 2* PF
A-3 1 1 NE 1 NE 1 EP 2 PF 1 1 NE 2 NE 2 EP 2 PF
B B-1 1 1 NE 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
B-2 1 1 EP** 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 2 PF
C C-1 1 1 NE 1 NE 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
C-2 1 1 NE 1 NE 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
C-3 1 1 NE 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 3 PF 4 PF
D - 1 1 NE 1 EP** 1 PF 1 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF

E E-1 1 1 NE 1 NE 1 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
E-2 1 1 NE 1 NE 1 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
E-3 1 1 NE 1 NE 1 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
E-4 1 1 NE 1 NE 1 PF 3 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
E-5 1 1 NE 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
E-6 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF
F F-1 1 1 NE 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 2 PF
F-2 1 1 NE 1 EP** 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
F-3 2 2 NE 2 NE 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
F-4 + + + + + + + + + + + + + + + + + +
F-5 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 3 PF
F-6 2 2 EP** 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 2 PF
F-7 2 2 NE 2 EP - - - - 3 3 NE 3 EP - - - -
F-8 1 1 NE 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 2 PF

Fonte: NBR 9077

142
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

Dimensão P (área de pavimento < 750 m2) Q (área de pavimento > 750 m2)
Altura K L M N O K L M N O
Ocupação N o
N o
Esc. N o
Esc. N o
Esc. N o
Esc. N o
N o
Esc. N o
Esc. N o
Esc. No Esc.
Gr Div
G G-1 1 1 NE 1 NE 1 NE 1 EP 2 2 NE 2 NE 2 NE 2 EP
G-2 1 1 NE 1 NE 1 EP 1 EP 2 2 NE 2 NE 2 EP 2 PF
G-3 1 1 NE 1 EP** 1 PF 1 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
G-4 1 1 NE 1 NE 1 EP 1 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
G-5 1 1 NE 1 NE - - - - 2 2 NE 2 EP - - - -
H H-1 1 1 NE 1 NE - - - - 2 2 NE 2 NE - - - -
H-2 1 1 NE 1 EP 1 PF 1 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
H-3 2 2 EP 2 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 3 PF
H-4 + + + + + + + + + + + + + + + + + +
H-5 + + + + + + + + + + + + + + + + + +
I I-1 2 2 NE 2 NE 2 EP 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
I-2 2 2 NE 2 PF*** 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 PF 2 PF 2 PF
I-3 2 2 NE 2 PF 2 PF 3 PF 2 2 EP 2 PF 3 PF 3 PF
J - 1 1 NE 1 NE 1 NE 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
Fonte: NBR 9077

Legenda:

+ ocupação não coberta por esta Norma;


* ressalvado o disposto em 4.5.3.2, que admite saída única nas habitações multifamiliares (A-2), não havendo mais de quatro unidades autônomas
por pavimento;
** em edificações com área total inferior a 750 m2, admite-se o uso de escadas não enclausuradas (NE);
*** as escadas à prova de fumaça (PF) podem ser substituídas por escadas pressurizadas, conforme 4.7.15;
5 – Calcular a população do ambiente e dimensionar a largura das saídas de acordo com quadro 20 (N = P/C);

5. Determinar a população e a quantidade de unidades de passagem por meio do


quadro 20;

Quadro 20. Dados para dimensionamento das saídas

Capacidade da unidade de
Ocupação
passagem
População ( 1 )
Acessos e Escadas ( 2 )
Grupo Divisão Portas
descargas e rampas
A-1 e A-2 2 pessoas por dormitório ( 3 )
A A-3 2 pessoas por dormitório e 1 pessoa por 4 m2
60 45 100
de área de alojamento ( 4 )
B - 1 pessoa por 15 m2 de área ( 5 e 7 )
C - 1 pessoa por 3,00 m2 de área ( 5 e 10 )
D - 1 pessoa por 7,00 m2 100 60 100
E-1, E-2, E-3 e E-4 1 pessoa por 1,5 m de área
2 (6)
E
E-5, E-6 1 pessoa por 1,5 m2 de área ( 6 ) 30 22 30

143
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

Capacidade da unidade de
Ocupação
passagem
População ( 1 )
Acessos e Escadas ( 2 )
Grupo Divisão Portas
descargas e rampas
F-1 1 pessoa por 3,00 m2 de área
F-2, F-5, F-8 1 pessoa por m2 de área ( 5 e 7 )
F 100 75 100
F-3, F-6, F-7 2 pessoas por m2 de área ( 7 )
F-4 + (9)
G-1, G-2 e G-3 1 pessoa por 40 vagas de veículo
G 100 60 100
G-4 e G-5 1 pessoa por 20 m2 de área ( 5 )
H-1 1 pessoa por 7 m2 de área ( 5 ) 60 45 100
H-2 2 pessoas por dormitório e 1 pessoa por 4
(3)

m2 de área de alojamento ( 5 )
H 30 22 30
H-3 1,5 pessoa por leito + 1 pessoa por 7,00 m2
de área de ambulatório ( 8 )
H-4 e H-5 + (9) 60 45 100
I - 1 pessoa por 10,00 m2 de área
100 60 100
J - 1 pessoa por 30,00 m2 de área ( 10 )

1 – Os parâmetros dados neste quadro são os mínimos aceitáveis para o cálculo da população. Em projetos específicos, devem ser cotejados com os
obtidos em função da localização de assentos, máquinas, arquibancadas e outros, e adotados os mais exigentes, para maior segurança.

2 – As capacidades das unidades de passagem (ver nota 3.54) em escadas e rampas estendem-se por lanços retos e saída descendente. Nos demais
casos, devem sofrer redução, como abaixo especificado. Estas percentagens de redução são cumulativas, quando for o caso:

a) lanços curvos de escadas (com degraus ingrauxidos): redução de 10%;

b) lanços ascendentes de escadas, com degraus até 17 cm de altura: redução de 10%;

c) lanços ascendentes de escada com degraus até 17,5 cm de altura: redução de 15%;

d) lanços ascendentes de escadas com degraus até 18 cm de altura: redução de 20%;

e) rampas ascendentes, declividade até 10%: redução de 1% por grau percentual de inclinação (1% a 10%);

f) rampas ascendentes de mais de 10% (máximo 12,5%): redução de 20%.

3 – Em apartamentos de até 2 dormitórios, a sala deve ser considerada como dormitório; em apartamentos maiores, as salas de costura, gabinetes
e outras dependências que possam ser usadas como dormitórios (inclusive para empregadas) são consideradas como tais. Em apartamentos
mínimos, sem divisões em planta, considera-se uma pessoa para cada 6 m2 de área de pavimento.

4 – Alojamento = dormitório coletivo, com mais de 10,00 m2.

5 – Por “área” entende-se a “área de pavimento” que abriga a população em foco, conforme 3.7; quando discriminado o tipo de área (p. ex.: “área de
alojamento”), é a área útil interna da dependência em questão.

6 – Auditórios e assemelhados, em escolas, bem como salões de festas e centros de convenções em hotéis são considerados nos grupos de ocupação
F-2, F-6 e outros, conforme o caso.

7 – As cozinhas e suas áreas de apoio, nas ocupações F-6 e F-8, têm sua ocupação admitida como no grupo D, isto é, 1 pessoa por 7 m2 de área.

8 – Em hospitais e clínicas com internamento (H-3) que tenham pacientes ambulatoriais, acresce-se à área calculada por leito a área de pavimento
correspondente ao ambulatório, na base de 1 pessoa por 7 m2.

9 – O símbolo “+” indica a necessidade de consultar normas e regulamentos específicos (não cobertos por esta Norma).

10 – A parte de atendimento ao público de comércio atacadista deve ser considerada como do grupo C.
Fonte: NBR 9077

144
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

6. Classificar a edificação quanto a suas características construtivas usando o


quadro 21;

Quadro 21 – Classificação das edificações quanto às suas características construtivas

Código Tipo Especificação Exemplos


X Edificações em que a Edificações com estrutura e entrepisos Prédios estruturados em madeira, prédios com entrepisos
propagação do fogo é fácil combustíveis de ferro e madeira, pavilhões em arcos de madeira
laminada e outros.
Y Edificações com mediana Edificações com estrutura resistente ao Edificações com paredes-cortinas de vidro (“cristaleiras”);
resistência ao fogo fogo entre os pavimentos edificações com janelas sem peitoris (distância entre
vergas e peitoris das aberturas do andar seguinte menor
que 1,00 m); lojas com galerias elevadas e vãos abertos
e outros.
Z Edificações em que a Prédios com estrutura resistente ao Prédios com concreto armado calculado para resistir ao
propagação do fogo é fogo e isolamento entre pavimentos fogo, com divisórias incombustíveis, sem divisórias leves,
difícil com parapeitos de alvenaria sob as janelas ou com abas
prolongando os entrepisos e outros.
Fonte: NBR 9077

7. Determinar a distância máxima a percorrer até se atingir um local seguro (espaço


livre exterior, área de refúgio, escada protegida ou à prova de fumaça), usando o
quadro 22;

Quadro 22. Distâncias máximas a serem percorridas em metros

Tipo de edificação Grupo e divisão de Sem chuveiros automáticos Com chuveiros automáticos
ocupação
Saída única Mais de 1 saída Saída única Mais de 1
saída

X Qualquer 10 m 20 m 25 m 35 m
Y Qualquer 20 m 30 m 35 m 45 m
C, D, E, F, G-3, G-4,
30 m 40 m 45 m 55 m
Z G-5, H, I
A, B, G-1, G-2, J 40 m 50 m 55 m 65 m
Fonte: NBR 9077

Exemplo:

Dimensionar as saídas de emergência para um edifício de escritórios com 12 pavimentos (500m² de


área, cada) e térreo. O pé-direito do térreo é de 4,5m e dos demais pavimentos, 2,5m. A fachada do
prédio é toda envidraçada (pele ou cortina de vidro).

Solução:

Seguir os sete passos especificados a seguir.

1. Classificar a edificação quanto à sua ocupação, usando o quadro 17.

A edificação é classificada como D-1.

145
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

2. Classificar a edificação quanto à sua altura, conforme quadro 18.

A altura é: h = 11*2,5 + 4,5 = 32,0m. Portanto, classifica-se em O-1.

3. Classificar a edificação quanto a suas dimensões de área em planta, de


acordo com o quadro 19.

Conforme informado, o pavimento é menor que 750m², ou seja, P.

4. Determinar o número de saídas e o tipo de escadas pela tabela 8.

Basta cruzar os dados para obter uma escada enclausurada do tipo prova de fumaça.

5. Calcular a população do ambiente e dimensionar a largura das saídas


de acordo com o quadro 20 (N = P/C);

Primeiro é preciso calcular a população (P) por regra de três:

Então aplicamos a fórmula:

N=P/C

N=72/60= 1,2 = 2 UP, na qual, C = 60 foi obtido do quadro 21 e N foi arredondado para
2UP (duas unidades de passagem), que é o mínimo permitido nesse caso. Lembrando que
2UP = 1,10m.

A largura dos acessos, descargas e portas é obtida de forma análoga, substituindo-se o


respectivo valor de C na fórmula.

146
CAPÍTULO 2
Plano de prevenção contra incêndio e
pânico – PPCI

Conceito
Definimos o PPCI como sendo um documento que descreve de forma minuciosa, procedimentos
para combate a princípio de incêndio e abandono dos ocupantes da edificação (população fixa e
flutuante).

O PPCI deve atender aos aspectos de organização, priorização e segurança, objetivando a manutenção
da integridade física dos ocupantes no trajeto a locais seguros, contendo ainda informações sobre
os aspectos estruturais, arquitetônicos, dispositivos de segurança, bem como, o número efetivo de
ocupantes.

Possui como objetivo reduzir as probabilidades de:

»» Ocorrência de incêndio.

»» Óbitos.

»» Pânico.

»» Ocorrência de pessoas feridas.

»» Propagação do incêndio.

»» Perdas materiais.

Ao elaborar o PPCI, devemos realizar as seguintes perguntas:

1. Quais os locais que apresentam maior risco?

2. Quais os riscos existentes?

3. Quais são as rotas de fuga?

4. Quais os equipamentos de combate existentes?

5. Os equipamentos e sistemas estão em perfeito estado de funcionamento?

Para materializar o PPCI precisamos levantar as informações dos seguintes tópicos:

»» Apresentação da edificação:

›› É de extrema importância levantar as plantas arquitetônicas ou, em caso de


edificações antigas, croquis da edificação para a discriminação dos diversos
compartimentos que compõe a edificação e suas características construtivas.

147
UNIDADE IV │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3

»» Identificação dos riscos e áreas de risco:

›› Identificar os principais riscos de incêndio e áreas de maior periculosidade, tais


como: locais de armazenagem de produtos perigosos, centrais de GLP, bem
como as características dos produtos perigosos armazenados e os procedimentos
a serem adotados em caso de emergência.

»» Meios de detecção disponíveis:

›› Discriminar os meios de detecção de incêndio que a edificação possui e como


podem ser utilizados. Neste item estão inclusos a existência de detectores
automáticos e alarmes manuais, bem como brigadas de incêndios.

»» Meios de evacuação disponíveis:

›› Levantar quais são os meios de evacuação existentes, tais como: escadas, rampas,
elevadores de emergência. Outro fator importante é identificar se há inspeções
periódicas para garantir a funcionalidade deles. A alteração de lay-out quando
feita de forma unilateral pode levar à descontinuidade de acessos a escadas de
emergência.

»» Meios de combate disponíveis:

›› Discriminar os meios de combate existentes e explicar o funcionamento de cada


um, bem como explicar a que se destina e como funciona cada equipamento.

»» Treinamento da brigada:

›› Como são as instruções direcionadas a brigada, relatando a forma de como


proceder em caso de incêndio. Como a brigada é orientada a utilizar os meios
disponíveis para localizar o incêndio quer seja por meio de rondas, sistemas de
detecção e alarme etc.

»» Comunicação com o Corpo de Bombeiros:

›› Existe linha direta com o Corpo de Bombeiros? Importante ter o telefone da


unidade que irá atuar, a fim de diminuir o tempo-resposta.

»» Procedimentos de evacuação:

›› Devem existir instruções precisas e resumidas de como proceder para realizar a


evacuação em caso de incêndio. O conhecimento de pessoas com dificuldade de
locomoção é fundamental para que o auxílio seja realizado.

148
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3 │ UNIDADE IV

»» Procedimentos de combate:

›› Instruções precisas e objetivas de como os brigadistas devem proceder em caso


de incêndio. Todos os responsáveis pelo combate, individualmente, devem
conhecer bem os procedimentos a serem tomados.

»» Simulados:

›› Devem ser realizados periodicamente, tentando simular, à medida do possível,


situações reais. Devem ser realizados pelo menos dois simulados com aviso por
ano e um sem aviso.

»» Responsáveis pela segurança contra incêndio:

›› Listar os responsáveis pela segurança contra incêndio da edificação e a função


de cada um, bem como quem é o responsável pela alteração de qualquer ponto
relacionado ao Plano de Combate e Abandono.

Faz-se necessário a consulta aos Corpos de Bombeiros estaduais para certificar quais são as
exigências a serem cumpridas para elaboração dos PPCI.

149
Para (não) Finalizar

A realidade brasileira, na quase totalidade de seus municípios, demonstra que a Segurança Contra
Incêndio é muito incipiente no Brasil.

Para se alterar este cenário, é necessário um grande “mutirão” de todos os envolvidos neste setor:
projetistas, empresários, órgãos de fiscalização, fabricantes, usuários e universidades.

Não há uma “fórmula de bolo” a ser copiada em todos os municípios, nem em todas as edificações,
as soluções devem ser específicas e, para tanto, deve se iniciar com (I) uma maior e melhor formação
técnica de profissionais na área, que possam desenvolver novas soluções a partir de novos arranjos
tecnológicos, (II) um programa de educação da população como um todo, de forma a inserir as
ações preventivas na vivência cidadã, e (III) uma normatização e fiscalização locais mais eficazes.

O engenheiro de segurança do trabalho pode e deve atuar no setor como protagonista neste
processo em todas as suas etapas: (I) elaboração de planos, programas e projetos específicos, (II)
instalação dos equipamentos de prevenção e combate, (III) manutenção dos equipamentos, (IV)
formação e capacitação da mão de obra na área, e (V) gestão e auditoria de programas e projetos
específicos da área.

150
Referências
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edifícios. ABNT*.

____NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas. ABNT.

____NBR 9077 - Saídas de emergência em edifícios. ABNT.

____NBR 17240- Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio. ABNT.

____NBR 10897 - Proteção contra incêndio por chuveiros automáticos. ABNT.

____NBR 10898 - Sistema de iluminação de emergência. ABNT.

____NBR 11742 - Porta corta-fogo para saídas de emergência. ABNT.

____NBR 11861 - Mangueiras de Incêndio. ABNT.

____NBR 12615 - Sistema de combate a incêndio por espuma. ABNT.

____NBR 12693 - Sistemas de Proteção por extintores de incêndio. ABNT.

____NBR 13435 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. ABNT.

____NBR 13523 - Centrais Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo. ABNT.

____NBR 13932 - Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo. ABNT.

____NBR 13714 - Instalações hidráulicas contra incêndio, sob comando, por hidrantes e
mangotinhos. ABNT.

____NBR 13.434 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico - Formas dimensões e cores.
ABNT.

____13.434/2-ABNT- Sinalização de segurança contra incêndio e Pânico - Símbolos e suas formas,


dimensões e cores. ABNT.

BRASIL, Corpo de Bombeiros. Manual Básico. Rio de Janeiro. Corpo de Bombeiros do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1996.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-23 – Proteção Contra Incêndios. MTE.

CAMPOS, A. T. e Conceição, A. L. S. Manual de Segurança Contra Incêndio e Pânico -


Proteção Passiva. Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Brasília-DF.

CARVALHO, R. V. T G. de C . TÁVORA et AL. Manual básico de combate a incêndio. 2a


edição, Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

151
REFERÊNCIAS

FALCÃO, R. J. K. Tecnologia de Proteção Contra Incêndios. Ed. Rio de Janeiro – RJ.

FAILLACE, R. R. Escadas e Saídas de Emergência. Ed. Sagra. Porto Alegre – RS.

FREITAS, O. N. e SÁ, J. M. Manual Técnico-Profissional Para Bombeiro. CBMDF. Brasília


– DF.

GOMES, A. G. Sistemas de Prevenção Contra Incêndios. Ed. Interciência. Rio de Janeiro –


RJ.

LEITE, D. M. e LEITE, C. M. Proteção Contra Descargas Atmosféricas. Ed. Officina de Mydia.


São Paulo – SP.

MAPFRE. Manual de Proteción Contra Incendios. 16a edição, Editora MAPFRE, Madrid –
Espanha.

MELO, Eduardo A. Loureiro. Apostila de proteção contra incêndio e explosões do curso


de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. UnB. Brasília.

NUNES, M.L.D – Apostilas – Segurança Contra Incêndio e Pânico. Brasília-DF.

PEREIRA, A. G. Segurança Contra Incêndio. Ed. EMTS Seguros Editora. São Paulo – SP

QUINTIERE, J. G. Principles of Fire Behavior. Ed Delmar. EUA.

SEITO. A I. et al. Segurança Contra Incêndio no Brasil. Ed. Projeto Editora. São Paulo
– SP.

TORREIRA, R. P. Segurança Industrial e Saúde. Ed. EX libris. São Paulo – SP.

*Obs: Existem outras normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que não foram
citadas anteriormente, elas estão contidas no compêndio de normas do CB-24 (Comitê Brasileiro
de Segurança Contra Incêndio). A aquisição das normas, bem como outras informações, podem ser
conseguidas por meio dos representantes da ABNT em cada estado ou pelo site da ABNT <www.
abnt.org.br>.

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