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CEFET Química/ Unidade Nilópolis

Técnico em Química Industrial Integrado ao Ensino Médio


Disciplina: Orgânica III
Professor: Marcelo Bastos

SÍNTESE DE CETONAS

Componentes:

Turma: QIM-251
Data de realização: 04/03/2008
1. Objetivo
O experimento consiste na obtenção de cetonas a partir de alcoóis
secundários, através de uma reação de oxidação, além da verificação do mesmo,
por meio de um teste confirmatório, onde pode-se observar mudanças
macroscópicas(coloração) que indiquem a presença do produto desejado.

2. Materiais e reagentes

Balão de fundo redondo 2-propanol


Funil de separação Ácido sulfúrico 98%
manta aquecedora 2,4-dinitro-fenilhidrazina
bécher
suporte universal
garras e mufas
termômetro
espátula
Erlenmeyer
condensador
unha

3. Introdução
Os alcoóis são uma classe de compostos orgânicos de fórmula R-OH na qual R
é um radical alquila. São mais reativos que os hidrocarbonetos e são ácidos
ligeiramente mais fracos do que a água, com valores de pKa entre 16 e 18. Os alcoóis
são compostos versáteis, e podem ser usados como material de partida para a
preparação de uma grande variedade de compostos por meio de oxidação, como as
cetonas.
As cetonas são compostos orgânicos caracterizados pela presença do
grupamento -C=O, carbonila, ligado a dois radicais orgânicos. São, de 3 a 10
carbonos, líquidos, incolores, de cheiro agradável, forte e característico. Devido à
polaridade da carbonila, apresenta solubilidade em água, principalmente a propanona,
e à medida que aumenta a cadeia carbonada, esta solubilidade diminui. Já as cetonas
de massa molecular elevada são sólidos e totalmente insolúveis em água.
O produto formado a partir da oxidação de alcoóis geralmente dão origem a um
aldeído, cetona ou ácido carboxílico. Dependendo do agente oxidante empregado e da
natureza do álcool de partida (álcool primário ou secundário). Tendo em vista que
alcoóis terciários não se oxidam, por não possuírem hidrogênio ligado ao carbono
hidroxilado.
Alcoóis primários, por oxidação controlada, produzem aldeídos. Uma vez que
aldeídos são facilmente oxidados aos ácidos carboxílicos correspondentes, deve-se
remover o mais rápido possível o aldeído que vai sendo formado, através de uma
destilação. Uma oxidação mais energética utilizando uma solução aquosa de
permanganato de potássio com aquecimento e meio ácido produz o ácido carboxílico
correspondente.
Alcoóis secundários, ao serem oxidados formam cetonas pela perda do
hidrogênio do grupo funcional. O reagente mais comumente utilizado é o ácido
crômico. O uso de CrO3, como reagente oxidante, em acetona aquosa é normalmente
chamado de oxidação de jones(ou oxidação pelo reagente de Jones). Esse
procedimento raramente afeta as ligações duplas presentes na molécula.

4. Procedimento Experimental
Em um balão de 250 mL, colocou-se 0,13 mol de 2-propanol e 30 mL de água
destilada. Adaptou-se ao balão um funil de separação e condensador descendente à
conexão para destilação.
Preparou-se a mistura oxidante em um bécher da seguinte forma: dissolveu-se
0,05 mol de dicromato de potássio, 70 mL de água e adicionou-se sobre essa solução,
cautelosamente, 0,22 mol de H2SO4 98% (d=1,84 g/mL). Resfriou-se a mistura e
transferiu a mesma para um funil de separação.
Adicionou-se à solução do álcool o agente oxidante contido no funil, gota à
gota, resfriou-se o balão quando necessário.
Terminada a adição da mistura oxidante, procedeu-se à destilação para
isolamento do produto. Recolheu-se o destilado que passou até a temperatura de
90ºC (o destilado deve ser recolhido em um frasco de erlenmeyer imerso em banho de
água gelada). De acordo com a figura a seguir:

Reação de confirmação

Dissolveu-se uma ou duas gotas do líquido obtido em 2 mL de solução


alcoólica de 2,4-dinitro-fenilhidrazina. Ocorrendo a precipitação da 2,4-dinitro-
fenilhidrazina, correspondente à propanona.
Observação: Muitos derivados da fenilhidrazina são suspeitos de serem
carcinógenos e devem ser manuseados com cuidado.

5. Resultados e Discussão
Primeiramente, foi calculado o volume necessário, em mL para o 2-propanol e
o ácido sulfúrico
1 mol de H2SO4 — 98 g 98 mL de H2SO4 — 100 mL
0,22 mol — x g
x = 21,56g

1 mol de 2-propanol — 60g


0,13 mol — x g
x = 7,8g
O 2-propanol, como todos os alcoóis secundários, sofrem oxidação, produzindo
cetonas. Podendo também ser chamado de desidrogenação, perda do hidrogênio do
grupo funcional. Os vários agentes oxidantes baseados no Cr(VI) têm sido utilizados
para oxidar alcoóis secundários em cetonas, na prática foi utilizado uma solução de
K2Cr2O7 + H2SO4 (mistura sulfocrômica).

OH H2SO4 O
| ———→ ||
CH3— CH — CH3 K2Cr2O7 CH3— C — CH3
2-propanol propanona
A reação normalmente pára no estágio de cetona porque a oxidação
adicional requer a quebra da ligação dupla carbono-carbono. A mesma, foi tomada as
poucos, para controlar sua temperatura, a fim de evitar sua ebulição. Paralelamente,
observando o escurecimento da reação devido a oxidação prevista.
Os alcoóis primários e secundários são rapidamente oxidados por uma solução de CrO 3
(reagente oxidante) em ácido sulfúrico aquoso.
Logo após a reação, foi realizada a destilação com a substância, para a obtenção
apenas do produto desejado(propanona), já que o mesmo tem um ponto de ebulição mais
baixo do que o 2-propanol, de acordo com a aparelhagem abaixo:
A maior parte das reações de caracterização de cetonas baseiam-se na
formação de um derivado, a partir da reação de condensação com aminas
substituídas. As reações ocorrem entre o grupo carbonila e o grupo -NH2 da amina
substituída. O nucleófilo, que nesta experiência foi a 2,4-dinitrofenilidrazina, ataca o
carbono carbonílico, formando compostos cristalinos, havendo precipitação de cor
amarelada e, portanto, úteis para a identificação e caracterização.

CH3
O |
|| ——→ CH3
CH3— C — CH3 + H2N N
¨ | |
H H
Propanona 2,4- dinitrofenilidrazina 2,4- dinitrofenilidrazona

6. Conclusão
A prática foi bem sucedida, e as etapas do processo foram feitas corretamente,
concluindo o resultado esperado no processo. Podendo assim, ter a confirmação no
laboratório do que foi dito na teoria.
A propanona, assim como outras cetonas tem várias utilizações práticas, sendo
utilizada na indústria, na preparação do clorofórmio, iodofórmio e bromofórmio, na
fabricação de tintas, esmaltes e vernizes, na extração de óleos vegetais, na fabricação
de medicamentos e como dissolvente da celulóide.
7. Referências Bibliográficas
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica, 8º edição. Volume
2. tradução de Robson Mendes Matos. Rio de Janeiro: LTC, 2006. p. 09
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica, 8º edição. Volume
1. tradução de Robson Mendes Matos. Rio de Janeiro: LTC, 2006. p. 519-522
Handbook
8. Anexos

Substância Fórmula Ponto Ponto de nD Solubilidade Toxicidade


molecular de fusão ebulição
Propanona C3H6O -95°C 56,1°C

2- propanol C3H8O 82,3ºC 56,5ºC

2,4-dinitro- 194°C i: água


fenilhidrazina

2,4-dinitro-
fenilhidrazona

Dicromato de K2Cr2O7 398ºC 500ºC


potássio

Ácido sulfúrico H2SO4 10,31ºC 337ºC ms: água

Legenda:
i: insolúvel
ps: pouco solúvel
s: solúvel
ms: muito solúvel

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