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Conceito
o Trata-se da pluralidade de sujeitos nos polos da ação.
Quando há mais de um autor ou mais de um réu na relação jurídica
processual.
Relação processual formada com a pluralidade de pessoas seja no polo
ativo, seja no polo passivo.
Pode haver litisconsórcio em incidentes processuais - mais de um
sujeito requer a instauração de um conflito de competência; pode
haver litisconsórcio em um recurso.
o Litisconsórcio: autorização dada pela lei processual para que integre o
processo mais de um autor ou mais de réu, visando a economia processual.
o Para que essa formação da pluralidade possa ser possível há necessidade de
que alguns requisitos sejam cumpridos:
Requisito básico para formação de litisconsórcio: vínculo entre os
sujeitos por um ponto comum, de fato ou de direito.
Significa que a parte só vai conseguir formar uma relação
plural se comprovar que as pessoas possuem um liame entre
elas, seja ele fático ou por determinação legal.
Vínculo de fato ou de direito:
Comunhão de direito ou obrigação
Conexão entre causa de pedir ou pedido
Afinidade por qualquer ponto comum de fato ou de direito
o Cláusula geral
Requisitos secundários:
Para formar um litisconsórcio facultativo é necessário que o
juízo seja competente para todos os litisconsortes.
o O litisconsórcio facultativo não permite alterar a
competência absoluta.
Conceito
o Trata-se do ingresso de quem não era, formalmente, parte em um processo já
existente.
Terceiros alheios ao conflito posto entre as partes podem apresentar
interesse na sua resolução, porque a solução final dada pelo processo
poderá, eventualmente, influenciar o seu direito.
Alguém que não integrava o polo ativo ou passivo de uma relação
processual, passa a fazer parte dela.
Terceiro é aquele que formalmente não era parte no processo, ou
seja, não era autor e nem réu.
Terceiro é quem não é nem autor e nem réu em um processo.
No sentido de evitar que injustiças sejam perpetradas contra esses
terceiros que não foram inicialmente convidados para participar da
discussão posta entre as partes, o legislador criou institutos específicos
ao processo para autorizar que determinados sujeitos possam
ingressar na lide alheia, para proteger interesse próprio.
Toda vez que uma sentença tiver o potencial de afetar o terceiro, ele
poderá ingressar no processo.
Via de regra, a decisão do juiz em um processo irá afetar
apenas aqueles que são parte dele, porém há casos, em que
pela natureza da relação jurídica, essa decisão pode afetar um
terceiro.
o O requisito básico nas intervenções de terceiro é o interesse jurídico do
terceiro que pode ser atingido pelo resultado do processo.
Trata-se do interesse que decorre de uma relação jurídica, a qual pode
ser atingida direta ou indiretamente pelo resultado do processo.
O amicus curiae não tem interesse jurídico na demanda, mas o seu
interesse está no precedente, ou seja, na tese jurídica que será fixada.
A legitimação para intervir decorre de lei e depende de previsão
expressa.
o A intervenção de terceiros, via de regra, não é a mesma coisa que um
litisconsórcio, porém pode ser que, através dela, se forme um litisconsórcio.
o Interessante é a ponderação feita por Cássio Scarpinella Bueno (2015, p. 146)
quando afirma que esse título do Código de Processo Civil reúne cinco
institutos, bastante diversos entre si, sob o mesmo rótulo, já que em duas
dessas situações o terceiro interveniente continuará a ser terceiro para todos
os fins processuais (assistência e amicus curiae), enquanto nas demais o
terceiro passará a integrar a lide como parte (denunciação da lide,
chamamento ao processo e desconsideração da personalidade jurídica).
Espécies
o Assistência
o Denunciação da lide
o Chamamento ao processo
o Amicus curiae
o Desconsideração da personalidade jurídica
O recurso de terceiro prejudicado nunca constou no título próprio das
intervenções, embora seja uma forma de intervenção.
A oposição deixou de ser intervenção de terceiro e passou a ser uma
ação de procedimento especial.
A nomeação à autoria não é mais mencionada e, simplificada, passou a
ser uma preliminar.
Classificações
o Espontâneas
Aquela em que o terceiro intervém por conta própria,
independentemente da provocação das partes do processo.
Ex: assistência e amicus curiae.
o Provocadas
Aquela em que o terceiro é citado para intervir no processo.
Ex: denunciação da lide, chamamento ao processo, desconsideração
da personalidade jurídica e amicus curiae (convite do juiz).
o Típicas
São aquelas previstas no CPC.
o Atípicas
São aquelas previstas em outas leis, como a assistência provocada na
lei do inquilinato e na lei do CADE e a intervenção especial da fazenda
pública (art. 5º, lei nº 9.469/97 e art. 1698 do CC).
Efeitos
o Ampliação jurídica
Jurídica subjetiva da relação jurídica processual – existe em todas as
modalidades.
Objetiva do processo (existe mais uma pretensão de direito; mais uma
ação) – não há em todas as modalidades; ocorre na denunciação da
lide, no chamamento e na desconsideração da personalidade jurídica.
o Em regra, a intervenção não gera alteração de competência do juízo.
Amicus curiae nunca altera a competência, mesmo que seja um órgão
ou entidade federal.
Exceção: caso a União (ente federal, fazenda municipal ou estadual)
atue no processo como terceiro, a competência será alterada para a
Justiça Federal ou para alguma das Justiças Fazendárias especializadas,
em razão do interesse público.
Conceito
o Assistência é a intervenção de terceiros que permite ao terceiro ingressar no
processo para auxiliar, ajudar e dar assistência a uma das partes.
o Na assistência o terceiro ingressa no processo com fim de auxiliar uma das
partes (assistido) a obter vitória no processo.
o Trata-se de instituto de intervenção de terceiro em processo alheio,
pressupondo a pendência da lide entre duas ou mais pessoas.
A lide se torna pendente com a citação válida.
o Requisito básico: é o interesse jurídico do terceiro, que decorre de uma
relação jurídica com uma das partes do processo e que pode ser afetada com
eventual provimento ou condenação da parte que ele pretende auxiliar.
Somente pode intervir como assistente o terceiro que tiver o interesse
jurídico em que uma das partes vença na ação.
Há interesse jurídico de terceiro quando a relação jurídica da qual seja
titular possa ser reflexamente atingida pela sentença que vier a ser
proferida entre assistido e parte contrária.
Não há necessidade de que o terceiro tenha, efetivamente,
relação jurídica com o assistido.
Ex: proprietário de um imóvel resolve demandar contra o locatário.
Acontece que o locatário já sublocou o imóvel para um terceiro. Esse
terceiro poderá ingressar no processo como assistente.
o Hipóteses em que se caracteriza o interesse jurídico
O terceiro deve ter relação jurídica com alguma das partes + essa
relação deve ser diferente da discutida no processo + o resultado do
processo em andamento pode prejudicar a relação jurídica existente.
o Em regra, caberá assistência em qualquer processo e em qualquer fase ou grau
de jurisdição.
A assistência não é admitida no Juizado Especial Cível.
O assistente receberá o processo no estado em que ele se encontra.
o Caso nenhuma parte impugne o pedido do assistente, no prazo de 15 dias, ele
será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Se qualquer parte alegar que falta ao terceiro interesse jurídico para
intervir, o juiz deverá decidir o incidente, sem suspender o processo.
Espécies
o Simples
A assistência simples existe quando o assistente tem um interesse
jurídico indireto no processo.
O assistente apenas possui relação jurídica com o assistido.
O assistente simples tem um interesse jurídico próprio que
não está diretamente em disputa no processo, mas que pode
ser preservado na medida em que a sentença seja favorável ao
assistido.
A relação jurídica que o assistente possui com uma das partes
é diferente da existente no processo principal, mas dela é
dependente.
O assistente simples é parte secundária e subordinada ao assistido. Ele
poderá suprir as omissões do assistido, mas não pode contrariá-lo,
nem impedir que reconheça o pedido, renuncie ao direto, transija ou
desista da ação.
O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,
exercendo os mesmos poderes e sujeitando-se aos mesmos
ônus que o assistido.
O assistente simples permanece no processo na qualidade de
terceiro, ele não passa a ser parte no processo.
A presença do assistente simples não var surgir uma nova ação
naquele processo.
No caso de revelia ou omissão do assistido, o assistente simples será
considerado seu substituto processual, defendendo o direito alheio.
O assistente simples não é atingido pela coisa julgada, mas ele não
pode discutir em outro processo o acerto da decisão dada no processo
em que interveio, salvo se provar que pelo estado em que recebeu o
processo ou pela conduta do assistido, não pode produzir provas para
influir na sentença ou quando desconhecia a existência de alegações
ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu (art.
123, CPC).
o Litisconsorcial
Quando o assistente tem interesse jurídico direto no processo, porque
o assistente mantém uma relação com o adversário do assistido, qual
seja exatamente a relação discutida no processo, porque é ele o titular
do direito, no todo ou em parte ou é um colegitimado.
Esse assistente tem autonomia do litisconsorte, sendo atingido pela
coisa julgada.
O assistente passa a ser no processo não mais um terceiro,
mas como litisconsorte.
O assistente será titular do direito ou obrigação discutidos ou um
colegitimado.
O assistente litisconsorcial poderia ter sido parte no processo.
A relação jurídica que o assistente possui com o adversário é
exatamente a mesma do assistido que está sendo discutida no
processo.
O assistente litisconsorcial pode formular pedido ou defesa diferente
do assistido.
O assistido, nesse caso, é um substituto processual.
O assistente será considerado como litisconsorte sempre que a
sentença influir na relação jurídica que ele tem com o adversário do
assistindo.
Por exemplo, o credor cobra a dívida toda do devedor solidário 1;
aparece o devedor solidário 2. Outro exemplo: um herdeiro reivindica
bem da herança que está na posse ou propriedade de terceiro, e aí um
segundo herdeiro aparece como assistente litisconsorcial.
A assistência litisconsorcial é uma forma de criar litisconsórcio ulterior,
sem ampliar o objeto do processo.
Procedimento da assistência
o O terceiro peticiona o ingresso no processo.
o As partes serão chamadas pelo juiz para serem ouvidas em 15 dias.
o Se o juiz entender necessário, ele poderá determinar a instrução, ou seja,
convocar as partes para que sejam ouvidas a respeito dessa assistência.
o O juiz irá deferir o pedido, caso entenda que foi comprovado o interesse
jurídico.
o A decisão que acolher ou rejeitar o pedido de assistência, é recorrível por meio
de Agravo de Instrumento.
Assistência provocada
o A assistência poderá ser provocada, quando o juiz determinar que terceiro
manifeste sua vontade de ingressar no processo como assistente.
o Art. 59, §2º, da lei de locação: ciência ao sublocatário para atuar como
assistente, se quiser.
o Art. 188, da lei do CADE: nos processos judiciais que envolvam essa lei, o CADE
deve ser intimado para, querendo, atuar como assistente.
Assistência anômala – lei nº 9.469/97
o A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autores ou rés,
autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas federais.
Nesse caso, não há exigência de demonstração de interesse jurídico.
Conceito
o A denunciação da lide é a intervenção de terceiro que permite às partes trazer
ao processo o garantidor da relação jurídica para exercer o direito de regresso
contra ele.
A denunciação da lide poderá ser promovida pelo autor ou réu.
Trata-se de modalidade de intervenção de terceiro provocada, porque
o sujeito que atua como garantidor é demandado a entrar no
processo.
Através da denunciação da lide, uma das partes originárias do
processo formula demanda contra terceiro trazendo-o para dentro do
processo. Nessa demanda, a parte denunciante pretende um direito
de regresso ou reembolso contra o terceiro, denunciado, a fim de
ressarcir-se dos efeitos da sucumbência que eventualmente venha a
sofrer no processo.
o Trata-se do meio pelo qual a parte traz um terceiro ao processo com o
objetivo de obter uma sentença que o responsabilize.
o A denunciação da lide pode ser entendida como ato de chamar o terceiro
(denunciado), que mantém um vínculo de direito com a parte (denunciante),
para garantir o negócio jurídico, caso este venha a sair vencido no processo.
o Pode-se definir a denunciação da lide como uma ação regressiva em
simultâneos processos, promovida tanto pelo autor quanto pelo réu, sendo
citada como denunciado aquela pessoa contra quem o denunciante terá uma
pretensão de indenização de reembolso, caso ele (denunciante) vier a
sucumbir na ação principal.
o A denunciação da lide é a intervenção de terceiro que permite às partes trazer
ao processo o garante para exercer o direito de regresso contra ele.
o Quando há o deferimento da denunciação, ocorre cumulação de ações dentro
de um mesmo processo.
o Vale ressaltar que a denunciação da lide apresenta nova demanda, porém, não
novo processo, pois tal intervenção desenvolve-se na mesma base
procedimental.
o A natureza jurídica da denunciação da lide é de uma ação autônoma de
regresso.
o A finalidade é a economia processual, permitindo o exercício do direito de
regresso no mesmo processo.
o O recurso cabível contra a decisão de defere ou indefere a denunciação da lide
é o Agravo de Instrumento.
o Sempre que a denunciação se mostrar antieconômica, deve ser indeferida e o
regresso exercido pelas vias ordinárias.
o Quanto ao cabimento, a denunciação da lide é típica no processo de
conhecimento, mas vedada no juizado especial cível.
o Com a denunciação da lide há uma ampliação do objeto principal do processo.
Conceito
o O chamamento ao processo é a intervenção que permite ao réu trazer ao
processo os demais coobrigados ou o devedor principal para exercer contra
eles o direito de sub-rogação.
o Natureza jurídica: ação autônoma de sub-rogação com finalidade de economia
processual gerando título executivo também para o direito de sub-rogação.
o Chamamento ao processo é modalidade de ação condenatória exercida pelo
devedor solidário que, acionado sozinho para responder pela totalidade da
dívida, pretende ver os outros coobrigados também participando da ação.
o Hipóteses de cabimento
Fiança
Solidariedade
Conceito
o O ordenamento jurídico confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da
dos seus membros, ou seja, elas possuem autonomia patrimonial (diferencia-
se o patrimônio destinado às organizações, do patrimônio inerente ao sócio).
A pessoa jurídica é criada para que seus fundadores, em um primeiro
momento, não responsam com seus bens pessoas pelas obrigações
sociais. Assim, os bens particulares dos sócios não respondem pelas
dívidas da sociedade, uma vez que esta possui personalidade jurídica
distinta da de seus membros.
o Pessoa jurídica é uma “entidade ou associação legalmente reconhecida e
autorizada a funcionar”, ou seja, um sujeito de direitos e obrigações a quem a
lei concedeu personalidade jurídica. Sendo personalidade jurídica, a aptidão é
para adquirir direitos e deveres na ordem civil.
o A desconsideração da personalidade jurídica é a intervenção de terceiro que
permite à parte ou ao MP, atuando como fiscal da lei, incluir, no polo passivo,
os sócios para serem responsabilizados pela dívida da sociedade.
Procedimento
o A parte faz o requerimento da desconsideração da personalidade jurídica por
meio de petição, descrevendo seus requisitos.
O pedido exige um elemento subjetivo – culpa, abuso ou desvio de
poder dos sócios.
Exige-se que seja demonstrada o desvio de finalidade ou a confusão
patrimonial, além do prejuízo ao credor.
o Os sócios serão citados para se manifestar em 15 dias a respeito desse pedido,
para exercer o contraditório e a ampla defesa.
Conceito
o O amicus curiae tem por função atribuir a uma personalidade ou a um órgão
que não seja parte no processo a faculdade de nele intervir para manifestar-
se, dando informações e opiniões destinadas a esclarecer o juiz a respeito de
questões de fato e de direito discutidas no processo, em prol da boa
administração da justiça.
o O amicus curiae, expressão latina que significa amigo da corte ou amigo do
tribunal, é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o tribunal,
provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões
essenciais ao processo.
O amicus curiae deve demonstrar interesse na causa, em virtude da
relevância da matéria e de sua representatividade, requerendo ao
tribunal permissão para ingressar no processo.
o Trata-se de figura típica da commom law, em que as bases do direito são os
pra precedentes.
o O objetivo dessa figura processual é proteger direitos sociais lato sensu,
sustentando teses fáticas ou jurídicas em defesa de interesses públicos ou
privados que serão reflexamente atingidos com o desfecho do processo.
o O amicus curiae (art. 138 do CPC/2015) é terceiro admitido no processo para
fornecer subsídios instrutórios (probatórios ou jurídicos) à solução de causa
revestida de especial relevância ou complexidade.
o O amicus curiae não assume a condição de parte do processo e sua
intervenção não se fundamenta no interesso jurídico e na vitória de uma das
partes, de forma que ele se diferencia da assistência.
o A importância do amigo da corte no Brasil cresce na exata medida em que
houve a valorização dos precedentes.
o Trata-se de modalidade interventiva admissível em todas as formas
processuais e tipos de procedimento.
Cabe inclusive em procedimentos especiais regulados por leis
esparsas, em que se veda genericamente a intervenção de terceiros.
Ele cabe o JEC.
o Em tese, admite-se a intervenção em qualquer fase processual ou grau de
jurisdição.
Assim, apenas reflexamente a fase processual é relevante: será
descartada a intervenção se, naquele momento, a apresentação de
subsídios instrutórios fáticos ou jurídicos já não tiver mais nenhuma
relevância.
A lei não fixa limite temporal para a participação do amicus curiae.
o Requisitos de admissão do amicus curiae
Qualidade da ação
Relevância da matéria
Especificidade do tema objeto da demanda
Repercussão social da controvérsia
o Não se tratam de pressupostos excludentes – eles
podem existir de forma cumulativa.
o São duas as balizas: por um lado, a especialidade da
matéria, o seu grau de complexidade; por outro, a
importância da causa, que deve ir além do interesse
das partes, i.e., sua transcendência, repercussão
transindividual ou institucional.
Especialização
Requisito subjetivo.
O amicus curiae deverá entrar no processo que lhe diz
respeito em razão daquilo que ele pretende defender.
Parte-se do pressuposto de que o órgão ou a pessoa física ou
jurídica que atua como amicus curiae seja técnico e imparcial,
atuando no processo para elucidar questões especificas ao
juízo.
O elemento essencial para admitir-se o terceiro como amicus
é sua potencialidade de aportar elementos úteis para a
solução do processo ou incidente.
Representatividade adequada
Requisito subjetivo.
O terceiro interveniente, como amicus curiae, deve mostrar
satisfatoriamente a razão de sua intervenção e de que
maneira o seu interesse institucional relaciona-se com o
processo.
o Não se trata de um interesse jurídico na demanda,
porque o amicus curiae tem interesse institucional, o
qual é mais amplo e de perspectiva metaindividual.
A existência de interesse jurídico ou extrajurídico do terceiro
na solução da causa não é um elemento relevante para a
definição do cabimento de sua intervenção como amicus
curiae. O simples fato de o terceiro ter interesse na solução da
causa não é fundamento para permitir sua intervenção como
amicus curiae.
A representação adequada refere-se à aptidão verificada em
concreto para a efetiva contribuição com a corte e inclui desde
a existência formal da pessoa jurídica, quando for o caso, até a
capacidade técnica e financeira para uma participação efetiva,
bem como a abrangência da entidade.
A decisão que determina de ofício ou defere ou indefere o pedido de
intervenção do amicus curiae é irrecorrível.
Os poderes do amicus curiae serão fixados de acordo com os critérios
do juiz ou relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção.
Ainda que os seus poderes sejam definidos em cada caso
concreto pelo juiz (art. 138, §2º, do CPC/2015), na essência
serão limitados à prestação de subsídios para a decisão.
Há uma gama mínima de poderes já estabelecida em lei:
possibilidade de manifestação escrita em quinze dias (art. 138,
caput, do CPC/2015); legitimidade para opor embargos
declaratórios (Art. 138, §1º, do CPC/2015); possibilidade de
sustentação oral e legitimidade recursal nos julgamentos de
recursos repetitivos (Art. 138, §3º, do CPC/2015).
O amigo da corte é admitido em processos no tribunal e/ou em
primeiro grau.
O ingresso do amicus curiae no processo pode derivar de pedido de
uma das partes ou do próprio terceiro, bem como pode ser
requisitado pelo juiz de ofício.
Essa modalidade de intervenção de terceiros poderá ser
voluntária ou provocada.
Se ele pedir para ingressar e o juiz indeferir, a decisão é
recorrível. É o único caso em que o amigo da corte pode
recorrer, salvo embargos de declaração.
A intervenção do amicus curiae não altera a competência do juízo e
também não admite a interposição de recurso, salvo no caso de
Embargos de Declaração e da decisão que julgar incidente de
resolução de demandas repetitivas.
O amicus curiae deve estar representado por advogado constituído
nos autos.
o Precisamente porque exerce faculdades limitadas no processo, não assumindo
a condição de parte, o amicus curiae não se submete à autoridade da coisa
julgada.
Competência nacional
o A competência é uma matéria de ordem pública, ou seja, trata-se de matéria
de direito indisponível.
o As regras de competência existem no sentido de dar neutralidade a atividade
do magistrado.
o Limites da jurisdição nacional
São as regras que fixam a competência do Brasil para processar e
julgar determinados casos.
Fora dessas hipóteses, o Brasil não pode atuar; e eventual processo
será extinto por falta de pressuposto de existência.
Trata-se de instituto intimamente ligado a soberania nacional.
o Modalidades
Competência nacional concorrente (arts. 21 e 22, CPC)
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações em que:
o I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade,
estiver domiciliado no Brasil;
o II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
o III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado
no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no
inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver
agência, filial ou sucursal.
Cooperação internacional
o Trata-se de toda forma de colaboração entre Estados internacionais para
consecução de um objetivo comum com reflexos jurídicos.
o Os fundamentos da cooperação internacional são os tratados, as convenções e
protocolos.
Em caso de falta de tratados é que deverá ser usada a cláusula geral
de reciprocidade.
o A cooperação não é necessariamente entre juízes, ou seja, cooperação jurídica
é mais ampla que cooperação judicial ou jurisdicional.
o O Brasil não cooperará com atos incompatíveis às normas fundamentais do
Estado Brasileiro.
o Consiste em toda forma de colaboração entre Estados (internacionais) para
consecução de um objetivo comum com reflexos jurídicos. É o intercâmbio
entre países para o cumprimento de medidas jurídicas, seja pedindo ou seja
executando a medida, processuais ou não.
As processuais são solicitadas ou cumpridas pelo Poder Judiciário, e as
não processuais são cumpridas por qualquer autoridade
administrativa, como, por exemplo, a polícia ou o Ministério Público.
o Classificação
Ativa ou passiva
Ativa: quando o Estado requerente postula o pedido de
assistência jurídica.
Passiva: quando o Estado requerido recebe um pedido de
cooperação.
Direta ou indireta
Direta: é a que não exige o juízo de deliberação do STJ.
o Nesse caso, a cooperação é feita pela autoridade
administrativa com ou sem o auxílio do Poder
Judiciário.
Indireta: é aquele que depende o juízo de deliberação do STJ
para ser efetivada.
o É aquela feita por Carta Rogatória ou homologação de
sentença estrangeira.
Jurídica ou jurisdicional
Jurídica: quando não envolve ato do Poder Judiciário, mas só
atividade administrativa.
Jurisdicional: quando postula um ato jurisdicional do Estado
cooperante/cooperador.
o Objetivo da cooperação internacional
Garantir o acesso à Justiça, garantir a eficácia da prestação
jurisdicional e fortalecer o estado democrático de direito.
o O ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central, na ausência
de designação específica.
Significa que todas as vezes que não for possível travar um
relacionamento direto entre os interessados, o pedido deverá ser feito
pelo Ministério da Justiça.
o Disposições
comuns as
modalidades de
cooperação
jurídica:
Competência interna
o Competência é o poder que tem o órgão do Poder Judiciário de fazer atuar a
função jurisdicional em um caso concreto.
o Competência é a quantidade de jurisdição atribuída a cada órgão jurisdicional,
ou seja, a competência é a medida da jurisdição.
Competência é o limite da jurisdição fixado com base em critérios
técnicos de especialização, divisão territorial e distribuição de serviço.
o Em situações urgentíssimas, para decidir sobre tutela de urgência, não é
necessário ter competência, basta ter jurisdição para não perecer o direito; o
juiz decide sobre a tutela de urgência e após o cumprimento da sua decisão
manda o processo para o juízo competente, que pode confirmar ou revogar a
decisão.
o Princípio da competência residual/competência atômica: mesmo quando o juiz
é absolutamente incompetente, resta-lhe uma pequena competência para
validamente decidir e declarar a sua incompetência.
Apesar de não atingir o fim pretendido de resolução do conflito, o juiz
exerceu o seu dever jurisdicional.
É o instituto pelo qual todo juiz tem competência para analisar sua
própria competência, de forma que nenhum juiz é totalmente
incompetente, pois ao verificar sua incompetência absoluta, tem
competência para reconhecê-la.
o Estrutura do Poder Judiciário
STF
STJ
o Tribunais de Justiça dos Estados
Juízes de direito
o Tribunais Regionais Federais
Juízes federais
TST
o TRT
Juízes do trabalho
TSE
o TER
Juízes eleitorais
STM
o Juízes militares
o Alguns Estados apresentam tribunais de justiça
militares.
o Critérios de fixação de competência
A justiça brasileira é competente para julgar a causa (arts. 21 a 23,
CPC)?
Se sim, investigar se o caso é de competência originária de Tribunal ou
de órgão jurisdicional atípico (ex: Senado para crimes de
responsabilidade).
Não sendo o caso, verificar se é afeto à justiça especial (eleitoral,
trabalhista ou militar) ou à justiça comum.
Sendo competência da justiça comum, verificar se é da justiça federal
(arts. 108 e 109, CF), pois, se não o for, será residualmente da
Estadual.
Sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro competente segundo
critérios do CPC (competência absoluta e relativa, material, funcional,
valor da causa e territorial).
Determinado o foro competente, verifica-se o juízo competente, de
acordo com o sistema do CPC (prevenção, por exemplo) e das normas
de organização judiciária dos Estados.
Competência absoluta
o Critérios de fixação de competência absoluta – não podem ser alterados pela
vontade das partes:
Matéria;
Qualidade da parte;
Hierarquia;
Leva em consideração os graus de jurisdição.
Funcional;
Distribuição.
o A competência absoluta é um pressuposto de validade do processo.
o A incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício e gera nulidade dos
atos decisórios.
Os atos decisórios são nulos, mas serão conservados até que o Juízo
competente se manifeste expressamente sobre eles.
Após o trânsito em julgado da decisão, é possível interpor ação
rescisória para alegar nulidade da sentença por incompetência
absoluta do juízo.
o A competência absoluta pode ser questionada a qualquer tempo, e, portanto,
não haverá preclusão quanto à ausência de sua alegação, porque ela não é
capaz de ser prorrogada em nenhuma hipótese, ou seja, não poderá ser
modificada.
o Exceção: a competência para o cumprimento de sentença é funcional e
absoluta, mas o art. 516, parágrafo único, CPC, permite ao credor requerer o
cumprimento de sentença no foro do atual domicílio do executado, ou do local
dos bens, ou do lugar do cumprimento da obrigação (em busca da
efetividade).
o Exceção: o Art. 53, II, CPC também se aplica à execução de alimentos que
poderá ser requerida no foro da atual residência ou domicílio do alimentando,
se ele mudou de comarca (regra especial de facilitação do acesso à justiça).
Competência relativa
o Os critérios territorial e valor da causa, em regra, fixam competência relativa,
que pode ser alterada pela vontade das partes, em razão da cláusula
contratual de eleição de foro ou pela inércia do réu em arguir eventual
incompetência em tempo hábil em preliminar de contestação.
o A inobservância ao respeito da competência relativa não autoriza a rescisão da
decisão após o seu trânsito em julgado.
Porém, existem casos em que o critério territorial e o valor da causa
fixam regras de competência absoluta.
Exceções:
Ações fundadas em direito real sobre imóveis – é competente
o foro de situação da coisa.
Art. 2º, Lei de Ação Civil Pública: as ações deverão ser
propostas no foro do local onde ocorrer o dano.
JEF: competência pelo valor da causa é absoluta para ações de
até 60 salários mínimos.
Em SP: causas até 500 salários mínimos – foros regionais;
causas acima de 500 salários mínimos – fórum central.
o Regra geral: quando falta competência é
incompetência absoluta (por exemplo: quando o foro
regional julga causa acima de 500 salários), mas
quando sobra competência a incompetência é relativa,
isto é não há nulidade (por exemplo: quando o foro
central julga causa abaixo de 500 salários mínimos).
o Isso não se aplica ao TJSP.
o A incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício.
Exceção: o juiz pode antes da citação, de ofício, declarar a ineficácia do
foro de eleição abusivo e remeter os autos para o domicilio do réu.
Somente faz sentido remeter o processo para o local de
domicilio do réu, se o réu for a parte hipossuficiente que a
norma pretende proteger.
Após a citação ocorre a preclusão pro judicato, ou seja, o juiz não
poderá mais analisar de ofício a matéria de incompetência relativa e o
réu deverá alega-la na contestação sob pena de preclusão e
prorrogação da competência.
O réu deve alegar a incompetência relativa em preliminar na
contestação, sob pena de preclusão.