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FRANCISCO MASSUCCI SILVEIRA

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE


EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS VENTILADAS
NATURALMENTE: NBR 15575 E ASHRAE 55

CAMPINAS
2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

FRANCISCO MASSUCCI SILVEIRA

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE


EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS VENTILADAS
NATURALMENTE: NBR 15575 E ASHRAE 55

Orientadora: Profa. Dra. Lucila Chebel Labaki

Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Engenharia Civil,


Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do título de Mestre em Arquitetura, Tecnologia e
Cidade, na área de Arquitetura, Tecnologia e Cidade.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA


DISSERTAÇÃO OU TESE DEFENDIDA PELO ALUNO FRANCISCO
MASSUCCI SILVEIRA E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. LUCILA
CHEBEL LABAKI

ASSINATURA DA ORIENTADORA

______________________________________

CAMPINAS
2014

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Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura
Luciana Pietrosanto Milla - CRB 8/8129

Silveira, Francisco Massucci, 1983-


Si39a SilAnálise do desempenho térmico de edificações residenciais ventiladas
naturalmente : NBR 15.575 e ASHRAE 55 / Francisco Massucci Silveira. –
Campinas, SP : [s.n.], 2014.

SilOrientador: Lucila Chebel Labaki.


SilDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

Sil1. Conforto térmico. 2. Edificações. 3. Ventilação natural. I. Labaki, Lucila


Chebel,1943-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Analysis of thermal performance of free-running residential buildings :


NBR 15.575 e ASHRAE 55
Palavras-chave em inglês:
Thermal comfort
Buildings
Natural ventilation
Área de concentração: Arquitetura, Tecnologia e Cidade
Titulação: Mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade
Banca examinadora:
Lucila Chebel Labaki [Orientador]
Mauricio Roriz
Aldomar Pedrini
Data de defesa: 06-05-2014
Programa de Pós-Graduação: Arquitetura, Tecnologia e Cidade

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RESUMO

A obtenção de ambientes internos confortáveis termicamente é um dos aspectos fundamentais


na obtenção de um edifício de qualidade. Por vezes, para se atingir este objetivo consome-se
quantidades significativas de energia em sistemas de condicionamento ambiente. É preciso
ressaltar que grande parte da população não possui recursos para aquisição e manutenção
destes sistemas, ficando, portanto, exposta ao comportamento térmico de suas edificações.
Assim, é fundamental compreender, como e sob quais circunstâncias, ocupantes de uma
edificação consideram-na confortável de modo a avaliar e propor soluções que permitam a
geração de conforto ao menor custo. A obtenção do conforto através do uso exclusivo da
climatização artificial vem se mostrando uma prática dispendiosa, dando lugar a introdução da
ventilação natural e outras práticas de resfriamento passivo. A aplicação destes instrumentos
tem ganhado força recentemente, sendo referenciado em normativos internacionais que
regulam sobre o tema. A partir de 2004, a norma ASHRAE 55 Environmental Conditions for
Human Occupancy adotou uma abordagem de análise denominada modelo adaptativo: uma
metodologia opcional, proposta para avaliação do desempenho térmico em edifícios ventilados
naturalmente. O método utiliza-se da temperatura operativa - que correlaciona efeitos da
temperatura de bulbo seco, temperatura radiante e velocidade do ar - como principal fator
indicador de conforto. Além disso, a norma correlaciona a faixa de temperatura de conforto à
ocorrência de temperaturas externas, possibilitando a comparação entre edificações situadas
em climas distintos. Neste contexto, esta pesquisa destina-se à verificação do desempenho
térmico de uma edificação unifamiliar através da análise do conforto térmico, levando-se em
consideração aspectos de uso, ocupação e ventilação natural, utilizando-se a abordagem
adaptativa proposta pela norma ASHRAE 55/2013. O método utilizado compreende a simulação
computacional de uma edificação habitacional unifamiliar de 63m², por meio da utilização do
software EnergyPlus. O modelo simulado não possui sistema de condicionamento ativo e a
ventilação natural foi simulada pelo EnergyPlus, através do algoritmo denominado
AirflowNetwork, um modelo de ventilação por rede, onde são estimados fluxos de massa
através de aberturas e perda de carga térmica em decorrência de diferenças de pressão nas
aberturas do edifício. A condição para abertura das janelas é dependente da temperatura
externa e de uma temperatura máxima interna arbitrada, o que permite utilizar a ventilação
natural como ferramenta de resfriamento passivo. O trabalho compreende a análise de
diferentes variáveis de projeto, divididas em cinco grupos, a partir de um caso base inicial. Os
grupos de análise definidos são: componentes de fachada; componentes de cobertura;
orientação da edificação; absortância de componentes de fachada e temperatura de setpoint
para ventilação. Para cada grupo foram estipulados diferentes casos, compreendendo aspectos
e elementos convencionais do mercado de construção habitacional. Todos os casos foram
analisados para as condições climáticas de Campinas-SP, Curitiba-PR e Natal-RN a partir de
modelo adaptativo de conforto pela norma ASHRAE 55/2013, e comparados ainda a resultados
obtidos através do método simplificado e simulado, presente na norma NBR15575/2013. Os
resultados apontam as melhores práticas construtivas, demonstrando substancial importância
do modelo adaptativo na verificação do conforto térmico em projeto para edificações destinadas
à habitação de interesse social.
Palavras-chave: conforto térmico, modelo adaptativo, ventilação natural, ASHRAE 55, NBR
15.575.

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viii
ABSTRACT

Achieve thermal comfortable indoor environments is a key aspect to obtaining a quality building.
Sometimes, in order to achieve it, significant amount of energy in conditioning systems is
consumed. It should be emphasized that a large part of the population does not have resources
for acquisition and maintenance of these systems, being exposed to passive thermal behavior of
their buildings. Thus, it is essential to understand how and under what circumstances, occupants
of a building consider it comfortable to assess and propose solutions that generate comfort at a
lower cost. Obtaining comfort through exclusive use conditioning systems has proved an
expensive practice, leading to the introduction of natural ventilation and other passive cooling
practices. The application of these instruments has excelled recently, being referenced in
international standards. In 2004, the ASHRAE 55 Environmental Conditions for Human
Occupancy adopted a method called adaptive model analysis: an optional methodology,
proposed for evaluation on thermal performance in naturally ventilated buildings. The method
uses the operative temperature - which correlates the effects of dry bulb temperature, mean
radiant temperature and air velocity - as the main indicator of comfort. Moreover, the standard
correlates the range of comfort to the occurrence of outdoor temperatures, enabling comparison
between buildings located at different climates conditions. Under this context, this study aimed to
verify the thermal performance of a dwelling through the analysis of thermal comfort, including
aspects of use, occupancy and natural ventilation. The method comprises the computer
simulation of a 63m² single-family housing construction, using the software EnergyPlus. The
simulated model has no active conditioning system. Natural ventilation was simulated with
EnergyPlus through the algorithm AirflowNetwork, a model of ventilation network, where mass
flows through openings and loss of thermal load, due to pressure differences in building, are
estimated. The condition for opening window depends on external temperature and a setpoint
temperature, which supposes the use of natural ventilation only as daytime passive cooling tool.
The work includes the analysis of different design variables, divided into five groups, defined
from an initial base case. The analysis groups are: masonry components; roofing components;
orientation; absorptance and setpoint temperature for ventilation. For each group were
prescribed different situations, including aspects and elements of conventional housing
construction market. All cases were analyzed for the climatic conditions of Campinas - SP,
Curitiba - PR and Natal - RN for adaptive comfort model by ASHRAE 55/2013, yet compared to
results obtained by the simplified method and simulated method present in NBR15575/2013.
The results indicate the best construction practices, demonstrating substantial importance of
adaptive model to assess thermal comfort of dwellings.
Keywords: thermal Comfort, adaptive Model, free-running Building, ASHRAE 55, NBR 15.575.

ix
x
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1
2 CONTEXTUALIZAÇÃO .....................................................................................................................7
2.1. Práticas da Habitação de Interesse Social ........................................................................................7
2.2. Aspectos do Conforto Térmico ...........................................................................................................9
2.2.1. Balanço Térmico do Corpo Humano ..............................................................................................9
2.2.2. Indicadores de Conforto Térmico .................................................................................................12
2.2.3. Abordagem Analítica ....................................................................................................................14
2.2.4. Abordagem Adaptativa .................................................................................................................20
2.3. Normativos de Avaliação de Desempenho e Conforto Térmico em Edificações ............................24
2.3.1. ISO 7730/2005 .............................................................................................................................25
2.3.2. ASHRAE 55/2013 .........................................................................................................................25
2.3.3. EN 15251/2007.............................................................................................................................27
2.3.4. NBR 15220/2005 ..........................................................................................................................30
2.4.1. Apresentação do Programa Energyplus ......................................................................................42
2.4.2. Simulação de Ventilação Natural .................................................................................................46
2.4.2.1. Modelos de Ventilação por Rede .............................................................................................47
2.4.2.2. Modelos de Dinâmica Computacional de Fluidos ....................................................................50
3 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................................51
3.1. Aplicação do Modelo Adaptativo de Conforto ..................................................................................53
3.2. Intervalo de Conforto ........................................................................................................................53
3.2.1. Temperatura Neutra .....................................................................................................................54
3.2.2. Limites do Intervalo de Conforto ..................................................................................................54
3.2.3. Temperatura Operativa (To) .........................................................................................................55
3.2.4. Temperatura Predominante Externa (Tpe) ..................................................................................57
3.3. Indicadores de conforto – Modelo Adaptativo ..................................................................................62
3.3.1. Indicador A – Graus-hora de desconforto [Gh] ............................................................................63
3.3.2. Indicador B – Distribuição do conforto .........................................................................................64
3.3.3. Indicador C – Sobreaquecimento e Sobrearrefecimento .............................................................66
3.3.4. Indicador D – Histograma de Temperaturas ................................................................................68
3.3.5. Indicador E – Regressão Linear e Coeficiente de Determinação (R²) .........................................69
3.4. Simulações .......................................................................................................................................71
3.4.1. Parâmetros de Entrada (Inputs) ...................................................................................................71
3.4.2. Parâmetros Iniciais da Simulação ................................................................................................72
3.4.3. Geometria do Modelo e Zonas Térmicas .....................................................................................77
3.4.4. Características da Envoltória .......................................................................................................79
xi
3.4.5. Uso e Ocupação ...........................................................................................................................85
3.4.6. Iluminação ....................................................................................................................................86
3.4.7. Equipamentos...............................................................................................................................88
3.4.8. Ventilação .....................................................................................................................................88
3.4.9. Orientação da Edificação .............................................................................................................92
3.4.10. Localidades ..................................................................................................................................93
3.5. Casos Simulados..............................................................................................................................96
3.6. Sistematização dos dados de saída (outputs) .................................................................................98
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................101
4.1. Análise dos resultados para Curitiba-PR .......................................................................................102
4.1.1. Fase 1- NBR 15.575/13 – Método Simplificado .........................................................................102
4.1.1.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................102
4.1.1.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................105
4.1.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado .............................................................................108
4.1.2.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................108
4.1.2.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................112
4.1.2.3. Grupo 3- Orientação ...............................................................................................................116
4.1.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................117
4.1.3. Fase 3- ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo ............................................................................118
4.1.3.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................123
4.1.3.3. Grupo 3 – Orientação .............................................................................................................127
4.1.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................129
4.1.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint de ventilação natural ....................................................132
4.1.3.6. Indicadores de conforto – Caso Base ....................................................................................134
4.2. Análise dos resultados para Campinas-SP ....................................................................................141
4.2.1. Fase 1 - NBR 15.575/13 – Método Simplificado ........................................................................141
4.2.1.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................141
4.2.1.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................144
4.2.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado .............................................................................148
4.2.2.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................148
4.2.2.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................152
4.2.2.3. Grupo 3- Orientação ...............................................................................................................156
4.2.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................157
4.2.3. Fase 3 - ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo ...........................................................................159
4.2.3.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................160
4.2.3.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................165
4.2.3.3. Grupo 3 – Orientação .............................................................................................................169
xii
4.2.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................170
4.2.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint para ventilação natural .................................................173
4.2.3.6. Indicadores de conforto – Caso Base ....................................................................................175
4.3.1. Fase 1- NBR 15.575/13 – Método Simplificado .........................................................................182
4.3.1.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................182
4.3.1.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................185
4.3.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado .............................................................................189
4.3.2.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................189
4.3.2.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................193
4.3.2.3. Grupo 3- Orientação ...............................................................................................................197
4.3.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................197
4.3.3. Fase 3- ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo ............................................................................198
4.3.3.1. Grupo 1 – Paredes .................................................................................................................199
4.3.3.2. Grupo 2 – Coberturas .............................................................................................................203
4.3.3.3. Grupo 3- Orientação ...............................................................................................................208
4.3.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas .........................................................209
4.3.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint de ventilação natural ....................................................210
4.3.3.6. Indicadores de conforto – Caso base.....................................................................................211
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................219
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................................225
APÊNDICES Apêndice A – Propriedades termo-físicas dos componentes de envoltória ...............233

xiii
xiv
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Profa. Lucila que me orientou e propiciou, através de suas aulas e orientações, a
motivação maior para a realização deste trabalho; à banca examinadora pelas correções e
valiosas orientações; ao prof. Maurício Roriz pelo rigor e detalhe de sua análise; aos colegas do
Lacaf, por estarem sempre presentes quando surgiram as dúvidas; aos amigos pelo apoio no
trabalho, sem o qual não teria sido possível realizar as duas atividades; aos meus pais pelo
apoio constante e irrestrito aos estudos; à Ana Carolina pela compreensão e motivação nas
horas dedicadas a este trabalho.

xv
xvi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escala de temperatura efetiva para pessoas normalmente vestidas. ........................................15


Figura 2 – Diagrama de conforto de Fanger. ...............................................................................................19
Figura 3 – Porcentagem de insatisfeitos PPD em função do Voto Médio Estimado PMV. .........................20
Figura 4 – Variação da temperatura neutra em relação à Temperatura Operativa Interna (Top). .............21
Figura 5 – Relação entre a temperatura média externa e a temperatura neutra de conforto. ....................22
Figura 6 - Relação entre temperatura operativa interna e temperatura média mensal externa. Fonte
(ASHRAE, 2013 – Adaptado) .......................................................................................................................27
Figura 7 - Faixas de temperaturas operativas aceitáveis para diferentes categorias de edifícios. Fonte:
CEN, 2007 ....................................................................................................................................................29
Figura 8 - Carta bioclimática adaptada a partir do trabalho de Givoni. Fonte(ABNT, 2005) .......................32
Figura 9 - Zoneamento bioclimático Brasileiro. Fonte: ABNT, 2005 ...........................................................33
Figura 12 - Estrutura geral de funcionamento do EnergyPlus. Fonte (DOE, 2013) ...................................44
Figura 13 – Esquema do modelo de rede do AirflowNetwork demonstrando uma possível ocorrência de
ventilação Fonte: DOE, 2012 ......................................................................................................................48
Figura 14 – Organograma dos casos simulados .........................................................................................52
Figura 15 – Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para
intervalo de 7 dias (p=7) – Campinas, SP....................................................................................................59
Figura 16 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para intervalo
de 30 dias (p=30) – Campinas, SP ..............................................................................................................59
Figura 17 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α = 0,7
– Campinas, SP............................................................................................................................................61
Figura 18 Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α = 0,9 –
Campinas, SP...............................................................................................................................................61
Figura 19 – Descrição do gráfico de distribuição de desconforto para análise horária ...............................65
Figura 20 – Descrição do gráfico de distribuição de desconforto para análise mensal...............................65
Figura 21 - Descrição do gráfico de sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - análise horária .....67
Figura 22 - Descrição do gráfico de sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - análise mensal .....67
Figura 23 - Descrição do gráfico de histograma de temperaturas (To-Tn) ..................................................69
Figura 24 – Descrição do gráfico de análise de regressão e coeficiente de determinação ........................70
Figura 25 – Planta baixa da residência ........................................................................................................77
Figura 26 – Corte perspectivado da residência ...........................................................................................78
Figura 27 – Alternativa de solução para componente equivalente (Ordenes et al. 2003) ...........................80
Figura 28 – Padrão de ocupação para dias úteis ........................................................................................86
Figura 29 – Padrão de ocupação para finais de semana ............................................................................86
Figura 30 - Padrão de uso da iluminação e equipamentos – Dias úteis......................................................87
Figura 31 – Padrão de uso da iluminação e equipamento – Finais de semana ..........................................87
Figura 32 – Condições de aberturas das janelas.........................................................................................89
Figura 33 – Porta ou janela representando os fatores geométricos associados a abertura para ventilação.
Fonte: DOE, 2013 ........................................................................................................................................91

xvii
Figura 34 - Orientações da edificação em relação ao norte ........................................................................92
Figura 35 - Interface da planilha de entrada de dados para obtenção dos indicadores ..............................99
Figura 36 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,7,
Curitiba – PR, baseado em arquivo TRY, 1969 .........................................................................................118
Figura 37 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total. – Curitiba, PR .....................................119
Figura 38 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Curitiba,
PR ...............................................................................................................................................................119
Figura 39 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................120
Figura 40 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR ................................123
Figura 41 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................123
Figura 42 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................124
Figura 43 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR .................................128
Figura 44 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................128
Figura 45 - Grupo 3 / Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Curitiba, PR ....129
Figura 46 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR ................................130
Figura 47 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................130
Figura 48 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................131
Figura 49 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR ....................132
Figura 50 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio
– Curitiba, PR .............................................................................................................................................133
Figura 51 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento
médio – Curitiba, PR ..................................................................................................................................133
Figura 52 - Análise horária da ocorrência de conforto – Caso base – Curitiba, PR ..................................134
Figura 53 - Análise mensal da ocorrência de conforto - Caso base – Curitiba, PR ..................................135
Figura 54 - Análise horária do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base – Curitiba, PR
....................................................................................................................................................................136
Figura 55 - Análise mensal do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base – Curitiba, PR
....................................................................................................................................................................136
Figura 56 - Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso base – Curitiba, PR .........................138
Figura 57 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante
externa (Tpe) – Caso base – Curitiba, PR .................................................................................................138
Figura 58 – Balanço Térmico – Caso Base – Curitiba, PR ........................................................................140
Figura 59 – Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,7,
Campinas – SP, baseado em arquivo TRY, 2002. ....................................................................................159
Figura 60 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP ...................................160
Figura 61 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................161

xviii
Figura 62 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................161
Figura 63 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP..............................165
Figura 64 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................165
Figura 65 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................166
Figura 66 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP...............................169
Figura 67 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................169
Figura 68 - Grupo 3 / Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio - Campinas, SP .170
Figura 69 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP .............................171
Figura 70 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................171
Figura 71 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -
Campinas, SP.............................................................................................................................................172
Figura 72 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP .................173
Figura 73 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio
- Campinas, SP ..........................................................................................................................................174
Figura 74 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento
médio - Campinas, SP ...............................................................................................................................175
Figura 75 - Análise horária da ocorrência de conforto – Caso base - Campinas, SP ...............................176
Figura 76 - Análise mensal da ocorrência de conforto - Caso base - Campinas, SP ................................176
Figura 77 - Análise horária do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base - Campinas,
SP ...............................................................................................................................................................177
Figura 78 - Análise mensal do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base - Campinas,
SP ...............................................................................................................................................................178
Figura 79 - Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso base - Campinas, SP.......................179
Figura 80 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante
externa (Tpe) – Caso base - Campinas, SP ..............................................................................................179
Figura 81 – Balanço Térmico – Caso Base - Campinas, SP .....................................................................181
Figura 82 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,9,
Natal-RN, baseado em arquivo TRY, 1954. ...............................................................................................199
Figura 83 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total – Natal, RN ..........................................199
Figura 84 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Natal, RN
....................................................................................................................................................................200
Figura 85 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Natal,
RN ..............................................................................................................................................................200
Figura 86 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total – Natal, RN ....................................203
Figura 87 – Grupo2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Natal,
RN ..............................................................................................................................................................203
Figura 88 – Grupo2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Natal, RN ....................................................................................................................................................204

xix
Figura 89 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Natal, RN ....................................................................................................................................................208
Figura 90 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Natal, RN ....................................................................................................................................................209
Figura 91 - Grupo 5 / Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Natal,
RN ..............................................................................................................................................................210
Figura 92 – Análise horária da ocorrência de conforto – Caso Base – Natal, RN .....................................211
Figura 93 - Análise mensal da ocorrência de conforto – Caso Base – Natal, RN .....................................212
Figura 94 – Análise horária do sobreaquecimento médio – Caso Base – Natal, RN ................................213
Figura 95 - Análise mensal do sobreaquecimento médio – Caso Base – Natal, RN ...............................213
Figura 96 – Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso Base – Natal, RN ............................215
Figura 97 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante
externa (Tpe) – Caso Base – Natal, RN ....................................................................................................215
Figura 98 – Balanço Térmico – Caso Base – Natal, RN ............................................................................217

xx
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classe de edifícios segundo especificações da norma ISO 7730. Fonte: ISO, 2005 - adaptado
......................................................................................................................................................................25
Tabela 2 – Descrição das categorias de edifícios e limitações para edifícios mecanicamente
condicionados (PMV) e em regime de funcionamento livre (K). Fonte: CEN,2007 – adaptado .................28
Tabela 3 – Classificação de aberturas para ventilação. Fonte: ABNT, 2005 .............................................33
Tabela 4 – Classificação de vedações externas. Fonte: ABNT, 2005 ........................................................34
Tabela 5 – Estratégias de condicionamento térmico passivo. Fonte: ABNT, 2005 ....................................34
Tabela 6 – Critérios de avaliação e nível de desempenho para coberturas quanto à transmitância térmica.
Fonte: ABNT, 2013 .......................................................................................................................................38
Tabela 7 - Critérios de desempenho mínimo para paredes quanto à transmitância térmica. Fonte: ABNT,
2013 ..............................................................................................................................................................39
Tabela 8 - Critérios de desempenho mínimo para paredes quanto à capacidade térmica. Fonte: ABNT,
2013 ..............................................................................................................................................................39
Tabela 9 – Critérios de desempenho mínimo para áreas destinado a ventilação (ABNT, 2013) ................39
Tabela 10 - Critério para avaliação de desempenho térmico para condições de verão. Fonte: ABNT, 2013
......................................................................................................................................................................41
Tabela 11 - Critério para avaliação de desempenho térmico para condições de inverno. Fonte: ABNT,
2013 ..............................................................................................................................................................41
Tabela 12 - Características físicas de elementos construtivos de alvenaria ...............................................81
Tabela 13 – Tipologias de alvenaria – Casos do Grupo 1 ...........................................................................82
Tabela 15 - Tipologias construtivas de cobertura – Casos do Grupo 2 .......................................................84
Tabela 16 – Potência instalada em cada ambiente. ....................................................................................87
Tabela 17 - Potência instalada de equipamentos em cada ambiente .........................................................88
Tabela 18 - Valores de coeficiente de descarga ..........................................................................................91
Tabela 19 – Definição do caso base ............................................................................................................96
Tabela 20 – Definição dos casos do Grupo1 – Paredes .............................................................................97
Tabela 21- Definição dos casos do Grupo2 – Coberturas ...........................................................................97
Tabela 22 - Definição dos casos do Grupo3 – Orientação ..........................................................................97
Tabela 23 Definição dos casos do Grupo4 – Absortância das paredes ......................................................97
Tabela 24 - Definição dos casos do Grupo 5 - Ventilação ...........................................................................98
Tabela 25 - Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR.103
Tabela 26 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR ...................................................................106
Tabela 27 – Condições limites de temperaturas para verão e inverno segundo NBR 15.575/13 para zona
bioclimática 1 ..............................................................................................................................................108
Tabela 28 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................110
Tabela 29 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 –
Curitiba, PR ................................................................................................................................................114

xxi
Tabela 30 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 - Curitiba, PR ...............................................................................................116
Tabela 31 - Desempenho térmico de paredes para diferentes absortâncias de acordo com o método
simulado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR ...............................................................................................117
Tabela 32- Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G1 –
Paredes – Curitiba, PR ...............................................................................................................................122
Tabela 33 – Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G2 -
Coberturas – Curitiba, PR ..........................................................................................................................126
Tabela 34 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G4 –
Absortância – Curitiba, PR .........................................................................................................................132
Tabela 35 – Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 - Campinas, SP
....................................................................................................................................................................142
Tabela 36 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 - Campinas, SP .................................................................146
Tabela 37 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 -
Campinas, SP.............................................................................................................................................150
Tabela 38 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 -
Campinas, SP.............................................................................................................................................154
Tabela 39 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 - Campinas, SP ...........................................................................................156
Tabela 40 - Desempenho térmico de paredes para diferentes absortâncias de acordo com o método
simulado da NBR15.575/13 - Campinas, SP ............................................................................................157
Tabela 41 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G1 –
Paredes - Campinas, SP ............................................................................................................................164
Tabela 42 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G2 –
Coberturas - Campinas, SP .......................................................................................................................168
Tabela 43 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G4 –
Absortância - Campinas, SP ......................................................................................................................173
Tabela 44 - Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 – Natal, RN ....183
Tabela 45 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 – Natal, RN .......................................................................187
Tabela 46 - Condições limites de temperaturas para verão e inverno segundo NBR 15.575/13 para zona
bioclimática 1 ..............................................................................................................................................189
Tabela 47 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR 15.575/13 –
Natal, RN ....................................................................................................................................................191
Tabela 48 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR 15.575/13 –
Natal, RN ....................................................................................................................................................195
Tabela 49 - Desempenho térmico de coberturas com e sem condições de uso e ocupação – Natal, RN
....................................................................................................................................................................196
Tabela 50 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 – Natal, RN ..................................................................................................197
Tabela 51 - Desempenho térmico de para diferentes valores de absortância das vedações verticais do
edifício, de acordo com o método simulado da NBR 15. 575/13 – Natal, RN ...........................................198
Tabela 52 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G1 –
Paredes – Natal, RN ..................................................................................................................................202
xxii
Tabela 53 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 – G2 –
Coberturas – Natal, RN ..............................................................................................................................207
Tabela 54 - Descrição das propriedades físicas das camadas dos elementos de parede. ......................233
Tabela 55 - Descrição das propriedades físicas das camadas dos elementos de cobertura. ..................233
Tabela 56 - Resistência térmica, camada a camada, para os casos de alvenaria definidos. ...................235
Tabela 57 – Capacidade térmica, camada a camada, para os casos de alvenaria definidos. ..................237
Tabela 58 – Descrição da resistência térmica, camada a camada, para os componentes de cobertura
definidos .....................................................................................................................................................240

xxiii
xxiv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers. Inc.
DOE Department of Energy of the United States
ASHVE American Society of Heating and Ventilation Engineers
BLAST Building Loads Analysis and System Thermodynamics
CEN European Comitee for Standardization
CFD Computacional Fluid Dynamics
CTF ConductionTransferFunction
EPBD Energy Performance of Building Directive
Eq. Equação
ET Temperatura Efetiva
ET* Nova Temperatura Efetiva
HVAC Heating, Ventilation and Air Conditioning
ICT Índice de Carga Térmica
IDF Input Data File
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo,
ISO International Organization for Standardization
NBR Norma Brasileira
NBSLD National Bureau of Standards Load Determination
PMV Predicted Mean Vote
PMV Voto Estimado Médio (Predicted Mean Vote)
PPD Porcentagem Estimada de Pessoas Insatisfeitas (Predicted Percentage of
Dissatisfied)
PR Paraná
RN Rio Grande do Norte
RT Temperatura Resultante
SCATs Smart Controls and Thermal Comfort
SET Temperatura Efetiva Padrão
SET* Nova Temperatura Padrão
SP São Paulo

xxv
TARP Thermal Analysis Results Processor
TBS Temperatura de Bulbo Seco
TBU Temperatura de Bulbo Úmido
TRY Test Reference Year

xxvi
1 INTRODUÇÃO

O país passa por um período de intenso fomento no mercado de construção civil. A


expressiva oferta de crédito, aliada a planos habitacionais vão ao encontro de inovações
tecnológicas, capazes de reduzir consideravelmente o tempo de produção e minimizar os
custos de construção. A busca crescente pela racionalização da construção acaba por
industrializar produtos e etapas de trabalho que, através do emprego de componentes pré-
fabricados, reduz custos com mão-de-obra e prazos de execução. Há por fim, uma sensível
simplificação no canteiro de obras, tornando-o um local de montagem racionalizado, a exemplo
do que ocorre em indústrias de diferentes setores.

Desta maneira, empreendimentos habitacionais, em especial os que se destinam à


habitação de interesse social, tornam-se suscetíveis ao emprego de novos materiais como
forma a minimizar custos e reduzir prazos. O uso indiscriminado de novas técnicas e produtos,
empregados apenas sob a ótica de redução de custos, pode acarretar em edificações que não
se enquadrem nos normativos nacionais existentes e que, portanto, não se adequem ao uso
para o qual foram projetadas. O conhecimento destas novas técnicas, materiais e processos,
mostram-se essenciais ao projetista que pretende produzir bons edifícios neste novo contexto.

O conforto térmico, entre outros fatores, é um dos requisitos que se enquadra nas
exigências do usuário quanto à habitabilidade, proposta na norma NBR 15575 – Edifícios
Habitacionais. Por vezes, o desempenho térmico de uma edificação é negligenciado, resultando
em edificações que só atingem o desempenho térmico requerido através do uso de climatização
ativa.

Em se tratando de habitação destinada à população de baixa renda, os questionamentos


acerca do desempenho do edifício tornam-se ainda mais relevantes. Deve-se ressaltar que
grande parte da população que irá ocupar este tipo de habitação não tem condições de priorizar
gastos para aquisição e manutenção de sistemas de ar condicionado, ficando assim, expostas
ao comportamento térmico passivo de suas edificações.

Em meados de 2001, o país foi afetado por uma crise na oferta de energia elétrica. A
principal fonte energética – a hidroelétrica – não atendeu à contínua falta de planejamento e
investimentos, culminando com uma série de apagões que ocorreram no país. O ocorrido trouxe
consequências diretas ao mercado da construção civil, principal setor consumidor deste tipo de

1
energia. Novas legislações em eficiência energética entraram em vigor, e o uso da eletricidade
passou a demandar maior controle por parte de projetistas, não sendo permitidos negligências e
desconhecimento sobre o assunto. Novamente, conhecimentos acerca do desempenho térmico
de uma edificação figuram como um importante e inegável paradigma nos novos processos de
projeto de edificações.

Para a obtenção do desempenho térmico adequado às necessidades dos usuários de um


edifício, deve-se levar em consideração, durante a etapa de projeto, diversos aspectos que vão
desde variáveis técnico-construtivas a fatores de ordem climática onde se insere o edifício de
análise. A combinação e a aplicação correta destas variáveis resultarão na condição de conforto
térmico adequada no interior da edificação.

Desta maneira, o projeto adequado dependerá de fatores como: i) Condições climáticas da


região: temperatura e umidade do ar; densidade de fluxo de radiação solar incidente; velocidade
e direção dos ventos dominantes. ii) Condições geográficas: latitude e longitude; orientação da
edificação com relação à trajetória solar. iii) Condições de uso: carga interna instalada;
ocupação e uso da edificação. iv) Projeto arquitetônico. E, por fim, v) das propriedades termo
físicas dos componentes utilizados: transmitância; capacidade térmica; densidade; absortância;
emissividade, entre outros.

O senso comum de que se atinge desempenho térmico satisfatório através do isolamento


da envoltória da edificação nem sempre é verdadeiro, podendo ainda surtir efeito contrário ao
desejado. Assim, o simples ato de optar por um determinado sistema construtivo implica em
fixar determinadas condicionantes físicas que irão influenciar diretamente no desempenho
térmico do edifício.

Os modelos existentes para quantificação dos níveis de conforto térmico empregam a


análise de diversas variáveis ambientais e pessoais, tais como temperatura de bulbo seco;
temperatura média radiante; velocidade do ar; umidade do ar; resistência térmica das
vestimentas; atividade metabólica; etc. Ao longo do tempo, diversos estudos objetivaram
sintetizar em um parâmetro unificado os diversos fatores condicionantes do conforto,
estabelecendo ainda, intervalos de conforto relativos a estes parâmetros unificados. Em geral,
modelos analíticos possuem um intervalo fixo para faixa de temperaturas de conforto,
ocasionando um ambiente termicamente estático e homogêneo. Em 2004, a norma ASHRAE 55
Environmental Conditions for Human Occupancy (ASHRAE, 2013) adotou uma abordagem de

2
análise denominada modelo adaptativo: uma metodologia opcional ao modelo analítico,
proposta para avaliação do desempenho térmico em edifícios ventilados naturalmente (free
running buildings). Segundo NICOL (2002), o principal conceito desta abordagem é o princípio
adaptativo que preconiza: “Se uma mudança ocorre de maneira a produzir desconforto, os
indivíduos reagirão de modo a restaurar sua condição de conforto”. Ainda segundo o autor, as
pessoas têm a tendência natural de se adaptar às mudanças térmicas ocorridas em seus
ambientes, restabelecendo a situação de conforto através de ações de adaptação: modificando
vestimentas, alterando os níveis de atividade física, alterando dispositivos de ventilação, etc.

O método adaptativo utiliza-se da temperatura operativa como principal fator indicador de


conforto, relacionando a faixa de temperatura de conforto à ocorrência de temperaturas
predominantes externas (Tpe), possibilitando assim a comparação entre edificações situadas
em climas distintos, a partir de um contexto de preferência térmica variável. A temperatura
interna em edifícios naturalmente ventilados tende a variar com maior intensidade em
decorrência de variações climáticas externas. Dessa maneira, normas que pressupõem
temperaturas fixas de conforto, abdicam da possibilidade do uso da ventilação natural em
detrimento de um ambiente termicamente homogêneo (NICOL, 2002). A introdução de
temperaturas de conforto variáveis auxilia na redução do consumo energético e incorpora o uso
da ventilação natural como fator essencial na redução do desconforto e na demanda de
consumo energético. Recentemente, importantes pesquisas têm sido realizadas com o intuito
de investigar os efeitos do movimento de ar no conforto térmico em ambientes onde se realizam
atividades sedentárias. Os resultados apontam para condições adequadas de conforto mesmo
com a ocorrência de temperaturas superiores a 26ºC, quando combinadas ao uso de ventilação
natural. Até pouco tempo, esta faixa de temperatura representava um limite para temperatura
interna aceitável (HEISELBERG et al., 2002).

Neste contexto, este trabalho apresenta, através do uso de ferramentas de simulação


computacional, um estudo sobre a aplicação do modelo adaptativo de conforto, quantificando a
condição de conforto térmico para edifícios habitacionais naturalmente ventilados.

3
1.1. Objetivos

O trabalho tem como objetivo analisar e comparar a aplicação dos métodos presentes na
ASHRAE 55 e NBR 15.575 de avaliação do conforto térmico, para uma edificação habitacional
unifamiliar naturalmente ventilada.

Os objetivos específicos são:

- Avaliar a aplicação do modelo adaptativo de conforto proposto na ASHRAE 55/2013 e seus


indicadores, aliado ao uso da simulação computacional como modelo de avaliação de
desempenho térmico para edificações;

- Comparar o modelo de avaliação proposto pela ASHRAE 55/2013 ao modelo presente na


NBR 15.575/2013 (método simplificado e simulado);

- Comparar o desempenho térmico de sistemas convencionais de alvenaria;

- Comparar o desempenho térmico de sistemas convencionais de cobertura;

- Analisar os efeitos da absortância dos elementos de fechamento vertical (paredes externas);

- Analisar os efeitos da implantação do edifício (orientação solar);

- Analisar os efeitos da ventilação natural seletiva no desempenho térmico da edificação.

4
1.2. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro apresenta uma introdução ao
assunto, caracterizando o problema estudado e descrevendo os objetivos da pesquisa.
No segundo capítulo, a problemática introduzida é contextualizada através de uma
revisão bibliográfica com enfoque no conforto térmico, normativos sobre conforto e desempenho
térmico de edificações, bem como nos aspectos de ventilação natural e simulação
computacional necessários para a compreensão do tema.
O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada na pesquisa. Inicialmente é
apresentada uma justificativa para a escolha da abordagem adaptativa, passando então para o
detalhamento dos indicadores de conforto propostos. Em seguida, são descritos e justificados
todos os dados de entrada para as simulações. Neste capítulo são ainda apresentados os
critérios e as características climáticas das localidades escolhidas, relacionando-as às diretrizes
construtivas presentes em norma.
No quarto capítulo são apresentados os resultados obtidos para as três fases do estudo,
ou seja, para cada um dos casos simulados, avaliando se os objetivos propostos foram
atingidos. Por fim, o quinto e último capítulo, apresenta as conclusões do trabalho, as limitações
encontradas e as sugestões para trabalhos futuros.

5
6
2 CONTEXTUALIZAÇÃO

A contextualização da pesquisa baseia-se em quatro temas abordados neste capítulo.


Inicialmente, o capítulo Práticas da Habitação de Interesse Social referencia textos que
analisam as práticas da construção civil voltada à habitação de interesse social, no que diz
respeito aos aspectos do conforto térmico deste tipo de edifício. Em seguida, em Aspectos do
Conforto Térmico, são apresentadas as questões fundamentais para a compreensão do
conforto térmico e de sua avaliação. Este capítulo apresenta ainda indicadores de conforto
existentes, distinguindo-os entre abordagem analítica e adaptativa.

Em Normativo de Avaliação de Desempenho e Conforto Térmico em Edifícios, são


apresentados os principais normativos nacionais e internacionais, verificando-se os métodos
propostos para a avaliação do conforto. Por fim, o capítulo Simulação Computacional traça um
panorama das principais ferramentas e métodos para a análise do conforto térmico, através da
utilização de softwares computacionais de simulação. São apresentados alguns recursos do
programa EnergyPlus utilizado nesta pesquisa, bem como são referenciados alguns dos
principais softwares destinados à analise da ventilação natural em edifícios.

2.1. Práticas da Habitação de Interesse Social

Os projetos de casas e de conjuntos habitacionais que atendam apenas a necessidade


de abrigo, sem considerar a congruência social e cultural e as efetivas necessidades de seus
usuários, estão condenados ao vandalismo e destruição (KOWALTOWSKI et al., 2002).
Evidencia-se a necessidade de um suporte metodológico na elaboração e desenvolvimento de
projetos de habitação de interesse social no Brasil que sejam capazes de atingir o nível de
qualidade desejado, considerando as implicações e restrições existentes. Ainda segundo
Kowaltowski et al. (2002), a metodologia do projeto de arquitetura deve privilegiar os critérios e
indicadores funcionais, espaciais e de conforto, buscando a qualidade e a satisfação do
usuário.

Em uma pesquisa realizada na cidade de Campinas, SP, em residências construídas a


partir de plantas-padrão sob o sistema de autoconstrução, Labaki e Kowaltowski (1995)
verificaram que melhores condições de conforto poderiam ser atingidas se houvesse uma
preocupação maior com a qualidade do projeto, através da inclusão de um detalhamento
7
simples. Do ponto de vista do desempenho térmico, observou-se que os principais problemas
detectados poderiam ser resolvidos pela aplicação dos princípios de projetos bioclimáticos
(KOLOKOTRONI e YOUN, 1990 apud LABAKI e KOWALTOWSKI, 1995). A pesquisa
identificou também que ao longo do tempo os conjuntos habitacionais e loteamentos sofrem
alterações, com melhorias na qualidade, principalmente no que se refere às infraestruturas
urbanas e qualidade das habitações. Há um grande esforço por parte da população para
adaptar a moradia às suas necessidades e modos de morar. Neste mesmo estudo verificou-se
que a incidência de modificações realizadas em relação à tipologia inicial é de 70%,
demonstrando a falta de planejamento prévio e o desconhecimento de soluções adequadas de
projeto e execução.

Em pesquisa realizada junto aos escritórios de arquitetura, construtoras e profissionais


autônomos na cidade de Campinas, SP, Chavtal et al. (1998) procurou avaliar o uso de
ferramentas de projeto, o interesse e a importância dados ao conforto térmico, bem como obter
informações mais detalhadas sobre a análise da insolação e ventilação utilizadas na elaboração
de projetos. Foi realizado ainda um levantamento dos materiais de construção mais utilizados
para coberturas, paredes e pisos para diversos tipos de edificação. Entre os entrevistados, 12%
atuavam com elaboração de casas populares e, com relação ao nível de importância atribuído
ao conforto térmico, 64% o classificaram entre os quatro primeiros dentre uma lista de nove
itens. Os itens eram: conforto acústico; facilidade de manutenção; funcionalidade; economia de
energia; relação estética da obra com o seu entorno imediato; harmonia/equilíbrio na forma;
iluminação natural; beleza; expressão arquitetônica e por fim, conforto térmico natural.

A pesquisa concluiu que grande parte dos profissionais participantes tem consciência da
importância do conforto térmico natural, apesar de não utilizarem muitos instrumentos e
ferramentas relacionados a este aspecto durante a fase de projeto. Verificou-se ainda a
necessidade de um número maior de pesquisas que avaliem a influência dos elementos de
projeto, bem como a carência de maiores informações sobre o clima de Campinas. Foram
encontradas dificuldades no levantamento das características térmicas dos materiais.

Nota-se que a aplicação dos conceitos de conforto térmico em habitações de interesse


social apresenta-se como uma questão de fundamental importância para a obtenção dos níveis
de qualidade desejados na edificação.

8
2.2. Aspectos do Conforto Térmico

A sensação de conforto térmico, definido através de avaliação subjetiva, é a condição da


mente que expressa satisfação com o ambiente térmico (ASHRAE, 2013). Ou seja, trata-se de
uma condição relativa, influenciada por fatores físicos e psicológicos, alguns dos quais de difícil
quantificação, tais como aspectos fisiológicos e psicofísicos.

A noção do conforto térmico é diretamente relacionada à necessidade de manutenção


da temperatura interna do corpo em valores razoavelmente constantes, por volta de 37ºC - fator
essencial à saúde e ao bem-estar. O processo responsável pela regulação do equilíbrio térmico
do corpo humano denomina-se termo regulação e ocorre através de ações fisiológicas que
interferem nas trocas térmicas do corpo com o ambiente (RUAS, 1999). Assim, quanto maior a
atuação do sistema termorregulador para manutenção da temperatura interna, maior a
sensação de desconforto. Os fatores que atuam diretamente sobre o sistema termorregulador
são: taxa de metabolismo (i); isolamento térmico da vestimenta (ii); temperatura radiante média
(iii); umidade relativa (iv); temperatura (v) e velocidade do ar (vi). A combinação destes
diferentes fatores, denominados variáveis pessoais (i e ii) e variáveis ambientais (iii, iv, v e vi),
atuando de maneira contínua sobre o corpo humano, é que define a sensação de conforto ou
desconforto térmico.

2.2.1. Balanço Térmico do Corpo Humano

O equilíbrio térmico do corpo humano ocorre quando a quantidade de calor produzida por
ele é igual à quantidade de calor cedida para o ambiente. Segundo a ASHRAE (2009), são
propostas as equações a seguir (eq.2.01, eq.2.02 e eq.2.03), para expressar matematicamente
o processo de equilíbrio térmico:

M - W = Qsk + Q res + S eq. 2.01

Sendo:
Qsk = C + R + Ersw + Edif eq. 2. 02
Q res = Cres + Eres eq. 2.03
9
Onde:

M = Taxa de metabolismo (W/m²);

W = Taxa de trabalho mecânico realizado (W/m²);

S = Taxa de calor armazenado no corpo (W/m²);

Qsk = Taxa de calor perdido pela pele (W/m²);

Qres = Taxa de calor perdido através da respiração (W/m²);

C+R = Perda de calor sensível pela pele por convecção e radiação (W/m²);

Ersw = Taxa de calor perdido por evaporação da transpiração;

Edif = Taxa de calor perdido por difusão do vapor de água através da pele;

Cres = Taxa de perda convectiva através da respiração (W/m²);

Eres = Taxa de perda evaporativa através da transpiração (W/m²);

Desta forma, a obtenção de valores positivos para a variável S, indica acúmulo de calor
no corpo e sensação de desconforto por calor, ao passo que valores negativos representam o
resfriamento do corpo e, portanto, sensação de desconforto por frio. O equilíbrio térmico, ou
sensação de neutralidade térmica, ocorre quando são obtidos valores de S próximos de zero.

A seguir são apresentadas as equações para perda de calor sensível pela pele, por
radiação (eq.2.04 e eq.2.05) e convecção (eq.2.06).

R = εh r f cl f eff (Tcl - Tr ) eq. 2.04

Onde:

R = Taxa de radiação por m² de superfície da pele;

ε = Emissividade da pele com a vestimenta;

hr = Coeficiente de troca de calor por radiação (W/m²K);

fcl = Área efetiva da superfície da pele com a vestimenta (valor maior do que 1, representativo
da pele nua);

feff = Fator de radiação efetiva da pele;


10
Tcl = Temperatura superficial da vestimenta (ºC);

Tcl = Temperatura radiante média (ºC);

Segundo NICOL et al. (2012), como primeira aproximação, fcl pode ser definido através
da expressão 2.05, a seguir:

f cl = 1 + 0.15I clo eq. 2.05

Onde:

Iclo = Isolamento da vestimenta

A equação para transferência de calor por convecção é dado pela equação 2.06, a
seguir:

C = h c (Tcl - Ta ) eq. 2.06

Onde:

C = Taxa de troca térmica convectiva por m² de superfície da pele;

Tcl = Temperatura média superficial da pele com vestimenta (ºC);

Ta = Temperatura do ar (ºC);

hc = Coeficiente de troca de calor por convecção (W/m²K);

Segundo NICOL et al. (2012), o valor para o coeficiente de troca de calor por convecção
(hc) depende da diferença de temperatura (Tcl – Ta) e ainda da velocidade do ar. Porém, a
influência da temperatura é muito pequena, portanto, geralmente o valor de hc é definido através
da seguinte condição (eq. 2.07 e 2.08):

hc = 3,1 W/m²K para v < 0,2 m/s eq. 2.07

hc = 8,3v0,6 W/m²K para v > 0,2 m/s eq. 2.08

11
A perda evaporativa de calor é dada pela equação 2.09 a seguir:

E = w h e (pssk - p a ) eq. 2.09

Onde:

E = Taxa de troca evaporativa de calor por m² de pele;

w = percentagem do total da área da superfície da pele coberto de suor (wettedness);

he = coeficiente evaporativo de transferência de calor (conforme eq.2.10);

pssk = Pressão de vapor saturado para a temperatura da pele (kPa);

pa = Pressão de vapor do ar;

h e = 16,5h c eq. 2.10

De acordo com as equações apresentadas é possível verificar que o balanço térmico do


corpo humano é uma função dependente de variáveis ambientais – temperatura do ar,
temperatura radiante média, velocidade e umidade relativa do ar – além de variáveis pessoais
relacionadas com o tipo e grau de atividade e vestimentas. Porém, aplicar diretamente cada
uma destas equações em ocupantes de edifícios, de maneira a compor sistema de avaliação de
conforto global, seria uma tarefa demasiadamente complexa e de pouca efetividade. Assim, a
partir do estudo destas variáveis, foram estipulados indicadores de conforto de modo a facilitar
a avaliação de conforto térmico em ocupantes de edifício, como detalhado no capítulo a seguir.

2.2.2. Indicadores de Conforto Térmico

Os indicadores de conforto térmico foram desenvolvidos para estimar a sensação térmica


dos ocupantes de uma edificação, quando expostos a uma determinada condição de variáveis
ambientais e pessoais. Em geral, os modelos existentes para quantificação do conforto térmico
empregam a análise das variáveis ambientais e pessoais, compondo um parâmetro único,
indicador dos diversos fatores condicionantes do desconforto, e estabelecendo ainda intervalos
de conforto relativos a estes parâmetros.

12
Segundo Roriz (2003), existem duas correntes de pensamento em relação à definição das
condições ambientais de conforto. Uma delas parte do pressuposto que por conta da
semelhança biológica entre seres humanos, pessoas de qualquer parte do planeta têm as
mesmas preferências térmicas, independente da localidade em que se encontram. Esta
corrente, denominada analítica, tem em Fanger (1970) seu principal expoente. Fanger realizou
estudos em universidades da Dinamarca e dos Estados Unidos, aplicando questionários a
pessoas que permaneciam no interior de câmaras climáticas controladas, onde se procedia ao
registro de respostas referentes às diferentes combinações das variáveis ambientais e os
respectivos efeitos na sensação do conforto dos ocupantes. A partir desta abordagem,
desenvolveu-se um índice denominado PMV (Predicted Mean Vote), em que se verificava a
influência da temperatura e umidade do ar na sensação de conforto térmico, uma vez que os
outros fatores intervenientes, como a temperatura radiante média, a velocidade do ar, a
vestimenta e a atividade física, eram mantidos constantes (RUAS, 1999). A vantagem do
método proposto reside no fato de que a complexa influência das seis variáveis que compõem o
conforto reduz-se a um único índice. As conclusões do estudo de Fanger foram baseadas em
respostas obtidas em questionários e em equações teóricas sobre trocas de calor entre o corpo
humano e o ambiente.

Por sua vez, a outra corrente, conhecida como adaptativa, baseia-se na definição de
critérios de conforto obtidos a partir de pesquisas e medições em campo, nas quais as variáveis
ambientais e de conforto são medidas diretamente nos locais em que se desenvolvem as
atividades, para então proceder-se com a obtenção das respostas da sensação do conforto.
Segundo Humphreys (1995), para saber como uma pessoa se sente sob determinada situação,
não há maneira melhor de descobrir do que perguntá-la. Sob esta perspectiva, o modelo
adaptativo baseia-se em resultados obtidos através de extensa pesquisa de campo em
condições reais. Organizadas através de uma equação de regressão linear, o modelo é capaz
de estimar a sensação do conforto térmico, dada a ocorrência de determinada característica
ambiental. Esta metodologia é denominada adaptativa, pois pressupõe uma aproximação
comportamental baseada na premissa de que os utilizadores não são agentes passivos em face
das condições térmicas oferecidas pelos edifícios; ao contrário, promovem mudanças –
alterando vestuário, grau de atividade física, manipulação de janelas e dispositivos de
sombreamento, etc. – de modo a restabelecer a condição de conforto que julgam adequadas
(NICOL e PAGLIANO, 2007).
13
2.2.3. Abordagem Analítica

A Associação Americana dos Engenheiros de Aquecimento e Ventilação ASHVE publicou,


em 1923, um dos primeiros indicadores de conforto térmico, resultado do trabalho de Houghten
e Yaglou, denominado índice de Temperatura Efetiva (ET). Segundo Ruas (1999), este
indicador estabelecia linhas de igual conforto, integrando em um único índice a temperatura,
velocidade do ar e umidade. O experimento consistia em duas câmaras climatizadas,
integradas por uma porta, em que usuários caminhavam de uma câmara a outra descrevendo a
sensação térmica vivenciada. Uma das câmaras, chamada de câmara controle, matinha a
temperatura em um valor fixo, umidade em 100% e a velocidade do ar em torno de 0,15m/s,
enquanto na segunda câmara eram alterados os valores de Temperatura de Bulbo Seco (TBS)
e Temperatura de Bulbo Úmido (TBU). O objetivo era verificar combinações de TBS e TBU que
provocavam a mesma condição de sensação térmica obtida na câmara controle. Estas
condições, denominadas linhas de igual conforto, foram então representadas numa carta
psicrométrica e denominadas temperatura efetiva. Assim, a sensação térmica de um ambiente
com temperatura efetiva de 25ºC, corresponde à sensação térmica idêntica a de um ambiente
com velocidade do ar de 0,15m/s, umidade relativa de 100% e temperatura de bulbo seco de
25ºC. A definição das linhas de igual conforto permitiu que se definissem os primeiros intervalos
de conforto térmico.

Ainda segundo Ruas (1999), estudos adicionais foram realizados incorporando os efeitos da
velocidade do ar (HOUGHTEN, YAGLOU, 1924) e os da vestimenta (YAGLOU, MILLER, 1925).
Em 1929, incorporaram-se os efeitos do clima do verão no intervalo do conforto (YAGLOU,
DRINKER, 1929) e as temperaturas efetivas foram representadas em ábacos, conforme Figura
1.

14
Figura 1 – Escala de temperatura efetiva para pessoas normalmente vestidas.
Fonte: YAGLOU, DRINKER, 1992 apud RUAS, 1999.

A temperatura operativa foi proposta por Winslow, Herrignton e Gagge na década de 30, de
maneira a integrar os efeitos da radiação térmica das superfícies envolventes (temperatura
radiante média) à ventilação e à temperatura de bulbo seco. A temperatura operativa é definida
segundo a equação 2.11 (ASHRAE, 2009):

 h t + hc t a 
t o =  r mr 
 eq. 2.11
 hr + hc 
Onde:

hc = coeficiente de transferência de calor por convecção;

hr = coeficiente linear de transferência de calor por radiação;

Ta = Temperatura do ar;

Tmr = Temperatura radiante média.

15
A temperatura de globo (Trm) é definida segundo equação 2.12 (ASHRAE, 2009):

eq. 2.12

Onde:

Tg= Temperatura de globo (ºC)

Va = Velocidade do ar (m/s)

Ta= Temperatura do ar (ºC)

D = diâmetro do globo (mm)

ε = Emissividade do globo

O coeficiente 1,10x108 e o expoente da ventilação Va0,6 em conjunto, representam o


coeficiente de convecção do globo. Vale ainda ressaltar que a velocidade do vento é
diretamente proporcional à temperatura radiante média, uma vez que quanto maior a velocidade
do vento, menor será a temperatura do globo, devido à perda de calor por convecção.

Em 1932, em continuidade aos estudos anteriores e devido às constatações experimentais


de que a Temperatura Efetiva (ET) superestima os efeitos da umidade, Vernon e Warner,
conforme citado por Ruas (1999), propõem a correção do índice, incluindo os efeitos da
radiação térmica e substituindo o termômetro de bulbo seco pelo termômetro de globo: um
sensor de temperatura envolvido por uma esfera oca metálica pintada de preto. Este novo
índice foi denominado Nova Temperatura Efetiva (ET*). Assim, este índice é definido como “a
temperatura operativa de um ambiente fictício com umidade relativa de 50% que produz no
indivíduo as mesmas trocas de calor sensível e latente que no ambiente real“ (ASHRAE, 2013).
A apresentação deste índice é realizada em função da temperatura operativa, a qual já integra
os efeitos da temperatura do ar, e da temperatura radiante média. Em contrapartida, os efeitos

16
da atividade física, vestimentas e ventilação não são considerados no índice, devendo-se
manter constantes para efeitos de comparações entre diferentes ambientes.

Em 1948, Missenard propõe a Temperatura Resultante (RT), a partir de experimentos


similares ao de Houghten e Yaglou (MONTEIRO, 2008). Este índice já não reflete os resultados
de sensações térmicas instantâneas, mas sim após um período de adaptação de
aproximadamente meia hora do usuário ao ambiente de análise.

De maneira a minimizar a dependência da atividade física, vestimenta e velocidade do ar,


conseguindo, portanto, efetuar-se comparações entre ambientes internos com distintos usos e
ocupações, surge o índice de Temperatura Efetiva Padrão (SET). Desenvolvido para um
conjunto de fatores caracterizadores de ambientes internos padronizados, pode ser definido
como a temperatura uniforme que, num ambiente fictício com uma velocidade do ar inferior a
0,15m/s e umidade relativa de 50%, para uma pessoa com roupas padrão para a atividade
física desenvolvida, induziria a mesma troca de calor entre este ambiente e a pessoa que o
ambiente real. Em 1967, Gagge et al. propõem o índice denominado Nova Temperatura Padrão
(SET*), sendo definido como a temperatura equivalente à temperatura do ar na qual, em um
ambiente de referência, o indivíduo apresente as mesmas temperatura de pele e fração de pele
coberta por suor regulatório, que no ambiente em questão (MONTEIRO, 2008).

O clima do ambiente de referência utilizado do SET* é assim estabelecido:

• Temperatura radiante média igual à temperatura do ar: trm= tar;

• Velocidade do ar: v=0,15m/s;

• Umidade relativa: Ur=50%.

Os parâmetros do indivíduo no ambiente de referência são assim estabelecidos:

• Metabolismo: M=1,2met (indivíduo em pé, parado);

• Resistência térmica da roupa: lcl = 0,9clo.

Em 1970, Fanger desenvolveu a equação do balanço térmico, conforme equação 2.1


apresentada no item 2.2.1 deste trabalho, partindo do pressuposto que para haver conforto
térmico numa determinada atividade física, o corpo deve estar em equilíbrio térmico, com certa
temperatura média de pele e perdendo certa quantidade de calor por evaporação do suor,

17
fazendo corresponder o equilíbrio térmico ao valor nulo da Taxa de Calor Acumulada no Corpo
(S), ou também denominada de Índice de Carga Térmica (ICT). O detalhamento de cada um
dos termos da equação 2.01 resultou na equação 2.13 para o equilíbrio do corpo térmico
humano:

eq. 2.13

Onde:

M Energia do metabolismo (kcal/h);

ADu Área superficial do corpo (m2);

η Rendimento do trabalho mecânico externo;

ts Temperatura média da pele (0 C);

pa Pressão de vapor d'água no ar (mmHg);

Esw Calor perdido por evaporação do suor (kcal/h);

tcl Temperatura superficial da vestimenta (0 C);

fcl Fator de área da vestimenta;

lcl Resistência térmica da vestimenta (clo);

hc Coeficiente de transferência de calor por convecção (kcal/h.m ºC);


2

tmrt Temperatura radiante média (0 C);

ta Temperatura do ambiente (0 C).

Dada a complexidade do cálculo da taxa de calor acumulado no corpo, Fanger elaborou


computacionalmente um conjunto de diagramas, Figura 2, representando linhas de igual
conforto para determinadas combinações de variáveis ambientais e pessoais, condicionante de
S.

18
Figura 2 – Diagrama de conforto de Fanger.
Fonte: FANGER, 1970 apud RUAS 1999.

Em seguida, Fanger (1970) definiu uma escala de sensação térmica de modo a avaliar o
grau de desconforto, relacionando as variáveis que influenciam no conforto térmico a uma
escala de 7 níveis de sensação térmica, criando um novo índice de conforto, denominado Voto
Médio Estimado – PMV (Predicted Mean Vote) – e definido através da equação 2.14, a seguir:

(
PMV = 0,303e −0,036 M + 0,028 S ) eq. 2.14
Onde:

M = Taxa de metabolismo (W/m²);

S = Taxa de calor armazenado no corpo (W/m²).

A escala de sensação térmica definida por Fanger (1970) tem os seguintes níveis:

-3 – Muito frio

-2 - Frio

-1 – Leve sensação de frio

0 – Neutralidade térmica

+1 – Leve sensação de calor

+2 - Calor

+3 – Muito calor
19
Além do índice PMV, Fanger (1970) relacionou o voto médio estimado à Porcentagem
Estimada de Pessoas Insatisfeitas – PPD (Predicted Percentage of Dissatisfied). O cálculo do
índice PPD é feito através da equação 2.15, e a relação entre os índices PMV e PPD pode ser
representada sob a forma gráfica, como apresentado na Figura 3:

PPD = 100 − 95e 0,03353PMV + 0,2179 PMV


4 2
eq. 2.15

Figura 3 – Porcentagem de insatisfeitos PPD em função do Voto Médio Estimado PMV.


Fonte: FANGER, 1970 apud RUAS 1999.

Na análise da Figura 3, pode-se observar que não é possível obter um valor de neutralidade
térmica para 100% dos indivíduos, além disso, observa-se que a curva apresenta-se simétrica
em relação ao voto médio estimado de frio e de calor, revelando que a sensação de
insatisfação, seja para o frio ou para o calor, segue o mesmo padrão.

2.2.4. Abordagem Adaptativa

Em contrapartida aos ensaios laboratoriais em câmaras de teste climatizadas, nas quais as


condições são controladas, outros pesquisadores desenvolveram uma abordagem de análise
do conforto térmico baseada em dados coletados em pesquisa de campo. O reconhecimento de
que o conforto térmico não depende apenas das condições fisiológicas dos ocupantes, mas
também de condições psicológicas e comportamentais, além de aspectos do edifício e
condições climáticas, constitui a base desta linha de pesquisa. As pesquisas de campo
realizadas a partir desta abordagem foram conduzidas com participantes em seus locais de

20
trabalho com suas vestimentas habituais. Os resultados das pesquisas foram então tratados
estatisticamente, de maneira a estimar a temperatura em que o participante médio da pesquisa
estaria em uma condição de conforto aceitável, usualmente denominada como Temperatura de
Conforto ou Temperatura Neutra, ou estimar ainda a temperatura em que a maior parte dos
participantes estaria em condições confortáveis.

Humphreys (1975) demonstrou que há uma relação linear, quase igual em valor, entre a
temperatura operativa no interior de edificações e a temperatura denominada neutra (ou de
conforto), conforme demonstra a Figura 4. Com o passar do tempo as pessoas acabam
relacionando sua temperatura de conforto à temperatura de seu ambiente usual. A Figura 4 faz
distinção entre as pesquisas realizadas em ambientes naturalmente ventilados, ambientes
climatizados e ambientes mistos. Fica evidente que o efeito adaptativo funciona para os três
casos da mesma maneira, e as pessoas acabam por equiparar a temperatura neutra à
temperatura interna do ambiente, aceitando seu ambiente como confortável. Segundo Nicol
(2002) a partir de um limite de temperaturas que variam de 20ºC a 25ºC, a relação entre a
temperatura operativa e a temperatura de conforto não é exata. Em ambientes quentes a
temperatura de conforto é geralmente menor do que a temperatura operativa.

Figura 4 – Variação da temperatura neutra em relação à Temperatura Operativa Interna (Top).


Fonte: HUMPHREYS, 1975 apud NICOL, 2002.

21
Assim que a relação entre a temperatura operativa interna e a temperatura de
conforto foi determinada, descobriu-se que havia uma forte relação entre a temperatura interna
de conforto e a temperatura externa. Este fato permitiu que fosse estabelecida uma relação
entre os efeitos do clima e a sensação de conforto térmico. Humphreys (1978) coletou dados de
pesquisas de campo de todo o mundo e produziu um gráfico (Figura 5) relacionando a
temperatura neutra à ocorrência de temperaturas externas. É possível perceber que as
temperaturas neutras obtidas em edifícios ventilados naturalmente (free running building)
apresentam uma relação linear com as temperaturas externas, ao passo que os edifícios
climatizados demonstram uma relação mais complexa e curvilínea com a preferência térmica. A
forte relação entre a temperatura de conforto e a temperatura externa formou a base do modelo
adaptativo de conforto. No mesmo estudo de Humphreys (1978), foram apresentadas as
equações para edifícios ventilados naturalmente e para edifícios climatizados – equação 2.16 e
2.17, respectivamente:

θ n = 11,9 + 0,534 θ me (º C) eq. 2.16



[ (
- (θ me − 22 ) / 22 2 )] 
2

θ n = 23,9 + 0,295( θ me - 22)e  eq. 2.17

Figura 5 – Relação entre a temperatura média externa e a temperatura neutra de conforto.


Fonte: HUMPHREYS, 1978.

22
Esta metodologia é denominada adaptativa, uma vez que trata de uma aproximação
comportamental baseada na premissa de que os usuários não são agentes passivos face às
condições térmicas oferecidas pelo edifício, promovendo ações que visam atingir as condições
necessárias para obtenção de uma sensação térmica confortável. Segundo Nicol (2002), se
uma mudança ocorre de maneira a produzir desconforto, os indivíduos reagirão de modo a
restaurar sua condição de conforto.

Humphreys e Nicol (1998) propuseram uma lista de ações que os usuários de uma
edificação podem realizar de maneira a restaurar as condições de conforto em caso de frio ou
calor. Deve-se ressaltar que a lista contém ações fisiológicas, psicológicas, sociais e
comportamentais baseada em clima e cultura inglesa, podendo sofrer alterações ou variações
em outras localidades e culturas.

Entre as ações adaptativas de resposta ao frio e ao calor podem ser citadas:


vasoconstricção; vasodilatação; sudorese; aumento da tensão muscular e tremores; adicionar
roupas; retirar peças de roupas; modificar a abertura de uma janela ou porta; encontrar um local
mais quente no edifício; encontrar um local com temperaturas amenas na edificação;
aclimatação; entre outros.

23
2.3. Normativos de Avaliação de Desempenho e Conforto Térmico em
Edificações

Durante o século XIX, pesquisas sobre conforto térmico concentravam-se principalmente


em aspectos de saúde e segurança para condições extremas em edifícios industriais e minas
de carvão (ROAF et. al, 2010). A popularização dos sistemas mecânicos de climatização no
início do século XX iniciou um novo e lucrativo mercado que provia conforto à emergente classe
média em cinemas, hotéis, lojas e bancos. Por volta da década de 1930, engenheiros
mecânicos necessitavam de normas que estipulassem faixas de conforto adequadas para que
os equipamentos pudessem ser fabricados e dimensionados para tal. Segundo Nicol et al.
(2012), as primeiras normas não pressupunham condições necessárias para a sobrevivência,
tampouco consideravam a eficiência energética como questão fundamental, ao invés disso,
priorizava-se um bem-estar que pudesse aumentar a produtividade de funcionários ou que
prolongasse o período de compras de clientes em lojas de departamentos, por exemplo.

Segundo Fanger (1970), o conforto térmico é o propósito primário da indústria de


climatização; é o produto a ser obtido e vendido ao consumidor. Sob este aspecto, o conforto
deveria se caracterizar de tal maneira que pudesse ser fornecido e testado de forma
padronizada. Como resultado de sua pesquisa foram criados os índices PMV e PPD,
amplamente aplicados em normas sobre conforto térmico. Entretanto, segundo de Dear e
Brager (2002), recentes estudos demonstram que o PMV não avalia corretamente a condição
de conforto em edifícios não climatizados, uma vez que conforto térmico não é um conceito
preciso e as condições que proporcionam conforto também variam de forma complexa.

A expectativa de contínuo aumento nos custos de energia e o aquecimento global do


planeta têm trazido mudanças nos paradigmas recentes e criado expectativas de edifícios mais
flexíveis e capazes de lidar com estes dois novos grandes desafios (De DEAR e BRAGER,
2002). As principais normas sobre o conforto térmico em edifícios utilizados atualmente foram
elaboradas pela ISO (International Organization for Standardization), pela ASHRAE (American
Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) e pela CEN (European
Comitee for Standardization), sendo a ISO Standard 7730 (2005), ASHRAE Standard 55 (2013)
e CEN Standard EN 15251 (2007), respectivamente. Serão ainda apresentados os dois
normativos nacionais que, apesar de não tratarem especificamente do conforto térmico de
ocupantes, tratam do desempenho térmico de edifícios, ambos desenvolvidos pela ABNT
24
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), sendo a NBR 15220 (2005) e a NBR 15575
(2013).

2.3.1. ISO 7730/2005

Baseado nos conceitos desenvolvidos por Fanger (1970) tratados anteriormente, a norma
ISO 7730/2005 utiliza-se dos índices PMV e PPD, além de incluir critérios para desconforto
local. A norma propõe a avaliação do conforto através da medição dos parâmetros físicos do
ambiente interno (temperatura do ar, temperatura radiante média, velocidade e umidade do ar)
e de parâmetros pessoais (taxa metabólica do indivíduo e resistência térmica da vestimenta).
Permite ainda o cálculo da previsão de porcentagem de indivíduos insatisfeitos. A norma
especifica ainda classes de edifícios de acordo com os valores do PMV e PPD obtidos no
interior da edificação, segundo Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Classe de edifícios segundo especificações da norma ISO 7730.


Fonte: ISO, 2005 - adaptado

2.3.2. ASHRAE 55/2013

Esta norma, semelhantemente à ISO 7730/2005, adota também uma abordagem analítica
com utilização dos índices PMV e PPD. Porém, em 2004, consolidou-se como o primeiro
normativo internacional a incluir uma metodologia adaptativa (NICOL, 2012), aplicada como um
sistema de avaliação opcional, restringindo sua aplicação a edifícios naturalmente ventilados
(free-running buildings) que atendam aos seguintes critérios (ASHRAE, 2013):

25
• A edificação não deve possuir sistema mecânico de climatização. E sistemas de
aquecimento não devem estar em operação quando da análise;

• Os ocupantes devem desenvolver atividades metabólicas que variem entre 1,0 met e
1,3 met;

• Os ocupantes devem ter a possibilidade de alterar sua vestimenta de acordo com as


variações térmicas internas e/ou externas, em razão maior do que 0,5 clo na troca;

• A temperatura predominante externa Tpe é maior do que 10ºC e menor do que 33,5
ºC;

• O edifício deve ser dotado de aberturas para o exterior que possam ser operadas
pelos ocupantes, de modo a regular as condições térmicas no interior da edificação.

A norma define intervalos de condições térmicas aceitáveis para 80% e 90% dos ocupantes,
determinando a utilização de intervalo de conforto para 80% dos ocupantes satisfeitos com a
análise para casos típicos. Os limites para 90% de aceitação devem ser utilizados quando se
pretende obter níveis superiores de conforto para a edificação. Os intervalos, ou zonas de
conforto, são definidos com base na ocorrência de temperaturas operativas internas em relação
às temperaturas externas, derivados da equação de conforto para edifícios naturalmente
ventilados presentes na RP 884 ASHRAE data-base (De DEAR, 1998). A relação entre as
temperaturas operativas internas e temperaturas externas, obtidas através de extensa pesquisa
de campo (De DEAR et. al, 1997) pode ser verificada na Figura 6. A apresentação das
equações e limites utilizados neste trabalho será descrita no capítulo 3, Método de Pesquisa.

26
Figura 6 - Relação entre temperatura operativa interna e temperatura média mensal externa.
Fonte (ASHRAE, 2013 – Adaptado)

2.3.3. EN 15251/2007

Em face da necessidade de redução do consumo energético proposto pela EPBD (Energy


Performance of Building Directive), o desenvolvimento desta norma considera, além do conforto
térmico, outros aspectos do conforto ambiental, tais como qualidade do ar interior, iluminação e
acústica, já que estes fatores afetam diretamente o consumo de energia de um edifício (NICOL
e HUMPHREYS, 2012). Esta norma, semelhantemente à ASHRAE 55/2013 considera a
utilização do índice PMV para aplicação em edifícios com sistemas de climatização mecânica e
um modelo adaptativo para aplicação em edifícios naturalmente ventilados (free-running
buildings). Para ambos os casos, o normativo pressupõe classes de edificações relativas à
natureza da edificação, ao invés da qualidade do ambiente interno, como proposto na ISO
7730, propondo assim limitações aos índices PMV para os casos condicionados e limites para
zonas de conforto em edifícios não climatizados (Tabela 2).

27
Tabela 2 – Descrição das categorias de edifícios e limitações para edifícios mecanicamente
condicionados (PMV) e em regime de funcionamento livre (K).
Fonte: CEN,2007 – adaptado

As temperaturas interiores de conforto (eq 2.18) são definidas em função de uma


variável de Temperatura Média Exterior Exponencialmente Ponderada (running mean of outdoor
temperature) (eq. 2.19) que, segundo Nicol e Humphreys (2010), mostrou-se a melhor
representação da descrição da variação do conforto no tempo.

Tcomf = 0,33.Trm + 18,8 eq. 2.18

Onde:

Tcomf = Temperatura de conforto (°C);

Trm = Temperatura externa (running mean of outdoor temperature) (°C);

n n −1 n −1
TRM = c.TRM + (1 − c).TDM eq. 2.19

Onde:

n
TRM = Temperatura média exterior exponencialmente ponderada do dia n (°C);

28
n −1
TRM = Temperatura média exterior exponencialmente ponderada do dia n-1 (°C);

n −1
TDM = Temperatura média exterior do dia n-1 (°C);

n
c = parâmetro que varia entre 0 e 1 e que define a velocidade de resposta da TRM face às
alterações da temperatura exterior

Resultado do projeto de investigação desenvolvido em vários países europeus


denominado SCATs (Smart Controls and Thermal Comfort), a norma introduz o conceito de
categoria de edifícios e de seus respectivos graus de expectativa em relação ao conforto
térmico, propondo limites de conforto distinto para cada categoria. Segundo Olesen (2010), a
principal aplicação deste conceito é utilizá-lo na avaliação do desempenho do edifício e dos
sistemas de condicionamento térmico (HVAC), já que diferentes categorias podem influenciar
no tamanho e dimensionamento de sistemas de ar-condicionado, mas não necessariamente no
consumo energético, que neste caso é regulado por legislações específicas. A divisão por
categorias é utilizada também no modelo adaptativo, alterando os intervalos de conforto, como
se pode verificar na Figura 7, em que são apresentadas as temperaturas operativas internas
aceitáveis, com base na temperatura externa exponencialmente ponderada, para as 3
categorias de edifícios pré-determinados pela EN15251.

Figura 7 - Faixas de temperaturas operativas aceitáveis para diferentes categorias de edifícios. Fonte:
CEN, 2007

29
2.3.4. NBR 15220/2005

A NBR 15220/2005 – parte 1 define conforto térmico como satisfação psicofisiológica do


indivíduo com as condições térmicas do ambiente. O normativo divide o território Brasileiro em
8 zonas bioclimáticas, baseando-se no trabalho de Givoni (1992), e apresenta diretrizes
construtivas para cada uma das zonas. As propriedades térmicas que devem atender requisitos
mínimos são: transmitância térmica, atraso térmico, fator solar e absortância. Além das
variáveis físicas, a ventilação natural é também considerada um dos fatores para obtenção do
desempenho térmico satisfatório.

Apesar do nome, a norma não se caracteriza por um normativo de avaliação de


desempenho, já que em última análise, apresenta diretrizes para obtenção do desempenho
mínimo sem, no entanto, apresentar metodologia para verificação e avaliação do mesmo. A
NBR 15220/2005 divide-se em cinco partes, sendo:

• Parte 1: Definições, símbolos e unidades;

• Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso


térmico e do fator solar dos componentes da edificação;

• Parte 3: Zoneamento bioclimático Brasileiro e diretrizes construtivas para habitações


unifamiliares de interesse social;

• Parte 4: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo princípio da


placa quente protegida;

• Parte 5: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo método do


fluxímetro.

A parte 2 foi utilizada neste estudo para cálculo das propriedades físicas dos materiais e
componentes, enquanto a parte 3, para a classificação e análise das localidades escolhidas
para os casos simulados.

30
2.3.4.1. Parte 2 – Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade
térmica, do atraso térmico e do fator solar dos componentes da
edificação.

Nesta seção estão descritas as equações para resistência e transmitância térmica,


capacidade térmica, atraso térmico e fator solar para elementos opacos e transparentes. São
ainda apresentadas tabelas para variáveis como absortância (α), radiação solar e emissividade
(ε), radiações de ondas longas, densidade de massa aparente (ρ), condutividade térmica (λ) e
calor específico (c), facilitando o processo de cálculo para uma série de materiais convencionais
na construção civil.

2.3.4.2. Parte 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas


para habitações unifamiliares de interesse social

O zoneamento bioclimático Brasileiro constitui-se de oito diferentes zonas climáticas


relativamente homogêneas, sobre as quais se formulou um conjunto de recomendações
técnico-construtivas, objetivando aperfeiçoar o desempenho térmico das edificações, através de
sua melhor adequação climática (ABNT, 2005). A partir de levantamentos climatológicos de
330 cidades brasileiras, em que foram aferidas as médias mensais de temperatura máxima,
médias mensais de temperatura mínima e médias mensais de umidade relativa do ar, realizou-
se a interpolação destes valores para 6500 pontos de análises, de maneira a cobrir todo o
território nacional. A partir da obtenção destes dados, adotou-se uma carta bioclimática (Figura
8), adaptada a partir do modelo sugerido por Givoni (1992), onde são estipuladas as estratégias
de condicionamento térmico passivo a serem aplicadas, conforme listagem a seguir:

31
Figura 8 - Carta bioclimática adaptada a partir do trabalho de Givoni. Fonte(ABNT, 2005)

Sendo:

• A – Zona de aquecimento artificial (calefação)


• B – Zona de aquecimento solar da edificação
• C – Zona de massa térmica para aquecimento
• D – Zona de Conforto Térmico (baixa umidade)
• E – Zona de Conforto Térmico
• F – Zona de desumidificação (renovação do ar)
• G + H – Zona de resfriamento evaporativo
• H + I – Zona de massa térmica de refrigeração
• I + J – Zona de ventilação
• K – Zona de refrigeração artificial
• L – Zona de umidificação do ar

Sobre esta carta, foram registradas as variáveis pré-estipuladas (médias mensais de


temperatura máxima, médias mensais de temperatura mínima e médias mensais de umidade
relativa do ar) de cada um dos 6500 pontos de análise, classificando-os em uma das estratégias
apresentadas e agrupando-os em uma das oito zonas bioclimáticas (Figura 9) (RORIZ, 1999).

32
Figura 9 - Zoneamento bioclimático Brasileiro.
Fonte: ABNT, 2005

Para cada zona bioclimática foram estipuladas diretrizes construtivas, descritas a seguir:

• Tamanho das aberturas para ventilação;

As aberturas são classificadas em função do percentual da relação da área do piso e da


área destinadas a ventilação no ambiente. Classificam-se as aberturas como pequenas, médias
e grandes, conforme Tabela 3:

Tabela 3 – Classificação de aberturas para ventilação.


Fonte: ABNT, 2005

• Proteção das aberturas;

Neste item são prescritas condições de sombreamento de aberturas para determinados


períodos do ano. Não são definidas as estratégias de sombreamento exigido.

33
• Vedações externas (paredes externas e coberturas);

Os componentes constituintes da envoltória (paredes e coberturas) são diferenciados de


acordo com valores para a transmitância térmica, atraso térmico e fator solar, sendo então
classificadas como leves ou pesados e isolados ou refletores, conforme Tabela 4:

Tabela 4 – Classificação de vedações externas.


Fonte: ABNT, 2005

• Estratégias de condicionamento térmico passivo;

As estratégias de condicionamento térmico passivo são obtidas, após análise climática,


através da carta bioclimática (Tabela 5). Para tal, apresentam-se orientações para aplicação de
cada uma das estratégias e obtenção de melhores resultados.

Tabela 5 – Estratégias de condicionamento térmico passivo.


Fonte: ABNT, 2005

34
2.3.4.3. Aplicação das Diretrizes

Matos et. al (2006) realizaram simulações térmicas de uma edificação residencial,


através do programa Energyplus, variando-se seus componentes construtivos (tipo de parede,
cobertura e piso), cores externas e área de aberturas. A partir da variação dos modelos, os
resultados foram comparados às recomendações previstas na NBR 15220, considerando-se a
edificação localizada em Florianópolis, SC. O desempenho térmico da residência foi
quantificado através de graus-hora de desconforto para cada cômodo e a ventilação natural foi
introduzida no modelo através do módulo COMIS, integrado ao programa Energyplus.

Os resultados obtidos demonstraram que, de modo geral, as recomendações presentes na


norma garantem bom desempenho para a zona bioclimática analisada, porém constatou-se que
a norma não faz menção à orientação do edifício, que se mostrou um fator determinante na
obtenção do desempenho adequado; não prevê limites inferiores para o atraso térmico de
vedações leves que resultaram em valores de graus-hora superiores aos das paredes pesadas;
e por fim, não faz distinção das possíveis estratégias de ventilação natural (diurna, noturna,
etc.), mas que através do uso da simulação computacional mostrou-se uma ferramenta
importante para incremento do desempenho térmico na edificação.

2.3.5. NBR 15575/2013

A NBR 15575/2013 (ABNT, 2013) é uma norma de avaliação de desempenho térmico de


edificações que, dentre diversos requisitos de desempenho, inclui o desempenho térmico como
uma das exigências dos usuários. A norma mantém ainda exigências referentes ao
desempenho estrutural, segurança contra incêndio, estanqueidade, desempenho acústico e
lumínico, saúde, higiene e qualidade de ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto visual e
tátil, durabilidade, manutenibilidade e adequação ambiental e se destina ao uso exclusivo para
avaliação de habitações de até 5 pavimentos.

O conceito de desempenho significa comportamento de um produto em uso. Dadas as


condições de exposição do objeto em questão, ou seja, determinadas as ações e influências
sofridas durante a sua vida útil, o objeto deverá cumprir com suas funções propostas,
apresentando determinadas características para tal. Desta maneira, a avaliação de um produto,
segundo critérios de desempenho, implica antes na definição das condições qualitativas e/ou
35
quantitativas que deverão ser atendidas quando o objeto for submetido às condições normais
de uso, além da definição dos métodos de avaliação para saber se as condições estabelecidas
foram atendidas. Estas condições foram denominadas exigências dos usuários. A NBR
15575/2013 divide-se em seis partes, sendo:

• Parte 1: Requisitos gerais;

• Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;

• Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos internos;

• Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;

• Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas;

• Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

A Parte 1 da norma – Requisitos Gerais - estabelece dois procedimentos distintos para


avaliação do desempenho térmico, devendo-se optar inicialmente por um deles. A norma
permite que, caso não sejam atendidos os critérios em um determinado procedimento, possa se
optar pela utilização de outro, porém o método 3 é de caráter apenas informativo e não se
sobrepõe ao método 1 (ABNT, 2013). Os resultados obtidos variam entre os índices M, I ou S
(mínimo, intermediário ou superior, respectivamente). Os procedimentos de avaliação são
listados a seguir:

• Procedimento 1 – Simplificado (normativo): verificação do atendimento aos requisitos


e critérios para fachadas e coberturas, estabelecidos nas Partes 4 e 5;

• Procedimento 1 – Simulação Computacional: verificação do atendimento aos


requisitos e critérios estabelecidos na parte 1, por meio de simulação computacional do
edifício;

• Procedimento 2 – Medição: verificação do atendimento aos requisitos e critérios


estabelecidos na parte 1, por meio de medição em edificações ou protótipos
construídos.

36
A seguir estabelecem-se os requisitos mínimos exigidos, relacionando-os ao método
simplificado e ao método de simulação. O método simplificado exige índices para propriedades
térmicas dos sistemas de vedação e cobertura, enquanto o método simulado refere-se a valores
de temperaturas no interior da edificação para condições de verão (temperatura interna
máxima) e de inverno (temperatura interna mínima), para um dia típico de projeto. O método
simplificado e por simulação encontram-se detalhados nos itens 2.3.5.1 e 2.3.5.2,
respectivamente. Por se tratar de uma norma de desempenho, não se faz menção ao uso de
qualquer material em específico e a escolha dos componentes segue apenas aspectos de
desempenho exigido.

2.3.5.1. Procedimento 1 – Avaliação pelo método simplificado

A avaliação pelo método simplificado é feita através da verificação das propriedades


físicas dos componentes construtivos de paredes e coberturas, de acordo com a zona
bioclimática proposta pela NBR 15220, em que se encontra situada a edificação. O nível de
desempenho é obtido diretamente através da escolha do material da envoltória. Deve-se
verificar também o desempenho mínimo exigido com relação à área destinada à ventilação
natural.

Coberturas

Para a adequação dos requisitos mínimos exigidos nos componentes de cobertura, a


norma estabelece valores máximos de transmitância térmica (U) e de absortância à radiação
solar (α), levando-se em consideração o local de implantação do edifício, de acordo com as
características estabelecidas no zoneamento bioclimático proposto na NBR 15220-3. A Tabela
6 apresenta os valores máximos de transmitância térmica para os três níveis possíveis de
desempenho. Para a zona bioclimática 8, no caso de coberturas que possuam aberturas para
ventilação, o valor da transmitância térmica pode ser multiplicado pelo fator FV, de acordo com
a equação 2.20:

FV = 1,17 – 1,07 . h -1,04 eq.2.20

37
Onde:

FV = Fator de ventilação ou fator de correção de transmitância aceitável para coberturas


da zona 8;

h = altura da abertura em dois beirais opostos, em centímetros.

Para coberturas sem forro ou com áticos não ventilados, como nos casos simulados neste
trabalho, o valor de FV =1;

Tabela 6 – Critérios de avaliação e nível de desempenho para coberturas quanto à transmitância térmica.
Fonte: ABNT, 2013

Paredes

A classificação das paredes deve atender aos requisitos de transmitância térmica


(Tabela 7) e capacidade térmica (Tabela 8). A capacidade térmica relaciona-se diretamente à
inércia térmica, fator essencial para a avaliação de um componente construtivo. Ao se
considerar isoladamente o efeito da transmitância térmica em regime transitório de troca de
calor, pode não se representar adequadamente o desempenho térmico deste componente.
Paredes com o mesmo valor de transmitância térmica podem ter desempenhos distintos se os
valores de capacidade térmica forem diferentes (AKUTSO, 1998).

38
Tabela 7 - Critérios de desempenho mínimo para paredes quanto à transmitância térmica.
Fonte: ABNT, 2013

Tabela 8 - Critérios de desempenho mínimo para paredes quanto à capacidade térmica.


Fonte: ABNT, 2013

Aberturas para Ventilação

Os requisitos para aberturas destinadas à ventilação limitam-se apenas a ambientes de


longa permanência, como salas e dormitórios. A norma prevê apenas o nível de desempenho
mínimo para tal, em caráter prescritivo, conforme Tabela 9, a seguir:

Tabela 9 – Critérios de desempenho mínimo para áreas destinado a ventilação (ABNT, 2013)

39
2.3.5.2. Procedimento 1 – Avaliação por Simulação

Na avaliação por simulação computacional o desempenho individual de cada


componente construtivo dá lugar ao desempenho global da edificação. Devem ser
consideradas, além das variáveis tratadas na avaliação simplificada, outras variáveis que irão
influenciar diretamente no comportamento térmico da edificação, tais como orientação do
edifício, tipologia da edificação, renovação de ar nos ambientes, dados climáticos, dentre
outros. A aplicação da simulação computacional implica um trabalho detalhado, porém, com
maior possibilidade de obtenção do desempenho requerido, visto que a quantidade de variáveis
a serem tratadas aumenta consideravelmente.

O anexo A da parte 1 da NBR 15575/2008 indica a utilização do software EnergyPlus


para realização da simulação computacional. Nas simulações, os dados climáticos devem ser
caracterizados por dias típicos de projeto, para períodos de inverno e verão. Esse dia, segundo
o método desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, é
definido como um dia real determinado em função de sua frequência de ocorrência, e
caracterizado pela velocidade média do vento e pelos valores horários de cada uma das
seguintes variáveis: temperatura do ar, umidade relativa do ar, radiação solar incidente em
superfície horizontal (SIQUEIRA et al., 2005).

A obtenção dos dias típicos de projeto é feita por meio de um tratamento estatístico dos
valores das médias máximas diárias e mínimas diárias para o verão e o inverno,
respectivamente, sendo definido o período de inverno e verão os meses mais quentes e mais
frios do ano. Considera-se ainda um intervalo de 0,5ºC como valor máximo de variação de
temperatura em relação ao dia de referência, para obtenção do dia típico de projeto. O período
mínimo recomendado para a obtenção do dia típico de projeto é de 10 anos (AKUTSO, 1998),
porém, dada a dificuldade de obtenção de registros contínuos de variáveis climáticas,
especialmente dados de radiação solar incidente, períodos menores de 5 anos são usualmente
adotados (GRANJA, A, 2002).

A partir do dia típico de projeto deve ser verificada a ocorrência das temperaturas
internas do edifício. Os níveis de desempenho são função exclusiva da temperatura interna do
ambiente estudado. A temperatura interna deve atender a limites mínimos e máximos para
condições distintas de verão (Tabela 10) e inverno (Tabela 11), conforme zoneamento
bioclimático. A norma prevê condições de desempenho mínimo, intermediário e superior. É
40
importante ressaltar que a norma não faz distinção de limites de temperatura entre edifícios
ventilados naturalmente e edifícios climatizados. Para a realização das análises, as simulações
não devem incluir fontes internas de calor como ocupantes, lâmpadas, equipamentos, etc. A
ventilação deve ser simulada apenas como renovações de ar por hora, adotando-se uma taxa
de 1ren/h, utilizando o mesmo valor para áreas de coberturas ou áticos.

Tabela 10 - Critério para avaliação de desempenho térmico para condições de verão.


Fonte: ABNT, 2013

Tabela 11 - Critério para avaliação de desempenho térmico para condições de inverno.


Fonte: ABNT, 2013

41
2.4. Simulação Computacional

Simulação computacional pode ser definida como a tentativa de replicar um determinado


comportamento baseado na obtenção de dados característicos do objeto real, no
desenvolvimento de equações teóricas descritivas deste comportamento, na solução destas
equações e na análise dos resultados (WILDE e VOORDEN, 2004). Segundo Mendes et. al.
(2005) estas características tornam a simulação computacional um importante instrumento de
análise do edifício, permitindo a verificação de diferentes alternativas de projeto em etapas
preliminares, sejam elas opções de projeto arquitetônico, componentes construtivos, sistemas
de iluminação ou sistemas de condicionamento de ar.

2.4.1. Apresentação do Programa Energyplus

Após a crise do petróleo, ocorrida na década de 70, diversos países direcionaram recursos
para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia e sistemas energéticos mais
eficientes, dispensando especial atenção à eficiência energética das edificações, setor
responsável por uma parcela significativa do consumo global de energia. Os Estados Unidos e
diversos países da Europa, que tinham no petróleo grande dependência energética, financiaram
iniciativas que promoveram o desenvolvimento de edificações mais eficientes. Estas pesquisas
deram início à criação das primeiras normas técnicas e legislações específicas, tratando
exclusivamente do desempenho térmico e eficiência energética de edifícios (BATISTA et al.,
2005).

Neste contexto, diversos códigos computacionais foram desenvolvidos de maneira a


automatizar o processo de verificação dos textos normativos. Porém, com um tratamento ainda
primitivo, não se caracterizavam como um software de simulação, sendo apenas um verificador.
Contudo, ainda no final da década de 1970, surgiram softwares com características
diferenciadas, em que as trocas térmicas do edifício com o exterior passaram a receber
tratamento adequado, gerando resultados confiáveis (IPT, 2004). Entre estes softwares pode-se
citar a criação do programa de simulação NBSLD, um dos primeiros programas de simulação
térmica de edifícios. Em seguida foram desenvolvidas ferramentas como o DOE-2 e o BLAST
(Building Loads Analysis and System Thermodynamics), no final da década de 1970 e início da

42
década de 1980, respectivamente, como ferramentas de simulação energética e de carga
térmica. A intenção inicial destes softwares era que projetistas fossem capazes de dimensionar
adequadamente o sistema de ar-condicionado.

O EnergyPlus surgiu da fusão dos softwares DOE-2 e BLAST e assim como seus
predecessores, é um software de análise energética e simulação térmica capaz de verificar
ainda aspectos da ventilação natural e forçada, sistemas de iluminação, aquecimento e
resfriamento, além de simular custos relativos ao consumo energético e índices de conforto
térmico dos principais normativos internacionais (DOE, 2013). A criação deste programa está
relacionada à melhoria de seus antecessores que, escritos em uma antiga versão da linguagem
FORTRAN, se tornariam obsoletos em compiladores modernos. Ambos os programas foram
desenvolvidos em estruturas de códigos ultrapassadas para os padrões atuais, denominados
spaghetti code, tornando muito difícil a manutenção, o suporte e possíveis alterações. Desta
maneira, aliado à velocidade de modificação e introdução de novas tecnologias nos sistemas de
ar-condicionado, simplesmente não haveriam programadores suficientemente capacitados para
atualizar este tipo de estrutura de código. Foi ainda fator determinante para a criação do
EnergyPlus, o fato de que o tempo despendido para a criação de modelos nestes softwares e o
tempo necessário para o treinamento de usuários capacitados era demasiadamente longo
(CRAWLEY, 2001).

O aspecto modular da linguagem do programa permite que sejam feitas alterações em


partes específicas do software sem que se comprometam as demais, ou ainda, sem que para
isso haja a necessidade do programador conhecer toda a estrutura do software. Desta maneira,
o EnergyPlus gerencia diversos módulos, podendo até mesmo incorporar links e outros
elementos de programação (Figura 12):

43
Figura 10 - Estrutura geral de funcionamento do EnergyPlus. Fonte (DOE, 2013)

O software tem a capacidade de realizar simulações para uma dada localidade, a partir
de uma base de dados climática. A introdução de dados e obtenção dos resultados é feita em
formato de texto, na extensão .IDF (Input Data File). Para o caso de simulações térmicas, o
software é capaz de calcular temperaturas internas e trocas de calor em edifícios não
condicionados, além de calcular a carga térmica necessária para resfriamento e aquecimento
em edifícios que possuam estes sistemas mecânicos. O programa permite ainda a distinção do
ganho ou perda de carga térmica, separando-as através das diferentes fontes como
componentes construtivos, aberturas, equipamentos instalados, ventilação e infiltração,
usuários, sistemas de iluminação e sistemas de condicionamento; permitindo assim a
verificação efetiva do comportamento térmico da edificação, através da análise do balanço
energético.

Segundo Akutso e Vittorino (1999), as características climáticas de grande parte do


Brasil implicam a utilização de modelos matemáticos em que as trocas de calor entre a

44
edificação e o exterior ocorram de maneira transitória. Este fato, do ponto de vista operacional,
impede a utilização de equações simples para verificação do balanço térmico global, como
ocorrem em diversos códigos de países europeus e alguns estados dos EUA, ocasionando um
sistema complexo com uma grande quantidade de variáveis que, na prática, são factíveis de
serem solucionadas somente através do uso da simulação computacional.

O IPT (2004) realizou um estudo para validação de softwares para simulação do


comportamento térmico de habitações no Brasil. Foram analisados os softwares NBSLD,
BLAST, DOE-2, ESP-r e EnergyPlus. Todos foram testados por meio de comparação entre um
modelo teórico e um modelo real, com medições no modelo real para um período não inferior a
30 dias. A variação da temperatura interna do protótipo foi comparada aos resultados obtidos no
modelo simulado. As conclusões do relatório indicam uma boa aproximação dos resultados
para os softwares DOE-2, BLAST e EnergyPlus, mesmo quando trabalhando com dados de
entrada relativamente simplificados. Salientou-se como item de fundamental importância a
correta modelagem da radiação solar incidente sobre as superfícies externas do edifício, uma
vez que, para as condições climáticas brasileiras, a carga solar é a principal fonte de calor das
habitações.

Batista et al.(2005) analisaram a influência de diferentes tipologias de cobertura no


desempenho térmico de uma edificação localizada na cidade de Brasília, utilizando como
ferramenta de simulação computacional o software EnergyPlus. A tipologia estudada foi
constituída de um único ambiente, de dimensões 10m x 10m por 2,7m de pé-direito, com uma
única janela orientada ao Norte. A cobertura, de 100m², foi assim estipulada para que se
investigasse sua influência no desempenho térmico da edificação. Não foram consideradas
ocupações de pessoas, sendo estipulada uma carga interna fixa igual a 200 W, durante 24h. O
ambiente analisado não possuía nenhum sistema de condicionamento artificial e as taxas de
renovação de ar foram assumidas resultantes da infiltração e ventilação natural. Foram
analisadas três tipologias de cobertura, variando-se a transmitância térmica de 2 W/m².K até
uma configuração, com maior isolamento de 0,54 W/m².K. Todos os casos utilizaram um
componente de vedação vertical com transmitância térmica de 2,31 W/m².K. Empregou-se vidro
claro simples e de 3 mm para a janela. No caso do piso, as temperaturas superficiais do solo
foram definidas mensalmente, sendo os valores correspondentes às médias mensais de
temperatura da cidade de Brasília. Considerou-se ainda a refletância da superfície do solo igual
a 0,2.
45
Foi então avaliado o desempenho térmico das três tipologias de cobertura durante o dia;
verificaram-se valores limites de temperatura interna e externa para três taxas de renovação de
ar diferentes. Verificou-se ainda que a cobertura com maior isolamento apresentou-se como a
solução mais indicada para as condições climáticas de Brasília, reduzindo os ganhos de calor
através da cobertura em menos da metade em relação às outras duas configurações,
apresentando melhores resultados do que o uso da alternativa com maior capacidade térmica.

Westphal e Lamberts (2006) analisaram o desempenho energético de duas tipologias


distintas para a cidade de Florianópolis, SC, sendo um edifício de escritórios de 5 pavimentos e
uma loja de departamento de 1 pavimento. O estudo relacionou variações de transmitância
térmica de fachadas e cobertura para diferentes padrões de carga interna instalada, absortância
das superfícies externas, percentual de área de janelas nas fachadas, clima, entre outros,
sempre verificando o efeito destas combinações em relação ao consumo final de energia
elétrica da edificação. Foram realizadas 23.040 simulações através do software EnergyPlus. Os
resultados mostraram que a escolha correta de matérias de vedação para o clima em que
estará inserido o projeto são parâmetros fundamentais a serem considerados para a construção
de edificações mais eficientes. Mostrou-se ainda que a aplicação de isolantes térmicos no
envelope da edificação, para produzir uma menor transmitância, não conduz necessariamente a
uma edificação mais eficiente.

2.4.2. Simulação de Ventilação Natural

A simulação da ventilação natural pode ser realizada através de diferentes métodos e


softwares, entretanto, diversos estudos adotam taxas constantes de renovação de ar devido à
dificuldade em simular os fenômenos de ventilação por períodos prolongados ou mesmo em se
obter os parâmetros de entrada necessários para compilação do software. Como o fluxo de ar
depende da velocidade do vento, dos sistemas de ar-condicionado e da infiltração de ar pelo
envelope da edificação, a utilização de taxas de renovação de ar pode ser aceitável para
modelar impactos de fluxos de ar controláveis, porém é imprecisa para fluxos não controláveis
(GU, 2007). Segundo Santamouris (1998), as metodologias de simulação da ventilação natural
mais utilizadas são: modelos de rede, modelos zonais e modelos de dinâmica de fluido (CFD).
O modelo de rede considera a edificação como uma rede de nós de pressão (zonas térmicas e
fachadas) interligadas por resistências (aberturas, portas e janelas), em que se realiza o cálculo
46
de balanço de massa (movimento do ar) e conservação de energia, estimando-se assim, a
transferência de massa e alteração da temperatura no interior da edificação. Como os modelos
de rede trabalham com pressões únicas para cada zona térmica e fachadas, não se pode
estimar com precisão a velocidade do ar e a movimentação do ar, entretanto, esta metodologia
permite a verificação dos efeitos da ventilação natural para simulações em períodos
prolongados de análise, representando um modelo de cálculo relativamente mais simples que
os modelos a seguir. O modelo zonal e de CFD utilizam equações de conservação de massa,
energia e momento para cada porção subdividida do volume de um ambiente, resultando em
valores para temperatura e velocidade do ar para cada volume analisado. O modelo CFD utiliza
volumes com subdivisões menores, apresentado resultados mais complexos e análise
detalhada de velocidade e direção do ar no interior dos ambientes.

2.4.2.1. Modelos de Ventilação por Rede

O modelo de simulação por rede admite que cada zona térmica e fachada sejam
representadas por um único nó de pressão do vento. Os ambientes são interligados através de
fluxos de ar por aberturas (portas, janelas e etc.), atribuindo-se nós de pressão para cada
abertura, conforme Figura 13. Os valores de pressão dos nós externos são conhecidos e,
através de equações de balanço de massa e de energia, é possível calcular o fluxo de ar que
percorre a edificação. O modelo apresenta limitações quanto à estimativa de velocidade do ar
no interior das zonas, uma vez que o resultado obtido apresenta apenas o fluxo de massa entre
nós. Atualmente no EnergyPlus, o modelo de simulação de ventilação por rede pode ser
utilizado através do módulo Airflownetwork. Este sistema incorporou rotinas anteriores distintas
denominadas COMIS e AIRNET (DOE, 2013), permitindo o cálculo simultâneo do fluxo de ar
através da edificação pela ação dos ventos e de sistemas de distribuição do ar e ventilação
artificial, ambos integrados ao cálculo de perdas e ganhos da carga térmica da edificação.

47
Figura 11 – Esquema do modelo de rede do AirflowNetwork demonstrando uma possível ocorrência de
ventilação
Fonte: DOE, 2012

O modelo de ventilação por rede é altamente dependente dos coeficientes de pressão


dos nós externos à edificação. O valor destes coeficientes pode ser determinado de duas
maneiras distintas: através de inserção manual dos valores para cada nó, ou de maneira
automática, gerada pelo próprio AirflowNetwork. O cálculo automático dos coeficientes
restringe-se às edificações retangulares, utilizando equações distintas para edifícios de altura
reduzida (Swami et al. 1998 apud GU 2007) e para edifícios altos (Akins et. al. 1979 apud GU
2007).

A equação do balanço de fluxos de massa para a m’ésima abertura como o total de jm


aberturas é dada pela equação 2.21, a seguir:

jm

∑ρ
im =1
im Qim = 0 eq. 2.21

48
Onde:

Qim é o fluxo volumétrico através da i’ésima abertura do m’ésimo nó (m³/s);

ρim é a densidade do ar através da i’ésima abertura do m’ésimo nó(kg/s);

A equação 2.22, representa o fluxo volumétrico através da i’ésima abertura do m’ésimo


nó, Qim:

n im pim - p m
Qim = Cim pim - p m eq. 2.22
pim - p m
Onde:

Qim é o coeficiente de descarga da i’ésima abertura da m’ésima zona;

nim é o expoente de fluxo da i’ésima abertura da m’ésima zona;

pim é a pressão da zona adjacente ao m’ésimo nó através do qual a i’ésima abertura se conecta;

pm é a pressão interna no m’ésimo nó;

Assumindo-se um total “q” de zonas, o balanço térmico é dado pela equação 2.23:

∑∑
jm n im pim - p m
ρim kim pim - p m =0 eq. 2.23
im =1 pim - p m
im =1

O modelo de ventilação por rede (AirflowNetwork) foi escolhido para simulação da


ventilação natural nesta pesquisa, juntamente ao software EnergyPlus, devido à possibilidade
de simulação integrada entre ventilação natural e balanço térmico, possibilitando assim, a
análise dos efeitos da ventilação na carga térmica da edificação para análises anuais.

49
2.4.2.2. Modelos de Dinâmica Computacional de Fluidos

Os modelos CFD (Computacional Fluid Dynamics) utilizam um método de volume finito para
resolver equações de conservação de massa, momento e energia. Nestes modelos, o volume
do ar interno é subdividido em pequenas células, de modo a permitir a resolução das equações
e a estimar a temperatura e velocidade do ar para cada célula definida. Este método permite
uma análise aprofundada da movimentação do ar no interior do edifício, verificando-se direção e
velocidade dos fluxos de ar nestas áreas. Este método de análise requer um processamento de
dados maior, se comparado ao modelo de rede, entretanto, apresenta análises para curtos
períodos de tempo, não permitindo análises para condições climáticas transitórias, por exemplo,
essenciais para a verificação anual do conforto térmico em uma edificação. Zhai et al (2002)
apresentam estratégias para integração de softwares CFD ao programa EnergyPlus ,
demonstrando que a aplicação integrada destes softwares permite uma introdução de
condições de contorno variável e em tempo real ao processamento do software CFD, ao passo
que a retroalimentação de dados do software CFD no Energyplus permite obtenção de valores
precisos para coeficientes de convecção forçada, e assim, maior precisão na estimativa de
consumo de energia e comportamento térmico da edificação. O estudo demonstrou ainda que o
gradiente interno de temperatura e o coeficiente de convecção resultam em grande impacto nos
resultados obtidos nas simulações.

50
3 MÉTODO DE PESQUISA

Este capítulo apresenta a descrição do método utilizado para o desenvolvimento da


pesquisa e para obtenção dos resultados analisados. Inicialmente, propôs-se um caso base
representativo de uma unidade habitacional unifamiliar. A partir do caso base, foram estipulados
grupos de análise, variando-se determinados aspectos ou sistemas da edificação, enquanto as
demais variáveis permaneciam fixas. Os grupos de análise criados foram: Grupo 1 – Paredes;
Grupo 2 – Coberturas; Grupo 3 – Orientação da edificação; Grupo 4 – Absortância de
fechamentos externos verticais; e Grupo 5 – Temperatura de Setpoint de ventilação. A análise
do desempenho térmico dos 5 grupos foi dividida em três fases:

A fase 1 caracteriza-se pela verificação da transmitância e capacidade térmica dos


componentes de paredes (Grupo 1) e coberturas (Grupo 2), através do método simplificado
presente na norma NBR15.575.

Na fase 2, ainda relativa à norma NBR15.575/13, foram realizadas simulações


computacionais verificando-se a ocorrência da temperatura no interior da edificação e
conseqüente classificação dos casos de acordo com a norma, em condições de inverno e
verão, para o Grupo 1, Grupo 2, Grupo 3 e Grupo 4. O Grupo 5 - Ventilação não é analisado,
uma vez que a ventilação, para efeito da NBR 15575, é tratada apenas como taxa de renovação
de ar, fixado em uma renovação por hora.

Na fase 3 aplicou-se o modelo adaptativo de conforto, constante do normativo ASHRAE 55


(ASHRAE, 2013), verificando-se a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e ao calor e
a distribuição das horas do ano entre os intervalos de conforto estipulados. Para as fases 2 e 3 ,
os resultados das simulações foram obtidos através de simulação computacional para 8760
horas do ano, realizadas com o software EnergyPlus. Foram definidos os parâmetros de
simulação considerados pertinentes à realização das análises, tais como: geometria da
edificação; envelope e partições internas; uso e ocupação; sistemas de iluminação e
equipamentos; parâmetros relacionados à ventilação natural, como por exemplo, coeficientes
de pressão, coeficientes de fresta e coeficientes de descarga e valores de renovação de ar para
ambientes não ventilados. Ainda na fase 3, os resultados obtidos foram avaliados segundo
indicadores de conforto propostos no item 3.3, para o caso base. Desta maneira, foi possível
comparar o modelo adaptativo às metodologias de análise presentes na NBR 15.575/13,
verificando-se as limitações e potencialidades de ambos os métodos. As três fases de análises
51
realizadas nesta pesquisa são apresentadas de forma esquemática através do diagrama da
Figura 14:

Figura 12 – Organograma dos casos simulados

52
3.1. Aplicação do Modelo Adaptativo de Conforto

A escolha do modelo adaptativo proposto pela ANSI/ASHRAE 55 deu-se pelo fato desta
publicação ser a primeira norma internacional a incluir o conceito de conforto adaptativo
apresentado no trabalho de De Dear e Brager (2002), com base nos dados apresentados na
ASHRAE project RP 884 (de DEAR, 1998). A ANSI/ASHRAE 55 possui o caráter de normativo
internacional dado à importância da organização que a publica, sendo ainda o normativo em
questão co-patrocinado pelo American Standard Institution, ANSI. Também é importante
salientar que, até o momento, não se encontram em normativos nacionais paralelos que
prevejam a aplicação de conceitos adaptativos para verificação de conforto térmico em edifícios
naturalmente ventilados, em que não hajam sistemas de climatização ativa em nenhum período
do ano.

A introdução do modelo adaptativo prevê ainda grande possibilidade de redução do


consumo energético em vista da substituição de um intervalo constante de conforto, por um
intervalo de temperaturas variáveis que se correlaciona às variações climáticas do local onde se
insere o edifício. A redução na diferença entre as temperaturas interna e externa, aliada à
introdução do uso da ventilação natural, reduz consideravelmente a demanda energética por
sistemas mecânicos de condicionamento ambiente (McCARTNEY e NICOL, 2002).

3.2. Intervalo de Conforto

A avaliação do conforto proposto pelo modelo adaptativo, presente na ANSI/ASHRAE 55,


consiste no cálculo das temperaturas operativas internas de conforto ou temperatura neutra
(Tn), a partir da ocorrência de temperaturas externas, para que então, possa-se comparar a
ocorrência de temperaturas operativas internas reais (To), podendo-se assim verificar a
condição de conforto no interior do edifício. A obtenção da temperaturas neutra (Tn), operativa
(To) e predominante externa (Tpe) são detalhadas nos subitens 3.2.1, 3.2.2, 3.2,3,
respectivamente.

53
3.2.1. Temperatura Neutra

A temperatura neutra (Tn), também chamada de temperatura de conforto, é definida,


segundo MCCARTNEY e NICOL (2002), como a temperatura operativa interna em que um
sujeito médio irá votar como confortável (ou neutro) na escala ASHRAE.

Segundo de DEAR e BRAGER (2002), a temperatura neutra (Tn) é estabelecida através da


equação 3.01:

Tn = 0,31.Tpe + 17,8 eq. 3.01

Onde:

Tn = Temperatura operativa de conforto (°C);

Tpe = Temperatura predominante externa (°C);

3.2.2. Limites do Intervalo de Conforto

A partir da obtenção da temperatura neutra (Tn), são estabelecidos os limites máximos e


mínimos para obtenção do intervalo de conforto. São assim definidos intervalos que garantem a
aceitabilidade das condições térmicas para 80% e 90% de ocupantes do edifício. Na definição
do intervalo de conforto, recorre-se às equações 3.02 e 3.03 para 80% dos usuários satisfeitos,
e 3.04 e 3.05, para 90% dos usuários satisfeitos:

Tn _ ls 90 = 0,31.Te + 20,3 eq.3.02


Tn _ li 90 = 0,31.Te + 15,3 eq.3.03
Tn _ ls80 = 0,31.Te + 21,3 eq.3.04
Tn _ li80 = 0,31.Te + 14,3 eq.3.05
54
Onde:

Tn_ls80 = Limite superior do intervalo de conforto – 80% de ocupantes satisfeitos;


Tn_li80 = Limite inferior do intervalo de conforto – 80% de ocupantes satisfeitos;

Tn_ls90 = Limite superior do intervalo de conforto – 90% de ocupantes satisfeitos;

Tn_li90 = Limite inferior do intervalo de conforto – 90% de ocupantes satisfeitos;

Como pode-se constatar, por comparação à equação 3.1, os limites do intervalo de


conforto são estabelecidos para uma variação de 2,5ºC em torno da temperatura neutra, para
90% da população satisfeita, e para uma variação de 3,5ºC em torno da temperatura neutra,
para 80% da população satisfeita.

Desta maneira, toda ocorrência de temperaturas operativas internas que extrapolem os


limites estabelecidos caracterizam-se como horas em desconforto. De acordo com o Adendo A
da ANSI/ASHRAE 55 (2013), a utilização de limites para 80% de população satisfeita devem ser
utilizados para aplicações típicas, que será o caso adotado neste estudo. Os limites para 90%
da população satisfeita devem ser utilizados quando um padrão elevado de conforto é
esperado.

3.2.3. Temperatura Operativa (To)

A norma ASHRAE 55 (2013), no apêndice A, define 3 métodos para o cálculo da


temperatura operativa interna, sendo estes:

Caso 1. Utilização da temperatura média do ar interior (ta), desde que três condições sejam
satisfeitas:

• Não haja, na edificação, sistemas de painéis radiantes para aquecimento ou


arrefecimento;

• A razão entre os valores de transmitância térmica de janelas sobre as paredes


externas, multiplicados pelas respectivas áreas de superfície, satisfaça a
condição a seguir, conforme equação 3.06:

55
50
UW < eq.3.06
t d ,i − t d , e
O=Onde:

Uw = Valor médio de transmitância térmica de janela/parede (W/m².K);

Td,i = Temperatura de projeto interna (°C);

Td,e = Temperatura de projeto externa (°C).

• O fator solar dos vidros deve ser inferior a 0,48.

Caso 2. Cálculo da temperatura operativa através da temperatura média do ar interior (ta) e


temperatura média radiante (Trm), através da equação 3.07:

To = ATa + (1 - A)Tr eq.3.07

Onde:

To = Temperatura operativa(°C);

Ta = Temperatura de bulbo seco na zona i (°C);

Tr = Temperatura radiante média na zona i (°C);

A = constante da velocidade do ar:

0,5 
→ velocidade relativa do ar < 0,2m/s
0,6 
→ 0,2 m/s < velocidade relativa do ar < 0,6 m/s
0,7 
→ 0,6 m/s < velocidade relativa do ar < 1,0 m/s/s.

Caso 3. Para casos em que os ocupantes realizem atividades metabólicas entre 1,0 e 1,3
met, não expostos à radiação solar direta, a média da velocidade do ar (Va) seja menor que 0,2
m/s; a diferença entre a temperatura média radiante (Trm) e a temperatura do ar interior (Ta)
seja menor que 4ºC, a temperatura operativa pode ser calculada como a média da temperatura
do ar e a temperatura radiante média (ASHRAE, 2013).

Como tratado anteriormente, o algoritmo AirflowNetwork, utilizado nesta pesquisa para o


modelo de cálculo da ventilação natural, trata apenas do fluxo de massa entre as zonas, não
56
sendo possível verificar as velocidades de deslocamento do ar e tampouco variações da
velocidade no interior, impossibilitando assim a definição de temperaturas operativas que
variem em função da velocidade do ar. Desta maneira, os valores de temperatura operativa (To)
para cada zona foram obtidos diretamente através da solicitação de Output do software
EnergyPlus, através da variável Operative Temperature, por padrão, definida pela equação
3.08, a seguir:

To = 0,5Ta + 0,5Tr eq.3.08

Onde:

To = Temperatura operativa (°C);

Ta = Temperatura de bulbo seco na zona i (°C);

Tr = Temperatura radiante média na zona i (°C).

3.2.4. Temperatura Predominante Externa (Tpe)

Inicialmente, a ANSI/ASHRAE 55 definia a temperatura predominante externa como mean


monthly outdoor air, sendo a média aritmética das mínimas e máximas diárias referentes às
temperaturas externas de bulbo seco para o mês de análise. Em 2010, quando da publicação
do Addendum D, a norma passou a defini-la como Temperatura Predominante Externa (running
mean outdoor air temperature), conforme equação 3.09, caracterizando-se pela média
aritmética da mean daily outdoor air temperature, em um intervalo não menor do que 7 dias e
não maior que 30 dias antecedentes ao dia de análise (NICOL et al., 2012). Esta modificação
na obtenção do valor da Temperatura Predominante Externa relaciona-se ao tempo de
adaptação do ocupante da edificação em vista das variações climáticas das temperaturas
externas, de tal maneira que estas variações passem a surtir efeito nas temperaturas de
conforto. Quanto menor o intervalo de dias utilizado, maior a variação da running mean
temperature.

57
d − ( p −1)
1
tpe = .
p ∑ (t )
i=d
e_i eq.3.09

Onde:

Tpe = temperature predominante externa - running mean temperature (°C);

te_i = mean daily outdoor air para dia d (°C);

p = intervalo de dias, sendo 7<p<30;

A definição de Te (mean daily outdoor air) consiste na média aritmética da temperatura de


bulbo seca externa para um período de 24 horas, conforme equação 3.10. Segundo a norma, a
quantidade de medições não deve ser inferior a duas e, em caso de obtenção de apenas duas
temperaturas, estas devem representar a ocorrência de temperatura máxima e mínima diária.
Neste estudo, devido à utilização de arquivos climáticos, foram utilizados os valores de
temperatura média horária do ar exterior para as 24 horas do dia.

24
 tout _ i 
te = ∑ 
 24
i =1 



eq.3.10

Onde:

te = mean daily outdoor air (°C);

tout_i = Temperatura média do ar exterior para hora h (°C);

A norma, entretanto, não fazia menção à definição do intervalo de dias p, e a utilização


de diferentes intervalos implicam em variações significativas na obtenção da Temperatura
Predominante Externa e, por conseqüência, na Temperatura Neutra. A comparação da Tpe em
relação à ocorrência de temperaturas externas, para p=7 e p=30, pode ser verificada através
das Figura 15 e Figura 16, respectivamente. Ambas as análises utilizaram uma mesma base
climática, referente à cidade de Campinas - SP.
58
Figura 13 – Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para
intervalo de 7 dias (p=7) – Campinas, SP

Figura 14 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para intervalo
de 30 dias (p=30) – Campinas, SP

59
Na última revisão da norma, em 2013, para análises realizadas através de simulação
computacional e fazendo uso de arquivos climáticos, o modelo de cálculo a ser utilizado deve
ser o weighted running mean temperature, conforme equação 3.11 (ASHRAE, 2013), em que é
aplicado um coeficiente α, ponderando-se o efeito de temperaturas recentes sobre ocorrências
anteriores.

[ ]
T ped = (1 − α ) t e(d -1) + αt e(d -2 ) + α 2 t e(d -3) + α 3t e(d -4 ) + ... eq.3.11

Onde:

tpe = Prevailing mean outdoor air temperature ou temperatura predominante externa (°C);

te(d-1) = Mean daily outdoor air para o dia anterior (°C);

α = Constante de resposta às variações de temperatura externa.

A equação 3.10 contém uma soma ao infinito, mas é redutível a uma equação mais
conveniente, conforme apresentado pela equação 3.12 (ASHRAE, 2013):

T ped = (1 − α ) t e(d -1) + α t pe(d -1) eq.3.12

Onde:

tped = Temperatura predominante externa para o dia d (°C);

te(d-1) = Mean daily outdoor air para o dia d-1 (°C);

tpe(d-1) = Temperatura predominante externa para o dia d-1 (°C);

α = Constante de resposta às variações de temperatura externa.

O valor de α está relacionado à variação de Tpe em relação às oscilações climáticas. A


constante α assume valores entre o intervalo 0 e 1, com valores sugeridos por norma entre 0,6
(resposta rápida) e 0,9 (resposta lenta) (ASHRAE, 2013). Ainda segundo a norma, valores
elevados de α são mais apropriados para climas em que ocorra menor variação de
temperatura, como tropical úmido. Para climas de latitudes intermediárias, em que as pessoas
estão mais adaptadas às variações de temperatura durante o dia, valores reduzidos de α
mostram-se mais apropriados. A comparação da Tpe à ocorrência de temperaturas externas

60
para α=0,7 e α=0,9 pode ser verificada através das Figura 17 e Figura 18, respectivamente,
também para a cidade de Campinas.

Figura 15 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para
α = 0,7 – Campinas, SP

Figura 16 Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para
α = 0,9 – Campinas, SP
61
Através do método weighted running mean temperature, o limite máximo de 30 dias
estipulado para a equação 3.10 não se faz mais necessário, uma vez que com o passar do
tempo, os dias anteriores não exercem influência sobre o resultado, dependendo
exclusivamente do valor de α. Com base na sugestão da norma e a partir do comportamento
climático das regiões estudadas, definiu-se para a cidade de Natal, α=0,9, e para as cidades de
Curitiba e Campinas, α=0,7. Deve-se ressaltar que novos estudos acerca da definição de
valores de α para cidades brasileiras são fundamentais para que se possa utilizar o modelo
adaptativo adequadamente em análises futuras. A norma prevê ainda que se devem fixar as
variáveis Tpe e Te para o dia d-1, para que assim seja possível obter os resultados dos dias
subsequentes. Neste estudo, as temperaturas do dia d-1 foram definidas a partir de dados do
mês de Dezembro.

3.3. Indicadores de conforto – Modelo Adaptativo

Para as situações descritas na Figura 14, são aplicados indicadores de conforto aos
resultados obtidos através das simulações. Para todos os casos simulados foram analisadas
8760 horas do ano. As análises foram feitas a partir dos valores de temperatura operativa no
interior da residência, ponderados pelas áreas das zonas térmicas definidas no modelo
geométrico, de maneira a compor um indicativo único para a habitação.

As formas comumente utilizadas para análise dos resultados utilizam a distribuição das
horas com desconforto, permitindo identificação dos períodos críticos. Este indicador,
denominado graus-hora de desconforto, caracteriza-se por um indicador numérico, em que se
somam os valores de temperatura que excedam os limites estabelecidos (para o frio e para o
calor), em intervalos horários, compondo um indicador global de desempenho.

Porém, para além da avaliação da ocorrência do desconforto, torna-se importante


analisar a intensidade do mesmo, já que indicadores como graus-hora não permitem análises
detalhadas para verificação de que se o valor obtido deve-se a desconforto intenso por curtos
períodos ou desconforto ameno por períodos prolongados. Desta maneira, esta pesquisa
utilizou diferentes indicadores de conforto, descritos a seguir, que pretendem compor uma
análise ampla, facilitando a análise do comportamento térmico do edifício.

62
3.3.1. Indicador A – Graus-hora de desconforto [Gh]

A composição para o indicador global de desconforto na residência segue as equações


3.13 e 3.14. Este trabalho optou pela criação de um indicador único, ponderado pela área de
cada zona térmica, de modo a compor um índice de análise primário. Compõem este índice
apenas as zonas com permanência de pessoas, excluindo-se áreas de ático, quando
existentes, ainda que estas zonas façam parte do balanço térmico da edificação.

∑ {(Tc } {( }
n
) )
li _ i − Toi + Tcli _ i − Toi + Toi − Tcls _ i + Toi − Tcls _ i
GH z = i =1 eq.3.13
2n

Onde:

n = número de horas no ano, 8760 horas;

GHz = graus-hora de desconforto para zona z;

Tcli_i = limite inferior do intervalo de conforto para a hora i (°C);

Tcls_i = limite superior do intervalo de conforto para a hora i (°C);

Toi = Temperatura operativa de conforto calculada para a hora i (°C);

{(Tcli _ i − Toi )+ Tcli _ i − Toi }


A parcela 2n refere-se ao desconforto devido ao frio,

denominada GHfrio, e a parcela {(Toi − Tcls _ i )+ Toi − Tcls _ i } 2n refere-se ao desconforto

devido ao calor, denominada GHcalor. As parcelas GHfrio e GHcalor serão analisadas também
separadamente, verificando-se a influência de cada condição na composição total do
desconforto.

63
n
GH = ∑
i =1
Azonai
Ares
x GH zona _ i eq.3.14

Onde:

n = numero de zonas térmicas na residência;

GH = graus-hora de desconforto;

Azona = área da zona i (m²);

Ares = área da residência (m²);

Ghzona_i = graus-hora de desconforto para a zona i ;

3.3.2. Indicador B – Distribuição do conforto

Com o intuito de analisar a distribuição das horas em relação ao intervalo de conforto para
80% e 90% dos usuários, este indicador gráfico apresenta a porcentagem de horas para cada
situação em relação ao total de horas do ano (Figura 19) e em relação aos meses (Figura 20),
segundo equações 3.15, 3.16, 3.17, 3.18 e 3.19 a seguir:

Calor → To > (Tn + 3,5) eq. 3.15


Conf .80% sup → (Tn + 2,5) < To < (Tn + 3,5) eq. 3.16
Conf .90% → (Tn + 2,5) > To > (Tn − 2,5) eq. 3.17
Conf .80% inf → (Tn − 3,5) < To < (Tn − 2,5) eq. 3.18
Frio → To < (Tn − 3,5) eq. 3.19

Onde:

To = Temperatura operativa (ºC);

Tn = Temperatura neutra (ºC).

64
Figura 17 – Descrição do gráfico de distribuição de desconforto para análise horária

Figura 18 – Descrição do gráfico de distribuição de desconforto para análise mensal


65
3.3.3. Indicador C – Sobreaquecimento e Sobrearrefecimento

O indicador C, sobreaquecimento ou sobrearrefecimento, reflete a média de temperatura


acima ou abaixo do limite superior ou inferior do intervalo de conforto, apenas durante o período
em que há desconforto, ou seja, este indicador apresenta a intensidade dos períodos em que
há a ocorrência de desconforto para uma análise horária (Figura 21) e para uma análise mensal
(Figura 22). A descrição do sobreaquecimento [Saq] e sobrearrefecimento [Sar] são
representadas pelas equações 3.20 e 3.21, respectivamente. Os índices descritos são
referentes à residência do estudo e, portanto, ponderados pela área de cada zona, conforme
equação 3.22.

∑ [(To ]
n
)
res _ i − Tcls _ i + Tores _ i − Tcls _ i
Saq = i =1 eq.3.20
2n

∑ [(To ]
n
)
res _ i − Tcli _ i − Tores _ i − Tcli _ i
Sar = i =1 eq.3.21
2n
Onde:

n = número de horas analisado;


Tores_i = Temperatura operativa para residência para hora i (ºC);
Tcli_i = limite inferior do intervalo de conforto para a hora i (°C);
Tcls_i = limite superior do intervalo de conforto para a hora i (°C).


Azona _ i
Tores = x To zona _ i eq.3.22
Ares
i =1
Onde:

n = número de zonas térmicas na residência;


Tores = Temperatura operativa para residência (ºC);
Azona_i = área da zona i (m²);
Ares = área da residência (m²);
Tozona_i = Temperatura operativa para residência (ºC).

66
Figura 19 - Descrição do gráfico de sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - análise horária

Figura 20 - Descrição do gráfico de sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - análise mensal

67
3.3.4. Indicador D – Histograma de Temperaturas

Este indicador permite analisar a ocorrência e a intensidade das temperaturas em um


mesmo gráfico, porém não mais em relação às horas ou meses de análise, mas em relação ao
intervalo variável da temperatura de conforto. Trata-se, pois, da representação do
comportamento térmico da edificação mediante ocorrência das condições climáticas em análise.
A Figura 23 apresenta um histograma da diferença da temperatura operativa em relação à
temperatura neutra, em intervalos de 1º C para ocorrências (To-Tn) de -12 a +12 (valores
inferidos para este estudo), conforme equações 3.23, 3.24, 3.25 e 3.26.

∑ α (ni, t )
n
γ (t ) = eq.3.23
i =1

α (i, t) = 1 se : eq.3.24
t-0 ,5 ≤ d (i) ≤ t + 0 ,5

α (i, t) = 0 se : eq.3.25
d (i) > t + 0,5 ou d (i) > t − 0 ,5

Sendo:
d(i) = To_res(i) − Tn(i) eq.3.26

i = número de amostras ∈ Ν
t = ∈ Z | - 12 ≤ t ≤ 12

Onde:

n = numero de horas no ano, 8760 horas;

Tores = Temperatura operativa para residência (ºC);

Tn = Temperatura neutra (ºC);


68
Figura 21 - Descrição do gráfico de histograma de temperaturas (To-Tn)

3.3.5. Indicador E – Regressão Linear e Coeficiente de Determinação (R²)

Este indicador apresenta a ocorrência da temperatura operativa (To) em relação à


Temperatura predominante externa (Tpe) para cada hora de análise, realizada sobre o gráfico
de intervalo de conforto, constante da ANSI/ASHRAE 55. É informada ainda a função de
regressão linear para os pontos do gráfico e o coeficiente de determinação (R²) dos mesmos.
Esta representação permite a comparação do comportamento térmico da edificação, facilitando
a compreensão do mesmo, já que se apresentam diretamente sobre o gráfico presente na
norma, conforme Figura 24. Valores da função de regressão próximos à equação do modelo
adaptativo não representam necessariamente uma edificação confortável. Representam, no
entanto, paridade do comportamento térmico da edificação em relação à variação da sensação

69
de neutralidade térmica, ou seja, a edificação tende a variar a ocorrência de temperaturas
internas em relação às externas, na mesma proporção que o modelo adaptativo propõe como
representativo da subjeção humana. O valor de R² pode variar entre 0 e 1, indicando, em
porcentagem, o quanto o modelo estatístico consegue explicar os valores observados. Quanto
maior o R², mais explicativo é o modelo e melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R²
de um modelo é 0,8, significa que 80% da variável dependente consegue ser explicada pelos
regressores presentes no modelo (equação de regressão).

Figura 22 – Descrição do gráfico de análise de regressão e coeficiente de determinação

70
3.4. Simulações

Este capítulo apresenta uma breve introdução ao software EnergyPlus (DOE, 2012),
escolhido para realização das simulações computacionais, bem como do método para inserção
dos dados de entrada (inputs) para, em seguida, detalhar cada um dos parâmetros utilizados
nas simulações, além da apresentação dos arquivos climáticos utilizados em conjunto aos
parâmetros simulados. Por fim, são apresentados os métodos utilizados para sistematização
dos dados de saída (outputs) e um breve esboço do software de conforto a ser desenvolvido,
em que consta a utilização dos indicadores propostos no item 3.3.

O EnergyPlus, software escolhido para realização da simulação termoenergética é um


programa desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, oriundo da fusão
dos softwares DOE-2 e BLAST (Building Loads Analysis and System Thermodynamics); assim
como seus predecessores, é um software de análise energética e de simulação térmica capaz
de simular ventilação natural, iluminação, equipamentos de condicionamento ambiente e
verificar ainda os custos relativos ao consumo energético. Desde sua criação, no final da
década de 70, vem sofrendo atualizações e sua intenção inicial era que projetistas pudessem
ser capazes de dimensionar adequadamente os sistemas mecânicos de ar-condicionado.
Apesar deste trabalho não utilizar tais sistemas para os casos simulados, o EnergyPlus conta
com um detalhado módulo de balanço energético, capaz de suprir as necessidades de cálculo
para as simulações de um edifício em regime de funcionamento livre (free running building).

3.4.1. Parâmetros de Entrada (Inputs)

A introdução de todos os dados relativos à simulação (Inputs) é feita de forma textual no


EnergyPlus, através de arquivo com extensão .IDF (Input Data File). O programa apresenta um
editor com interface gráfica, denominado IDF editor, de aspecto tabular para preenchimento dos
dados pertinentes. É através desta interface gráfica que se definem todos os parâmetros de
entrada e as variáveis de saída, bem como a criação de relatórios de erro que permitirão a
verificação dos pontos equivocados ou faltantes, permitindo assim, detalhada identificação e
correção do arquivo de simulação. A definição padrão dos parâmetros geométricos da

71
edificação é igualmente feita em formato de texto, o que demandaria extenso trabalho para
codificação da geometria em coordenadas textuais para cada vértice da edificação. Diversos
softwares, utilizados como plug-ins ao EnergyPlus ou que o utilizem apenas como algorítimo de
cálculo, permitem a criação da geometria através de interface gráfica, caracterizando
posteriormente as coordenadas textuais. Foram utilizados em conjunto os softwares SketchUp e
OpenStudi, para criação do modelo geométrico e exportação automática das coordenadas em
formato .IDF, respectivamente. Todos os demais dados de input foram inseridos diretamente
através do IDF editor no programa EnergyPlus.

3.4.2. Parâmetros Iniciais da Simulação

Como parâmetro comum a todas as simulações realizadas neste estudo, faz-se necessária
a definição de parâmetros iniciais que irão reger os aspectos básicos das simulações que se
pretenda realizar. Os itens a seguir possuem o nome em inglês entre parênteses, conforme
encontrado no software, para facilitar a utilização posterior:

• Controles de Simulação (Simulation Control)

Nesta seção definiu-se a utilização do arquivo climático com dados anuais como parâmetro
de controle da simulação, já que a análise será feita com base em simulação anual.

• Iteração (Timestep)

O intervalo de iteração, denominado timestep, representa a quantidade de vezes em que


serão realizados os cálculos solicitados durante o intervalo pré-definido de 1 hora. O número de
timesteps varia de 1 a 60, em valores diviseis por 60. Valores próximos a 60 indicam uma
simulação mais precisa e com tempo de compilação maior. Para este trabalho utilizou-se
timestep de 4, ou seja, com cálculos a cada 1/4 de hora ou 15 minutos. Este valor foi definido
com base em simulações preliminares de sensibilidade para verificação do menor valor de
timestep e adequada obtenção dos resultados.

72
• Edificação (Building)

Nesta seção definem-se os parâmetros referentes às características de simulação para a


edificação, tais como solar distribution, fixada em FullExterior, já que esta é a única opção
possível de ser aplicada em zonas não convexas, como no caso deste estudo. Em uma zona
convexa, um segmento de reta que transpasse o sólido irá interceptar apenas duas faces (DOE,
2013). A opção FullExterior define o tratamento dado pelo software à distribuição dos raios
solares no modelo e baseia-se em uma matriz de coeficientes de troca entre os pares de
superfícies que incluem todos os caminhos de troca entre as superfícies do ambiente. Em
outras palavras, todos os reflexos, absorções e re-emissões estão incluídos em um único
coeficiente de troca, denominado ScriptF – conceito desenvolvido por Hottel (Hottel and
Sarofim, Radiative Transfer, Chapter 3, McGraw Hill, 1967 apud DOE 2013), que supõe todas
as superfícies tendo propriedades de radiação cinza e toda radiação sendo difusa. Ambas as
suposições são razoáveis para determinação da transferência de calor entre zonas.

É ainda pertinente atentar para a definição do valor de Maximum Number Warmup Days a
ser tratado nesta seção. Esta variável determina a quantidade de dias preliminares ao início da
simulação registrada, de maneira a se obter convergência no cálculo de balanço térmico. Para
este estudo, fixou-se em 25 dias para um valor de tolerância da temperatura de convergência
em 0,4 ºC – valores mínimos apresentados pelo padrão do software (DOE, 2012). Edificações
com componentes de envoltória de baixa inércia térmica tendem a não atingir os valores de
convergência para os dias de warmup, mesmo quando definidos para um intervalo elevado, e a
continuidade da simulação sob estas condições pode gerar distorções significativa nos
resultados.

Foi também definido o azimute da fachada Norte em 0º, conforme pré-definições da


edificação, apresentadas posteriormente no item 3.4.9.

73
Coeficiente de convecção superficial (Surface Convection Algorithm)

Este objeto define o modelo de cálculo utilizado para os coeficientes de convecção


superficial das faces voltadas para o interior e exterior das zonas térmicas. O EnergyPlus pode
utilizar valores constantes, distintos para paredes e tetos ou ainda empregar equações cuja
variável dependente é o diferencial de temperatura entre a superfície e o ar no interior da zona
térmica ( ∆ T = Tsup – Tar) (BATISTA et. al., 2011). Por padrão, para o coeficiente de convecção
interno, o EnergyPlus define a utilização do algoritmo TARP, que aplica o coeficiente de
convecção (h), equação 3.27, para paredes verticais ou para demais superfícies quando não há
diferenças entre a temperatura da superfície e a temperatura do ar no interior da zona térmica
(ASHRAE, 2009 apud. DOE, 2013).

h = 1,31∆T 1 / 3 eq.3.27

Onde:

h = coeficiente de convecção (W/m².K);

∆T = (Tsup – Tar);

Tsup = temperatura da superfície do componente;

Tar = temperatura do ar no interior da zona térmica;

Para superfícies inclinadas onde há tendência da intensificação do movimento do ar, ∆T

< 0 e superfície voltada para cima ou ∆T > 0 e superfície voltada para baixo, é utilizada a
equação 3.28 (WALTON, 1983).

9.482 ∆T 1/3
h= eq.3.28
7.283 − cos Σ

Onde:

Σ = ângulo de inclinação da superfície


74
Por fim, para superfícies inclinadas onde há tendência de estabilidade no movimento do
ar ( ∆T > 0 e superfície voltada para cima) ou ( ∆T < 0 e superfície voltada para baixo), é
utilizada a equação 3.29 (WALTON, 1983).

1.810 ∆T 1/3
h= eq.3.29
1.382 − cos Σ

Onde:

Σ = ângulo de inclinação da superfície

Para o cálculo do coeficiente de convecção externo utilizou-se o algoritmo DOE-2,


conforme configuração padrão adotada pelo software para definição deste objeto. O algoritmo
de convecção DOE-2 é calculado para duas situações: para superfícies muito lisas, como por
exemplo, o vidro, segundo equação 3.30 e, para superfícies menos lisas, segundo equação
3.31 (DOE, 2013).

[ ]
hc = h 2n + aVzb eq.3.30

Onde:
hc = coeficiente de convecção externa
hn é calculado segundo equações 3.24 ou 3.25
a= 2.38 (barlavento) e 2.86 (sotavento) [W/m²K(m/s)b]
b= 0.89 (barlavento) e 0.617 (sotavento) [adimensional]

hc = hn + R f . (h c − h n ) eq.3.31

Onde:
hc = coeficiente de convecção externa
hn é calculado segundo equações 3.24 ou 3.25
Rf é a constante de rugosidade que varia de 1,00 a 2,00, de acordo com o material.

75
Ambos os modelos apresentam rigor adequado em seus resultados para simulações que
incorporem apenas convecção natural, como o uso da ventilação natural, e não incluam
sistemas de condicionamento ambiente ou convecção forçada (DOE, 2013). Para estas
situações, pode haver a necessidade de substituição dos modelos de cálculo aqui
apresentados.

• Algoritmo de Balanço Térmico (Heat Balance Algorithm)

O objeto HeatBalanceAlgorithm permite selecionar o algoritmo de transferência de calor e


umidade a ser utilizado nas simulações. Para este estudo, utilizou-se o modelo CTF –
Conduction Transfer Function que leva em consideração apenas a transferência de calor
sensível, desconsiderando o armazenamento da umidade ou sua difusão pelos elementos da
construção. Funções de transferência de condução CTF são um método eficiente para se
calcular os fluxos de calor em superfícies, já que elimina a necessidade de se conhecer as
temperaturas e o fluxo dentro da superfície. Segundo BATISTA et. al. (2011), o algoritmo CTF
relaciona o processo de condução com uma resposta transiente do componente construtivo a
determinado conjunto de condições ambientais, a partir de coeficientes pré-calculados. Assim, o
fluxo instantâneo por condução é relacionado com um histórico de valores de temperaturas e
fluxos de calor.

• Temperatura do solo (Ground Temperature)

Esta seção define a temperatura média do solo para cada mês do ano a ser utilizada
durante o cálculo do balanço térmico das simulações. Para definição das temperaturas, utilizou-
se os valores presentes nos arquivos climáticos para 0,5m de profundidade, por ser a
profundidade mais próxima da cota da estrutura de fundação para o tipo de residência utilizada
neste estudo.

76
3.4.3. Geometria do Modelo e Zonas Térmicas

Nesta seção, definem-se as condições geométricas do edifício a ser analisado, bem como a
subdivisão em zonas térmicas da edificação, entendendo-se por zona térmica um ambiente que
possa ser caracterizado pela condição de temperatura relativamente uniforme. Neste estudo,
cada um dos ambientes constituirá uma zona térmica distinta para que haja maior precisão nos
resultados. Ressalta-se que quanto maior a quantidade de zonas térmicas, maior a quantidade
de interações no cálculo de transferência de calor entre zonas e, consequentemente, maior o
tempo de compilação da simulação. O objeto base de estudo foi definido como sendo uma
habitação unifamiliar térrea, baseado em Matos (2007), para um protótipo habitacional para
faixa de renda de até 5 salários mínimos.

Figura 23 – Planta baixa da residência


77
Figura 24 – Corte perspectivado da residência

O modelo contém 2 quartos, 1 banheiro, sala e cozinha, e pé-direito único de 3m com área
total de 63m² (9mx7m), conforme planta e corte, representados pelas Figura 25 e Figura 26,
respectivamente. O modelo foi dividido em 6 zonas térmicas distintas, sendo uma para cada
ambiente e uma para o ático. Nos casos de componentes de cobertura em que não haja a
presença do ático, a simulação é realizada com apenas 5 zonas, excluindo-se a zona do ático.
Conforme tratado no item 3.4.1, toda a geometria fora inicialmente modelada no software
SketchUp e posteriormente transposta para o EnergyPlus, através do software OpenStudio, de
modo que não se fez necessário a inserção de 3 coordenadas para cada vértice do modelo,
reduzindo-se a ocorrência de erros na modelagem. Ainda assim, foi solicitado, no EnergyPlus, a
criação do arquivo em .DXF para verificação posterior do modelo.

78
3.4.4. Características da Envoltória

Nesta etapa definem-se as propriedades e características físicas dos elementos


construtivos, para então definirem-se os componentes, através da combinação de um ou mais
materiais previamente estipulados. Cada material é definido por um conjunto de características,
tais como: rugosidade, espessura, condutividade térmica, densidade, calor específico e
absortância. Após a caracterização de cada material, procede-se a construção dos elementos
constituintes da edificação, como paredes externas e internas, pisos, coberturas e etc. Os
elementos construtivos foram definidos em função da disseminação de seu uso nas
construções de edificações residenciais, sendo, portanto, sistemas construtivos convencionais,
usualmente empregados na construção civil.

O método existente no EnergyPlus para elaboração dos componentes construtivos


apresenta algumas limitações quanto à inserção de dados dos materiais. O software permite
apenas a inserção de componentes formados por camadas transversais ao fluxo de calor, não
permitindo o cálculo de resistências térmicas em paralelo. Se forem diretamente inseridos os
valores de condutividade térmica e espessura de componentes presentes na NBR 15.220, o
valor da transmitância do componente (Ut=λ/e), obtido através do EnergyPlus se mostrará
equivocado. As espessuras apresentadas na norma consideram a dimensão transversal do
componente, incluindo outros materiais em paralelo, como argamassas de assentamento ou
camadas de ar, por exemplo. Desta maneira, deve-se calcular um componente equivalente,
mantendo-se constante os valores de resistência térmica (Rt) e capacidade térmica (Ct),
obtendo-se, assim, novos valores para a espessura e densidade de massa aparente.

A Figura 27 demonstra o método proposto por Ordenes et al. (2003) para a solução da
limitação do software. Esta proposta considera substituir a parte de componentes em paralelo,
constituído por camadas de material cerâmico, argamassa de assentamento e câmaras de ar,
por duas camadas de material cerâmico, com uma camada única de ar de 3 cm de espessura; a
resistência térmica da camada de ar foi obtida através de dados constantes na NBR 15220-2,
2003. Desta maneira, a espessura e densidade de massa aparente do material cerâmico devem
proporcionar as mesmas propriedades térmicas do componente original. As espessuras dos
materiais definidos para as simulações deste trabalho foram definidas a partir desta
metodologia.
79
Figura 25 – Alternativa de solução para componente equivalente (Ordenes et al. 2003)

O cálculo da resistência térmica (Rt) e capacidade térmica (Ct) do componente deve


seguir metodologia proposta na NBR 15.220, conforme equações 3.32 e 3.33, respectivamente:

e
Rt = eq.3.32
λ

Onde:
Ct = ∑e . c . ρ
i =1
i i i eq.3.33

Rt: resistência térmica de superfície à superfície (m2K/W)

e: espessura (m)

λ: condutividade térmica (W/m K)

Ct: capacidade térmica (kJ/m2K)

ei: espessura da camada i (m)

ci: calor específico da camada i (kJ/(kg K)

ρi: densidade de massa aparente da camada i (kg/m3)

Após inserir os valores do componente equivalente no EnergyPlus e solicitar o valor da


transmitância total do componente (U), utilizado na simulação, é possível notar uma diferença
em relação aos valores calculados, segundo determina a NBR 15.220. Pela metodologia de
cálculo proposto pela norma, devem ser consideradas no valor final da transmitância, parcelas
80
referentes à resistência superficial interna e externa. O software, porém, não apresenta os
valores da resistência superficial externa, uma vez que utiliza resistências variáveis, em função
do modelo de cálculo utilizado para a definição do coeficiente de convecção e dos dados
climáticos utilizados. Portanto, para verificação dos valores inseridos no software, deve-se
comparar o cálculo de transmitância térmica de superfície a superfície (descontando-se
resistências superficiais), com os valores indicados em U-Factor no Film [W/m2-K] constante do
arquivo table.html, gerado após a compilação da simulação.

Os elementos definidos para composição das paredes são: blocos cerâmicos; tijolo
maciço, parede de concreto e parede em placa de gesso (sistema dry-wall). Os revestimentos
das paredes são: emboço (argamassa de areia e cimento) e gesso liso. A Tabela 12 apresenta
características físicas dos elementos construtivos, que foram então agrupados de modo a
compor sistemas convencionais de fechamento. Foram assim definidos 36 tipos de
fechamentos que formam o Grupo 1 - Paredes. A absortância das paredes foi definida em
α=0,5, porém, os efeitos da variação da absortância das paredes são analisados nas
simulações do grupo 4 - Absortância.

CÓDIGO DESCRIÇÃO e (m) λ (W/m.K) c (J/kg.K) ρ (kg/m³)


PAREDE
Tijolo cerâmico de 8 furos quadrados, assentados na menor dimensão
(espessura de 9cm). Dimensões do tijolo: 9,0x14,0x19,0cm. Espessura da
TC9 argamassa de assentamento: 1,0cm. 0,014 0,90 920 2252

Bloco cerâmico de 2 furos quadrados, assentados na menor dimensão


(espessura de 14cm). Dimensões do bloco: 14,0x29,5x19,0cm. Espessura
TC14 da argamassa de assentamento: 1,0cm. 0,015 0,90 920 3732

Tijolo cerâmico de 8 furos quadrados, assentados na maior dimensão


(espessura de 19cm). Dimensões do tijolo: 9,0x14,0x19,0. Espessura da
TC19 argamassa de assentamento: 1,0cm. 0,082 0,90 920 868

Tijolo cerâmico maciço assentado na menor dimensão – ½ parede -


(espessura de 10cm). Dimensões do tijolo: 10,0x5,0x22,0cm. Espessura da
TM10 argamassa de assentamento: 1,0cm. 0,090 0,90 920 1800

Tijolo cerâmico maciço assentado na maio dimensão – 1 parede -


(espessura de 20cm). Dimensões do tijolo: 10,0x5,0x22,0cm. Espessura
TM20 argamassa assentamento: 1cm. 0,198 0,90 920 1812

CM10 Parede de concreto maciço. Espessura da parede: 10cm 0,100 1,75 1000 1800

Placa de gesso acartonado com montante em alumínio, perfil C. Parede tipo


dry-wall. Espessura da placa: 1,25cm; espessura do montante de alumínio:
DW 5cm. 0,013 0,35 840 2400
Revestimento em argamassa cimentícia tipo emboço paulista. Espessura do
E revestimento: 2,0cm. 0,020 1.00 780 1790

Revestimento em gesso liso desempenado aplicado diretamente sobre o


G componente de alvenaria. Espessura do revestimento: 0,5cm 0,005 0,70 840 1200

Tabela 12 - Características físicas de elementos construtivos de alvenaria


81
PAREDES
01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso
02_TC14+G Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso
03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso
07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço
08_TC14+E Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço
09_TC19+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço
10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço
11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço
13_E+TC9+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso
14_E+TC14+G Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base)
15_E+TC19+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso
16_E+TM10+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso
17_E+TM20+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso
18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso
19_E+TC9+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço
20_E+TC14+E Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço
21_E+TC19+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço
22_E+TM10+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço
23_E+TM20+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço
24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço
25_TC9+AR+LR25+DW+ Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
G Gesso
26_TC14+AR+LR25+DW Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
+G acartonado + Gesso
27_TC19+AR+LR25+DW Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
+G Gesso
28_TM10+AR+LR25+DW
+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso
29_TM20+AR+LR25+DW
+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso
30_CM10+AR+LR25+DW
+G Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso
31_E+TC9+AR+LR25+D Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
W+G acartonado + Gesso
32_E+TC14+AR+LR25+D Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
W+G gesso acartonado + Gesso
33_E+TC19+AR+LR25+D Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
W+G acartonado + Gesso
34_E+TM10+AR+LR25+ Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
DW+G Gesso
35_E+TM20+AR+LR25+ Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
DW+G Gesso
36_E+CM10+AR+LR25+
DW+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso
Tabela 13 – Tipologias de alvenaria – Casos do Grupo 1
82
Os elementos definidos para composição das coberturas são: telha cerâmica, telha de
fibrocimento de 6 mm e 10 mm de espessura e laje de concreto. Os forros, subcoberturas e
revestimentos são: forro de gesso acartonado, forro em madeira, impermeabilização com manta
asfáltica, emboço em argamassa de cimento, lã de rocha e alumínio polido. A Tabela 14
apresenta características físicas dos elementos construtivos, que foram então agrupados de
modo a compor sistemas convencionais de cobertura, conforme descrito na Tabela 15. Foram
definidos 48 componentes que formam o Grupo 2 de análise - Coberturas.

e λ ρ
CÓDIGO DESCRIÇÃO (m) (W/m.K) c (J/kg.K) (kg/m³)
COBERTURA
IM Impermeabilização com manta asfáltica (e=4mm) 0,004 0,23 1460 1000
LC Laje maciça em concreto (e=7cm) 0,07 1,75 1000 2400
LM12 Laje mista - Vigota pré-fabricada + lajota cerâmica (e=12cm) 0,095 1,05 920 1087
TC Telha cerâmica 0,013 1,05 920 2000
TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0,006 0,65 840 1700
TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0,010 0,65 840 1700
FG Forro em gesso acartonado 0,0125 0,35 840 1000
FM Forro em madeira 0,0100 0,14 2300 600
LR25 Lã de rocha (e=25mm) 0,025 0,045 700 50
AL Alumínio Polido 0,10 230,00 880 2700
AR Camada de Ar conforme NBR15.220/05

Tabela 14 - Características físicas de elementos de cobertura

COBERTURAS
01_TC Telha cerâmica
02_TC+AR+FG Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso acartonado
03_TC+AR+FM Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso base)
04_TC+AR+LC+E Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto + Emboço
05_TC+AR+LM12+E Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço
06_TC+AR+LR25+FG Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado
07_TC+AR+LR25+FM Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira
08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido
09_TC+AL+AR+FG Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso acartonado
10_TC+AL+AR+FM Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira
11_TC+AL+AR+LC+E Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça em concreto
12_TC+AL+AR+LM12+E Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço

83
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
13_TC+AL+AR+LR25+FG acartonado
14_TC+AL+AR+LR25+FM Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira
15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm)
16_TF6+AR+FG Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em gesso acartonado
17_TF6+AR+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em madeira
18_TF6+AR+LC+E Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje maciça em concreto
19_TF6+AR+LM12+E Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
20_TF6+AR+LR25+FG acartonado
21_TF6+AR+LR25+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira
22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido
23_TF6+AL+AR+FG Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso acartonado
24_TF6+AL+AR+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ regularização +Laje maciça em
25_TF6+AL+AR+LC+E concreto
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + regularização + Laje mista
26_TF6+AL+AR+LM12+E (lajota) + Emboço
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
27_TF6+AL+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
28_TF6+AL+AR+LR25+FM Forro em madeira
29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm)
30_TF10+AR+FG Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em gesso acartonado
31_TF10+AR+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em madeira
32_TF10+AR+LC+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje maciça em concreto
33_TF10+AR+LM12+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
34_TF10+AR+LR25+FG acartonado
35_TF10+AR+LR25+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira
36_TF10+AL Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
37_TF10+AL+AR+FG Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso acartonado
38_TF10+AL+AR+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira
39_TF10+AL+AR+LC+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça em concreto
40_TF10+AL+AR+LM12+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
41_TF10+AL+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
42_TF10+AL+AR+LR25+FM Forro em madeira
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
43_(RE+IM+RE+LC)+E maciça em concreto + Emboço
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
44_(RE+IM+RE+LM12)+E mista (lajota)+ Emboço

Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje


45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em gesso acartonado
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em madeira
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em gesso acartonado
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em madeira
Tabela 15 - Tipologias construtivas de cobertura – Casos do Grupo 2

84
Os pisos de todos os ambientes foram definidos como sendo compostos de contrapiso
em concreto (espessura = 12 cm) acrescidos de argamassa de assentamento (espessura =
2,5cm) e piso cerâmico (espessura = 1cm). A transmitância térmica total do piso é de 3,02
W/m².K.

Todas as portas foram definidas com dimensão de 0,80m x 2,10m, constituídas de


madeira maciça de 3 cm de espessura. A condutividade térmica da madeira é de 0,15 W/m.K ,
a densidade é de 1500 kg/m³ e o calor específico é de 920 J/kg.K. A área destinada à
ventilação é de 100% da área da porta.

As janelas são compostas de esquadrias de alumínio vidro simples de 3 mm com fator solar
de 0,84. Todas as janelas, exceto a do banheiro, possuem dimensões de 1,71 x 1,00m com
folhas de correr horizontais e abertura de 50% do vão. A janela do banheiro possui dimensões
de 0,91x0,50m. As. A área destinada à ventilação é de 50% da área total da janela. As
características físicas das esquadrias foram desprezadas no balanço térmico das simulações.
As definições referentes à ocorrência de ventilação através das janelas e portas serão
detalhadas no item 3.4.8 deste trabalho.

3.4.5. Uso e Ocupação

A ocupação proposta para a residência representa um modelo de família composto por 4


(quatro) pessoas, sendo 1 (um) casal e 2 (dois) filhos. Cada quarto é ocupado por 2 (duas)
pessoas, a cozinha e a sala podem ser ocupadas por todos ao mesmo tempo, caso necessário,
e o banheiro é ocupado por uma única pessoa. Foram propostos dois padrões de ocupação
distintos: o primeiro, Figura 28, correspondente aos dias de semana e o segundo, Figura 29,
corresponde aos finais de semana. Os gráficos apresentam a quantidade de habitantes (eixo
das ordenadas) por zona - representada por diferentes cores – para intervalos de 1 hora (eixo
das abscissas). Para a verificação do desempenho segundo a NBR 15.575/2013 (ABNT, 2013)
a ocupação é desconsiderada nas simulações, conforme proposição da norma.

85
Figura 26 – Padrão de ocupação para dias úteis

Figura 27 – Padrão de ocupação para finais de semana

3.4.6. Iluminação

Nesta seção são definidas as potências de iluminação e o padrão de uso da mesma.


Definiu-se uma lâmpada por ambiente com potências distintas, em função da área do ambiente.
O uso da iluminação é dependente do padrão de ocupação de cada zona, conforme descrito no
item 3.4.5. Havendo ao menos 1 (um) ocupante em determinada zona, entre o período de 07h e
23h, considera-se o uso da iluminação na potência total indicada, conforme Tabela 16, de
maneira a verificar uma possível utilização da iluminação artificial em que seria gerado maior
dissipação de calor para os ambientes ocupados. A Figura 30 e a Figura 31 representam o

86
padrão de uso da iluminação para dias úteis e finais de semana, respectivamente, indicando a
utilização por zona (0 = desligado; 1 = em uso) em intervalos de 1 hora. A partir destes valores
foram gerados schedules de utilização da iluminação para cada zona. Para a verificação do
desempenho segundo a NBR 15.575/2013 (ABNT, 2013), o uso da iluminação é
desconsiderado nas simulações, conforme proposição da norma.

Tabela 16 – Potência instalada em cada ambiente.

Figura 28 - Padrão de uso da iluminação e equipamentos – Dias úteis

Figura 29 – Padrão de uso da iluminação e equipamento – Finais de semana


87
3.4.7. Equipamentos

A potência e o padrão de uso dos equipamentos foram estimados com base em dados de
consumo de eletrodomésticos do PROCEL (2012). A Tabela 17 apresenta a estimativa de
potência instalada por ambiente e seu padrão estimado de uso. A partir destes dados foram
geradas rotinas de utilização de equipamentos para cada zona, considerando a média de horas
de utilização diária e a quantidade de dias utilizados no mês.

Tabela 17 - Potência instalada de equipamentos em cada ambiente

A potência instalada foi considerada para efeitos de ganho de calor nos ambientes,
aplicando-se um fator de fração radiante de 0,5 para os equipamentos da sala (zona 1) e
cozinha (zona 2). Porém, o chuveiro (zona 4) não foi considerado no balanço térmico da
edificação já que grande parte do calor gerado por este equipamento seria devido a correntes
convectivas, que não são devidamente modeladas pelo software EnergyPlus (MATOS, 2007).

Para a verificação do desempenho segundo a NBR15.575/2013 (ABNT, 2013) o uso de


equipamentos é desconsiderado nas simulações, conforme proposição da norma.

3.4.8. Ventilação

A ventilação natural e a infiltração, que foram simuladas através do algoritmo


AirflowNetwork: um modelo de ventilação por rede incorporado ao software EnergyPlus,
ocorrem através de portas e janelas, nas zonas 1 a 5. Para a zona 6 (ático), quando houver,
considerou-se 1 renovação de ar por hora, conforme proposto pela NBR15.575/2013. A
abertura dos dispositivos de ventilação se dá quando a temperatura interna do ar na zona é
igual ou superior a uma temperatura de setpoint e ainda quando a temperatura interna do ar na
zona é igual ou superior à temperatura do ar externo, portanto, quando são atendidas as duas

88
condições descritas nas equações 3.34 e 3.35, resultando em um controle de abertura seletivo,
conforme indicado na Figura 32.

Tar _ zona ≥ Tsetpoint eq. 3.34

Tar _ zona ≥ Tar _ exterior eq. 3.35

Onde:

Tar_zona = Temperatura do ar na zona z;

Tar_exterior = Temperatura do ar exterior (obtido diretamente do arquivo climático);

Tsetpoint = 25ºC;

Figura 30 – Condições de aberturas das janelas

A ocorrência de ventilação é dependente ainda de uma rotina que define a


disponibilidade da ventilação, estipulada para ocorrer apenas no período compreendido entre
8:00h e 22:00h e quando há, no mínimo, uma pessoa na residência. Ou seja, neste estudo
excluiu-se uso de ventilação noturna e a possibilidade de ventilação ocorre apenas quando os
89
ocupantes da residência estão acordados. A definição do valor para a temperatura de setpoint
em 25ºC foi arbitrada para o caso base, mas os efeitos da temperatura de setpoint serão
demonstrados nos casos simulados do grupo 5, quando serão verificadas as implicações desta
temperatura nas condições de conforto, para um intervalo que varia de 16ºC a 32ºC.

Os coeficientes de pressão do vento para fachada e para cada ambiente interno foram
definidos pelo próprio software EnergyPlus, através da escolha do algoritmo
SurfaceAverageCalculation. Esta opção só pode ser adotada para edifícios de formato
retangular, como no caso deste estudo. Os coeficientes de pressão para edifícios baixos e
retangulares são obtidos através da equação 3.36 proposto por SWAMI e CHANDRA (1988).

eq.3.36

Onde:

Cp,n = valor de Cp para dado ângulo de incidência;

α = ângulo entre a direção do vento e a superfície de análise;

G = logaritmo natural da razão entre o comprimento da superfície de análise e a superfície


adjacente;

n = número de ângulos em 30º de incrementos.

A área destinada à ventilação para portas e janelas é definida através da criação do


objeto AirflowNetwork:MultiZone:Component:DetailedOpening, devendo-se realizar o
preenchimento dos campos: vertical openig; opening factor; width factor; height factor e start
height factor. O modelo do AirflowNetwork utiliza uma combinação de fatores para determinar a
área de abertura efetiva de uma janela ou porta. Por exemplo, uma janela com dimensões de
1,5m de altura por 2,00m de largura e com width factor = 0,8, height factor = 0,5 e vertical
opening = 2 (janela pivotante horizontal), quando totalmente aberta terá a área de abertura igual
a (1,5x0,5)+(2,00x0,8) = 1,2m². A definição dos fatores descritos é apresentada na Figura 33.

90
Figura 31 – Porta ou janela representando os fatores geométricos associados a abertura para ventilação.
Fonte: DOE, 2013

Pode-se ainda reduzir a área efetiva para ventilação através da inclusão do fator de
abertura (opening factor) ou ainda especificar mais de um valor para esta variável, criando vãos
intermediários, de maneira a modular a abertura destinada à ventilação e, por consequência,
modulando-se a variação da temperatura no interior da zona. As portas e janelas deste estudo
foram definidas com dois fatores de abertura, representando apenas as condições aberta e
fechada.

Para o coeficiente de descarga, foi adotado o valor de 0,65 para janelas e portas com
base em Santamouris (2002). A Tabela 18 apresenta valores para coeficiente de descarga
indicado por diversos autores.

Tabela 18 - Valores de coeficiente de descarga


91
Quando o coeficiente de descarga é igual a zero, indicando que a porta ou janela
encontra-se fechada, a infiltração é simulada através de 4 (quatro) frestas geradas
automaticamente ao redor das aberturas. O fluxo de ar que passa por estas frestas é definido
através do coeficiente de massa Cq (kg/s.m) e do expoente n (adimensional). Liddament (1986)
propõe, para portas de madeira externa sem vedação, valores médios de Cq = 0,00171 (kg/s.m)
e n= 0,59; e para janelas de metal com vedação e eixo pivotante superior, valores médios de
Cq = 0,00041 (kg/s.m) e n= 0,60. Para este trabalho foram adotados os referidos valores para
portas e janelas.

Para a verificação do desempenho segundo a NBR 15.575/2013 (ABNT, 2013), a ventilação


natural é incorporada às simulações através de valores de renovação de ar dos ambientes em
intervalos de 1 hora. Para estes casos, a norma estipula 1 (uma) renovação por hora para os
ambientes internos e áreas de ático.

3.4.9. Orientação da Edificação

Para este estudo foram definidas 8 orientações distintas, conforme demonstrado na Figura
34, de maneira a analisar a influência deste parâmetro de projeto nas condições de conforto. O
caso base foi definido como sendo orientado a 0º.

Figura 32 - Orientações da edificação em relação ao norte

92
3.4.10. Localidades

De acordo com a NBR-15220, o Brasil é dividido em oito zonas bioclimáticas relativamente


homogêneas quanto ao clima. Para este estudo foram analisadas três localidades,
caracterizadas pelas cidades de Curitiba-PR, Campinas-SP, e Natal-RN, localizadas nas zonas
bioclimáticas 1, 3 e 8, respectivamente.

Os dados climáticos foram obtidos a partir de arquivos no formato .TRY (Test Reference
Year). Segundo Goulart et al. (1998), um arquivo climático TRY é formado através de uma
metodologia baseada na eliminação de anos cujos dados contêm temperaturas médias mensais
extremas (altas ou baixas), até que se obtenha apenas um ano de dados médios. O TRY é
então uma série de dados climáticos tratados segundo uma metodologia e representa uma
situação referencial do clima do local em questão, para uso específico em um programa
computacional, sendo de difícil visualização. A utilização de arquivos TRY é de extrema
importância para estudos que avaliem a evolução da temperatura em simulações anuais, já que
os dados foram obtidos através de um único ano representativo, não existindo, portanto, saltos
ou descontinuidade nos valores que poderiam afetar a simulação do comportamento térmico da
edificação. A seguir, são descritas as condições climáticas e diretrizes construtivas, de acordo
com a NBR-15220, para cada localidade de estudo.

Curitiba – PR / Zona Bioclimática 1

Curitiba encontra-se na zona bioclimática 1 e, de acordo com a NBR-15220-3 (ABNT,


2005), são recomendadas as seguintes diretrizes construtivas e estratégias de condicionamento
térmico passivo:

• Aberturas para ventilação e sombreamento de aberturas

Aberturas para ventilação: Médias;

Sombreamento de aberturas: Permitir sol durante o período frio.

• Vedações externas

Vedações Externas: Leve;

Cobertura: Leve isolada.


93
• Estratégias de condicionamento térmico passivo

Estação de Inverno:

Aquecimento solar da edificação;

Vedações internas pesadas.

Campinas – SP / Zona Bioclimática 3

Campinas encontra-se na zona bioclimática 3 e, de acordo com a NBR-15220-3 (ABNT,


2005), são recomendadas as seguintes diretrizes construtivas e estratégias de condicionamento
térmico passivo:

• Aberturas para ventilação e sombreamento de aberturas

Aberturas para ventilação: Médias;

Sombreamento de aberturas: Permitir sol durante o inverno.

• Vedações externas

Vedações Externas: Leve refletora;

Cobertura: Leve isolada.

• Estratégias de condicionamento térmico passivo

Estação de Inverno:

Aquecimento solar da edificação;

Vedações internas pesadas.

Estação de Verão:

Ventilação cruzada.

94
Natal – RN / Zona Bioclimática 8

Natal encontra-se na zona bioclimática 8 e, de acordo com a NBR-15220-3 (ABNT,


2005), são recomendadas as seguintes diretrizes construtivas e estratégias de condicionamento
térmico passivo:

• Aberturas para ventilação e sombreamento de aberturas

Aberturas para ventilação: Grandes;

Sombreamento de aberturas: Sombrear aberturas.

• Vedações externas

Vedações Externas: Leve refletora;

Cobertura: Leve refletora.

• Estratégias de condicionamento térmico passivo

Estação de Verão:

Ventilação cruzada permanente.

95
3.5. Casos Simulados

A partir da definição de todos os parâmetros pertinentes às simulações, definiu-se um


caso base, apresentado na Tabela 19. Para o caso base, estipulou-se a utilização de paredes
externas em bloco cerâmico estrutural de 2 (dois) furos quadrados com espessura de 14cm e
com emboço em ambas as faces, totalizando 18cm de espessura. A transmitância térmica
deste componente é de 2,56 W/m².K, considerando resistências superficiais internas e externas,
e a capacidade térmica é de 135,97 kJ/m².K. A absortância das paredes externas foi definida
em α=0,5. A utilização deste componente atende à norma NBR 15.575/13 quanto à
transmitância máxima, U ≤ 3,7 W/m².K, para as zonas 3 e 8 (Campinas-SP e Natal-RN), porém,
para a zona 1 (Curitiba-PR), a transmitância máxima exigida é de U ≤ 2,5 W/m².K. Ainda assim,
por se tratar de uma solução convencional na construção de habitações no Brasil, decidiu-se
manter esta opção para o caso base, verificando seu desempenho nos casos simulados. A
capacidade térmica é atendida para as 3 (três) zonas do estudo, sendo exigido valores de CT ≥
130 kJ/m².K. As partições internas, usualmente executadas com componentes de menor
espessura, foram definidas como sendo em tijolo cerâmico de 8 (oito) furos, e=9cm, e com
revestimento em gesso em ambas as faces, totalizando 10cm de espessura. A cobertura do
caso base foi definida como sendo telha cerâmica e forro em madeira a 3m de altura, criando,
portanto, a configuração de um ático não ventilado. A transmitância térmica total da cobertura,
considerando a resistência do ático e as resistências superficiais internas e externas, é de 1,98
W/m².K. A absortância da telha foi fixada em α=0,6. A utilização deste componente atende ao
requisito mínimo da norma NBR15.575/13 quanto à transmitância máxima, ≤U 2,3 W/m².K,
para as zonas 1 e 3 (Curitiba-PR e Campinas-SP), porém não atende a exigência para a zona 8
(Natal-RN) em que se solicita U ≤ 1,5 W/m².K. Da mesma maneira, optou-se pela utilização
desta cobertura, por se tratar de um componente convencional amplamente utilizado.

Tabela 19 – Definição do caso base

96
As tabelas 20, 21, 22, 23 e 24 apresentam as definições dos casos pertencentes aos
grupos 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente.

Tabela 20 – Definição dos casos do Grupo1 – Paredes

Tabela 21- Definição dos casos do Grupo2 – Coberturas

Tabela 22 - Definição dos casos do Grupo3 – Orientação

Tabela 23 Definição dos casos do Grupo4 – Absortância das paredes

97
Tabela 24 - Definição dos casos do Grupo 5 - Ventilação

As análises dos casos definidos foram divididas em três fases distintas. A fase 1,
referente à avaliação dos componentes da envoltória de acordo com o método simplificado da
NBR15.575/13, implica na análise dos Grupos 1 e 2, verificando-se a transmitância e
capacidade térmica deste componentes isoladamente. Na fase 2, ainda referente à
NBR15.575/13, aplicou-se o método simulado, permitindo a análise dos Grupos 1, 2, 3 e 4, para
verificação da temperatura do ar no interior dos ambientes em comparação à ocorrência de
temperaturas externas para dias típicos de inverno e verão. Na fase 3, referente à norma
ASHRAE55/13, foram simulados os grupos 1, 2, 3, 4 e 5, verificando-se a quantidade de graus-
hora de calor e de frio para a residência, apresentando ainda a intensidade de
sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio, para cada caso simulado. Esta análise permitiu
a comparação entre os dois normativos, possibilitando a análise de suas limitações e
especificidades.

3.6. Sistematização dos dados de saída (outputs)

Foram selecionados os relatórios de saída através da seção Output:Variable no


EnergyPlus. Para a obtenção dos resultados foi necessário solicitar apenas três variáveis, duas
referentes ao modelo adaptativo e uma ao método simulado da NBR15575/13, sendo estas:
Temperatura externa de bulbo seco (outdoor dry bulb); Temperatura operativa para zona (Zone
Operative Temperature), Temperatura média do ar (Zone Mean Air Temperature).

Para a criação dos indicadores do modelo adaptativo, todos os resultados foram tratados
através do software Microsoft Excel, de maneira a facilitar a obtenção de cada gráfico. A
planilha (Figura 35) pode posteriormente ser traduzida em um software autônomo,
sistematizando a utilização dos indicadores criados para utilização em novos estudos.
98
Figura 33 - Interface da planilha de entrada de dados para obtenção dos indicadores

Para sua utilização, faz-se necessária a inclusão dos dados referentes à temperatura
externa e temperatura operativa para as 8760 horas do ano. A planilha permite ainda a
verificação de conforto por outras equações e limites de intervalo de conforto, através de
janelas que permitem a inserção dos valores referentes a:

• Coeficiente angular da reta (função de Tn);


• Coeficiente linear da reta (função de Tn);
• Valores máximos e mínimos para limites do intervalo de conforto;
• Valor de α para equação adaptativa;

Desta maneira, podem-se comparar, de maneira eficiente diferentes modelos de conforto


adaptativo, tais como Auliciems (1981) e Humphreys (2002), que utilizam equações e limites
distintos dos apresentados na ASHRAE 55/2013.

99
100
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos através das simulações
computacionais descritas no capítulo 3. Os resultados são apresentados nas três fases
distintas, para cada cidade. Inicialmente são apresentados os resultados dos cálculos de
transmitância térmica e capacidade térmica para paredes e coberturas (grupos 1 e 2), conforme
procedimento 1, descrito na norma NBR15575/13. A descrição detalhada do cálculo de
transmitância térmica e capacidade térmica, para cada componente de alvenaria e cobertura,
encontram-se no Apêndice A deste trabalho.

A fase 2 apresenta os resultados das análises simuladas para os grupos 1, 2, 3 e 4, de


acordo com o procedimento 2 descrito na NBR15575/13. O grupo 5, relativo à temperatura de
setpoint para ventilação, não foi avaliado, uma vez que a ventilação solicitada pela norma é
simulada mediante renovações de ar por hora.

Na terceira e última fase são simulados os cinco grupos descritos inicialmente, verificando-
se a ocorrência de graus-hora de desconforto ao frio e ao calor, bem como a intensidade do
sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio, para cada caso. Em seguida são aplicados os
indicadores de conforto, descritos no capítulo 3, para o caso base definido. Por fim, os
resultados obtidos para as três fases são comparados entre si e entre as diferentes localidades
de maneira a analisar o modelo adaptativo em questão.

101
4.1. Análise dos resultados para Curitiba-PR

AA seguir são apresentados os resultados obtidos para as três fases de análise,


relativos à cidade de Curitiba-PR, localizada na zona bioclimática 1.

4.1.1. Fase 1- NBR 15.575/13 – Método Simplificado

As propriedades térmicas dos componentes de fechamento vertical e de coberturas foram


calculadas utilizando propriedades térmicas, conforme definido na
Tabela 14, a partir de valores obtidos na NBR15220/05. No caso da análise de alvenarias, para
efeito de atendimento à norma, consideraram-se apenas os componentes que satisfazem as
condições exigidas de transmitância e capacidade térmica simultaneamente.

4.1.1.1. Grupo 1 – Paredes

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado leva
em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Transmitância térmica para paredes externas (NBR15757/13):

Zona bioclimática 01 e 02 – U≤ 2,5 (W/m².K).

• Capacidade térmica de paredes externas (NBR15757/13):

Zona bioclimática 01 a 07 - C≥130 (kJ/kg.K).

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de


alvenaria, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada composição, conforme a
Tabela 25, a seguir:

102
Componentes de Parede NBR15575

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) CT (kJ/m².K) Zona 1


01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.37 2.72 63.05 não atende
02_TC14+G Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso 0.37 2.70 108.04 não atende
03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.52 1.93 136.00 atende
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.28 3.61 154.08 não atende
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.40 2.52 335.11 não atende
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.23 4.27 185.04 não atende
07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.38 2.62 85.94 não atende
08_TC14+E Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço 0.38 2.61 130.93 não atende
09_TC19+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 0.53 1.88 158.89 atende
10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.29 3.45 176.96 não atende
11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.41 2.44 358.00 atende
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.25 4.05 207.92 não atende

13_E+TC9+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.39 2.58 90.98 não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm)
14_E+TC14+G + Gesso (caso base) 0.39 2.56 135.97 não atende

15_E+TC19+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.54 1.85 163.93 atende

16_E+TM10+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.30 3.37 182.00 não atende

17_E+TM20+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.42 2.40 363.04 atende
18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.25 3.93 212.96 não atende
19_E+TC9+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.40 2.49 113.86 não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm)
20_E+TC14+E + Emboço 0.40 2.48 158.85 atende

21_E+TC19+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 0.55 1.81 186.81 atende
22_E+TM10+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm ) + Emboço 0.31 3.23 204.89 não atende
23_E+TM20+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.43 2.33 385.92 atende
24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.27 3.74 235.85 não atende

Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha


25_TC9+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.12 0.89 29.01 não atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã
26_TC14+AR+LR25+DW+G de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.12 0.89 51.50 não atende

Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha


27_TC19+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.27 0.79 65.48 não atende

Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm)


28_TM10+AR+LR25+DW+G + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.03 0.97 31.12 não atende

Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm)


29_TM20+AR+LR25+DW+G + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.15 0.87 31.12 não atende
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa
30_CM10+AR+LR25+DW+G de gesso acartonado + Gesso 0.99 1.01 31.12 não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.14 0.88 31.12 não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm)
+ Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G Gesso 1.14 0.88 31.12 não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.29 0.77 31.12 não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.05 0.95 31.12 não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.17 0.86 31.12 não atende

Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha


36_E+CM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.01 0.99 31.12 não atende
Tabela 25 - Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR

103
A partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de elementos de alvenaria,
verifica-se que:

a. Alguns componentes atendem às exigências de capacidade térmica mínima exigida,


mas não atendem à transmitância térmica máxima, como por exemplo, a parede maciça
em concreto que tem elevada capacidade térmica, porém, elevada transmitância
térmica;

b. Os componentes listados, quando revestidos por emboço em ambas as faces, atendem


às exigências para todas as cores, com exceção do bloco cerâmico de 9 cm de
espessura;

c. Paredes que possuem revestimentos isolantes na face interna não atendem às


exigências da norma, uma vez que a capacidade térmica de cálculo é reduzida em
função do posicionamento do isolante. Devem ser consideradas, para efeito de cálculo,
apenas as parcelas de Ct, posicionadas anteriormente ao isolante térmico, reduzindo-se
expressivamente o valor da capacidade térmica total;

d. O tijolo maciço de 20 cm atende os critérios de transmitância e capacidade térmica em


todas as situações analisadas, com exceção do caso que prevê apenas revestimento na
parte interna em gesso;

O caso base do estudo, composto por alvenaria de bloco cerâmico estrutural de espessura = 14
cm, revestido em ambas as faces por emboço, atende aos critérios de capacidade térmica.
Porém, quanto à transmitância térmica, não atende, dado o valor de U menor que o exigido.

104
4.1.1.2. Grupo 2 – Coberturas

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado


leva em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Desempenho Mínimo:

Zona bioclimática 01 e 02, U ≤ 2,3 (W/m².K);

• Desempenho Intermediário:

Zona bioclimática 01 e 02, U ≤ 1,5 (W/m².K);

• Desempenho Superior:

Zona bioclimática 01 e 02, U ≤ 1,0 (W/m².K).

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de fechamento
vertical externo, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada composição de
cobertura, conforme Tabela 26, a seguir:

Componentes de Cobertura NBR15575

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) Zonas 1 e 2

01_TC Telha cerâmica 0.22 4.50 não atende


02_TC+AR+FG Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.47 2.14 não atende
03_TC+AR+FM Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso base) 0.50 1.98 não atende
04_TC+AR+LC+E Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto + Emboço 0.49 2.03 não atende
05_TC+AR+LM12+E Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.54 1.84 não atende
Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
06_TC+AR+LR25+FG acartonado 1.02 0.98 intermediário
07_TC+AR+LR25+FM Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.06 0.94 intermediário
08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 0.83 1.20 mínimo
09_TC+AL+AR+FG Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.87 1.15 mínimo
10_TC+AL+AR+FM Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira 0.90 1.11 mínimo
11_TC+AL+AR+LC+E Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça em concreto 0.89 1.12 mínimo
12_TC+AL+AR+LM12+E Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.94 1.06 mínimo
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
13_TC+AL+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.42 0.70 intermediário
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
14_TC+AL+AR+LR25+FM madeira 1.46 0.69 intermediário
15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0.22 4.56 não atende
16_TF6+AR+FG Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.46 2.15 não atende
17_TF6+AR+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em madeira 0.50 2.00 não atende
18_TF6+AR+LC+E Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje maciça em concreto 0.49 2.04 não atende
19_TF6+AR+LM12+E Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.54 1.85 não atende
105
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
20_TF6+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.02 0.98 intermediário
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
21_TF6+AR+LR25+FM madeira 1.06 0.95 intermediário
22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido 0.83 1.21 mínimo
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso
23_TF6+AL+AR+FG acartonado 0.86 1.16 mínimo
24_TF6+AL+AR+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira 0.90 1.11 mínimo
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+ regularização +Laje
25_TF6+AL+AR+LC+E maciça em concreto 0.89 1.12 mínimo
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + regularização +
26_TF6+AL+AR+LM12+E Laje mista (lajota) + Emboço 0.94 1.06 mínimo
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
27_TF6+AL+AR+LR25+FG (e=25mm) + Gesso 1.42 0.70 intermediário
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
28_TF6+AL+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 1.46 0.69 intermediário
29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0.23 4.44 não atende
30_TF10+AR+FG Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.47 2.12 não atende
31_TF10+AR+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em madeira 0.51 1.97 não atende
32_TF10+AR+LC+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje maciça em concreto 0.50 2.02 não atende
33_TF10+AR+LM12+E Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.55 1.83 não atende
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
34_TF10+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.03 0.97 intermediário
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
35_TF10+AR+LR25+FM madeira 1.06 0.94 intermediário

36_TF10+AL Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido 0.84 1.20 mínimo


Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso
37_TF10+AL+AR+FG acartonado 0.87 1.15 mínimo
38_TF10+AL+AR+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Forro em madeira 0.91 1.10 mínimo
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça em
39_TF10+AL+AR+LC+E concreto 0.90 1.12 mínimo
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Laje mista (lajota)
40_TF10+AL+AR+LM12+E + Emboço 0.95 1.06 mínimo
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
41_TF10+AL+AR+LR25+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.43 0.70 intermediário
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
42_TF10+AL+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 1.46 0.68 intermediário
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
43_(RE+IM+RE+LC)+E regularização + Laje maciça em concreto + Emboço 0.33 3.05 não atende
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
44_(RE+IM+RE+LM12)+E regularização + Laje mista (lajota)+ Emboço 0.38 2.65 não atende
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
regularização + Laje maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) +
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado 1.11 0.90 intermediário
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
regularização + Laje maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) +
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM Forro em madeira 1.14 0.87 intermediário
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
regularização +Laje mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.16 0.86 intermediário
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica (4mm) +
regularização +Laje mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM madeira 1.19 0.84 intermediário

Tabela 26 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR

106
Verifica-se, a partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de elementos de
cobertura, que:

a. Os três tipos de telhas analisadas: telha cerâmica e telha de fibrocimento de 6 mm e 10


mm, possuem valores de transmitância térmica muito próximos, com valores para
U=4,50, 4,56 e 4,44 W/m².K, respectivamente;

b. Os sistemas de coberturas compostos apenas por telhados, ou seja, que não


apresentam forros ou subcoberturas, não atendem aos critérios de transmitância térmica
exigidos;

c. A utilização de subcobertura em alumínio propicia a obtenção de nível mínimo de


desempenho sem a necessidade de utilização de ático com ar confinado;

d. Telhados de fibrocimento com espessura de 6 mm ou 10 mm só atendem ao


desempenho mínimo da norma para com a utilização de forro e isolantes (resistivos e/ou
emissivos);

e. Os casos que contêm isolante resistivo, aplicados junto ao forro ou laje, proporcionam
os melhores níveis de desempenho;

A utilização de laje sem telhado não atende ao desempenho mínimo exigido, sendo, portanto,
necessário incorporar um componente de forro (madeira ou gesso), criando um bolsão de ar
confinado entre a laje e o forro.

107
4.1.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os grupos 1, 2, 3 e 4,


referentes à análise de paredes, coberturas, orientação e absortância, respectivamente.

A análise das simulações ocorre para condições de verão e inverno, a partir da definição do
dia típico para cada situação. Os resultados demonstram as temperaturas máximas para a
condição de verão e temperaturas mínimas para a condição de inverno para cada zona térmica
da residência. O atendimento à NBR 15.575/13, para a zona bioclimática 1, ocorre quando as
temperaturas internas, em comparação às temperaturas externas, atingem os valores conforme
Tabela 27:

Condição de Verão Condição de Inverno


Dia Típico - 05/02 - Te,máx = 30,14 ºC Dia Típico - 08/07 - Te,min = 7,13 ºC

Desempenho Mínimo: Desempenho Mínimo:

Ti,máx ≤ Te, máx Ti,min ≥ (Te, min + 3 ⁰C)

Desempenho Intermediário: Desempenho Intermediário:

Ti,máx ≤ (Te, máx – 2 ⁰C) Ti,min ≥ (Te, min + 5 ⁰C)

Desempenho Superior: Desempenho Superior:

Ti,máx ≤ (Te, máx – 4 ⁰C) Ti,min ≥ (Te, min. + 7 ⁰C)

Tabela 27 – Condições limites de temperaturas para verão e inverno segundo NBR 15.575/13 para zona
bioclimática 1

4.1.2.1. Grupo 1 – Paredes

A Tabela 27 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona, verificando-se as exigências
para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13. Considera-se o
atendimento à norma quando há cumprimento das exigências para todas as zonas térmicas
analisadas.

108
Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO INVERNO
Código Descrição
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin (05/02) (08/07)
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
01_TC9+G + Gesso 31.44 9.26 30.35 9.59 32.64 9.33 32.35 9.40 31.65 9.20 NÃO ATENDE MÍNIMO
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
02_TC14+G (e=14cm) + Gesso 30.93 9.41 29.66 9.75 31.32 9.47 31.34 9.52 31.14 9.31 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
03_TC19+G + Gesso 30.21 9.78 29.03 10.09 29.85 9.82 30.26 9.83 30.70 9.54 NÃO ATENDE MÍNIMO
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 30.75 9.37 29.42 9.72 31.01 9.43 31.01 9.49 30.81 9.30 NÃO ATENDE MÍNIMO
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 28.99 10.46 28.10 10.69 28.47 10.46 28.99 10.42 29.80 10.04 MÍNIMO MÍNIMO
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 31.68 9.39 29.95 9.75 32.16 9.44 31.85 9.50 31.12 9.33 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
07_TC9+E + Emboço 31.00 9.38 29.84 9.72 31.69 9.45 31.62 9.50 31.27 9.29 NÃO ATENDE MÍNIMO
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
08_TC14+E (e=14cm) + Emboço 30.51 9.56 29.27 9.89 30.55 9.61 30.73 9.64 30.82 9.41 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
09_TC19+E + Emboço 29.77 9.94 28.70 10.24 29.34 9.97 29.83 9.96 30.41 9.64 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+
10_TM10+E Emboço 30.46 9.51 29.16 9.85 30.41 9.56 30.55 9.61 30.62 9.40 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
11_TM20+E Emboço 28.84 10.52 28.00 10.73 28.34 10.53 28.87 10.53 29.73 10.13 MÍNIMO MÍNIMO
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 31.38 9.53 29.68 9.88 31.49 9.58 31.34 9.62 30.92 9.42 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
13_E+TC9+G quadrados (e=9cm) + Gesso 31.25 9.34 30.01 9.68 31.86 9.41 31.77 9.47 31.40 9.26 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
14_E+TC14+G quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base) 30.69 9.54 29.36 9.88 30.63 9.60 30.82 9.63 30.92 9.40 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
15_E+TC19+G quadrados (e=19cm) + Gesso 30.00 9.89 28.85 10.20 29.51 9.93 29.99 9.92 30.55 9.61 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
16_E+TM10+G (e=10cm) + Gesso 30.44 9.58 29.13 9.91 30.30 9.63 30.47 9.66 30.60 9.44 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
17_E+TM20+G (e=20cm) + Gesso 28.85 10.56 28.02 10.77 28.37 10.56 28.88 10.58 29.75 10.17 MÍNIMO MÍNIMO
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) +
18_E+CM10+G Gesso 30.27 9.60 29.01 9.93 30.23 9.65 30.35 9.69 30.42 9.47 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
19_E+TC9+E quadrados (e=9cm) + Emboço 30.81 9.49 29.53 9.83 30.98 9.55 31.09 9.59 31.06 9.36 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
20_E+TC14+E quadrados (e=14cm) + Emboço 30.26 9.70 29.02 10.03 29.97 9.75 30.29 9.76 30.62 9.50 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
21_E+TC19+E quadrados (e=19cm) + Emboço 29.58 10.05 28.55 10.35 29.09 10.08 29.62 10.05 30.29 9.72 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
22_E+TM10+E (e=10cm )+ Emboço 30.14 9.72 28.90 10.04 29.81 9.77 30.10 9.79 30.41 9.54 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
23_E+TM20+E (e=20cm) + Emboço 28.71 10.61 27.94 10.82 28.29 10.61 28.79 10.62 29.69 10.26 MÍNIMO MÍNIMO
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) +
24_E+CM10+E Emboço 30.06 9.74 28.84 10.06 29.83 9.78 30.05 9.80 30.30 9.56 NÃO ATENDE MÍNIMO

109
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
25_TC9+AR+LR25 + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
+DW+G gesso acartonado + Gesso 30.79 9.96 29.71 10.22 30.57 10.01 31.01 9.97 31.47 9.59 NÃO ATENDE MÍNIMO
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
26_TC14+AR+LR2 (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
5+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.68 10.01 29.61 10.27 30.44 10.05 30.91 10.01 31.40 9.63 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
27_TC19+AR+LR2 + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
5+DW+G gesso acartonado + Gesso 30.56 10.10 29.54 10.35 30.37 10.13 30.84 10.08 31.36 9.68 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar +
28_TM10+AR+LR2 Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.66 10.02 29.61 10.28 30.44 10.06 30.91 10.02 31.40 9.64 NÃO ATENDE MÍNIMO
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar +
29_TM20+AR+LR2 Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.47 10.26 29.50 10.49 30.35 10.29 30.82 10.23 31.33 9.79 NÃO ATENDE MÍNIMO
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de
30_CM10+AR+LR2 rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.79 10.04 29.69 10.30 30.53 10.08 30.98 10.04 31.45 9.65 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha
31_E+TC9+AR+LR (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
25+DW+G Gesso 30.74 9.98 29.66 10.25 30.49 10.03 30.95 9.99 31.43 9.61 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha
32_E+TC14+AR+L (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
R25+DW+G Gesso 30.63 10.04 29.58 10.30 30.41 10.08 30.88 10.04 31.38 9.65 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha
33_E+TC19+AR+L (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
R25+DW+G Gesso 30.53 10.13 29.53 10.38 30.36 10.17 30.83 10.11 31.35 9.71 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
34_E+TM10+AR+L (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
R25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.62 10.07 29.58 10.32 30.41 10.11 30.88 10.06 31.38 9.67 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
35_E+TM20+AR+L (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
R25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.46 10.30 29.50 10.52 30.35 10.32 30.82 10.26 31.33 9.82 NÃO ATENDE MÍNIMO
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar
36_E+CM10+AR+L + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
R25+DW+G acartonado + Gesso 30.62 10.08 29.59 10.33 30.42 10.12 30.89 10.07 31.38 9.67 NÃO ATENDE MÍNIMO

Tabela 28 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR

110
A partir dos resultados das simulações, verifica-se que, para condição de verão, apenas
os casos que utilizam o tijolo maciço de 20 cm atendem às condições de desempenho mínimo
exigido pela norma. Os demais casos, inclusive a situação que utiliza o tijolo maciço de 20 cm
com isolamento térmico, não atendem ao desempenho mínimo, para as condições simuladas.

Todos os casos em que foram utilizados isolantes em conjunto com componentes de


alvenaria apresentaram desempenho insatisfatório para a condição de verão, provocando, em
alguns casos, o aumento de temperatura no interior do ambiente. Comparando o caso
01_TC9+G ao similar 25_TC9+AR +LR25+DW+G em que foi adicionado um componente
isolante, a temperatura máxima no interior da zona apresentou um acréscimo de 1,33 ºC
quando comparado à situação sem isolamento térmico. O uso do isolante prejudica o
desempenho térmico uma vez que ganhos de calor proveniente de fontes internas ou de outros
componentes da envoltória são retidos no interior do edifício. Esta condição não pode ser
generalizada e o desempenho insatisfatório de alvenarias com isolamento térmico irá depender
da existência de geração de calor interna ou fluxo de calor proveniente de outras superfícies.
Para análise adequada, estes casos devem ser simulados individualmente para cada situação
pretendida.

As zonas que apresentaram as maiores ocorrências de temperaturas internas, zona 1 e


2 (sala e cozinha), são aquelas com as superfícies externas voltadas para fachadas de maior
incidência de radiação solar (fachadas leste, oeste). Ao se analisar isoladamente apenas as
zonas 4 e 5, referentes aos dormitórios, verifica-se que os casos com componentes TC19
passariam a atender ao desempenho mínimo exigido.

Com relação à análise para o período de inverno, todas as alternativas atingiram o


desempenho mínimo, inclusive os casos com isolantes incorporados à alvenaria.

Os casos simulados não devem ser analisados isoladamente como feito anteriormente
no método simplificado. O não atendimento às exigências da norma não possui relação apenas
com os componentes de alvenaria, mas com todas as variáveis definidas para o modelo.
Entretanto, verifica-se que os resultados aqui obtidos apresentam significativa paridade com os
resultados obtidos através do método simplificado. Ambos demonstram o melhor desempenho
para o componente TC20, quando utilizado na zona bioclimática 1.

111
4.1.2.2. Grupo 2 – Coberturas

A Tabela 28 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a temperatura mínima para o dia típico de
inverno para cada zona térmica, verificando-se as exigências para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13.
Considera-se o atendimento à norma quando há cumprimento das exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO INVERNO


Código Descrição
(05/02) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
01_TC Telha cerâmica 32.48 9.30 31.54 9.53 32.37 9.33 32.58 9.36 32.70 9.17 NÃO ATENDE MÍNIMO
Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso
02_TC+AR+FG acartonado 31.06 9.48 29.70 9.81 30.93 9.53 31.13 9.57 31.27 9.34 NÃO ATENDE MÍNIMO
Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira
03_TC+AR+FM (caso base) 30.69 9.54 29.36 9.88 30.63 9.60 30.82 9.63 30.92 9.40 NÃO ATENDE MÍNIMO
04_TC+AR+LC+ Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em
E concreto + Emboço 28.87 10.06 27.68 10.39 29.24 10.09 29.16 10.15 29.03 9.99 MÍNIMO MÍNIMO
05_TC+AR+LM1 Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) +
2+E Emboço 28.87 9.99 27.66 10.31 29.21 10.02 29.12 10.08 29.05 9.91 MÍNIMO MÍNIMO
06_TC+AR+LR2 Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha
5+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 27.37 10.13 25.79 10.50 27.45 10.22 27.22 10.31 27.70 9.98 INTERMEDIARIO MÍNIMO
07_TC+AR+LR2 Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha
5+FM (e=25mm) + Forro em madeira 27.32 10.15 25.76 10.51 27.42 10.23 27.19 10.32 27.66 10.00 INTERMEDIARIO MÍNIMO

08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 29.73 9.66 28.69 9.93 29.85 9.71 29.91 9.75 30.27 9.54 NÃO ATENDE MÍNIMO
09_TC+AL+AR+ Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro
FG em gesso acartonado 28.54 9.86 27.16 10.17 28.68 9.92 28.51 9.98 28.80 9.71 MÍNIMO MÍNIMO
10_TC+AL+AR+ Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro
FM em madeira 28.44 9.89 27.06 10.20 28.60 9.95 28.42 10.01 28.70 9.74 MÍNIMO MÍNIMO
11_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje
C+E maciça em concreto 27.05 10.39 25.86 10.76 27.39 10.43 27.14 10.51 27.30 10.31 INTERMEDIARIO MÍNIMO
12_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje
M12+E mista (lajota) + Emboço 27.14 10.30 25.91 10.67 27.47 10.35 27.20 10.43 27.37 10.22 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã
13_TC+AL+AR+L de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
R25+FG acartonado 27.04 10.18 25.53 10.55 27.22 10.26 26.93 10.35 27.37 10.03 INTERMEDIARIO MÍNIMO
14_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã
R25+FM de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 27.08 10.20 25.53 10.57 27.21 10.28 26.93 10.37 27.85 10.05 INTERMEDIARIO MÍNIMO

112
15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 32.67 9.28 31.65 9.51 32.38 9.30 32.78 9.31 32.89 9.13 NÃO ATENDE MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro
16_TF6+AR+FG em gesso acartonado 31.19 9.46 29.72 9.79 30.90 9.51 31.09 9.55 31.40 9.33 NÃO ATENDE MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro
17_TF6+AR+FM em madeira 30.81 9.52 29.39 9.85 30.63 9.57 30.80 9.61 31.03 9.38 NÃO ATENDE MÍNIMO
18_TF6+AR+LC+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje
E maciça em concreto 28.94 10.04 27.76 10.36 29.31 10.07 29.23 10.12 29.15 9.96 MÍNIMO MÍNIMO
19_TF6+AR+LM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje
12+E mista (lajota) + Emboço 28.95 9.97 27.73 10.29 29.31 10.00 29.22 10.06 29.16 9.88 MÍNIMO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de
20_TF6+AR+LR2 Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
5+FG acartonado 27.38 10.13 25.81 10.50 27.46 10.22 27.24 10.30 27.72 9.97 INTERMEDIARIO MÍNIMO
21_TF6+AR+LR2 Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de
5+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 27.35 10.14 25.77 10.51 27.43 10.23 27.20 10.31 27.68 9.99 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
22_TF6+AL polido 29.66 9.64 28.67 9.90 29.79 9.68 29.83 9.73 29.89 9.51 MÍNIMO MÍNIMO
23_TF6+AL+AR+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 28.56 9.84 27.17 10.16 28.65 9.91 28.54 9.96 28.82 9.69 MÍNIMO MÍNIMO
24_TF6+AL+AR+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
FM polido + Ar+ Forro em madeira 28.46 9.87 27.04 10.19 28.57 9.94 28.40 10.00 28.73 9.72 MÍNIMO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
25_TF6+AL+AR+ polido + Ar+ regularização +Laje maciça em
LC+E concreto 27.09 10.37 25.89 10.74 27.42 10.42 27.17 10.50 27.33 10.29 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
26_TF6+AL+AR+ polido + Ar + regularização + Laje mista
LM12+E (lajota) + Emboço 27.17 10.29 25.95 10.65 27.50 10.33 27.24 10.41 27.41 10.20 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
27_TF6+AL+AR+ polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
LR25+FG em gesso acartonado 27.05 10.17 25.54 10.54 27.22 10.26 26.95 10.35 27.38 10.02 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
28_TF6+AL+AR+ polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
LR25+FM em madeira 27.00 10.19 25.49 10.56 27.18 10.27 26.86 10.36 27.34 10.04 INTERMEDIARIO MÍNIMO
29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 32.55 9.29 31.53 9.52 32.33 9.32 32.67 9.34 32.77 9.15 NÃO ATENDE MÍNIMO
30_TF10+AR+F Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro
G em gesso acartonado 31.07 9.47 29.69 9.80 30.90 9.52 31.09 9.55 31.28 9.33 NÃO ATENDE MÍNIMO
31_TF10+AR+F Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro
M em madeira 30.69 9.52 29.36 9.86 30.60 9.58 30.79 9.61 30.91 9.38 NÃO ATENDE MÍNIMO
32_TF10+AR+LC Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje
+E maciça em concreto 28.88 10.05 27.69 10.38 29.26 10.08 29.17 10.14 29.05 9.98 MÍNIMO MÍNIMO
33_TF10+AR+L Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje
M12+E mista (lajota) + Emboço 28.89 9.98 27.67 10.30 29.25 10.01 29.16 10.07 29.07 9.90 MÍNIMO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
34_TF10+AR+LR Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
25+FG acartonado 27.38 10.13 25.80 10.50 27.45 10.22 27.23 10.30 27.71 9.97 INTERMEDIARIO MÍNIMO
35_TF10+AR+LR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 27.33 10.14 25.76 10.51 27.42 10.23 27.20 10.32 27.67 9.99 INTERMEDIARIO MÍNIMO
113
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
36_TF10+AL polido 29.66 9.64 28.65 9.91 29.79 9.69 29.83 9.73 29.89 9.51 MÍNIMO MÍNIMO
37_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 28.55 9.85 27.16 10.16 28.67 9.92 28.53 9.97 28.81 9.70 MÍNIMO MÍNIMO
38_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+FM polido + Ar+ Forro em madeira 28.45 9.88 27.05 10.19 28.59 9.94 28.40 10.00 28.72 9.72 MÍNIMO MÍNIMO
39_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+LC+E polido + Ar+ Laje maciça em concreto 27.06 10.38 25.86 10.75 27.40 10.42 27.13 10.50 27.30 10.30 INTERMEDIARIO MÍNIMO
40_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+LM12+E polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 27.14 10.29 25.92 10.66 27.48 10.34 27.20 10.42 27.38 10.21 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
41_TF10+AL+AR polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
+LR25+FG em gesso acartonado 27.04 10.17 25.53 10.54 27.22 10.26 26.93 10.35 27.37 10.02 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
42_TF10+AL+AR polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
+LR25+FM em madeira 26.98 10.19 25.48 10.56 27.17 10.27 26.86 10.36 27.32 10.04 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
43_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+E maciça em concreto + Emboço 24.53 8.90 23.24 9.09 24.75 8.89 24.58 8.94 25.21 8.89 SUPERIOR MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
44_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LM12)+E mista (lajota)+ Emboço 24.93 8.85 23.59 9.05 25.16 8.85 24.98 8.90 25.62 8.81 SUPERIOR MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
45_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+AR+LR25+F maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha
G (25mm) + Forro em gesso acartonado 26.53 10.04 24.95 10.38 26.67 10.12 26.65 10.21 27.36 9.87 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
46_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+AR+LR25+F maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha
M (25mm) + Forro em madeira 26.53 10.05 24.93 10.40 26.65 10.13 26.62 10.22 27.36 9.89 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
47_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
LM12)+AR+LR25 mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) +
+FG Forro em gesso acartonado 26.55 10.01 24.97 10.35 26.70 10.09 26.67 10.18 27.37 9.84 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com
48_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
LM12)+AR+LR25 mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) +
+FM Forro em madeira 26.54 10.02 24.95 10.37 26.68 10.11 26.64 10.19 27.37 9.86 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Tabela 29 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR

114
Verifica-se que, para a condição de verão, os sistemas de cobertura que utilizam apenas
telhado, ou ainda telhado com forro simples (madeira ou placa de gesso acartonado), não
atendem às exigências mínimas estipuladas pela NBR15575/13. As composições que fazem
uso de cobertura e laje – cerâmica ou maciça em concreto – atendem ao mínimo desempenho
proposto para a condição de verão. Entretanto, para as coberturas TF6 e TF10, se incorporado
uma subcobertura de alumínio (AL), ainda que sem qualquer outro tipo de forro, atende-se à
condição de desempenho mínimo exigido.

Se analisados isoladamente os dormitórios referentes às zonas 3 e 5 e que possuem


fachadas e aberturas voltadas para a face Sul, apenas as composições sem forro não
atenderiam ao desempenho mínimo para o verão.

A utilização de laje (em concreto ou de blocos cerâmicos) atingiu o desempenho


superior para a condição de verão, desde que não incorpore forro com componente isolante
(LR25). Nestas situações a temperatura interna dos cômodos voltados à face norte (sala e
cozinha) apresentaram ganhos de temperatura da ordem de 2ºC quando comparados aos
casos de laje sem o forro. A melhor opção de cobertura foi o caso 43_(RE+IM+RE+LC)+E,
reduzindo em aproximadamente 20% a intensidade das temperaturas máximas internas em
comparação ao caso base 03_TC+AR+FM.

A incorporação do isolante radiante (folha de alumínio) como componente de


subcobertura diminuiu em aproximadamente 7% a temperatura máxima no interior da zona
térmica, quando comparado o caso base 03_TC+AR+FM ao similar 10_TC+AL+AR+FM, em
que foi adicionada a camada de alumínio.

Com relação à análise para o período de inverno, todas as alternativas obtiveram


desempenho mínimo. O caso base definido para este estudo, 03_TC+AR+FM, não apresentou
desempenho mínimo para a condição de verão, apresentando desempenho mínimo para a
condição de inverno.

Verifica-se discrepância entre os resultados da fase 1 e 2 para o caso


43_(RE+IM+RE+LC)+E e 44_(RE+IM+RE+LM12)+E. Pelo método simplificado estas situações
não atendem às exigências mínimas de transmitância térmica, entretanto, pelo método
simulado, estes casos apresentaram o melhor desempenho entre as situações simuladas.

115
4.1.2.3. Grupo 3- Orientação

A Tabela 29 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona térmica verificando-se as
exigências para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13.

Tabela 30 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 - Curitiba, PR

Z3- Z4- Z5- Z2- INVERN


Cód VERÃO
Descrição Quarto1 Sanitário Quarto2 Z1-Estar Cozinha O
. (05/02) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
0º de inclinação em relação ao NÃO
0
Norte 30.69 9.54 29.36 9.88 30.63 9.60 30.82 9.63 30.92 9.40 ATENDE MÍNIMO
45º de inclinação em relação NÃO
45 ao Norte 31.33 9.54 30.34 9.88 31.35 9.60 31.08 9.64 31.22 9.40 ATENDE MÍNIMO
90º de inclinação em relação NÃO
90 ao Norte 31.52 9.54 30.81 9.89 31.44 9.60 30.65 9.64 31.15 9.40 ATENDE MÍNIMO
135º de inclinação em relação NÃO
135 ao Norte 31.50 9.54 30.53 9.89 31.39 9.60 30.70 9.63 32.33 9.38 ATENDE MÍNIMO
180º de inclinação em relação NÃO
180 ao Norte 30.94 9.55 29.34 9.90 30.42 9.61 30.43 9.62 32.73 9.38 ATENDE MÍNIMO
225º de inclinação em relação NÃO
225 ao Norte 31.21 9.56 29.99 9.90 30.64 9.61 31.08 9.62 33.32 9.38 ATENDE MÍNIMO
270º de inclinação em relação NÃO
270 ao Norte 30.50 9.56 30.11 9.90 30.50 9.61 31.49 9.62 32.51 9.38 ATENDE MÍNIMO
315º de inclinação em relação NÃO
315 ao Norte 30.86 9.54 29.90 9.88 30.65 9.60 31.43 9.62 32.27 9.38 ATENDE MÍNIMO

É possível verificar, a partir dos resultados obtidos para as diferentes orientações, que
para a condição de verão nenhuma situação atinge ao mínimo desempenho. Com relação às
condições de inverno, todas as orientações obtiveram desempenho mínimo. As variações na
temperatura máxima foram mais sensíveis à variação da orientação do que se comparada às
variações sofridas nas temperaturas mínimas. Isto se deve à incidência de radiação solar que
possibilita a elevação nos ganhos de carga térmica como resultado da orientação da edificação.

O caso base disposto a 0º em relação ao norte não atende aos níveis mínimos de
desempenho para as condições de verão, e possui desempenho mínimo para as condições de
inverno.

116
4.1.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A Tabela 30 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona térmica (correspondente aos
cômodos da residência), verificando-se as exigências para o atendimento ao método simulado
proposto na NBR15575/13. Considera-se o atendimento à norma quando há cumprimento das
exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

Z4- VERÃO INVERNO


Cód. Descrição Z3-Quarto1 Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha (05/02) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
Absortância à radiação
0.1 solar = 0,1 - paredes cor
clara 28.43 9.46 27.82 9.78 28.49 9.53 29.07 9.57 28.97 9.33 MÍNIMO MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,2 - paredes cor
0.2 clara 29.06 9.48 28.24 9.81 29.00 9.55 29.51 9.59 29.49 9.35 MÍNIMO MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,3 - paredes cor
0.3 clara 29.61 9.50 28.64 9.83 29.54 9.56 29.94 9.60 29.98 9.36 MÍNIMO MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,4 - paredes cor NÃO
0.4 média 30.15 9.52 29.02 9.86 30.08 9.58 30.38 9.62 30.45 9.38 ATENDE MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,5 - paredes cor NÃO
0.5 média 30.69 9.54 29.36 9.88 30.63 9.60 30.82 9.63 30.92 9.40 ATENDE MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,6 - paredes cor NÃO
0.6 média 31.21 9.56 29.69 9.90 31.15 9.61 31.24 9.64 31.35 9.41 ATENDE MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,7 - paredes cor NÃO
0.7 escura 31.72 9.57 30.02 9.93 31.67 9.63 31.65 9.66 31.77 9.43 ATENDE MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,8 - paredes cor NÃO
0.8 escura 32.21 9.59 30.34 9.95 32.18 9.64 32.06 9.67 32.18 9.44 ATENDE MÍNIMO
Absortância à radiação
solar = 0,9 - paredes cor NÃO
0.9 escura 32.70 9.61 30.67 9.97 32.74 9.66 32.47 9.69 32.58 9.46 ATENDE MÍNIMO

Tabela 31 - Desempenho térmico de paredes para diferentes absortâncias de acordo com o método
simulado da NBR15.575/13 – Curitiba, PR

Conforme os resultados obtidos, para a condição de verão, os casos com absortância das
vedações verticais externas para valores acima de 0,4 não atendem às exigências mínimas
solicitadas pela norma. Para as condições de inverno, todas as situações analisadas atendem
ao desempenho mínimo requerido. Para a zona 1, a alteração da absortância de 0,1 para 0,9
representou o acréscimo de 4,26ºC na temperatura máxima no interior do ambiente. A variação
na absortância apresentou maior influência na variação das temperaturas máximas se
comparada às variações de temperaturas mínimas, demonstrando significativa importância
como instrumento de redução da carga térmica no interior de edifícios.

117
4.1.3. Fase 3- ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os cinco grupos definidos
anteriormente para a cidade de Curitiba-PR, de acordo com o modelo adaptativo proposto na
norma ASHRAE55/13. Os resultados apresentados são separados por grupos de análise,
demonstrando-se a quantidade anual de graus-hora de desconforto total ao frio e ao calor.
Estas duas últimas análises são ainda correlacionadas ao sobrearrefecimento e
sobreaquecimento médio, respectivamente. Os componentes simulados estão demonstrados
em ordem crescente de conforto para cada situação.

A Figura 36 apresenta, para a cidade de Curitiba, a ocorrência das temperaturas externas,


temperatura predominante externa (Tpe) e temperatura neutra (Tn), para todo o ano. A
temperatura neutra varia entre a máxima de 24,74ºC no mês de agosto, e mínima de 20,04ºC
em dezembro, com temperaturas limites, para 90% de usuários satisfeitos, entre 16,54ºC e
28,24ºC.

Figura 34 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,7,
Curitiba – PR, baseado em arquivo TRY, 1969

118
4.1.3.1. Grupo 1 – Paredes

A seguir são apresentados os resultados da fase 3 para as composições de paredes. A


Figura 37 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total; A Figura 38 apresenta a
quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio;
A Figura 39 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.1.2.1

Figura 35 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total. – Curitiba, PR

Figura 36 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Curitiba,


PR
119
Figura 37 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR

A partir dos resultados apresentados, pode-se observar que os sistemas de alvenaria


que utilizaram o componente TM20 (tijolo maciço de 20cm), ainda que revestidos apenas
internamente com gesso, foram os que obtiveram a menor quantidade de graus-hora de
desconforto total (frio e calor), seguidos das alvenarias compostas do TC19. As paredes
composta pelo CM10 apresentaram resultados também satisfatórios, dado a elevada
capacidade térmica do concreto de C=180 kJ/m².K, possibilitando a redução sensível do
desconforto ao frio.

Os piores casos, para graus-hora de desconforto total foram os que combinaram


componentes de maior transmitância térmica e menor capacidade térmica, como o TC9 que
possui, sem revestimentos, U=2,84 W/m².K e C=58,01 kJ/m².K e o TC14 que possui sem
revestimentos, U=2,83 W/m².K e C=103 kJ/m².K, seguido das paredes com o TM10 que possui
sem revestimentos, U=3,7 W/m².K e C=154 kJ/m².K.

Os casos de paredes em que se incorporou isolamento resistivo (lã de rocha)


apresentaram melhor desempenho ao frio do que quando comparados às condições de calor,
como se pode verificar pela comparação entre a Figura 38 e Figura 39.

120
Verifica-se ainda elevada quantidade de ºCh de desconforto ao frio se comparado ao
calor. Em média, o desconforto ao frio, para os componentes analisados, foi 67,7 vezes maior
do que o desconforto ao calor. A situação extrema ocorreu para o caso 23_E+TM20+E, em que
a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio foi 433,54 vezes maior do que as horas de
desconforto ao calor, dado que para este caso, o desconforto ao calor foi de apenas 28,83 ºCh,
enquanto o desconforto ao frio atingiu 12.498,52 ºCh. O maior desconforto ao frio ocorreu para
o caso 01_TC9+G, totalizando 17.557,05 ºCh anuais. O maior desconforto ao calor também foi
observado para o caso 01_TC9+G, totalizando 464,85 ºCh.

Nota-se ainda que a variação do sobrearrefecimento foi menor quando comparada à


variação do sobreaquecimento. A primeira variável obteve média de – 2,60 ºC com um desvio
padrão de 0,12, enquanto a segunda obteve média de 0,74 ºC com um desvio padrão de 0,13.
Observa-se que, na média, a intensidade do desconforto ao calor é mais amena do que o
desconforto ao frio, que apresenta intensidades de desconforto maiores.

A Tabela 31 apresenta a comparação dos resultados obtidos na fase 2, referente à


norma NBR 15757, em relação aos resultados obtidos para o modelo adaptativos, fase 3,
ordenados do melhor ao pior caso para graus-hora de desconforto total. Nota-se que os
melhores casos de desempenho obtidos na fase 3 apresentam também os melhores
desempenhos na fase 2, nestes casos, atingindo desempenho mínimo para as condições de
verão e inverno. Entretanto ao se comparar a relação entre condições de inverno e verão entre
as duas metodologias, nota-se uma inversão de resultados. O modelo adaptativo apresentou
maior desconforto ao frio para todas as situações, enquanto o modelo da NBR15575
apresentou melhor desempenho para a condição de inverno. Ao se comparar, entretanto, a
ocorrência de temperaturas máximas internas da fase 2, Tabela 27, à ocorrência de graus-hora
de desconforto ao calor, Figura 39, observa-se que ambos os casos apresentam paridade
quanto ao desconforto dos casos simulados. Se os casos simulados na fase 2 fossem
ordenados em ordem decrescente de ocorrência de temperaturas máximas, teríamos uma
classificação muito similar à encontrada na Figura 39. A discrepância nos resultados entre os
dois modelos deve-se apenas ao método de avaliação de conforto distinto. A Figura 36
apresenta valores elevados de temperatura neutra (Tn) quando comparados à ocorrência de
temperaturas externas (TBS), prenunciando que o desconforto ao frio tenderia a ser mais
elevado do que o desconforto ao calor.

121
Sar. NBR 15575 / Saq. NBR 15575 / CT U
SIMULAÇÕES GHfrio (ºC) Inverno GHcalor (ºC) Verão GHtotal (kJ/m².K) (W/m².K)

01_TC9+G 17559.05 -2.87 MÍNIMO 464.85 1.12 NÃO ATENDE 18023.90 63.05 2.72

13_E+TC9+G 16700.25 -2.79 MÍNIMO 374.28 0.91 NÃO ATENDE 17074.53 90.98 2.58

07_TC9+E 16622.21 -2.80 MÍNIMO 326.43 0.84 NÃO ATENDE 16948.64 85.94 2.62

02_TC14+G 16323.85 -2.78 MÍNIMO 286.34 0.82 NÃO ATENDE 16610.19 108.04 2.70

04_TM10+G 15925.92 -2.78 MÍNIMO 247.01 0.81 NÃO ATENDE 16172.94 154.08 3.61

19_E+TC9+E 15783.85 -2.72 MÍNIMO 255.76 0.79 NÃO ATENDE 16039.61 113.86 2.49

08_TC14+E 15502.00 -2.70 MÍNIMO 197.20 0.70 NÃO ATENDE 15699.21 130.93 2.61

14_E+TC14+G 15396.89 -2.69 MÍNIMO 217.59 0.74 NÃO ATENDE 15614.48 135.97 2.56

10_TM10+E 15317.82 -2.71 MÍNIMO 184.64 0.70 NÃO ATENDE 15502.47 176.96 3.45

25_TC9+AR+LR25+DW+G 15017.60 -2.53 MÍNIMO 231.23 0.81 NÃO ATENDE 15248.83 29.01 0.89

16_E+TM10+G 14926.60 -2.68 MÍNIMO 178.97 0.68 NÃO ATENDE 15105.58 182.00 3.37

31_E+TC9+AR+LR25+DW+G 14802.29 -2.52 MÍNIMO 219.48 0.78 NÃO ATENDE 15021.77 31.12 0.88

26_TC14+AR+LR25+DW+G 14721.66 -2.51 MÍNIMO 209.21 0.77 NÃO ATENDE 14930.87 51.50 0.89

06_CM10+G 14478.24 -2.68 MÍNIMO 439.27 1.04 NÃO ATENDE 14917.51 185.04 4.27

18_E+CM10+G 14731.01 -2.68 MÍNIMO 166.79 0.68 NÃO ATENDE 14897.81 212.96 3.93
28_TM10+AR+LR25+DW+G 14666.72 -2.50 MÍNIMO 208.15 0.78 NÃO ATENDE 14874.87 31.12 0.97
03_TC19+G 14722.36 -2.61 MÍNIMO 136.72 0.75 NÃO ATENDE 14859.08 136.00 1.93

20_E+TC14+E 14664.86 -2.62 MÍNIMO 148.43 0.70 NÃO ATENDE 14813.30 158.85 2.48

32_E+TC14+AR+LR25+DW+G 14549.30 -2.49 MÍNIMO 202.68 0.76 NÃO ATENDE 14751.98 31.12 0.88

34_E+TM10+AR+LR25+DW+G 14518.46 -2.49 MÍNIMO 202.88 0.75 NÃO ATENDE 14721.34 31.12 0.95

36_E+CM10+AR+LR25+DW+G 14510.96 -2.49 MÍNIMO 203.85 0.76 NÃO ATENDE 14714.82 31.12 0.99
27_TC19+AR+LR25+DW+G 14490.84 -2.48 MÍNIMO 193.88 0.76 NÃO ATENDE 14684.72 65.48 0.79
30_CM10+AR+LR25+DW+G 14350.08 -2.48 MÍNIMO 226.08 0.81 NÃO ATENDE 14576.16 31.12 1.01

33_E+TC19+AR+LR25+DW+G 14380.84 -2.47 MÍNIMO 191.46 0.76 NÃO ATENDE 14572.30 31.12 0.77

22_E+TM10+E 14418.44 -2.63 MÍNIMO 132.34 0.65 NÃO ATENDE 14550.78 204.89 3.23
29_TM20+AR+LR25+DW+G 14357.76 -2.47 MÍNIMO 188.39 0.74 NÃO ATENDE 14546.15 31.12 0.87

35_E+TM20+AR+LR25+DW+G 14294.56 -2.46 MÍNIMO 188.45 0.74 NÃO ATENDE 14483.01 31.12 0.86
24_E+CM10+E 14320.62 -2.64 MÍNIMO 129.41 0.67 NÃO ATENDE 14450.03 235.85 3.74
12_CM10+E 13935.67 -2.64 MÍNIMO 343.77 0.98 NÃO ATENDE 14279.43 207.92 4.05

15_E+TC19+G 14076.47 -2.56 MÍNIMO 108.15 0.65 NÃO ATENDE 14184.62 163.93 1.85

09_TC19+E 14093.67 -2.56 MÍNIMO 88.90 0.65 NÃO ATENDE 14182.58 158.89 1.88

21_E+TC19+E 13535.36 -2.51 MÍNIMO 70.83 0.61 NÃO ATENDE 13606.19 186.81 1.81

05_TM20+G 12983.08 -2.50 MÍNIMO 35.89 0.50 MÍNIMO 13018.97 335.11 2.52

11_TM20+E 12825.89 -2.49 MÍNIMO 31.24 0.51 MÍNIMO 12857.13 358.00 2.44

17_E+TM20+G 12592.99 -2.47 MÍNIMO 32.14 0.52 MÍNIMO 12625.12 363.04 2.40

23_E+TM20+E 12469.69 -2.45 MÍNIMO 28.83 0.48 MÍNIMO 12498.52 385.92 2.33

Tabela 32- Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G1 – Paredes – Curitiba, PR

122
4.1.3.2. Grupo 2 – Coberturas

A seguir são apresentados os resultados para as composições de coberturas. A Figura


40 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total. A Figura 41 apresenta a
quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio;
A Figura 42 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.1.2.2.

Figura 38 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR

Figura 39 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio –


Curitiba, PR
123
Figura 40 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR

Os resultados obtidos demonstram que a menor quantidade de graus-hora desconforto


ocorre quando se utiliza um sistema de cobertura composto por laje e forro. Esta configuração
reduziu o desconforto ao frio, porém, a melhor composição para a evitar o desconforto de calor
são as que apresentam telhado com subcobertura de alumínio, e forro com isolamento. Os
casos que apresentaram esta configuração praticamente não apresentaram desconforto ao
calor.

Os piores casos para graus-hora de desconforto foram os que continham apenas


telhado, sem laje ou forro, possuindo elevadas transmitâncias térmicas e possibilitando a
condução de calor diretamente para o interior das zonas térmicas. A adição do ático é capaz de
reduzir em 17,20% o desconforto, se comparados, por exemplo, o caso 15_TF6 ao similar com
ático, 19_TF6+AR+LM12+E.

A utilização da subcobertura em alumínio reduz significativamente o desconforto,


melhorando o desempenho térmico da edificação, gerando redução de 9,60% na quantidade de

124
graus-hora de desconforto total, se comparados os casos 01_TC ao similar incorporando-se a
subcobertura em alumínio, 08_TC+AL.

Assim como observado na análise dos casos de paredes, verifica-se elevada quantidade
de ºCh de desconforto ao frio em relação ao calor. Em média, o desconforto ao frio, para os
componentes analisados, foi 5600 vezes maior do que o desconforto ao calor. O maior
desconforto ao frio ocorreu para o caso 16_TF6+AR+FG, totalizando 15.625,42 ºCh, enquanto o
maior desconforto ao calor ocorreu para o caso 15_TF6, totalizando 691 ºCh. Nota-se que a
variação do sobreaquecimento é maior em relação à variação do sobrearrefecimento que se
mantêm entre -2,37 ºC e -2,76 ºC, enquanto o sobreaquecimento varia de 0,11 a 1,11ºC. Os
casos com maior intensidade de sobreaquecimento foram também os que apresentaram o
maior desconforto ao calor, conforme Figura 42.

A Tabela 32 apresenta a comparação dos resultados obtidos na fase 2, referente à


norma NBR 15757, aos resultados obtidos para o modelo adaptativo, fase 3, ordenados do
melhor ao pior caso, para graus-hora de desconforto total.

Sar NBR 15575 / Saq NBR 15575 / U


SIMULAÇÕES GHfrio (ºC) Inverno GHcalor (ºC) Verão GHtotal (W/m².K)

15_TF6 15512.07 -2.76 MÍNIMO 691.35 1.11 NÃO ATENDE 16203.42 4.56

29_TF10 15459.60 -2.74 MÍNIMO 666.15 1.08 NÃO ATENDE 16125.75 4.44

01_TC 15461.29 -2.74 MÍNIMO 657.48 1.07 NÃO ATENDE 16118.77 4.50

16_TF6+AR+FG 15625.42 -2.73 MÍNIMO 280.59 0.86 NÃO ATENDE 15906.01 2.15

30_TF10+AR+FG 15607.66 -2.73 MÍNIMO 272.14 0.83 NÃO ATENDE 15879.80 2.12

02_TC+AR+FG 15610.12 -2.72 MÍNIMO 267.98 0.83 NÃO ATENDE 15878.10 2.14

17_TF6+AR+FM 15415.10 -2.70 MÍNIMO 227.90 0.77 NÃO ATENDE 15643.00 2.00

31_TF10+AR+FM 15397.06 -2.70 MÍNIMO 221.21 0.74 NÃO ATENDE 15618.27 1.97

03_TC+AR+FM 15396.89 -2.69 MÍNIMO 217.59 0.74 NÃO ATENDE 15614.48 1.98

44_(RE+IM+RE+LM12)+E 14994.23 -2.73 MÍNIMO 193.16 0.71 SUPERIOR 15187.39 2.65

23_TF6+AL+AR+FG 14729.01 -2.57 MÍNIMO 26.52 0.48 MÍNIMO 14755.52 1.16

37_TF10+AL+AR+FG 14710.09 -2.57 MÍNIMO 26.34 0.47 MÍNIMO 14736.43 1.15

09_TC+AL+AR+FG 14695.49 -2.56 MÍNIMO 25.89 0.54 MÍNIMO 14721.38 1.15

22_TF6+AL 14489.14 -2.59 MÍNIMO 142.80 0.66 MÍNIMO 14631.94 1.21

24_TF6+AL+AR+FM 14596.66 -2.56 MÍNIMO 22.64 0.51 MÍNIMO 14619.30 1.11

38_TF10+AL+AR+FM 14577.35 -2.55 MÍNIMO 22.64 0.53 MÍNIMO 14599.99 1.10

36_TF10+AL 14453.84 -2.59 MÍNIMO 141.28 0.64 MÍNIMO 14595.12 1.20

125
10_TC+AL+AR+FM 14560.59 -2.55 MÍNIMO 22.13 0.52 MÍNIMO 14582.72 1.11

08_TC+AL 14419.77 -2.58 MÍNIMO 138.39 0.65 NÃO ATENDE 14558.16 1.20

43_(RE+IM+RE+LC)+E 14319.90 -2.72 MÍNIMO 172.91 0.68 SUPERIOR 14492.81 3.05

19_TF6+AR+LM12+E 13367.55 -2.54 MÍNIMO 48.67 0.60 MÍNIMO 13416.22 1.85

20_TF6+AR+LR25+FG 13389.16 -2.40 MÍNIMO 1.84 0.35 INTERMEDIARIO 13391.01 0.98

34_TF10+AR+LR25+FG 13387.90 -2.39 MÍNIMO 1.82 0.35 INTERMEDIARIO 13389.73 0.97

06_TC+AR+LR25+FG 13384.67 -2.39 MÍNIMO 1.83 0.35 INTERMEDIARIO 13386.50 0.98

33_TF10+AR+LM12+E 13324.52 -2.54 MÍNIMO 44.23 0.56 MÍNIMO 13368.74 1.83

05_TC+AR+LM12+E 13321.21 -2.54 MÍNIMO 41.87 0.55 MÍNIMO 13363.08 1.84

27_TF6+AL+AR+LR25+FG 13330.61 -2.38 MÍNIMO 0.77 0.17 INTERMEDIARIO 13331.38 0.70

41_TF10+AL+AR+LR25+FG 13322.44 -2.37 MÍNIMO 0.74 0.16 INTERMEDIARIO 13323.18 0.70

13_TC+AL+AR+LR25+FG 13314.27 -2.37 MÍNIMO 0.72 0.16 INTERMEDIARIO 13314.99 0.70

21_TF6+AR+LR25+FM 13293.52 -2.39 MÍNIMO 1.75 0.34 INTERMEDIARIO 13295.28 0.95

35_TF10+AR+LR25+FM 13288.35 -2.39 MÍNIMO 1.72 0.33 INTERMEDIARIO 13290.07 0.94

07_TC+AR+LR25+FM 13282.95 -2.39 MÍNIMO 1.69 0.33 INTERMEDIARIO 13284.64 0.94

28_TF6+AL+AR+LR25+FM 13225.61 -2.37 MÍNIMO 0.57 0.12 INTERMEDIARIO 13226.18 0.69

42_TF10+AL+AR+LR25+FM 13214.67 -2.37 MÍNIMO 0.59 0.12 INTERMEDIARIO 13215.26 0.68

18_TF6+AR+LC+E 13160.58 -2.55 MÍNIMO 48.59 0.53 MÍNIMO 13209.16 2.04

14_TC+AL+AR+LR25+FM 13207.63 -2.37 MÍNIMO 0.54 0.11 INTERMEDIARIO 13208.17 0.69

26_TF6+AL+AR+LM12+E 13191.08 -2.47 MÍNIMO 1.41 0.30 INTERMEDIARIO 13192.49 1.06

04_TC+AR+LC+E 13127.75 -2.54 MÍNIMO 41.64 0.53 MÍNIMO 13169.39 2.03

32_TF10+AR+LC+E 13124.23 -2.55 MÍNIMO 44.06 0.55 MÍNIMO 13168.28 2.02

40_TF10+AL+AR+LM12+E 13158.73 -2.47 MÍNIMO 1.35 0.29 INTERMEDIARIO 13160.09 1.06

12_TC+AL+AR+LM12+E 13145.44 -2.47 MÍNIMO 1.22 0.26 INTERMEDIARIO 13146.66 1.06

25_TF6+AL+AR+LC+E 13093.20 -2.47 MÍNIMO 1.05 0.22 INTERMEDIARIO 13094.26 1.12

39_TF10+AL+AR+LC+E 13062.61 -2.47 MÍNIMO 1.01 0.24 INTERMEDIARIO 13063.61 1.12

11_TC+AL+AR+LC+E 13050.43 -2.47 MÍNIMO 0.88 0.20 INTERMEDIARIO 13051.31 1.12


47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR
25+FG 13024.89 -2.39 MÍNIMO 2.31 0.47 INTERMEDIARIO 13027.20 0.86
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR
25+FM 12929.83 -2.38 MÍNIMO 2.15 0.44 INTERMEDIARIO 12931.98 0.84
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25
+FG 12891.67 -2.38 MÍNIMO 2.01 0.41 INTERMEDIARIO 12893.68 0.90
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25
+FM 12803.08 -2.37 MÍNIMO 1.86 0.38 INTERMEDIARIO 12804.93 0.87

Tabela 33 – Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G2 - Coberturas – Curitiba, PR

126
Como se pode observar, da mesma maneira que ocorrido nos casos de parede, a
classificação dos casos simulados é equivalente entre os dois métodos de análise. Os piores
casos são aqueles que, de maneira geral, apresentam maiores valores de transmitância térmica
enquanto os melhores são os que apresentam valores de transmitância térmica reduzida. Deve-
se ressaltar que diferenças na classificação dos casos entre os dois modelos ocorrem devido a
não inclusão de cargas térmicas internas nas simulações da NBR 15575/13. Os casos
43_(RE+IM+RE+LC)+E e 44_(RE+IM+RE+LM12)+E apresentaram desempenho superior
segundo classificação da NBR 15575/13, devido a inexistências de cargas térmicas internas
naquele modelo de cálculo. Ao se introduzir cargas térmicas de uso e ocupação, estes
componentes não permitem a saída de calor gerado no interior do ambiente, aumentando as
temperaturas no interior das zonas térmicas e reduzindo o desempenho térmico da edificação.
Ressalta-se que o modelo proposto pela norma NBR 15.575/13, ao desconsiderar o uso e a
ocupação, pode distorcer o comportamento térmico real, quando da utilização da residência.

Novamente, o desempenho comparado entre verão e inverno para os dois modelos de


análise apresentam condições inversas, com desempenho térmico elevado para o inverno e
reduzido para o verão, segundo o método de análise da NBR15575/13, e elevado para o verão
e reduzido para o inverno, segundo o método de análise da ASHRAE55/13.

4.1.3.3. Grupo 3 – Orientação

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes orientações da


edificação. A Figura 43 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total. A Figura 44
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do
sobrearrefecimento médio; A Figura 45 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto
ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

127
Figura 41 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR

Figura 42 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio –


Curitiba, PR

128
Figura 43 - Grupo 3 / Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Curitiba, PR

A análise de diferentes orientações para a residência não apresentou diferenças


significativas na alteração do desconforto total. O desconforto ao frio manteve-se próximo aos
16000,00ºCh para todos os casos, com diferença máxima entre os casos 90º e 180º de
324,50ºCh. O desconforto ao calor apresentou a maior variação entre os casos 225º e 0º,
reduzindo em 28,46% a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor. Ao se analisar o
desconforto total, verifica-se que a baixa variação entre as diferentes orientações deve-se ao
fato de que o desconforto ao frio é extremamente elevado e pouco se altera com variações na
orientação, uniformizando assim a análise global. O melhor caso entre as orientações
simuladas foi obtido com a implantação a 90º, totalizando 15.533,59ºCh de desconforto total.

4.1.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes valores de


absortância dos elementos de vedação vertical externo. A Figura 46 apresenta a quantidade de
graus hora de desconforto total. A Figura 47 apresenta a quantidade de graus-hora de
desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio. A Figura 48 apresenta a
quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

129
Figura 44 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR

Figura 45 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio –


Curitiba, PR

130
Figura 46 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Curitiba, PR

A partir dos resultados obtidos para diferentes absortâncias dos componentes de alvenaria,
verifica-se que o desconforto ao frio e ao calor apresenta relação direta com valores de
absortância dos componentes de parede voltados à face externa do edifício. A modificação de
valores de absortância altera de maneira inversa o desconforto ao frio e ao calor, sendo que
quanto maior a absortância, maior o desconforto ao calor e menor o desconforto ao frio. O
melhor desempenho ocorreu para absortância α= 0,9, já que esta opção apresentou a menor
quantidade de horas desconfortáveis ao frio, entretanto, esta é também a opção com a maior
quantidade de horas desconfortáveis ao calor.

Em comparação com os resultados da segunda fase, Tabela 33, percebe-se que para
condição de inverno, o incremento da absortância não afeta o desempenho mínimo – obtido
para todas as situações - enquanto para condição de verão, apenas valores até 0,3 atenderiam
ao desempenho mínimo exigido, demonstrando novamente que as condições de inverno,
segundo a NBR15575/13, apresentam-se mais adequadas do que as condições de verão;
situação inversa da obtida através da metodologia da AHSRAE55/10.

131
NBR 15575 /
SIMULAÇÕES GHfrio Sar (ºC) Inverno GHcalor Saq (ºC) NBR 15575 / Verão GHtotal

0,1 19417.83 -3.02 MÍNIMO 20.52 0.47 MÍNIMO 19438.35

0,2 18234.31 -2.95 MÍNIMO 49.95 0.46 MÍNIMO 18284.26

0,3 17210.07 -2.87 MÍNIMO 98.01 0.62 MÍNIMO 17308.08

0,4 16306.21 -2.78 MÍNIMO 163.18 0.78 NÃO ATENDE 16469.39

0,5 15500.17 -2.73 MÍNIMO 244.67 0.75 NÃO ATENDE 15744.83

0,6 14780.95 -2.68 MÍNIMO 345.33 0.90 NÃO ATENDE 15126.27

0,7 14126.61 -2.62 MÍNIMO 462.39 1.07 NÃO ATENDE 14589.00

0,8 13535.01 -2.58 MÍNIMO 598.06 1.09 NÃO ATENDE 14133.08

0,9 12998.23 -2.55 MÍNIMO 756.55 1.05 NÃO ATENDE 13754.78

Tabela 34 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G4 – Absortância – Curitiba, PR

4.1.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint de ventilação natural

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes temperaturas de


setpoint para ventilação natural. Esta análise ocorre exclusivamente paras os casos simulados
do modelo adaptativo. A Figura 49 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total.
A Figura 50 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do
sobrearrefecimento médio. A Figura 51 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto
ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

Figura 47 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto total – Curitiba, PR

132
Através da análise dos resultados apresentados, pode-se verificar que a temperatura de
setpoint apresenta um valor ótimo para obtenção do menor desconforto total. Com esta
temperatura de setpoint obtém-se o menor desconforto ao frio e ao calor, assumindo-se,
portanto, representar um comportamento humano adaptativo, que busca a menor condição de
desconforto possível, abrindo e fechando janelas conforme necessidade de adaptação ao
comportamento térmico da edificação. A variação da temperatura de setpoint passou a
influenciar as condições de desconforto ao calor a partir dos 26ºC, mantendo-se constante até
então. Para a condição de desconforto ao frio, as variações passaram a não surtir efeito a partir
dos 22ºC. A temperatura ótima para ocorrência da ventilação, quando há a menor quantidade
de graus horas de desconforto ao frio e ao calor, se dá aos 27ºC, totalizando 15.723,10ºCh.

Figura 48 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio


– Curitiba, PR

Figura 49 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento


médio – Curitiba, PR

133
4.1.3.6. Indicadores de conforto – Caso Base

Neste item são apresentados, para Curitiba-PR, os indicadores de conforto propostos,


de maneira a avaliar detalhadamente o comportamento térmico da edificação na situação do
caso base.

A Figura 52 e Figura 53 apresentam a classificação das horas e meses do ano,


respectivamente, entre os intervalos definidos de conforto. É possível verificar, para o caso
estudado, que o desconforto ao frio ocorre durante todas as horas do dia, com período mais
pronunciado entre 01h e 11h, atingindo a ocorrência de 97% de desconforto ao frio às 07h. Na
análise mensal, verifica-se também o desconforto ao frio durante todos os meses do ano, com
pico de desconforto para os meses de junho e julho, atingindo aproximadamente 90% das horas
com desconforto ao frio. O desconforto ao calor concentra-se entre às 12h e 21h, com pico às
17h, nos meses de outubro a março. Os meses de abril a setembro não apresentam
desconforto ao calor. O caso base apresentou 58,33% de horas desconfortáveis ao frio, 39,31%
de horas confortáveis para 80% dos usuários e 2,32% de horas desconfortáveis ao calor.

100%
90%
80%
Comfort Distribution (%)

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
horas (h)

Frio - 58.38% Conforto 80% (inf) - 8.61% Conforto 90% - 28.28%


Conforto 80% (sup) - 2.42% Calor - 2.32%

Figura 50 - Análise horária da ocorrência de conforto – Caso base – Curitiba, PR


134
100%
90%
80%
Comfort Distribution (%)

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Frio - 58.38% Conforto 80% (inf) - 8.61% Conforto 90% - 28.28%


Conforto 80% (sup) - 2.42% Calor - 2.32%

Figura 51 - Análise mensal da ocorrência de conforto - Caso base – Curitiba, PR

Para a verificação da intensidade do desconforto, faz-se necessário recorrer à análise do


indicador B, que apresenta a intensidade do sobreaquecimento e sobrearrefecimento,
demonstrado na Figura 54 e Figura 55, para análise horária e mensal, respectivamente. Nota-se
que a hora com maior ocorrência de desconforto ao calor, 17h, é também a que apresenta
maior intensidade de desconforto, com 1,20ºC em média, acima do limite estabelecido de
conforto para 80% dos usuários. Para o desconforto ao frio a situação mostra-se análoga,
apresentando maior intensidade de desconforto às 07h, com sobrearrefecimento médio de -
4,02ºC. Na análise mensal o maior desconforto ao frio ocorre em julho com sobrearrefecimento
médio de -4,66ºC, enquanto a maior intensidade de desconforto ao calor ocorre em fevereiro,
com sobreaquecimento médio de 1,20ºC.

135
4,00
3,00
Toperativa - Tlimite ( °C )
2,00
1,00
0,00
-1,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
-2,00
-3,00
-4,00
-5,00
horas (h)

Sobrearrefecimento -2.74°C Sobreaquecimento +.79°C

Figura 52 - Análise horária do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base – Curitiba, PR

4,00
3,00
Toperativa - Tlimite ( °C )

2,00
1,00
0,00
-1,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
-2,00
-3,00
-4,00
-5,00
Meses

Sobrearrefecimento -2.74°C Sobreaquecimento +.79°C

Figura 53 - Análise mensal do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base – Curitiba, PR

O Indicador C, histograma de temperaturas, pode ser verificado através da Figura 56.


Observa-se concentração das temperaturas com desconforto ao frio, conforme verificado
anteriormente. No total, foram obtidas 15.926ºCh de desconforto ao frio, frente à 203ºCh de
desconforto ao calor. O histograma apresenta um elevado espalhamento de temperaturas,

136
conforme pode ser verificado também através da Figura 57, que demonstra a função de
regressão linear para as temperaturas (y=1,0638 + 1,4529), com coeficiente de determinação
de R²=0,44. A dispersão das temperaturas, verificadas na Figura 57, demonstra uma edificação
que apresenta elevada variação na ocorrência de temperatura interna. Esta edificação
caracteriza-se por apresentar uma baixa inércia térmica em componentes de fachada e elevada
transmitância térmica nos componente de cobertura. A utilização de um sistema de cobertura
com transmitância térmica elevada (U=1,98 W/m².K) e absortância também elevada α=0,6
contribuem significativamente para a baixa condição de inércia térmica do edifício. Isto aliado a
uma condição climática que proporciona significativa alteração nas temperaturas externas gera
elevadas amplitudes de temperaturas internas.

15,00%
14,00%
13,00%
12,00%
11,00%
10,00%
Ocorrência (%)

9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
-9,0
-8,0
-7,0
-6,0
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
-12,0
-11,0
-10,0

Toperativa - Tneutra ( °C )

Calor - 2.32% | Ghcalor +203 Conforto 80% (sup) - 2.42%


Conforto 90% - 28.28% Conforto 80% (inf) - 8.61%
Frio - 58.38% | Ghfrio -15,926

137
Figura 54 - Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso base – Curitiba, PR

Figura 55 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante


externa (Tpe) – Caso base – Curitiba, PR

Pela análise anual do balanço térmico, Figura 58, pode-se verificar que grande parte do
ganho de calor é proveniente das janelas, devido à incidência de radiação solar direta no
interior dos ambientes, sendo mais expressivos nas zonas 1 e 2, que possuem aberturas
orientadas para a face norte da residência, e apresentam ganhos anuais de 3,74 GJ e 3,65 GJ,
respectivamente. Os elevados ganhos e perdas de calor na zona 6, provenientes de
transferência por superfícies opacas, corroboram a hipótese anterior a respeito da influência da
transmitância térmica da cobertura no comportamento térmico da edificação. Os ganhos
oriundos de convecção superficial somaram 1,36 GJ, enquanto as perdas totalizam 1,61 GJ. A
ocupação e equipamentos apresentam-se também como significativas fontes de calor, somando
5,66 GJ anuais, demonstrando que sua modelagem deve ser cuidadosa de maneira a evitar
distorções nos resultados. Apesar da norma NBR 15.575/13 desconsiderar estes ganhos para
efeito da análise do desempenho da residência, a simulação demonstrou que são importantes
fontes de calor, influenciando no comportamento térmico final da edificação. O ganho por

138
iluminação mostrou-se de pouco efeito no balanço térmico global devido à baixa potência
instalada das lâmpadas na residência.

A principal perda de calor ocorreu devido à ventilação interna na Zona 1, totalizando


2,41 GJ anuais. A zona 1 é o ambiente que possui a maior quantidade de nós para dissipação
da ventilação, conectando-se a todos os outros ambientes por meio de portas e ao meio externo
através de janela.

Com elevado ganho de calor proveniente de incidência de radiação solar, transferência


de calor por elementos opacos e ocupação, a ventilação natural mostrou-se ferramenta
importante para a retirada de calor do ambiente.

139
Ventilação Interna - Perda

Ventilação Interna - Ganho

Ventilação - Perda

Ventilação - Ganho

Convecção Superfícies - Perda

Convecção Superfícies - Ganho

Janelas - Perda

Janelas - Ganho

Equipamentos

Iluminação

Ocupação

-3,000 -2,000 -1,000 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000


Ganhos e Perdas (GJ)

zona1 zona2 zona3 zona4 zona5 zona6

Figura 56 – Balanço Térmico – Caso Base – Curitiba, PR

140
4.2. Análise dos resultados para Campinas-SP

A seguir são apresentados os resultados obtidos para as 3 fases de análise, conforme


descrito no item 3, relativos à cidade de Campinas – SP, localizada na zona bioclimática 3.

4.2.1. Fase 1 - NBR 15.575/13 – Método Simplificado

As propriedades térmicas dos componentes de fechamento vertical e de coberturas


foram calculadas utilizando as propriedades térmicas, conforme definido na
Tabela 14, a partir de valores obtidos na NBR15220/05. No caso da análise de alvenarias, para
efeito de atendimento à norma, consideraram-se apenas os componentes que satisfazem as
condições exigidas de transmitância e capacidade térmica simultaneamente.

4.2.1.1. Grupo 1 – Paredes

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado leva
em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Transmitância térmica para paredes externas (NBR15757/13):

Para a≤0,6 – zona bioclimática 03 a 08 – U≤ 3,7 (W/m².K)

Para a>0,6 – zona bioclimática 03 a 08 – U≤ 2,5 (W/m².K)

• Capacidade térmica de paredes externas (NBR15757/13):

Zona bioclimática 01 a 07 - C≥130 (kJ/kg.K)

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de


alvenaria, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada composição, conforme
Tabela 34.

141
Componentes de Parede NBR15575 para Zonas 3 a 8

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) CT (kJ/m².K) α<0,6 α>0,6


01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.37 2.72 63.05 não atende não atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
02_TC14+G (e=14cm) + Gesso 0.37 2.70 108.04 não atende não atende
03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.52 1.93 136.00 atende atende
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.28 3.61 154.08 atende não atende
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.40 2.52 335.11 atende não atende
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.23 4.27 185.04 não atende não atende
07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.38 2.62 85.94 não atende não atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
08_TC14+E (e=14cm) + Emboço 0.38 2.61 130.93 atende não atende
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
09_TC19+E Emboço 0.53 1.88 158.89 atende atende
10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.29 3.45 176.96 atende não atende
11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.41 2.44 358.00 atende atende
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.25 4.05 207.92 não atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
13_E+TC9+G + Gesso 0.39 2.58 90.98 não atende não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
14_E+TC14+G quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base) 0.39 2.56 135.97 atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
15_E+TC19+G (e=19cm) + Gesso 0.54 1.85 163.93 atende atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) +
16_E+TM10+G Gesso 0.30 3.37 182.00 atende não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
17_E+TM20+G Gesso 0.42 2.40 363.04 atende atende
18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.25 3.93 212.96 não atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
19_E+TC9+E + Emboço 0.40 2.49 113.86 não atende não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
20_E+TC14+E quadrados (e=14cm) + Emboço 0.40 2.48 158.85 atende atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
21_E+TC19+E (e=19cm) + Emboço 0.55 1.81 186.81 atende atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm ) +
22_E+TM10+E Emboço 0.31 3.23 204.89 atende não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
23_E+TM20+E Emboço 0.43 2.33 385.92 atende atende
24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.27 3.74 235.85 não atende não atende
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã
de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
25_TC9+AR+LR25+DW+G Gesso 1.12 0.89 29.01 não atende não atende

Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados


(e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
26_TC14+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 1.12 0.89 51.50 não atende não atende
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar +
Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
27_TC19+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.27 0.79 65.48 não atende não atende
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
28_TM10+AR+LR25+DW+G Gesso 1.03 0.97 31.12 não atende não atende
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
29_TM20+AR+LR25+DW+G Gesso 1.15 0.87 31.12 não atende não atende

Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha


30_CM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.99 1.01 31.12 não atende não atende

Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)


+ Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G acartonado + Gesso 1.14 0.88 31.12 não atende não atende

Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos


quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 1.14 0.88 31.12 não atende não atende

Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados


(e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 1.29 0.77 31.12 não atende não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar +
Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.05 0.95 31.12 não atende não atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar +
Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.17 0.86 31.12 não atende não atende
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G Gesso 1.01 0.99 31.12 não atende não atende

Tabela 35 – Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 - Campinas, SP

142
Pode-se verificar, a partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de
elementos de alvenaria que:

a. Alguns componentes atendem às exigências de capacidade térmica mínima exigida,


mas não atendem à transmitância térmica máxima, como por exemplo, a parede maciça
em concreto que tem elevada capacidade térmica, porém, elevada transmitância
térmica;

b. Os componentes listados, quando revestidos por emboço em ambas as faces, atendem


às exigências para todas as cores, com exceção do bloco cerâmico de 9cm de
espessura e da parede em concreto de 10 cm de espessura que não atendem às
exigências, independente da absortância utilizada;

c. Paredes que possuem revestimentos isolantes na face interna não atendem às


exigências da norma, uma vez que a capacidade térmica de cálculo é reduzida em
função do posicionamento do isolante. Devem ser consideradas, para efeito de cálculo
proposto em norma, apenas as parcelas de Ct, posicionadas anteriormente ao isolante
térmico, reduzindo-se expressivamente o valor da capacidade térmica total;

d. O tijolo maciço de 20 cm atende aos critérios de transmitância e capacidade térmica em


todas as situações analisadas independente da cor, com exceção do caso que prevê
revestimento na parte interna em gesso para α>0,6;

e. O caso base do estudo, composto por alvenaria de bloco cerâmico estrutural de


espessura = 14cm, revestido em ambas as faces por emboço atende aos critérios de
capacidade térmica. Porém, quanto à transmitância térmica, atende apenas para α<0,6,
dado o valor de U menor do que o exigido;

143
4.2.1.2. Grupo 2 – Coberturas

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado


leva em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Desempenho Mínimo:

Para α≤0,6 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 2,3 (W/m².K) ; Para α >0,6 – zona bioclimática 03 a
06, U ≤ 1,5 (W/m².K)

• Desempenho Intermediário:

Para α ≤0,6 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 1,5 (W/m².K) ; Para α >0,6 – zona bioclimática 03
a 06, U ≤ 1,0 (W/m².K)

• Desempenho Superior:

Para α ≤ 0,6 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 1,0 (W/m².K) ; Para α >0,6 – zona bioclimática 03
a 06, U ≤ 0,5 (W/m².K)

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de


fechamento vertical externo, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada
composição de cobertura, conforme Tabela 35.

144
Componentes de Cobertura NBR15575 para Zonas 3 a 6

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) α<0,6 α>0,6

01_TC Telha cerâmica 0.22 4.50 NÃO ATENDE NÃO ATENDE


Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso
02_TC+AR+FG acartonado 0.47 2.14 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso


03_TC+AR+FM base) 0.50 1.98 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto +
04_TC+AR+LC+E Emboço 0.49 2.03 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) +
05_TC+AR+LM12+E Emboço 0.54 1.84 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +


06_TC+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado 1.02 0.98 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +


07_TC+AR+LR25+FM Forro em madeira 1.06 0.94 SUPERIOR INTERMEDIARIO

08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 0.83 1.20 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em


09_TC+AL+AR+FG gesso acartonado 0.87 1.15 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em
10_TC+AL+AR+FM madeira 0.90 1.11 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje


11_TC+AL+AR+LC+E maciça em concreto 0.89 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje


12_TC+AL+AR+LM12+E mista (lajota) + Emboço 0.94 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de


13_TC+AL+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.42 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de


14_TC+AL+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.46 0.69 SUPERIOR INTERMEDIARIO

15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0.22 4.56 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
16_TF6+AR+FG gesso acartonado 0.46 2.15 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
17_TF6+AR+FM madeira 0.50 2.00 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje


18_TF6+AR+LC+E maciça em concreto 0.49 2.04 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista


19_TF6+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 0.54 1.85 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de


20_TF6+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.02 0.98 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de


21_TF6+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.06 0.95 SUPERIOR INTERMEDIARIO

22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido 0.83 1.21 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


23_TF6+AL+AR+FG + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.86 1.16 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


24_TF6+AL+AR+FM + Ar+ Forro em madeira 0.90 1.11 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


25_TF6+AL+AR+LC+E + Ar+ regularização +Laje maciça em concreto 0.89 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


+ Ar + regularização + Laje mista (lajota) +
26_TF6+AL+AR+LM12+E Emboço 0.94 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO

145
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido
27_TF6+AL+AR+LR25+FG + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Gesso 1.42 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido
+ Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
28_TF6+AL+AR+LR25+FM madeira 1.46 0.69 SUPERIOR INTERMEDIARIO

29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0.23 4.44 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
30_TF10+AR+FG gesso acartonado 0.47 2.12 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
31_TF10+AR+FM madeira 0.51 1.97 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje


32_TF10+AR+LC+E maciça em concreto 0.50 2.02 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje
33_TF10+AR+LM12+E mista (lajota) + Emboço 0.55 1.83 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
34_TF10+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.03 0.97 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de


35_TF10+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.06 0.94 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
36_TF10+AL polido 0.84 1.20 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
37_TF10+AL+AR+FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.87 1.15 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


38_TF10+AL+AR+FM polido + Ar+ Forro em madeira 0.91 1.10 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


39_TF10+AL+AR+LC+E polido + Ar+ Laje maciça em concreto 0.90 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


40_TF10+AL+AR+LM12+E polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.95 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
41_TF10+AL+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.43 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
42_TF10+AL+AR+LR25+FM madeira 1.46 0.68 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
43_(RE+IM+RE+LC)+E em concreto + Emboço 0.33 3.05 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje mista
44_(RE+IM+RE+LM12)+E (lajota)+ Emboço 0.38 2.65 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG em gesso acartonado 1.11 0.90 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM em madeira 1.14 0.87 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.16 0.86 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM madeira 1.19 0.84 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Tabela 36 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 - Campinas, SP

146
Pode-se verificar, a partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de
elementos de cobertura que:

a. Os três tipos de telhas analisadas, telha cerâmica, telha de fibrocimento de 6 mm e de


10 mm, possuem valores de transmitância térmica muito próximos, com valores para
U=4,50, 4,56 e 4,44 W/m².K, respectivamente ;

b. Os sistemas de coberturas compostos apenas por telhados, ou seja, que não


apresentem forros ou subcoberturas, não atendem aos critérios de transmitância térmica
exigido, independente da absortância da telha;

c. A utilização de subcobertura em alumínio, para os de telhados analisados, propicia a


obtenção de nível intermediário de desempenho sem a necessidade de utilização de
ático com ar confinado;

d. Todos os sistemas de forro analisado, utilizado em conjunto com qualquer cobertura


definida, atendem aos critérios mínimos exigidos pela norma, para α<0,6;

e. Telhados de fibrocimento com espessura de 6mm ou 10mm só atendem a norma para


α>0,6, com a utilização de forro e isolantes (resistivos e/ou radiantes);

f. Os casos que contém isolante resistivo, aplicados junto ao forro ou laje, proporcionam
os melhores níveis de desempenho;

g. A utilização de laje sem telhado não atende ao desempenho mínimo exigido, sendo,
portanto, necessário incorporar um componente de forro (madeira ou gesso), criando um
bolsão de ar confinado entre a laje e o forro;

147
4.2.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os grupos 1, 2, 3 e 4,


referentes à analise de paredes, coberturas, orientação e absortância, respectivamente.

A análise das simulações ocorre para condições de verão e inverno, a partir da definição do
dia típico para cada situação. Os resultados demonstram as temperaturas máximas, para a
condição de verão e temperaturas mínimas, para a condição de inverno, para cada zona
térmica da residência. O atendimento à NBR 15.575/13, para a zona 3, ocorre quando as
temperaturas internas, em comparação às temperaturas externas, atingem os seguintes
valores:

Condição de Verão Condição de Inverno


Dia Típico 19/04 - Te,máx = 31,65ºC Dia Típico 08/07 - Te,min = 7,55 ºC

Desempenho Mínimo: Desempenho Mínimo:

Ti,máx ≤ Te, máx Ti,min ≥ (Te, min + 3 ⁰C)

Desempenho Intermediário: Desempenho Intermediário:

Ti,máx ≤ (Te, máx – 2 ⁰C) Ti,min ≥ (Te, min + 5 ⁰C)

Desempenho Superior: Desempenho Superior:

Ti,máx ≤ (Te, máx – 4 ⁰C) Ti,min ≥ (Te, min + 7 ⁰C)

4.2.2.1. Grupo 1 – Paredes

A Tabela 35 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona térmica (correspondente aos
cômodos da residência), verificando-se as exigências para o atendimento ao método simulado
proposto na NBR15575/13. Considera-se o atendimento à norma quando há cumprimento das
exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

148
Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO INVERNO
Código Descrição
(19/04) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
01_TC9+G + Gesso 31.73 13.88 30.70 14.59 31.84 13.96 32.76 14.13 33.31 13.82 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
02_TC14+G (e=14cm) + Gesso 31.08 14.25 30.10 14.94 31.03 14.34 31.96 14.45 32.66 14.08 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
03_TC19+G + Gesso 30.38 14.92 29.57 15.54 30.16 15.00 31.00 15.02 31.98 14.49 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 30.86 14.20 29.91 14.89 30.77 14.29 31.75 14.41 32.46 14.07 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 29.48 15.62 29.00 16.12 29.21 15.67 30.10 15.62 31.33 14.99 MÍNIMO SUPERIOR
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 31.44 14.19 30.30 14.87 31.34 14.27 32.50 14.40 33.01 14.07 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
07_TC9+E + Emboço 31.21 14.16 30.27 14.86 31.26 14.25 32.13 14.37 32.83 14.01 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
08_TC14+E (e=14cm) + Emboço 30.69 14.52 29.78 15.18 30.55 14.61 31.46 14.68 32.26 14.25 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
09_TC19+E + Emboço 30.05 15.14 29.34 15.73 29.82 15.22 30.64 15.21 31.73 14.64 NÃO ATENDE SUPERIOR
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+
10_TM10+E Emboço 30.58 14.43 29.70 15.10 30.41 14.53 31.37 14.61 32.18 14.22 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
11_TM20+E Emboço 29.39 15.74 28.95 16.23 29.14 15.79 30.02 15.73 31.27 15.08 MÍNIMO SUPERIOR
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 31.17 14.41 30.08 15.07 30.98 14.49 32.11 14.59 32.70 14.22 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
13_E+TC9+G quadrados (e=9cm) + Gesso 31.41 14.12 30.39 14.83 31.41 14.22 32.30 14.34 32.98 13.99 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
14_E+TC14+G quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base) 30.78 14.51 29.83 15.19 30.61 14.61 31.54 14.68 32.32 14.25 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
15_E+TC19+G quadrados (e=19cm) + Gesso 30.17 15.10 29.42 15.70 29.93 15.18 30.75 15.17 31.83 14.61 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
16_E+TM10+G (e=10cm) + Gesso 30.54 14.51 29.67 15.17 30.35 14.60 31.32 14.68 32.15 14.27 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
17_E+TM20+G (e=20cm) + Gesso 29.40 15.78 28.96 16.25 29.15 15.83 30.03 15.76 31.28 15.10 MÍNIMO SUPERIOR
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) +
18_E+CM10+G Gesso 30.42 14.50 29.60 15.15 30.25 14.59 31.24 14.67 32.08 14.28 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
19_E+TC9+E quadrados (e=9cm) + Emboço 30.95 14.41 29.98 15.09 30.84 14.50 31.77 14.59 32.50 14.18 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
20_E+TC14+E quadrados (e=14cm) + Emboço 30.41 14.77 29.57 15.41 30.19 14.86 31.10 14.89 31.99 14.42 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
21_E+TC19+E quadrados (e=19cm) + Emboço 29.88 15.30 29.22 15.88 29.63 15.37 30.45 15.34 31.59 14.74 MÍNIMO SUPERIOR
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
22_E+TM10+E (e=10cm )+ Emboço 30.30 14.73 29.50 15.36 30.06 14.82 31.01 14.86 31.93 14.41 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
23_E+TM20+E (e=20cm) + Emboço 29.33 15.90 28.92 16.35 29.11 15.94 29.97 15.86 31.23 15.18 MÍNIMO SUPERIOR
149
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) +
24_E+CM10+E Emboço 30.24 14.70 29.48 15.32 30.02 14.78 30.99 14.84 31.93 14.40 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm)
25_TC9+AR+LR25 + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
+DW+G gesso acartonado + Gesso 30.92 15.32 30.07 15.88 30.79 15.40 31.53 15.34 32.45 14.66 NÃO ATENDE SUPERIOR
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
26_TC14+AR+LR2 (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
5+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.80 15.41 29.98 15.96 30.68 15.49 31.42 15.41 32.37 14.72 NÃO ATENDE SUPERIOR
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm)
27_TC19+AR+LR2 + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
5+DW+G gesso acartonado + Gesso 30.73 15.52 29.94 16.05 30.62 15.59 31.36 15.50 32.33 14.78 NÃO ATENDE SUPERIOR
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar +
28_TM10+AR+LR2 Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.80 15.43 29.98 15.98 30.68 15.51 31.41 15.43 32.37 14.73 NÃO ATENDE SUPERIOR
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar +
29_TM20+AR+LR2 Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.72 15.65 29.94 16.15 30.63 15.72 31.36 15.61 32.33 14.87 NÃO ATENDE SUPERIOR
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de
30_CM10+AR+LR2 rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 30.87 15.45 30.04 15.99 30.74 15.52 31.48 15.44 32.42 14.74 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha
31_E+TC9+AR+LR (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
25+DW+G Gesso 30.85 15.37 30.01 15.93 30.72 15.45 31.46 15.38 32.40 14.70 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha
32_E+TC14+AR+L (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
R25+DW+G Gesso 30.77 15.46 29.96 16.00 30.65 15.54 31.38 15.45 32.35 14.75 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos
quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha
33_E+TC19+AR+L (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
R25+DW+G Gesso 30.72 15.56 29.93 16.08 30.61 15.63 31.35 15.53 32.32 14.81 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
34_E+TM10+AR+L (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
R25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.77 15.48 29.96 16.01 30.66 15.55 31.39 15.47 32.35 14.76 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm
35_E+TM20+AR+L (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
R25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 30.72 15.68 29.95 16.17 30.64 15.74 31.36 15.64 32.34 14.88 NÃO ATENDE SUPERIOR
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar
36_E+CM10+AR+L + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
R25+DW+G acartonado + Gesso 30.78 15.48 29.97 16.02 30.66 15.56 31.40 15.47 32.36 14.76 NÃO ATENDE SUPERIOR

Tabela 37 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 - Campinas, SP

150
Verifica-se, a partir dos resultados obtidos para as composições de elementos de
alvenaria, que para a condição de verão apenas os componentes que utilizam o tijolo maciço de
20 cm atendem às condições mínimas solicitadas por norma, exceto quando utilizado em
conjunto com elementos isolantes. Ou seja, para todos os outros componentes, a máxima
temperatura interna ultrapassa a máxima temperatura externa para o dia típico de verão.

O uso de isolantes nas alvenarias não se mostrou eficaz para a condição de verão,
elevando a temperatura no interior da edificação. A sala (zona 1), que apresenta paredes
voltadas para norte e oeste, obteve acréscimo de 1,10⁰C em relação à temperatura máxima
quando comparado o caso 23_E+TM20+E ao similar 35_E+TM20+AR+LR25+DW+G, em que
foi adicionado um componente isolante. O uso do isolante prejudica o desempenho térmico,
uma vez que ganhos de calor proveniente de outras fontes, principalmente da cobertura, são
retidos no interior do edifício. Esta não é uma condição que pode ser generalizada, e o
desempenho de alvenarias com isolamento irá depender da existência de fluxos de calor para o
ambiente interno advindos de outras superfícies ou fontes. Para análise adequada, devem ser
simulados individualmente para cada situação pretendida.

As zonas que apresentaram as maiores ocorrências de temperaturas internas, zonas 1 e


2 (sala e cozinha), são aquelas com as superfícies externas voltadas para fachadas de maior
incidência de radiação solar (fachadas leste, oeste e norte). Ao se analisar isoladamente as
zonas 1 e 2, referentes aos dormitórios, verifica-se que, com exceção do caso 01_TC9+G,
todos os outros componentes atendem às exigências mínimas da norma, e ainda, alcançam
níveis intermediários quando utilizado o componente TM20 (tijolo cerâmico maciço de 20 cm).

Com relação à análise para o período de inverno, todas as alternativas atingiram ao


menos o desempenho intermediário, com casos de desempenho superior para situações em
que se adicionou o componente isolante ao sistema de alvenaria e para os casos em que se
utilizou o TM20 (tijolo cerâmico maciço de 20 cm).

Os casos simulados não devem ser analisados isoladamente, como feitos anteriormente
no método simplificado. O não atendimento às exigências da norma não possui relação apenas
com os componentes de alvenaria, mas com todas as variáveis definidas para o modelo, em
especial com a cobertura utilizada no caso base, responsável por uma parcela significativa do
ganho de calor no edifício.

151
4.2.2.2. Grupo 2 – Coberturas

A Tabela 37 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a temperatura mínima para o dia típico
de inverno para cada zona térmica (correspondente aos cômodos da residência), verificando-se as exigências para o atendimento
ao método simulado proposto na NBR15575/13. Considera-se o desempenho se há cumprimento das exigências para todas as
zonas térmicas analisadas.

Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO INVERNO


Código Descrição
(19/04) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
01_TC Telha cerâmica 31.72 14.01 31.01 14.47 31.56 14.05 32.53 14.09 33.22 13.79 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso
02_TC+AR+FG acartonado 30.96 14.40 30.04 15.05 30.77 14.49 31.71 14.55 32.85 14.17 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira
03_TC+AR+FM (caso base) 30.85 14.51 29.87 15.19 30.64 14.61 31.59 14.68 32.71 14.27 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
04_TC+AR+LC+ Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em
E concreto + Emboço 29.76 15.35 28.85 16.03 29.66 15.47 30.38 15.55 31.27 15.10 MÍNIMO SUPERIOR
05_TC+AR+LM1 Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) +
2+E Emboço 29.81 15.32 28.87 16.01 29.70 15.45 30.45 15.54 31.35 15.06 MÍNIMO SUPERIOR
06_TC+AR+LR2 Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha
5+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 29.53 15.72 28.49 16.57 29.32 15.91 30.17 16.04 31.49 15.40 MÍNIMO SUPERIOR
07_TC+AR+LR2 Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha
5+FM (e=25mm) + Forro em madeira 29.50 15.75 28.44 16.60 29.29 15.94 30.14 16.07 31.46 15.43 MÍNIMO SUPERIOR
08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 30.58 14.54 29.85 15.05 30.46 14.60 31.28 14.68 32.22 14.33 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
09_TC+AL+AR+ Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro
FG em gesso acartonado 29.91 15.02 29.07 15.72 29.82 15.14 30.57 15.23 31.65 14.77 MÍNIMO SUPERIOR
10_TC+AL+AR+ Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro
FM em madeira 29.87 15.09 29.00 15.80 29.77 15.21 30.51 15.31 31.62 14.83 MÍNIMO SUPERIOR
11_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje
C+E maciça em concreto 29.05 15.82 28.17 16.58 28.90 15.97 29.56 16.09 30.57 15.55 MÍNIMO SUPERIOR
12_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje
M12+E mista (lajota) + Emboço 29.13 15.77 28.18 16.53 28.96 15.92 29.66 16.05 30.69 15.50 MÍNIMO SUPERIOR
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã
13_TC+AL+AR+L de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
R25+FG acartonado 29.38 15.79 28.31 16.65 29.16 15.99 30.01 16.13 31.32 15.47 MÍNIMO SUPERIOR

152
14_TC+AL+AR+L Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã
R25+FM de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 29.34 15.83 28.26 16.69 29.12 16.02 29.98 16.16 31.27 15.50 MÍNIMO SUPERIOR
15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 31.81 14.00 31.06 14.44 31.57 14.04 32.60 14.10 33.58 13.79 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro
16_TF6+AR+FG em gesso acartonado 30.97 14.39 30.04 15.03 30.73 14.47 31.70 14.53 32.89 14.15 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro
17_TF6+AR+FM em madeira 30.83 14.49 29.89 15.16 30.62 14.59 31.57 14.66 32.77 14.25 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
18_TF6+AR+LC+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje
E maciça em concreto 29.79 15.30 28.89 15.99 29.70 15.42 30.42 15.50 31.33 15.05 MÍNIMO SUPERIOR
19_TF6+AR+LM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje
12+E mista (lajota) + Emboço 29.86 15.29 28.92 15.97 29.76 15.41 30.50 15.50 31.41 15.02 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de
20_TF6+AR+LR2 Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
5+FG acartonado 29.53 15.71 28.50 16.56 29.33 15.90 30.18 16.03 31.51 15.39 MÍNIMO SUPERIOR
21_TF6+AR+LR2 Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de
5+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 29.51 15.75 28.45 16.60 29.29 15.94 30.15 16.07 31.47 15.42 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
22_TF6+AL polido 30.58 14.51 29.84 15.01 30.43 14.57 31.28 14.66 32.26 14.30 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
23_TF6+AL+AR+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 29.91 15.01 29.06 15.70 29.81 15.13 30.57 15.22 31.66 14.76 NÃO ATENDE SUPERIOR
24_TF6+AL+AR+ Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
FM polido + Ar+ Forro em madeira 29.86 15.08 29.00 15.78 29.76 15.20 30.52 15.30 31.63 14.81 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
25_TF6+AL+AR+ polido + Ar+ regularização +Laje maciça em
LC+E concreto 29.07 15.81 28.19 16.55 28.92 15.95 29.58 16.07 30.60 15.53 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
26_TF6+AL+AR+ polido + Ar + regularização + Laje mista
LM12+E (lajota) + Emboço 29.14 15.76 28.20 16.50 28.97 15.91 29.68 16.03 30.73 15.48 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
27_TF6+AL+AR+ polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
LR25+FG em gesso acartonado 29.39 15.80 28.33 16.65 29.18 15.99 30.02 16.13 31.33 15.47 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio
28_TF6+AL+AR+ polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
LR25+FM em madeira 29.35 15.83 28.28 16.68 29.13 16.02 29.98 16.16 31.28 15.50 MÍNIMO SUPERIOR
29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 31.77 14.01 31.03 14.46 31.56 14.05 32.56 14.10 33.54 13.81 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
30_TF10+AR+F Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro
G em gesso acartonado 30.94 14.41 30.03 15.05 30.75 14.49 31.69 14.55 32.86 14.16 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
31_TF10+AR+F Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro
M em madeira 30.83 14.52 29.87 15.18 30.63 14.61 31.58 14.68 32.73 14.26 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
32_TF10+AR+LC Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje
+E maciça em concreto 29.77 15.34 28.86 16.02 29.68 15.45 30.39 15.54 31.29 15.08 MÍNIMO SUPERIOR
33_TF10+AR+L Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje
M12+E mista (lajota) + Emboço 29.82 15.31 28.88 16.00 29.71 15.43 30.46 15.52 31.37 15.04 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
34_TF10+AR+LR Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
25+FG acartonado 29.53 15.72 28.49 16.57 29.32 15.91 30.18 16.04 31.50 15.40 MÍNIMO SUPERIOR

153
35_TF10+AR+LR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 29.51 15.74 28.45 16.60 29.29 15.93 30.15 16.07 31.46 15.42 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
36_TF10+AL polido 30.58 14.52 29.84 15.03 30.45 14.59 31.28 14.67 32.23 14.32 NÃO ATENDE INTERMEDIÁRIO
37_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 29.91 15.01 29.07 15.70 29.82 15.13 30.57 15.22 31.65 14.77 NÃO ATENDE SUPERIOR
38_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+FM polido + Ar+ Forro em madeira 29.87 15.08 29.00 15.79 29.77 15.20 30.51 15.30 31.62 14.82 MÍNIMO SUPERIOR
39_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+LC+E polido + Ar+ Laje maciça em concreto 29.06 15.81 28.18 16.57 28.91 15.96 29.57 16.08 30.58 15.54 MÍNIMO SUPERIOR
40_TF10+AL+AR Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
+LM12+E polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 29.13 15.76 28.19 16.52 28.97 15.91 29.67 16.04 30.71 15.49 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
41_TF10+AL+AR polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
+LR25+FG em gesso acartonado 29.38 15.79 28.32 16.65 29.16 15.98 30.01 16.12 31.32 15.47 MÍNIMO SUPERIOR
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
42_TF10+AL+AR polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
+LR25+FM em madeira 29.29 15.82 28.23 16.68 29.10 16.01 29.93 16.15 30.88 15.48 MÍNIMO SUPERIOR
Regularização + Impermeabilização com
43_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+E maciça em concreto + Emboço 27.14 14.38 26.20 14.90 26.91 14.47 27.76 14.56 29.05 14.15 INTERMEDIARIO INTERMEDIÁRIO

Regularização + Impermeabilização com


44_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LM12)+E mista (lajota)+ Emboço 27.46 14.35 26.48 14.90 27.21 14.44 28.13 14.54 29.43 14.10 INTERMEDIARIO INTERMEDIÁRIO
Regularização + Impermeabilização com
45_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+AR+LR25+F maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha
G (25mm) + Forro em gesso acartonado 29.04 15.68 27.93 16.51 28.77 15.87 29.93 16.02 31.43 15.36 MÍNIMO SUPERIOR
Regularização + Impermeabilização com
46_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
LC)+AR+LR25+F maciça em concreto + Ar + Lã de Rocha
M (25mm) + Forro em madeira 29.03 15.70 27.91 16.53 28.75 15.89 29.91 16.04 31.42 15.38 MÍNIMO SUPERIOR
Regularização + Impermeabilização com
47_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
LM12)+AR+LR25 mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) +
+FG Forro em gesso acartonado 29.05 15.67 27.94 16.49 28.78 15.85 29.94 16.00 31.44 15.34 MÍNIMO SUPERIOR
Regularização + Impermeabilização com
48_(RE+IM+RE+ manta asfáltica (4mm) + regularização +Laje
LM12)+AR+LR25 mista (lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) +
+FM Forro em madeira 29.04 15.69 27.91 16.51 28.76 15.87 29.92 16.02 31.43 15.36 MÍNIMO SUPERIOR

Tabela 38 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR15.575/13 - Campinas, SP

154
Verifica-se que, para a condição de verão, os sistemas de cobertura que utilizam apenas
telhado, ou ainda telhado com forro simples (madeira ou placa de gesso acartonado), não
atendem às exigências mínimas estipuladas pela NBR15575/13. As composições que fazem
uso de cobertura e laje – cerâmica ou maciça em concreto – atendem ao mínimo desempenho
proposto para a condição de verão.

Se analisados isoladamente os dormitórios, referentes às zonas 3 e 5, que possuem


fachadas e aberturas voltadas para a face sul, apenas as composições sem forro não
atenderiam ao desempenho mínimo para o verão.

A utilização de laje (em concreto ou de blocos cerâmicos) atingiu o desempenho


intermediário para a condição de verão, desde que não incorpore forro com componente
isolante (LR25). Nestas situações, a temperatura interna dos cômodos voltados à face norte
(sala e cozinha) apresentaram ganhos de temperatura da ordem de 10% quando comparados
aos casos de laje sem o forro. A melhor opção de cobertura foi o caso 43_(RE+IM+RE+LC)+E,
reduzindo em aproximadamente 12% a intensidade das temperaturas internas em comparação
ao caso base 03_TC+AR+FM.

A incorporação da barreira radiante (folha de alumínio) como componente de


subcobertura diminuiu em aproximadamente 3% a intensidade da temperatura máxima no
interior da zona térmica, quando comparado o caso base 03_TC+AR+FM ao similar
10_TC+AL+AR+FM, em que foi adicionada a camada de alumínio.

Com relação à análise para o período de inverno, grande parte das alternativas alcançou
desempenho superior, com exceção dos casos que apresentaram telhado sem ático e dos
casos de laje sem forro. Tal fato deve-se à maior dissipação de calor através da cobertura,
mantendo as temperaturas em níveis mais baixos no inverno.

O caso base definido para este estudo, 03_TC+AR+FM, não apresentou desempenho
mínimo para a condição de verão, entretanto, apresentou condições intermediárias para a
condição de inverno.

155
4.2.2.3. Grupo 3- Orientação

A Tabela 38 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona térmica, verificando-se as
exigências para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13.

Z3- Z4- Z5- Z2-


Có Quarto1 Sanitário Quarto2 Z1-Estar Cozinha VERÃO INVERNO
Descrição
d. (19/04) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
0º de inclinação em NÃO INTERMEDIÁ
0
relação ao Norte 30.78 14.51 29.83 15.19 30.61 14.61 31.54 14.68 32.32 14.25 ATENDE RIO
45º de inclinação INTERMEDIÁ
45 em relação ao Norte 30.47 14.53 29.84 15.20 31.01 14.63 31.40 14.73 31.53 14.28 MÍNIMO RIO
90º de inclinação INTERMEDIÁ
90 em relação ao Norte 30.79 14.52 30.35 15.20 31.56 14.63 31.27 14.73 31.11 14.26 MÍNIMO RIO
135º de inclinação INTERMEDIÁ
135 em relação ao Norte 31.16 14.50 30.78 15.18 31.65 14.61 30.88 14.68 30.95 14.18 MÍNIMO RIO
180º de inclinação INTERMEDIÁ
180 em relação ao Norte 31.54 14.54 31.04 15.22 31.51 14.65 30.67 14.67 31.59 14.15 MÍNIMO RIO
225º de inclinação NÃO INTERMEDIÁ
225 em relação ao Norte 31.62 14.60 30.49 15.26 30.87 14.70 30.53 14.68 32.17 14.17 ATENDE RIO
270º de inclinação NÃO INTERMEDIÁ
270 em relação ao Norte 31.74 14.60 30.13 15.26 30.53 14.69 30.83 14.68 32.63 14.19 ATENDE RIO
315º de inclinação NÃO INTERMEDIÁ
315 em relação ao Norte 31.23 14.53 29.85 15.20 30.36 14.63 31.23 14.65 32.49 14.20 ATENDE RIO

Tabela 39 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 - Campinas, SP

É possível verificar, a partir dos resultados obtidos para as diferentes orientações, que
para a condição de verão o desempenho mínimo só é atingido para orientações dispostas entre
45º e 180º em relação ao norte. Este resultado deve-se ao fato de ocorrerem diminuições nas
temperaturas máximas da sala e cozinha (zonas 1 e 2), quando o edifício encontra-se
implantado de maneira a reduzir a incidência de radiação solar nestas zonas. Entretanto, é
possível perceber que esta alteração ocasiona um acréscimo de temperatura máxima no interior
dos dormitórios, localizados na porção oposta da residência.

Com relação às condições de inverno, todas as orientações obtiveram desempenho


intermediário. O caso base, disposto a 0º em relação ao norte, não atende aos níveis mínimos
de desempenho para as condições de verão, ao passo que possui desempenho intermediário
para as condições de inverno.

156
4.2.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A Tabela 39 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão e a


temperatura mínima para o dia típico de inverno para cada zona térmica (correspondente aos
cômodos da residência), verificando-se as exigências para o atendimento ao método simulado
proposto na NBR15575/13. Considera-se o desempenho se há cumprimento das exigências
para todas as zonas térmicas analisadas.

Z4- Z2-
Z3-Quarto1 Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Cozinha VERÃO INVERNO
Cód. Descrição
(19/04) (08/07)
Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin Tmax Tmin
Absortância à radiação
0.1 solar = 0,1 - paredes cor INTERMEDIÁRI
clara 29.22 14.46 28.73 15.13 29.26 14.57 29.93 14.64 30.39 14.18 MÍNIMO O
Absortância à radiação
solar = 0,2 - paredes cor INTERMEDIÁRI
0.2 clara 29.65 14.48 29.03 15.14 29.61 14.58 30.34 14.65 30.93 14.20 MÍNIMO O
Absortância à radiação
solar = 0,3 - paredes cor INTERMEDIÁRI
0.3 clara 30.04 14.49 29.31 15.16 29.94 14.59 30.73 14.66 31.40 14.22 MÍNIMO O
Absortância à radiação
solar = 0,4 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.4 média 30.41 14.50 29.58 15.17 30.27 14.60 31.13 14.67 31.85 14.23 ATENDE O
Absortância à radiação
solar = 0,5 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.5 média 30.78 14.51 29.83 15.19 30.61 14.61 31.54 14.68 32.32 14.25 ATENDE O
Absortância à radiação
solar = 0,6 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.6 média 31.15 14.53 30.09 15.20 30.94 14.62 31.96 14.69 32.79 14.27 ATENDE O
Absortância à radiação
solar = 0,7 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.7 escura 31.52 14.54 30.35 15.21 31.28 14.63 32.37 14.70 33.25 14.29 ATENDE O
Absortância à radiação
solar = 0,8 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.8 escura 31.89 14.55 30.61 15.23 31.62 14.64 32.78 14.71 33.70 14.30 ATENDE O
Absortância à radiação
solar = 0,9 - paredes cor NÃO INTERMEDIÁRI
0.9 escura 32.25 14.56 30.86 15.24 31.95 14.65 33.18 14.71 34.15 14.32 ATENDE O

Tabela 40 - Desempenho térmico de paredes para diferentes absortâncias de acordo com o método
simulado da NBR15.575/13 - Campinas, SP

A partir dos resultados obtidos para diferentes absortâncias dos componentes de alvenaria,
pode-se verificar que apenas valores de α ≤ 0,3 atendem ao desempenho mínimo para a
condição de verão. O incremento de 0,1 no valor de α representa, na média, o acréscimo de
1,1% no valor das temperaturas máximas para casos analisados, podendo chegar a 1,8% de
acréscimo, se comparados os casos da zona 2 (cozinha) para α = 0,1 e α = 0,2.

157
Os ambientes que mais sofrem alteração nas temperaturas internas são aqueles com maior
exposição à incidência de radiação solar direta, como nos casos da sala (zona 1) e cozinha
(zona 2).

Para a condição de inverno todas as situações obtiveram desempenho intermediário, e o


acréscimo de incremento de 0,1 no valor de α representa, na média, o aumento de 0,01% no
valor das temperaturas mínimas internas para os casos analisados, sendo pouco efetivo nesta
situação.

158
4.2.3. Fase 3 - ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os 5 grupos definidos


anteriormente para a localidade de Campinas-SP, de acordo com o modelo adaptativo proposto
na norma ASHRAE55/13. Os resultados são apresentados separados por grupo de análise,
demonstrando-se a quantidade anual de graus-hora de desconforto total, ao frio e ao calor.
Estas duas últimas análises são ainda correlacionadas ao sobrearrefecimento e
sobreaquecimento médio, respectivamente. Os componentes simulados estão demonstrados
em ordem crescente de conforto.

A Figura 59 apresenta, para a cidade de campinas, a ocorrência das temperaturas externas,


temperatura predominante externa (Tpe) e temperatura neutra (Tn), para todo o ano. A
temperatura neutra varia entre mínima de 22,64ºC no mês de agosto, e máxima de 26,55ºC em
novembro. Com temperaturas limites, para 80% de usuários satisfeitos, variando entre 19,14ºC
e 30,05 ºC.

Figura 57 – Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,7,
Campinas – SP, baseado em arquivo TRY, 2002.

159
4.2.3.1. Grupo 1 – Paredes

A seguir são apresentados os resultados para as composições de paredes. A Figura 60


apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total; Figura 61 apresenta a quantidade
de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio; A Figura 62
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.2.2.1.

Figura 58 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP

160
Figura 59 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio -
Campinas, SP

Figura 60 – Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -


Campinas, SP

A partir dos resultados apresentados, pode-se observar que os sistemas de alvenaria


que utilizaram o componente TM20 (tijolo maciço de 20 cm), ainda que revestidos apenas
internamente com gesso, foram os que obtiveram a menor quantidade de graus-hora de
desconforto total (frio e calor), seguidos das alvenarias compostas do TC19.
161
Os piores casos, para graus-hora de desconforto total, foram os que combinaram
componentes de maior transmitância térmica e menor capacidade térmica, como o TC9, que
possui U=2,84 W/m².K e C=58,01 kJ/m².K, e o TC14, que possui U=2,83 W/m².K e C=103
kJ/m².K. A parede em concreto também não se mostrou uma solução adequada, pois apesar de
elevada capacidade térmica (C=180 kJ/m².K), é o componente que apresenta a maior
transmitância térmica do grupo (U=4,40 W/m².K).

Os casos de paredes em que se incorporou isolamento resistivo (lã de rocha)


apresentaram melhor desempenho ao frio do que ao calor, quando comparadas às demais
situações.

Verifica-se também elevada quantidade de ºCh de desconforto ao frio se comparado ao


calor. Em média, o desconforto ao frio, para os componentes analisados, foi 2,85 vezes maior
do que o desconforto ao calor. A situação extrema ocorreu para o caso 11_TM20+E, em que a
quantidade de graus-hora de desconforto ao frio foi 5,13 vezes maior do que ao calor. A média
de desconforto ao frio é de 2346,38ºCh, com maior desconforto para o caso 01_TC9+G,
totalizando 3988,89ºCh anuais. A média de desconforto ao calor é de 921,19ºCh, com o maior
desconforto também para o caso 01_TC9+G, totalizando 1890,68ºCh.

Nota-se ainda que a variação do sobrearrefecimento foi menor se comparada à variação


do sobreaquecimento. A primeira variável obteve média de -0,94ºC com um desvio padrão de
0.05, enquanto a segunda obteve média de -0.95 ºC com um desvio padrão de 0.18. Ainda que
o desvio padrão do sobreaquecimento seja maior em relação ao sobrearrefecimento, observa-
se que a intensidade do desconforto é relativamente baixa, com valor máximo de 1,36ºC para o
caso 01_TC9+G na análise do desconforto ao calor. Assim, a elevada discrepância obtida entre
o desconforto ao frio e ao calor deve-se mais à ocorrência das temperaturas abaixo dos limites
mínimos de conforto do que à intensidade destas temperaturas.

A Tabela 40 apresenta os resultados obtidos na fase 2, referentes à norma NBR 15757,


comparados aos resultados obtidos para o modelo adaptativo, fase 3, ordenados do melhor ao
pior caso para graus-hora de desconforto total. É possível verificar que os resultados mostram-
se equivalentes quanto à ordem de classificação, e que os casos de maior desconforto
apresentam, de maneira geral, menor capacidade térmica e maior transmitância térmica.

Da mesma forma que ocorrido nos casos analisados para Curitiba, o desempenho para
as condições de inverno mostrou-se mais adequado quando analisado através da NBR

162
15575/13, se comparado às condições de verão, atingindo níveis superior e intermediário frente
a apenas cinco casos de desempenho mínimo para o verão. Ao passo que a análise através da
ASHRAE55/13 demonstra o inverso, apresentando maior quantidade de graus-hora de
desconforto ao frio do que ao calor. Este fato deve-se também a uma possível temperatura
neutra (Tn) elevada, obtida através do cálculo da Temperatura predominante externa (Tpe),
ocasionando em um intervalo de conforto em que predomina a ocorrência de desconforto ao
frio.

163
NBR 15575 / NBR 15575 / CT U
SIMULAÇÕES GHfrio SAR Inverno GHcalor SAQ Verão GHtotal (kJ/m².K) (W/m².K)
01_TC9+G 3786.19 -1.07 INTERMEDIÁRIO 1715.03 1.22 NÃO ATENDE 5501.21 63.05 2.72
13_E+TC9+G 3298.02 -1.06 INTERMEDIÁRIO 1410.78 1.13 NÃO ATENDE 4708.79 90.98 2.58
07_TC9+E 3181.92 -1.05 INTERMEDIÁRIO 1269.25 1.05 NÃO ATENDE 4451.17 85.94 2.62
02_TC14+G 2985.90 -1.03 INTERMEDIÁRIO 1129.54 1.00 NÃO ATENDE 4115.43 108.04 2.70
06_CM10+G 2440.39 -0.93 INTERMEDIÁRIO 1465.17 1.05 NÃO ATENDE 3905.56 185.04 4.27
19_E+TC9+E 2734.76 -1.01 INTERMEDIÁRIO 1011.14 0.96 NÃO ATENDE 3745.90 113.86 2.49
04_TM10+G 2752.43 -1.02 INTERMEDIÁRIO 965.67 0.92 NÃO ATENDE 3718.10 154.08 3.61
14_E+TC14+G 2509.05 -1.00 INTERMEDIÁRIO 868.32 0.88 NÃO ATENDE 3377.37 135.97 2.56
25_TC9+AR+LR25+DW+G 2380.10 -0.95 SUPERIOR 962.33 1.00 NÃO ATENDE 3342.44 29.01 0.89
12_CM10+E 2128.61 -0.92 INTERMEDIÁRIO 1194.43 0.94 NÃO ATENDE 3323.03 207.92 4.05
08_TC14+E 2485.65 -1.00 INTERMEDIÁRIO 807.73 0.85 NÃO ATENDE 3293.38 130.93 2.61
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G 2277.43 -0.94 SUPERIOR 917.96 0.97 NÃO ATENDE 3195.39 31.12 0.88
10_TM10+E 2381.25 -0.98 INTERMEDIÁRIO 742.70 0.81 NÃO ATENDE 3123.94 176.96 3.45
26_TC14+AR+LR25+DW+G 2211.86 -0.93 SUPERIOR 886.06 0.96 NÃO ATENDE 3097.92 51.50 0.89
28_TM10+AR+LR25+DW+G 2180.60 -0.92 SUPERIOR 882.42 0.95 NÃO ATENDE 3063.02 31.12 0.97
30_CM10+AR+LR25+DW+G 2105.85 -0.90 SUPERIOR 932.42 0.99 NÃO ATENDE 3038.27 31.12 1.01
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G 2133.43 -0.91 SUPERIOR 862.05 0.95 NÃO ATENDE 2995.48 31.12 0.88
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G 2115.65 -0.90 SUPERIOR 864.10 0.95 NÃO ATENDE 2979.75 31.12 0.95
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G 2110.85 -0.90 SUPERIOR 866.66 0.95 NÃO ATENDE 2977.51 31.12 0.99
16_E+TM10+G 2250.81 -0.97 INTERMEDIÁRIO 711.12 0.80 NÃO ATENDE 2961.93 182.00 3.37
27_TC19+AR+LR25+DW+G 2077.68 -0.89 SUPERIOR 837.44 0.93 NÃO ATENDE 2915.12 65.48 0.79
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G 2032.92 -0.88 SUPERIOR 829.14 0.94 NÃO ATENDE 2862.06 31.12 0.77
29_TM20+AR+LR25+DW+G 1995.69 -0.84 SUPERIOR 827.78 0.93 NÃO ATENDE 2823.47 31.12 0.87
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G 1977.65 -0.84 SUPERIOR 827.94 0.92 NÃO ATENDE 2805.59 31.12 0.86
18_E+CM10+G 2154.48 -0.95 INTERMEDIÁRIO 647.79 0.76 NÃO ATENDE 2802.28 212.96 3.93
20_E+TC14+E 2083.91 -0.95 INTERMEDIÁRIO 614.12 0.77 NÃO ATENDE 2698.03 158.85 2.48
03_TC19+G 2051.29 -0.94 INTERMEDIÁRIO 597.18 0.75 NÃO ATENDE 2648.47 136.00 1.93
22_E+TM10+E 1957.41 -0.93 INTERMEDIÁRIO 548.97 0.72 NÃO ATENDE 2506.38 204.89 3.23
24_E+CM10+E 1917.39 -0.93 INTERMEDIÁRIO 525.07 0.70 NÃO ATENDE 2442.46 235.85 3.74
15_E+TC19+G 1761.52 -0.90 SUPERIOR 483.92 0.72 NÃO ATENDE 2245.44 163.93 1.85
09_TC19+E 1697.03 -0.90 SUPERIOR 423.76 0.67 NÃO ATENDE 2120.79 158.89 1.88
21_E+TC19+E 1470.54 -0.87 SUPERIOR 349.47 0.62 MÍNIMO 1820.01 186.81 1.81
05_TM20+G 1102.13 -0.82 SUPERIOR 201.41 0.54 MÍNIMO 1303.54 335.11 2.52
11_TM20+E 1022.98 -0.82 SUPERIOR 180.14 0.52 MÍNIMO 1203.13 358.00 2.44
17_E+TM20+G 982.63 -0.81 SUPERIOR 180.59 0.52 MÍNIMO 1163.22 363.04 2.40
23_E+TM20+E 919.52 -0.79 SUPERIOR 165.57 0.48 MÍNIMO 1085.09 385.92 2.33

Tabela 41 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G1 – Paredes - Campinas, SP

164
4.2.3.2. Grupo 2 – Coberturas

A seguir são apresentados os resultados para as composições de paredes. A Figura 63


apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total; A Figura 64 apresenta a quantidade
de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio; A Figura 65
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.2.2.2.

Figura 61 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP

Figura 62 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio -


Campinas, SP

165
Figura 63 - Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -
Campinas, SP

Os resultados obtidos demonstram que a menor quantidade de graus-hora de


desconforto ocorre quando se utiliza um sistema de cobertura composto por telhado, ático e
laje. Os seis melhores casos possuem esta configuração, com melhor desempenho para a telha
cerâmica (TC), seguido da telha de fibrocimento de 10 mm (TF10) e, por fim, da telha de
fibrocimento de 6 mm (TF6). O componente de laje mais adequado é a laje em concreto maciço
(LC), seguido da laje mista de blocos cerâmicos e concreto (LM12).

Os piores casos, para graus-hora de desconforto total, foram os que utilizaram a


configuração de telhado apenas, sem laje ou forro, obtendo assim transmitâncias térmicas
elevadas e propagando calor diretamente no interior das zonas térmicas. A diferença na
quantidade de graus-hora de desconforto entre um caso sem forro e um caso similar com forro
chega a 31% de redução, por exemplo. Se comparados os casos 01_TC e 03_TC+AR+FM,
obteve-se 61% de redução, se ao invés de forro for acrescentado uma laje em concreto maciço
(caso 04_TC+AR+LC+E).

166
A utilização da subcobertura em alumínio altera significativamente o desconforto,
melhorando o desempenho térmico da edificação, gerando redução de 41% na quantidade de
graus-hora de desconforto total, se comparado o caso 01_TC ao similar 08_TC+AL,
incorporando-se a subcobertura em alumínio.

A utilização da laje sem telhado mostrou-se uma boa opção apresentando valores
reduzidos de graus-hora de desconforto ao calor, ficando atrás apenas dos casos que
apresentaram configurações de telhado + laje.

Assim como observado na análise dos casos de paredes, verifica-se elevada quantidade
de ºCh de desconforto ao frio se comparado ao calor. Em média, o desconforto ao frio, para os
componentes analisados, foi quatro vezes maior do que o desconforto ao calor. A situação
extrema ocorreu para o caso 11_TC+AL+AR+LC+E, em que a quantidade de graus-hora de
desconforto ao frio foi 24,33 vezes maior do que ao calor. A média de desconforto ao frio é de
1896.96ºCh, com maior desconforto para o caso 15_TF6, totalizando 3268,40ºCh anuais. A
média de desconforto ao calor é de 51,27ºCh, com o maior desconforto também para o caso
15_TF6, totalizando 2277,10ºCh.

Nota-se que a variação do sobreaquecimento é maior em relação à variação do


sobrearrefecimento que mantêm-se entre -0,8 ºC e -1,0 ºC para todos os casos. Os casos com
maior intensidade de sobreaquecimento foram também os que apresentaram o maior
desconforto ao calor, conforme Figura 65.

A Tabela 41 apresenta a comparação dos resultados obtidos na fase 2, referentes à


norma NBR 15757, em relação aos resultados obtidos para o modelo adaptativos, fase 3,
ordenados do melhor ao pior caso, para graus-hora de desconforto total.

Como se pode observar, da mesma maneira que ocorrido nos casos de parede, a
classificação dos casos simulados é equivalente entre os dois métodos de análise. Os piores
casos são aqueles que, de maneira geral, apresentam maiores valores de transmitância térmica
enquanto os melhores são os que apresentam valores de transmitância térmica reduzida.
Novamente, o desempenho comparado entre verão e inverno, para os dois modelos de análise,
apresentam condições inversas, com desempenho elevado para o inverno e reduzido para o
verão, segundo método de análise da NBR15575/13 e elevado para o verão e reduzido para o
inverno, segundo método de análise da ASHRAE55/13.

167
U
Simulações GHfrio Sar (ºc) NBR 15575 / Inverno GHcalor Saq (ºc) NBR 15575 / Verão GHtotal (W/m².K)
15_TF6 3268.40 -1.02 INTERMEDIÁRIO 2277.10 1.34 NÃO ATENDE 5545.50 4.56
29_TF10 3227.92 -1.03 INTERMEDIÁRIO 2224.56 1.31 NÃO ATENDE 5452.48 4.44
01_TC 3217.28 -1.03 INTERMEDIÁRIO 2215.64 1.30 NÃO ATENDE 5432.92 4.50
16_TF6+AR+FG 2910.63 -0.95 INTERMEDIÁRIO 1190.90 1.04 NÃO ATENDE 4101.54 2.15
30_TF10+AR+FG 2892.19 -0.95 INTERMEDIÁRIO 1168.61 1.04 NÃO ATENDE 4060.79 2.12
02_TC+AR+FG 2883.89 -0.96 INTERMEDIÁRIO 1162.90 1.04 NÃO ATENDE 4046.79 2.14
17_TF6+AR+FM 2760.78 -0.94 INTERMEDIÁRIO 1040.65 0.98 NÃO ATENDE 3801.43 2.00
31_TF10+AR+FM 2744.06 -0.94 INTERMEDIÁRIO 1020.36 0.97 NÃO ATENDE 3764.42 1.97
03_TC+AR+FM 2736.26 -0.96 INTERMEDIÁRIO 1014.74 0.97 NÃO ATENDE 3751.00 1.98
44_(RE+IM+RE+LM12)+E 2548.37 -0.98 INTERMEDIÁRIO 731.16 0.77 INTERMEDIÁRIO 3279.54 2.65
22_TF6+AL 2403.06 -0.94 INTERMEDIÁRIO 800.86 0.86 NÃO ATENDE 3203.92 1.21
36_TF10+AL 2385.14 -0.95 INTERMEDIÁRIO 796.53 0.86 NÃO ATENDE 3181.67 1.20
08_TC+AL 2366.64 -0.94 INTERMEDIÁRIO 791.24 0.86 NÃO ATENDE 3157.88 1.20
43_(RE+IM+RE+LC)+E 2253.93 -1.00 INTERMEDIÁRIO 621.92 0.83 INTERMEDIÁRIO 2875.85 3.05
23_TF6+AL+AR+FG 2129.19 -0.92 SUPERIOR 303.71 0.62 NÃO ATENDE 2432.90 1.16
37_TF10+AL+AR+FG 2120.63 -0.92 SUPERIOR 302.79 0.61 NÃO ATENDE 2423.42 1.15
09_TC+AL+AR+FG 2110.09 -0.93 SUPERIOR 301.29 0.62 MÍNIMO 2411.38 1.15
24_TF6+AL+AR+FM 2060.63 -0.92 SUPERIOR 280.06 0.60 MÍNIMO 2340.69 1.11
38_TF10+AL+AR+FM 2051.20 -0.92 SUPERIOR 278.85 0.60 MÍNIMO 2330.05 1.10
10_TC+AL+AR+FM 2041.07 -0.93 SUPERIOR 276.24 0.59 MÍNIMO 2317.31 1.11
19_TF6+AR+LM12+E 1666.52 -0.89 SUPERIOR 320.76 0.62 MÍNIMO 1987.28 1.85
33_TF10+AR+LM12+E 1640.34 -0.89 SUPERIOR 301.98 0.60 MÍNIMO 1942.32 1.83
05_TC+AR+LM12+E 1628.82 -0.89 SUPERIOR 294.31 0.54 MÍNIMO 1923.13 1.84
18_TF6+AR+LC+E 1591.42 -0.90 SUPERIOR 306.26 0.63 MÍNIMO 1897.68 2.04
32_TF10+AR+LC+E 1566.63 -0.90 SUPERIOR 287.80 0.54 MÍNIMO 1854.43 2.02
04_TC+AR+LC+E 1557.11 -0.91 SUPERIOR 280.45 0.54 MÍNIMO 1837.55 2.03
20_TF6+AR+LR25+FG 1486.61 -0.84 SUPERIOR 132.16 0.58 MÍNIMO 1618.76 0.98
34_TF10+AR+LR25+FG 1484.11 -0.84 SUPERIOR 131.79 0.58 MÍNIMO 1615.91 0.97
06_TC+AR+LR25+FG 1481.24 -0.84 SUPERIOR 130.45 0.58 MÍNIMO 1611.69 0.98
21_TF6+AR+LR25+FM 1452.17 -0.85 SUPERIOR 127.03 0.57 MÍNIMO 1579.20 0.95
35_TF10+AR+LR25+FM 1448.65 -0.86 SUPERIOR 124.97 0.56 MÍNIMO 1573.62 0.94
07_TC+AR+LR25+FM 1445.14 -0.85 SUPERIOR 123.83 0.56 MÍNIMO 1568.97 0.94
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG 1396.28 -0.87 SUPERIOR 129.41 0.53 MÍNIMO 1525.69 0.86
27_TF6+AL+AR+LR25+FG 1418.72 -0.85 SUPERIOR 95.11 0.48 MÍNIMO 1513.83 0.70
41_TF10+AL+AR+LR25+FG 1414.98 -0.86 SUPERIOR 94.82 0.49 MÍNIMO 1509.81 0.70
13_TC+AL+AR+LR25+FG 1410.72 -0.86 SUPERIOR 94.05 0.49 MÍNIMO 1504.78 0.70
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM 1365.24 -0.87 SUPERIOR 124.16 0.52 MÍNIMO 1489.41 0.84
28_TF6+AL+AR+LR25+FM 1379.70 -0.86 SUPERIOR 88.10 0.46 MÍNIMO 1467.80 0.69
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG 1342.55 -0.86 SUPERIOR 122.40 0.52 MÍNIMO 1464.95 0.90
42_TF10+AL+AR+LR25+FM 1375.41 -0.86 SUPERIOR 87.37 0.46 MÍNIMO 1462.78 0.68
14_TC+AL+AR+LR25+FM 1371.57 -0.85 SUPERIOR 86.30 0.47 MÍNIMO 1457.87 0.69
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM 1315.21 -0.86 SUPERIOR 118.26 0.51 MÍNIMO 1433.46 0.87
26_TF6+AL+AR+LM12+E 1322.17 -0.88 SUPERIOR 61.84 0.46 MÍNIMO 1384.01 1.06
40_TF10+AL+AR+LM12+E 1308.85 -0.88 SUPERIOR 60.24 0.46 MÍNIMO 1369.09 1.06
12_TC+AL+AR+LM12+E 1299.54 -0.88 SUPERIOR 58.62 0.45 MÍNIMO 1358.16 1.06
25_TF6+AL+AR+LC+E 1269.05 -0.87 SUPERIOR 53.87 0.39 MÍNIMO 1322.93 1.12
39_TF10+AL+AR+LC+E 1256.44 -0.87 SUPERIOR 52.50 0.44 MÍNIMO 1308.94 1.12
11_TC+AL+AR+LC+E 1247.53 -0.87 SUPERIOR 51.27 0.43 MÍNIMO 1298.80 1.12

Tabela 42 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G2 – Coberturas - Campinas, SP

168
4.2.3.3. Grupo 3 – Orientação

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes orientações da


edificação. A Figura 66 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total. A Figura 67
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do
sobrearrefecimento médio. A Figura 68 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto
ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

Figura 64 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP

Figura 65 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio -


Campinas, SP
169
Figura 66 - Grupo 3 / Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio - Campinas, SP

A análise de diferentes orientações para a residência não apresentou diferenças


significativas na alteração do desconforto total. O desconforto ao frio manteve-se próximo aos
2700 ºCh para todos os casos, com diferença máxima entre os casos 0º e 90º de 43,59 ºCh. O
sobrearrefecimento médio para os casos analisados é de -0,95ºC, enquanto o
sobreaquecimento médio é de 1,00ºC. O desconforto ao calor obteve média de 1066,53ºCh,
com diferença máxima entre os casos 135º e 0º. A baixa variação deve-se ao fato da análise ter
sido feita como um indicador único para toda a residência. Desta maneira, a variação entre as
zonas térmicas não é percebida, uniformizando-se a análise, mas, ainda assim, demonstrando
que a variação da orientação, para o modelo simulado, teve pouca influência na variação do
desempenho geral.

4.2.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes valores de


absortância dos elementos de vedação vertical externo. A Figura 69 apresenta a quantidade de
graus hora de desconforto total; A Figura 70 apresenta a quantidade de graus-hora de
desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio; A Figura 71 apresenta a
quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

170
Figura 67 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP

Figura 68 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio -


Campinas, SP

171
Figura 69 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio -
Campinas, SP

A partir dos resultados obtidos para diferentes valores de absortâncias dos componentes de
alvenaria, pode-se verificar que a relação com o desconforto ao frio e ao calor apresenta
relação direta com valores de absortância dos componentes de parede. O incremento de 0,1 no
valor da absortância representa, na média, um aumento de 40% na quantidade de graus-hora
de desconforto e, ao mesmo tempo, uma diminuição de 5% na quantidade de graus-hora de
desconforto ao frio, significando uma diminuição na temperatura do interior da edificação. A
modificação de valores de absortância altera de maneira oposta o desconforto ao frio e ao calor.

Em comparação com os resultados da segunda fase, Tabela 42, percebe-se que para a
condição de inverno o incremento da absortância não afeta o desempenho intermediário –
obtido para todas as situações -, enquanto que para a condição de verão, apenas valores até
0,3 atenderiam ao desempenho mínimo exigido, demonstrando novamente que as condições de
inverno, segundo a NBR15575/13, apresentam-se mais adequadas do que as condições de
verão; situação inversa da obtida através da metodologia da AHSRAE55/10.

172
Simulações GHfrio Sar NBR 15575 / Inverno GHcalor Saq NBR 15575 / Verão GHtotal
0,1 3421.51 -1.11 INTERMEDIÁRIO 188.52 0.54 MÍNIMO 3610.03
0,2 3216.74 -1.06 INTERMEDIÁRIO 339.27 0.68 MÍNIMO 3556.01
0,3 3034.52 -1.02 INTERMEDIÁRIO 531.60 0.76 MÍNIMO 3566.13
0,4 2875.27 -0.99 INTERMEDIÁRIO 757.48 0.94 NÃO ATENDE 3632.75
0,5 2736.26 -0.96 INTERMEDIÁRIO 1014.74 0.97 NÃO ATENDE 3751.00
0,6 2612.74 -0.94 INTERMEDIÁRIO 1307.44 1.09 NÃO ATENDE 3920.18
0,7 2502.40 -1.02 INTERMEDIÁRIO 1637.68 1.19 NÃO ATENDE 4140.08
0,8 2404.10 -0.99 INTERMEDIÁRIO 2001.57 1.32 NÃO ATENDE 4405.67
0,9 2313.63 -0.98 INTERMEDIÁRIO 2392.76 1.31 NÃO ATENDE 4706.39

Tabela 43 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G4 – Absortância - Campinas, SP

4.2.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint para ventilação natural

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes temperaturas de


setpoint para ventilação natural. Esta análise ocorre exclusivamente paras os casos simulados
do modelo adaptativo. A Figura 72 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total;
A Figura 70 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do
sobrearrefecimento médio; A Figura 74 apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto
ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio.

Figura 70 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto total - Campinas, SP

173
Através da análise dos resultados apresentados, pode-se verificar que a temperatura de
setpoint apresenta um valor ideal para obtenção do menor desconforto, neste caso 27ºC. Com
esta temperatura de setpoint obtém-se o menor desconforto ao frio e ao calor, assumindo-se
representar um comportamento humano adaptativo que busca a menor condição de
desconforto possível, abrindo e fechando janelas conforme a necessidade de adaptação ao
comportamento térmico da edificação. A variação da temperatura de setpoint passou a
influenciar as condições de desconforto ao calor a partir dos 28ºC, mantendo-se constante até
então. Para a condição de desconforto ao frio, as variações passaram a surtir pouco efeito a
partir dos 24ºC.

Figura 71 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao frio x Sobrearrefecimento médio


- Campinas, SP

174
Figura 72 - Grupo 5 / Setpoint Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento
médio - Campinas, SP

4.2.3.6. Indicadores de conforto – Caso Base

Neste item serão apresentados, para o caso base de Campinas-SP, os indicadores de


conforto propostos, de maneira a avaliar detalhadamente o comportamento térmico da
edificação.

A Figura 75 e Figura 76 apresentam a classificação das horas e meses do ano,


respectivamente, entre os intervalos definidos de conforto. É possível verificar, para o caso
estudado, que as horas de desconforto ao frio ocorrem no período da manhã, entre 01h e 11h,
atingindo a ocorrência de 70% de desconforto ao frio para as 07h. As horas compreendidas
entre o período de 14h e 19h não apresentam ocorrência de desconforto ao frio. Na análise
mensal, verificam-se períodos de desconforto ao frio em praticamente todo o ano, com exceção
de março e abril. O mês de setembro apresenta o pico de desconforto, com aproximadamente
50% da ocorrência de horas desconfortáveis ao frio. O desconforto ao calor concentra-se entre
12h e 21h, com pico às 16h e nos meses de março e abril. Os meses de junho e julho não
apresentam desconforto ao calor. O caso base apresentou 23,03% de horas desconfortáveis ao
frio, 64,96% de horas confortáveis para 80% dos usuários e 9,02% de horas desconfortáveis ao
calor.

175
100%
90%
80%
Comfort Distribution (%)
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
horas (h)

Frio - 23.86% Conforto 80% (inf) - 13.71% Conforto 90% - 48.76%


Conforto 80% (sup) - 5.26% Calor - 8.41%

Figura 73 - Análise horária da ocorrência de conforto – Caso base - Campinas, SP

100%
90%
80%
Comfort Distribution (%)

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Frio - 23.86% Conforto 80% (inf) - 13.71%


Conforto 90% - 48.76% Conforto 80% (sup) - 5.26%
Calor - 8.41%

Figura 74 - Análise mensal da ocorrência de conforto - Caso base - Campinas, SP

176
Para a verificação da intensidade do desconforto, faz-se necessário recorrer à análise do
indicador B, sobreaquecimento e sobrearrefecimento, demonstrada na Figura 77 e Figura 78,
para análise horária e mensal, respectivamente. Nota-se que a hora com maior ocorrência de
desconforto ao calor, 16h, é também a que apresenta maior intensidade de desconforto com
1,57ºC, em média, acima do limite estabelecido de conforto para 80% dos usuários. Para o
desconforto ao frio a situação mostra-se análoga, apresentando maior intensidade de
desconforto com -1,55ºC para a hora de maior ocorrência de frio, às 7h. Na análise mensal é
possível verificar a maior ocorrência de desconforto aliada à maior intensidade do desconforto,
com casos extremos em setembro, registrando sobrearrefecimento de -2,17ºC, e março com
sobreaquecimento de 1,77ºC.

4,00

3,00
Toperativa - Tlimite ( °C )

2,00

1,00

0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
-1,00

-2,00

-3,00
horas (h)

Sobrearrefecimento -1.04°C Sobreaquecimento +.84°C

Figura 75 - Análise horária do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base - Campinas,


SP

177
4,00

3,00

2,00
Toperativa - Tlimite ( °C )

1,00

0,00
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
-1,00

-2,00

-3,00
Meses

Sobrearrefecimento -1.04°C Sobreaquecimento +.84°C

Figura 76 - Análise mensal do sobreaquecimento e sobrearrefecimento médio - Caso base - Campinas,


SP

O Indicador C, histograma de temperaturas, é apresentado para o caso base através da


Figura 79. Observa-se concentração das temperaturas por volta de - 3ºC (To-Tn), indicando
uma maior ocorrência de horas com desconforto ao frio, conforme verificado anteriormente. No
total, foram obtidas 2.736ºCh de desconforto ao frio, frente a 1.015ºCh de desconforto ao calor.
O histograma apresenta um elevado espalhamento de temperaturas, conforme pode ser
verificado através da Figura 80, que demonstra também a função de regressão linear para as
temperaturas (f(x)=0,5811x+10.799), com coeficiente de determinação R²=0,17. A dispersão
das temperaturas, verificada na Figura 80, demonstra uma edificação que apresenta elevada
variação na ocorrência de temperatura internas. A utilização de um sistema de cobertura com
transmitância térmica elevada (U=1,98 W/m².K) e absortância também elevada α=0,6
contribuem significativamente para a baixa condição de inércia térmica do edifício. Do mesmo
modo como ocorrido no caso de Curitiba, a baixa inércia térmica aliada a uma condição
climática que proporciona significativa alteração nas temperaturas externas gera a ocorrência
de elevadas amplitudes de temperaturas internas.

178
15,00%
14,00%
13,00%
12,00%
11,00%
Ocorrência (%)

10,00%
9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%

0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
-6,0
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
-12,0
-11,0
-10,0
-9,0
-8,0
-7,0

Toperativa - Tneutra ( °C )

Calor - 8.41% | Ghcalor +806 Conforto 80% (sup) - 5.26% Conforto 90% - 48.76%
Conforto 80% (inf) - 13.71% Frio - 23.86% | Ghfrio -2,716

Figura 77 - Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso base - Campinas, SP

Figura 78 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante


externa (Tpe) – Caso base - Campinas, SP

179
Pela análise anual do balanço térmico, Figura 81, pode-se verificar que grande parte do
ganho de calor é proveniente das janelas, devido a incidência de radiação solar direta, sendo
mais expressivos nas zonas 1 e 2, que possuem aberturas orientadas para a face norte da
residência, apresentando ganhos anuais de 2,94 GJ e 2,87 GJ, respectivamente. Os elevados
ganhos e perdas de calor na zona 6, provenientes de transferência de calor por superfícies
opacas, corroboram a análise anterior a respeito da influência da transmitância térmica de
cobertura no comportamento térmico da edificação. Os ganhos de convecção superficial
somaram 1,21 GJ, enquanto as perdas, 1,44 GJ. A ocupação e equipamentos representam
também ganhos significativos, somando 1,79 GJ anuais. O ganho por iluminação novamente
mostrou-se de pouco efeito no balanço térmico global devido à baixa potência instalada das
lâmpadas na residência.

A principal perda de calor ocorreu devido à ventilação interna na zona 1, totalizando 1,82
GJ anuais. A zona 1 é o ambiente que possui a maior quantidade de nós para dissipação da
ventilação, conectando-se a todos os outros ambientes por meio de portas e ao meio externo
através de janela. Com elevado ganho de calor proveniente de incidência de radiação solar,
transferência de calor por elementos opacos e ocupação, a ventilação natural mostrou-se
ferramenta importante para a retirada de energia do ambiente.

180
Ventilação Interna - Perda

Ventilação Interna - Ganho

Ventilação - Perda

Ventilação - Ganho

Convecção Superfícies - Perda

Convecção Superfícies - Ganho

Janelas - Perda

Janelas - Ganho

Equipamentos

Iluminação

Ocupação

-3,000 -2,000 -1,000 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000


Ganhos e Perdas (GJ)

zona1 zona2 zona3 zona4 zona5 zona6

Figura 79 – Balanço Térmico – Caso Base - Campinas, SP

181
4.3. Análise dos resultados para Natal-RN

A seguir são apresentados os resultados obtidos para as 3 fases de análise, relativos à


cidade de Natal-RN, localizada na zona bioclimática 8.

4.3.1. Fase 1- NBR 15.575/13 – Método Simplificado

As propriedades térmicas dos componentes de fechamento vertical e de coberturas


foram calculadas utilizando as propriedades térmicas, conforme definido na
Tabela 14, a partir de valores obtidos na NBR15220/05. No caso da análise de alvenarias, para
efeito de atendimento à norma, consideraram-se apenas os componentes que satisfazem as
condições exigidas de transmitância e capacidade térmica simultaneamente.

4.3.1.1. Grupo 1 – Paredes

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado leva
em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Transmitância térmica para paredes externas (NBR15757/13):

Para a<0,6 – zona bioclimática 03 a 08 – U≤ 3,7 (W/m².K)

Para a>0,6 – zona bioclimática 03 a 08 – U≤ 2,5 (W/m².K)

• Capacidade térmica de paredes externas (NBR15757/13):

Zona bioclimática 08 – sem requisitos de capacidade térmica

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de


alvenaria, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada composição, conforme
Tabela 43.

182
Componentes de Parede NBR15575 para Zonas 3 a 8

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) a≤0,6 a>0,6


01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.37 2.72 atende não atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) +
02_TC14+G Gesso 0.37 2.70 atende não atende
03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.52 1.93 atende atende
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.28 3.61 atende não atende
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.40 2.52 atende não atende
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.23 4.27 não atende não atende

07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.38 2.62 atende não atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) +
08_TC14+E Emboço 0.38 2.61 atende não atende

09_TC19+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 0.53 1.88 atende atende
10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.29 3.45 atende não atende
11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.41 2.44 atende atende
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.25 4.05 não atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) +
13_E+TC9+G Gesso 0.39 2.58 atende não atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
14_E+TC14+G quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base) 0.39 2.56 atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
15_E+TC19+G Gesso 0.54 1.85 atende atende

16_E+TM10+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.30 3.37 atende não atende

17_E+TM20+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.42 2.40 atende atende
18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.25 3.93 não atende não atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) +
19_E+TC9+E Emboço 0.40 2.49 atende atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
20_E+TC14+E (e=14cm) + Emboço 0.40 2.48 atende atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
21_E+TC19+E Emboço 0.55 1.81 atende atende

22_E+TM10+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.31 3.23 atende não atende

23_E+TM20+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.43 2.33 atende atende

24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.27 3.74 não atende não atende
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de
25_TC9+AR+LR25+DW+G rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.12 0.89 atende atende
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) +
Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
26_TC14+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.12 0.89 atende atende
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã
de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
27_TC19+AR+LR25+DW+G Gesso 1.27 0.79 atende atende
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha
28_TM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.03 0.97 atende atende
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha
29_TM20+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.15 0.87 atende atende
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha
30_CM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.99 1.01 atende atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) +
Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.14 0.88 atende atende
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
(e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 1.14 0.88 atende atende
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G + Gesso 1.29 0.77 atende atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã
de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G Gesso 1.05 0.95 atende atende
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã
de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G Gesso 1.17 0.86 atende atende
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 1.01 0.99 atende atende
Tabela 44 - Desempenho térmico de alvenaria - método simplificado da NBR15.575/13 – Natal, RN

183
Pode-se verificar, a partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de
elementos de alvenaria, que:

a. Como a capacidade térmica não representa um requisito para componentes a serem


utilizados na zona bioclimática 8, somente materiais com alta transmitância térmica não
atendem às exigências necessárias. Para valores de absortância abaixo de 0,4, apenas
as paredes de concreto não se enquadram nos requisitos mínimos;

b. Os componentes listados, quando revestidos por emboço em ambas as faces, atendem


às exigências para todas as cores, com exceção da parede de concreto de 10 cm de
espessura, que não atende às exigências, independente da absortância utilizada;

c. Todas as paredes que possuem revestimento isolante na face interna do componente


atendem às exigências da norma, uma vez que não há exigências para níveis mínimos
de capacidade térmica;

d. O tijolo cerâmico de 19 cm de espessura atende às exigências da norma para α ≥ 0,6,


em todas as configurações analisadas;

e. O caso base do estudo, composto por alvenaria de bloco cerâmico estrutural de


espessura = 14 cm, revestido em ambas as faces por emboço, atende aos critérios para
α menor ou igual a 0,6, porém não atende para valores de α superiores a 0,6;

184
4.3.1.2. Grupo 2 – Coberturas

De acordo com a NBR 15575/13, a avaliação de alvenarias pelo método simplificado


leva em consideração a transmitância térmica e capacidade térmica. Os critérios são:

• Desempenho Mínimo:

Para α≤0,4 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 2,3 (W/m².K) ; Para α >0,4 – zona bioclimática 03 a
06, U ≤ 1,5 (W/m².K)

• Desempenho Intermediário:

Para α ≤0,4 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 1,5 (W/m².K) ; Para α >0,4 – zona bioclimática 03 a
06, U ≤ 1,0 (W/m².K)

• Desempenho Superior:

Para α ≤ 0,4 – zona bioclimática 03 a 06, U ≤ 1,0 (W/m².K) ; Para α >0,4 – zona bioclimática 03
a 06, U ≤ 0,5 (W/m².K)

A partir dos cálculos efetuados das propriedades térmicas dos componentes de


fechamento vertical externo, verificou-se a adequação à norma NBR 15575/13 para cada
composição de cobertura, conforme Tabela 44.

185
Componentes de Cobertura NBR15575 para Zonas 7 e 8

Código Descrição RT (m².K/W) U (W/m².K) α≤0,4 α>0,4

01_TC Telha cerâmica 0.22 4.50 NÃO ATENDE NÃO ATENDE


Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso
02_TC+AR+FG acartonado 0.47 2.14 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso


03_TC+AR+FM base) 0.50 1.98 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto +
04_TC+AR+LC+E Emboço 0.49 2.03 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) +
05_TC+AR+LM12+E Emboço 0.54 1.84 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +


06_TC+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado 1.02 0.98 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +


07_TC+AR+LR25+FM Forro em madeira 1.06 0.94 SUPERIOR INTERMEDIARIO

08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 0.83 1.20 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em


09_TC+AL+AR+FG gesso acartonado 0.87 1.15 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em
10_TC+AL+AR+FM madeira 0.90 1.11 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje


11_TC+AL+AR+LC+E maciça em concreto 0.89 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje


12_TC+AL+AR+LM12+E mista (lajota) + Emboço 0.94 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de


13_TC+AL+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.42 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de


14_TC+AL+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.46 0.69 SUPERIOR INTERMEDIARIO

15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0.22 4.56 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
16_TF6+AR+FG gesso acartonado 0.46 2.15 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
17_TF6+AR+FM madeira 0.50 2.00 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje


18_TF6+AR+LC+E maciça em concreto 0.49 2.04 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista


19_TF6+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 0.54 1.85 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de


20_TF6+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.02 0.98 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de


21_TF6+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.06 0.95 SUPERIOR INTERMEDIARIO

22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido 0.83 1.21 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


23_TF6+AL+AR+FG + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.86 1.16 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


24_TF6+AL+AR+FM + Ar+ Forro em madeira 0.90 1.11 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


25_TF6+AL+AR+LC+E + Ar+ regularização +Laje maciça em concreto 0.89 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido


+ Ar + regularização + Laje mista (lajota) +
26_TF6+AL+AR+LM12+E Emboço 0.94 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO

186
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido
27_TF6+AL+AR+LR25+FG + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Gesso 1.42 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido
+ Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
28_TF6+AL+AR+LR25+FM madeira 1.46 0.69 SUPERIOR INTERMEDIARIO

29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0.23 4.44 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
30_TF10+AR+FG gesso acartonado 0.47 2.12 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
31_TF10+AR+FM madeira 0.51 1.97 MÍNIMO NÃO ATENDE

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje


32_TF10+AR+LC+E maciça em concreto 0.50 2.02 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje
33_TF10+AR+LM12+E mista (lajota) + Emboço 0.55 1.83 MÍNIMO NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
34_TF10+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 1.03 0.97 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de


35_TF10+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 1.06 0.94 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
36_TF10+AL polido 0.84 1.20 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
37_TF10+AL+AR+FG polido + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.87 1.15 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


38_TF10+AL+AR+FM polido + Ar+ Forro em madeira 0.91 1.10 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


39_TF10+AL+AR+LC+E polido + Ar+ Laje maciça em concreto 0.90 1.12 INTERMEDIARIO MÍNIMO

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio


40_TF10+AL+AR+LM12+E polido + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.95 1.06 INTERMEDIARIO MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
41_TF10+AL+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.43 0.70 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio
polido + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em
42_TF10+AL+AR+LR25+FM madeira 1.46 0.68 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
43_(RE+IM+RE+LC)+E em concreto + Emboço 0.33 3.05 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje mista
44_(RE+IM+RE+LM12)+E (lajota)+ Emboço 0.38 2.65 NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG em gesso acartonado 1.11 0.90 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça
em concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM em madeira 1.14 0.87 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG gesso acartonado 1.16 0.86 SUPERIOR INTERMEDIARIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM madeira 1.19 0.84 SUPERIOR INTERMEDIARIO

Tabela 45 - Desempenho térmico de coberturas com relação à transmitância para a zona 3, de acordo
com o método simplificado da NBR15.575/13 – Natal, RN

187
Pode-se verificar, a partir dos cálculos das propriedades térmicas das composições de
elementos de cobertura, que:

a. Os sistemas de coberturas compostos apenas por telhados, ou seja, que não


apresentam forros ou subcoberturas, não atendem aos critérios de transmitância térmica
exigidos, independente da absortância da telha;

b. A utilização de subcobertura em alumínio, para os de telhados analisados, propicia a


obtenção de nível intermediário de desempenho sem a necessidade de utilização de
ático com ar confinado;

c. Os sistemas de cobertura com telhado não atendem à norma, para α>0,4, sem a
utilização de subcobertura em alumínio;

d. Todos os sistemas de forro analisados, utilizados em conjunto com qualquer cobertura


definida, atendem aos critérios mínimos exigidos pela norma, para α≤0,4;

e. Telhados de fibrocimento com espessura de 6 mm ou 10 mm só atendem à norma, para


α>0,4, com a utilização de forro e isolantes (resistivos e/ou radiantes);

f. Os casos que contêm isolante resistivo, aplicados junto ao forro ou laje, proporcionam
os melhores níveis de desempenho;

g. A utilização de laje sem telhado não atende ao desempenho mínimo exigido, sendo,
portanto, necessário incorporar um componente de forro (madeira ou gesso), criando um
bolsão de ar confinado entre a laje e o forro;

188
4.3.2. Fase 2- NBR 15.575/13 – Método Simulado

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os grupos 1, 2, 3 e 4,


referentes à analise de paredes, coberturas, orientação e absortância, respectivamente.

A análise das simulações ocorre para condições de verão apenas a partir da definição do
dia típico para cada situação. Os resultados demonstram as temperaturas máximas, para a
condição de verão para cada zona térmica da residência. O atendimento à NBR 15.575/13, para
a zona 8, ocorre quando as temperaturas internas, em comparação às temperaturas externas,
atingem os valores de acordo com a Tabela 46:

Condição de Verão Condição de Inverno


Dia Típico - 12/02 - Te,máx = 31,51ºC ; Te,min = 24,24 ºC

Desempenho Mínimo:
Ti,máx ≤ Te, máx

Desempenho Intermediário:
Na zona bioclimática 8 não é necessário
Ti,máx ≤ (Te, máx – 1 ⁰C)
verificar a condição de inverno
Desempenho Superior:
Ti,máx ≤ (Te, máx – 2 ⁰C) e
Ti,min ≤ (Te,min + 1 ºC)

Tabela 46 - Condições limites de temperaturas para verão e inverno segundo NBR 15.575/13 para zona
bioclimática 1

4.3.2.1. Grupo 1 – Paredes

A Tabela 45 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão


para cada zona térmica (correspondente aos cômodos da residência), verificando-se as
exigências para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13. Considera-se o
atendimento à norma quando há cumprimento das exigências para todas as zonas térmicas
analisadas.

189
Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO
Código Descrição
(12/02)
Tmax Tmax Tmax Tmax Tmax
01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 33.60 32.86 35.21 34.77 33.82 NÃO ATENDE
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
02_TC14+G (e=14cm) + Gesso 32.98 32.29 34.15 33.98 33.39 NÃO ATENDE
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
03_TC19+G Gesso 32.28 31.71 32.65 32.90 32.99 NÃO ATENDE
04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 32.70 32.07 34.05 33.78 33.17 NÃO ATENDE
05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 31.13 30.86 31.21 31.68 32.21 NÃO ATENDE
06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 33.27 32.57 35.70 34.78 33.41 NÃO ATENDE
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) +
07_TC9+E Emboço 33.12 32.43 34.42 34.18 33.49 NÃO ATENDE
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
08_TC14+E (e=14cm) + Emboço 32.54 31.93 33.43 33.42 33.11 NÃO ATENDE
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) +
09_TC19+E Emboço 31.91 31.42 32.13 32.48 32.73 NÃO ATENDE
10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 32.39 31.82 33.44 33.33 32.97 NÃO ATENDE
11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 31.03 30.78 31.10 31.58 32.15 NÃO ATENDE
12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 32.97 32.30 34.96 34.23 33.24 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
13_E+TC9+G (e=9cm) + Gesso 33.38 32.62 34.65 34.38 33.66 NÃO ATENDE
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
14_E+TC14+G quadrados (e=14cm) + Gesso (caso base) 32.68 32.03 33.55 33.54 33.20 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
15_E+TC19+G (e=19cm) + Gesso 32.09 31.55 32.30 32.64 32.86 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) +
16_E+TM10+G Gesso 32.09 31.55 32.30 32.64 32.86 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
17_E+TM20+G Gesso 31.05 30.80 31.11 31.59 32.16 NÃO ATENDE
18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 32.21 31.70 33.41 33.22 32.82 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
19_E+TC9+E (e=9cm) + Emboço 32.87 32.19 33.86 33.78 33.33 NÃO ATENDE
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
20_E+TC14+E quadrados (e=14cm) + Emboço 32.28 31.70 32.90 33.03 32.94 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
21_E+TC19+E (e=19cm) + Emboço 31.73 31.28 31.85 32.27 32.62 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+
22_E+TM10+E Emboço 32.10 31.59 32.80 32.90 32.78 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) +
23_E+TM20+E Emboço 30.97 30.75 31.04 31.53 32.12 NÃO ATENDE
24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 32.01 31.53 32.90 32.89 32.69 NÃO ATENDE

190
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar +
Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
25_TC9+AR+LR25+DW+G + Gesso 33.09 32.32 33.08 33.46 33.66 NÃO ATENDE
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
(e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
26_TC14+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 32.96 32.23 32.92 33.34 33.59 NÃO ATENDE
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar +
Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
27_TC19+AR+LR25+DW+G + Gesso 32.86 32.16 32.81 33.26 33.55 NÃO ATENDE
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
28_TM10+AR+LR25+DW+G Gesso 32.95 32.22 32.91 33.33 33.59 NÃO ATENDE
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
29_TM20+AR+LR25+DW+G Gesso 32.83 32.15 32.80 33.25 33.55 NÃO ATENDE
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha
30_CM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 33.03 32.29 33.00 33.40 33.63 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
(e=9cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 33.03 32.27 32.99 33.39 33.63 NÃO ATENDE
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos
quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm)
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G + Placa de gesso acartonado + Gesso 32.92 32.20 32.87 33.30 33.57 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados
(e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 32.84 32.14 32.79 33.25 33.54 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar
+ Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G acartonado + Gesso 32.91 32.19 32.87 33.30 33.57 NÃO ATENDE
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar
+ Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G acartonado + Gesso 32.84 32.16 32.81 33.26 33.55 NÃO ATENDE
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de
rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado +
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G Gesso 32.91 32.20 32.87 33.31 33.57 NÃO ATENDE

Tabela 47 - Desempenho térmico de paredes de acordo com o método simulado da NBR 15.575/13 – Natal, RN

191
A partir dos resultados apresentados na Tabela 45 verifica-se que nenhuma composição
analisada atende aos requisitos mínimos propostos em norma. Ao se analisar individualmente a
condição das zonas térmicas da edificação, apenas as composições que utilizam tijolo maciço
de 20 cm apresentam desempenho mínimo para as zonas 3, 4 e 5 (quarto1, sanitário e
quarto2). As zonas 1 e 2, voltadas à face norte, apresentaram valores elevados de temperatura
interna, mantendo o desempenho da residência abaixo do mínimo exigido. A menor
temperatura entre as máximas diárias foi de 30,75ºC na zona 4 (sanitário), quando utilizada a
configuração de fechamento em emboço + tijolo maciço de 20 cm + emboço. Desta maneira,
nenhuma zona apresentou desempenho intermediário, em que era exigido o valor de Ti,máx. ≤
30,51ºC.

O uso de isolantes aplicados junto à alvenaria novamente não se mostrou eficaz para a
condição de verão para a maioria das situações estudadas, aumentando a temperatura no
interior da edificação. O quarto 1 (zona 3) obteve um acréscimo de 1,87ºC no valor de Ti,máx.,
quando comparado o caso 23_E+TM20+E ao similar 35_E+TM20+AR+LR25+DW+G. Para os
casos em que foram utilizados componentes de menor inércia térmica, a incorporação do
isolante térmico proporcionou uma redução na Ti,máx.. O quarto 2 (zona 5) obteve um
decréscimo de 1,34ºC na temperatura interna, quando comparado o caso 07_TC9+E ao similar
25_TC9+AR+LR25+DW+G. Nesta situação, o uso do tijolo cerâmico de 9 cm, apenas com
revestimento em emboço na face externa, apresenta elevada transmitância térmica e, por
consequência, elevados ganhos de calor. Ao se incorporar o uso do isolante térmico resistivo na
face interna do componente, reduz-se drasticamente a transmitância e, portanto, há significativa
redução no ganho de calor oriundo do exterior. Entretanto, é importante ressaltar que a norma
NBR 15.575/13 descarta os efeitos de cargas térmicas internas, excluindo-as do modelo de
cálculo, o que poderia acarretar em uma condição ineficaz do uso do isolante térmico para o
clima em análise.

O componente que apresentou o melhor desempenho térmico entre as situações


analisadas é o tijolo maciço de 20 cm com revestimento em emboço em ambas as faces.

192
4.3.2.2. Grupo 2 – Coberturas

A Tabela 46 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão para cada zona térmica (correspondente aos
cômodos da residência), verificando-se as exigências para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13.
Considera-se o desempenho se há cumprimento das exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

Z3-Quarto1 Z4-Sanitário Z5-Quarto2 Z1-Estar Z2-Cozinha VERÃO


Código Descrição
Tmax Tmax Tmax Tmax Tmax (12/02)
01_TC Telha cerâmica 33.90 33.51 34.64 34.63 34.38 NÃO ATENDE
02_TC+AR+FG Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso acartonado 32.91 32.23 33.71 33.71 33.41 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso
03_TC+AR+FM base) 32.68 32.03 33.55 33.54 33.20 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto +
04_TC+AR+LC+E Emboço 30.34 29.66 31.55 31.31 30.72 NÃO ATENDE
05_TC+AR+LM12+E Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 31.25 30.62 32.53 32.32 31.61 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
06_TC+AR+LR25+FG Forro em gesso acartonado 30.75 30.00 31.99 31.69 31.28 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) +
07_TC+AR+LR25+FM Forro em madeira 30.72 29.96 31.96 31.66 31.25 NÃO ATENDE
08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 32.26 31.73 33.23 33.01 32.91 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em
09_TC+AL+AR+FG gesso acartonado 31.39 30.72 32.53 32.28 31.81 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em
10_TC+AL+AR+FM madeira 31.32 30.64 32.49 32.23 31.75 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça
11_TC+AL+AR+LC+E em concreto 30.15 29.54 31.42 31.10 30.58 MÍNIMO
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje mista
12_TC+AL+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 30.21 29.60 31.55 31.21 30.65 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de
13_TC+AL+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 30.51 29.78 31.84 31.48 31.05 NÃO ATENDE
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de
14_TC+AL+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 30.53 29.77 31.83 31.48 31.46 NÃO ATENDE
15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 34.00 33.59 34.67 34.66 34.48 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
16_TF6+AR+FG gesso acartonado 32.99 32.27 33.71 33.70 33.49 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em
17_TF6+AR+FM madeira 32.77 32.06 33.56 33.54 33.29 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje maciça
18_TF6+AR+LC+E em concreto 31.24 30.65 32.48 32.30 31.62 NÃO ATENDE
193
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista
19_TF6+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 31.33 30.70 32.57 32.39 31.70 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha
20_TF6+AR+LR25+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 30.76 30.01 31.99 31.70 31.30 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha
21_TF6+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 30.73 29.97 31.96 31.67 31.27 NÃO ATENDE
22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido 32.23 31.74 33.18 32.98 32.60 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
23_TF6+AL+AR+FG Ar+ Forro em gesso acartonado 31.41 30.72 32.51 32.25 31.83 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
24_TF6+AL+AR+FM Ar+ Forro em madeira 31.34 30.65 32.49 32.23 31.78 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
25_TF6+AL+AR+LC+E Ar+ regularização +Laje maciça em concreto 30.17 29.57 31.44 31.13 30.61 MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
26_TF6+AL+AR+LM12+E Ar + regularização + Laje mista (lajota) + Emboço 30.25 29.63 31.57 31.24 30.68 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
27_TF6+AL+AR+LR25+FG acartonado 30.54 29.79 31.83 31.49 31.07 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido +
28_TF6+AL+AR+LR25+FM Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 30.49 29.74 31.80 31.44 31.03 NÃO ATENDE
29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 33.93 33.53 34.64 34.62 34.41 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
30_TF10+AR+FG gesso acartonado 32.94 32.25 33.72 33.71 33.45 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em
31_TF10+AR+FM madeira 32.72 32.05 33.56 33.55 33.24 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje maciça
32_TF10+AR+LC+E em concreto 31.19 30.59 32.43 32.24 31.57 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje mista
33_TF10+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 31.28 30.65 32.55 32.35 31.64 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
34_TF10+AR+LR25+FG Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 30.75 30.01 32.00 31.70 31.29 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de
35_TF10+AR+LR25+FM Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 30.72 29.97 31.97 31.66 31.26 NÃO ATENDE
36_TF10+AL Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido 32.23 31.73 33.20 32.99 32.60 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
37_TF10+AL+AR+FG + Ar+ Forro em gesso acartonado 31.40 30.73 32.54 32.28 31.83 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
38_TF10+AL+AR+FM + Ar+ Forro em madeira 31.34 30.65 32.49 32.24 31.78 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
39_TF10+AL+AR+LC+E + Ar+ Laje maciça em concreto 30.16 29.56 31.44 31.12 30.60 MÍNIMO
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
40_TF10+AL+AR+LM12+E + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 30.23 29.62 31.56 31.22 30.67 NÃO ATENDE
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
+ Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso
41_TF10+AL+AR+LR25+FG acartonado 30.53 29.78 31.84 31.49 31.06 NÃO ATENDE
194
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido
42_TF10+AL+AR+LR25+FM + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 30.47 29.73 31.80 31.43 31.02 NÃO ATENDE
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça em
43_(RE+IM+RE+LC)+E concreto + Emboço 28.13 27.45 29.21 28.80 28.62 INTERMEDIÁRIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje mista
44_(RE+IM+RE+LM12)+E (lajota)+ Emboço 28.53 27.81 29.65 29.24 29.04 INTERMEDIÁRIO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça em
concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG gesso acartonado 30.21 29.43 31.45 31.08 30.77 MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização + Laje maciça em
concreto + Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM madeira 30.21 29.42 31.43 31.06 30.77 MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG gesso acartonado 30.22 29.45 31.47 31.10 30.78 MÍNIMO
Regularização + Impermeabilização com manta
asfáltica (4mm) + regularização +Laje mista
(lajota)+ Ar + Lã de Rocha (25mm) + Forro em
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM madeira 30.22 29.43 31.45 31.08 30.78 MÍNIMO

Tabela 48 - Desempenho térmico de coberturas de acordo com o método simulado da NBR 15.575/13 – Natal, RN

195
Os resultados obtidos demonstram que as coberturas que utilizaram sistema de laje
apresentaram os melhores desempenhos para as situações analisadas, obtendo o desempenho
intermediário para os casos 43_(RE+IM+RE+LC)+E e 44_(RE+IM+RE+LM12)+E. As
configurações de telhado com forro em laje de concreto e que incorporaram o uso de isolantes
emissivos como subcobertura (folha de alumínio polido), obtiveram o desempenho mínimo
exigido por norma. As demais configurações de telhado não alcançaram o desempenho
mínimo, mesmo quando incorporado o isolante resistivo à cobertura. Uma possível explicação
para o aumento da temperatura no interior da edificação, quando da adição de isolantes
resistivos à cobertura, poderia se dar pelo ganho de calor através de incidência de radiação
solar por aberturas (janelas) e posterior renovação de ar ineficiente, causando assim um
acúmulo interno de calor. Porém, para uma compreensão efetiva do comportamento térmico,
seriam necessários estudos específicos de causa e efeito.

Como visto anteriormente, as diretrizes da norma determinam que a avaliação seja feita
apenas verificando-se o comportamento térmico da edificação sem considerar seu
comportamento em uso. A Tabela 47 demonstra a situação 43_(RE+IM+RE+LC)+E analisada
conforme prescreve a norma e, a seguir, em 43B_(RE+IM+RE+LC)+E, as novas temperaturas
máximas internas quando são simuladas sob as mesmas condições de uso e ocupação
utilizadas nas simulações do modelo adaptativo. Nota-se sensível elevação nas temperaturas
máximas internas em face de ganhos de calor produzidos no interior dos ambientes. Neste
caso, a situação de desempenho intermediário passaria à condição de desempenho mínimo.

Na zona bioclimática 8 não se faz necessária a verificação das condições de inverno, e o


caso base definido para o estudo, 03_TC+AR=FM, mostrou-se com desempenho insuficiente
para aplicação no clima em questão.

Z3- Z4- Z5- Z1- Z2- VERÃO


Código Descrição
Quarto1 Sanitário Quarto2 Estar Cozinha (12/02)

Regularização + Impermeabilização com


manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
43_(RE+IM+RE+LC)+E maciça em concreto + Emboço 28.13 27.45 29.21 28.80 28.62 INTERMEDIÁRIO

Regularização + Impermeabilização com


manta asfáltica (4mm) + regularização + Laje
43B_(RE+IM+RE+LC)+E maciça em concreto + Emboço 30.24 29.91 31.00 30.49 30.95 MÍNIMO

Tabela 49 - Desempenho térmico de coberturas com e sem condições de uso e ocupação – Natal, RN

196
4.3.2.3. Grupo 3- Orientação

A Tabela 48 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão


para cada zona térmica (correspondente aos cômodos da residência) para as diferentes
condições de orientação do edifício, verificando-se as exigências para o atendimento ao método
simulado proposto na NBR15575/13. Considera-se o desempenho se há cumprimento das
exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

Z4- Z1- VERÃO


Código Descrição Z3-Quarto1 Sanitário Z5-Quarto2 Estar Z2-Cozinha (12/02)
Tmax Tmax Tmax Tmax Tmax
0 0º de inclinação em relação ao Norte 32.68 32.03 33.55 33.54 33.20 não atende
45 45º de inclinação em relação ao Norte 34.27 34.31 34.96 33.43 33.30 não atende
90 90º de inclinação em relação ao Norte 35.06 34.92 34.90 32.85 33.31 não atende
135 135º de inclinação em relação ao Norte 35.31 34.07 33.84 32.78 35.04 não atende
180 180º de inclinação em relação ao Norte 34.10 32.00 32.59 32.70 35.64 não atende
225 225º de inclinação em relação ao Norte 33.81 32.21 32.71 33.99 37.05 não atende
270 270º de inclinação em relação ao Norte 32.89 32.27 32.79 34.74 36.15 não atende
315 315º de inclinação em relação ao Norte 32.80 32.18 33.35 34.55 35.00 não atende

Tabela 50 - Desempenho térmico de para diferentes orientações do edifício, de acordo com o método
simulado da NBR 15. 575/13 – Natal, RN

A partir dos resultados apresentados, verifica-se que nenhuma das orientações


simuladas atende aos requisitos mínimos da norma, porém produzem significativa alteração na
temperatura no interior do edifício, da maneira como visto anteriormente para os casos de
Curitiba e Campinas.

4.3.2.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A Tabela 49 apresenta os valores de temperatura máxima para o dia típico de verão para
cada zona térmica (correspondente aos cômodos da residência), verificando-se as exigências
para o atendimento ao método simulado proposto na NBR15575/13. Considera-se o
desempenho se há cumprimento das exigências para todas as zonas térmicas analisadas.

197
Z4- Z1- VERÃO
Código Descrição Z3-Quarto1 Sanitário Z5-Quarto2 Estar Z2-Cozinha (12/02)
Tmax Tmax Tmax Tmax Tmax
0.1 Absortância à radiação solar = 0,1 31.09 30.75 31.30 31.80 31.62 não atende
0.2 Absortância à radiação solar = 0,2 31.54 31.11 31.82 32.22 32.05 não atende
0.3 Absortância à radiação solar = 0,3 31.96 31.44 32.40 32.66 32.44 não atende
0.4 Absortância à radiação solar = 0,4 32.32 31.74 32.98 33.10 32.83 não atende
0.5 Absortância à radiação solar = 0,5 32.68 32.03 33.55 33.54 33.20 não atende
0.6 Absortância à radiação solar = 0,6 33.07 32.32 34.17 33.97 33.57 não atende
0.7 Absortância à radiação solar = 0,7 33.47 32.62 34.84 34.40 33.93 não atende
0.8 Absortância à radiação solar = 0,8 33.86 32.91 35.49 34.83 34.30 não atende
0.9 Absortância à radiação solar = 0,9 34.25 33.21 36.14 35.27 34.67 não atende

Tabela 51 - Desempenho térmico de para diferentes valores de absortância das vedações verticais do
edifício, de acordo com o método simulado da NBR 15. 575/13 – Natal, RN

A partir dos resultados obtidos para diferentes valores de absortância dos componentes
de vedação externa, verifica-se que nenhum valor atende aos requisitos mínimos exigidos por
norma. Entretanto, assim como verificado nos demais climas analisados, o aumento na
absortância implica em elevação da temperatura interna dos ambientes. Os ambientes com
faces externas expostas à maior incidência de radiação solar apresentam maior variação na
temperatura interna em decorrência de incrementos no valor da absortância superficial dos
componentes de fachada.

4.3.3. Fase 3- ASHRAE55/13 – Modelo Adaptativo

A seguir são apresentados os resultados das simulações para os cinco grupos definidos
anteriormente para a localidade de Natal-RN, de acordo com o modelo adaptativo proposto na
norma ASHRAE55/13. Os resultados são apresentados separados por grupo de análise,
demonstrando-se a quantidade anual de graus-hora de desconforto total, ao frio e ao calor.
Estas duas últimas análises são ainda correlacionadas ao sobrearrefecimento e
sobreaquecimento médio, respectivamente. Os componentes simulados estão demonstrados
em ordem crescente de conforto.

A Figura 82 apresenta, para a cidade de Natal, a ocorrência das temperaturas externas,


temperatura predominante externa (Tpe) e temperatura neutra (Tn), para todo o ano. A
temperatura neutra varia entre mínima de 25,13ºC no mês de junho, e máxima de 26,25ºC em
novembro. Com temperaturas limites, para 80% de usuários satisfeitos, variando entre 21.63ºC
e 29.75ºC.

198
.
Figura 80 - Variação da temperatura neutra (Tn) e temperatura predominante externa (Tpe) para α=0,9,
Natal-RN, baseado em arquivo TRY, 1954.

4.3.3.1. Grupo 1 – Paredes

A seguir são apresentados os resultados para as composições de paredes. A Figura 83


apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total; A Figura 84 apresenta a quantidade
de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio; A Figura 85
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.3.2.1.

Figura 81 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto total – Natal, RN


199
Figura 82 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Natal, RN

Figura 83 - Grupo1 / Paredes - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Natal,


RN

200
A partir dos resultados apresentados, pode-se observar que o desconforto ao frio praticamente
inexiste para os casos simulados em Natal, alcançando intensidade máxima para o caso
01_TC9+G, com 0,78ºCh. A maioria dos casos, entretanto, não apresenta qualquer desconforto
ao frio. Os casos que apresentaram desconforto ao frio figuram entre os que apresentaram os
piores desempenhos ao calor, mostrando-se inapropriados para a utilização. Com relação ao
calor, as piores situações ocorreram com os elementos TC9, CM10 e ainda TC14, quando
utilizados com revestimentos em apenas uma das faces. Os componentes TC9 e TC14
apresentam elevada transmitância térmica e reduzida capacidade térmica. Já o CM10
apresenta a maior transmitância térmica do grupo. Estes fatores contribuem para que o fluxo de
calor para o interior do edifício ocorra com maior intensidade.

A incorporação do isolante resistivo ao componente de alvenaria mostrou-se mais eficaz


para os casos que apresentaram pior desempenho térmico. Nestas situações, o uso do isolante
reduziu o desconforto. Se compararmos o caso CM10+G ao similar com isolamento,
30_CM10+AR+LR25+DW+G, observa-se uma redução de 32,5% na quantidade de graus-hora
de desconforto ao calor. O mesmo pode ser verificado com o caso 01_TC9+G ao se comparar
com o similar 25_TC9+AR+LR25+DW+G, em que nota-se uma redução de 27,6% na
quantidade de graus-hora de desconforto ao calor. Entretanto, para casos de melhor
desempenho térmico, como o 23_TM20+E, ao se incorporar o isolamento térmico – caso
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G –, observa-se um acréscimo de 73,4% na quantidade de graus-
hora de desconforto ao calor.

A Tabela 50 apresenta a comparação dos resultados obtidos na fase 2, referentes à


norma NBR 15.575/13, aos resultados obtidos para o modelo adaptativo, fase 3, apresentados
em ordem crescente de conforto para graus-hora de desconforto total. Como visto
anteriormente, nenhuma das situações atende às exigências mínimas da norma NBR
15.575/13. É importante ressaltar que ao se comparar o caso 23_E+TM20+E com 1.959,40ºCh
– e, portanto, o melhor caso para a cidade de Natal - este valor ultrapassa o pior caso de
desconforto obtido até então, ocorrido para a cidade de Campinas para o caso 07_TC9+E, em
que se registrou 1.715,03ºCh de desconforto ao calor. De maneira geral, os componentes que
apresentaram melhor desempenho térmico são os que possuem menor transmitância térmica e
maior capacidade térmica.

201
SIMULAÇÕES GHfrio SAR GHcalor SAQ NBR 15575 / Verão GHtotal CT (kJ/m².K) U (W/m².K)
06_CM10+G 0.00 0.00 5375.81 1.32 NÃO ATENDE 5375.81 185.04 4.27
01_TC9+G 0.78 -0.10 5021.62 1.53 NÃO ATENDE 5022.41 63.05 2.72
12_CM10+E 0.00 0.00 4857.20 1.22 NÃO ATENDE 4857.20 207.92 4.05
13_E+TC9+G 0.13 -0.07 4681.52 1.35 NÃO ATENDE 4681.65 90.98 2.58
07_TC9+E 0.06 -0.03 4362.37 1.28 NÃO ATENDE 4362.43 85.94 2.62
02_TC14+G 0.00 0.00 4164.43 1.23 NÃO ATENDE 4164.43 108.04 2.70
19_E+TC9+E 0.00 0.00 4023.23 1.19 NÃO ATENDE 4023.23 113.86 2.49
04_TM10+G 0.00 0.00 3981.33 1.19 NÃO ATENDE 3981.33 154.08 3.61
14_E+TC14+G 0.00 0.00 3779.95 1.24 NÃO ATENDE 3779.95 135.97 2.56
25_TC9+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3634.40 1.20 NÃO ATENDE 3634.40 29.01 0.89
30_CM10+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3624.72 1.20 NÃO ATENDE 3624.72 31.12 1.01
08_TC14+E 0.00 0.00 3584.55 1.19 NÃO ATENDE 3584.55 130.93 2.61
31_E+TC9+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3567.07 1.19 NÃO ATENDE 3567.07 31.12 0.88
16_E+TM10+G 0.00 0.00 3552.57 1.10 NÃO ATENDE 3552.57 182.00 3.37
10_TM10+E 0.00 0.00 3542.43 1.09 NÃO ATENDE 3542.43 176.96 3.45
26_TC14+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3497.42 1.17 NÃO ATENDE 3497.42 51.50 0.89
18_E+CM10+G 0.00 0.00 3497.12 1.09 NÃO ATENDE 3497.12 212.96 3.93
28_TM10+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3496.76 1.17 NÃO ATENDE 3496.76 31.12 0.97
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3478.62 1.17 NÃO ATENDE 3478.62 31.12 0.99
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3469.28 1.17 NÃO ATENDE 3469.28 31.12 0.95
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3459.58 1.17 NÃO ATENDE 3459.58 31.12 0.88
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3406.94 1.15 NÃO ATENDE 3406.94 31.12 0.86
27_TC19+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3398.73 1.15 NÃO ATENDE 3398.73 65.48 0.79
29_TM20+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3395.34 1.15 NÃO ATENDE 3395.34 31.12 0.87
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G 0.00 0.00 3391.71 1.15 NÃO ATENDE 3391.71 31.12 0.77
20_E+TC14+E 0.00 0.00 3250.23 1.12 NÃO ATENDE 3250.23 158.85 2.48
24_E+CM10+E 0.00 0.00 3185.04 1.02 NÃO ATENDE 3185.04 235.85 3.74
22_E+TM10+E 0.00 0.00 3172.54 1.02 NÃO ATENDE 3172.54 204.89 3.23
03_TC19+G 0.00 0.00 3071.36 1.07 NÃO ATENDE 3071.36 136.00 1.93
15_E+TC19+G 0.00 0.00 2847.24 1.03 NÃO ATENDE 2847.24 163.93 1.85
09_TC19+E 0.00 0.00 2647.16 0.98 NÃO ATENDE 2647.16 158.89 1.88
21_E+TC19+E 0.00 0.00 2479.11 0.95 NÃO ATENDE 2479.11 186.81 1.81
05_TM20+G 0.00 0.00 2054.72 0.78 NÃO ATENDE 2054.72 335.11 2.52
17_E+TM20+G 0.00 0.00 2014.40 0.77 NÃO ATENDE 2014.40 363.04 2.40
11_TM20+E 0.00 0.00 1977.32 0.76 NÃO ATENDE 1977.32 358.00 2.44
23_E+TM20+E 0.00 0.00 1959.40 0.75 NÃO ATENDE 1959.40 385.92 2.33

Tabela 52 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G1 – Paredes – Natal, RN

202
4.3.3.2. Grupo 2 – Coberturas

A seguir são apresentados os resultados para as composições de paredes. A Figura 63


apresenta a quantidade de graus hora de desconforto total. A Figura 64 apresenta a quantidade
de graus-hora de desconforto ao frio e a intensidade do sobrearrefecimento médio. A Figura 65
apresenta a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor e a intensidade do
sobreaquecimento médio. Por fim, é apresentado ainda um comparativo entre os resultados
obtidos nesta seção e os resultados obtidos no item 4.3.2.2.

Figura 84 – Grupo 2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto total – Natal, RN

Figura 85 – Grupo2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao frio x sobrearrefecimento médio – Natal,


RN

203
Figura 86 – Grupo2 / Coberturas - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –
Natal, RN

Assim como ocorrido com os componentes de paredes, poucos casos apresentaram


desconforto ao frio e nestes casos a intensidade do desconforto é inexpressiva. Apenas os
casos 15_TF6, 29-TF10 e 01TC apresentaram desconforto ao frio, com valores de 0.21ºCh,
0.17ºCh e 0.16ºCh, respectivamente. Novamente como ocorrido no grupo de paredes, os casos
que apresentaram desconforto ao frio são também os que apresentam maior desconforto ao
calor.

Quanto ao desconforto ao calor, observam-se também valores elevados em comparação


aos resultados de Curitiba e Campinas. Os piores casos foram os que utilizaram a configuração
de telhado apenas, sem laje ou forro, obtendo altos índices de transmitância térmica e elevados
ganhos de calor pela cobertura. Ao se comparar o caso 15_TF6 ao caso
25_TF6+AL+AR+LC+E, em que foram incorporados o isolante radiante e forro em laje de
concreto, nota-se uma redução de 86,8% na quantidade de graus-hora de desconforto ao calor,
além de 71,5% de redução na intensidade do sobreaquecimento.

A utilização da subcobertura em alumínio mostrou-se uma solução eficaz na redução do


desconforto. Ao se comparar novamente o caso 15_TF6 ao similar com subcobertura em

204
alumínio polido, 22_TF6+AL, observa-se já uma redução de 83,4% na quantidade de graus-
hora de desconforto ao calor.

O uso da cobertura em laje, sem telhado, mostrou-se uma opção adequada na medida
em que apresentou melhores resultados do que o telhado simples, em telha de fibrocimento e
cerâmica, ou ainda do que o telhado com forro de gesso ou madeira e subcobertura de
alumínio. A cobertura em laje passa a ser desvantajosa em termos de conforto térmico, quando
comparada aos componentes que utilizam telhado com isolamento emissivo e forro em laje de
concreto ou laje mista. Esta configuração de cobertura apresentou os melhores desempenhos,
reduzindo a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor de 5.983,01ºCh, no caso
15_TF6, para 755,83ºCh, no caso 11_TC+AL+AR+LC+E. Novamente, o uso do ático mostrou-
se uma solução eficiente para o controle de ganhos térmicos, possibilitando a redução efetiva
da transferência de calor para o interior através de uma solução de custo reduzido.

A Tabela 51 apresenta a comparação dos resultados obtidos na fase 2, referente à


norma NBR 15.573/13, aos resultados obtidos para o modelo adaptativo, fase 3, apresentados
em ordem crescente de conforto para graus-hora de desconforto total. Nota-se que,
excetuando-se os casos em laje de concreto, os demais casos classificados com desempenho
intermediário pelo método prescritivo da NBR 15.575/13 apresentam-se com a menor
quantidade de graus-hora de desconforto, portanto, mantendo paridade na classificação. Os
casos em laje apresentam classificações distintas entre os dois modelos em função das cargas
térmicas internas de uso e ocupação que não são consideradas pela NBR 15.575/13, mas que
são computadas no modelo adaptativo utilizado nesta pesquisa. Assim, as melhores soluções
apresentadas na fase 2, sendo os casos 44_(RE+IM+RE+LM12)+E e 43_(RE+IM+RE+LC)+E,
figuram entre os casos de pior desempenho na análise pelo método adaptativo. Esta diferença
demonstra a distorção que pode ser gerada ao se analisar o desempenho de um edifício
apenas pela análise da envoltória, desconsiderando aspectos fundamentais de uso e ocupação.

205
Simulações GHfrio SAR (ºC) GHcalor SAQ (ºC) NBR 15575 / Verão GHtotal U (W/m².K)
15_TF6 0.21 -0.11 5983.01 1.66 NÃO ATENDE 5983.22 4.56
29_TF10 0.17 -0.09 5895.81 1.64 NÃO ATENDE 5895.98 4.44
01_TC 0.16 -0.08 5827.68 1.62 NÃO ATENDE 5827.84 4.50
16_TF6+AR+FG 0.00 0.00 4178.22 1.26 NÃO ATENDE 4178.22 2.15
30_TF10+AR+FG 0.00 0.00 4132.57 1.24 NÃO ATENDE 4132.57 2.12
02_TC+AR+FG 0.00 0.00 4080.45 1.22 NÃO ATENDE 4080.45 2.14
17_TF6+AR+FM 0.00 0.00 3872.33 1.17 NÃO ATENDE 3872.33 2.00
31_TF10+AR+FM 0.00 0.00 3830.70 1.16 NÃO ATENDE 3830.70 1.97
03_TC+AR+FM 0.00 0.00 3779.95 1.24 NÃO ATENDE 3779.95 1.98
44_(RE+IM+RE+LM12)+E 0.00 0.00 3543.85 1.06 INTERMEDIÁRIO 3543.85 2.65
43_(RE+IM+RE+LC)+E 0.00 0.00 3406.28 1.00 INTERMEDIÁRIO 3406.28 3.05
22_TF6+AL 0.00 0.00 3252.83 1.09 NÃO ATENDE 3252.83 1.21
36_TF10+AL 0.00 0.00 3243.02 1.09 NÃO ATENDE 3243.02 1.20
08_TC+AL 0.00 0.00 3203.89 1.09 NÃO ATENDE 3203.89 1.20
18_TF6+AR+LC+E 0.00 0.00 2175.09 0.77 NÃO ATENDE 2175.09 2.04
19_TF6+AR+LM12+E 0.00 0.00 2169.54 0.76 NÃO ATENDE 2169.54 1.85
32_TF10+AR+LC+E 0.00 0.00 2108.02 0.76 NÃO ATENDE 2108.02 2.02
33_TF10+AR+LM12+E 0.00 0.00 2107.04 0.74 NÃO ATENDE 2107.04 1.83
04_TC+AR+LC+E 0.00 0.00 2058.16 0.75 NÃO ATENDE 2058.16 2.03
05_TC+AR+LM12+E 0.00 0.00 2057.97 0.74 NÃO ATENDE 2057.97 1.84
23_TF6+AL+AR+FG 0.00 0.00 1954.79 0.77 NÃO ATENDE 1954.79 1.16
37_TF10+AL+AR+FG 0.00 0.00 1950.08 0.77 NÃO ATENDE 1950.08 1.15
09_TC+AL+AR+FG 0.00 0.00 1925.61 0.76 NÃO ATENDE 1925.61 1.15
24_TF6+AL+AR+FM 0.00 0.00 1868.76 0.75 NÃO ATENDE 1868.76 1.11
38_TF10+AL+AR+FM 0.00 0.00 1863.04 0.75 NÃO ATENDE 1863.04 1.10
10_TC+AL+AR+FM 0.00 0.00 1839.19 0.74 NÃO ATENDE 1839.19 1.11
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FG 0.00 0.00 1198.10 0.61 MÍNIMO 1198.10 0.86
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+LR25+FM 0.00 0.00 1175.16 0.59 MÍNIMO 1175.16 0.84
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FG 0.00 0.00 1155.20 0.59 MÍNIMO 1155.20 0.90
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25+FM 0.00 0.00 1135.77 0.58 MÍNIMO 1135.77 0.87
20_TF6+AR+LR25+FG 0.00 0.00 1070.43 0.56 NÃO ATENDE 1070.43 0.98
34_TF10+AR+LR25+FG 0.00 0.00 1066.59 0.56 NÃO ATENDE 1066.59 0.97
06_TC+AR+LR25+FG 0.00 0.00 1058.59 0.56 NÃO ATENDE 1058.59 0.98
21_TF6+AR+LR25+FM 0.00 0.00 1044.96 0.55 NÃO ATENDE 1044.96 0.95
35_TF10+AR+LR25+FM 0.00 0.00 1038.84 0.55 NÃO ATENDE 1038.84 0.94
07_TC+AR+LR25+FM 0.00 0.00 1029.98 0.54 NÃO ATENDE 1029.98 0.94
27_TF6+AL+AR+LR25+FG 0.00 0.00 866.27 0.55 NÃO ATENDE 866.27 0.70
41_TF10+AL+AR+LR25+FG 0.00 0.00 863.53 0.54 NÃO ATENDE 863.53 0.70
13_TC+AL+AR+LR25+FG 0.00 0.00 856.32 0.54 NÃO ATENDE 856.32 0.70

206
26_TF6+AL+AR+LM12+E 0.00 0.00 836.19 0.48 NÃO ATENDE 836.19 1.06
28_TF6+AL+AR+LR25+FM 0.00 0.00 833.50 0.53 NÃO ATENDE 833.50 0.69
42_TF10+AL+AR+LR25+FM 0.00 0.00 829.94 0.53 NÃO ATENDE 829.94 0.68
14_TC+AL+AR+LR25+FM 0.00 0.00 823.34 0.53 NÃO ATENDE 823.34 0.69
40_TF10+AL+AR+LM12+E 0.00 0.00 820.08 0.48 NÃO ATENDE 820.08 1.06
12_TC+AL+AR+LM12+E 0.00 0.00 801.61 0.47 NÃO ATENDE 801.61 1.06
25_TF6+AL+AR+LC+E 0.00 0.00 787.75 0.47 MÍNIMO 787.75 1.12
39_TF10+AL+AR+LC+E 0.00 0.00 773.06 0.46 MÍNIMO 773.06 1.12
11_TC+AL+AR+LC+E 0.00 0.00 755.83 0.46 MÍNIMO 755.83 1.12

Tabela 53 - Comparação entre resultados simulados para NBR 15575/13 e ASHRAE 55/2013 –
G2 – Coberturas – Natal, RN

207
4.3.3.3. Grupo 3- Orientação

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes orientações da


edificação. A Figura 89 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto ao calor e a
intensidade do sobreaquecimento médio. Como não houve desconforto ao frio para as
situações analisadas os gráficos de graus-hora de desconforto ao frio e desconforto total não
são apresentados.

Figura 87 - Grupo 3 / Orientação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –


Natal, RN

Devido a não ocorrência de desconforto ao frio, diferentemente do ocorrido para as


cidades de Curitiba e Campinas, a variação do desconforto ao calor fica evidente, uma vez que
o posicionamento da residência em relação à incidência solar altera diretamente a quantidade
de calor transferida para o interior da edificação. Ao se comparar casos como o 0º e 90º,
verifica-se uma redução de 21,8% na quantidade de graus-hora de desconforto ao calor, dado
que se reduz a área de fachada exposta à radiação solar. As melhores orientações, com
relação ao desempenho térmico, para condição de calor foram obtidas para 0º, 180º e 315º.

208
4.3.3.4. Grupo 4 – Absortância de vedações verticais externas

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes valores de


absortância dos elementos de vedação vertical externo. A Figura 90 apresenta a quantidade de
graus hora de desconforto ao calor e a intensidade do sobreaquecimento médio. Como não
houve desconforto ao frio para as situações analisadas os gráficos de graus-hora de
desconforto ao frio e desconforto total não foram apresentados.

Figura 88 - Grupo 4 / Absortância - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio –


Natal, RN

A partir dos resultados para diferentes valores de absortância, e dada a não ocorrência
de desconforto ao frio, pode-se verificar que valores mais baixos de absortância resultarão em
edificações com melhor desempenho térmico. A variação no valor da absortância de α=0,9 para
α=0,1 representou a redução de 78% na quantidade de graus-hora de desconforto total. Ainda
assim, o valor de 1475,17ºCh obtido para α=0,1 mostra-se elevado quando comparado ao caso
α=0,9 de Curitiba, em que se obteve o valor de 756,55ºCh, ou ainda os 2.392,76ºCh para α=0,9
em Campinas. Na fase 2 nenhuma das orientações obteve requisitos mínimos de desempenho
proposto por norma, entretanto, fica evidente a necessidade de utilização de valores reduzidos
de absortância para componentes expostos à radiação solar.

209
4.3.3.5. Grupo 5 – Temperatura de Setpoint de ventilação natural

A seguir são apresentados os resultados para estudo de diferentes valores de setpoint


de ventilação. A Figura 91 apresenta a quantidade de graus hora de desconforto ao calor e a
intensidade do sobreaquecimento médio. Como não houve desconforto ao frio para as
situações analisadas os gráficos de graus-hora de desconforto ao frio e desconforto total não
são apresentados.

Figura 89 - Grupo 5 / Ventilação - Graus-hora de desconforto ao calor x sobreaquecimento médio – Natal,


RN

Assim como verificado na análise dos grupos 2 e 3 nos casos relativos à temperatura de
setpoint da ventilação natural, não houve ocorrência de desconforto ao frio. Desta maneira, fica
evidente a indicação da ventilação natural seletiva para redução do desconforto ao calor, não
havendo contrapartida de desconforto ao frio. Os casos entre 16ºC e 27ºC apresentam o
mesmo desempenho térmico, uma vez que fazem uso da ventilação natural seletiva de forma
plena, sempre que o valor da temperatura exterior for menor do que o valor da temperatura
interna. É importante ressaltar que a ventilação é utilizada somente quando capaz de
proporcionar redução da carga térmica. O uso indiscriminado da ventilação, com introdução de
ar externo com temperaturas maiores do que a temperatura interior, poderia ocasionar em
aumento do desconforto. A partir de 28ºC nota-se um crescente acréscimo no desconforto, visto
que se restringe o uso da ventilação natural à ocorrência de temperaturas internas mais
elevadas.
210
4.3.3.6. Indicadores de conforto – Caso base

Neste item são apresentados, para o caso base de Natal-RN, os indicadores de conforto
propostos, de maneira a avaliar detalhadamente o comportamento térmico da edificação.

As Figura 92 e Figura 93 apresentam a classificação das horas e meses do ano,


respectivamente, entre os intervalos definidos de conforto. Verifica-se, assim, que a ocorrência
do calor entre os horários de 10h e 21h, com picos acentuados por volta das 16h, quando
aproximadamente 90% das ocorrências apresentam-se desconfortáveis ao calor. O período
compreendido entre 22h e 09h apresenta-se confortável para 80% dos usuários durante o ano
todo. Na análise mensal verifica-se que os meses de maior desconforto situam-se entre
novembro em abril, atingindo o pico de desconforto para o mês de fevereiro, em que
aproximadamente 40% das horas deste mês encontram-se desconfortáveis ao calor. O caso
base apresentou 26,75% de horas desconfortáveis ao calor, 73,25% de horas confortáveis para
80% dos usuários e não apresentou desconforto ao frio.

100%
90%
80%
Distribuição do Conforto (%)

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
horas (h)

Frio - .% Conforto 80% (inf) - .71% Conforto 90% - 63.09% Conforto 80% (sup) - 9.45% Calor - 26.75%

Figura 90 – Análise horária da ocorrência de conforto – Caso Base – Natal, RN

211
100%

90%

80%
Distribuição do Conforto (%)

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Frio - .% Conforto 80% (inf) - .71% Conforto 90% - 63.09% Conforto 80% (sup) - 9.45% Calor - 26.75%

Figura 91 - Análise mensal da ocorrência de conforto – Caso Base – Natal, RN

Para análise da intensidade das horas desconfortáveis, utilizam-se os dados presentes no


indicador B, demonstrado através das Figura 94 e Figura 95. Nota-se que as horas com maior
intensidade de desconforto ao calor apresentam intervalo de ocorrência semelhante ao
apresentado na Figura 92, apresentando pico de desconforto também às 16h, quando se atinge
2,12ºC de sobreaquecimento médio. A situação é análoga na análise mensal, onde se verifica a
maior intensidade do sobreaquecimento para o mês de fevereiro, com 2,05ºC acima do limite
estabelecido para conforto de 80% dos usuários.

212
4,00

3,00

Toperativa - Tlimite ( °C ) 2,00

1,00

0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
-1,00

-2,00

-3,00
horas (h)

Sobreaquecimento +1.21°C

Figura 92 – Análise horária do sobreaquecimento médio – Caso Base – Natal, RN

4,00

3,00
Toperativa - Tlimite ( °C )

2,00

1,00

0,00
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
-1,00

-2,00

-3,00
Meses

Sobreaquecimento +1.21°C

Figura 93 - Análise mensal do sobreaquecimento médio – Caso Base – Natal, RN

213
A análise do histograma de temperaturas, indicador C, pode ser verificado através da
Figura 96. É possível notar uma concentração de temperaturas (To-Tn) próxima a 0.0, com
aproximadamente 9% das ocorrências, e temperaturas de desconforto ao calor que variam de
+3,5ºC a + 8,5ºC. Em comparação aos histogramas de temperatura obtidos para as cidades de
Curitiba e Campinas, nota-se uma concentração maior na ocorrência de temperaturas que
também pode ser verificada através da Figura 97. Por se tratar de um clima com baixa variação
de temperaturas externas, as temperaturas internas apresentam-se também mais
concentradas, apesar de se tratar da mesma edificação simulada nos climas de Curitiba e
Campinas. A função de regressão linear para as temperaturas é representada por
f(x)=0.9986x+1.7756, e possui coeficiente de determinação de R2=0,17.

214
15,00%
14,00%
13,00%
12,00%
11,00%
10,00%
Ocorrência (%)

9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%

Toperativa - Tneutra ( °C )

Calor - 26.75% | Ghcalor +3,642 Conforto 80% (sup) - 9.45% Conforto 90% - 63.09%
Conforto 80% (inf) - .71% Frio - .% | Ghfrio

Figura 94 – Histograma de temperaturas internas (Top-Tn) – Caso Base – Natal, RN

Figura 95 – Ocorrência de temperaturas operativas internas (To) em relação à temperatura predominante


externa (Tpe) – Caso Base – Natal, RN

215
Através da análise do balanço térmico, Figura 98, é possível verificar ganhos elevados
de calor por janelas e por transferência através de superfícies, em especial através das zonas 1
e 2 (sala e cozinha), que possuem as maiores fachadas voltadas à face norte e as menores às
faces leste e oeste. A zona 1 apresenta ganhos de 4.25 GJ anuais através de superfícies e 3.31
GJ anuais através de janelas, enquanto a zona 2 apresenta ganhos de 3.015GJ anuais através
de superfícies e 3.22 GJ anuais através de janelas. Assim como na análise do balanço térmico
para Curitiba e Campinas, os elevados ganhos (2.26 GJ) e perdas (-2.46 GJ) através de
superfícies ocorridas na zona 6 demonstram elevada transferência de calor do ático para o
interior da residência e o baixo desempenho térmico da cobertura utilizada no caso base. A
ocupação e os equipamentos representam ganhos menores em comparação às demais
parcelas. Em especial, a ventilação natural exerce papel fundamental na retirada de calor do
interior da zona térmica, sendo responsável por -4.42 GJ anuais em perdas internas na zona 1,
uma vez também que é a única zona térmica que se comunica com todas as outras. A maior
retirada de calor do interior de uma zona térmica para o exterior ocorre na zona 2, em que são
retirados -3.05 GJ anuais. A zona 2, que apresenta ganhos de calor elevado por janelas e
superfícies, possui nós de ventilação em três faces, possibilitando maior interação e eficiência
da ventilação natural. Novamente, a ventilação natural seletiva mostra-se uma opção eficaz no
controle passivo do desempenho térmico em edificações. Com ganhos elevados de calor, a
ventilação natural mostrou-se ferramenta eficiente na retirada do calor, uma vez que a
transferência de massa, ou retirada de calor, ocorre com a mesma intensidade independente
dos aspectos da envoltória do edifício, sendo, portanto, mais eficiente em edificações que
apresentem envoltórias de pior desempenho.

216
Ventilação Interna - Perda

Ventilação Interna - Ganho

Ventilação - Perda

Ventilação - Ganho

Convecção Superfícies - Perda

Convecção Superfícies - Ganho

Janelas - Perda

Janelas - Ganho

Equipamentos

Iluminação

Ocupação

-5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Ganhos e Perdas (GJ)

zona1 zona2 zona3 zona4 zona5 zona6

Figura 96 – Balanço Térmico – Caso Base – Natal, RN

217
218
5 CONCLUSÃO

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de comparar a aplicação dos modelos
adaptativos e analíticos, presentes na ASHRAE 55 e NBR 15.575, utilizados na avaliação do
desempenho térmico de edificações residenciais ventiladas naturalmente. Foram propostas
diferentes situações de envoltória a partir de um caso base comum para três localidades com
características climáticas distintas. A análise do desempenho térmico foi desenvolvida através
de simulações computacionais, utilizando-se o programa de simulação térmico energético
EnergyPlus. Foram simulados 36 componentes de fachada, 48 casos de componentes de
cobertura, 8 orientações de implantação, 9 valores de absortância para componentes de
fachada e 16 temperaturas de setpoint para ventilação natural, através do modelo adaptativo
proposto pela norma ASHRAE 55/2013.

Comparando-se o modelo adaptativo às mesmas condições de projeto, sob as premissas da


norma NBR 15.575/2013, através do método simplificado e simulado proposto no texto,
verificou-se a existência de pontos discordantes entre os dois normativos. As análises
realizadas através do modelo simplificado da NBR 15.575/2013 demonstram que este método
deve ser aplicado em etapas iniciais do projeto arquitetônico ou quando não há a possibilidade
de se incorporar análises simuladas através de softwares. O método simplificado apresenta a
análise do desempenho baseado somente em aspectos físicos dos componentes de envoltória,
desconsiderando aspectos de uso, ocupação e implantação da edificação. É, portanto, uma
análise primária, mas que nos casos estudados apresentou correlação adequada com os
resultados obtidos através do método simulado.

O método simulado da norma NBR 15.575/2013 apresenta requisitos a serem cumpridos


para condições de verão e inverno, comparando-se a temperatura de ambientes internos à
ocorrência de temperaturas externas para o dia típico de projeto. Entretanto, para a condição de
verão, a norma estabelece que a análise térmica deva desconsiderar a presença de fontes
internas de calor (ocupantes, lâmpadas e outros equipamentos). Esta imposição do método
pressupõe que a análise do desempenho se dará apenas através do comportamento térmico da
edificação, sem considerar as condições de uso e ocupação, de maneira a padronizar o método
de análise. Entretanto, como observado nos resultados obtidos através do método adaptativo,
em que foram consideradas as condições de uso e ocupação, a influência de cargas térmicas
internas pode ser significativa, alterando-se as condições de conforto nos ambientes internos,
219
principalmente em casos de envoltória com alto isolamento térmico. Nesta situação, os efeitos
de uso e ocupação modificam o desempenho esperado de componentes, como ocorrido para
os casos de cobertura em laje de concreto 43_(RE+IM+RE+LC)+E e 44_(RE+IM+RE+LM12)+E,
que se apresentaram como componentes de elevado desempenho na fase 2, porém,
demonstraram baixo desempenho quando simulados com a inclusão de cargas internas. A
inclusão de cargas térmicas internas demonstrou, através da comparação realizada na Tabela
47, o acréscimo de aproximadamente 2ºC na temperatura máxima dos ambientes, alterando a
classificação de desempenho da norma para o caso 43_(RE+IM+RE+LC)+E.

Nas análises realizadas através do modelo adaptativo observou-se disparidade com relação
ao método da NBR 15.573/2013, no que se refere a condições de inverno e verão. Os casos de
Curitiba e Campinas apresentaram melhor desempenho ao inverno na fase 2, ao passo que, na
fase 3, apresentaram melhor desempenho ao verão. Apesar da metodologia utilizada na fase 2
considerar apenas o dia típico de projeto, enquanto a fase 3 analisa todas as horas do ano. A
norma ASHRAE 55/2013 apresenta uma única equação adaptativa a ser utilizada para análise
em qualquer localidade. Os intervalos de temperaturas de conforto obtidos para os casos de
Campinas e Curitiba apresentaram valores elevados, mantendo a grande parte das
temperaturas na zona de desconforto ao frio. Novos estudos acerca de equações adaptativas
validadas para o território brasileiro são imprescindíveis para a aplicação do modelo adaptativo
em um normativo nacional. A variável α utilizada na equação adaptativa carece igualmente de
estudos aplicados ao clima local e de padronização em sua utilização. A norma ASHRAE
55/2013 apresenta poucos detalhes a respeito dos critérios de escolha para esta variável.

O normativo ASHRAE 55/2013 não apresenta exigências de conformidade para as


edificações, como faz a norma NBR15. 575/2013, sendo possível apenas verificar as horas
desconfortáveis e a intensidade do desconforto para uma determinada parcela de usuários
insatisfeitos. No entanto, não há prescrição de métodos para adequação da edificação em
níveis de desempenho satisfatórios ou exigidos. O único requisito exigido refere-se a reformas
de edifícios em que a conformidade é obtida caso as horas analisadas enquadrem-se nos
limites de conforto para 80% dos usuários satisfeitos. Ainda assim, a norma não faz referências
ao período de análise exigido para tal.

A principal dificuldade na utilização da metodologia adaptativa residiu na obtenção das


temperaturas operativas que implicam na determinação da velocidade do ar no interior dos

220
ambientes. A determinação da ventilação demanda cálculos computacionais complexos, e
simulá-la para determinação de valores de velocidade do vento dependeria da utilização de
softwares CFD (computer fluid dynamics). Entretanto, este tipo de software realiza uma grande
quantidade de cálculos, o que tornaria a simulação de base anual uma tarefa demasiadamente
complexa. A solução encontrada para contornar esta situação foi a utilização da temperatura
operativa gerada através do EnergyPlus, que considera a temperatura operativa como sendo a
média simples da temperatura de bulbo seco e da temperatura radiante média, conforme
descrito no capítulo 3, método da pesquisa.

A utilização dos indicadores de conforto para o modelo adaptativo mostrou-se ferramenta


importante na verificação do comportamento térmico da edificação. Apenas a verificação de
graus-hora de desconforto não identifica aspectos importantes da análise, como a intensidade
ou duração do desconforto, reduzindo ambas as análises a um único valor indistinto.

Os componentes da envoltória da edificação são determinantes no desempenho térmico. As


propriedades termo-físicas dos materiais influenciam significativamente nos fluxos de calor.
Através dos casos simulados observam-se influências diretas na variação de graus-hora de
desconforto que dependem da área de superfícies exposta à radiação solar, dos valores de
transmitância e capacidade térmica, bem como de valores de absortância dos componentes
externos.

Os melhores desempenhos entre os casos de parede estudados foram obtidos com


componentes que possuíam elevada capacidade térmica combinada à baixa transmitância
térmica. O componente de tijolo maciço de 20 cm (TM20) revestido por emboço em ambos os
lados apresentou-se como a melhor opção de parede para os três climas analisados. Os
componentes TC19 e TC14 também se mostraram como boas soluções construtivas no que se
refere ao desempenho térmico da edificação. O desempenho foi sempre melhor ao se adicionar
camadas de revestimento em emboço. A utilização de paredes com isolamento resistivo (lã de
rocha) não gerou melhorias significativas nos desempenho ao frio ou ao calor, na maioria das
vezes aumentando a condição de desconforto. Os componentes TC9 e CM10 apresentaram as
piores condições de desempenho para os climas analisados. Os componentes que apresentam
desempenho fraco ao calor também o demonstram ao frio.

Os resultados obtidos demonstram a forte correlação entre valores de transmitância térmica


dos componentes de cobertura e a quantidade de graus-hora de desconforto ao calor. De

221
maneira geral, componentes com menores valores de transmitância térmica apresentaram
melhores resultados para os três climas estudados. A partir da análise do balanço térmico,
observa-se que a cobertura foi responsável pelos maiores ganhos e perdas de calor superficial
– com exceção do caso de Natal, em que as zonas 1 e 2 apresentaram as maiores trocas
térmicas, dada a elevada incidência de radiação solar. O uso do isolamento radiante aplicado
como subcobertura mostrou-se uma solução adequada para a melhoria do desempenho térmico
tanto ao frio quanto ao calor, sendo indicado para utilização em climas quentes, onde a
incidência de radiação solar na cobertura é responsável por elevada transferência de calor para
o interior da residência. A incorporação de isolantes resistivos (lã de rocha) também se mostrou
uma solução eficiente na melhoria do conforto. A utilização do átrio não ventilado apresentou
melhora no desempenho térmico, contribuindo para restringir o fluxo de calor nestes casos. A
melhor solução de átrio foi a que incorporou o uso de laje em concreto. As telhas de
fibrocimento de 6 mm e 10 mm, assim com a telha cerâmica, apresentam desempenho muito
semelhante, e o incremento significativo no desempenho térmico se deu quando da combinação
de isolantes – resistivos e radiantes - e do átrio. A utilização do sistema de telhado com telha de
fibrocimento ou cerâmica, sem forro, átrio ou isolamento, não é recomendada, já que a adição
de isolamentos produz ganhos significativos no conforto térmico.

A orientação da edificação, apesar de influenciar no desempenho da edificação, apresenta


uma representatividade menor se comparada a aspectos da envoltória nas condições
estudadas. A alteração da orientação resultou na melhoria de alguns ambientes, mas acabou
por gerar reduções no conforto nos ambientes localizados em zonas opostas. A orientação solar
dos elementos de vedação opacos possui influência menor do que a orientação dos elementos
translúcidos no desempenho térmico de uma edificação. Algumas condições de desconforto em
zonas com grande incidência de radiação solar poderiam ser minimizadas ao se alterar o
posicionamento ou o sombreamento das aberturas.

O estudo da absortância das paredes demonstrou grande representatividade da variável na


obtenção do conforto. O aumento da absortância ocasionou a redução do conforto ao calor em
todos os casos, ao passo que para os climas de Campinas e Curitiba ocasionou a redução do
desconforto ao frio. Para o caso de Curitiba, por exemplo, dada a grande quantidade de graus-
hora desconfortáveis ao frio, o aumento da absortância implicou na redução da quantidade de
graus-hora total. Ainda que a edificação tenha elevado a máxima e mínima de temperaturas

222
internas, o melhor desempenho através do modelo adaptativo ocorreu com α=0,9, corroborando
a hipótese de que o intervalo de conforto proposto em norma apresenta valores elevados.

A análise da sensibilidade da ventilação natural seletiva mostrou-se uma questão


importante, apresentando temperaturas ideais para resultar no menor nível de desconforto
possível. Em casos de clima predominante quente, como em Natal, não há a necessidade de
análise e sensibilidade, uma vez que a ventilação seletiva não é capaz de influenciar no
desconforto ao frio. Cabe ressaltar que a ventilação natural avaliada neste estudo é seletiva, ou
seja, utilizada apenas como ferramenta de resfriamento passivo. O uso indiscriminado da
ventilação pode ocasionar o aumento das temperaturas internas, caso as temperaturas
externas estejam elevadas.

Finalmente, é importante destacar que os resultados do presente trabalho referem-se a


edificações residenciais, ventiladas naturalmente, com a condição de ventilação natural seletiva
para três condições climáticas e para um número limitado de componentes de envoltória. Os
dados presentes nesta pesquisa referem-se a estas condições, não podendo ser generalizados
ou extrapolados para outras condições não tratadas no desenvolvimento do trabalho.

5.1. Recomendações para trabalhos futuros

Sugere-se, para a continuidade do trabalho, a realização de estudos considerando outros


fatores, conforme exemplos a seguir:

• Estudos acerca de possíveis variações na equação adaptativa para as condições


climáticas nacionais;

• Sistematizar valores de α para regiões climáticas brasileiras;

• Combinar simulações do modelo em rede com os programas CFD para analisar a


distribuição e velocidade do fluxo de ar nos ambientes, obtendo assim valores refinados
para temperatura operativa;

• Simular a ventilação natural com diferentes estratégias de ventilação, simulando o


comportamento dos usuários, por exemplo, com um valor para o setpoint de temperatura
da ventilação natural variável, vinculado, por exemplo, à temperatura neutra;

223
• Definir requisitos mínimos de desempenho para o modelo adaptativo, passíveis de
incorporação em um normativo de conforto térmico;

• Avaliar a influência de diferentes valores de absortância para a cobertura;

• Avaliar a influência de utilização de áticos ventilados;

• Comparar as condições de conforto dos componentes do estudo ao custo necessário


para execução;

• Desenvolvimento de software de conforto a partir das planilhas de cálculo dos


indicadores de conforto desenvolvido para este trabalho;

224
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232
APÊNDICES
Apêndice A – Propriedades termo-físicas dos componentes de envoltória

Rt
CÓDIGO DESCRIÇÃO e (m) λ (W/m.K) c (J/kg.K) ρ (kg/m³) (m².K/W) Ct(kJ/m².K)
PAREDE
Tijolo cerâmico de 8 furos quadrados, assentados na menor
dimensão (espessura de 9cm). Dimensões do tijolo:
9,0x14,0x19,0cm. Espessura da argamassa de assentamento:
TC9 1,0cm. 0.014 0.90 920 2252 0.016 29.01
Bloco cerâmico de 2 furos quadrados, assentados na menor
dimensão (espessura de 14cm). Dimensões do bloco:
14,0x29,5x19,0cm. Espessura da argamassa de
TC14 assentamento: 1,0cm. 0.015 0.90 920 3732 0.017 51.50
Tijolo cerâmico de 8 furos quadrados, assentados na maior
dimensão (espessura de 19cm). Dimensões do tijolo:
9,0x14,0x19,0. Espessura da argamassa de assentamento:
TC19 1,0cm. 0.082 0.90 920 868 0.091 65.48
Tijolo cerâmico maciço assentado na menor dimensão – ½
parede - (espessura de 10cm). Dimensões do tijolo:
10,0x5,0x22,0cm. Espessura da argamassa de assentamento:
TM10 1,0cm. 0.090 0.90 920 1800 0.100 149.04
Tijolo cerâmico maciço assentado na maio dimensão – 1
parede - (espessura de 20cm). Dimensões do tijolo:
10,0x5,0x22,0cm. Espessura da argamassa de assentamento:
TM20 1,0cm. 0.198 0.90 920 1812 0.220 330.07

CM10 Parede de concreto maciço. Espessura da parede: 10cm 0.100 1.75 1000 1800 0.057 180.00
Placa de gesso acartonado com montante em alumínio, perfil
C. Parede tipo dry-wall. Espessura da placa: 1,25cm;
DW espessura do montante de alumínio: 5cm. 0.013 0.35 840 2400 0.036 25.20
Revestimento em argamassa cimentícia tipo emboço paulista.
E Espessura do revestimento: 2,0cm. 0.020 1.00 780 1790 0.020 27.92
Revestimento em gesso liso desempenado aplicado
diretamente sobre o componente de alvenaria. Espessura do
G revestimento: 0,5cm 0.005 0.70 840 1200 0.007 5.04
AR Camada de Ar conforme NBR15.220/05

Tabela 54 - Descrição das propriedades físicas das camadas dos elementos de parede.

CÓDIGO DESCRIÇÃO e (m) λ (W/m.K) c (J/kg.K) ρ (kg/m³) Rt (m².K/W) Ct (kJ/m².K)

COBERTURA

IM Impermeabilização com manta asfáltica (e=4mm) 0.004 0.23 1460 1000 0.017 5.84
LC Laje maciça em concreto (e=7cm) 0.07 1.75 1000 2400 0.040 168.00
Laje mista - Vigota pré-fabricada + lajota cerâmica
LM12 (e=12cm) 0.095 1.05 920 1087 0.090 95.00
TC Telha cerâmica 0.013 1.05 920 2000 0.012 23.92

TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0.006 0.65 840 1700 0.009 8.57

TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0.010 0.65 840 1700 0.015 14.28

FG Forro em gesso acartonado 0.0125 0.35 840 1000 0.036 10.50

FM Forro em madeira 0.0100 0.14 2300 600 0.071 13.80

LR25 Lã de rocha (e=25mm) 0.025 0.045 700 50 0.556 0.88

AL Alumínio Polido 0.010 230.00 880 2700 0.00004 23.76

AR Camada de Ar conforme NBR15.220/05

Tabela 55 - Descrição das propriedades físicas das camadas dos elementos de cobertura.
233
Código Descrição Rse R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 Rsi RT (m².K/W) U (W/m².K)

01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.04 0.016 0.160 0.016 0.007 0.13 0.37 2.72

02_TC14+G Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso 0.04 0.017 0.160 0.017 0.007 0.13 0.37 2.70

03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.04 0.091 0.160 0.091 0.007 0.13 0.52 1.93

04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.04 0.100 0.007 0.13 0.28 3.61

05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.04 0.220 0.007 0.13 0.40 2.52

06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.04 0.057 0.007 0.13 0.23 4.27

07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.04 0.016 0.160 0.016 0.020 0.13 0.38 2.62

08_TC14+E Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço 0.04 0.017 0.160 0.017 0.020 0.13 0.38 2.61

09_TC19+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 0.04 0.091 0.160 0.091 0.020 0.13 0.53 1.88

10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.04 0.100 0.020 0.13 0.29 3.45

11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.04 0.220 0.020 0.13 0.41 2.44

12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.04 0.057 0.020 0.13 0.25 4.05

13_E+TC9+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 0.04 0.020 0.016 0.160 0.016 0.007 0.13 0.39 2.58
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados
14_E+TC14+G (e=14cm) + Gesso (caso base) 0.04 0.020 0.017 0.160 0.017 0.007 0.13 0.39 2.56

15_E+TC19+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 0.04 0.020 0.091 0.160 0.091 0.007 0.13 0.54 1.85

16_E+TM10+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 0.04 0.020 0.100 0.007 0.13 0.30 3.37

17_E+TM20+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 0.04 0.020 0.220 0.007 0.13 0.42 2.40

18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 0.04 0.020 0.057 0.007 0.13 0.25 3.93

19_E+TC9+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 0.04 0.020 0.016 0.160 0.016 0.020 0.13 0.40 2.49
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) +
20_E+TC14+E Emboço 0.04 0.020 0.017 0.160 0.017 0.020 0.13 0.40 2.48

21_E+TC19+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 0.04 0.020 0.091 0.160 0.091 0.020 0.13 0.55 1.81

22_E+TM10+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 0.04 0.020 0.100 0.020 0.13 0.31 3.23

23_E+TM20+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 0.04 0.020 0.220 0.020 0.13 0.43 2.33

24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 0.04 0.020 0.057 0.020 0.13 0.27 3.74
Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha
25_TC9+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.016 0.160 0.016 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.12 0.89

234
Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de
26_TC14+AR+LR25+DW+G rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.017 0.160 0.017 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.12 0.89

Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha


27_TC19+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.091 0.160 0.091 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.27 0.79
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
28_TM10+AR+LR25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.100 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.03 0.97
Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
29_TM20+AR+LR25+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.220 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.15 0.87
Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
30_CM10+AR+LR25+DW+G gesso acartonado + Gesso 0.04 0.057 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 0.99 1.01

Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de


31_E+TC9+AR+LR25+DW+G rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.016 0.160 0.016 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.14 0.88
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) +
32_E+TC14+AR+LR25+DW+G Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.017 0.160 0.017 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.14 0.88
Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de
33_E+TC19+AR+LR25+DW+G rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.091 0.160 0.091 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.29 0.77
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha
34_E+TM10+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.100 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.05 0.95
Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha
35_E+TM20+AR+LR25+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.220 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.17 0.86
Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm)
36_E+CM10+AR+LR25+DW+G + Placa de gesso acartonado + Gesso 0.04 0.020 0.057 0.556 0.160 0.036 0.007 0.13 1.01 0.99

Tabela 56 - Resistência térmica, camada a camada, para os casos de alvenaria definidos.

235
CT
(kJ/m².
Código Descrição C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 K)

01_TC9+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 29.01 0.00 29.01 5.04 63.05
02_TC14+G Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso 51.50 0.00 51.50 5.04 108.04
03_TC19+G Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 65.48 0.00 65.48 5.04 136.00

04_TM10+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 149.04 5.04 154.08

05_TM20+G Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 330.07 5.04 335.11

06_CM10+G Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 180.00 5.04 185.04

07_TC9+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 29.01 0.00 29.01 27.92 85.94

08_TC14+E Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço 51.50 0.00 51.50 27.92 130.93

09_TC19+E Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 65.48 0.00 65.48 27.92 158.89

10_TM10+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 149.04 27.92 176.96

11_TM20+E Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 330.07 27.92 358.00

12_CM10+E Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 180.00 27.92 207.92


13_E+TC9+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Gesso 27.92 29.01 0.00 29.01 5.04 90.98
Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Gesso (caso
14_E+TC14+G base) 27.92 51.50 0.00 51.50 5.04 135.97

15_E+TC19+G Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Gesso 27.92 65.48 0.00 65.48 5.04 163.93

16_E+TM10+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Gesso 27.92 149.04 5.04 182.00

17_E+TM20+G Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Gesso 27.92 330.07 5.04 363.04

18_E+CM10+G Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Gesso 27.92 180.00 5.04 212.96

19_E+TC9+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Emboço 27.92 29.01 0.00 29.01 27.92 113.86

20_E+TC14+E Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Emboço 27.92 51.50 0.00 51.50 27.92 158.85
21_E+TC19+E Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Emboço 27.92 65.48 0.00 65.48 27.92 186.81

22_E+TM10+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm )+ Emboço 27.92 149.04 27.92 204.89

23_E+TM20+E Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Emboço 27.92 330.07 27.92 385.92

24_E+CM10+E Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Emboço 27.92 180.00 27.92 235.85

236
25_TC9+AR+LR25+D Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de
W+G gesso acartonado + Gesso 29.01 0.00 29.01 29.01

26_TC14+AR+LR25+ Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +


DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 51.50 0.00 51.50 51.50

27_TC19+AR+LR25+ Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de


DW+G gesso acartonado + Gesso 65.48 0.00 65.48 65.48

28_TM10+AR+LR25+ Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso


DW+G acartonado + Gesso 149.04 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
29_TM20+AR+LR25+ Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
DW+G acartonado + Gesso 330.07 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
30_CM10+AR+LR25+ Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso acartonado
DW+G + Gesso 180.00 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
31_E+TC9+AR+LR25 Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=9cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +
+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 27.92 29.01 0.00 29.01 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
32_E+TC14+AR+LR2 Emboço + Bloco Cerâmico Estrutural 2 furos quadrados (e=14cm) + Ar + Lã de rocha
5+DW+G (e=25mm) + Placa de gesso acartonado + Gesso 27.92 51.50 0.00 51.50 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12

33_E+TC19+AR+LR2 Emboço + Tijolo Cerâmico 8 furos quadrados (e=19cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) +


5+DW+G Placa de gesso acartonado + Gesso 27.92 65.48 0.00 65.48 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
34_E+TM10+AR+LR2 Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa
5+DW+G de gesso acartonado + Gesso 27.92 149.04 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
35_E+TM20+AR+LR2 Emboço + Tijolo maciço 5x10x20cm (e=20cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa
5+DW+G de gesso acartonado + Gesso 27.92 330.07 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12
36_E+CM10+AR+LR2 Emboço + Concreto maciço (e=10cm) + Ar + Lã de rocha (e=25mm) + Placa de gesso
5+DW+G acartonado + Gesso 27.92 180.00 0.00 0.88 25.20 5.04 31.12

Tabela 57 – Capacidade térmica, camada a camada, para os casos de alvenaria definidos.

237
RT U
(m².K/ (W/m².
Código Descrição Rse R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 Rsi W) K)

01_TC Telha cerâmica 0.04 0.012 0.17 0.22 4.50

02_TC+AR+FG Telha cerâmica + Ar+ Forro em gesso acartonado 0.04 0.012 0.21 0.036 0.17 0.47 2.14

03_TC+AR+FM Telha cerâmica + Ar+ Forro em madeira (caso base) 0.04 0.012 0.21 0.071 0.17 0.50 1.98
Telha cerâmica + Ar+ Laje maciça em concreto +
04_TC+AR+LC+E Emboço 0.04 0.012 0.21 0.040 0.020 0.17 0.49 2.03

05_TC+AR+LM12+E Telha cerâmica + Ar + Laje mista (lajota) + Emboço 0.04 0.012 0.21 0.090 0.020 0.17 0.54 1.84
Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro
06_TC+AR+LR25+FG em gesso acartonado 0.04 0.012 0.21 0.556 0.036 0.17 1.02 0.98

Telha cerâmica + Ar + Lã de Rocha (e=25mm) + Forro


07_TC+AR+LR25+FM em madeira 0.04 0.012 0.21 0.556 0.071 0.17 1.06 0.94

08_TC+AL Telha cerâmica + Alumínio polido 0.04 0.012 0.61 0.17 0.83 1.20
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em gesso
09_TC+AL+AR+FG acartonado 0.04 0.012 0.61 0.036 0.17 0.87 1.15
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Forro em
10_TC+AL+AR+FM madeira 0.04 0.012 0.61 0.071 0.17 0.90 1.11
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar+ Laje maciça em
11_TC+AL+AR+LC+E concreto 0.04 0.012 0.61 0.040 0.020 0.17 0.89 1.12
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Laje mista
12_TC+AL+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 0.04 0.012 0.61 0.090 0.020 0.17 0.94 1.06
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
13_TC+AL+AR+LR25+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.012 0.61 0.556 0.036 0.17 1.42 0.70
Telha cerâmica + Alumínio polido + Ar + Lã de Rocha
14_TC+AL+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 0.04 0.012 0.61 0.556 0.071 0.17 1.46 0.69

15_TF6 Telha de fibrocimento (e=6mm) 0.04 0.009 0.17 0.22 4.56


Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em gesso
16_TF6+AR+FG acartonado 0.04 0.009 0.21 0.036 0.17 0.46 2.15

17_TF6+AR+FM Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Forro em madeira 0.04 0.009 0.21 0.071 0.17 0.50 2.00
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar+ Laje maciça em
18_TF6+AR+LC+E concreto 0.04 0.009 0.21 0.040 0.020 0.17 0.49 2.04
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Laje mista (lajota)
19_TF6+AR+LM12+E + Emboço 0.04 0.009 0.21 0.090 0.020 0.17 0.54 1.85
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha
20_TF6+AR+LR25+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.009 0.21 0.556 0.036 0.17 1.02 0.98
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Ar + Lã de Rocha
21_TF6+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 0.04 0.009 0.21 0.556 0.071 0.17 1.06 0.95

22_TF6+AL Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido 0.04 0.009 0.61 0.17 0.83 1.21

238
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+
23_TF6+AL+AR+FG Forro em gesso acartonado 0.04 0.009 0.61 0.036 0.17 0.86 1.16
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+
24_TF6+AL+AR+FM Forro em madeira 0.04 0.009 0.61 0.071 0.17 0.90 1.11
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar+
25_TF6+AL+AR+LC+E regularização +Laje maciça em concreto 0.04 0.009 0.61 0.040 0.020 0.17 0.89 1.12
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar +
26_TF6+AL+AR+LM12+E regularização + Laje mista (lajota) + Emboço 0.04 0.009 0.61 0.090 0.020 0.17 0.94 1.06
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar +
27_TF6+AL+AR+LR25+FG Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.009 0.61 0.556 0.036 0.17 1.42 0.70
Telha de fibrocimento (e=6mm) + Alumínio polido + Ar +
28_TF6+AL+AR+LR25+FM Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 0.04 0.009 0.61 0.556 0.071 0.17 1.46 0.69

29_TF10 Telha de fibrocimento (e=10mm) 0.04 0.015 0.17 0.23 4.44


Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em gesso
30_TF10+AR+FG acartonado 0.04 0.015 0.21 0.036 0.17 0.47 2.12

31_TF10+AR+FM Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Forro em madeira 0.04 0.015 0.21 0.071 0.17 0.51 1.97
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar+ Laje maciça em
32_TF10+AR+LC+E concreto 0.04 0.015 0.21 0.040 0.020 0.17 0.50 2.02
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Laje mista
33_TF10+AR+LM12+E (lajota) + Emboço 0.04 0.015 0.21 0.090 0.020 0.17 0.55 1.83
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha
34_TF10+AR+LR25+FG (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.015 0.21 0.556 0.036 0.17 1.03 0.97
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Ar + Lã de Rocha
35_TF10+AR+LR25+FM (e=25mm) + Forro em madeira 0.04 0.015 0.21 0.556 0.071 0.17 1.06 0.94

36_TF10+AL Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido 0.04 0.015 0.61 0.17 0.84 1.20
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+
37_TF10+AL+AR+FG Forro em gesso acartonado 0.04 0.015 0.61 0.036 0.17 0.87 1.15
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+
38_TF10+AL+AR+FM Forro em madeira 0.04 0.015 0.61 0.071 0.17 0.91 1.10
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar+
39_TF10+AL+AR+LC+E Laje maciça em concreto 0.04 0.015 0.61 0.040 0.020 0.17 0.90 1.12

Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar +


40_TF10+AL+AR+LM12+E Laje mista (lajota) + Emboço 0.04 0.015 0.61 0.090 0.020 0.17 0.95 1.06
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar +
41_TF10+AL+AR+LR25+FG Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.015 0.61 0.556 0.036 0.17 1.43 0.70
Telha de fibrocimento (e=10mm) + Alumínio polido + Ar +
42_TF10+AL+AR+LR25+FM Lã de Rocha (e=25mm) + Forro em madeira 0.04 0.015 0.61 0.556 0.071 0.17 1.46 0.68

239
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
(4mm) + regularização + Laje maciça em concreto +
43_(RE+IM+RE+LC)+E Emboço 0.04 0.020 0.017 0.020 0.040 0.020 0.17 0.33 3.05
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
44_(RE+IM+RE+LM12)+E (4mm) + regularização + Laje mista (lajota)+ Emboço 0.04 0.020 0.017 0.020 0.090 0.020 0.17 0.38 2.65
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
45_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25 (4mm) + regularização + Laje maciça em concreto + Ar +
+FG Lã de Rocha (25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.020 0.017 0.020 0.040 0.21 0.556 0.036 0.17 1.11 0.90
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
46_(RE+IM+RE+LC)+AR+LR25 (4mm) + regularização + Laje maciça em concreto + Ar +
+FM Lã de Rocha (25mm) + Forro em madeira 0.04 0.020 0.017 0.020 0.040 0.21 0.556 0.071 0.17 1.14 0.87
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
47_(RE+IM+RE+LM12)+AR+L (4mm) + regularização +Laje mista (lajota)+ Ar + Lã de
R25+FG Rocha (25mm) + Forro em gesso acartonado 0.04 0.020 0.017 0.020 0.090 0.21 0.556 0.036 0.17 1.16 0.86
Regularização + Impermeabilização com manta asfáltica
48_(RE+IM+RE+LM12)+AR+L (4mm) + regularização +Laje mista (lajota)+ Ar + Lã de
R25+FM Rocha (25mm) + Forro em madeira 0.04 0.020 0.017 0.020 0.090 0.21 0.556 0.071 0.17 1.19 0.84

Tabela 58 – Descrição da resistência térmica, camada a camada, para os componentes de cobertura definidos

240

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