Você está na página 1de 3

A arquitetura contemporânea pode ser caracterizada pela pluralidade e pelo contraste

desenvolvidos a partir da união entre os aspectos do movimento moderno e os


aspectos dos movimentos pós-modernos. Entre os pós-modernistas é possível
destacar o minimalismo e a teoria da arquitetura como sistema comunicativo. Dessa
forma, é necessário discorrer sobre o surgimento, as propriedades, as correlações e as
diferenças de tais movimentos, os quais são considerados marcos teóricos de grande
influência para a arquitetura atual.

É válido ressaltar que o movimento moderno surge no final do século XIX e se


desenvolve na primeira metade século XX, em oposição às regras e aos estilos
tradicionais que prevaleciam sob o fazer das artes naquele momento - na literatura
pode-se citar o parnasianismo e o simbolismo, por exemplo. Além disso, o movimento
também estava em harmonia com novos ideais políticos que contestavam a ordem
social vigente na época. Para a arquitetura a mudança é impulsionada por dois fatores
gerados pela Revolução Industrial: as novas tecnologias de materiais e as novas
necessidades de arranjo das cidades. Assim, visualizando o progresso, o modernismo
valorizou o uso do aço, do concreto-armado e do vidro nas construções, as quais,
muitas vezes, precisavam ser pensadas em larga escala e produzidas para atingir todo
o tipo de público Percebe-se que apesar de também terem uma premissa de inovação,
os estilos antecessores à arquitetura moderna, - como o Arts and Crafts e o Art
Nouveau, por exemplo - são claramente diferentes do modernismo, o qual rejeita
ornamentações e dita que as formas devem ser simples, simétricas e servirem apenas
ao funcionalismo. A Escola Bauhaus, construída em 1919, na Alemanhã, foi o principal
meio propagador da arquitetura moderna, além das obras dos arquitetos Lloyd Wright,
Le Coubusier e Mies van der Rohe. Este é autor da frase que sintetiza muito bem a
arquitetura moderna: "Less is more".

Após a Segunda Guerra Mundial, novos sistemas despontam e então se inicia o fim da
era modernista. A globalização avança com o capitalismo e tem-se a passagem da era
Industrial Moderna para a Era Tecnológica que abre portas para a cultura de massa.
Surge, assim, o Pop-Art, um dos principais movimentos pós-modernistas que foi
cenário e influência para a teoria da arquitetura como sistema comunicativo, criada por
Robert Venturi e Denise Scott Brown. O arquiteto Venturi foi um crítico do modernismo
e transformou o "Less is more" de Mis van der Rohe em "Less is boring". Em seu livro
"Complexidade e Contradição em Arquitetura" ele defende a ideia de que a arquitetura
tem precisa estabelecer uma comunicação com o contexto no qual está inserida, além
de oferecer algo para ser absorvido. Logo, de acordo com Venturi, tal ideia se opõe a
homogeneidade da arquitetura moderna. Como exemplo, tem-se a sua obra Vana
Venturi House, composta por sobreposições de elementos, materiais banais e cores,
formando um conjunto complexo e assimétrico. Outrossim, Venturi e Scott Brown ao
trabalharem na construção de Las Vegas observaram a necessidade de uma forma
simbólica que surgia. Letreiros inspirados na Pop-Art e Decorated Shed se tornavam
comuns e se encontram consolidados na arquitetura contemporânea ao observarmos
postos de gasolina, comércios no geral. É válido ressaltar que marcos
arquitetônicos/regionais como o Cristo Redentor e a Ópera de Sydney são exemplos de
tais formas simbólicas.

E então, a partir de 1960, o movimento minimalista se forma e se mantem presente até


os dias. Com uma vertente diferente do Pop-Art, pode-se dizer que o minimalismo
resgata e repagina a essência do modernismo. Impulsionado pelo cenário caótico de
urbanização, industrialização e tecnologia, o movimento também preza pelo "Less is
more" de van der Rohe. Dessa vez, a pureza das formas chega de maneira muito mais
abstrata e "crua", extraindo o não essencial para que o ambiente atenda com
simplicidade as necessidades do usuário. Assim como no modernismo, o branco e
cores frias predominam e tem-se formas geométricas puras, simétricas e repetitivas. As
artes e projetos arquitetônicos desse período são constituídos por várias
funcionalidades em um mesmo elemento, a destituição completa da ornamentação e
valorização da abertura do espaço inteiro e de vãos que ajudem a iluminação natural.

Portanto, a arquitetura contemporânea se desdobra de acordo com todas as fases já


perpassadas e é baseada principalmente nos três movimentos abordados, os quais se
unem, e formam uma estética única. Porém, é importante salientar que, com o avanço
da tecnologia e das novas formas de viver, materiais sustentáveis e o conforto pessoal
foram adicionados aos projetos atuais, resultando em uma grande liberdade projetual.

Você também pode gostar