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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA

CURSO DE PSICOLOGIA

SAÚDE MATERNO INFANTIL

LIGIA ASSIS SOARES

RESENHA PIECES OF A WOMAN

CURITIBA

2021
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA

CURSO DE PSICOLOGIA

SAÚDE MATERNO INFANTIL

LIGIA ASSIS SOARES

RESENHA PIECES OF A WOMAN

Trabalho acadêmico da matéria de


Saúde Materno Infantil do 7º Período
Noturno, Turma U, visando avaliação
parcial.
Profª Patrícia Guillon Ribeiro.

CURITIBA

2021
O bebê de Marta sempre esteve lá. Durante todo o filme vemos uma
mulher completamente despedaçada tentando ser forte após da perda de sua
filha em seus braços. Seu relacionamento acaba devido a isso, a relação com a
própria mãe é abalada e Marta ainda precisa encarar o julgamento da parteira,
na qual foi negligente durante o parto ao ver os sinais de complicação e
ignorar. Entretanto, essa mulher da qual não fala sobre seu sentimento e
apenas segue sua vida durante o filme, convive ainda com seu bebê.

Durante o julgamento, vemos Marta falando “Ela tinha cheiro de maçãs”


e nos remetemos a cena em que ela está no mercado cheirando as maçãs, a
cena em que ela pega os restos de maça de cima da mesa e o momento final,
da macieira. A relação em si com as maçãs representa a filha de Marta que
nunca se foi para a mãe, mas que esteve ali o tempo todo, era uma parte dela,
a parte despedaçada dela. Todo o filme diz respeito a elaboração do luto, a
reconstrução de um casamento e a maternidade.

O Pai, durante todo o filme encara seu próprio luto, como visto na teoria,
a construção da paternidade ocorre durante a gravidez, assim como a
maternidade. Quando ele perde a filha é como se tivesse rompido esse papel
em que estava se preparando e construindo, o que traz antigas perturbações,
como o vício em álcool. Tanto quanto a dor da mãe, que ao carregar a filha
durante os 9 meses, a dor do pai tem um grande destaque. Todas as ações
dele, desde a traição com a própria prima da companheira, o abandono,
comportamento agressivo e a cena em que tenta fazer sexo forçado, são
momentos que trazem uma certa revolta ao telespectador, contudo, é uma
forma única como tantas outras de encarar a dor da perda da filha.

Toda a construção da maternidade e do “ser mãe” que foram elaborados


durante os 9 meses, são rompidos bruscamente, e as correlações com os
hormônios, como a ocitocina, a proteção da mãe com a filha, as expectativas
criadas e todo o amor que ela já possui, são tirados bruscamente dela.
Contudo, os traços da maternidade permanecem, como o sangramento pós
parto para eliminação de resíduos do revestimento intrauterino e o seio ainda
lactando, o que não é falado, mas está em destaque no filme.

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