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A Dinastia de Borgonha

Prof. Julia Pinheiro Gomes


Antecedentes
• Condado Portucalense (séc. IX-XII)
• Domínio de D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique da
Borgonha e D. Tareja e neto do rei Afonso VI, de Castela e Leão
• Disputas por territórios contra reinos vizinhos e guerras contra
muçulmanos (“Reconquista”)
• Reconhecimento de Portugal como reino independente pelo
papa (1179)
• Fixação e expansão do
território nacional
A Dinastia • Estrutura feudal (rei, clero,
Afonsina ou nobreza, servos)
• Poder e influência da Igreja
de Borgonha Católica

(1139-1383) • Português se torna a língua


oficial a partir do final do
século XIII
A Dinastia Afonsina ou de Borgonha (1139-1383)
D. Afonso Henriques,
O conquistador (1128-1185)
• Lutou contra sua mãe na Batalha de São
Mamede (1128), passando a governar o
Condado Portucalense
• Saiu vitorioso na Batalha de Ourique (1139)
contra um grande exército muçulmano e
proclamou-se rei de Portugal
• Assinou o Tratado de Zamora (1143) para
garantir a autonomia de Portugal em
relação a outros reinos católicos
Mas já o Príncipe Afonso aparelhava
O Lusitano exército ditoso,
D. Afonso Contra o Mouro que as terras habitava
De além do claro Tejo deleitoso;
Já no campo de Ourique se assentava
Henriques na O arraial soberbo e belicoso,
Defronte do inimigo Sarraceno,
Posto que em força e gente tão pequeno,
literatura Em nenhũa outra cousa confiado,
Senão no sumo Deus que o Céu regia,
portuguesa Que tão pouco era o povo bautizado,
Que, pera um só, cem Mouros haveria.
[...]
Canto III, Os Lusíadas, Luís de Camões
D. Dinis, o lavrador (1279-1325)
• Fomentou o comércio, inclusive com outros
reinos
• Incentivou a agriculta e distribuiu terras
• Ordenou o uso exclusivo do português nos
documentos oficiais
• Fundou o Estudo Geral – futura
Universidade de Coimbra – em 1290
• Foi autor de cantigas trovadorescas
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,

D. Dinis na
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
literatura [...]
portuguesa E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.

Mensagem, Fernando Pessoa


Estátua de
D. Dinis e da rainha santa isabel
Pinhal de Leiria
D. Afonso IV, o Bravo (1325-1357)
• Entrou em guerras contra seu meio-irmão
bastardo, preferido pelo pai, pelo garantia do
trono
• Uniu-se ao rei de Castela para lutar na Batalha
do Salado (1340), da qual saíram vitoriosos
• Enfrentou a peste negra, que dizimou parte da
população
• Teve desentendimentos com o filho Pedro, que o
levaram a mandar assassinar a amante deste
Já se ia o Sol ardente recolhendo
Pera a casa de Tethys, e inclinado
D. Afonso IV na Pera o Ponente, o Véspero trazendo,
Estava o claro dia memorado,

literatura Quando o poder do Mouro, grande e horrendo,


Foi pelos fortes Reis desbaratado,

portuguesa Com tanta mortindade que a memória


Nunca no mundo viu tão grão vitória.

Canto III, Os Lusíadas, Luís de Camões


D. Pedro I, o Cruel (1357-1367)
• Casamento com D. Constança (de
Castela e Leão), que morreu jovem
• Relacionamento extraconjugal com Inês
de Castro (nobre galega), aia de sua
esposa
• Relação com Teresa Lourenço, da qual
nasceu D. João, Mestre de Avis – futuro
rei de Portugal, apesar de filho bastardo
D. Pedro e Inês de castro
• Relacionamento proibido por questões
morais e religiosas
• Encontros às escondidas na Quinta das
Lágrimas em Coimbra
• Por motivações políticas, D. Afonso IV, pai
de Pedro, manda assassinar Inês de Castro
• Amor eternizado na Literatura Portuguesa
D. Pedro e inês de Castro
Quinta das Lágrimas
D. Pedro e
Inês de Castro
Fonte dos Amores na Quinta das Lágrimas
D. Pedro e Inês de Castro
Fonte das Lágrimas na
Quinta das Lágrimas
D. Pedro e inês de Castro
• Após a morte de Inês de Castro, D.
Pedro entrou em conflito com o pai
• Depois de rei, ordenou a morte dos
algozes de sua amada
• Teria supostamente coroado Inês, já
morta, como sua rainha, realizando,
inclusive, a cerimônia de beija-mão
• Mandou construir dois túmulos no
Mosteiro de Alcobaça, onde deveriam
ser enterrados juntos
D. Pedro e
Inês de Castro
Mosteiro de
Alcobaça
D. Pedro e Inês
Mosteiro de Alcobaça
D. Pedro e
Inês de Castro
Túmulos de Pedro e Inês
no Mosteiro de Alcobaça
D. Pedro e
inês de castro
Detalhe do túmulo
de Inês
D. Pedro e
inês de Castro
Detalhe do túmulo
de Pedro
D. Fernando, o Formoso (1367-1383)
• Filho legítimo de D. Pedro I com D. Constança
• Entrou em conflitos contra Castela e não saiu
vitorioso
• Casou-se com D. Leonor Teles, uma mulher
casada
• Arranjou o casamento de sua filha, D. Beatriz,
com rei de Castela
• “Fraco rei faz fraca a forte gente” (Camões)
O interregno (1383-1385)
• Após a morte de D. Fernando, há uma
crise de sucessão
• D. Leonor Teles assume como regente e é
influenciada pelo Conde Andeiro da
Galiza, seu amante e conselheiro
• Possibilidade da reunificação de Portugal
com Castela
• Insatisfação do povo, da crescente
burguesia e de parte da nobreza
• Ascensão de João, Mestre de Avis – filho
bastardo de D. Pedro I – como liderança
política contra Leonor Teles e contra o
rei de Castela após a Batalha de
Aljubarrota (1385)

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