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TÍTULO: CRIMES VIRTUAIS

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

SUBÁREA: DIREITO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

AUTOR(ES): KARYNA SAKAI

ORIENTADOR(ES): SOLANGE CRISTINA DA SILVA


KARYNA SAKAI

TEMA:
CRIMES VIRTUAIS

SOLANGE CRISTINA DA SILVA


ORIENTADORA

2014
APRESENTAÇÃO

Este trabalho consiste em Projeto a ser apresentado ao Congresso Nacional


de iniciação Científica junto ao CONIC-SEMESP e versará a respeito da
problemática na tipificação penal nos crimes cometidos no mundo virtual, ou,
ciberespaço.
O presente trabalho tem por escopo uma análise crítica da atual legislação
brasileira no tocante à aplicação do direito penal sobe os atos criminosos cometidos
por pessoas que se utilizam dos seus conhecimentos de informática para cometer
diferentes tipos de ilícitos virtuais.
É neste contexto que a sociedade moderna reclama por novos meios
coibitívos e sancionadores dos abusos cometidos no mundo virtual, que via de regra,
suas consequências no mundo fático, são bem visíveis. Apesar disto o Direito Penal,
como todos os ramos do Direito, encontra-se desprovido de meios para conter tais
abusos.
TEMA

O presente trabalho tem como objetivo uma abordagem crítica sobre a atual
legislação brasileira no tocante a eficácia de suas normas jurídicas com o
surgimento de novos crimes decorrentes da evolução sociológica e tecnológica,
necessitando assim, serem adequados e tipificados.
OBJETIVOS GERAIS
Pesquisar sobre os tipos de crimes virtuais e identificar as dificuldades encontradas
na aplicação da norma penal.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Apresentar a evolução histórica da informática;


Discorrer sobre a terminologia quanto ao sujeito ativo (Hacker x Cracker);
Identificar as condutas e crimes cometidos por esses infratores;
Apresentar os problemas na aplicação da lei penal;
Apresentar formas de soluções de conflitos normativos.
JUSTIFICATIVA

Atualmente o Brasil é o 5º pais com maior numero de conexões à internet.


Segundo o IBGE, em 2010 fechou o ano com 14,8 bilhões de internautas brasileiros.
Com o acesso do computador crescendo a cada vez mais, os crimes cometidos por
pessoas, através desses equipamentos de informática, tem se tornado um
verdadeiro desafio para a nossa atual e defasada legislação brasileira.
Segundo um estudo realizado pelo site alemão Alldas.de, o Brasil abriga o
maior grupo de hackers do mundo, calcula-se que o grupo que se intitula de Silver-
Lords, atingiu a cifra de 1.172 ataques às páginas da internet, entre os feitos desta
trupe, registra-se invasões contra a Meca militar americana, o Pentágono, a própria
Microsoft e a IBM americana. Nesta mesma pesquisa destaca-se que dos 10
maiores grupos de hackers mundiais ranqueados naquela pesquisa, cinco são
brasileiros (Silver Lords, Brazil Hackers Sabotage, Prime Suspectz, TTy0,
Demonios).
O que torna o Brasil a seara destes aventureiros virtuais é a facilidade de
atuação e a impunidade por parte de nossas leis. Basta destacar que o Comitê
Gestor de Internet no Brasil, órgão federal de fiscalização e controle deste meio de
comunicação, somente em 2002 recebeu cerca de 5.107 notificações de incidentes
de segurança, suspeita-se ainda, que esses números possam ser de maior monta,
devido à política adotada pelas empresas de encobrir invasões devido à má
publicidade advinda de uma suposta falta de segurança em seus sites.
PRESUPOSTO TEÓRICO

O cerne da questão se prende ao fato de que, como sabemos, é princípio


penal básico que “nullum crimen, nulla poena sine praevia lege”, ou seja, não há
crime sem lei anterior que assim o defina. (Tal principio) encontra-se esculpido no
art. 5.°, inc. XXXIX, da Constituição Federal de 1988 nestes termos:
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

“XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.”

Também se encontra encartado infraconstitucionalmente no art. 1.º do Código


Penal Brasileiro, dispondo que:

“Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.”

(Por este princípio), qualquer indivíduo só pratica uma conduta tida como
crime, se a mesma, assim estiver expressamente tipificada como tal em nosso
ordenamento penal vigente. Apesar de tal principio ter sua aparição ainda nos
primórdios da evolução do direito, pelos romanos, o surgimento do princípio
latinizado teve origem no abalizado escólio do doutrinador alemão Anselmo
Feuerbach.
As naturezas jurídicas destes dispositivos legais abrange o fato de impor
limites para a discricionariedade punitiva estatal, sendo um verdadeiro corolário da
reserva legal. Como bem salienta o mestre penalista Cezar Roberto Bitencourt,
verbis:

"O principio da legalidade ou da reserva legal constitui efetiva limitação ao


poder punitivo estatal. Feuerbach, no inicio do século XIX, consagrou o principio da
reserva legal por meio da fórmula latina nullum crimen, nulla poena sine praevia
lege. O principio da reserva legal é um imperativo que não admite desvios nem
exceções e representa uma conquista da consciência jurídica que obedece a
exigências de justiça; somente os regimes totalitários o têm negado. (BITENCOURT,
Cezar Roberto. Código Penal Comentado, Saraiva, pág. 2.)

Diante disto denota-se que para a sua caracterização, o crime necessita de:
a) uma tipificação expressa como crime por lei b) conduta (comissiva ou omissiva) c)
que sendo expressa como tal, esteja válida ou apta a surtir efeitos perante todos
(erga omnes). Diz-se, assim, que é o tipo penal, ou seja, a conduta considerada
como atentatória à norma.
A tipificação penal é um incansável objeto de estudo por parte dos nossos
grandes penalistas, entre tais, Damásio E. de Jesus. Foi o mesmo, que debulhando
o tipo penal, ensina que são quatro os elementos integrantes do fato típico:
1º) conduta humana dolosa ou culposa;
2º) resultado;
3º)nexo de causalidade material entre a conduta comissiva e o resultado;
4º)enquadramento do fato material (conduta, resultado e nexo causal) a uma
norma penal incriminadora (tipicidade).
Por seu turno o eminente jurista pátrio Miguel Reale Júnior, sobre o tema em
comento acrescenta:
"A tipicidade diferencia e especifica as condutas criminais em seu aspecto
objetivo. O tipo constitui apenas e tão somente a descrição objetiva, não encerrando
elementos subjetivos, nem possuindo conteúdo valorativo."
METODOLOGIA

Este estudo será fundamentado em várias pesquisas sendo pesquisa


exploratória, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, que serão realizadas para
o estudo mais aprofundado sobre o tema apresentado Pesquisa Exploratória é
utilizada para realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que
será realizada, ou seja, familiarizar-se com o fenômeno que está sendo investigado,
de modo que a pesquisa subsequente possa ser concebida com uma maior
compreensão e precisão. A pesquisa exploratória, que pode ser realizada através de
diversas técnicas, geralmente com uma pequena amostra, permite ao pesquisador
definir o seu problema de pesquisa e formular a sua hipótese com mais precisão, ela
também lhe permite escolher as técnicas mais adequadas para suas pesquisas e
decidir sobre as questões que mais necessitam de atenção e investigação
detalhada, e pode alertá-lo devido a potenciais dificuldades, as sensibilidades e as
áreas de resistência. Uma pesquisa pode ser considerada de natureza exploratória,
quando esta envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
tiveram, ou têm experiências práticas com o problema pesquisado e análise de
exemplos que estimulem a compreensão. (GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas
de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999).
A pesquisa bibliográfica será realizada em diversas fontes como: livros,
legislação, artigos em jornais e revistas, inclusive em meios eletrônicos que tratam
desse assunto. A pesquisa bibliográfica é básica e obrigatória em qualquer
modalidade de pesquisa. De forma geral, qualquer informação publicada (impressa
ou eletrônica) é passível de se tornar uma fonte de consulta. Os livros constituem-se
nas principais fontes de referências bibliográficas. Os assuntos publicados em livros
adotados como referências em sistemas formais de ensino constituem-se em um
conhecimento pronto para a consulta. Na visão de Freire-Maia (1998), a ciência que
já foi produzida e testada, denominada como ciência-disciplina, está disponível nos
livros. Os assuntos publicados em periódicos (em nosso caso específico, em jornais
e revistas científicas) geralmente são informações que estão ainda se
sistematizando, pesquisas que ainda estão sendo comprovadas. Na visão de Freire-
Maia (1998), a ciência dos periódicos é a ciência-processo, porque ela ainda está
sendo elaborada, testada, discutida.
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO INICIAL.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília: Senado, 1988.

BRASIL. Código Penal Brasileiro de 1940.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

FREIRE-MAIA, Newton. A Ciência por Dentro. Petrópolis: Vozes, 1998.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5ª. Ed. São Paulo: Atlas,
2008.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas,
1999.

JUNIOR, Miguel Reale.

Artigos Eletrônicos

ANTONIOLI, Leonardo. Estatísticas, dados e projeções atuais sobre a Internet no


Brasil. Disponível em: < http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>

Da Fonseca, Cecílio da Fonseca Vieira Ramalho Terceiro. O problema na tipificação


penal dos crimes virtuais. Revista eletrônica Jus Navegandi, maio de 2002.
Disponível em: < http://jus.com.br/revista/texto/3186/o-problema-na-tipificacao-penal-
dos-crimes-virtuais/1>.

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