Você está na página 1de 13

COESÃO

TEXTUAL
COESÃO
 É um
TEXTUAL dos meios
que garante a unidade semântica e a organização de um enunciado. Dito de uma
forma mais simples: a coesão textual tem a ver com a maneira como se processa a
ligação entre os componentes de um texto (palavras, orações, frases e parágrafos),
de modo a transmitir-se corretamente a ideia apresentada.

Exemplo de não coesão: Os meus colegas e eu vou a Lloret de Mar, em viagem de


finalistas. (frase agramatical não coesa, pois o núcleo verbal não concorda em número
com o sujeito composto da frase).

 Há dois grandes tipos de coesão: a lexical e a gramatical:

COESÃO LEXICAL – Mecanismo que se baseia na repetição da mesma palavra ao


longo do texto ou na sua substituição por outras que com ela se relacionam em
termos de hierarquia, equivalência ou posição semântica, de modo a constituir uma
rede semântica adequada ao tema desenvolvido.

 Repetição – Por não ser possível a sua substituição, a repetição da mesma


unidade lexical ao longo do texto pode revelar-se necessária para a coesão do
texto. Exemplo: A palavra é alma, a palavra é força. A palavra é o poder do
homem.

 Sinonímia – Relação de sentido entre duas palavras que possuem significados


muito particulares. Exemplo: O homem vive também das suas memórias. São as
lembranças que o fazem renascer.

 Antonímia – Palavras semanticamente opostas. Exemplo: Ao ver a caixa cheia,


desejava no seu íntimo que estivesse já vazia.

 Hiperonímia / Hiponímia – São palavras pertencentes a um mesmo campo


semântico, sendo o hipónimo uma palavra de sentido mais genérico. Exemplo:
As árvores são um bem preciosíssimo. Além da madeira, as macieiras, as
pereiras, as laranjeiras, oferecem-nos deliciosos frutos.

 Holonímia / Meronímia – (holónimo) Relação entre palavras em que o significado


de um refere o todo do qual a outra palavra (merónimo) é a parte constituinte.
Exemplo: Aquele livro está fenomenal. Da imagem da capa ao grafismo da
contracapa e badanas já para não do conteúdo: tudo está em harmonia perfeita.

COESÃO GRAMATICAL

 Coesão Referencial – Consegue-se por intermédio de mecanismos discursivos


(pronomes, advérbios ou determinantes) que estabelecem uma relação entre os
elementos do texto. Exemplo: A Ana está contente porque recebeu a bicicleta
que o avô lhe prometera. (A correferência entre os termos *A Ana* e *lhe*
advém do facto de remeterem para a mesma entidade: uma menina chamada
Ana).

Quando como acontece na frase citada, um pronome (lhe), um advérbio ou um


determinante se referem a uma entidade anteriormente designada (A Ana),
estamos perante uma anáfora.

Caso esses elementos discursivos remetem para uma entidade que será
posteriormente designada, o mecanismo denomina-se catáfora. Exemplo: Ele
perguntou a si próprio: o que vais fazer José?

 Coesão Frásica – Consegue-se pela relação sintática entre as palavras que


compõem a frase. Este tipo de coesão de carácter gramatical manifesta-se
sobretudo a nível:

Ordem de palavras na frase (determinante + nome + adjetivo + verbo +


determinante + nome / sujeito + predicado + complemento): esta ordem pode
sofrer alterações, desde que estas não perturbem a gramaticalidade da frase e a
compreensão da informação. Exemplo: A Ana comeu um gelado ontem.

Concordância dentro da frase, as palavras devem concordar em género e em


número. Essa concordância estabelece-se entre elementos como o sujeito e o
verbo, o determinante e o nome, o nome e o adjetivo. Exemplo: Os rapazes
espertos são simpáticos.

 Coesão Interfrásica – É assegurada sobretudo por articuladores ou conectores do


discurso: palavras ou expressões que lexicalmente traduzem as ligações lógicas
entre as partes do texto. Os articuladores são elementos linguísticos como as
conjunções, as locuções conjuncionais, os advérbios ou outro tipo de expressões
de ligação. Exemplo: Os alunos empenharam-se no estudo. Por isso, alcançaram
bons resultados. No entanto, estavam ainda receosos do exame.

 Coesão Temporal – Resulta da correta e explicita ordenação no tempo dos factos


apresentados num texto. A organização cronológica dos acontecimentos é,
portanto garantida por meio de um relação bem definida entre os tempos
verbais e as palavras e expressões com valor temporal. O grupo das palavras e
expressões temporais, por seu lado, é composto por advérbios de tempo (ontem,
agora, amanhã) e expressões preposicionais (antes disso, de manhã),
 entre outros. Exemplo: Esta manhã, quando o Jorge acordou, não se sentia
muito bem.

FORMAÇÃO DE
PALAVRAS
 Além da derivação e da composição (processos regulares), o português dispõe de
processos irregulares de formação de palavras. São eles a extensão semântica, os
empréstimos, a amálgama, as siglas, a acronímia e a truncação.

PROCESSOS IRREGULARES DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

 Extensão Semântica – Consiste na atribuição a uma palavra de um novo sentido


ou de uma aceção que anteriormente não tinha.
Exemplo: A designação *rato*, que se atribuía inicialmente ao animal roedor,
refere-se hoje também a uma ferramenta do computador. A palavra * chave*
que se referia originalmente ao utensílio que aciona a fechadura de uma porta,
passou também a significar *solução*, *senha*.

 Empréstimo – São palavras de outras línguas que entraram numa dada língua
que são comummente usadas pelos seus falantes. O português conta com
variadíssimos empréstimos, que foram ou não adaptados à índole da língua.
Exemplo: sushi (origem japonesa); xeque (origem árabe).

 Amálgama – É o processo de criação de uma nova palavra que resulta do


cruzamento ou da fusão de dois vocábulos existentes na língua. No processo da
sua construção, um ou ambos os termos sofrem amputações na sua forma.
Exemplo: franglês = francês + inglês.

 Sigla – É um vocábulo que resulta da redução das palavras de uma expressão às


suas iniciais.
Exemplo: TSF (telefonia sem fios); OMS (organização mundial de saúde).

 Acronímia – forma-se como a sigla: a partir da redução das palavras de uma


expressão às suas iniciais. No entanto, ao contrário da sigla, que se lê soletrando,
o acrónimo pronuncia-se como uma palavra.
Exemplo: SIDA (síndroma de imunodeficiência adquirida).

 Truncação – Consiste na redução de uma palavra, suprimindo-se geralmente as


sílabas finais.
Exemplo: moto (motocicleta); quilo (quilograma); net (internet).

 Consiste em acrescentar um elemento a uma palavra primitiva, ao qual se dá o


nome de afixo (prefixo e sufixo), dando-lhe um novo significado. As palavras podem
ser derivadas por prefixação, sufixação ou pelas duas em simultâneo (parassíntese):

DERIVAÇÃO

 Sufixação – Os sufixos surgem depois da palavra primitiva.


Exemplo: formiga + eiro = formigueiro; pintar + ura = pintura.

Prefixação – Os prefixos surgem antes da palavra primitiva.


Exemplo: in + justiça = justiça; ante + passado = antepassado.

 Prefixação e Sufixação – A palavra forma-se pela adição, em simultâneo de um


prefixo e de um sufixo; se retirarmos algum dos sufixos, a palavra formada
continua a fazer sentido.
Exemplo: in + feliz + mente = infelizmente.

 Parassíntese – A palavra forma-se pela adição, em simultâneo de um prefixo e de


um sufixo; mas se retirarmos algum dos sufixos, a palavra formada deixa de fazer
sentido.
Exemplo: e + magro + cer = emagrecer.

 A composição é o processo de formação de palavras em que duas ou mais formas


de base se associam. Existem dois processos de composição: composição
morfológica e composição morfossintática.

COMPOSIÇÃO

 Morfológica – A composição morfológica consiste na associação de radicais (o


radical é a raiz da palavra, por exemplo, na palavra mesa, o radical é mes-
podendo existir mesa, mesas, mesinha...) simples ou complexas.
Exemplo: auto (radical) + carro (radical) = autocarro (palavra composta).

 Morfossintática – A composição morfossintática consiste na associação palavras


integrando expressões sintáticas.
Exemplo: plano (uma palavra) + alto (outra palavra) = planalto (palavra
composta).

ORAÇÕES

ORAÇÕES COORDENADAS

 Oração coordenada copulativa – Oração que se inicia com uma conjunção


copulativa, transmitindo uma ideia de adição.
Exemplo: O Miguel fez uma escultura e a Maria optou por uma pintura.
 Oração coordenada adversativa – Oração iniciada por uma conjunção
adversativa e que é que estabelece uma ideia de contraste face à oração com a
qual surge coordenada.
Exemplo: Atrasamo-nos, mas conseguimos chegar a tempo da partida do
comboio.

 Oração coordenada disjuntiva – Oração iniciada por uma conjunção disjuntiva e


que transmite uma ideia de alternativa em relação à oração com a qual surge
coordenada.
Exemplo: Apetece-te comer um chocolate ou preferes provar este bolo?

 Oração coordenada conclusiva – Oração iniciada que se inicia com uma


conjunção conclusiva e que apresenta uma conclusão em relação à oração com a
qual surge coordenada.
Exemplo: Estou exausto, logo não vou á praia.

 Oração coordenada explicativa – Oração iniciada por uma conjunção explicativa


e que exprime uma justificação que legitima o ato de fala expresso pela oração
com a que surge coordenada.
Exemplo: Vou à água, pois apetece-me imenso mergulhar.

ORAÇÕES SUBORDINADAS

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

 Oração subordinada substantiva completiva – Oração que pode ser o sujeito ou o


complemento de um verbo, de um nome ou de um adjetivo. É introduzida pelas
conjunções *que*, *se* e *para*.
Exemplo: É importante que faças este trabalho.

 Oração subordinada substantiva relativa – Oração que é introduzida por um


pronome, quantificador ou advérbio relativo – *quem*, *que*, *onde* e
*quanto*. Pode desempenhar a função sintática de sujeito, de complemento
direto, complemento indireto, complemento oblíquo e de modificador de grupo
verbal.
Exemplo: Quem não arrisca não petisca.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva – Oração que se inicia com um


pronome, quantificador, determinante ou advérbio relativo ser o sujeito -
*que*, *quem*, *o qual/ a qual*, *os quais / as quais*, *cujo(s)/ cujas(s)*,
*quanto(s)/ quanta(s)*. Desempenha a função restritiva do nome, não podendo,
portanto, ser separada do antecedente por vírgulas.
Exemplo: Os concorrentes cuja obra de arte foi premiada irão a Londres.
 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa – Oração que se inicia com um
pronome, quantificador, determinante ou advérbio relativo ser o sujeito -
*que*, *quem*, *o qual/ a qual*, *os quais / as quais*, *cujo(s)/ cujas(s)*,
*quanto(s)/ quanta(s)*. Esta apresenta uma informação adicional
desempenhando a função sintática de modificador apositivo do nome e sendo
separada por vírgula.
Exemplo: A Catarina, que se interessa por arqueologia, vai no verão ao Egito.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

 Oração subordinada adverbial temporal– Oração que situa no tempo a


informação apresentada na oração subordinante e desempenha a função
sintática de modificador do grupo verbal.
Quando, Enquanto, Antes que, Depois que, Até que, Desde que, Sempre que, Assim que, Cada vez que

Exemplo: Ao sair de casa, apercebi-me de que me tinha esquecido do guarda-


chuva.

 Oração subordinada adverbial consecutiva – Oração que exprime uma


consequência do facto apresentado na oração subordinante.
Que (associado às palavras tal, tanto, tão), De forma que, De maneira que, De modo que

Exemplo: Ao sair de casa, apercebi-me de que me tinha esquecido do guarda-


chuva.

 Oração subordinada adverbial causal – Oração que indica a causa da ideia que é
expressa na oração subordinante e que desempenha a função sintática do
modificador do grupo verbal.
Porque, Pois, Portanto, Como (no início da frase), Pois que, Por isso que, Já que, Uma vez que, Visto que

Exemplo: Como está a chover, ficamos em casa.

 Oração subordinada adverbial final – Oração que indica o objetivo da situação


que é descrita na oração subordinante e que desempenha a função sintática do
modificador do grupo verbal.
Para que, A fim de que, Porque (com valor de para que)

Exemplo: O anfitrião esforçou-se muito para que todos se sentissem à vontade


na festa.

 Oração subordinada adverbial condicional – Oração que indica uma condição


para a realização do facto expresso na oração subordinante e desempenha a
função sintática de modificador da frase.
Se, Caso, Salvo se, Contanto que, exceto se
Exemplo: Se estudaste, tens maior probabilidade de ter um bom resultado.

 Oração subordinada adverbial concessiva – Oração que apresenta um obstáculo


que se coloca à situação apresentada na oração subordinante, mas que não a
impede de se concretizar.
Embora, Ainda que, Mesmo que, Se bem que, Apesar de

Exemplo: A Catarina, que se interessa por arqueologia, vai no verão ao Egito.

 Oração subordinada adverbial comparativa– Oração que apresenta o segundo


termo de uma comparação em relação ao que é expresso na oração
subordinante
Embora, Ainda que, Mesmo que, Se bem que, Apesar de

Exemplo: A Catarina, que se interessa por arqueologia, vai no verão ao Egito.

FUNÇÕES SINTÁTICAS

FUNÇÕES SINTÁTICAS AO NÍVEL DA FRASE


SUJEITO

 Sujeito Simples – Constituído por um grupo nominal simples ou por uma


oração.
Exemplo: O poeta dá outra vida.

 Sujeito Composto – Constituído por uma coordenação de grupos nominais,


pronomes ou de orações ou de combinações desta categoria.
Exemplo: A arte e a filosofia enriquecem a mente.

 Sujeito Nulo Indeterminado – Não tem realização lexical, não tem referência
definida e há pessoas que ou há quem.
Exemplo: Diz-se que as dificuldades hão-se passar.

 Sujeito Subentendido – Não tem realização lexical, mas o referente é


recuperável contextualmente.
Exemplo: Estamos presentes em todos os momentos importantes.
MODIFICADOR DA FRASE - Função sintática desempenhada por constituintes
não selecionados por nenhum elemento do grupo sintático de que fazem parte. O
modificador é um elemento opcional e a sua omissão não afeta a gramaticalidade
da frase. O modificador pode assumir a forma de grupo preposicional ou adverbial.

Exemplo: Aparentemente, a situação estava controlada.

VOCATIVO - Função sintática utilizada em contextos de chamamento ou


interpelação do interlocutor. Ocorre frequentemente em frases imperativas,
interrogativas e exclamativas. Aparece no início, ou meio e fim.

Exemplo: Caro senhor, o seu problema está resolvido.

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO VERBAL

COMPLEMENTO DIRETO - Complemento selecionado por um verbo transitivo


direto. É um grupo nominal (substituível pelo pronome pessoal o, a, os, as) ou a
uma oração subordinada substantiva (substituível pelo pronome demonstrativo
átono o)
Exemplo: O Francisco partiu o vidro.

COMPLEMENTO INDIRETO - Completamento selecionado pelo verbo, que


tem a forma de grupo preposicional e pode ser substituído pelo pronome pessoal
lhe/lhes. Esta função sintática é também desempenhada pelo pronome pessoal.

Exemplo: Estou sempre a emprestar livros à Joana.

COMPLEMENTO AGENTE DA PASSIVA - Função desempenhada por um grupo


preposicional, surge apenas quando a frase esta na passiva e responde á pergunta
“por quem?”

Exemplo: O filme do ano foi visto por toda a gente.

COMPLEMENTO OBLÍQUO- O complemento indireto também se encontra


dentro do predicado e responde à pergunta “a quem?” ou “ao quê?”.

Exemplo: A Cristina ligou à mãe.

COMPLEMENTO DO NOME - Complemento selecionado por um nome. Este


complemento pode ser um grupo preposicional (oracional ou não oracional) ou,
menos frequentemente, um grupo adjetival. Um nome pode selecionar mais de um
elemento. Os complementos do nome são de preenchimento opcional.

Exemplo: Todos ficamos sensibilizados com os pedidos de ajuda.


COMPLEMENTO DO ADJETIVO - Complemento selecionado pelo adjetivo. Pode
ser um grupo preposicional (oracional ou não). Trata-se de um complemento de
preenchimento, muitas vezes, opcional.

Exemplo: Acho que ninguém ficou contente com o resultado.

PREDICATIVO DO SUJEITO - Função desempenhada pelo constituinte que


ocorre em frases com verbos copulativos, que predica algo acerca do sujeito. O
predicativo do sujeito pode ser um grupo nominal, um grupo adjetival, um grupo
preposicional ou um grupo adverbial. Ser, estar, ficar, permanecer, tornar-se,
revelar-se, continuar, parecer.

Exemplo: O cumprimento dos deveres é do interesse da


sociedade.

PREDICATIVO DO COMPLEMENTO DIRETO - Função sintática desempenhada


pelo constituinte selecionado por um verbo transitivo- predicativo (como, achar,
chamar, considerar, julgar, tratar, eleger...) que predica algo acerca do
complemento direto. Pode ser um grupo nominal, um grupo adjetival ou um grupo
preposicional. É algo que se refere ao complemento direto.

Exemplo: Não há quem não o considere um aluno aplicado.

MODIFICADOR DO GRUPO VERBAL - O modificador do grupo verbal


acrescenta uma informação opcional, ou seja, se o retirarmos da frase o seu sentido
não muda. Pode aparecer em várias posições na frase e ter diferentes valores
(tempo, modo, lugar)

Exemplo: Ele foi a Lisboa ontem.

MODIFICADOR APOSITIVO DO NOME - Função sintática de um constituinte


que não restringe a referência do nome que modifica. Como modificadores
apositivos funcionam, tipicamente, grupos nominais ou orações relativas
explicativas. Na escrita, estes modificadores são separados dos nomes a que se
referem por vírgulas

Exemplo: A música, oficina dos sonhos, transporta-nos para longe

MODIFICADOR RESTRITIVO DO NOME - Função sintática de um constituinte


que limita ou restringe a referência do nome que modifica. Como modificadores
restritivos podem funcionar grupos adjetivais, preposicionais ou orações relativas
restritivas.

Exemplo: Aquela casa imponente é do governador


VALOR MODAL

 Expressão linguística de atitudes e opiniões do falante, ou das entidades


referidas por si, acerca do conteúdo dos enunciados produzidos.
Essas atitudes podem exprimir:

 Valores de crença – modalidade epistémica;


 Valores de obrigação ou permissão – modalidade deôntica;
 Valores de avaliação – modalidade apreciativa.

1. Modalidade epistémica (Exprime um juízo de valor acerca da verdade de uma


proposição)

 Valor de certeza – O locutor assume uma posição de certeza e precisão


relativamente à verdade do conteúdo do seu enunciado.

EX: Gil Vicente é considerado o pai do teatro português.


Estou certo de que as suas obras nos obrigam a refletir sobre a vida.

 Valor de probabilidade – O locutor não tem a certeza do que afirma, mas


tenta chegar a uma conclusão a partir de conhecimentos prévios.

EX: Talvez esta matéria seja interessante.


É provável que os alunos gostem da obra.

2. Modalidade deôntica (Descreve situações que envolvam imposições ou


autorizações)
 Valor de obrigação – O locutor procura impor ou proibir a realização de
uma ação.

EX: É obrigatória a leitura da obra.


Temos de entregar o trabalho até sexta.

 Valor de permissão – O locutor concede autorização a uma ou mais


entidades.

EX: Quem acabou o teste já pode sair.


O professor deixou-nos ouvir música na aula.

3. Modalidade apreciativa (Exprime avaliações positivas ou negativas sobre


situações)

 O locutor exprime um juízo de valor (opinião ou apreciação), positivo ou


negativo, sobre uma situação.

EX: Infelizmente, perdi o meu livro favorito.


VALOR ASPETUAL

 Expressão linguística de estrutura temporal interna de uma situação,


independente da sua localização temporal; é dado por informação lexical e
pelo contexto gramatical

1. Classes aspetuais básicas


 Estados – Situações não dinâmicas, durativas e de estrutura interna
uniforme.

EX: O Pedro está doente.


A Joana sabe inglês.

 Eventos – Situações dinâmicas, com etapas sucessivas, pontuais ou


durativas, que podem levar a uma mudança do estado de coisas inicial.

EX: A criança espirrou.


Saramago morreu em 2010.

2. Valores aspetuais construídos

Aspeto
 Valor Perfetivo – Representa situações concluídas, representa situações
concluídas; o pretérito perfeito simples está, normalmente, associado a
este valor, assim como os verbos auxiliares acabar de deixar de parar de.

EX: A Ana comeu um gelado.


Finalmente, acabei de ler Os Maias.

 Valor Imperfetivo - A situação é apresentada como não concluída; o


pretérito imperfeito e os verbos auxiliares aspetuais estar a ou andar a
contribuem para a construção deste valor.

EX: A criança chorava copiosamente.


Ando a ler o Memorial do Convento.

 Valor Genérico - A situação descrita no enunciado é atemporal e atribui


propriedades permanente a uma entidade ou a uma classe, ou mesmo a
outras situações. Este valor pode ser dado pelo presente ou pelo pretérito
imperfeito do indicativo, por predicados estativos, pelos determinantes.

EX: Os cães gostam de ir à rua.


Os dinossauros eram répteis.

 Valor Habitual - A mesma situação é repetida no tempo com a frequência


suficiente para que se possa considerar um hábito para a construção.

EX: Geralmente, meu pai compra o jornal no quiosque da esquina.


Levanto-me cedo todos os dias.

 Valor iterativo – A repetição da situação descrita pelo enunciado não é


sistemática nem ocorre com frequência suficiente para que se possa
considerá-la um hábito. Este valor é construído principalmente pela
interação de eventos com expressões adverbiais como ocasionalmente,
ultimamente, de vez em quando, agora, naquele dia, naquele ano; com
estruturas quantificadas como duas vezes, cinco vezes, muitas vezes,
algumas vezes; com o pretérito perfeito composto ou com verbos
auxiliares aspetuais como andar a.

EX: Como marisco ocasionalmente.


Naquele dia, o João foi três vezes para a rua.

Você também pode gostar