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ESTRUTURAS HIDRÁULICAS
1 – TOMADA D´ÁGUA
Sempre que possível deve-se prever que o aproveitamento da água
armazenada seja feito por gravidade. Deve-se faze a tomada de água acima do
fundo do reservatório para evitar a captação de água com muito material em
suspensão e mesmo detritos, assim, é comum instalar o conduto 2 a 3 m acima do
fundo do reservatório. Normalmente a tomada d´água é constituída por um conduto
ligando o reservatório até o ponto de consumo ou de bombeamento. Embora possa
ser utilizado um canal para tomada d água, o uso de tubulação é mais comum.
Podem ser utilizados diferentes materiais, e o dimensionamento é baseado no valor
da vazão a ser captada e na extensão do conduto. No caso de se utilizar uma
tubulação para captação, esta deve conter, em sua extremidade inicial, uma peça
com crivos para evitar a entrada de materiais estranhos, de um dispositivo de
controle (válvula de gaveta, por exemplo) que é acionado diretamente da torre de
controle de montante, e da própria tubulação, a qual deverá estar ancorada em toda
a sua extensão.
2 – TUBULAÇÃO DE FUNDO
Esta estrutura consiste de um conduto (normalmente constituído de tubos de
concreto, embora outros materiais também podem ser utilizados desde que sejam
resistentes à carga externa exercida pelo aterro) que passa sob o maciço, ligando o
reservatório ao lado jusante da barragem.
As finalidades desta estrutura são: permitir o controle do nível d´água da
represa com o esvaziamento parcial ou até mesmo total para remoção de materiais
decantados no fundo, e também, garantir o escoamento à jusante.
É a primeira estrutura a ser instalada, pois, durante a elevação e
compactação do maciço, o curso de água será desviado para o seu interior, por
onde escoará, facilitando os trabalhos de elevação da barragem.
O dimensionamento desta estrutura pode ser feito considerando como um
conduto destinado ao escoamento da vazão mínima para jusante, ou àquela
correspondente ao esvaziamento da represa em um determinado tempo, ou ainda,
ao escoamento da vazão media do curso d´água durante o período de construção
do maciço.
Embora possa haver algum outro motivo específico, o dimensionamento
normalmente se faz levando em consideração o maior valor de vazão dentre aquelas
já mencionadas. De forma geral, a vazão média do curso d´água durante o período
de construção do maciço constitui-se no maior valor. Neste caso, deve-se
dimensionar o conduto considerando que o mesmo irá trabalhar como um conduto
livre, ou seja, sem afogamento, permitindo, assim, que todo escoamento escoe pelo
conduto e não interfira na elevação e compactação do aterro.
Normalmente adota-se uma relação entre profundidade e diâmetro próximo a
70%, ou seja, Y/D = 0,7, e, de posse dos valores da vazão média, do tipo de conduto
e seu comprimento, obtém-se o valor do diâmetro a ser utilizado.
D2 D2
A= . ( − sen ) → A = . (3,96 − sen 3,96) → A = 0,586 . D2
8 8
.D 3,967 . D
P= → P= → P = 1,98 . D
2 2
Volantes
Tomada d´água
Comporta
s
A B C
Argila
Pranchas
removíveis Tubulação
Maciço
5 – EXTRAVASOR
O extravasor pode assumir diferentes configurações, podendo ser um canal
hidráulico, uma tubulação operando como bueiro ou um vertedor.
No caso de utilizar vertedores, estes podem ser de vários tipos, sendo os
mais usuais os de parede espessa e de parede arredondada. O valor da vazão que
passa pelo vertedor é obtido pela expressão:
3⁄
Q = k. b . ho 2
Em que,
Q =vazão, m3/s;
b = largura da soleira, m;
ho = carga sobre a soleira, m.
k = coeficiente do vertedor (1,55 para parede espessa e até 2,2 para arredondada)
Na figura 5 são mostrados esquemas de vertedores de parede espessa
horizontal e arredondada.
6 – DISSIPADOR DE ENERGIA
Após a passagem do escoamento pelo extravasor, é necessária sua
restituição ao curso d´água à jusante. Considerando que o extravasor está
localizado em uma cota muito mais alta que o curso d´água à jusante, é necessário
prever um dissipador de energia neste caso.
O dissipador de energia a ser utilizado vai depender da análise das condições
locais e custos. Dentre os dissipadores mais utilizados estão: escada dissipadora,
rampa com blocos, e bacias com ressalto ao pé da barragem (maiores detalhes
podem ser obtidos no texto sobre dissipadores de energia).
Na figura 7 são mostrados tipos de dissipadores de energia utilizados em
barragens de terra.