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Resenha de IPP

BIBLIOGRAFIA

RAMOS, Ricardo. Do reclame à comunicação: pequena história da


propaganda no Brasil.São Paulo: Atual, 1985.
MUNIZ, Eloá. Publicidade e propaganda: origens históricas. Publicado no Caderno
Universitário, No 148, Canoas, Ed. ULBRA, 2004.

Esta resenha foi elaborada pelo grupo de alunos do Curso de Comunicação Social da
Universidade de Brasília (UnB): Ingrid Ferrari, Alice Maria, Catarine Cavalcante, Artur Luis,
Antônio Thiago e Luana Jaime.

RESENHA

Os capítulos três e quatro falam sobre a linha cronológica da publicidade no BRasil


durante os anos 1940 e 1960. O autor divide as informações em tópicos cronológicos e
temáticos, ou seja, cada subdivisão traz elementos novos de certo tema acompanhando a
sua velocidade no tempo. Além da inserção de diferentes tipos de conhecimento, o autor
apresenta exemplificações deste no decorrer do tópico. Expõe, também, opiniões de outras
referências bibliográficas, bem como explicações didáticas.
Ricardo Ramos ao dividir os capítulos em tópicos, faz, com maestria a inserção de
diferentes informações a cada divisão, como por exemplo, na página 58, último parágrafo
ao falar sobre “a fase ‘arco do triunfo’ da propaganda brasileira”. Essa capacidade faz com
que o leitor tenha o sentimento de andar por um museu que, separa por conteúdos, mas os
junta ao tempo e espaço necessários.
A linguagem usada por Ramos nestes capítulos, é de extrema leveza, por isso o
livro torna-se expositivo, beira o didático. R. Ramos mostra a opinião de vários intelectuais
da publicidade e da propaganda como Emil Farhat e Armando d’Almeida, este mais que
aquele, enaltece-o sabiamente. Além de tudo, R. Ramos exemplifica a todo momento suas
explicações, podendo serem encontradas essas em qualquer parágrafo no decorrer do livro.
No capítulo cinco, apenas no sexto parágrafo, o autor exemplifica seis anúncios ao falar
sobre “notícias em novelas”.
A sensação que passa ao leitor é que ele está tendo uma conversa com um mestre
da publicidade. Não uma conversa séria, como uma reunião, mas como um bate-papo entre
um professor, que está disposto a dar tudo de si para ensinar e passar seu conhecimento, e
um aluno, que mantém-se vidrado a cada slogan exposto e carece de mais e mais páginas
deste livro.

Durante o capítulo V, R.Ramos fala sobre a quantidade de slogans que eram usados
durante o período de 1940 à 1950, uma época de experimentação na publicidade. Um
tempo que agrupou o fim e o período após uma guerra, agrupou, também, a saída dos
simples anúncios para o nascimento da chamada “frase de efeito”. Neste capítulo, o autor
fala como o slogan esteve presente de diversas formas. Desde slogans comuns como “Para
os óculos, o lenço. Para os olhos, Lavolho” até alguns que remetiam à guerra: “‘Piralgina
destrói qualquer dor”. Nesse anúncio, o produto eram bombas, caindo sobre o alvo com a
palavra dor se desintegrando”. R. Ramos mostra a opinião de Emil Farhat, um intelectual da
publicidade, com um depoimento de extrema importância, que além de situar o leitor em
relação ao período vivido, completa o sentido dos tópicos escritos anterior e posteriormente,
com relatos de sua própria vivência.
Armando d’Almeida divide a publicidade da década de 40 em duas fases, uma
“bélica” e uma “entre a transição da guerra para a paz”, essa com um quadro do movimento
de importações um pouco mais equilibrado, já que começa a fase da inserção da indústria
de base no Brasil, sobe a necessidade da competição pelo consumo. Já aquela, tem um
estado econômico difícil para o comércio internacional, nem mesmo os produtos -chaves
deixam de ser anunciados, logo o mercado não consegue manter a normalidade da
publicidade.
O capítulo VI traz as informações sobre os anos situados entre 1950 e 1960,
definido pelo próprio autor como o início da era eletrônica. Com uma maior demanda de
produtos, a publicidade é requisitada e, também, novas técnicas de colher a atenção do
consumidor para certo produto. Como sabemos, a década de 50 foi uma época de uso mais
frequente da publicidade e também de anúncios mais atraentes ao consumidor. Para isso, o
uso exacerbado de boxes, slogans e afins, bem como o surgimento das garotas-
propaganda e a propaganda na televisão; o autor explica estes com inumeráveis exemplos.
As mudanças na vida do publicitário ocorreu bem como a veiculação: a TV surgiu e
“herdou as qualidades do rádio”, explica Fernando Severino. A passagem da propaganda
do rádio e do papel para a televisão ocorreu, porém só começou a ser “só depois de dois
anos, [...] um bom promotor de vendas”, diz Severino em seu relato. Depoimento esse que
informa o leitor sobre esse novo meio de comunicação, que se fosse retirado do livro não
teria, certamente, o mesmo impacto de conhecimento que esse proporciona o leitor.

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