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Bárbara Rodriguez
Cinthya Meneghetti

27 de novembro de 2013
Notas de Aula de Cálculo

Derivadas de funções reais de n variáveis

Cristiana Poffal
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Autoras:

Cristiana Poffal
Bárbara Rodriguez
Cinthya Meneghetti

1
Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Instituto de Matemática, Estatística e Física - IMEF


NOTAS DE AULA DE CÁLCULO

Notas de aula de Cálculo - FURG


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Sumário

1 Derivação de funções de n variáveis 3


1.1 Derivadas parciais de funções de n variáveis . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 Derivadas parciais sucessivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.2 Interpretação geométrica da derivada parcial . . . . . . . . . . 16
1.1.3 Derivada parcial e a Regra da cadeia . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1.4 Diferenciabilidade de funções de 2 variáveis . . . . . . . . . . . 26
1.2 Diferencial Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.2.1 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3 Derivadas parciais de funções implícitas . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.4 Extremos de funções de 2 variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.4.1 Extremos Absolutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.4.2 Extremos Locais ou Relativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.5 Lista de Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

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Capítulo 1

Derivação de funções de n variáveis

Seja T (x, y) uma função definida numa região do plano. Pode-se dizer
que essa função representa, por exemplo, a temperatura do solo de uma plantação
e que seja escrita como T (x, y) = 2x2 + y, onde (x, y) é o vetor posição de um
indivíduo sobre a plantação.
Seja P0 (x0 , y0 ) um ponto dessa plantação. Com que taxa T varia quando
se caminha de P0 em uma direção específica? Em qual direção a temperatura au-
menta mais? Existe uma direção na qual ela se mantém constante?
Pode-se pensar que qualquer direção fica bem determinada se fixado um
referencial ortonormal para a região bidimensional no caso da função de 2 variáveis
T (x, y).
Observa-se que se o indivíduo se move somente na direção do eixo x,
então a temperatura passa a depender somente da variável x, isto é, y se mantém
constante na função T (x, y0 ) = T (x) = 2x2 + y0 . Analogamente para o eixo y, onde
T será uma função apenas da variável y e x considerada como constante.
Mas como calcular a taxa de variação de T partindo em uma direção
que não é paralela a de nenhum eixo coordenado? Quais são as direções em que se
encontram a máxima e a mínima taxa de variação de T ?
Considere o parabolóide z = x2 + y 2 e o plano x = 1 conforme Figura
1.1. Seja P (2, 1, 3) um ponto sobre a curva C resultante da intersecção do plano
com o parabolóide, como calcular a inclinação da reta tangente à curva C em P ?
A procura das respostas para estas perguntas motiva o estudo de deriva-
das parciais, derivada direcional e gradiente de uma função.

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Figura 1.1: Intersecção das superfícies z = x2 + y 2 e x = 1

1.1 Derivadas parciais de funções de n variáveis


Definição 1.1.1. Se w = f (x1 , x2 , . . . , xn ) é uma função de n variáveis, então as
derivadas parciais da função f em relação às variáveis x1 , x2 , . . . , xn são dadas por:
∂w f (x1 + ∆x1 , x2 , . . . , xn ) − f (x1 , x2 , . . . , xn )
= lim ;
∂x1 ∆x1 →0 ∆x1
∂w f (x1 , x2 + ∆x2 , x3 , . . . , xn ) − f (x1 , x2 , . . . , xn )
= lim ;
∂x2 ∆x 2 →0 ∆x2
..
.

∂w f (x1 , x2 , . . . , xn + ∆xn ) − f (x1 , x2 , . . . , xn )


= lim ,
∂xn ∆xn →0 ∆xn
se os limites existirem.

Observação 1.1.1. Se z = f (x, y) é uma função de 2 variáveis x e y, então as


derivadas parciais da função f (x, y) em relação à variável x e y são dadas, respecti-
vamente, por:
∂f f (x + ∆x, y) − f (x, y)
Dx f = fx = = lim
∂x ∆x→0 ∆x
∂f f (x, y + ∆y) − f (x, y)
Dy f = fy = = lim ,
∂y ∆y→0 ∆y
∂f
se estes limites existirem. Neste caso, não pode ser interpretada como razão de
∂x
diferenciais.

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Observação 1.1.2. As derivadas parciais de f (x, y) no ponto P (x0 , y0 ) são dadas


por:
∂f f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim
∂x ∆x→0 ∆x
∂f f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim ,
∂y ∆y→0 ∆y
se os limites existirem.

As regras de derivação para calcular as derivadas parciais de uma função


de n variáveis são as mesmas regras utilizadas no cálculo das derivadas de uma
função de 1 variável.
Vale ressaltar que a derivada parcial de uma função de 2 ou mais variáveis
é obtida pela derivação de uma curva que representa um caminho sobre a função
e que esse caminho é paralelo à variável escolhida. Por consequência, as demais
variáveis não sofrem variação ao longo desse caminho. Portanto, uma derivada
parcial é obtida considerando-se apenas uma variável de cada vez.

Exemplo 1.1.1. Para cada uma das funções, calcule as derivadas parciais indicadas:
r 
x+y ∂z ∂z
a) z = ln , e
x−y ∂x ∂y
∂z ∂z
b) z = x2 sen(y), e
∂x ∂y
∂u ∂u ∂u
c) u = x2 + y 2 xtz 3 , , e .
∂x ∂t ∂z

Solução:
r 
x+y
a) z = ln .
x−y

Considerando-se a variável y como constante, calcula-se a derivada


parcial em x aplicando as regras de derivação conhecidas:

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

 1
∂z 1 d x+y 2
=r · (Derivada do logaritmo natural)
∂x x + y dx x − y
x−y
 − 12  
∂z 1 1 x+y 1 · (x − y) − (x + y) · 1
=r · ·
∂x x+y 2 x−y (x − y)2
x−y
(Derivada da Potência e Regra da Cadeia)
 −1  
∂z 1 x+y 2y
= · −
∂x 2 x−y (x − y)2
   
∂z 1 x−y 2y
= · · −
∂x 2 x+y (x − y)2
∂z y
=− 2 .
∂x x − y2
Para o cálculo da derivada parcial em y, considera-se a variável x
como constante. Existem diferentes maneiras de efetuar este cálculo, embora
∂z
todas resultem no mesmo resultado. Calcula-se de maneira diferente do
∂y
∂z
que foi feito para , para ilustrar este fato. Aplicando as propriedades dos
∂x
logaritmos reescreve-se a função z como:

1
z = [ln(x + y) − ln(x − y)].
2

Derivando z em relação a y:
∂z 1 d 1 d
= · (x + y) − · (x − y)
∂y 2(x + y) dy 2(x − y) dy
(Regra da Cadeia)
∂z 1 1
= · (1) − · (−1)
∂y 2(x + y) 2(x − y)
∂z 1 1
= +
∂y 2(x + y) 2(x − y)
∂z (x − y) + (x − y)
=
∂y 2(x + y)(x − y)
∂z x
= 2 .
∂y x − y2

∂z y ∂z x
Portanto, =− 2 e = 2 .
∂x x −y 2 ∂y x − y2
b) z = x2 sen(y).

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Para calcular a derivada parcial em x considera-se y como constante:

∂z
= 2x sen(y).
∂x

Para a derivada parcial em y, tem-se x como constante:

∂z
= x2 cos(y).
∂y

As Figuras 1.2 e 1.3 apresentam, respectivamente, o gráfico da função


z = x2 sen(y) e os gráficos de suas derivadas parciais fx e fy .

Figura 1.2: Gráfico da função z = x2 sen(y)

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Figura 1.3: Gráfico das derivadas parciais fx e fy

c) u = x2 + y 2 xtz 3 .

Tem-se quatro variáveis, portanto para calcular as derivadas parciais,


consideram-se como constantes as três variáveis restantes:
∂u
= 2x + y 2 tz 3 .
∂x
∂u
= y 2 xz 3 .
∂t
∂u
= 3z 2 y 2 xt.
∂z

Exemplo 1.1.2. Considere a função


 3
 x − y se (x, y) 6= (0, 0)
 2

f (x, y) = x2 + y 2 .

 0 se (x, y) = (0, 0)

∂f ∂f
Calcule e .
∂x ∂y
Solução:
Para a primeira parte procede-se normalmente calculando a derivada parcial com a
regra do quociente. Para a segunda parte (em (x, y) = (0, 0)), calcula-se a derivada
parcial por definição (limite).

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

1.1.1 Derivadas parciais sucessivas

Seja z = f (x, y) uma função de 2 variáveis, então se existem as derivadas


∂z ∂z
parciais e , em geral, estas derivadas são funções de 2 variáveis e são chamadas
∂x ∂y
∂z ∂z
de derivadas parciais de 1a ordem de f (x, y). Se e são funções de x e y, então
∂x ∂y
se podem ter as derivadas parciais de 2a ordem dadas por:
   
∂2z ∂ ∂z ∂ 2z ∂ ∂z
zxx = = ; zxy = = ;
∂x2 ∂x ∂x ∂y∂x ∂y ∂x
   
∂ 2z ∂ ∂z ∂ 2z ∂ ∂z
zyy = 2 = ; zyx = = ,
∂y ∂y ∂y ∂x∂y ∂x ∂y
se estas existirem.
Do mesmo modo, podem-se obter as derivadas parciais de 3a ordem de
f (x, y):
  
∂3z ∂ ∂ 2z ∂ 3z ∂ ∂2z
zxxx = = ; zyxx = = ;
∂x3 ∂x ∂x2 ∂x2 ∂y ∂x ∂x∂y
 2  
∂ 3z ∂ ∂ z ∂ 3z ∂ ∂2z
zxyx = = ; zxyy = 2 = ;
∂x∂y∂x ∂x ∂y∂x ∂y ∂x ∂y ∂y∂x
   2 
∂ 3z ∂ ∂ 2z ∂ 3z ∂ ∂ z
zxxy = = ; zyxy = = .
∂y∂x2 ∂y ∂x2 ∂y∂x∂y ∂y ∂x∂y

Assim, pode-se derivar sucessivamente uma função de 2 variáveis.

Observação 1.1.3. As derivadas sucessivas de funções de n variáveis têm notação


semelhante às derivadas parciais sucessivas de funções de 2 variáveis. Considerando
w = f (x1 , . . . , xn ), tem-se:
 
∂ 2f ∂ ∂f
= ; i, j = 1, . . . , n.
∂xi xj ∂xi ∂xj
Teorema 1.1.1. (Permutabilidade da ordem de derivação): Se f (x, y) é uma função
∂f ∂f ∂ 2 f ∂ 2f
de 2 variáveis definida numa bola aberta B((x0 , y0 ), r) tal que , , e
∂x ∂y ∂y∂x ∂x∂y
são funções contínuas em B((x0 , y0 ), r), então:
∂ 2f ∂2f
(x0 , y0 ) = (x0 , y0 ).
∂y∂x ∂x∂y

∂ 2z ∂ 2z ∂ 2z
Exemplo 1.1.3. Considere a função z = ey sen(2x)+x. Determine , ,
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y
∂ 3z
e .
∂x∂y∂x

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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Solução:
Para determinar as derivadas sucessivas, primeiramente calculam-se as
derivadas parciais em x e y:
∂z
= 2ey cos(2x) + 1
∂x
∂z
= ey sen(2x).
∂y
Utilizando a notação de derivação sucessiva para facilitar os cálculos,
obtém-se:
 
∂2z ∂ ∂z ∂
= = [2ey cos(2x) + 1] = −4ey sen(2x)
∂x2 ∂x ∂x ∂x
 
∂ 2z ∂ ∂z ∂ y
= = [e sen(2x)] = ey sen(2x)
∂y 2 ∂y ∂y ∂y
 
∂ 2z ∂ ∂ y ∂z
= = [e sen(2x)] = 2ey cos(2x)
∂x∂y ∂x ∂x ∂y
3
 2 
∂ z ∂ ∂ z ∂
= = [2ey cos(2x)] = −4ey sen(2x).
∂x∂y∂x ∂x ∂y∂x ∂x

∂ 2z ∂ 2z ∂ 3z ∂ 3z ∂ 3z
Exemplo 1.1.4. Seja z = ex cos(2y)+ln(xy), calcule , , 2 , 2 , .
∂y∂x ∂x∂y ∂x ∂y ∂y ∂x ∂x∂y∂x

Solução:
Para determinar as derivadas sucessivas, primeiramente calculam-se as
derivadas parciais em x e y:
∂z 1
= ex cos(2y) +
∂x x
∂z 1
= −2ex sen(2y) + .
∂y y
Utilizando a notação de derivação sucessiva para facilitar os cálculos,
obtém-se:
   
∂2z ∂ ∂z ∂ 1
= ex cos(2y) +
= = −2ex sen(2y)
∂y∂x ∂y ∂x ∂y x
   
∂2z ∂ ∂z ∂ 1
= = −2e sen(2y) +
x
= −2ex sen(2y)
∂x∂y ∂x ∂y ∂x y
 2 
∂ 3z ∂ ∂ z ∂
= = [−2ex sen(2y)] = −2ex sen(2y)
∂x2 ∂y ∂x ∂x∂y ∂x
 2 
∂ 3z ∂ ∂ z ∂
= = [−2ex sen(2y)] = −4ex cos(2y)
∂y 2 ∂x ∂y ∂y∂x ∂y
 2 
∂3z ∂ ∂ z ∂
= = [−2ex sen(2y)] = −2ex sen(2y).
∂x∂y∂x ∂x ∂y∂x ∂x

10 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

∂ 2z ∂ 2z ∂ 3z
Exemplo 1.1.5. Calcule , , , sendo:
∂x2 ∂x∂y ∂x2 ∂y
 
a) z = 2x sen(x) + ln(x2 + y) xy
b) z = ln .
x2 + y 2

Solução:

a) z = 2x sen(x) + ln(x2 + y).

Primeiramente calculam-se as derivadas parciais em x e y:


∂z 2x
= 2x ln(2)sen(x) + 2x cos(x) + 2
∂x x +y
∂z 1
= 2 .
∂y x +y

Utilizando a notação de derivação sucessiva escreve-se o resultado


∂ 2z
encontrado para a derivada parcial em x para obter a derivada parcial :
∂x2
 
∂ 2z ∂ ∂z
2
= = 2x [ln(2)]2 sen(x) + 2x ln(2) cos(x) + 2x ln(2) cos(x)
∂x ∂x ∂x
2(y − x2 )
−2x sen(x) + 2
(x + y)2
 
∂ 2z ∂ ∂z 2(y − x2 )
= = 2x
[ln(2)]2
sen(x) + 2 · 2x
ln(2) cos(x) − 2x
sen(x) +
∂x2 ∂x ∂x (x2 + y)2
 
∂ 2z ∂ ∂z 2(y − x2 )
= = 2x
ln(2)[ln(2)sen(x) + 2 cos(x)] − 2 x
sen(x) + .
∂x2 ∂x ∂x (x2 + y)2

∂ 2z
Para calcular a derivada parcial , basta reescrever os resultados
∂x∂y
obtidos para as derivadas parciais em x e y na notação de derivação sucessiva,
assim:  
∂2z ∂ ∂z −2x
= = .
∂x∂y ∂x ∂y (x2+ y)2

Procede-se da mesma maneira para o cálculo da derivada parcial


∂ 3z
:
∂x2 ∂y
 
∂ 2z ∂ ∂z 2(x2 + y)2 − (−2x)4x(x2 + y) 6x2 − 2y
2
= = − = .
∂x ∂y ∂x ∂x∂y (x2 + y)4 (x2 + y)3

11 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

 
xy
b) z = ln .
x2 + y 2

Para facilitar os cálculos aplica-se a propriedade dos logaritmos e


reescreve-se a função z como:

z = ln(xy) − ln(x2 + y 2 ).

Calculam-se as derivadas parciais em x e y:


∂z y 2x
= − 2
∂x xy x + y 2
∂z x 2y
= − 2 .
∂y xy x + y 2

As derivadas sucessivas de z são dadas por:


 
∂ 2z ∂ ∂z y 2y 2 − 2x2
= = − −
∂x2 ∂x ∂x (xy)2 (x2 + y 2 )2
 
∂2z ∂ ∂z x 2x2 − 2y2
= =− −
∂x∂y ∂x ∂y (xy)2 (x2 + y 2 )2
 
∂ 2z ∂ ∂z −xy + 2x 12xy 2 − 4x3
= = − .
∂x2 ∂y ∂x ∂x∂y (xy)3 (x2 + y 2 )3

Exemplo 1.1.6. Se os resistores elétricos de R1 , R2 e R3 Ω (ohms) são conectados


em paralelo para formar um resistor de R Ω, o valor de R pode ser encontrado a
partir da equação
1 1 1 1
= + + .
R R1 R2 R3
∂R
Determine o valor de quando R1 = 30 Ω, R2 = 45 Ω e R3 = 90 Ω.
∂R2
Solução:
∂R
Para calcular deve-se reescrever a equação na forma:
∂R2
1 R2 R3 + R1 R3 + R1 R2 R1 R2 R3
= ⇔R= .
R R1 R2 R3 R2 R3 + R1 R3 + R1 R2

Assim a derivada parcial de R em relação a R2 é dada por:

∂R R1 R2 (R2 R3 + R1 R3 + R1 R2 ) − R1 R2 R3 (R3 + R1 )
= .
∂R2 (R2 R3 + R1 R3 + R1 R2 )2

12 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Quando R1 = 30 Ω, R2 = 45 Ω e R3 = 90 Ω, tem-se a derivada parcial


no ponto A(30, 45, 90):
∂R 2.700(4.050 + 2.700 + 1.350) − 121.500(120)
(30, 45, 90) =
∂R2 (4.050 + 2.700 + 1.350)2
∂R 21.870.000 − 14.580.000
(30, 45, 90) = .
∂R2 65.610.000

∂R
Portanto, (30, 45, 90) = 0, 1111 . . ..
∂R2

∂ 3w
Exemplo 1.1.7. Se w = ln(ex + ey + ez ), mostre que = 2 ex+y+z−3w .
∂x∂y∂z
Solução:
Utilizando a derivação sucessiva tem-se:
  
∂ 3w ∂ ∂ ∂w
= .
∂x∂y∂z ∂x ∂y ∂z

Assim, começando por wz até chegar em wzyx , obtém-se:


∂w ez
= wz = x = ez (ex + ey + ez )−1
∂z e + ey + ez

(wz ) = wzy = −ez (ex + ey + ez )−2 · ey = −ey+z · (ex + ey + ez )−2
∂y

(wzy ) = wzyx = −ey+z (−2)(ex + ey + ez )−3 · ex = 2ex+y+z · (ex + ey + ez )−3 .
∂x
Como w = ln(ex + ey + ez ), então tem-se:

x +ey +ez )
ew = eln(e = ex + ey + ez . (1.1.1)

Portanto,

(ex + ey + ez )−3 = (ew )−3 = e−3w .

Logo, de (1.1.1) tem-se:

∂3w
= 2 ex+y+z · e−3w .
∂x∂y∂z
Assim,
∂ 3w
= 2 ex+y+z−3w .
∂x∂y∂z

2x ∂ 2z ∂ 2z
Exercício 1.1.1. Se z = , verifique se + = 0.
x2 + y 2 ∂x2 ∂y 2

13 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Exercício 1.1.2. Prove que a função z = ln(xy)+x+y satisfaz a equação diferencial


∂z ∂z
parcial x −y = x − y.
∂x ∂y

Exercício 1.1.3. Calcule as derivadas parciais de primeira ordem das funções:

a) z = x2 sen(xy) + y − x g) w = exy sen(2z) − exy cos(2z)


p 
b) z = ln x2 − y2 h) w = xyz exyz
p p
c) z = 3x2 − y 2 i) z = x 4x2 − y 6
 
x x
d) z = x cos j) w = e y sen(4y 2 z 3 )
y
x+y
e) z = y ln(x2 + y 4 ) k) z = p
y 2 − x2
5
f) w = (x2 + y 2 + z 2 ) 2 l) u = x3 cos(xyz) − y 2 ln(xy).

Exercício 1.1.4. Para cada uma das funções, determine as derivadas parciais indi-
cadas:

a) z = x2 sen(y) + y 2 sen(x), ∂ 2z ∂ 2z
,
∂y 2 ∂x∂y
x2 ∂ 3w
b) w = ,
y2 + z2 ∂z∂y 2
∂ 2z ∂ 2z ∂ 2z
c) z = ex ln(y) + sen(y) ln(x), , ,
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
∂ 3w
d) w = y ln(x2 + z 4 ), ∂z 2 ∂y
 3 ∂ 2w ∂ 2w
xz x ,
e) w = e + tg , ∂z∂x ∂y∂x
y2
∂ 3w ∂ 3w
, .
f) w = (x2 + 4y 2 − 5z 2 )3 , ∂x∂y 2 ∂x∂z∂y

Respostas dos exercícios

1.1.3

a) zx = x2 y cos(xy) + 2x sen(xy) − 1; zy = x3 cos(xy) + 1


x −y
b) zx = ; zy =
x2 − y2 − y2
x2

14 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

3x −y
c) zx = p zy = p
;
3x2 − y 2 3x2 − y 2
     
x x x x2 x
d) zx = − sen + cos ; zy = 2 sen
y y y y y
2xy 4y 4
e) zx = ; zy = ln(x2 + y 4 ) +
x + y4
2 x2 + y 4
3 3 3
f) wx = 5x(x2 + y 2 + z 2 ) 2 ; wy = 5y(x2 + y 2 + z 2 ) 2 ; wz = 5z(x2 + y 2 + z 2 ) 2

g) wx = y exy [sen(2z) − cos(2z)]; wy = x exy [sen(2z) − cos(2z)];


wz = 2 exy [cos(2z) + sen(2z)]

h) wx = yzexyz (xyz + 1); wy = xz exyz (xyz + 1); wz = xy exyz (xyz + 1)


p
i) zx = 4x2 − y 6 + 4x2 (4x2 − y 6 )−1/2 ;
zy = −3xy 5 (4x2 − y 6 )−1/2
x x x
e y sen(4y 2 z 3 ) 8y 3 z 3 e y cos(4y 2 z 3 ) − e y x sen(4y 2 z 3 )
j) wx = ; wy = 2
;
x
y y
wz = 12e y y 2 z 2 cos(4y 2 z 3 )
y 2 + xy −x2 − xy
k) zx = p ; zy = p
(y 2 − x2 )3 (y 2 − x2 )3

y2
l) ux = − + 3x2 cos(xyz) − x3 yz sen(xyz); uy = −y − 2y ln(xy) − x4 z sen(xyz);
x
uz = −x4 y sen(xyz).

1.1.4

a) zyy = −x2 sen(y) + 2 sen(x); zyx = 2x cos(y) + 2y cos(x)


−8x2 y 2 (5y 2 + z 2
b) wyyz =
(y + z)4
1 ex 1 ex
c) zxx = ex ln(y) − sen(y); zyx = + cos(y); zyy = − − sen(y) ln(x)
x2 y x y2
4z 2 (3x2 − z 4
d) wyzz =
(x2 + z 4 )2
     
6x2 x3 12x5 x3 x3
xz
e) wxz = e (xz + 1); wxy = − 3 sec2 − 5 sec2 tg
y y2 y y2 y2
f) wyyx = 96x3 + 1152xy 2 − 480xz 2 ; wyzx = −960xyz.

15 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

1.1.2 Interpretação geométrica da derivada parcial

Seja z = f (x, y) uma função derivável. O gráfico de uma função f de 2


variáveis é uma superfície tendo por equação z = f (x, y).
Supondo que esta superfície seja suave e que P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) seja
um ponto desta superfície, se x é constante, ou seja, se x = x0 , então a curva de
intersecção  da superfície z = f (x, y) com o plano x = x0 , é representada pelas
 z = f (x, y)
equações .
 x=x
0

 z = f (x, y)
Se s é a reta secante à curva , que passa pelos pontos
 x=x
0
P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) e P (x0 , y0 + ∆y, f (x0 , y0 + ∆y)), então o coeficiente angular da
reta s é dado por:
f (x0 , y0 ) − f (x0 , y0 + ∆y)
ms = −
∆y
f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )
ms = .
∆y
Quando ∆y → 0, tem-se que P → P0 , e a reta secante s tende a uma
reta tangente t no ponto P0 , então:

lim ms = fy (x0 , y0 ).
∆y→0

 Portanto, fy (x0 , y0 ) representa o coeficiente angular da reta tangente t à


 z = f (x, y)
curva no ponto P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )).
 x=x
0
A equação dessa reta é dada por:

 x=x
0
t: .
 z − f (x , y ) = f (x , y )(y − y )
0 0 y 0 0 0

Do mesmo modo pode-se mostrar


 que fx (x0 , y0 ) representa o coeficiente
 z = f (x, y)
angular da reta tangente t à curva no ponto P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )),
 y=y
0
tendo por equação:

 y=y
0
t: .
 z − f (x , y ) = f (x , y )(x − x )
0 0 x 0 0 0

Considerando a superfície z = f (x, y) e o ponto P (x, y, z) na Figura 1.4,


observa-se que a intersecção da superfície com o plano paralelo a xz que contém o

16 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

ponto P é a curva AP B. Analogamente, a curva CP D é a intersecção da superfície


com o plano paralelo a yz contendo o ponto P . Fazendo y fixo e x variando, P
move-se ao longo da curva AP B, assim fx é a inclinação da reta tangente à curva
AP B em P . Do mesmo modo, quando y varia e x está fixo, o ponto P move-se ao
longo de CP D e fy representa a inclinação da reta tangente à curva CP D no ponto
P.

Figura 1.4: Interpretação geométrica de derivadas parciais

Exemplo 1.1.8. Determine a declividade da reta tangente à curva resultante da


intersecção da superfície z = x2 + y 2 com o plano x = 1 no ponto A(1, 2, 5).

Solução:
Para escrever a equação da reta tangente é necessário calcular o seu
coeficiente angular através do cálculo da derivada parcial fy no ponto A, assim:
fy (x, y) = 2y e fy (1, 2) = 4.
Portanto, a equação da reta tangente pode ser escrita como:

 x=1
t: .
 z − 5 = 4(y − 2)

Na Figura 1.5 podem ser visualizados, respectivamente, o gráfico da fun-


ção z = x2 + y 2 e do plano x = 1 e o gráfico da intersecção e da reta tangente.

17 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Figura 1.5: Gráficos do exemplo 1.1.8

Exemplo 1.1.9. Seja z = 2x2 + 5y 2 x − 12x. Calcule a inclinação da reta tangente


à curva resultante da intersecção de z = f (x, y) com y = 1, no ponto B(2, 1, −6).

Solução:
A inclinação da reta tangente é dada pela derivada parcial fx no ponto
B, assim:
fx (x, y) = 4x + 5y 2 − 12 e fx (2, 1) = 1.
Escreve-se então a equação da reta tangente:
 
 y=1  y=1
t: = .
 z + 6 = 1(x − 2)  z+6=x−2

Exercício 1.1.5. Escreva a equação da reta tangente à curva de intersecção da


superfície z = e−x sen(3y) com o plano x = 1 no ponto C(1, 0, 0).
2

Exercício 1.1.6. Obtenha a declividade da reta tangente à curva de intersecção da


1p  √ 
superfície z = 24 − x2 − 2y 2 com o plano y = 2 no ponto D 1, 2, 215 .
2

Exercício 1.1.7. Determine a declividade da reta tangente à curva resultante da


intersecção de:

a) z = x2 + y 2 com o plano y = 2, no ponto A(2, 2, 8).


p
b) z = 34 − 9x2 − 4y 2 com o plano y = 2, no ponto B(1, 2, 3).

18 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

1
Exercício 1.1.8. Considere a função f (x, y) = y 2 + p , determine:
x2 + y 2
a) o domínio de f ;

b) fx (3, 4);

c) fy (3, 4);

d) a declividade da reta tangente à curva intersecção do gráfico de f com o plano


x = 3 no ponto (3, 4).

Exercício 1.1.9. Mostre que a função


 2 w= cos(2x + 2ct) é uma solução da equação
2
∂ w ∂ w
da onda unidimensional 2 = c2 , onde w é a altura da onda, x é a variável
∂t ∂x2
distância, t é a variável tempo é c é velocidade com a qual a onda se propaga.

p
Exercício 1.1.10. Mostre que a função f (x, y) = ln( x2 + y 2 ) satisfaz a equação
∂ 2f ∂2f
de Laplace + = 0.
∂x2 ∂y 2

Respostas dos exercícios



 x=1
1.1.5 t: .
 z = 3y
e
1
1.1.6 − √
2 15
1.1.7

a) 4 b) −3.

1.1.8

a) R2 − {(0, 0)} 3 996 996


b) − c) d) .
125 125 125

1.1.3 Derivada parcial e a Regra da cadeia

Primeiramente, trata-se da regra da cadeia para funções segundo trajetó-


∂f
rias determinadas xi (t). Se f (x1 , . . . , xn ) tem derivadas parciais contínuas para
∂xi
i = 1, . . . , n e xi (t) são funções diferenciáveis de t então a função composta

u = f (xi (t), . . . , xn (t))

19 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

é diferenciável e:
du X ∂f dxi
n
= .
dt i=1
∂xi dt

√ du
Exemplo 1.1.10. Se u = x e x = ecos(t) + e−sen(t) , calcule , utilizando a regra
dt
da cadeia.
Solução:
Note que u é uma função de uma variável e x, por sua vez, uma função
da variável t. A função composta, portanto, depende de apenas 1 variável u = x(t).
Observe o esquema de possibilidades:

u
du
 dx
x
dx
 dt
t

A derivada de u em relação a t é dada por:

du du dx
= ·
dt dx dt

Assim,
du 1 
= √ · ecos(t) [−sen(t)] + e−sen(t) [− cos(t)]
dt 2 x
du 1  
= √ · −ecos(t) sen(t) − e−sen(t) cos(t) .
dt 2 x

Caso Geral da Regra da Cadeia


Se u = f (x1 , . . . , xn ) tem derivadas parciais contínuas e xi = xi (t1 , . . . , tm ),
onde i = 1, . . . , n, então as derivadas parciais de u em relação à variável tj ,
j = 1, . . . , m são:
∂u X ∂f ∂xi
n
= .
∂tj i=1
∂x i ∂t j

√ x2 − y ∂w ∂w ∂w
Exemplo 1.1.11. Se w = sen( t) e t = , calcule , , , utilizando a
z ∂x ∂y ∂z
regra da cadeia.
Solução:

Note que w = sen( t) é função de uma variável e t é uma função de 3
variáveis. Portanto, w(t) é uma função de 3 variáveis. Com o intuito de visualizar a

20 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

dependência de w em relação às variáveis independentes x, y e z, pode-se representar


o seguinte esquema de possibilidades:


 t ?? ??
 ??
 ??
   
x y z
Seja w = f (t) e t = g(x, y, z), tem-se w = h(x, y, z), então pela regra da
cadeia tem-se as derivadas parciais:
√ √
∂w dw ∂t sen( t) 2x x sen( t)
= · = √ · = √
∂x dt ∂x 2 t z z t
√   √
∂w dw ∂t sen( t) 1 sen( t)
= · = √ · − =− √
∂y dt ∂y 2 t z 2z t
√   √
∂w dw ∂t sen( t) 1 sen( t)
= · = √ · − 2 =− √ .
∂z dt ∂z 2 t z 2z 2 t

Exemplo 1.1.12. Considere a função:







x = tvr
u = f (x, y, z) = xy + xz onde y =t .



 z = vr

∂f
Calcule .
∂r
Solução:
Fazendo o esquema de possibilidades para visualizar a dependência de u
em relação às variáveis independentes t, v e r:

o u OOO
ooooo OOO
OOO
oo
ooo OOO
w oo
o y
 OO'
x> z
 >>>
 >>
 >>
    
t v r t v r

Aplicando a regra da cadeia, tem-se:


∂f ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
= · + · + ·
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r ∂z ∂r
∂f
= (y + z)tv + x · 0 + xv.
∂r

21 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Onde y + z = t + vr e x = tvr, logo:

∂f
= (t + vr)tv + (tvr)v = t2 v + rtv 2 + rtv 2 = 2rtv 2 + tv 2 .
∂r

∂w ∂w
Exemplo 1.1.13. Se w = 3xy − 4y 2 , x = 2s er e y = r e−s , calcule , .
∂s ∂r
Solução:
No esquema de possibilidades tem-se a dependência de w em relação às
variáveis r e s:

w@
~ @@
~~ @@
~~~ @@
~~ ~ @
x y?
 ??
 ??
 ??

   
r s r s

Aplicando a regra da cadeia, tem-se:

∂w ∂w ∂x ∂w ∂y
= · + · = 3y(2er ) + (3x − 8y)(−r−s ).
∂s ∂x ∂s ∂y ∂s

Como x = 2ser e y = re−s , tem-se:


∂w
= 3re−s (2er ) + (6ser − 8re−s )(−re−s )
∂s
∂w
= 6rer−s − 6rser−s + 8r2 e−2s
∂s
∂w 8r2
= 6rer−s (1 − s) + 2s .
∂s e

A derivada parcial em r é dada por:

∂w ∂w ∂x ∂w ∂y
= · + · = 3y(2ser ) + (3x − 8y)(e−s ).
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r

Substituindo x e y, tem-se:
∂w
= 3re−s (2ser ) + (6ser − 8re−s )(e−s )
∂r
∂w
= 6rser−s + 6ser−s − 8r2 e−2s
∂s
∂w r−s 8r2
= 6se (1 + r) + 2s .
∂s e

22 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

3u
Exemplo 1.1.14. Seja z = x2 ln(y) onde x = ln(u) e y = , utilizando a regra
ln(u)
dz
da cadeia, calcule .
du
Solução:
Uma outra maneira de ilustrar o esquema de possibilidades é:

z
 ??? ∂y

∂z ∂z
∂x
 ??
 ???
  
x? y
?? 
?? 
dx
??
?  dy
du   du
u

Aplicando a regra da cadeia:


dz ∂z dx ∂z dy
= · + ·
du ∂x du ∂y du
   
dz 1 x2 3 ln(u) − 3
= 2x ln(y) + .
du u y [ln(u)]2

Substituindo x e y, obtém-se:
   
dz 2 ln(u) 3u [ln(u)]2 3 ln(u) − u
= ln +
du u ln(u) 3u [ln(u)]2
ln(u)
 
dz 2 ln(u) 3u ln(u)[ln(u) − 1]
= ln + .
du u ln(u) u

Do esquema de possibilidades tem-se que z depende apenas de 1 variável,


ou seja, também pode-se reescrever z em função de u e calcular a derivada ordinária
dz
, assim:
du
 
2 3u
z = [ln(u)] ln
ln(u)
   
dz 2 ln(u) 3u 2 1 3 ln(u) − 1
= ln + [ln(u)]
du u ln(u) 3u [ln(u)]2
ln(u)
 
dz 2 ln(u) 3u ln(u)[ln(u) − 1]
= ln + .
du u ln(u) u

dw
Exemplo 1.1.15. Seja w = (x + y)2 , x = t cos(t) e y = t sen(t), calcule .
dt
Solução:

23 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Fazendo o esquema de possibilidades, tem-se:

w@
∂w
~~~ @@@ ∂w
∂x
~ @@∂y
~~~ @@
~~ 
x? y
?? 
?? 
?? 
dx
dt
?  dydt
t
dw ∂w dx ∂w dy
Pela regra da cadeia = · + · , o que torna o cálculo
dt ∂x dt ∂y dt
extenso. Como visto no item anterior pode-se reescrever w em função de t:

w = [t cos(t) + tsen(t)]2 = t2 [1 + 2 cos(t)sen(t)] = t2 [1 + sen(2t)].

Assim,
dw
= 2t[1 + sen(2t)] + t2 [2 cos(2t)].
dt

∂f ∂f
Exercício 1.1.11. Calcule e , onde f, t, v são dados no exemplo 1.1.12.
∂t ∂v

Exercício 1.1.12. Utilizando a regra da cadeia, calcule as derivadas parciais indi-


cadas para cada uma das funções dadas:


 t = x + yz 2




t r2  r = x2 + 3yz ∂s
a) s = onde ,
tg(uv) 
 u = xz 2 ∂x




 v = xyz


 x = 2t + 1

 dw
b) w = cos(xy) + eyz onde y = t2 ,

 dt

 z= 1
t

 x = 3r − s ∂u ∂u
c) u = x2 − y 2 onde , e
 y = r + 2s ∂r ∂s

 u = e−2t dw
d) w = ln(u + v) onde ,
 v = t3 − t2 dt


 x = 3t2 + 4

 dw
e) w = xyz exyz onde y = ln(t) ,

 dt

 z = et

24 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS


 x = r cos(t) ∂u
f) u = 9x2 + 4y 2 onde ,
 y = r sen(t) ∂r

y
 x = sen(t) dw
g) w = esen( x ) onde ,
 y = cos(t) dt

 u = sen(xy) ∂w ∂w
h) w = u3 + u2 v − 3v onde , e
 v = y ln(x) ∂x ∂y

 u = x2 − y 2 ∂w
u
i) w = e v onde , .
 v = x3 + y 3 ∂y

Respostas dos Exercícios

1.1.11
∂f ∂f
= tvr + v 2 r2 ; = t2 r + vr2 + tvr2 .
∂t ∂v
1.1.12
∂s r2 4rtx
a) = + − tr2 vz 2 cosec2 (uv) − tr2 uyz cosec2 (uv)
∂x tg(uv) tg(uv)
dw y eyz
b) = −2y sen(xy) + 2t[−x sen(xy) + z eyz ] − 2
dt t
∂u ∂u
c) = 6x − 2y; = −2x − 4y
∂r ∂s
dw 2 e2t + 3t2 − 2t
d) =
dt x+y
dw xz
e) = exyz [6yzt(1 + xyz) + (1 + xyz) + xy et (1 + xyz)]
dt t
∂u
f) = 2(9x cos(t) + 4y sen(t))
∂r
dw 1 y y  
g) = − cos esen( x ) xy cos(t) + sen(t)
dt x x
∂w y
h) = (3u2 + 2uv)y cos(xy) + (u2 − 3) ;
∂x x
∂w
= (3u2 + 2uv)x cos(uv) + (u2 − 3) ln(x)
∂y
 
∂w y u 3uy
i) = − ev 2 + .
∂y v v

25 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

1.1.4 Diferenciabilidade de funções de 2 variáveis

Definição 1.1.2. Diz-se que z = f (x, y) é diferenciável em P (x0 , y0 ) se e somente


se existem constantes reais a e b tais que
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ah − bk
lim √ = 0. (1.1.2)
(h,k)→(0,0) h2 + k 2
Teorema 1.1.2. Se z = f (x, y) for diferenciável em P (x0 , y0 ) então z = f (x, y) é
contínua em P (x0 , y0 ).

Exemplo 1.1.16. A função




 2xy 2
se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x2 + y 4

 0 se (x, y) = (0, 0)
é diferenciável em (0, 0)?

Solução:
Basta mostrar que a função não é contínua em (0, 0). Pelo Teorema
1.1.2, conclui-se que a função considerada não é diferenciável.

Utilizando a definição 1.1.2 e a definição de derivada parcial de função


de duas variáveis, tem-se

f (x0 + h, y0 ) − f (x0 , y0 ) − ah
lim = 0.
h→0 h
Consequentemente,
f (x0 + h, y0 ) − f (x0 , y0 ) ∂f
lim =a= (x0 , y0 ).
h→0 h ∂x
Da mesma forma,

∂f
b=
(x0 , y0 ).
∂y
Assim, uma função de duas variáveis é diferenciável em (x0 , y0 ) se e so-
monte se vale 1.1.2 e se a função admite derivadas parciais em (x0 , y0 ). A definição
1.1.2 pode ser reescrita:
∂f
Definição 1.1.3. Diz-se que z = f (x, y) é diferenciável em P (x0 , y0 ) se (x0 , y0 )
∂x
∂f
e (x0 , y0 ) existirem e se
∂y
 
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) + (x0 , y0 )h + (x0 , y0 )k
∂x ∂y
lim √ = 0. (1.1.3)
(h,k)→(0,0) h2 + k 2

26 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.1. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES DE N VARIÁVEIS

Observação 1.1.4. Se uma das derivadas parciais de f não existe em P (x0 , y0 ),


então f (x, y) = z não é diferenciável em (x0 , y0 ). Se o limite (1.1.3) não existir ou
for diferente de zero, então f não é diferenciável, mesmo que as derivadas parciais
existam no ponto P (x0 , y0 ).

p
Exemplo 1.1.17. Mostre que a função f (x, y) = x2 + y 2 não é diferenciável em
P (0, 0).

Solução:
Para mostrar que uma função não é diferenciável em um ponto P , basta
mostrar que uma das derivadas parciais não existem, ou mostrar que o limite (1.1.3)
não existe ou é diferente de zero.
Calculando a derivada parcial em relação a x no ponto (0, 0), tem-se:

∂f f (0 + h, 0) − f (0, 0) |h|
(0, 0) = lim = lim .
∂x h→0 h h→0 h

Como o limite anterior não existe, a derivada parcial fx não existe no


ponto P (0, 0). Logo a função f (x, y) não é diferenciável em P (0, 0). A não existência
de derivada na origem pode ser verificada na Figura 1.6 que apresenta o gráfico da
função.

p
Figura 1.6: Gráfico da função f (x, y) = x2 + y 2

Exemplo 1.1.18. Mostre que a função f (x, y) = 3x2 y é diferenciável.

Solução:

27 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.2. DIFERENCIAL TOTAL

Para todo (x, y) ∈ R2 f admite derivadas parciais

∂f
= 6xy
∂x
∂f
= 3x2 .
∂y
Resta verificar que

3(x + h)2 (y + k) − 3x2 y − 6xyh − 3x2 k


lim √ = 0.
(h,k)→(0,0) h2 + k 2

Exemplo 1.1.19. Verifique se a função




 3y
3
se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x2 + y 2

 0 se (x, y) = (0, 0)

é diferenciável em (0, 0).

Solução:
Primeiramente é preciso verificar que as derivadas parciais existem em
∂f ∂f
(0, 0). Pela definição, mostra-se que (0, 0) = 0 e (0, 0) = 2. Como as derivadas
∂x ∂y
parciais existem em (0, 0), deve-se verificar que o limite 1.1.3 existe e é 0. Tomando
os caminhos x = 0 e y = x é possível verificar que o limite assume um valor diferente
de 0 pelo caminho y = x. Portanto, f (x, y) não é diferenciável em (0, 0).

1.2 Diferencial Total


Definição 1.2.1. Se f é uma função de 2 variáveis x e y, e f é diferenciável no
ponto (x, y), então a diferencial total de f é a função df dada por:

∂f ∂f
df (x, y, ∆x, ∆y) = (x, y)∆x + (x, y)∆y.
∂x ∂y

Se z = f (x, y), tem-se:

∂z ∂z
∆z = ∆x + ∆y, (1.2.1)
∂x ∂y

e se z = f (x, y) é diferenciável, então:

∆z ' dz, ∆x ' dx e ∆y ' dy.

28 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.2. DIFERENCIAL TOTAL

Logo, reescrevendo (1.2.1):

∂z ∂z
dz = dx + dy.
∂x ∂y

Analogamente, se z = f (x1 , x2 , . . . , xn ), então a diferencial total de z é


dada por:
∂f ∂f ∂f
dz = dx1 + dx2 + . . . + dxn .
∂x1 ∂x2 ∂xn

1
Exemplo 1.2.1. Calcule a diferencial total da função definida por z = x2 exy + .
y2
Solução:
A diferencial total é dada por:
∂z ∂z
dz = dx + dy
∂x ∂y
 
2
dz = (2xexy + x2 yexy )dx + yx3 exy − 3 dy.
y

Exemplo 1.2.2. Sendo x = sen(r) cos2 (θ) e y = cos2 (r) sen(θ), mostre que:

dx − dy = [cos2 (θ) cos(r) + sen(2r)sen(θ)]dr − [sen(2θ)sen(r) + cos2 (r) cos(θ)]dθ.

Solução:
Para mostrar a igualdade devem-se calcular as diferenciais totais dx e dy
dadas por:
∂x ∂x ∂y ∂y
dx = dr + dθ dy = dr + dθ.
∂r ∂θ ∂r ∂θ
Assim,

dx = [cos(r) cos2 (θ)]dr + [sen(r)2 cos(θ)(−sen(θ))]dθ

dy = [2 cos(r)(−sen(r))sen(θ)]dr + [cos2 (r) cos(θ)]dθ.

Utilizando as identidades trigonométricas, escreve-se:

dx−dy = [cos(r) cos2 (θ)]dr+[−sen(2θ)sen(r)]dθ−{[−sen(2r)sen(θ)]dr+[cos2 (r) cos(θ)]dθ}.

Portanto,

dx − dy = [cos2 (θ) cos(r) + sen(2r)sen(θ)]dr − [sen(2θ)sen(r) + cos2 (r) cos(θ)]dθ.

29 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.2. DIFERENCIAL TOTAL

Observação 1.2.1. A diferencial total e a regra da cadeia


Se u = f (x1 , . . . , xn ) e cada coordenada xi é função de t, tem-se:
du X ∂f dxi
n
= ·
dt i=1
∂x i dt
Xn
∂f dxi
du = · · dt.
i=1
∂x i dt
Observação 1.2.2. A diferencial total para funções como no caso geral da regra da
cadeia não é tratada em cursos iniciais de cálculo.

1.2.1 Aplicações

As diferenciais podem ser aplicadas no cálculo de erros.


Seja w = f (x1 , x2 , . . . , xn ) uma função diferenciável em P , define-se:
O erro máximo da função w = f (x1 , x2 , . . . , xn ) é:

EM ax = dw.

Também pode ser chamado de erro aproximado ou valor aproximado.


O erro relativo da função w = f (x1 , x2 , . . . , xn ) é:
dw EM ax
ERel = = .
w w
O erro percentual da função w = f (x1 , x2 , . . . , xn ) é:

EP c = 100 · ERel .

Exemplo 1.2.3. Utilize diferenciais para determinar aproximadamente o erro má-


ximo no cálculo da área de um triângulo retângulo, cujos catetos têm como medida
6 cm e 8 cm com um possível erro de 0, 1 cm para cada medida.
Solução:
x·y
A área de um triângulo é dada por A = 2
, assim para determinar o erro
máximo no cálculo da área, utiliza-se a diferencial dA = Ax dx + Ay dy:
y x
EM ax = dA = dx + dy
2 2
8 · (0, 1) 6 · (0, 1)
EM ax = + = 0, 7 cm2 .
2 2
O erro relativo e o erro percentual são dados, respectivamente por:
dA 0, 7
ERel = = = 0, 02916.
A 24
dA
EP c = 100 = 2, 916%.
A

30 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.2. DIFERENCIAL TOTAL

Exemplo 1.2.4. As dimensões de uma piscina foram obtidas com erro possível de
0, 05 m e foram encontradas as dimensões 4, 6 e 8 m. Pergunta-se:

a) Qual é o erro máximo possível no volume desta piscina?

b) Qual é o erro percentual?

Solução:

a) O volume da piscina é dado por V (x, y, z) = x · y · z, assim:

EM ax = dV = Vx dx + Vy dy + Vz dz

EM ax = dV = yz dx + xz dz + xy dz

EM ax = 48(0, 05) + 32(0, 05) + 24(0, 05) = 5, 2 m3 .

b) O erro percentual é dado por:

dV 5, 2
EP c = 100 = 100 · = 2, 7%.
V 192

Exercício 1.2.1. Determine a diferencial total das funções:

a) f (x, y) = 3x3 y 2 − 2xy 3 + xy − 1


x−y
b) z =
x+y
c) f (x, y, z) = xy 2 − 2zx2 + 3xyz 2 .

Exercício 1.2.2. Um terreno tem forma retangular. Estima-se que seus lados me-
dem 1.200 m e 1.900 m, com um erro máximo de 9 m e 14 m, respectivamente.
Determine o possível erro no cálculo da área do terreno. Qual o erro percentual?

Exercício 1.2.3. Obtenha o aumento aproximado no volume de um cilindro circular


reto, quando o raio da base varia de 8 cm para 8, 2 cm e a altura varia de 21 cm até
21, 7 cm.

Respostas dos exercícios

1.2.1

31 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.3. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES IMPLÍCITAS

a) df = (9x2 y 2 − 2y 3 + y)dx + (6x3 y − 6xy 2 + x)dy

2y dx − 2x dy
b) dz =
(x + y)2

c) df = (y 2 − 4xz + 3yz 2 )dx + (2xy + 3xz 2 )dy + (6xyz − 2x2 )dz.

1.2.2 1, 48%.
1.2.3 112π.

1.3 Derivadas parciais de funções implícitas


Teorema 1.3.1. Seja F (x, y, z) = 0 a equação que define z implicitamente como
uma função diferenciável de x e y, então

∂z Fx (x, y, z)
=−
∂x Fz (x, y, z)

e
∂z Fy (x, y, z)
=−
∂y Fz (x, y, z)
para Fz (x, y, z) 6= 0.

Demonstração:
Seja F (x, y, z) = 0 uma função implícita. Pela regra da cadeia, tem-se:

∂F ∂F ∂x ∂F ∂y ∂F ∂z
= · + · + · .
∂x ∂x ∂x ∂y ∂x ∂z ∂x

∂F
Como = 0, então:
∂x
∂F ∂F ∂F ∂z
= + · = 0.
∂x ∂x ∂z ∂x

Portanto,
∂F
∂z − Fx
= ∂x = − . (1.3.1)
∂x ∂F Fz
∂z
Usando a regra da cadeia, a derivada parcial em relação a y é:

∂F ∂F ∂x ∂F ∂y ∂F ∂z
= · + · + · .
∂y ∂x ∂y ∂y ∂y ∂z ∂y

32 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.3. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES IMPLÍCITAS

∂F
Como = 0, então:
∂y
∂F ∂F ∂F ∂z
= + · = 0.
∂y ∂x ∂z ∂y
Portanto,
∂F

∂z ∂y Fy
= =− . (1.3.2)
∂y ∂F Fz
∂z

Exemplo 1.3.1. Seja x eyz − y exz = 0, a equação que define z implicitamente como
∂z ∂z
função diferenciável de x e y. Calcule e .
∂x ∂y
Solução:
Considera-se z = f (x, y) uma função implícita de x e y. Derivando-se
ambos os lados da equação x eyz − y exz = 0 em relação a variável x, obtém-se:
∂ yz ∂ ∂
x· (e ) + (x) · eyz − y (exz ) = 0
∂x ∂x ∂x
 
∂ ∂z
xe ·
yz
(yz) + e − ye x
yz xz
+z =0
∂x ∂x
∂z ∂z
xeyz · (y) + eyz − yexz · (x) − yzexz = 0
∂x ∂x
∂z
[xy (eyz − exz )] = yzexz − exz
∂x
∂z yzexz − eyz
= .
∂x xy(eyz − exz )
Para a derivada parcial em relação a y tem-se:
∂ yz ∂
x (e ) − (yexz ) = 0
∂y ∂y
∂ ∂
xeyz · (yz) − y (exz ) − exz = 0
∂y ∂y
 
∂ ∂ xz
x · eyz z + y −y· e − exz = 0
∂y ∂y
∂z ∂
xzeyz + (xyeyz ) − (xyexz − exz ) = 0
∂x ∂y
∂z exz − xzeyz
= .
∂y xy(eyz − exz )
O mesmo exercício pode ser resolvido com aplicação direta das Fórmulas
(1.3.1) e (1.3.2), fazendo-se F (x, y, z) = xeyz − yexz .
Calculando a derivada parcial de z em relação à variável x:
∂z Fx
=− .
∂x Fz

33 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.3. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES IMPLÍCITAS

Tem-se:

Fx = −eyz + yzexz e Fz = xyeyz − xyexz .

Portanto,
∂z −eyz + yzexz
= .
∂x xyeyz − xyexz
A derivada parcial de z em relação a y é:

∂z Fy
=−
∂y Fz

Assim,

Fy = −xzeyz + exz e Fz = xyeyz − xyexz .

Logo,
∂z −xzeyz + exz
= .
∂y xyeyz − xyexz

2 p 2 1 1
Exemplo 1.3.2. Seja z 2 + = y − z 2 , mostre que x2 zx + zy = .
x y z
Solução:
Reescrevendo a equação na forma F (x, y, z) = 0, para utilizar as Fórmu-
las (1.3.1) e (1.3.2), tem-se:

2 p 2
z2 + − y − z 2 = 0.
x

Para Fx , Fy e Fz tem-se:

2
Fx = −
x2
−y
Fy = p
y2 − z2
z
Fz = 2z + p .
y2 + y2

Calcula-se a derivada parcial em relação à variável x:


 
2
− 2
Fx x
zx = − =− z
Fz 2z + p
y + y2
2
p
2 y2 − z2
zx = p .
x2 z(2 y 2 − z 2 + 1)

34 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.3. DERIVADAS PARCIAIS DE FUNÇÕES IMPLÍCITAS

A derivada parcial em relação à variável y é dada por:


!
−y
− p
Fy y2 − z2
zy = − = z
Fz 2z + p
y2 + y2
y
zy = p .
z(2 y − z 2 + 1)
2

1 1
Para mostrar que x2 zx + zy = , devem-se substituir zx e zy obtidos
y z
anteriormente nessa equação e verificar se a igualdade é satisfeita:

p ! ! p
2 y2 − z2 1 y 2 y2 − z2 + 1 1
x2 p + p = p = .
x z(2 y − z + 1)
2 2 2 y z(2 y 2 − z 2 + 1) z(2 y − z + 1)
2 2 z

Observação 1.3.1. As derivadas parciais das funções implícitas de n variáveis pos-


suem fórmulas semelhantes às derivadas parciais das funções implícitas de 3 variá-
veis.

Exemplo 1.3.3. Considere x2 + y 2 + z 2 + w2 = 49, a equação que define w impli-


∂w
citamente como função diferenciável de x, y e z. Calcule .
∂x
Solução:
Fazendo F (x, y, z, w) = 0, tem-se x2 + y 2 + z 2 + w2 − 49 = 0 e assim:

Fx = 2x e Fw = 2w.

Utilizando a Fórmula (1.3.1), tem-se:

∂w Fx 2x
=− =− .
∂x Fw 2w

Portanto,
∂w x
=− .
∂x w
Exercício 1.3.1. Considere x2 +y 2 +z 2 = 25, a equação que define z implicitamente
∂z
como função diferenciável de x e y. Calcule .
∂y

Exercício 1.3.2. Se x2 y 2 + z 2 = 25 define z implicitamente como função diferen-


∂z
ciável de x e y, calcule .
∂y

35 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

x2 y 2 z 2
Exercício 1.3.3. Calcule zx e zy para + 2 + 2 = 1.
a2 b c

∂z ∂z
Exercício 1.3.4. Calcule o valor de e nos pontos indicados.
∂x ∂y
a) z 3 − xy + yz + y 3 − 2 = 0, A(1, 1, 1)

b) sen(x + y) + sen(y + z) + sen(x + z) = 0, B(π, π, π).

Respostas dos Exercícios

∂z y ∂z x2 y c2 x c2 y
1.3.1 =− . 1.3.2 =− . 1.3.3 zx = − e z y = − .
∂y z ∂y z a2 z b2 z
1.3.4

∂z 1 ∂z 1 ∂z ∂z
a) =− e =− b) = −1 e = −1.
∂x 4 ∂y 2 ∂x ∂y

1.4 Extremos de funções de 2 variáveis

1.4.1 Extremos Absolutos

Definição 1.4.1. Uma função z = f (x, y) tem valor máximo absoluto no ponto
P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) se f (x, y) ≤ f (x0 , y0 ), ∀(x, y) ∈ D(f ). Neste caso, diz-se que o
ponto P0 é o ponto de máximo absoluto (PMa ).

Definição 1.4.2. Uma função z = f (x, y) tem valor mínimo absoluto no ponto
P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) se f (x, y) ≥ f (x0 , y0 ), ∀(x, y) ∈ D(f ). Neste caso, o ponto P0 é
dito ser o ponto de mínimo absoluto (Pma ).

1.4.2 Extremos Locais ou Relativos

Definição 1.4.3. Uma função z = f (x, y) tem valor máximo local no ponto
P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) se f (x, y) ≤ f (x0 , y0 ), quando (x, y, z) está próximo de
P0 (x0 , y0 , z0 ), isto significa que f (x, y) ≤ f (x0 , y0 ), para todo ponto (x, y, z) em
alguma bola com centro em (x0 , y0 , z0 ). Neste caso, diz-se que o ponto P0 é o ponto
de máximo local (PMl ).

36 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Definição 1.4.4. Uma função z = f (x, y) tem valor mínimo local no ponto
P0 (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) se f (x, y) ≥ f (x0 , y0 ), quando (x, y, z) está próximo de
P0 (x0 , y0 , z0 ). Neste caso, o ponto P0 é dito ser o ponto de mínimo local (Pml ).

Teorema 1.4.1 (Teorema de Weierstrass). Seja f : A ⊂ R2 → R uma função


contínua no conjunto fechado e limitado A. Então existem P1 e P2 pertencentes a
A tais que
f (P1 ) ≤ f (P ) ≤ f (P2 ),

para todo P ∈ A.

O Teorema de Weiertrass garante a existência de um ponto de máximo


P2 e um ponto de mínimo P1 de uma função contínua em um domínio fechado e
limitado A. A demonstração deste resultado é feita nos cursos de Análise.

Teorema 1.4.2 (Teste da primeira derivada). Se a função z = f (x, y) tem


extremo local no ponto P (x0 , y0 , z0 ), então cada derivada parcial de primeira ordem
da função f (x, y) se anula ou não existe neste ponto.
Logo, se a função z = f (x, y) tem extremo local em P (x0 , y0 , z0 ) e as
∂z ∂z
derivadas parciais existem, então (x0 , y0 ) = (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y
Definição 1.4.5. Um ponto P (x0 , y0 , z0 ) é dito ser crítico ou estacionário da
função z = f (x, y) se fx (x0 , y0 ) = 0 e fy (x0 , y0 ) = 0, ou se uma das derivadas
parciais não existirem.

Observação 1.4.1. Se o ponto P (x0 , y0 , z0 ) é um ponto crítico, então tem-se uma


das três possibilidades:

1) P (x0 , y0 , z0 ) é ponto de máximo local;

2) P (x0 , y0 , z0 ) é ponto de mínimo local;

3) P (x0 , y0 , z0 ) é ponto de sela.

Exemplo 1.4.1. Determine, se existirem, os extremos locais da função


z = 9 − x2 − y 2 .
Solução:

37 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Calculam-se as derivadas parciais:


∂z
= −2x
∂x
∂z
= −2y.
∂y
Para um extremo local as derivadas parciais devem ser iguais a zero,
assim:
−2x = 0 −→ x = 0

−2y = 0 −→ y = 0.
Dessa forma, o extremo local acontece no ponto (0, 0, 9), a Figura 1.7
apresenta um esboço do gráfico da função e das curvas de nível para melhor visua-
lização.

Figura 1.7: Gráfico do exemplo 1.4.1

Exemplo 1.4.2. Considere a função definida por z = 1 + x2 + y 2 , determine se


possui algum extremo relativo.
Solução:
Calculam-se as derivadas parciais:
∂z
= 2x
∂x
∂z
= 2y.
∂y

38 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Para um extremo relativo as derivadas parciais devem ser iguais a zero,


assim:
2x = 0 −→ x = 0

2y = 0 −→ y = 0.
Dessa forma, tem-se um extremo relativo no ponto (0, 0, 1), conforme
visualização na Figura 1.8 onde estão o esboço do gráfico da função e das curvas de
nível.

Figura 1.8: Gráfico do exemplo 1.4.2

39 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Teorema 1.4.3 (Teste da segunda derivada). Seja z = f (x, y) uma função tal
que suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem são funções contínuas numa
bola aberta B((x0 , y0 ), r) = {(x, y) ∈ R2 | d((x, y), (x0 , y0 )) < r}. Suponha que
∂z ∂z
(x0 , y0 ) = (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y
Considerando o determinante Hessiano da função z = f (x, y):
2
∂ z ∂ 2z
(x0 , y0 )
∂x2 (x0 , y0 )
∂y∂x
H(x0 , y0 ) = ,
∂ z
2 2
∂ z

∂x∂y (x0 , y0 ) ∂y 2
(x 0 , y 0 )

então:
∂ 2z
i) Se H(x0 , y0 ) > 0 e (x0 , y0 ) > 0, então o ponto P (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) é ponto
∂x2
de mínimo local;
∂ 2z
ii) Se H(x0 , y0 ) > 0 e (x0 , y0 ) < 0, então o ponto P (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) é ponto
∂x2
de máximo local;

iii) Se H(x0 , y0 ) < 0, então o ponto P (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) é ponto de sela;

iv) Se H(x0 , y0 ) = 0, nada se pode afirmar.

Exemplo 1.4.3. Determine, usando o teste da segunda derivada, os extremos das


funções:

a) f (x, y) = 4 − x2 − y 2
1 1
b) z = x2 + 2xy − y 2 + x − 8y
2 2
1
c) z = x4 − 2x3 + 4xy + y 2 .
2
Solução:

a) f (x, y) = 4 − x2 − y 2 .

Aplica-se o Teste da primeira derivada para localizar o ponto crítico


calculando as derivadas parciais:
∂z
= −2x
∂x
∂z
= −2y.
∂y

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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Para um extremo local as derivadas parciais devem ser iguais a zero,


assim:
−2x = 0 −→ x = 0

−2y = 0 −→ y = 0.

Dessa forma, o ponto crítico acontece no ponto (0, 0, 4).

Para o teste da segunda derivada calcula-se o Hessiano da função


f (x, y) = 4 − x2 − y 2 :

∂ 2z ∂ 2z
(x0 , y0 ) (x0 , y0 )
∂x2
∂y∂x
H(x0 , y0 ) =
∂ 2z 2
∂ z
(x0 , y0 ) (x , y )
∂x∂y ∂y 2
0 0



−2 0

H(0, 0) = .

0 −2

Analisando os resultados obtidos, tem-se H(0, 0) = 4 > 0 e


2
∂ f
= −2 < 0, portanto, o ponto (0, 0, 4) é um ponto de máximo local.
∂x2
1 1
b) z = x2 + 2xy − y 2 + x − 8y.
2 2
Aplica-se o Teste da primeira derivada para localizar o ponto crítico
calculando as derivadas parciais:
∂z
= x + 2y + 1
∂x
∂z
= 2x − y − 8.
∂y

Para um extremo local as derivadas parciais devem ser iguais a zero,


assim tem-se o sistema: 
 x + 2y + 1 = 0
 2x − y − 8 = 0.

Resolvendo o sistema acima tem-se x = 3 e y = −2, dessa forma, o


ponto crítico ocorre no ponto (3, −2, 0).

Para o teste da segunda derivada calcula-se o Hessiano da função

41 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

1 1
z = x2 + 2xy − y 2 + x − 8y:
2 2
2
∂ z ∂ 2z

∂x2 (x0 , y0 ) (x0 , y0 )
∂y∂x
H(x0 , y0 ) =
∂ 2z 2
∂ z

∂x∂y (x0 , y0 ) ∂y 2
(x , y
0 0 )


1 2

H(3, −2) = .

2 −1

Analisando os resultados obtidos, tem-se H(0, 0) = −5 < 0 e, por-


tanto, o ponto (3, −2, 0) é um ponto de sela.

Exemplo 1.4.4. Uma empresa de entregas aceita apenas caixas retangulares cujos
comprimentos e perímetros da seção transversal sejam 108 polegadas. Calcule as
dimensões de uma caixa aceitável com maior volume possível. (Dica: considere x o
comprimento da caixa e y e z as medidas da seção transversal.)
Solução:
Este é um problema de maximização, onde deseja-se o maior volume com
a restrição de que os comprimentos e o perímetro da seção transversal sejam iguais
a 108 polegadas. Pode ser descrito da forma:

Max V = xyz
sujeito a: x + 2z + 2y = 108.

Reescrevendo o problema, tem-se:

V (x, y, z) = xyz
x + 2y + 2z = 108.

Isolando a variável x e substituindo na função do volume, obtém-se:

x = 108 − 2y − 2z
V (y, z) = (108 − 2y − 2z)yz.

Dessa forma, o volume máximo será dado por uma função de 2 variáveis:

V (y, z) = (108 − 2y − 2z)(y)(z)


V (y, z) = 108yz − 2y 2 z − 2yz 2 .

42 Notas de aula de Cálculo - FURG


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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

Aplica-se o teste da primeira derivada para encontrar os pontos críticos:

Vy = 108z − 4yz − 2z 2
Vz = 108y − 2y 2 − 4yz.
Para um extremo local as derivadas parciais devem ser iguais a zero,
assim tem-se o sistema:

 z(108 − 4y − 2z) = 0
 y(108 − 2y − 4z) = 0.

Resolvendo o sistema acima, tem-se os pontos críticos (0, 0), (54, 0),
(0, 54) e (18, 18). Os três primeiros pontos não servem como solução do problema
pois fazem com que V (y, z) = 0, assim aplica-se o teste da segunda derivada para
confirmar se o ponto crítico (18, 18) atende às condições do problema.

∂ 2z ∂ 2z
(x0 , y0 ) (x0 , y0 )
∂x2
∂y∂x
H(x0 , y0 ) =
∂2z 2
∂ z
(x0 , y0 ) (x , y )
∂x∂y ∂y 2
0 0


−72 −36

H(18, 18) = .

−36 −72

Analisando o resultado obtido, tem-se H(18, 18) = 722 − 362 > 0 e,


portanto, o ponto (18, 18) é um ponto de máximo.
Para calcular as dimensões da caixa, deve-se substituir o ponto de má-
ximo na equação de restrição x = 108 − 2y − 2z.
Dessa forma as dimensões devem ser: 36pol × 18pol × 18pol= 11.664pol3 .

Exercício 1.4.1. Determine os extremos das funções usando o teste da segunda


derivada:

a) z = y 2 − x2

b) z = x4 + y 3 + 32x − 9y.

Exercício 1.4.2. Seja a função definida por z = 2x4 + y 2 − x2 − 2y, determine os


extremos relativos de z, se existirem.

Exercício 1.4.3. Determine os extremos relativos das funções:

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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

a) z = x3 + 3xy 2 − 15x − 12y d) z = x2 + (y − 1)2

b) z = 12xy − 4x2 y − 3xy 2 e) z = ex sen(y)

f) z = e−(x
2 +y 2 +2x)
c) z = x4 + y 4 .

Exercício 1.4.4. Uma caixa retangular tem um volume de 20 m3 . O material usado


nos lados custa R$ 1, 00 por m2 , o material usado no fundo custa R$ 2, 00 por m2 e
o material usado na parte superior custa R$ 3, 00 por m2 . Quais são as dimensões
da caixa mais barata?

Exercício 1.4.5. O custo de inspeção de uma linha de operação depende do número


de inspeções x e y de cada lado da linha, e é calculado de acordo com a função
C(x, y) = x2 + y 2 = xy − 20x − 25y + 1500. Quantas inspeções devem ser feitas de
cada lado a fim de minimizar o custo?

Respostas dos exercícios

1.4.1

a) (0, 0) ponto de sela


√ √
b) (−2, 3) ponto de mínimo e (−2, − 3) ponto de sela.
 
1 9
1.4.2 Pml = − , 1, −
 2 8
1 9
Pml = , 1, −
2 8
Ps = (0, 1, −1). 1.4.3

a) Pml = (2, 1, −28), PMl = (−2, −1, 28), Psela = (1, 2, −26), Psela = (−1, −2, 26)
 
4 16
b) PMl = 1, , , Psela = (0, 0, 0)
3 3
c) Pml = (0, 0, 0)

d) Pml = (0, 1, 0)

e) Não existe máximo ou mínimo relativo.

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1.4. EXTREMOS DE FUNÇÕES DE 2 VARIÁVEIS

f) PMl = (−1, 0, e)

1.4.4 2m× 2m× 5m


1.4.5 x = 5, y = 10
A generalização do teste da segunda derivada contempla conteúdos de

análise matricial, no entanto, a título de curiosidade, tem-se o resultado:

Teorema 1.4.4 (Teste da segunda derivada). Seja z = f (x1 , ..., xn ) uma função
tal que suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem são funções contínuas
numa bola aberta B(P0 , r) = {P ∈ Rn | d(P, P0 ) < r}. Suponha que

∂z
(P0 ) = 0.
∂xi

Considerando o determinante Hessiano da função z:


2
∂ z ∂2z

∂x2 (P0 ) ...
∂xn ∂x1
(P0 )
1

H(P0 ) = ... ...
..
.
,


∂ 2z 2
∂ z

∂x ∂x (P0 ) ...
∂x2n
(P0 )
1 n

onde

∆0 = 1
2
∂ z
∆1 = 2 (P0 )

∂x1
2
∂ z ∂ 2z

∂x2 (P0 ) ∂x2 ∂x1
(P0 )
1
∆2 = ,
∂ 2z ∂ 2z

∂x ∂x (P0 ) ∂x22
(P0 )
1 2
..
.

então:

i) Se ∆0 , ∆1 , ∆2 , ... > 0 então o ponto P0 é ponto de mínimo local;

ii) Se ∆0 > 0, ∆1 < 0, ∆2 > 0, ... então o ponto P0 é ponto de máximo local.

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1.5. LISTA DE EXERCÍCIOS

1.5 Lista de Exercícios


Exercício 1.5.1. Calcule as derivadas parciais solicitadas.
3
a) f (x, y) = (x2 + y 2 ) 2 fxx (x, y), fyx (x, y)

b) g(x, y, z) = ln(x2 + 8y − 3z 2 ) gxx (x, y, z), gzyx (x, y, z).



4xy 3


2 + y2
, (x, y) 6= (0, 0)
Exercício 1.5.2. Seja f (x, y) = x .


 0, (x, y) = (0, 0)
∂ 2f ∂ 2f
Mostre que (0, 0) 6= (0, 0).
∂x∂y ∂y∂x

Exercício 1.5.3. Mostre que f (x, y) = ln(x2 + y 2 ) satisfaz a equação de Laplace


∂ 2f ∂ 2f
+ = 0.
∂x2 ∂y 2

Exercício 1.5.4. Calcule as derivadas de 1a ordem das funções:

a) z = yex + xey , onde x = cos(t) e y = sen(t)


v
b) z = x3 y, onde x = e y = veu .
u

Exercício 1.5.5. Determine se as seguintes funções possuem pontos de máximo ou


mínimo. Em caso afirmativo, classifique-os.

a) f (x, y) = (x − y)4 + (x + y + 2)2

b) g(x, y) = x3 + (x − y)2

c) h(x, y) = 1 − x4 − y 4 .

Respostas dos exercícios

1.5.1
3(2x2 + y 2 ) 3xy
a) fxx = p fyx = p
x2 + y 2 x2 + y 2

2(−x2 + 8y − 3z 2 ) 192zx
b) gxx = gzyx = − .
(x2 + 8y − 3z 2 )2 (x2 + 8y − 3z 2 )3

46 Notas de aula de Cálculo - FURG


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b)
a)

1.5.5
1.5.4

∂t
∂z

∂z
∂v

a) mínimo
= 4e u v
u
,
 3 ∂z
∂u
1.5. LISTA DE EXERCÍCIOS

u v
u
4
=e 3


b) não há
−3

47

+1 .
= esen(t) (cos2 (t) − sen(t)) + ecos(t) (cos(t) − sen2 (t))

c) máximo.

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