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Daniela Krieck do Nascimento


Linfangite ulcerativa em equino: relato de caso
Nayara Martins Leite1 , Mylano Viana da Rocha2 , Karoline Milhomem de Souza3 , Paula
Bittencourt Vago4*

Relato de caso
O caso descrito no presente trabalho ocorreu no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas – Dragões
da Independência, em Brasília – Distrito Federal; no qual a Seção Veterinária Regimental – SVR fica
responsável pela assistência médica veterinária aos cavalos lá estabulados.
Resumo: Caso atendido na Cavalaria de Guardas – Dragões da independencia em Brasilia
– DF pela seção veterinária regimental.
Chegou a SVR, uma égua Puro Sangue Árabe, de pelagem castanha, cinco anos de idade e pesando
aproximadamente 370 kg. O responsável relatou como queixa principal claudicação, informou que, no
dia anterior, a égua havia sido trabalhada normalmente, e que não havia apresentado sinais clínicos até
chegar a sua baia. Na manhã seguinte foi observado edema evidente e dificuldade de apoiar o membro no
chão.
Resumo: Égua, Puro sangue árabe, castanha, 5 anos, 370kg, a queixa principal era
claudicação, no dia anterior a égua havia trabalhado normalmente, no dia seguinte notou-se
edema e dificuldade de apoiar o membro no chão.
Ao exame clínico, constatou-se claudicação grau 4/5 do membro posterior esquerdo, visualizado
inclusive ao passo, dor a palpação e a flexão, aumento de temperatura local e edema no boleto do
referido membro. Baseado no histórico e sinais clínicos, o médico veterinário obteve a suspeita de
trauma e prescreveu o tratamento de crioterapia por 30 minutos na região de boleto e canela e 10 ml de
Phenylartrite® (dexametasona + fenilbutazona), EV, SID, por três dias. Contudo, no terceiro dia de
tratamento, o animal apresentou fístulas purulentas na região do boleto, relutância a se locomover e o
edema se estendia até o jarrete (Figura 1). Com isso, a suspeita clínica de trauma foi descartada e
baseado nas novas apresentações clínicas suspeitou-se de linfangite ulcerativa.
Resumo: no exame clinico: claudicação grau 4/5 do membro posterior esquerdo, dor na palpação
e flexão, hipertermia local e edema no boleto do mesmo membro, o veterinario suspeitou de
trauma de prescreveu crioterapia por 30 minutos na região de boleto e canela, mais AIE (dexa) e
AINE (fenilbutazona), por 3 dias. No dia 3 de tratamento o animal apresentou fistulas purulentas
na região, relutava em andar e o edema havia se estendido para o jarrete, a suspeita de trauma foi
descartada, suspeitando agora de linfagite ulcerativa.

Baseado na suspeita clínica foi adicionado ao tratamento inicial, antibioticoterapia com Penicilina
benzatina, na dose de 20.000 UI/Kg, I.M., SID, por sete dias, e estendido o tempo de aplicação do
Phenylartrite® sem período pré-determinado, de acordo com a sintomatologia do animal. Associado ao
tratamento sistêmico era realizado higiene das fístulas e imersão do membro em água morna
adicionada de iodo por 30 minutos, quatro vezes ao dia. Após a imersão era feito antissepsia com
100ml solução PVPI diluída em soro, a qual, também, era injetada nas fístulas pela sonda acoplada a
seringa. O curativo era finalizado com um “mix de pomadas” produzido na SVR contendo Unguento
SM® (óxido de zinco
+ permetrina), Penicilina benzatina e Rifamicina.

Resumo: Adicionaram ao tratamento inicial Penicilina benzatinica, por 7 dias e o uso do


AIE e AINE foi estendido por tempo indeterminado, de acordo com sintomatologia do
animal, foi realizada higiene das fistulas e imersão do membro em agua morna + iodo por
30 minutos, 4x ao dia, depois da imersão foi feita antissepsia com 100ml de solução PVPI
diluida em soro que era injetada nas fistulas por sonda, o curativo era finalizado com um
mix de pomadas (oxido de zinco + permetrina, penicilina e rifamicina).

No quarto dia da antibioticoterapia, o animal não apresentava melhora na claudicação, edema e as


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fístulas continuavam drenando secreção purulenta. Ademais, toda a área da coroa do casco estava
drenando secreção em grande quantidade e apresentava sinais de descolamento (Figura 2A). Diante
disso, foi alterado protocolo terapêutico para Agrodel® (Benzilpenicilina benzatina, benzilpenicilina
procaína, benzilpenicilina potássica, sulfato de estreptomicina e piroxicam), na dose de 50.000 UI/k
I.M., SID, por 15 dias; Dimesol ® (Dimetilsufóxido) 200 ml diluído em dois litros de soro glicosado a
5%, durante três dias, e metronidazol na dose de 7,5 mg/kg (40 comprimidos), V.O., SID, durante 15
dias. A administração de Phenylartrite® seguiu com 10 ml, EV, SID. A frequência do curativo local
aumentou para cinco vezes ao dia, sendo utilizados os mesmos produtos já descritos.

Resumo: durante os 4 primeiros dias de tratamento o animal nã apresentou melhora na


claudicação, edema e as fistulas continuavam drenando secreção purulenta, toda a coroa do casco
estava drenando secreção purulenta e apresentava indicios de deslocamento, o tratamento foi
modificado para Benzilpenicilina benzatinica, benzilpenicilina procainica, benzilpenicilina
potassica, sulfato de estreptomicina e piroxicam, por 15 dias, dimetilsulfóxido 200 ml diluido em
2l de soro glicosado a 5% por 3 dias e metronidazol por 15 dias, o curativo local aumentou de
frequencia para 5 x ao dia.
Com uma semana de tratamento, não havia secreção na coroa do casco e o descolamento estava
estabilizado. Ainda havia secreção purulenta nas fístulas do boleto, porém em pouca quantidade e a
claudicação havia diminuído para grau 3/5, não sendo mais visível ao passo (Figura 2B).
Resumo: com uma semana de tratamento a secreção no casco parou e o descolamento
estabilizou, ainda havia secreção nas fistulas do boleto mas em pouca quantidade e a
claudicação diminuiu para grau 3.
No último dia da terapia, foi constatada ausência de secreção em todos os pontos fistulados e coroa
do casco, edema quase inaparente, sem pulso ou aumento de temperatura no local e sem claudicação
(Figura 2C). Foi acrescentada, como medida terapêutica, caminhada puxada pelo cabresto duas vezes
ao dia com duração de 30 minutos por vez.
Resumo: no fim da terapia a secreção ja era ausente, o edema estava quase inaparente,
sem pulso ou aumento de temperatura no local, sem claudicação. Foi acrescentada como
medida terapeutica a caminhada puxada pelo cabresto duas vezes ao dia com duração de
30 minutos por vez.

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