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Maurício Ehrlich
COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, me@coc.ufrj.br
2 2
Sv
Camada em processo
onde: = peso específico do solo; o = de compactação Sv
repouso; Ka = coeficiente de empuxo ativo de (a) Visão geral da compactação de uma camada.
Rankine (= tan2(45 – /2)); Q e L = força
zc,i
vertical máxima de operação e comprimento do
rolo, respectivamente; = ângulo de atrito do
Elementos de
solo; e N = fator de capacidade de carga, Reforço
Elementos
calculado pela teoria das cunhas de Rankine. de Solo
A zc,i
tensão vertical de pico equivalente, zc,i, Figura 4: Modelagem numérica da compactação: (a)
induzida. De forma a assegurar que todas as Visão geral da compactação de uma camada; (b) Etapa de
camadas sejam igualmente compactadas, e que carregamento, equivalente à passagem do equipamento
a compactação de uma não afete as demais sobre a camada; (c) Etapa de descarregamento,
equivalente à remoção do equipamento; (d) Fim da
camadas, o acréscimo de tensão vertical deve compactação da camada (apud Dantas, 2004).
Constata-se na figura 4a que o processo nas análises numéricas deste trabalho
computacional proposto envolve o lançamento contemplou essa implementação.
de uma camada sobrejacente com espessura
igual a Sv antes da aplicação da tensão vertical 4 ANÁLISES PARAMÉTRICAS
de pico equivalente. A ausência dessa camada
pode provocar um estado limite de ruptura por A modelagem numérica proposta foi utilizada
empuxo passivo da camada em compactação. para avaliar a influência da compactação sobre a
Dantas (2004) deduz expressões para a tração máxima e os deslocamentos da face de
espessura mínima da camada sobrejacente. Para muros verticais de solo reforçado. Os resultados
estruturas em que o estado em repouso tende a de tração máxima foram cotejados com os
prevalecer, com face vertical e solo não coesivo, determinados analiticamente utilizando Ehrlich
a espessura mínima, z, é dada pela equação (4), e Mitchell (1994).
para estruturas em que o estado ativo tende a As análises foram conduzidas no programa
prevalecer, pela equação (5). Atribuindo valores de elementos finitos CRISP92-SC, uma versão
típicos para zc,i = 100 kPa (rolo compactador), modificada por Iturri (1996) do código original
= 20 kN/m3 e = 35º, o intervalo numérico é CRISP92 (Britto e Gunn, 1990). Essa versão
z > 0,03 m (eq. 4) e z > 0,37 m (eq. 5). incorpora, entre outras implementações, a
formulação hiperbólica de Duncan et al. (1980)
1 modificada por Seed e Duncan (1984). O
zc ,i K o
CRISP92-SC utiliza a técnica incremental,
z (4)
K p
através da aproximação da rigidez tangente,
para representar a não-linearidade física do
material. As análises foram conduzidas em
zc ,i K a
z (5) termos de tensões totais, em condições drenadas
K p e estado plano de deformações.
A estrutura modelada consistiu de um muro
onde: Kp = coeficiente de empuxo passivo de vertical hipotético, com altura, H, de 5 m,
Rankine (= tan2(45 + /2)); = parâmetro reforçado por geossintético, com face flexível,
adimensional de Mayne e Kulhany (1982) para assentado sobre fundação competente, figura 5.
descarregamento Ko (= 0,7 sen , sugestão de O muro contou com um total de 10 camadas de
Ehrlich e Mitchell 1994). reforço primário, com comprimento de 4 m. O
espaçamento vertical entre reforços, Sv, foi de
Ressalta-se, no entanto, que, na simulação 0,5 m; o horizontal, Sh, de 1 m. Reforços
proposta, a compactação da última camada secundários, com comprimento de 0,8 m, foram
ocorre sem uma camada de sobreposição. utilizados com o intuito de manter a
O procedimento proposto para a simulação estabilidade da face durante a compactação, isto
da compactação não requer alterações no código é, atuaram como ancoragem para a face flexível.
original do programa computacional, desde que
Camada 10
seja possível aplicar uma restrição de Camada 9
incrementos de deslocamentos verticais em Camada 8
determinados nós e que a relação constitutiva Reforços Camada 7
REFERÊNCIAS