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Curso de Capacitação
Princípios para o Cuidado Domiciliar
Florianópolis | SC
UFSC
2016
CURSO DE CAPACITAÇÃO - PRINCÍPIOS
PARA O CUIDADO DOMICILIAR/UFSC
Apresentação do conteúdo___________________________________________________8
Unidade 1
Princípios éticos e de biossegurança no cuidado domiciliar__________________11
Unidade 2
Procedimentos no cuidado domiciliar: sinais vitais___________________________41
Unidade 4
Procedimentos no cuidado domiciliar: sono e repouso______________________ 99
Unidade 5
Procedimentos no cuidado domiciliar: medicação__________________________111
Unidade 6
Tratamento de feridas e curativos_________________________________________ 183
Referências________________________________________________________________ 213
Autoras____________________________________________________________________ 232
Apresentação do conteúdo
Este conteúdo está construído com base em unidades temáticas, que incluem tó-
picos sobre cada um dos temas. Ao realizar o estudo deste conteúdo você reverá
assuntos que fizeram parte da sua formação profissional, importantes de serem
resgatados e, principalmente, atualizados, pois a tecnologia está em constante
transformação. Lembre-se de que tais procedimentos, além de serem alicerça-
dos em conhecimentos científicos, podem estar normatizados nas unidades de
saúde ou no próprio Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) por meio de protocolos
ou procedimentos operacionais-padrão (POPs), e devem ser considerados.
Bons estudos!
Unidades de conteúdo
Princípios éticos e
de biossegurança no
cuidado domiciliar
1.1 Introdução da unidade
Esta unidade tem como objetivo fazer você refletir sobre os princípios do cui-
dado, alicerçados na ética e na responsabilidade, o que implica cuidar do outro,
mas também cuidar de quem cuida. Por isso, vamos discutir acerca do cuidado
compartilhado e ético, bem como os princípios de biossegurança relacionados
ao trabalhador e ao próprio ambiente.
Multimídia
Cuidar, no dizer de Leonardo Boff (1999, p. 33), “é mais que um ato; é uma atitu-
de. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo.
Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de
envolvimento afetivo com o outro.” Pensar na Atenção Domiciliar (AD) é pensar
num cuidado que tem de ser compartilhado com o familiar (ou com o cuidador,
quando este é designado pelo usuário ou pela família), numa atitude de corres-
ponsabilização, pautada na ética, no compromisso com o outro. Neste sentido,
cuidar significa ver o outro em sua individualidade e singularidade, respeitando
suas crenças, seus desejos, anseios, medos e alegrias.
Unidade 1
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Para Collière (1999), a existência de cuidados ocorre a partir do momento em
que surge a vida, sendo necessário tomar conta da vida para a sua continuida-
de. Portanto, “cuidar é [...] manter a vida garantindo a satisfação de um conjun-
to de necessidades indispensáveis à vida, mas que são diversificadas na sua
manifestação” (COLLIÉRE, 1999, p. 28-9).
Quando se pensa em AD, os vários saberes que estão implicados nesse cuida-
do precisam ser considerados, os quais não são apenas os científicos, os dos
profissionais, mas os saberes do sujeito que é cuidado e da família/cuidador, já
que o cuidado no domicílio pode ser realizado tanto pelo próprio usuário como
por alguém de sua família/cuidador. No espaço em que se constitui a AD, o
plano de cuidados precisa ser construído coletivamente entre profissionais e
família/cuidador, bem como com o próprio usuário, quando este tem condições
de manifestar seus desejos. Não basta transferir para o domicílio parte dos cui-
dados que, anteriormente, eram realizados em outro nível de assistência, mas
parte da responsabilidade também será transferida para a família/cuidador, o
que pode implicar a disputa dos diversos saberes acerca da saúde (FEUER-
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WERKER e MERHY, 2011). O plano de cuidados, mais do que indicado, precisa
ser construído coletivamente com o usuário e a família/cuidador. Esse plano
deve considerar a singularidade do sujeito que será cuidado, com base nas
necessidades de cuidado e nos recursos disponíveis.
Esse é outro aspecto a ser avaliado quando se define que o usuário será aten-
dido no domicílio. Há condições de a família acompanhar o usuário? Qual é o
grau de dependência para o cuidado? Quais são as condições do ambiente e de
recursos? Ao se considerar a AD como substitutiva ou complementar, precisa-
mos avaliar se esse cuidado pode substituir aquele prestado em outro ponto
da rede de atenção à saúde, quer em nível hospitalar, das unidades de pron-
to atendimento (UPAs) ou das unidades básicas de saúde. Desta forma, a AD
pode ser considerada como um dispositivo para desinstitucionalizar o cuidado,
além de promover novos arranjos tecnológicos do trabalho na área da saúde.
É, portanto, uma alternativa de organização do setor saúde que contribui para
Unidade 1
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a produção da integralidade e da continuidade do cuidado, considerando-se
neste contexto as redes de cuidado (FEUERWERKER e MERHY, 2011).
A quem se destina a AD? A todos os usuários que não mais tenham necessida-
de do cuidado a nível hospitalar, UPAs ou na própria unidade básica de saúde,
mas que tenham necessidade de manter determinados cuidados no domicílio.
Destina-se aos usuários que apresentem problemas de saúde e dificuldade ou
impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde e que necessi-
tem de cuidado domiciliar e acompanhamento contínuo, podendo ser oriundos
de diferentes serviços da rede de atenção. A Atenção Domiciliar pode ser de res-
ponsabilidade da Atenção Básica dos usuários classificados na modalidade AD1
e dos Serviços de Atenção Domiciliar daqueles nas modalidades AD2 e AD3.
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mento das doenças crônico-degenerativas e o aumento da população idosa
contribuíram sobremaneira para a implantação da AD, que é destinada a pes-
soas clinicamente estáveis, mas que exigem intensidade de cuidados acima
das modalidades ambulatoriais, e que possam ser mantidas em casa por equi-
pe exclusiva para esse fim.
Unidade 1
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Franco e Merhy (2008, p. 1517) destacam ainda que:
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O domicílio é um lugar do encontro não apenas de pessoas, de profissionais/
usuário/família/cuidador, mas de saberes técnico-científicos da equipe e sa-
ber-cuidador da família, o que pode gerar conflito. Essa tensão demanda capa-
cidade dialógica, ação acolhedora e capacidade de pactuação, bem como cria
uma nova postura para a equipe (FRANCO E MERHY, 2008), que pode buscar
alicerce na Política Nacional de Humanização da Assistência (PNH), que coloca
todos esses sujeitos como atores ativos do processo de cuidado.
Unidade 1
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dado. Neste sentido, há de se destacar que “humanizar é ofertar atendimento
de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com me-
lhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais”
(BRASIL, 2004a, p. 6).
Link
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No cuidado em domicílio cumprem-se os princípios da política de saúde, mas
há que se considerar as condições para que o usuário receba os cuidados em
casa. Sim, melhor em casa, pois é no domicílio que o usuário encontra muitas
de suas referências, expõe suas crenças, seus costumes, não é descaracteri-
zado, desprovido do seu eu. Porém, para um cuidado no domicílio (“melhor em
casa”), há de se buscar condições efetivas e seguras.
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Unidade 1
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Multimídia
Esta é uma atividade muito importante. Afinal, para cuidarmos bem dos outros,
precisamos estar atentos a nossa saúde. Neste sentido, temos como objetivo
rever os princípios de biossegurança, os quais são fundamentais para o usuá-
rio, sua família e para o próprio profissional.
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Como você cuida da sua saúde? Está atento às normas de segurança? Quais
são os cuidados necessários para você se manter saudável? Muitas são as
questões relacionadas à saúde do trabalhador. Afinal, no nosso dia a dia esta-
mos sempre próximos a riscos no ambiente de trabalho, por isso nosso foco
estará centralizado na biossegurança. Atualmente a segurança do usuário é
algo que está em alta, inclusive com a portaria que trata dessa questão, mas
precisamos estar atentos também à segurança do trabalhador.
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Unidade 1
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Neste texto verifica-se que um dos cuidados importantes, no nosso dia a dia, é
a higienização das mãos. Por quê? A higienização das mãos é uma das medi-
das mais importantes para o controle das infecções relacionadas à assistência
à saúde, sendo um dos pilares para a prevenção e o controle das infecções nos
serviços de saúde, assim como nos domicílios. Por isso, você, profissional de
saúde, precisa estar atento a essa questão. Lavar as mãos é fundamental! Mais
que isto: você precisa alertar os familiares acerca desse procedimento, fun-
damental no cuidado no domicílio. Você já imaginou alguém com a mão suja
dando alimentação a um usuário? E o que isso pode representar para quem já
está com a saúde debilitada?
Link
Por isso, é importante você saber que lavar as mãos não se limita a colocar um
pouco de sabão e esfregar as mãos embaixo de uma torneira. Ressaltamos que
você deve ler o manual indicado para entender o procedimento correto.
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Mas, você pode estar se perguntando: e no domicílio, quando eu não tenho
uma torneira com água disponível, o que devo fazer? Primeiramente se reco-
menda que antes de sair da unidade de saúde você lave bem as mãos e leve
um recipiente contendo álcool, pois esse tem ação microbicida. Entretanto, seu
uso é recomendado desde que as mãos não estejam visivelmente sujas, ou
contaminadas com material proteico (sangue, por exemplo). Cuide, no entanto,
porque o álcool é inflamável e você deve estar atento no armazenamento e no
transporte desse produto.
Há que se destacar que a limpeza das mãos com álcool tem sua eficácia com-
provada, porém não substitui a lavagem das mãos. Até porque não se tem de-
finido o volume ideal de álcool a ser aplicado nas mãos, que pode variar em
cada formulação. Caso as mãos estejam secas após fricção com álcool por 10
a 15 segundos, provavelmente o volume aplicado foi insuficiente. Por isso, os
lenços umedecidos com álcool não são os mais recomendados, por conterem
quantidade limitada de álcool (BRASIL - ANVISA, 2013).
A OMS preconiza que, para a utilização da limpeza das mãos com álcool, seja apli-
cada uma quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma das mãos em
forma de concha, para cobrir todas as superfícies das mãos; após, deve-se fric-
cionar as mãos até que sequem, não sendo recomendada a utilização de toalha.
Unidade 1
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E quando se deve higienizar as mãos? A ANVISA recomenda cinco momentos
para higienização das mãos:
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Além da higiene das mãos, fique atento a alguns “ERROS” que observamos com
frequência:
• cumprimentar funcionários, usuários e acompanhantes sem a prévia
lavagem das mãos;
• abrir ou fechar portas com luvas ou com sujidades nas mãos;
• atender ao telefone com luvas;
• ficar com a mesma luva por período prolongado, sem a trocar, e sem
lavagem das mãos (SÃO PAULO, 2006).
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Lembre-se!
• Lave as mãos antes ou depois da retirada das luvas.
• Lave as mãos antes e após a utilização do sanitário.
• Lave as mãos sempre antes de qualquer procedimento (SÃO PAULO,
2006).
Estas são considerações que precisam ser levadas em conta quando aborda-
mos a família acerca dos cuidados com a higiene das mãos.
Unidade 1
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Não apenas o cuidado com a higiene das mãos deve preocupar o profissional.
Cuidados com o uso de luvas de procedimentos, máscaras e outros equipa-
mentos de proteção devem fazer parte dos cuidados com a saúde do trabalha-
dor. No protocolo sobre higiene das mãos você já leu a respeito do uso de luvas,
mas sempre é bom lembrar: o uso de luvas não substitui a higiene das mãos,
nem a forma de realizá-la!
Link
Fonte:
GREEN AND SAFE IDEAS @ ATTITUDES IN HEALTH, 2010.
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Nesta norma está estabelecido que deve ser fornecido para todo trabalhador
dos serviços de saúde, gratuitamente, programa de imunização ativa contra
tétano, difteria, hepatite B, além do estabelecido no Programa de Controle Mé-
dico de Saúde Ocupacional (PCMSO), bem como outras vacinas eficazes con-
tra agentes biológicos a que os trabalhadores estão expostos. Neste sentido,
a vacina contra influenza (vacina da gripe) é uma das recomendadas. Portanto,
você trabalhador deve estar atento a sua proteção. Não basta orientar familia-
res e usuários para se vacinarem. A vacinação, como forma de prevenção, é
responsabilidade também do trabalhador!
Além disso, o trabalhador deve estar atento às vestimentas que são utilizadas
para a sua proteção, como máscaras e aventais. Caso você tenha de realizar
um curativo extenso, com presença de secreção fétida ou sangue, o uso de
máscaras, aventais de proteção e luvas são indicados, bem como o cuidado na
realização do procedimento e no destino do material.
Imaginamos que agora você já sabe como se cuidar, como orientar a família
para evitar infecções no domicílio e, principalmente, como estar atento a sua
saúde.
Não é suficiente termos cuidado com a nossa saúde e com a saúde dos fami-
liares/cuidadores, no intuito de buscar a recuperação do usuário, pois também
o cuidado com o ambiente é importante na Atenção Domiciliar. Esse cuidado
envolve a relação com o usuário e com o meio ambiente. Assim, o objetivo aqui
é refletir sobre os princípios envolvidos no cuidado do ambiente domiciliar.
Unidade 1
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Inicialmente vamos abordar os princípios relacionados ao ambiente do usuário,
que envolve o contexto no qual está inserido. Quando falamos do ambiente do
usuário no hospital, estamos nos referindo a leito, mesa auxiliar de refeição,
mesa de cabeceira. E no domicílio? Também o local onde o usuário fica deitado
– cama, sofá ou outro local – é considerado seu ambiente, bem como os uten-
sílios que auxiliam nesse cuidado, como a mesa de cabeceira ou a mesinha
de apoio. Muitas vezes não temos no ambiente domiciliar uma mesa de apoio,
que possa auxiliar nos procedimentos a serem realizados. Neste caso, caixas
ou caixotes podem ser utilizados, mas sempre considerando a limpeza desse
material.
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Outro aspecto a ser salientado refere-se à limpeza do local. Você deve estar
atento às condições do ambiente: ventilação, iluminação, presença de sol e
limpeza de uma forma geral. Em situações de exceção, essas condições po-
dem interferir na decisão da realização da AD ou não, ou seja, se o usuário tem
condições de ser atendido efetivamente no domicílio ou se há necessidade de
atendimento em outro ponto da rede. Porém, a equipe deve esgotar todas as
possibilidades na abordagem familiar, acionando a rede de cuidados do usuário
e da família e a rede intersetorial na tentativa de garantir o acesso à saúde e à
Atenção Domiciliar. As condições mínimas de higiene, relacionadas ao ambien-
te, são um direito do usuário e implicam a responsabilidade também da equipe
de saúde. Já discutimos isso nesta unidade: cuidar no domicílio é antes de tudo
uma atitude ética e de responsabilidade.
Unidade 1
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Desta forma, os seguintes critérios devem ser seguidos para o fornecimento
dos materiais de uso hospitalar para usuários do SAD:
• os usuários devem ser cadastrados no SAD de acordo com o protocolo
de ingresso estabelecido pelo município;
• o fornecimento será na quantidade e na tipologia estabelecidas median-
te o cumprimento das rotinas que acompanham esse documento.
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• Esse documento deve ser encaminhado pelo profissional ao coordena-
dor do SAD/Distrito/Regional/SMS para a análise técnica e parecer do
responsável.
Unidade 1
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No caso de equipamento fornecido por empresa contratada, esta deverá encar-
regar-se de sua instalação e manutenção periódica, devendo avisar imediata-
mente o SAD quando a instalação for realizada. A empresa deverá também se
encarregar de capacitar o cuidador para o manuseio do equipamento e deixar
mecanismo acessível de contato para casos de mau funcionamento e neces-
sidade de substituição.
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O importante é que o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) tenha um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme preconiza a Resolução da Di-
retoria Colegiada - RDC 306, de 07 de setembro de 2004 (BRASIL, 2004b), e
que possa ser organizada uma forma de recolher os resíduos no domicílio. No
entanto, se isso não for possível, seriam importantes algumas iniciativas por
parte da equipe, expostas a seguir.
• Orientar a família/cuidador quanto ao acondicionamento do lixo, prefe-
rencialmente em dois lixeiros, um menor que fique no quarto e outro que
acondicione o lixo até o seu recolhimento.
• As lixeiras devem ter tampas e o lixo deve ser acondicionado em sacos
plásticos colocados nas lixeiras.
• O lixo deve ser manuseado, preferencialmente, com luvas de borracha.
• As lixeiras devem ser de material de fácil limpeza.
• Materiais perfurocortantes devem ser acondicionados em caixas apro-
priadas, rígidas e resistentes a punctura, ruptura e vazamentos. Essas
caixas especiais podem ser fornecidas pela SAD. Caso contrário, utili-
zar latas e identificar como material perfurocortante.
• Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes consti-
tuídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes,
rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante (numa garrafa
PET, por exemplo).
Unidade 1
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Simbologia Orientação
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O lixo gerado no domicílio geralmente é classificado como do grupo A, D e E.
Os lixos do grupo A são aqueles que entraram em contato com o usuário e com
material infectado (por exemplo, gazes de um curativo). Recomenda-se que os
resíduos do grupo A, gerados nos serviços de assistência domiciliar, sejam
acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por
pessoa treinada para a atividade e encaminhados para o estabelecimento de
saúde de referência (CUSSIOL, 2008).
Unidade 1
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Para diminuir os riscos de transmissão de doenças, por sangue e fluidos orgâ-
nicos, algumas condutas devem ser adotadas:
• não reencapar, entortar, quebrar ou retirar manualmente as agulhas das
seringas;
• colocar os recipientes coletores, para o descarte de material perfuro-
cortante, próximo ao local onde é realizado o procedimento;
• descartar todo resíduo perfurocortante e abrasivo, inclusive os que não
foram usados, em recipiente exclusivo, resistente à perfuração e com
tampa, sem ultrapassar o limite de 2/3 da capacidade total;
• fornecer equipamentos de proteção individual ao pessoal da higieniza-
ção e coleta dos resíduos, de acordo com o Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA) do estabelecimento, e exigir o seu uso
correto (atentar para a possibilidade de haver agulha dispersa no chão);
• seguir as orientações do PGRSS do estabelecimento (CUSSIOL, 2008).
Link
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Multimídia
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Unidade 1
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Encerramento da unidade
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Unidade 2
Procedimentos no cuidado
domiciliar: sinais vitais
2.1 Introdução da unidade
Os sinais vitais podem ser caracterizados como sinais clínicos de vida. Eles
refletem o funcionamento de funções orgânicas básicas. Seu monitoramento
é capaz de revelar a existência de desequilíbrios resultantes da interação entre
os sistemas orgânicos e agentes patogênicos ou distúrbios do equilíbrio hi-
droeletrolítico, por exemplo.
A aferição dos sinais vitais faz parte do exame físico do histórico de enferma-
gem. Sua avaliação auxilia o enfermeiro no planejamento das ações, na elabo-
ração da prescrição de enfermagem e na tomada de decisão clínica. Podem
ainda ser mensurados isoladamente, com o objetivo de conhecer/revisar a
condição de saúde do usuário.
Unidade 2
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a dor como 5.º sinal vital ocorreram em 1996 por James Campbell (Presiden-
te da Sociedade Americana de Dor). O objetivo de Campbell foi conscientizar
profissionais de saúde sobre o tratamento adequado da dor, assim como já
ocorre no manejo aos demais sinais vitais (SBED, 2013). No âmbito da atenção
aos usuários em cuidados paliativos, a avaliação da dor é indispensável, pois,
a partir do manejo adequado da dor, é possível promover alívio e conforto a
essas pessoas, de modo que se ofereça um cuidado integral e humanizado no
processo de morrer e a morte.
Controle da temperatura
Controle da pressão arterial
Controle do pulso
Controle da dor
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Apesar de sua indiscutível relevância, a avaliação dos sinais vitais de maneira
isolada tem pouco ou nenhum valor clínico. É fundamental compreendê-los
como parte do exame físico, englobando a observação do usuário como um
todo: suas emoções, o ambiente em que vive ou está, a doença vivenciada,
seus medos e anseios, seu contexto familiar, seu estado nutricional e de hidra-
tação, entre outras questões (MOZACHI, 2009).
Unidade 2
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Fonte: Banco de imagem Fotolia.
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Assim, é correto afirmar que o processo de regulação da temperatura corpó-
rea varia de acordo com fatores de ordem psicofisiológica, como o sono e o
repouso, as emoções, a desnutrição, o exercício físico e o uso de agasalhos.
Além disso, existem situações que contribuem para a ocorrência de alterações
transitórias da temperatura corporal, como é o caso da oscilação hormonal
durante o ciclo menstrual e a ovulação, a exposição a temperaturas extremas
(banhos muito quentes ou frios) e a ingesta de alimentos e (ou) bebidas muito
quentes ou frias (BRASIL, 2003), ou durante o processo de morrer e a morte,
como é o caso da febre sistêmica, presente em pessoas nas últimas 72 horas
de vida (se a elevação da temperatura não gerar desconforto ao usuário, não
deve ser tratada com medicamentos).
Unidade 2
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Fonte: Banco de imagem Shutterstock.
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• radiação: transferência de calor para outro objeto de temperatura mais
baixa, situado a distância;
• condução: transferência de calor para um objeto mais frio que esteja
em contato com a pele;
• convecção: transferência de calor via movimento de gás ou líquidos que
circundam a superfície corporal;
• evaporação: a perda de calor por evaporação ocorre por meio da pro-
dução de suor (sudorese) e das perdas insensíveis (respiração). Quando
a temperatura externa é muito elevada, a radiação e a convecção não
são suficientes, sendo a evaporação pela pele o meio mais eficaz de
perder calor.
ALTERAÇÕES DA TEMPERATURA
Unidade 2
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Hipertermia É uma temperatura corporal acima da temperatura
considerada normal, que está relacionada com a
incapacidade do organismo de promover a perda de
calor ou reduzir a sua produção. Assim, as doenças
ou traumas, que ocasionam alterações no hipotálamo,
prejudicam os mecanismos de perda de calor, e
consequentemente temos a hipertermia.
49
2.2.1 Aferição da temperatura
Unidade 2
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• Axilar: embora seja a menos precisa, é a verificação mais frequente em
nosso meio. Esse fato se deve à facilidade de execução da técnica. O
bulbo do termômetro deve ser posicionado no oco axilar seco e mantido
nesse local por no máximo 7 minutos (cerca de 5 a 7 minutos).
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NOMENCLATURA DAS VARIAÇÕES TÉRMICAS DO ORGANISMO COM
AFERIÇÃO DA TEMPERATURA AXILAR
Classificação Variação em °C
Para uma avaliação mais criteriosa do usuário com febre, devemos considerar
os seguintes aspectos (PETMEDICINA, 2013):
Unidade 2
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Duração Febre Encontra-se nas seguintes doenças:
prolongada tuberculose, septicemia, malária,
(dura mais endocardite infecciosa, febre tifoide,
de uma colagenoses, linfomas, pielonefrite,
semana) brucelose, esquistossomose.
53
A febre pode ser causada, segundo a Universidade Federal do Ceará, 2013, por:
• aumento da produção de calor (como no hipertireoidismo);
• bloqueio da perda de calor (como na ICC e ausência congênita de glân-
dulas sudoríparas);
• lesão de tecidos por infecção (por bactérias, vírus ou parasitos), por
lesões mecânicas (cirurgias e traumas), neoplasias malignas, doenças
hemolinfopoiéticas, afecções vasculares (IAM, hemorragias, trombose)
e doenças do SNC;
• medicamentos.
Unidade 2
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2.2.2 Condutas de enfermagem ao usuário com hipertermia ou
hipotermia
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO USUÁRIO COM HIPERTERMIA E
HIPOTERMIA
Unidade 2
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Hipotermia • Orientar o usuário e familiares/cuidadores sobre a im-
portância dos procedimentos a serem realizados para
elevar a temperatura.
57
Resistência É a resistência oferecida pelos vasos à circulação
vascular sanguínea. Quando ocorre um aumento da
periférica resistência vascular em virtude da diminuição do
calibre dos vasos, a pressão arterial se eleva. Já
com a diminuição da resistência vascular periférica,
ocorre diminuição dos níveis pressóricos.
Unidade 2
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Multimídia
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licas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; não está com as
pernas cruzadas.
3. O usuário deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés
apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve
estar na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4.º es-
paço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada
para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.
4. Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do usuário, cerca de
2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha
sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha deve correspon-
der a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento envolver
pelo menos 80%.
5. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mos-
trador do manômetro aneroide.
Unidade 2
60
8. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar, de 20 a 30 mmHg,
o nível estimado da pressão sistólica. Proceder a deflação com veloci-
dade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo. Após a identificação
do som que determinou a pressão sistólica, aumentar a velocidade para
5 a 6 mmHg para evitar congestão venosa e desconforto para o usuário.
9. Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do pri-
meiro som (fase I de Korotkoff), seguido de batidas regulares que se
intensificam com o aumento da velocidade de deflação. Determinar a
pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff).
Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar
seu desaparecimento e depois proceder com a deflação rápida e com-
pleta. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a
pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).
10. Registrar os valores das pressões sistólicas e diastólica, complemen-
tando com a posição do usuário, o tamanho do manguito e o braço em
que foi feita a mensuração. Não arredondar os valores de pressão arte-
rial para dígitos terminados em zero ou cinco.
11. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas mensurações.
12. O usuário deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão arte-
rial e a possível necessidade de acompanhamento.
Multimídia
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2.3.2 A escolha do manguito
Recém-nascido ≤ 10 4 8
Criança 11 - 15 6 12
Infantil 16 - 22 9 18
Adulto pequeno 20 - 26 10 17
Adulto 17 - 34 12 23
Adulto grande 35 - 45 16 32
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, 2010.
Unidade 2
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Válvula Manguito Oliva
Pêra
Diafragma
Link
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(AAMI) e pela British Hypertension Society (BHS). Além disso, precisam ser
verificados anualmente, de preferência nas dependências dos órgãos da Rede
Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ), nos Institutos de Pesos e
Medidas Estaduais (IPEMs) ou em local designado pelo Inmetro, e, se necessá-
rio, calibrados (SBC, 2010).
Link
Unidade 2
64
2. Certificar-se de que o usuário:
• não está com a bexiga cheia;
• não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos;
• não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
• não fumou nos 30 minutos anteriores.
Crianças
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Idosos
Gestantes
Unidade 2
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Obesos
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• A pressão sistólica nas pernas usualmente é 10 a 40 mmHg maior que
na artéria braquial, mas a pressão diastólica é a mesma.
Unidade 2
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Hipertensão Percentil 95 a 99 mais 5 Usuário assintomático:
estágio 1 mmHg reavaliar em 1
a 2 semanas;
se hipertensão
confirmada,
encaminhar para
avaliação diagnóstica.
Usuário sintomático:
encaminhar para a
avaliação diagnóstica.
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CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ACORDO COM A MEDIDA
CASUAL NO CONSULTÓRIO (> 18 ANOS)
A mudança no estilo de vida é uma medida que deve ser orientada na preven-
ção primária da HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe, segundo o
contexto social vivenciado por família e usuário. As mudanças de estilo de vida
são capazes de reduzir os níveis pressóricos e, consequentemente, a mortalida-
de cardiovascular. Hábitos saudáveis de vida devem ser adotados por todas as
pessoas, independentemente de serem hipertensas desde a infância e adoles-
cência. As principais recomendações não medicamentosas para prevenção pri-
Unidade 2
70
mária da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e álcool,
ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo (SBC, 2010).
71
FREQUÊNCIA CARDÍACA ESPERADA PARA A FAIXA ETÁRIA
Unidade 2
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2.4.1 Aferindo o pulso
Femoral
Carótida e
temporal
Pediosa
Braquial,
cubital,
radial e ulnar Posição dos dedos para verificação de pulso
73
As alterações da frequência do pulso são expressas pelos termos:
• bradicardia: frequência cardíaca abaixo da normal;
• taquicardia: frequência cardíaca acima da normal;
• taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico;
• bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico;
• filiforme: pulso fino.
Controle da
frequência
respiratória
Características de
Parâmetros
respiração
Unidade 2
74
O controle da frequência respiratória (FR) é usualmente executado mantendo-
se a mesma posição adotada para a verificação do pulso. Esse procedimento
evita que o usuário perceba a manobra e exerça controle voluntário das incur-
sões respiratórias. Deve-se proceder a contagem do número de respirações no
período de um minuto, observando-se os movimentos torácicos. Cada respira-
ção compreende o movimento de inspiração e expiração (BRASIL, 2003).
Pulmão
Diafragma
A. INSPIRAÇÃO B. EXPIRAÇÃO
Diafragma se contrai Diafragma relaxa
(se move para baixo) (se move para cima).
75
Assim como a frequência cardíaca, o padrão respiratório sofre variações com a
realização de esforços físicos, estresse emocional ou durante o choro.
De 0 a 2 meses Até 60
De 2 a 11 meses Até 50
De 6 a 8 anos Até 30
Unidade 2
76
• apneia: parada respiratória;
• respiração de Cheyne Stokes: caracteriza-se por aumento gradual na
profundidade das respirações, seguido de decréscimo gradual dessa
profundidade, com período de apneia subsequente;
• respiração estertorosa: respiração ruidosa.
Isso quer dizer que a sensação dolorosa possui múltiplas facetas, desde bio-
lógicas até afetivo-motivacionais, e que a percepção dolorosa difere de indiví-
duo para indivíduo tanto em termos qualitativos como de intensidade sensorial
(SOUSA, 2002).
77
Apesar de a experiência da dor acompanhar o ser humano desde os primór-
dios de sua existência no planeta, seu conceito vem sofrendo modificações
significativas até os dias de hoje. Tradicionalmente entendida como resultante
de lesão tecidual, a dor foi por muito tempo avaliada apenas em sua dimensão
sensorial e linear, desconsiderando-se a plasticidade e a complexidade dos di-
ferentes mecanismos envolvidos na percepção dolorosa (CARVALHO, 1999).
Em 1979 a IASP elaborou o conceito de dor que vigora até hoje, considerando
a dor como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a
lesões reais, potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre
subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar esse termo por meio de suas ex-
periências” (IASP, 2013).
A sensação dolorosa é uma das causas mais frequentes da procura por ser-
viços de saúde. A dor pode ser classificada, de acordo com sua duração, do
modo a seguir (SBED, 2013).
Unidade 2
78
Dor aguda
Dor crônica
Dor recorrente
79
Dor total
Por se tratar de uma experiência subjetiva, a dor não pode ser mensurada ob-
jetivamente a partir de instrumentos físicos que permitam a um observador
externo avaliar uma experiência interna, complexa e pessoal. Usualmente uti-
lizamos ferramentas que nos permitem aferir os demais sinais vitais, como
a temperatura, a pressão arterial e o pulso, mas para a avaliação da dor não
existe um instrumento padronizado (SOUSA, 2002).
Descrição da dor
Mensuração da dor
Unidade 2
80
Os objetivos da avaliação da dor são, segundo a Sociedade Brasileira para o
Estudo da Dor, 2013, identificar a sua etiologia e compreender a experiência
sensorial, afetiva, comportamental e cognitiva do indivíduo com dor para pro-
por e (ou) implementar o seu manejo.
Deve-se considerar que a avaliação da dor faz parte do histórico e exame físico
do usuário, compreendendo os aspectos psicossociais e familiares relaciona-
dos. O entendimento de que a experiência dolorosa é subjetiva permite ao pro-
fissional avaliar a dor com base no relato do indivíduo que a vivencia, uma vez
que é ele quem conhece seu padrão, localização, intensidade e natureza, assim
como o grau de alívio obtido pela terapêutica instituída (SBED, 2013).
A B
81
Para avaliar a intensidade da dor é possível utilizar a escala visual analógi-
ca (EVA). Essas escalas têm diferentes versões, sendo particularmente úteis
na avaliação da dor em pessoas adultas. Entretanto, a utilização da EVA por
crianças, idosos e usuários com déficit visual e cognitivo pode ser difícil pela
ausência de marcações na linha de 10 cm, capazes de auxiliar na identificação
da intensidade da dor (SBED, 2013).
Unidade 2
82
Escala numérica
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR - SBED, 2013.
Outra escala bastante utilizada em nosso meio é a escala analógica visual (figura
a seguir). Trata-se de uma linha de 10 cm de comprimento em que, nas extremi-
dades, encontram-se termos como “nenhuma dor” e “pior dor”, em lados opostos.
O usuário é orientado a marcar onde se situaria a sua dor nessa linha. A distância
entre a extremidade sem dor e o ponto marcado é o valor da dor a ser registrado.
A máxima dor já
Sem dor sentida
83
A identificação da natureza da dor pode ser definida com o auxílio de descri-
tores verbais a partir de suas características. É possível questionar ao usuário
quais palavras melhor caracterizam sua dor. As palavras escolhidas podem
auxiliar na definição do tipo de dor, uma vez que descrevem a qualidade senso-
rial e emocional da dor vivenciada pelo indivíduo, conforme se pode observar
a seguir (SBED, 2013).
Unidade 2
84
Dor visceral • Com envolvimento de fibras nervosas da pleura, peri-
cárdio e peritôneo: dor em facada, agulhada, cortante,
aperto ou cãibra.
85
Além de selecionar o instrumento de avaliação mais adequado à idade e à ca-
pacidade de compreensão dos usuários, é preciso ter em mente o objetivo final
da avaliação da dor: o alívio da sensação álgica.
Neste sentido, profissionais de saúde devem tem não apenas competência téc-
nica, mas sensibilidade suficiente para perceber a necessidade de reajuste das
dosagens prescritas e de alterações no tratamento inicialmente proposto, bus-
cando com isso o bem-estar e a qualidade de vida dos usuários que buscam
os serviços de saúde.
Encerramento da unidade
Unidade 2
86
Unidade 3
Procedimentos no
cuidado domiciliar:
higiene e conforto
3.1 Introdução da unidade
Manter o usuário limpo e confortável deve ser uma das preocupações do pro-
fissional, já que muitas vezes precisa orientar a família/cuidador para esse fim.
Neste sentido, o objetivo desta unidade é rever os principais procedimentos a
serem realizados no domicílio para manter a higiene e o conforto do usuário,
itens imprescindíveis para o bem-estar dos indivíduos.
Para tanto, vamos centrar nossa atenção em relação aos cuidados necessários
para manter a integridade corporal e as medidas que possibilitem manter a
segurança e o conforto dos usuários.
Unidade 3
88
de produtos do metabolismo;
• o clima, que quando frio tende a ressecar e rachar a pele, e quando
quente aumenta a transpiração, por isso o indivíduo necessita aumen-
tar a frequência dos banhos e da própria hidratação da pele;
• medicações, pois algumas podem causar alergias cutâneas, mudança
na cor dos dentes (tetraciclina), queda de cabelos (quimioterapia), sen-
do necessário que o profissional esteja atento também a mudanças na
pele como o eritema, a descamação cutânea e as manchas aracnifor-
mes sob a pele;
• a umidade e a presença de objetos sobre os lençóis (por exemplo, pro-
tetor de agulhas), migalhas ou restos de alimentos, lençóis amassados,
entre outros elementos que podem causar lesões na pele.
89
(rachaduras) quando o bebê começa a mamar: preparar a mama durante o pré-
natal com o banho de sol, além da orientação quanto à pega do bebê (posição
correta para o bebê amamentar). Caso apareçam fissuras mesmo com essas
orientações, você ainda pode orientá-la a passar um pouco de seu leite no seio
rachado e, se necessário, procurar o posto de saúde.
Link
Multimídia
Por sua vez, o recém-nascido tem a pele muito delicada, devendo ser manuseada
com cuidado. Não é necessário que o banho seja realizado com sabonete, pois a
pele do bebê pode apresentar irritação, sendo indicado o uso de sabonete neutro.
Um problema comum nos bebês é a dermatite de contato, por isso é indicada a
troca frequente das fraldas, a limpeza com água e uma boa amamentação, pois
a ingesta de líquidos ajuda a evitar esse problema, já que dilui a urina, que fica
menos irritante. Lembre-se ainda de orientar a mãe em relação à higiene oral do
bebê, que deve iniciar no recém-nascido, principalmente a limpeza de língua e
Unidade 3
90
gengivas, quando os dentes estão em fase de crescimento. Essa limpeza pode
ser realizada com uma gaze e com água limpa, friccionando a gengiva e a língua.
Outra questão importante que o profissional deve salientar para a família é que
os hábitos de higiene são adquiridos na infância, por isso é importante ressal-
tá-los para as crianças, estimulando-as no banho, na higiene oral, no cuidado
na escola com a pediculose e a escabiose. Crianças que têm problemas com
enurese (emissão involuntária de urina), ou seja, que não controlam a diurese,
principalmente à noite, devem ser orientadas a tomar banho ao se levantarem,
evitando odores e futuras irritações. A escovação dos dentes é imprescindível na
infância, pois as crianças podem desenvolver cáries mesmo nos dentes de leite.
91
3.2.1 Quais são os problemas mais comuns relacionados à
higiene?
Unidade 3
92
segurança durante o banho. Lembre-se de que a idade do usuário e as suas
condições também demandarão cuidados especiais. Por exemplo, o banho do
recém-nascido, desde os primeiros dias, deve ser dado numa banheira ou ba-
cia, com água morna e sabonete neutro; já o idoso muitas vezes não precisa de
banhos tão frequentes, e pode se sentir com medo de tomar banho sozinho, ou
mesmo envergonhado.
Link
Para ver mais sobre banho no leito e de aspersão, leia um trecho do tex-
to Cuidados no Domicílio para Pessoas Acamadas ou com Limitações
Físicas, mais especificamente o capítulo 10, que trata tanto do banho
quanto dos cuidados com usuários que apresentam assaduras, além de
cuidados com a boca:
93
Multimídia
Unidade 3
94
como massagens, podem auxiliar nesse processo, bem como o incentivo a se
movimentar, a sair do leito. Quando você realiza o banho no usuário, esse proce-
dimento também estimula a movimentação, pois necessariamente se realiza a
mudança de decúbito e a movimentação do usuário, estimulando a circulação.
Você deve avaliar junto à família o que tem motivado ao usuário a permanência
em determinada posição. Por vezes ele pode ter medo de sentir dor, por outras
pode ter medo de se mexer e cair da cama, ou pode estar deprimido. Avalie e
discuta, com a família/cuidador e o próprio usuário, sobre a importância da
movimentação. Pois, além de manter a força e o tônus dos músculos que se
encontram em desuso, previne a atrofia e a contratura, evitando que estas pre-
judiquem a mobilidade das articulações, de modo que se restaurem a força
e o tônus muscular, além de prevenir a deterioração de outras capacidades
funcionais em decorrência da limitação da mobilidade.
95
Ao orientar a família para a realização da movimentação do usuário, lembre-se
de algumas regras gerais que asseguram o conforto físico, descritas a seguir.
• A postura adequada proporciona repouso, relaxa o usuário e ajuda a
manter um melhor funcionamento do organismo.
• Ao realizar a movimentação do usuário, obedeça a amplitude das arti-
culações, fazendo movimentos amplos e harmoniosos e evitando pro-
cedimentos bruscos e manuseios desnecessários.
• Toque o usuário com firmeza, para que ele se sinta seguro, mas tam-
bém com gentileza.
• Ao auxiliar na movimentação do usuário, virando-o ou aparando-o, não
utilize apenas as pontas dos dedos, pois isso pode machucá-lo; utilize a
palma da mão e os dedos.
• Ao tocar o usuário, a mão deve estar seca e quente.
• Quando levantar um usuário, sustente sempre as partes mais pesadas do
corpo. Não o arraste. Procure suspendê-lo, evitando úlceras de decúbito.
Link
Unidade 3
96
Link
Fique atento:
Pressão
Umidade + - Circulação = Úlcera por pressão
Cisalhamento
97
Multimídia
Encerramento da unidade
Unidade 3
98
Unidade 4
Procedimentos no cuidado
domiciliar: sono e repouso
4.1 Introdução da unidade
Esta unidade tem como objetivo rever os principais cuidados a serem reali-
zados no domicílio para garantir o sono e repouso dos usuários. Para tanto,
vamos discutir quais são os principais cuidados para manter sono e repouso
adequados, quais são as posturas adequadas e as medidas de segurança rela-
cionadas à movimentação do usuário.
Unidade 4
100
4.2 Manutenção das condições adequadas de sono e
repouso
Vários são os fatores que podem afetar o sono. Por exemplo: a luz e os ruídos,
o medo, os hábitos sociais e ocupacionais, os medicamentos, as doenças, o
uso de bebidas alcoólicas, de estimulantes e de bebidas com cafeína. Acerca
de todos esses aspectos, devemos estar atentos quando uma pessoa nos diz
que está dormindo mal ou apresenta sinais de cansaço, pois a partir da iden-
tificação do fator que está afetando o sono podemos adotar as medidas para
melhorar sua qualidade. Por exemplo, usuários idosos muitas vezes têm medo
da morte, principalmente à noite, e precisam de alguém que fique por perto, ou
de uma luz indireta acesa. Crianças têm sonhos ou pesadelos que interferem
no seu sono e que também podem gerar medo.
101
• ter um colchão confortável;
• usar técnicas de relaxamento, como fazer massagens e ouvir música
tranquila, principalmente se o dia foi muito estressante;
• comer um pequeno lanche ou beber um copo de leite antes da hora de
dormir;
• evitar ingestão de álcool e de estimulantes antes da hora de dormir;
• evitar levar trabalho para a cama ou assistir à televisão na cama;
• evitar uso repetido de hipnóticos (PRADO e GELBCKE, 2013).
Link
Unidade 4
102
Quais são os objetivos do posicionamento terapêutico do usuário? Entre eles,
podemos destacar:
• garantir uma distribuição equitativa do peso corporal sobre a superfície
de apoio (leito, cadeira);
• manter o alinhamento normal do corpo;
• garantir uma boa circulação venosa;
• fazer a estimulação sensorial, cognitiva e motora do usuário (PRADO e
GELBCKE, 2013).
103
4 A quantidade de esforço necessária para mover um corpo depende de
sua resistência, bem como da força da gravidade.
Unidade 4
104
Multimídia
Link
105
Evite puxar ou segurar o usuário por um braço ou perna. Desta forma, você
diminui o risco de machucá-lo. Evite arrastá-lo, para não friccionar a pele. Uti-
lize o próprio lençol para auxiliar na movimentação dele no leito. Lembre-se
dos princípios da mecânica corporal para movimentar o usuário e, sempre que
possível, peça o auxílio dele na movimentação.
Cuidado com chinelos e tapetes para evitar quedas, principalmente com ido-
sos. Também para a segurança do usuário, a iluminação é fundamental. A pre-
venção de quedas é um dos itens importantes relacionados à segurança do
usuário, e destacados na Portaria 529, de 1.º de abril de 2013, que institui o
Programa Nacional de Segurança do Usuário (BRASIL, 2013). Por isso, lembre-
se de que quando o usuário está no leito e se movimenta, temos de cuidar com
as proteções no leito, como grades ou outros objetos que possam minimizar
as quedas. Por exemplo, você pode encostar um lado do leito na parede e, no
outro, buscar uma proteção, como uma cadeira com espaldar mais alto. No lei-
to de crianças, principalmente bebês, as grades são fundamentais para evitar
as quedas.
Unidade 4
106
Em muitas situações a restrição é necessária, seja química, manual ou
mecânica. Essas medidas são necessárias quando o usuário está muito
agitado, confuso ou inconsciente. Mesmo que causem certo desconfor-
to para a família, que pode manifestar contrariedade na tomada de de-
cisão pela restrição, tais medidas são importantes para manter a integri-
dade do usuário. Por isso, sempre que for necessário adotar tal medida
de restrição, é importante conversar com o usuário e familiar/cuidador,
explicando os motivos pelos quais se está adotando tal medida.
107
Você pode realizar a restrição mecânica nos seguintes locais: nos ombros; pu-
nhos e tornozelos; nos membros superiores com tala; no tórax e nos joelhos.
Esteja atento aos locais em que a restrição está sendo realizada, pois uma res-
trição incorreta, ou mal supervisionada, pode provocar lesões graves. Portanto,
sempre que uma restrição for indicada, redobre a atenção, pois uma pessoa
imobilizada apresenta-se mais ansiosa e angustiada.
Unidade 4
108
Link
Lembre-se de que a restrição deve ser a última alternativa a ser utilizada e deve
ser aplicada com responsabilidade, sendo importante a orientação do usuário e
familiar/cuidador acerca desse procedimento.
Encerramento da unidade
109
Unidade 5
Procedimentos no cuidado
domiciliar: medicação
5.1 Introdução da unidade
Unidade 5
112
Assim, convidamos você a aprofundar seus conhecimentos sobre a adminis-
tração de medicamentos, de modo a garantir a segurança e a continuidade do
tratamento.
Multimídia
Cuidados
Segurança do Vias de
gerais de
usuário administração
enfermagem
113
A terapia medicamentosa (farmacológica) consiste na administração de subs-
tâncias químicas que modificam o funcionamento corporal, de modo a obter
um efeito terapêutico.
Unidade 5
114
Medicamento
Droga
115
Dose
Ação
Unidade 5
116
Comumente os medicamentos são encontrados nos estados sólidos, semis-
sólido, líquido e gasoso, podendo ser fabricados em diversas apresentações
para possibilitar a sua utilização pelo usuário e alcançar a finalidade desejada.
Link
Comprimido O medicamento em pó é
submetido à compressão em
um molde geralmente em forma
de disco de faces planas ou de
lentilhas.
117
Drágea Espécie de comprimido
recoberto por revestimento
açucarado, com ou sem corante,
geralmente indicado quando se
deseja uma absorção em nível
intestinal.
Unidade 5
118
Semissólidos Pomada Mistura de medicamentos
(pastosos) com uma base gordurosa, de
consistência macia.
119
Emulsão Preparação medicamentosa na
qual se acha, em suspensão,
uma substância gordurosa sob
forma de finíssimas gotículas.
Exemplo: emulsão de vaselina
líquida.
Unidade 5
120
medicamentos pode ser realizada por várias vias, sendo estas escolhidas de
acordo com a necessidade de absorção, o estado clínico do usuário, a doença
associada e a finalidade do tratamento.
121
Multimídia
Link
Com essa discussão, conclui-se que a segurança do usuário não é nada mais
que a redução de atos inseguros, nos processos assistenciais, e o uso das me-
lhores práticas descritas, a fim de alcançar os melhores resultados possíveis
para o usuário.
Unidade 5
122
Vamos agora nos reportar aos cuidados gerais que a enfermagem deve atentar
quando assume a responsabilidade pela administração de medicamentos no
domicílio, lembrando que este é um cuidado que deve ser compartilhado com
o usuário e familiar/cuidador.
123
Informação dos cuidados e efeitos decorrentes do medicamento
administrado
Vamos agora nos reportar aos cuidados gerais que a enfermagem deve atentar
quando assume a responsabilidade pela administração de medicamentos no
domicílio, lembrando que este é um cuidado que deve ser compartilhado com
o usuário e familiar/cuidador.
Unidade 5
124
Diante da necessidade de você assumir a administração de algum medicamen-
to no domicílio, alguns cuidados prévios precisam ser considerados. Acompa-
nhe a seguir.
a. Fazer a leitura atenta da prescrição médica. A leitura do medicamento
listado na prescrição médica deverá ser feita de maneira atenta e rigo-
rosa, respeitando as 09 certezas.
b. Respeitar as 09 certezas preconizadas pela Organização Mundial de
Saúde.
1. Usuário certo: este direito é autoevidente: o medicamento deve ser admi-
nistrado ao usuário para quem é prescrito. Administração de um medica-
mento para o usuário errado é, no entanto, um erro que deve ser evitado.
2. Medicamento certo: muitos erros relacionados a medicamentos ocor-
rem pela administração de droga errada. Se você não tiver certeza do
nome da medicação prescrita (ou achar que é um medicamento errado),
não deverá administrá-lo antes de verificar com o médico prescritor.
3. Hora certa: a medicação deve ser administrada no tempo correto para
garantir níveis séricos terapêuticos. Administrar a medicação na hora
errada é, portanto, um erro.
4. Via certa: muitos medicamentos estão disponíveis em diferentes for-
mas para administração por várias vias. Por exemplo, paracetamol vem
na forma de comprimidos, cápsulas, xarope, supositórios e ampolas
para administração intravenosa. A checagem da forma deve assegurar
que atenda às especificidades do usuário, com a análise do tempo de
absorção frente a cada apresentação da droga.
5. Dose certa: deve fazer a conferência da dose prescrita com a apresen-
tação da dosagem no rótulo da droga. Calcular a dosagem correta do
medicamento, de acordo com a apresentação do produto disponível,
utilizando a relação entre o que é conhecido, ou seja, a dose disponível
e a dose desejada, a ser ministrada.
125
Link
Unidade 5
126
Usuário certo
Medicamento
Anotação correta
certo
Orientação
Via certa
ao usuário
Compatibilidade
Dose certa
a medicamentos
127
d. Conhecer o medicamento a ser administrado, sua ação, efeitos cola-
terais e adversos. O conhecimento sobre os medicamentos utilizados é
primordial para a melhor prática de saúde, permitindo o aumento da sua
qualidade e segurança. A embalagem, o rótulo e a bula devem conter
todas as informações relevantes sobre o medicamento, contribuindo
para seu uso adequado.
Observar que os medicamentos podem ser prescritos pelo seu nome
comercial (disponibilizado pelo fabricante ou marca registrada) ou pelo
nome genérico (composição química), estando disponíveis em diferen-
tes apresentações e concentrações.
Link
Unidade 5
128
É fundamental que o profissional de enfermagem leia a bula ou o Dicionário de
Especialidades Farmacológicas (DEF) sempre que ouvir ou encontrar o nome
de um medicamento desconhecido, para compreender o que está sendo admi-
nistrado, seu efeito desejado e (ou) reações adversas, e avaliar o resultado do
esquema medicamentoso prescrito.
Link
Lembre-se que o usuário e seu familiar tem o direito de saber que medi-
camento você vai aplicar e quais os cuidados que deverá realizar. Faça
deste espaço um momento de educação em saúde e tenha-os como
aliados na adesão ao tratamento.
129
Link
EPI Indicação
Unidade 5
130
Capotes Devem ser utilizados durante os procedimentos
(aventais) com possibilidade de contato com material
biológico, inclusive em superfícies contaminadas.
131
Lembre-se de que crianças necessitam de doses menores que os adul-
tos, dependendo geralmente do peso e da idade. A dose do medica-
mento específico a cada usuário, seja ele adulto ou criança, deverá vir
detalhada na prescrição médica. Em caso de prescrições ilegíveis ou
mesmo incompletas, não realize a medicação e questione o médico
prescritor.
Unidade 5
132
Lembre-se de não recapar a agulha e de desprezá-la na caixa de perfu-
rocortantes. Atualmente a maioria das agulhas já vem com dispositivo
de segurança acoplado, uma vez que essa determinação também foi
realizada aos serviços de saúde pela NR-32.
Link
133
Considerando-se sua legalidade, o registro correto serve de proteção
tanto para o usuário como para os profissionais de saúde, a instituição
e a própria sociedade.
Unidade 5
134
Multimídia
Link
135
farmacêuticas sólidas (cápsulas, comprimidos, pastilhas, pílulas) e as líquidas
(soluções, essências, xaropes). A absorção começa na boca e no estômago,
mas se efetua principalmente no intestino delgado. Para chegar à grande cir-
culação, o fármaco primeiro tem de atravessar a parede intestinal e depois
o fígado. A parede intestinal e o fígado alteram quimicamente (metabolizam)
muitos fármacos, diminuindo a quantidade absorvida.
A administração de medicamentos por via oral é a mais fácil e pode ser delega-
da ao usuário e (ou) familiar desde que sejam respeitadas as orientações e os
cuidados específicos a cada medicamento.
Cuidados na
administração
de medicamentos
por via oral
Unidade 5
136
Desvantagens do uso de medicamentos via oral
Consta o fato de ter sua ação mais lenta que as demais vias de
administração, causar irritação da mucosa do trato gastrointestinal,
descolorir os dentes, além do gosto desagradável na boca. Devem
ser evitadas em usuários com alterações na função gastrointestinal,
náuseas, vômitos, motilidade reduzida, deglutição prejudicada por
distúrbios neurovasculares, estenose gástrica, lesões orais, entre outros.
Assim, o uso de medicação via oral é de fácil manuseio, seguro, não requer
técnica estéril e pode ser delegada ao usuário e familiar/cuidador quando da
ausência do profissional (SILVA; SILVA, 2009). Esta atividade deve ser orienta-
da e programada de maneira participativa entre profissional e usuário/familiar,
com orientações claras e simples para evitar troca de medicações, excessos
ou esquecimento.
137
A interação medicamentosa ocorre quando o efeito de um ou mais medi-
camentos é alterado pela administração simultânea, neutralizando sua
ação ou provocando uma reação adversa no usuário (ANVISA, 2010).
Multimídia
Unidade 5
138
5.3.2 Medicamentos orais (comprimidos, cápsulas ou drágeas)
Figura A Figura B
139
5.3.2.1 Para crianças
Unidade 5
140
o rótulo voltado para cima, para evitar que o medicamento escorra aci-
dentalmente. Entornar o conteúdo do frasco, segurando-o na altura dos
olhos junto ao copinho, facilita a visualização da dose desejada.
Multimídia
141
vada com água filtrada ou soro fisiológico 0,9% em seringa de 10 e 20
mL em bolus, evitando sua obstrução (SILVA, SILVA, 2009, CONSELHO
FEDERAL DE FARMACIA, 2009).
• Se forem prescritos medicamentos líquidos, aspire o volume prescrito
em uma seringa e injete pela sonda.
• Após cada medicamento, lave a sonda com 5 mL de água, para que a
medicação não permaneça na sonda, podendo obstruí-la.
• Atente que preparações líquidas hiperosmolares, com grande quantida-
de de sorbitol, podem provocar quadro de intolerância gastrointestinal,
como diarreia, cólica, distensão abdominal e vômito.
• Para medicamentos cuja absorção dependa do esvaziamento gástrico,
e a sonda esteja em posição gástrica, a dieta deve ser interrompida 30
a 60 minutos antes e reiniciada 30 minutos após a administração do
medicamento.
• A alimentação deve ser interrompida para a administração do medi-
camento, pois a incompatibilidade entre alimentação e medicamento
pode obstruir a sonda.
• Verifique se a sonda está bem localizada e fixada para evitar que seja
retirada acidentalmente.
Link
Unidade 5
142
5.4 Administração de medicamentos por via subcutânea
143
abdome regiões superiores
externas dos braços
Unidade 5
144
ORIGINAL: CURTA:
agulha com 12,7 mm agulha com 8 mm
de comprimento de comprimento
Modelos de seringas de insulina com graduação específica e agulha fixa com diferen-
tes comprimentos.
Fonte: Centro BD de Educação em Diabetes. Preparo e aplicação de insulina sem
mistério.
Link
145
Link
Unidade 5
146
5.4.3 Cuidados na administração de medicamento por via sub-
cutânea
147
• Orientar o usuário para autoaplicação de insulina (SN) é uma das atitu-
des que devem ser incorporadas ao estilo de vida diário do usuário e sua
família e que podem contribuir para a melhoria do controle metabólico
e adesão.
• Planeje com o usuário o rodízio de aplicação, conforme figura apresen-
tada anteriormente.
Além disso, outros cuidados são necessários, uma vez que você deverá sem-
pre estar atento ao peso corpóreo do usuário e discutir isso com o enfermeiro
supervisor, pois ele poderá indicar a profundidade da camada subcutânea, faci-
litando a escolha do comprimento da agulha e do ângulo de introdução.
Para um usuário não obeso, o profissional de enfermagem pode optar por uma
agulha de 1,50 cm, calibre 23, introduzida a um ângulo de 45°, resultando numa
administração de medicamento satisfatória. Em usuários obesos, a injeção
subcutânea deve obedecer a um procedimento diferente: o profissional de en-
fermagem deve prensar o tecido entre os dedos e utilizar uma agulha longa,
capaz de ser introduzida através do tecido adiposo, na base da prega da pele.
Assim, o comprimento da agulha deve ser da metade da largura da prega da
pele. O ângulo de introdução pode variar entre 45° e 90°.
Unidade 5
148
Multimídia
149
Lesão ou A lesão é acompanhada Observar técnica
compressão de de muita dor. correta e observar
filetes nervosos presença de dor local.
Unidade 5
150
Úlcera ou Ao se administrar Atentar para
necrose de medicamentos que não administrar o
tecidos são indicados para essa medicamento correto,
via. observando as 9
certezas.
151
5.5 Administração de medicamentos por via intramus-
cular (IM)
Unidade 5
152
Região Região
ventro-glútea deltoideana
Embora seja uma região de menor risco de lesão de vasos e nervos, com tecido
adiposo menos espesso que o do glúteo, essa técnica ainda não é tão difundida
em algumas regiões, talvez por ser pouco divulgada no país e necessitar de
orientação e treinamento adequados sobre a delimitação do local de introdu-
ção da agulha (RANGEL; CASSIANI, 2000).
A região ventro-glútea, por possuir uma espessura muscular grande e não ha-
ver nervos ou vasos significantes, diminui significativamente o risco de aciden-
tes, sendo indicada para todas as idades.
153
Como se delimita o local de aplicação?
Para delimitar o local adequado da musculatura para a administração dos me-
dicamentos você deve seguir as instruções adiante.
a. Encontra-se o local da injeção colocando-se o dedo indicador sobre a
espinha ilíaca anterossuperior e a palma da mão sobre a cabeça do
fêmur (trocânter).
b. Em seguida, desliza-se o adjacente (dedo médio) para formar um V. A
injeção no centro do V alcança os músculos glúteos. A explicação da téc-
nica pode ser mais bem compreendida observando-se a figura a seguir.
Para este local de aplicação a angulação da agulha deverá ser de 90°, com leve
inclinação para a crista ilíaca.
Unidade 5
154
Link
Esta área costuma ser bastante utilizada por não possuir estruturas anatômi-
cas que possam ser lesadas durante o procedimento, sendo geralmente a se-
gunda opção de escolha.
Para decidir qual é o melhor local a ser utilizado, e definir o uso dessa muscula-
tura em detrimento da região ventro-glútea e das demais regiões musculares,
você deverá levar em consideração (além do quadro clínico do usuário e das
condições musculares) o volume a ser administrado e a idade.
155
Idade Deltoide Ventro- Dorso- Vasto
glúteo glúteo lateral
Prematuros - - - 0,5 mL
Neonatos - - - 0,5 mL
Lactentes - - - 1,0 mL
Unidade 5
156
do joelho, numa faixa e 7 a 10 cm de largura, conforme podemos ver na figura
a seguir.
Para este local de aplicação a agulha deverá ser introduzida em ângulo de 45°,
em direção podálica.
Apesar de essa região ser um músculo de fácil delimitação, você não deverá
escolhê-la como primeira opção, considerando os riscos relacionados à lesão
de nervo ciático e da artéria glútea superior (COREN/SP, 2010). O volume má-
ximo a ser injetado em grandes músculos é cerca de 4 mL. Um volume maior
poderá comprimir vasos e nervos, ocasionando dor e aumento da temperatura
local, hiperemia, necrose e alteração de sensibilidade e mobilidade do membro
(RANGEL, CASSIANI, 2000).
157
Como se delimita o local de aplicação?
Para identificar o local adequado você precisa delimitar quatro quadrantes com
o traçado de dois eixos: um horizontal, a partir da saliência mais proeminente
na região sacra; outro vertical, originando-se na tuberosidade isquiática. Das
quatro áreas delimitadas, utiliza-se o quadrante superior externo (REIBINITZ
et al, 2013).
Unidade 5
158
Como se delimita o local de aplicação?
Apesar de esta não ser a opção mais indicada, é importante que você saiba
delimitar adequadamente a região. Desta forma, esse músculo deve ser delimi-
tado na parte superior, respeitando a distância aproximada de 3 a 5 cm abaixo
do acrômio e na porção inferior, de 3 a 3,5 cm acima da margem inferior do
deltoide, conforme a figura adiante (REIBNITZ et al, 2013).
Clavícula
Acrômio
Lugar de injeção
Ponto de interseção.
Músculo deltoide
Húmero
Ventro-glútea Primeira
159
Dorso-glútea Terceira
Deltóidea Quarta
Distribuição das regiões de injeção IM em relação à escolha de indicação (em adulto e
crianças). Fonte: ROCHA, R.P et al, 2002.
Após a escolha do local correto, você deverá também saber definir o material
mais adequado a cada situação. A seringa utilizada dependerá, é claro, do volu-
me a ser administrado. Entretanto, para a escolha da agulha é importante você
também considerar as características do músculo a ser usado, bem como as ca-
racterísticas gerais e condições clínicas do usuário, conforme o quadro adiante.
Unidade 5
160
Considere que a administração de medicamentos intramusculares poderá ser
feita utilizando-se o que ficou conhecido como técnica em “Z”, que consiste
em esticar a pele no local da aplicação para o lado ou para baixo, até o final da
aplicação de todo o medicamento. Após o término, a pele é liberada e volta à
posição correta, fazendo uma alteração do trajeto de saída e, com isso, impe-
dindo a saída da medicação para tecidos adjacentes.
Multimídia
161
3. Possui limitação do volume a ser administrado conforme a idade e as
condições musculares do usuário.
4. Se o medicamento não for introduzido na via correta, ou seja, nos mús-
culos, pode gerar dor, formação de abcesso e nódulos.
Unidade 5
162
5.6 Administração de medicamentos por via endove-
nosa (EV)
163
Os principais vasos venosos que você poderá escolher para realizar a pun-
ção são, sobretudo, localizados nos membros superiores. No braço, as mais
indicadas são a cefálica e basílica. No antebraço, as veias a serem escolhidas
incluem a cefálica, cefálico-acessória, basílica e intermediária do antebraço.
A figura adiante mostra a anatomia das veias, o que poderá auxiliá-lo na esco-
lha e localização das veias.
Veia cefálica
mediana Veia cefálica
Veia cefálica
acessória Veia basílica Arco
venoso dorsal
Veia cefálica
Veia dorsal Veia dorsal
Veia mediana metacarpo superficial
Veia basílica
Veia mediana Veia dorsal digital
Veia basílica mediana
Após escolhido o vaso a ser puncionado, você deverá separar o material a ser
utilizado e realizar a técnica de punção venosa, seguindo os princípios assép-
ticos.
Unidade 5
164
O material utilizado para a realização da punção venosa inclui a luva de pro-
cedimentos, o algodão com álcool para a assepsia, o garrote, a fita adesiva
(esparadrapo, micropore ou película transparente), o dispositivo venoso, uma
seringa com água destilada estéril ou solução salina para assegurar que o dis-
positivo ou cateter está no vaso venoso e um saco plástico para o descarte do
material contaminado, lembrando que o material perfurocortante é descartado
com recipiente específico.
Punção venosa periférica com catéter curto, agulhado na fase interna no braço.
Fonte: B. BRAUN, 2014.
165
Em situações onde há necessidade de manutenção do acesso por períodos
mais prolongados ou onde se faz necessária a infusão de volumes maiores,
o mais indicado é o uso do cateter curto, com mandril, para punção venosa
periférica, o qual é conhecido comercialmente com os nomes de “Abocath”,
“Jelco” ou “Introcan”.
Multimídia
Unidade 5
166
3. Protege as mucosas do trato gastrointestinal de irritações/necroses
provocadas por drogas irritantes.
4. É a única via que tolera, dentro de certos limites, uso de soluções hipo/
hipertônicas contraindicadas nas demais vias.
5. Evita traumatismo, por injeções repetidas nas demais vias parenterais.
6. Permite a conexão de equipos, com recipiente graduado (bureta) pró-
prio para diluição de medicamentos, com aplicação em microgotas e
sistema fechado.
7. Permite o uso de extensões, com local próprio, para injeção através de
película autovedante.
É importante relembrar os cuidados que você deve ter após a punção para a
infusão de medicamentos ou a manutenção da punção com infusão contínua.
Por isso, para proceder com os cuidados do modo recomendado, esteja atento
aos cuidados ao diluir a medicação e aos cuidados importantes após ter
realizado a punção venosa, temas que serão vistos em seguida.
• Para infusão contínua de solução: conectar o tubo extensor ou tubo
em “Y” ao equipo do sistema de infusão; remover o ar do sistema; co-
nectar o sistema ao cateter venoso e iniciar a infusão, no tempo/veloci-
dade recomendado.
167
• Para administração de medicamentos: conectar a seringa contendo o
medicamento ao cateter venoso e infundir conforme tempo preconiza-
do para a medicação, sendo o ideal seguir as orientações do fabricante.
Link
Unidade 5
168
1. deve-se fazer a desinfecção da ampola diluente do frasco e abri-la, aspi-
rando o conteúdo em uma seringa. Colocar o diluente no medicamento
do frasco e homogeneizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evi-
tando a formação de espuma;
2. colocar ar na seringa em volume igual ao medicamento a ser aspirado;
erguer o frasco aspirando o líquido nele contido e com a agulha protegi-
da, evitando contaminações e desperdício de medicamentos.
169
5.6.4 Manutenção com solução salina
Unidade 5
170
• Ao administrar novamente a medicação, deve-se primeiro as-
pirar a solução de heparina que ficou no dispositivo, introduzir
novamente água destilada, “lavando” internamente o scalp, para
somente depois aplicar o medicamento. Após o medicamento
ser introduzido, lavar o cateter com água destilada ou SF 0,9% e
introduzir a solução de heparina novamente.
Link
Para saber mais sobre complicações que podem ser locais ou gerais no
usuário em uso de terapia intravenosa contínua ou por bolus, acesse:
<https://unasus-cp.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=4177>
171
5.7 Administração de medicamentos por hipordermóclise
Esta fase dos estudos tem como objetivo discutir indicações, locais de punção
e cuidados relacionados à hipodermóclise no domicílio.
Cuidados de
Como administrar
enfermagem
Unidade 5
172
2. Impossibilidade de acesso venoso - usuários com difícil acesso veno-
so e que tenham seu sofrimento aumentado pelas constantes tentati-
vas de punção; usuários cujo acesso venoso represente impossibilidade
ou limitação para a administração de medicamentos e fluidos decorren-
tes de flebites, trombose venosa e sinais flogísticos.
3. Possibilidade de permanência do usuário no domicílio - é um método
seguro, sem graves complicações e facilmente manipulado pelo usuá-
rio ou familiar/cuidador.
4. Dor - sinal efetivamente presente em estágio avançado da doença.
• Contraindicações
Segundo BRASIL (2009, p.15), as contraindicações “estão relacionadas
aos distúrbios de coagulação, edema, anasarca e risco severo de con-
gestão pulmonar (exemplo: insuficiência cardíaca congestiva e síndro-
me de veia cava superior)”.
173
infusão poderá ser interrompida após ser iniciada e a qualquer momen-
to, sem o risco de complicações, como a trombose de vaso.
4. Risco mínimo de complicações sistêmicas: o risco de complicações
sistêmicas, como a hiper-hidratação e a sobrecarga cardíaca, é mínimo
e pode ser monitorado ao longo do período da infusão.
5. Os opioides geralmente são bem tolerados. Usuários em controle álgi-
co se beneficiam da via subcutânea para os medicamentos de resgate
(BRASIL, 2009).
Unidade 5
174
Essa técnica vem sendo largamente utilizada recentemente como alternativa
na oncologia para hidratação e analgesia em usuários debilitados, proporcio-
nando-lhes maior conforto e mobilidade (BRASIL, 2009). A administração de
medicamentos e líquidos por via subcutânea está em concordância com os
princípios dos cuidados paliativos, que estão baseados em um atendimento
multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida do usuário e da família frente
a problemas associados a doenças crônico-degenerativas e oncológicas em
estágio avançado e sem possibilidade de cura.
Diluição
Volume
Incompatibilidade
175
Link
Qualquer região com relativa boa qualidade de tecido subcutâneo pode ser uti-
lizada para punção subcutânea. A parede lateral do abdome é um dos locais
mais selecionados. Outros locais também podem ser puncionados, como:
• região do deltoide;
• região anterior do tórax;
• região escapular;
• região abdominal;
• face lateral da coxa.
Unidade 5
176
região anterior
do tórax e região do
região deltoide
escapular
região
abdominal
face lateral da
coxa
177
• Fazer a lavagem das mãos antes do manuseio do cateter (exemplo: co-
nectar equipos com fluidos ou medicação) para prevenir infecção.
Unidade 5
178
prazo de validade vencido ou há muito tempo fora de uso, devendo
descartá-los.
• O usuário deve ser alertado sobre o prazo de validade. A data impres-
sa na embalagem vale apenas para o produto fechado. Após iniciada a
utilização do produto, este prazo passa a ser menor, devendo levar em
conta a orientação do fabricante por meio da bula.
• Orientar ao usuário e familiar/cuidador que os medicamentos devem
ser conservados na embalagem original e com a bula. Quando se tratar
de medicamentos líquidos, a medida (colher ou copo) deve ser mantida
junto à embalagem.
• Caso necessite armazenar o medicamento após reconstituição e (ou)
diluição, utilize etiqueta de identificação com no mínimo as seguintes
informações: nome do medicamento; responsável pela manipulação
(nome e número do registro profissional); data; hora; diluente.
Saiba mais
179
5.8.1 Transporte de medicamentos
Link
Multimídia
Unidade 5
180
Encerramento da unidade
181
Unidade 6
Tratamento de feridas
e curativos
6.1 Introdução da unidade
Unidade 6
184
um potente instrumento de produção social de saúde, uma vez que considera
o usuário com a sua singularidade e o seu contexto familiar, social e cultural.
Busca-se com isso compreender as necessidades dos usuários, na perspecti-
va da integralidade da atenção, da humanização da saúde e da corresponsabi-
lização do cuidado.
Multimídia
185
Tipos Tratamento
de ferida de feridas
NATUREZA
Incisas
Contusas
Unidade 6
186
Perfurantes
Transfixantes
PROFUNDIDADE
Superficiais
Profundas
187
CONTAMINAÇÃO
Limpas
Sujas ou poluídas
Unidade 6
188
Infectadas
COMPLEXIDADE
Simples
São pequenos ferimentos nos quais não ocorre perda de tecidos nem
contaminação grosseira. Exemplo: a maioria das feridas produzidas por
acidentes domésticos.
Complexas
189
Você acompanhou a classificação de feridas de acordo com a natureza do
agente vulnerante, a profundidade, o grau de contaminação e sua complexida-
de. Agora, confira alguns exemplos de ferida.
• Ferida incisa
• Ferida contusa
Unidade 6
190
• Ferida transfixante
• Ferida superficial
• Ferida profunda
191
• Feridas limpas
• Feridas sujas
• Ferida contaminada
Unidade 6
192
• Ferida simples
• Ferida complexa
Link
193
A determinação do tipo de ferida é de fundamental importância para a tomada
de decisão do profissional de saúde. Considerando as características da lesão
apresentada pelo usuário, procedimentos terapêuticos poderão ser instituídos,
variando desde a indicação isolada de algum tipo de cobertura ou, até mesmo,
de uma combinação.
Unidade 6
194
Acompanhe a seguir algumas questões importantes a serem observadas no
ambiente ou questionadas ao usuário ou ao seu cuidador.
• Observar ou questionar acerca da incidência de luz solar no domicílio e
orientar que o usuário com a lesão se exponha à luz natural em horários
adequados.
• Observar temperatura, grau de umidade, ventilação e demais condições
insalubres no ambiente em que o usuário com a lesão permanece a
maior parte do tempo, além de orientar sobre a necessidade de mantê-
-lo em condições agradáveis e seguras.
• Observar a presença de animais domésticos e insetos no ambiente do-
miciliar e orientar acerca dos cuidados de higiene necessários ao trata-
mento das feridas.
• Perguntar sobre a disponibilidade de água tratada no domicílio e instruir
acerca das formas domésticas de tratamento da água.
• Investigar acerca das condições disponíveis para higiene e conforto do
usuário com a lesão.
• Investigar os eventos que antecederam e se seguiram ao aparecimento
da lesão.
• Conhecer a história pregressa de enfermidades ou traumas prévios.
• Questionar sobre a presença de alergias em geral.
• Conhecer os medicamentos utilizados pelo usuário.
• Questionar sobre a utilização de drogas, álcool e tabaco.
195
A adoção de tais procedimentos objetiva a qualificação da atenção à saúde por
meio da sistematização da prática dos profissionais na realização dos cuida-
dos e prevenção de feridas tumorais e úlceras por pressão em pacientes com
doença oncológica avançada (BRASIL, 2009).
Link
Unidade 6
196
efeitos deletérios ao tratamento da ferida. A equipe deve estar preparada, por
exemplo, para abordar e orientar os usuários trabalhadores que necessitam de
repouso domiciliar acerca do afastamento do trabalho, licença saúde ou sobre
a existência de benefícios sociais disponíveis para a situação em questão.
197
Desbridamento ou debridamento é o ato de remover da ferida o tecido
desvitalizado e (ou) material estranho ao organismo. O desbridamento
é essencial para o tratamento de feridas, pois, para que exista repa-
ração tecidual, o tecido necrótico deverá ser removido previamente
(COREN-SP, 2009).
Unidade 6
198
Os produtos disponíveis no mercado podem ser classificados de acordo com
suas indicações, contraindicações, vantagens e limitações, mecanismo de
ação, conforme está descrito a seguir (UGGERI et al, 2010).
• Epitelizantes: aceleram o processo de cicatrização.
• Absorventes: absorvem o exsudato da lesão.
• Desbridantes: auxiliam na degradação de tecidos desvitalizados.
• Antibióticos: agem inibindo o crescimento bacteriano no leito da ferida.
• Antissépticos: reduzem a flora bacteriana presente em tecidos vivos
durante a antissepsia.
• Protetores: conferem proteção física à ferida.
Link
199
6.4 Cuidados domiciliares no tratamento de feridas
Unidade 6
200
Fonte: Ministério da Saúde.
201
• Avaliar a necessidade de analgesia antes da execução do procedimento e
estar atento à necessidade de o medicamento analgésico estar prescrito.
Unidade 6
202
Fonte: Banco de imagem Shutterstock.
6.5 Bandagens
203
• possibilitar maior mobilidade (nutrição da cartilagem, evitar atrofia
muscular, trabalho linfático e venoso);
• promover a reabsorção de hematomas e edemas e melhorar a proprio-
cepção no caso do uso de bandagens no ombro.
• Espiral: cilindro.
• Espiral reversa: cone.
• Figura em oito: ângulo.
• Recorrente: ovoide.
• Volta circular: fixação inicial e terminal da atadura.
Unidade 6
204
Fonte: PROJETO MULHER, 2013.
Link
205
6.5.3 O que não utilizar
Substância Motivo
Unidade 6
206
Lidocaína gel Não promove efeito anestésico comprovado.
Inibe a ação das demais coberturas indicadas no
tratamento das feridas, como pomada desbridante.
207
profissionais de saúde aos familiares e (ou) cuidadores, que desempenham
essa tarefa no ambiente domiciliar.
Unidade 6
208
• Utilizar aliviadores de pressão – coxim, travesseiro, “rolinho” para as
mãos, entre outros.
• Aplicar filmes transparentes e (ou) cremes ou loções – por exemplo,
à base de ácido graxo essencial (AGE) nas áreas de risco aumentado
para lesões.
• Dar atenção especial a usuários com doenças neurodegenerativas, com
diabetes mellitus, desnutridos, idosos, com diminuição da pressão arte-
riolar, com estresse emocional, fumantes e hipodérmicos.
• Observar usuários com aparelhos gessados em relação a: ponto de
apoio do membro, pontos de pressão do aparelho gessado sobre a pele,
perfusão do referido membro, integridade da pele que se mantém como
apoio para o aparelho gessado.
• Realizar massagem suave na pele sadia, em áreas potenciais de pres-
são, com loção umectante e suave, como o AGE.
• Parecer da nutrição: avaliação e diagnóstico nutricional, definição da
terapia nutricional (necessidades dietéticas, vias de acesso e uso de
nutrientes específicos ao tratamento de feridas), acompanhamento e
monitorização do estado nutricional e da terapia instituída.
• Manter a limpeza das roupas de cama, bem como mantê-las secas e
bem esticadas.
• Não utilizar lâmpadas de calor sobre a pele, pois estimulam o seu res-
secamento.
• Áreas hiperemiadas não devem ser massageadas, pois correm o risco
de provocar solução de continuidade.
• A prescrição do curativo será realizada pelo enfermeiro, obedecendo ao
protocolo da instituição.
• Reduzir a manipulação de feridas limpas.
• Evitar a utilização de colchão-d’água, principalmente em usuários com
pouca ou nenhuma mobilidade. Caso seja utilizado, existe a necessida-
209
de de colocar um cobertor sobre o colchão, pois a água esfria e causa
desconforto ao usuário.
• Avaliar a ferida a fim de certificar-se da eficácia do produto – deverá ser
feita pelos enfermeiros da comissão, e no mínimo a cada 15 dias.
• O estado geral do usuário, a observação constante da ferida e a utiliza-
ção correta do produto são essenciais para o sucesso na cicatrização.
Link
Unidade 6
210
Encerramento da unidade
211
Referências
Referências
Unidade 1
214
dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Rio de
Janeiro: Conselho Federal de Enfermagem, 2009.
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Autoras
Tanise Freitas
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<http://lattes.cnpq.br/2878518544634263>
232
Realização:
Apoio:
Coren
Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina
SC